Jornal ID 87 ago/set 2015

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AGOSTO / SETEMBRO 2015 - ANO 13 - Nº 87

Pesquisa, Inovação e Qualidade na luta contra a inércia e a burocracia

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mpulsionar o progresso tecnológico que sustenta o crescimento e a riqueza das nações, sem abrir mão de sistemas de bem-estar social, para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Este é o grande desafio do País, neste momento, para vencer os obstáculos que impedem o crescimento, retardam o progresso e refletem na qualidade do que é oferecido à população. Nesta edição será possível perceber que, silenciosamente, setores importantes da saúde estão se mobilizando na defesa destes objetivos e estão presentes no conteúdo editorial. O Hospital das Clínicas de São Paulo, através do Instituto de Radiologia criou o Projeto Inovar, em parceria já firmada com a GE Healthcare e poderá se estender para outras grandes do segmento, como enfatiza em entrevista na pág. 5,

Temas de grande interesse: confira

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esta edição, com o apoio de duas grandes instituições, os Departamentos de Imagem do Hospital Albert Einstein e do Hospital Sirio Libanês, do Serviço de Ecocardiografia do InCor, e de um experiente ultrassonografista, o dr. Joel Schmillevitch artigos de qualidade e inovação. Este último faz uma síntese das principais tecnologias usadas em Elastografia.

Imagem na EPM reelege diretor

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om uma pauta de trabalho que tem como objetivo principal recolocar a a Escola Paulista de Medicina – UNIFESP na posição que sempre esteve, no aspecto de ensino, com o foco no Departamento de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, o prof. Nitamar Abdala foi reeleito para o cargo de diretor. Pretende nesse novo mandato concluir os projetos que se encontram em andamento e fortalecer a residência médica. Pag. 8.

o prof. Giovanni Guido Cerri. A Philips já lançou seu “Innovation and Experiences”, e corre nessa mesma linha. O Colégio Brasileiro de Radiologia está lançando o PADI – Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem que vai nesta mesma linha: acreditar para valorizar. Nas págs. 6 e 7, uma ampla entrevista mostra porque os médicos da imagem devem se integrar a um programa desta natureza. Buscar qualidade, certificar-se e, com isso, trazer benefícios a todos, principalmente, aos pacientes. Mas, o início de tudo está na pesquisa clínica, que dá suporte à inovação. Cientes dessa premissa nomes de referência na área médica enviaram documento à presidente Dilma Roussef, para que escute a sociedade e ajude a área científica a vencer a burocracia que inibe a pesquisa e aborta os processos de inovação. Pág. 3.

Congresso do CBR no Rio: atividade prática será valorizada

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om um temário atualizado, focando em atividades práticas, como hands, sessões de discussão de casos, e professores convidados focados nos temas que envolvem a rotina da especialidade, o Congresso Brasileiro de Radiologia – CBR 2015 está chegando: será de 8 a 10 de outubro, no Centro de Convenções SulAmerica. Em entrevista, na pág. 20, matéria sobre o assunto com os drs. Antonio Carlos Matteoni de Athayde e Manoel Rocha, destacando o cuidado na preparação do evento, na criação de facilidades para que todos tenham acesso ao evento e prestigiem essa iniciativa. Vale conferir.

Resultados que comprovam a eficiência

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Hospital do Câncer de Barretos, desde seu início, vive um processo de inovação. Instituiu o uso de carretas com equipamentos para “screening” mamográfico, entre outras ações. Nesta edição a dra. Anapaula H.Uema Watanabe, do Serviço de Radiologia, fala sobre o rastreamento do câncer de mama, um programa com começo, meio e fim. Ela foi uma das conferencistas do Simpósio de Oncologia Mamária.Pag. 18


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Por Luiz Carlos de Almeida (SP)

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EDITORIAL

Buscar caminhos, o grande desafio

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m meio a tanto bombardeio de más noticias, de análises que nunca se concretizam, onde floresce o contraponto da alma brasileira, é difícil ser otimista. Uma análise cuidadosa da situação nos leva a uma conclusão irrefutável, o momento é de buscar caminhos, procurar soluções, exercer a imaginação e, principalmente, redobrar esforços. O mercado nos dá, constantemente, respostas que atendem às expectativas do momento e apontam os caminhos para o futuro. No Varejo, por exemplo, intensificam-se as promoções e a propaganda, promovem-se liquidações, as facilidades de crédito, a recuperação dos créditos, enfim, todas muito conhecidas. Não resolvem, se o problema é conjuntural, mas, aliviam o momento de crise e fortalecem as estruturas para superar as dificuldades. A área da saúde não tem a mesma agilidade, mas, imprescindível, tem que buscar seus rumos e enfrentar não só as dificuldades econômicas, mas, as inúmeras armadilhas que vem sendo colocadas para o segmento médico, em toda sua extensão. Não vou enumerá-las, mas, duas delas servem para mexer com todo o imaginário médico: a abertura de mais 22 escolas médicas e o decreto que confere poderes especiais à CONEP (Comissão Nacional de Especialização), que, se aprovado, poderá quebrar parâmetros muito consolidados.

