IMAGINE´2017 Dias 24 e 25 de março, em São Paulo, o InRad HCFMUSP promoverá o IMAGINE´2017, com uma programação focada na Imagem na prática ambulatorial e hospitalar. Informe-se: www. imagine-inrad.org.br (pag. 18). twitter.com/intdiagnostica
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DEZEMBRO 2016 / JANEIRO DE 2017 - ANO 15 - Nº 95
Diagnóstico precoce do Mal de Alzheimer
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chegada das tecnologias PET Amilóide e PET Tau ampliaram as possibilidades de diagnóstico precoce do Mal de Alzheimer, o que tem renovado as esperanças na busca pela cura da doença. A evolução dos métodos de imagem permitem fazer o diagnóstico mesmo antes do aparecimento dos sintomas, com resultados promissores. Novas drogas pesquisadas, que conseguem agir sobre a proteína Amilóide, apontam caminhos e os primeiros resultados nos quadros de demência mostram que o caminho é este. Tudo ainda está no nível de pesquisas, mas, nessa época do ano onde pensamos em festas comemorações, mesmo os mais céticos acham que já há motivo para ter esperança. O neurorradiologista Leonardo Lopes de Macedo, da Cedimagem/Alliar, de Juiz de Fora, analisou o atual estágio dessas novas descobertas e destacou a possibilidade de identificar a dosagem das proteínas Amilóide e Tau por meio do PET numa fase inicial. A somas desses esforços mostra que as tecnologias podem, em futuro próximo, ser utilizadas com maior eficiência se as drogas que têm sido testadas para reduzir a progressão da doença apresentarem bons resultados. Chegará o dia em que a Ciência apagará as marcas dessa doença. Pág. 6
Programa de avaliação do Ensino Médico
Brasil marca presença no RSNA com pesquisas sobre o Zika vírus
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Bráulio, Aranha e Lima Reis: Cremesp e Sírio Libanês unidos pela qualidade do ensino médico no Estado de São Paulo
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CREMESP e o Hospital Sirio-Libanês somaram esforços e lançaram o Programa de Avaliação Periódica do Ensino Médico para alunos e escolas médicas, com o objetivo de contribuir para o continuo aprimoramento da formação médica. A iniciativa mostra, mais uma vez, o empenho e a persistência do CREMESP nessa direção. Confira na pag. 5.
Veja ainda: ✔ Estamos preparados para vencer a inércia? Pag. 7 ✔ Toshiba Medical avança em processo de estruturação Pag. 9 ✔ Siemens e Unifesp celebram acordo para pesquisas biomagnéticas Pag. 11 ✔ CBR elege nova diretoria e comemora êxito do evento Pag. 4
o alarme ao silêncio. Esta, ao que parece, era uma realidade brasileira até bem pouco tempo, e no caso do Zika vírus e da Microcefalia as coisas estão mudando. Governo e Pesquisadores intensificaram e somaram esforços na busca de caminhos para este grave problema. A equipe multidisciplinar formada no estado de Pernambuco para o monitoramento dos casos de microcefalia e outras repercussões do Zika vírus em bebês deixou um legado importante para a identificação e tratamento de diversas sequelas da doença. O médico Pedro Pires, coordenador de Medicina Fetal do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, da Universidade de Pernambuco, falou ao jornal ID Interação Diagnóstica sobre o trabalho realizado e seus resultados, além dos sérios impactos sociais Uma mostra importante dessas várias frentes de pesquisa no Brasil marcou a participação brasileira no evento
da Radiological Society of North America, com trabalhos de alto nível cientifico, e o ID – Interação Diagnostica registra na pag. 8, informações sobre esta participação.