Diante de toda esta incerteza, por outro lado, a área do diagnóstico vê com muita esperança algumas ações que podem mudar os rumos e trazer novos avanços para todos: pesquisar, buscar inovações, enfatizar a eficiência, a produtividade e, principalmente, a qualidade. Iniciativas nesse sentido já podem ser vistas no InRad HCFMUSP, que está implementando seu programa de inovação, no CBR, que acaba de lançar o seu PADI – Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem, instrumento de valorização dos serviços e dos médicos, dois bons exemplos. As empresas também não estão paradas. O mercado foi informado da compra da Mallinckrodt pela Guerbet, a Siemens está realinhando suas operações na área de saúde, assim como a Philips, que apoiada em projetos de inovação, readequou suas operações no País. Essa é a nossa realidade. Não temos muitas escolhas, pois a economia como um todo, dita as regras e se reflete em todos os segmentos. E, neste segundo semestre, como uma prova de todo o potencial do setor, grandes eventos estão por vir, no Hospital Albert Einstein, no A.C. Camargo Cancer Center, e pelo CBR, o Congresso Brasileiro de Radiologia, no Rio de Janeiro e, em São Paulo, o Congresso da SBUS. Agora, chegou a hora de aproveitar todos os momentos, buscar todos os caminhos, pois, ficar parado, reclamando, não adianta.

MOBILIZAÇÃO

Burocracia trava pesquisas e retarda o processo de inovação

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m carta aberta a presidente Dilma Roussef, publicada pelos principias jornais do País, no último dia 6 de agosto, 44 cientistas brasileiros solicitam que a presidente tenha sensibilidade e que estabeleça regras eficientes e modernas que definam os rumos da área de Pesquisa Clínica e Inovação no País. De acordo com o documento, em algumas semanas, será tomada uma decisão crucial para o futuro da saúde no Brasil. No texto, os cientistas alertam que está em debate a proposta elaborada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) para revisão das normas sobre Pesquisa Clínica no Brasil e que, posteriormente, irá à votação no Conselho Nacional de Saúde (CNS). Na avalição dos profissionais “a burocracia que penaliza a Pesquisa Clínica submete cientistas e pacientes a prazos e preconceitos há muito tempo superados em outros países. Como consequência desse atraso, estamos nos distanciando da pesquisa e desenvolvimento do que há de mais novo em termos de tecnologia e conhecimento na área de saúde.”

Na carta, os pesquisadores ainda esclarecem que essa proposta, trava ainda mais a área de Pesquisa Clínica e projetos de inovação. “Nós, pesquisadores, consideramos um desrespeito à ciência brasileira que o pleito por processos e regras mais eficientes seja intencionalmente usado como instrumento para confundir questões éticas, como se o CNS e a CONEP tivessem sido escolhidos, por eles próprios, como únicos guardiões da proteção do sujeito de pesquisa e do interesse coletivo”. O texto ainda continua: “Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mudou as regras, melhorou processos e promete reduzir prazos sem que ninguém tenha se aventurado a dizer que a agência abriu mão de cuidados éticos.” O documento é referendado pelas principais instituições do País, como Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Aliança para Pesquisa Clínica, Faculdade de Medicina da USP, Academia Nacional de Medicina e Associação Médica Brasileira, além de pesquisadores e professores dos centros de referência em pesquisa clínica e inovação no País.


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O BIMESTRE

Por Luiz Carlos de Almeida (SP)

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ão Paulo – Telerradiologia: uma revisão importante – O Conselho Federal de Medicina reuniu, juntamente com a Associação Médica Brasileira e o Colégio Brasileiro de Radiologia especialistas de diversas instituições para discutir a Resolução que normatiza a Telerradiologia no País. O encontro ocorreu no auditório do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas, com a participação do dr. Carlos Vital T. Correa Lima, presidente do CFM, Florentino de Araujo Cardoso Filho, presidente da AMB, dr. Antonio Carlos Matteoni de Athayde, presidente do CBR e dr. Aldemir Humberto Soares, coordenador da Câmara Técnica de Diagnóstico por Imagem. Os trabalhos foram abertos pelo dr. Henrique Carrete Jr., com as manifestações de cada segmento sobre a importância e a necessidade de se aperfeiçoar cada vez mais esta resolução. Inicialmente, a radiologista, dra. Alexandra Monteiro, da UERJ, uma estudiosa do assunto, com intensa participação na formalização do documento, falou sobre a resolução, (www.cbr.org.br) destacando a importância das discussões sobre esse tema, pelas características do nosso País, e a neces-

sidade de uma padronização de condutas, com o foco na qualidade. Os drs. Gustavo Meirelles, Claudio G. Alves da Costa, José Alejando Bullon, Gilberto Bergstein, Conrado F. de Albuquerque Cavalcanti e Emmanuel Fortes Silva, mostraram os diversos aspectos que envolvem os serviços de telerradiologia e a necessidade de observar as condições técni-

cas, conformidade jurídica, o armazenamento digital, o controle de qualidade e, finalmente o processo de fiscalização. Uma importante contribuição das entidades para os serviços que pretendem oferecer telerradiologia com qualidade. Os profs. Giovanni Guido Cerri, diretor do InRad HCFMUSP e José Otavio Costa Auler Jr., diretor da FMUSP saudaram os participantes.

ecife – Homenagens marcam evento da SRPE – O registro é importante, mas, a nossa periodicidade às vezes dificulta. Contrapondo-se à velha máxima de que o País não tem memória, aproveitamos esta edição para resgatar as comemorações dos 25 anos de um dos eventos importantes do País, não só por sua história, como também pela sua contribuição para a especialidade e para a região Nordeste: o Curso de Imagem da Mama, criado e coordenado pela dra. Norma Maranhão, que está comemorando 25 anos. O marco dessa comemoração foi a Jornada Pernambucana de Radiologia, fundada há 18 anos, realizada em junho último, e que também comemorou sua maioridade. Sucesso de público e de organização, o evento preservou sua característica principal, o da confraternização e sociabilidade, com uma festa junina muito animada, tendo a frente a presidente Maria de Fatima Vasco Aragão. O conteúdo científico, muito elogiado, reuniu nomes de grande expressão da especialidade, e abriu espaço para também homenagear o dr. Henrique Carrete Jr., ex-presidente do CBR que esteve acompanhado do dr. Antonio Carlos de Matteoni de Athayde, presidente de honra do evento. Criado em 1990, pela dra. Norma Maranhão o Curso do Diagnóstico por Imagem da Mama, passados estes 25 anos, tem que ser analisado pela sua contribuição para a especialidade. Surgiu em um momento importante, acompanhando de perto a evolução do método e da tecnologia mamográfica, próximo ao Programa de Qualidade em Mamografia, uma das mais bem-sucedidas iniciativas do CBR, por estabelecer protocolos e definir parâmetros para a valorização do método; Como consequência do crescimento do seu curso, dra. Norma Maranhão, ao lado de um grupo de especialistas fundou a Jornada Pernambucana de Radiologia, ajudando a transformá-la em uma das mais organizadas e mais bem-sucedidas, no portfólio do CBR. A SRPE chega ao ano de 2015 com um saldo muito positivo de realizações, com um calendário de atividades, cursos e programas de ensino bem estruturado e eficiente. A solenidade – No ato a Dra Norma Maranhão (PE) e Dr. Henrique Carrete (SP) foram agraciados com o título de Membro Honorário da SRPE, entregue pelos ex-presidentes, drs. Luiz Carlos Ferrer e Antônio Carvalho Lira.

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ão Paulo – SPR inova e mobiliza o público jovem – Criado pelo saudoso prof Feres Secaf, o curso que leva o seu nome e vem sendo aperfeiçoado pela Sociedade Paulista de Radiologia ao longo destes anos, em sua edição de 2015 superou todas as expectativas. Reunindo mais de 1.500 médicos, em sua quase totalidade, jovens médicos, o evento vem mostrando que o formato deu certo. Neste ano, com um “up”, a participação da AIRP – American Institute of Radiology and Patology, parceria que abre espaço para estágio nos Estados Unidos, o evento ganhou um grande estímulo. Dinâmico, temas da prática diária, casuística rica e motivadora, a iniciativa teve o apoio de outros ingredientes. Fundamental, foi a decisão de criar gratuidade para os sócios da SPR, mediante cláusulas rigorosas, bem interessantes e inteligentes, implantadas na gestão do dr. Antonio Rocha e mantida pelo atual, dr. Antonio Soares de Souza. Parabéns. Cláusulas que valorizam todo o esforço da entidade.


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Por Luiz Carlos de Almeida (SP)

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ENTREVISTA

InRad foca na Inovação por soluções para a Saúde Na busca por soluções para os problemas da saúde e de forma a contribuir para o desenvolvimento do País, o Instituto de Radiologia HCFMUSP instituiu em 2014 o Projeto Inovar, com o objetivo de aproximar o conhecimento acadêmico da indústria. Para implementar esse projeto, foi criada dentro da estrutura do InRad uma diretoria de Ensino, Pesquisa e Inovação, sob a responsabilidade da profa. Cláudia da Costa Leite.

Prof. Giovanni Guido Cerri

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dealizador do Projeto Inovar, o prof. Giovanni Guido Cerri, presidente do Conselho Diretor do InRad, vê com otimismo o andamento dessa iniciativa, que já tem um primeiro parceiro definido: a GE Healthcare. A meta é atrair no futuro, novas parcerias, que tenham como filosofia investir no País, não apenas em tecnologia, mas, em formação de mão de obra especializada, em pesquisa e em ensino. “Parcerias entre a universidade e a indústria, para pensar e estruturar projetos que possam melhorar a saúde do cidadão e, consequentemente, sua qualidade de vida, é uma obrigação da universidade”, explica o prof. Cerri, afirmando que a idéia de desenvolver projetos com a GE era um desejo antigo, tanto do InRad, como das lideranças executivas da empresa. Nesse primeiro projeto, em andamento, a GE Healthcare, que tem a frente o executivo Eudemberg Silva, estarão integradas as áreas de intervenção, ressonância magnética e medicina nuclear e imagem molecular. “Existem outros projetos, já definidos, como o de rastreabilidade de medicamentos, desenvolvido no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), sob a coordenação do Prof. Eduardo Dias, da Escola Politécnica da USP, contratado para o projeto. Todo o Complexo HCFMUSP pode participar e, num momento difícil como esse que o País enfrenta, “esse pode ser um caminho interessante”, lembra o prof. Cerri. A inauguração do “novo InRad”, ampliado e modernizado, foi um passo muito importante para que o Projeto Inovar se transformasse numa realidade. Com novas salas, infraestrutura adequada e auditórios com tecnologia audiovisual avançada, soma-