Decisões clínicas na fibrose sistêmica nefrogênica ganham aplicativo
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escolha entre o contraste iodado e o gadolínio para pacientes com disfunção renal deve ser precisa em razão do risco de que eles desenvolvam nefropatia induzida por contraste ou fibrose sistêmica nefrogênica. O especialista Sandro Fenelon escreveu artigo em que relata os avanços no diagnóstico e prevenção da doença. Ele é um dos criadores de um aplicativo que ajuda os profissionais na decisão clínica sobre os meios de contraste mais adequados nestes casos, com base em dados científicos atualizados e no resultado da taxa de filtração glomerular. Veja também no Caderno Application artigos de primeira linha enviados pelas equipes do Hospital Sírio-Libanês, Hospital Albert Einstein e da Virtual Core Telerradiologia. Pag. 14
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DEZ 2016 / JAN 2017 nยบ 95
DEZ 2016 / JAN 2017 nº 95
Por Luiz Carlos de Almeida e Sylvia Veronica
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EDITORIAL
A revolução digital coloca a Radiologia no centro da evolução da Medicina
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unca se falou tanto na necessidade de priorizar o bem-estar dos pacientes nos sistemas de saúde, sejam particulares ou públicos. Neste contexto, o valor da medicina para as populações envolve o acesso a serviços de qualidade e à tecnologia de ponta, e também depende de profissionais cada vez mais qualificados e engajados nas novidades trazidas, sobretudo, pela inteligência artificial e a chamada medicina de precisão.
Tais transformações tecnológicas chegam mais cedo na área de diagnóstico por imagem, que tem ganhado maior relevância. A revolução digital em curso na radiologia está inaugurando novos padrões de qualidade no diagnóstico clínico, o que tem repercussões positivas nas decisões médicas e, assim, na melhoria da qualidade de vida das pessoas. A era da computação na medicina traz, antes de tudo, esperança. O desenvolvimento da ressonância magnética e da tomografia computadorizada, por exemplo, tem sido valioso para o diagnóstico e o tratamento de diversos tipos de câncer, e as pesquisas sobre análises baseadas em imagem computadorizada rendem importantes descobertas para prognósticos e resposta às terapias. As expectativas para os próximos anos são de que a Radiologia vai disponibilizar novas sondagens e técnicas em diagnóstico por imagem molecular, bem como ferramentas computadorizadas de reconhecimento de padrões, aprendizado profundo e inteligência artificial. Dessa maneira, o diagnóstico por imagem vai se manter no centro da evolução da medicina. E são justamente as inovações técnicas aplicadas pelos radiologistas que colocarão estes especialistas como protagonistas da medicina centrada no bem-estar do paciente, seja pelos diferenciais no diagnóstico ou pelas diversas terapias guiadas por imagens. O jornal ID Interação Diagnóstica vem priorizando, ao longo das suas últimas edições, divulgar e analisar as principais transformações tecnológicas que já são realidade nos serviços de saúde brasileiros e o que está chegando ao País vindo de outros centros de referência no mundo. Nesta edição, preparamos uma matéria sobre as novidades promissoras no diagnóstico e tratamento do Mal de Alzheimer. O neurorradiologista Leonardo Macedo, em entrevista exclusiva ao ID, fez uma avaliação detalhada sobre as tecnologias PET Amiloide e PET Tau e as novas drogas que propõem reduzir o avanço da doença. Outros temas de destaque são os estudos de cientistas brasileiros e as ações para enfretamento do Zika vírus e o lançamento do exame do ensino médico no Estado de São Paulo, fruto de uma parceria entre o Cremesp e o Hospital Sírio-Libanês. Há que se louvar o empenho da entidade em persistir na busca de instrumentos que assegurem uma medicina de qualidade, para que o paciente seja melhor atendido. A tecnologia está mudando o papel do radiologista dentro da estrutura médica e hospitalar e, por mais que se anunciem soluções, softwares, coloca desafios para o médico especializado que tem que estar atento aos avanços, pois pode perder o bonde da historia.