dos à dedicação de profissionais altamente qualificados e focados nas áreas de pesquisa, “estamos dando um passo decisivo para que o projeto se consolide, se expanda e integre todo o Complexo do Hospital das Clínicas”. Outras parcerias com a iniciativa privada, que ajudam a desenvolver a pesquisa, já existem e estão em andamento, informa o prof. Cerri. O pensamento é expandir e desenvolver novas ideias, como já está acontecendo com o Projeto de Rastreabilidade de Medicamentos, com o ICESP e a indústria farmacêutica. “Já desenvolvemos, há algum tempo,

pesquisas com a área de Ultrassom da Toshiba Medical e o Serviço de Ultrassonografia do InRad na área de tecnologia, na busca de resultados e aplicabilidade. A médio prazo, iniciativas como essa, serão integradas ao Projeto Inovar e, como a empresa tem programas para o País, poderão se estender para outras áreas como tomografia e ressonância magnética. “Com a Philips, estamos discutindo um projeto de colaboração em Tecnologia da Informação (TI), no acompanhamento e rastreamento de banco de dados para pacientes com câncer, inicialmente com o ICESP e, depois, com outros hospitais que

prestam atendimento oncológico. E, com a empresa Siemens, são ideias vinculadas ao equipamento 7 Tesla, que está dentro do Projeto da Plataforma de Imagem na Sala de Autópsia (Pisa), na Faculdade de Medicina da USP”, afirmou. O Projeto Inovar dá seus primeiros passos, inicialmente com a GE Healthcare, mas, a nossa expectativa é que todas as iniciativas resultem em projetos colaborativos com as indústrias que já têm sido parceiras da instituição há muito tempo. “Todos esses projetos deverão ser agregados ao Centro de Inovação”, concluiu o Prof. Cerri.


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ENTREVISTA

Por Luiz Carlos de Almeida e Gislene R. Silva (SP)

Acreditação ditará o futuro para clínicas e serviços de imagem Mais do que um conjunto de normas, o Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem (PADI), que o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) apresentará aos especialistas do setor será um marco na história da instituição e do segmento médico em geral. Foram dois anos de intenso trabalho, discussões e muito debate com gestores e profissionais da área na busca de um consenso. O objetivo maior: criar mecanismos de qualificação com o objetivo de acreditar os serviços da área da imagem em benefício dos pacientes.

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ara o dr. Conrado Cavalcanti, coordenador do PADI, que iniciou este trabalho na gestão do dr. Henrique Carrete Jr., e foi mantido pelo atual presidente, dr. Antonio Carlos Matteoni de Athayde, “é um programa pioneiro, que vai mudar a relação dos médicos e dos serviços de imagem, através da valorização da cultura da qualidade. Acreditação, em saúde, é muito mais do que um Selo de Qualidade, é um programa que busca aperfeiçoar e aprimorar, não só o atendimento médico, mas toda sua estrutura, visando o melhor para os profissionais e pacientes. “É uma qualificação que se realiza através de um processo que envolve todos os setores de uma empresa. Com esta certificação os serviços serão melhor recompensados e remunerados”. A partir dessas definições, o dr. Conrado Cavalcanti, em entrevista ao ID, faz uma análise do empenho das diretorias, os obstáculos vencidos e a conclusão dos trabalhos. ID – O que é o PADI? Dr. Conrado Cavalcanti – Como o próprio nome diz é um Programa de Acreditação específico para a área do Diagnóstico por Imagem. Existem diversos programas no mundo, mas no Brasil, o PADI é o único exclusivo para a especialidade. Foi criado para atender às exigências do segmento da saúde, das agências reguladoras e, principalmente, para valorização dos serviços e

profissionais que priorizam a qualidade. ID – Como se define a Acreditação? Dr. Conrado – De forma bem simples, é quando você confere um certificado a um serviço atestando a qualidade do mesmo. É todo um processo, um conjunto de ações envolvendo todas as etapas do exame, desde a primeira ligação do paciente ou comparecimento a clínica, passando pelo atendimento, recepção, a realização do exame/procedimento, até a retirada do laudo. E, esse processo se amplia e se estende a outros aspectos como o atendimento, a segurança dos processos, aspectos operacionais, não somente relacionado aos pacientes e seus acompanhantes, mas também, de quem trabalha na instituição. ID – O que levou o CBR a elaborar este programa e qual é o diferencial do PADI? Dr. Conrado – O que levou o CBR a fazer isso foi o mercado. A área da imagem, por suas características, pelos investimentos imprescindíveis em tecnologia, na atualização e aprimoramento contínuo dos profissionais da área, possui uma robusta estrutura assistencial muito forte, e ao mesmo tempo, uma estrutura técnico-administrativa muito complexa, como qualquer empresa. Então, se por um lado o foco é o paciente, como chegar a esse paciente inclui exigências empresariais muito fortes. Dessa forma, a certificação e o diferencial dos serviços são uma necessidade. Os Compradores e Agências Reguladoras precisam de parâmetros

para essa avaliação, e o CBR esteve sempre Dr. Conrado – Há dois anos nós trabaatento a essa realidade, pois, esse é um merlhamos nisso. O primeiro passo foi verificado em plena expansão que precisa deste car se iríamos fazer ou não. A viabilidade selo de acreditação, como um diferencial do política de construir um programa como padrão de qualidade praticado nos serviços. esse, é complexa, entretanto, a proposta foi ID – Como foi a evolução do PADI? feita e apresentada em Assembleia Geral Dr. Conrado – O idealizador e principal do CBR, em 2013. Obtivemos a aprovação impulsionador do prounânime para assumir grama foi o dr. Henrique esse papel com todos os Carrrete Jr., ao assumir a ônus e bônus, ratificado presidência do CBR em na assembleia de 2014. E 2012. O nosso grande os Conselhos (ou consedesafio era saber se o lheiros) e ex-presidentes CBR teria condições de nunca fizeram oposição assumir essa demanda. para que o CBR deixasse Juntamente com todos os de assumir este papel. Até ex-presidentes, os consemesmo as diretorias de lhos e as assembleias, tochapas diferentes não se mamos a decisão de criar opuseram. o PADI, pois, entendemos ID – Como se desenque isso deveria ser realivolveu todo o processo, zado por quem realmente que está em vias de ser Dr. Conrado Cavalcanti entende do assunto, que lançado? são os Radiologistas. Assim, o CBR decidiu Dr. Conrado – Primeiro construímos as encarar o desafio, por deter o conhecimento normas, contratamos uma empresa espee estar mais apto para a implantação desse cializada em qualidade, a Formato Clínico, programa. para elaboração do programa, na qual o dr. O PADI surgiu para atender as necesCarlos Moura teve uma participação muito sidades do mercado e das agências regulaimportante, principalmente, na construção doras, que cada vez mais, irão exigir não dos critérios, sempre com a preocupação de somente a excelência nos atendimentos, mas não aumentar custos com a implantação do também, processos seguros. programa, pois a ideia é não onerar os serID – Quando iniciaram as tratativas para fazer o programa? CONTINUA


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ENTREVISTA

Acreditação ditará o futuro para clínicas e serviços de imagem CONCLUSÃO viços e as clínicas. O trabalho contou com o apoio de todas as comissões, com sugestões para o processo de elaboração do conteúdo teórico. Então, construímos as normas e as colocamos em consulta pública, e posteriormente, fizemos as devidas adequações. ID – Como será o processo de Acreditação? Dr. Conrado – Na sequência instituímos os cursos para formação dos auditores internos e externos, que irão auditar as clínicas. Antes, fizemos duas auditorias piloto para testarmos o programa na prática. Recentemente abrimos as inscrições para o mercado e a resposta foi bem positiva. É importante esclarecer que existe uma questão política no ar que é a lei 13.003, aprovada pela presidente Dilma Roussef, no ano passado, e regulamentada pela ANS em dezembro. O CBR participou das reuniões para regulamentação dessa lei, que basicamente atrela o fator de qualidade com o reajuste dos serviços. ID – O fator qualidade também foi regulamentado? Dr. Conrado – Sim. Quem tiver o padrão de qualidade mais elevado, será melhor avaliado e remunerado, num futuro bem próximo. Então, isso traz grande interesse, não somente pelo lado comercial, mas porque todos querem ter qualidade, além da segurança. Ou seja, quem possuir a Acreditação não será descredenciado. A qualidade vai ser cada vez mais, uma obrigação do serviço. Então, o Selo de Acreditação do PADI, será um agente de valorização e recomendação do serviço, da clínica ou da empresa. Essa resposta inicial dá uma pequena amostra do interesse pelo PADI, e o CBR está atento e se preparando para dar conta dessa demanda.

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ID – As empresas e clínicas terão grandes desafios também? Dr. Conrado – Não será fácil obter esta certificação. Provavelmente todos terão que passar por adequações para atender os requisitos exigidos. Como já citei antes, o CBR procurou não onerar as empresas, clínicas e serviços de imagem, mas, para construir um Programa de Acreditação, a entidade teve que ser certificada por uma empresa internacional, a ISQUa (Internacional Society for Quality in Health Care) para estar apta para implantar esse programa. Essa é uma exigência da ANS – Agencia Nacional de Saúde, para reconhecimento do PADI. Tivemos que seguir todos os passos necessários para validar a nossa certificação. A curto prazo isso dará trabalho para todos, mas a médio e longo prazo, trará benefícios para todos que participarem. ID – O CBR está preparado para isso? Dr. Conrado – Está sim. Já são dois anos de trabalho e planejamento. Investimos muito para colocar a certificação em prática. O PADI terá uma gestão, tanto administrativa quanto financeira, independente da diretoria do CBR, para que não esteja sujeito a pressões políticas e tenha autonomia para conceder ou não uma acreditação. A cada ano vamos aprimorar o nosso programa de qualidade e, consequentemente, cada vez mais exigentes. Esperamos que no futuro, daqui a 10 anos, quem tiver conquistado esse certificado, pratique uma prestação de serviço muito acima da média - nível de excelência no atendimento. E, desejamos que sejam recompensados pela adesão a um processo de qualidade contínua. Também, pretendemos divulgar