RSNA 2016
Produção científica do HSL premiada
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e 27 de novembro a 2 de dezembro, a cidade de Chicago se transforma na Meca dos Radiologisas. Nem as baixas temperaturas conseguem desmotivar os profissionais que para lá se dirigem para participar do Congresso da Sociedade Norte Americana de Radiologia, o RSNA. De simples ouvintes, no inicio, esta população de brasileiros que vai aumentando ano a ano, vem ganhando espaço e mostrando a sua cara, seja em sessões científicas, ou no envio de trabalhos e pesquisas. Já somos a segunda ou a terceira população de inscritos, perdendo apenas para China e Estados Unidos. Neste ano de 2016, profissionais do mundo inteiro ali estiveram, conheceram as grandes novidades tecnológicos, as tendências e os rumos da especialidade. Os principais centros especializados brasileiros reservam a data para conhecer os avanços e para que os seus médicos ali apresentem seus trabalhos e se atualizem. Ano a ano a qualidade dessa produção científica e a participação de brasileiros tem crescido; nossos especialistas se preparam e aperfeiçoam sua pesquisa, o que vem ganhando grande reconhecimento. Mais de 2.000 trabalhos são selecionados, com critérios de seleção extremamente rígidos, exigindo esforço e dedicação dos pesquisadores. E, neste ano de 2016, um registro especial para premiações que chegam ao nosso conhecimento, como da equipe do Serviço de Radiologia e Diagnóstico por Imagem do Hospital Sírio-Libanês, liderada pelo prof. Giovanni Guido Cerri, que apresentou 27 trabalhos e teve 9 deles premiados. Destes 5 foram certificados por Mérito, 2 indicados para publicação no Radiographics com especial destaque.
Além disso, o trabalho A Practical guide to Prostate magnetic resonance analysis: a ste-by-Step to Detecting Lesion, de autoria de Valter Ribeiro dos Santos Jr. e colaboradores foi agraciado com a Magna Cum Laude,. E o trabalho Remote Ischemic condiotioning temporally improves heart and brain antioxidant defense: the auto Ric timing issue, de Felipe Lobato e cols na categoria “student travel award”. (LCA)
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DEZ 2016 / JAN 2017 nº 95
O BIMESTRE
Por Luiz Carlos de Almeida (SP)
CBR 16 inova no conteúdo e elege nova diretoria
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om expressiva participação de jovens médicos, inovações em seu conteúdo, o Congresso Brasileiro de Radiologia, realizado em Curitiba, marcou uma importante etapa na história desse evento. A sessão de abertura fugiu aos padrões tradicionais e colocou em evidência a discussão de problemas bem atuais, com a participação do juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, em uma brilhante e muito aplaudida conferência. A abertura marcou também homenagem a um dos principais nomes da especialidade, ex-presidente do CBR, um dos sistematizadores da ultrassonografia no País, com intensa atuação associativa e científica: dr. Domingos Correia da Rocha, de Maceió, Alagoas, que recebeu a medalha de ouro da instituição, num reconhecimento ao seu trabalho e à sua trajetória na especialidade. O evento marcou, também, a eleição da nova diretoria, que sucedera à diretoria atual, presidida pelo dr. Antonio Carlos Matteoni de Athayde. Os novo presidente, que assumirá em janeiro, é o prof. Manoel de Souza Rocha, diretor clinico do Instituto de Radiologia do Hospital das Clinicas, FMUSP. Os demais membros são os doutores Adelson André Martins (SP) – vice-presidente São Paulo; Alair Augusto Sarmet Moreira Damas
A abertura do CBR 16 foi marcada pela presença do juiz Sergio Moro, como um auditório lotado e homenagem ao dr. Domingos Correia da Rocha ao lado prof. Manoel Rocha, presidente eleito