o programa com outros especialistas: endócrinos, cardiologistas, oncologistas, entre outros profissionais. Faremos, também, ações em congressos para valorizar a marca, ou seja, quando um paciente ou médico visualizarem o selo do PADI, terá a certeza que aquele serviço é recomendado, confiável e seguro. ID – Quais os benefícios que o PADI trará aos pacientes? Dr. Conrado Cavalcanti – O grande beneficiário deste programa será o paciente, que vai ser atendido com segurança, além da redução de riscos durante a execução do processo. Ou seja, que ele tenha a certeza que vai receber o melhor atendimento, desde o começo até o final. E, é isso que o CBR, a Agência Reguladora de Saúde e o governo querem: o paciente, como o principal beneficiário do programa. ID – E, para o CBR, qual a importância do PADI? Dr. Conrado – Eu acredito que o Programa será um divisor de águas para o CBR, pois a qualidade será valorizada pelo governo, operadoras de planos de saúde, agências reguladoras, médicos e pacientes. O Colégio normatizará os termos da qualidade a serem adotados, e isso, acabará com o serviço de má-qualidade. Existem questões éticas envolvidas, entretanto, posturas duvidosas ou que não atendam o padrão mínimo exigido,

não serão aceitos no programa. Para maior adesão e credibilidade no programa de acreditação, vamos estabelecer uma periodicidade para revisão de todos os critérios e regras estipulados, de forma, a atender as necessidades geradas pelo processo de evolução desse segmento de atuação, ditado pelo crescente avanço da tecnologia. Então, é o início de um trabalho infinito, mas o Colégio vai colaborar com a sua expertise, na normatização das boas práticas para o mercado, contemplando tanto as questões de ordem técnicas, quanto as éticas. ID – Quem pode participar? Dr. Conrado Cavalcanti – Qualquer serviço da área do Diagnóstico por Imagem. Um serviço de pequeno porte, que realize somente ultrassonografia, por exemplo, pode se candidatar da mesma forma que uma corporação composta por dezenas de clínicas. O PADI foi elaborado para atender todos os serviços, de pequenas ou grandes estruturas, de métodos únicos ou múltiplos, que englobem medicina nuclear ou radiologia. Queremos agregar todas as empresas desse segmento neste guarda-chuva do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.


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ENTREVISTA

Por Luiz Carlos de Almeida e Silvia Veronica Santos (SP)

EPM reestrutura área da Imagem e se prepara para novos desafios Com novos desafios, o prof. Nitamar Abdala acaba de ser reeleito para mais um mandato de três anos à frente do Departamento de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Escola Paulista de Medicina – UNIFESP.

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omemorando algumas conquistas, como a reforma das instalações do Departamento de Radiologia, os avanços nos trabalhos para reposicionar a EPM como referência em ensino na área da imagem, a conquista de novos equipamentos, o prof. Nitamar reconhece que há um longo caminho a percorrer. Quando assumiu, em 2012, Nitamar Abdala encontrou melhorias implantadas na gestão dos drs. Sergio Ajzen e Artur Fernandes, que foram à base para seu projeto de reestruturação. Em entrevista ao ID – Interação Diagnóstica, enfatizou que seus “objetivos, ao assumir pela primeira vez, partiam de uma estratégia central: o Departamento precisava receber novos equipamentos e reformar suas instalações, o que se entendia como a grande aposta no sentido de elevar a qualidade do ensino e da pesquisa. Com a reforma estrutural, seria implantado “um ambiente com maior estímulo à participação de estudantes, professores e residentes”. Com a busca insistente de recursos do Governo Federal, viu parte dos objetivos concretizados, a reforma em fase final e os novos equipamentos adquiridos. “Temos hoje um equipamento de RM 3T – uma necessidade para o ensino, pesquisa e atendimento aos pacientes. Além da ressonância magnética, temos dois tomógrafos com 64 canais, dois equipamentos de medicina nuclear e vários equipamentos de mamografia, de raios X telecomandados e de ultrassom. A disponibilidade de equipamentos

modernos estimula a participação de graduandos, residentes e pós-graduandos, além dos docentes. São profissionais que saem daqui bem formados para atender à comunidade e também continuam contribuindo para elevar o nível do ensino na instituição. Assim criamos uma sinergia entre a formação, ensino e a pesquisa. “São conquistas muito valiosas”, comemora Nitamar Abdala.

Renovação Estrutural “A aquisição e a reforma dos equipamentos exigia uma renovação estrutural consistente. E foi o que aconteceu. Hoje, estamos concluindo as obras e teremos um espaço que favorece o estudo, a pesquisa, a troca de experiências e o atendimento à população. Com recursos do governo federal, da Fundação IDI e do Hospital São Paulo, estamos finalizando a reforma completa do prédio, que vai ganhar novo anfiteatro preparado para gravações e transmissões de aulas, com 60 lugares. Instalações adequadas, com salas de laudos para 25 posições, área de atendimento a pacientes e de exames, as quais foram completamente reformadas, com a implantação de acessos exclusivos para médicos -– um recurso essencial ao trabalho das equipes e que era insuficiente e inadequado. Os investimentos também alcançaram as instalações de dados, elétricas e sanitárias, além de mais conforto do mobiliário e segurança. A evidência mais contundente dos resultados positivos de todas essas transformações é o maior entusiasmo dos que ali

trabalham. “Os docentes tíficos. Nesse contexto, mais estimulados a derealizou doações de diversenvolver suas atividades sos equipamentos durante acabam empolgando os o processo de renovação graduandos e os residenestrutural. Foram cerca tes, que são essenciais de 400 itens doados no em um departamento de últimos anos, entre eles Radiologia. Cria-se, asressonância de 1,5 tesla, sim, um círculo virtuoso”, tomografia de 64 canais, salienta Nitamar Abdala. aparelho de medicina nuclear, vários equipamentos Uma segunda reforma de ultrassom e mamogratambém está em fase de fia, entre outros”, explica finalização no Hospital o dr. Abdala, que é o atual São Paulo. Será uma nova presidente da Fundação. área de radiologia com Depois de promover mamógrafos, ressonância Prof. Nitamar Abdala tantas transformações, Nimagnética, tomógrafo, ultrassons e raios-X, localizada no espaço do tamar Abdala percebe maior entusiasmo de Pronto-Socorro. quem faz o Departamento funcionar. “Vejo as pessoas conversarem mais, em diversas Apoio ao ensino e à pesquisa reuniões e estudos, com melhores condições de trabalho. Parece algo simples, mas não Dentro de todo esse processo, reconheé uma conquista fácil. Agora, seguimos na ce o prof. Nitamar Abdala, foi decisivo o direção de melhorar o nível da residência, apoio da Fundação IDI, o antigo Instituto elevar a nota da pós-graduação, com a difícil de Diagnóstico por Imagem, criado como meta de chegar à média seis na nota CAPES. órgão suplementar da Universidade. Em Vamos continuar trabalhando para que isso 2001, o IDI assumiu serviços de radiologia e aconteça”, assegura. diagnóstico por imagem para a Prefeitura de Declaradamente otimista, Nitamar São Paulo e em seguida para o Estado. Em Abdala vislumbra novos avanços que vão 2006, o Instituto se transformou na Fundamanter o processo de elevação da qualidade ção IDI – mantendo o objetivo de prestação do ensino, da pesquisa e dos serviços adde serviços, com atuação ampliada hoje para ministrativos, a fim de continuar formando os estados de Goiás e da Bahia. excelentes profissionais e prestando aten“A Fundação tem como uma de suas dimento de qualidade à população, uma missões auxiliar o Departamento de Diagtradição da Escola Paulista de Medicina. nóstico por Imagem em seus projetos cien-


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ATUALIZAÇÃO

Radiação: monitoramento vai além do controle de dose O controle de dose de radiação é o tema em quase todos os cantos do mundo, com abordagens mais ou menos críticas, pois a radiologia moderna, seus benefícios e seus riscos fazem parte da rotina de qualquer serviço.

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m Viena, no Congresso Europeu de Radiologia (ECR 2015), assim como na JPR´2015, o assunto fez parte da programação e foi exaustivamente debatido, com ênfase para um aspecto: os profissionais da imagem devem estar sempre muito atentos. As empresas também estão preocupadas e o marketing não abre mão de enfatizar e valorizar em suas propagandas, as configurações dos equipamentos que reduzem as doses nos procedimentos diagnósticos. Em um dos debates, mereceu destaque a abordagem feita por Dara Murphy, especialista em física médica, onde reconhece “que um software de monitoramento de dose pode ser muito benéfico para o controle de dose, mas é importante que a equipe esteja ciente de algumas questões para produzir a avaliação e a otimização da dose, em especial nos exames de tomografia computadorizada”. “As instituições precisam, por exemplo, estar cientes do que estão medindo e por quê; compreender certas questões técnicas relacionadas com o tamanho do paciente, dose e qualidade da imagem; e aderir a um léxico de imagem padrão”, defendeu o profissional, que atua no Departamento de Radiologia do Our Lady’s Children’s Hospital, Crumlin (OLCHC), em Dublin, Irlanda. O OLCHC é parte do Sistema Integrado Nacional de Imagem Médica (NIMIS, em inglês), uma iniciativa de RIS/PACS nacional do sistema de saúde irlandês. O programa começou em 2010 e será concluído em 2016, e conta com um software de rastreamento de dose. Dados de todas as TCs utilizando o NIMIS estão sendo reunidos em uma plataforma, criando um registro de dose nacional. “É importante entender que eles não estão rastreando a dose do paciente, mas, sim, medindo-as. Enquanto há uma forte crença de que o monitoramento da exposição cumulativa não deve ter nada a ver com justificativas para estudos de imagem do futuro. O software de monitoramento pode certamente ajudar na otimização de dose na rotina medica”, defendeu Dr. Murphy, de acordo com reportagem publicada no AuntMinnie.com. A exemplo do que já defendem especialistas de grande reconhecimento internacional, Dara Murphy também defendeu que é um risco muito grande generalizar e tentar estimar riscos para populações inteiras a partir desses parâmetros: “É tudo uma questão de definir a dose no órgão, e tentar trabalhar basicamente qual é a dose para um paciente específico, e não para toda uma população”. Segundo ele, os clínicos também podem não entender que a exposição cumulativa à radiação não deveria influenciar em uma decisão de pedir ou não mais uma TC. “O clínico pode dizer: ‘Esse paciente já fez cinco TCs, e isso é muita radiação’. Então, mesmo que a sexta seja justificada, talvez queiram