dos Santos (RJ) – vice-presidente Rio de Janeiro; Francelino de Almeida Araújo Júnior (PA) – vice-presidente Norte; Antônio Carvalho de Barros Lira (PE) – vice-presidente Nordeste; Matteo Baldisserotto (RS) – vice-presidente Sul; Ronaldo Magalhães Lins (MG) – vice-presidente Sudeste; Carlos Alberto Ximenes, vice presidente da região Centro Oeste; Helio José Vieira Braga (BA) – primeiro secretário; Rogério Pedreschi Caldana (SP) – segundo secretário; Rubens Prado Schwartz (SP) – primeiro tesoureiro; Valdair Francisco Muglia (SP) – segundo tesoureiro; Dante Luiz Escuissato (PR) – diretor científico; Cibele Alves de Carvalho (MG) – diretora de Defesa Profissional; Mauro Esteves de Oliveira (RJ) – diretor cultural; Ademar José de Oliveira Paes Junior (SC) – diretor da ABCDI. As propostas estão disponíveis no portal www.cbr.org.br. A Comissão de Eventos do CBR, que é presidida pelo dr. Aldemir Humberto Soares, avaliou positivamente a organização e os resultados das atividades do ano, como o Curso de Atualização, o Curso ESOR AIMS e o CBR 16. Também discutiu os próximos, a exemplo da XXVII Jornada Norte-Nordeste de Radiologia, que será em João Pessoa (PB), de 20 a 22 de abril. O CBR 17 ocorrerá de 12 a 14 de outubro, novamente em Curitiba (PR), no Expo Unimed.
NOVA DIRETORIA
Educação e produção científica são objetivos da SBMN
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romover atividades de educação continuada, aperfeiçoar a qualificação profissional e estimular a produção científica nacional são alguns dos objetivos da nova diretoria da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN). A diretoria foi eleita para o biênio 2017-2018 durante a Assembleia Geral Ordinária (AGO), realizada em novembro passado, em São Paulo (SP), durante o 30° Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear. Juliano Cerci, presidente eleito, destacou que o trabalho será orientado para a consolidação e a ampliação das ações já empreendidas. Outros objetivos são desenvolver novas diretrizes da medicina nuclear, acompanhar o andamento do processo de revisão da tabela de procedimentos SUS, promover a aproximação junto às demais sociedades de especialidades médicas e, também, com instituições de pacientes para as quais a medicina nuclear possua aplicabilidade diagnóstica e terapêutica. Natural de Curitiba (PR), Juliano Cerci tem graduação em medicina pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2003). Cursou residência médica em medicina nuclear e especialização em Radiologia na Universidade de São Paulo. É doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Atualmente, é diretor do Serviço de PET/CT da Quanta Diagnóstico e Terapia, professor convidado da UFPR, médico pesquisador do Incor da
Homenagem ao prof. João Eduardo Irion, na foto com o dr. Tinoco e eleição da nova diretoria da entidade
FMUSP e consultor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU. Os membros da nova diretoria são Juliano Cerci, presidente; George Barberio Coura Filho, vice-presidente; Rafael Willain Lopes, primeiro-secretário; Gustavo do Vale Gomes, segundo-secretário; Marília Martins Silveira Marone, primeira-tesoureira; Ricardo Cavalcanti Quartim Fonseca, segundo-tesoureiro; Bárbara Juarez Amorim, diretora científica, e Celso Darío Ramos, diretor de Ética e Defesa Profissional. Durante o evento a diretoria da SBMN, presidida
pelo dr. Claudio Tinoco, prestou homenagem ao prof. dr. João Eduardo de Oliveira Irion, com a outorga de placa e certificado, num reconhecimento a sua contribuição para o desenvolvimento e fortalecimento da medicina nuclear no Brasil. “Obrigado por enriquecer ainda mais o legado que deixarei aos meus descendentes. Acredito que algum dia um de meus tataranetos irá contar que um de seus antepassados recebeu de seus colegas uma homenagem como esta. Agradeço a todos por este momento que me propiciaram!”, declarou emocionado o prof. Irion.