abortá-la e escolher outro caminho, apesar da tomografia ser a melhor opção naquele caso. Embora seja verdade que cinco TCs oferecem mais riscos do que uma, isso não significa que o risco se acumula, nem que a quinta TC é, de forma alguma, mais perigosa do que a primeira”, defendeu. Ele explicou que esse conceito se refere aos efeitos aleatórios da dose de radiação, e não seus efeitos sobre o tecido. Assim, a exposição cumulativa é claramente importante, por exemplo, para a radiologia intervencionista e procedimentos de cardiologia intervencionista. Mas ele reforça que, do processo de justificativa, a exposição cumulativa não

teria papel algum no caso de uma sexta TC.

A importância do rastreamento Ainda segundo o entrevistado, o rastreamento de dose permite aos médicos se afastar da ideia de um paciente de tamanho “padrão” e estender os níveis de referência de diagnóstico a pacientes de todos os tamanhos. “É comum a criação de protocolos específicos para pediatria, mas é menos comum ter esses protocolos para adultos. Como adultos variam consideravelmente em tamanho, parece sensato, portanto, a adoção

dessa metodologia e a criação de valores de referência com base na largura do corpo”, explicou. Ele continuou explicando que o rastreamento de dose - ou, mais precisamente, o software de monitoramento de métricas de dose - oferece a possibilidade de automatizar o cálculo da informação relevante que influencia a dose do paciente, como o diâmetro do paciente. A reportagem completa, publicada pelo AuntMinnie, em inglês, pode ser acessada no link http://www.auntminnieeurope. com/index.aspx?sec=rca&sub=ecr_2015&p ag=dis&itemId=611288.


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AGOSTO / SETEMBRO 2015 - ANO 13 - Nº 87 Por Gislene R. Silva (SP)

REGISTRO

BARD fortalece sua posição na América Latina

C

om escritórios no Brasil, Chile, México, Colômbia e Porto Rico, atuando na grande maioria dos países do continente através de parceiros e de seus 188 funcionários diretos, a BARD inicia uma nova etapa em sua história na América Latina, com fortes investimentos em seus diferentes segmentos de atuação e a contratação de Rima Alameddine para a vice-presidência na América Latina. Com uma história na área de diagnóstico por imagem, Rima Alameddine falou ao ID Interação Diagnóstica sobre a importância desse novo desafio na sua carreira, após 11 anos na GE Healthcare, de onde saiu no mês de maio e cuja experiência certamente muito contribuirá para a nova responsabilidade. “O Brasil tem um papel de extrema importância para a BARD Internacional, pois é um mercado com grande potencial de crescimento em segmentos específicos e onde investimentos recentes tem gerado um expressivo retorno, além de representar 45% das vendas da América Latina. Desde a década de 90 seus produtos eram registrados e comercializados por distribuidores locais, mas esta história começou a mudar em 2010, com a chegada da BARD em território Brasileiro.”, enfatizou. Esclarece Rima Alameddine que a parceria entre a Bard e seus distribuidores continua. A única mudança nesse relacionamento é que os registros dos produtos no Brasil foram transferidos para o domínio de seu fabricante, a Bard. Para o ambiente radiológico, Rima Alameddine onde se tornou bastante conhecida, a executiva lembra que o grande foco da empresa está direcionado para a área de intervenção. Mas, o seu portfólio de negócios é muito mais amplo, com atuação em cinco áreas de negócios: BAS (Bard Access Systems), que trabalha com Ports e Cateteres para acesso venoso central, BMD (Bard Medical Devices), com Cateteres percutâneos de dilatação, drenagem e extração de cálculos renais para urologia, BBS (Bard Biopsy Systems), com aparelhos, agulhas e marcadores para biopsia de mama, DAVOL, com telas e grampeadores para correção de hérnias ventrais e inguinais, e finalmente, BPV (Bard Peripheral Vascular), com estentes e balões para angioplastia vascular periférica, além de filtro de veia cava. A contratação de uma vice-presidente e os novos investimentos da empresa faz parte de um processo que, ano a ano, vem se consolidando. “Em 2015 a Bard ampliou a sua atuação nos mercados de cirurgia endovascular, cirurgia geral e terapia intensiva, através dos lançamentos de Denali (Filtro de Veia Cava), Ventralex, Ventrio e Echo PS (telas para correção de hérnias ventrais) e Arctic Sun (sistema de monitoramento e controle de temperatura corpórea) respectivamente”, destaca Rima. Para 2016 são esperados vários outros lançamentos nas diferentes divisões. Jogar para ganhar é a grande mensagem que Rima Alameddine deixa para o mercado, em momento que considera “delicado” para o País e que, por certo, exigirá mais empenho, mais trabalho e mais dedicação, dentro dos princípios que definem a missão da BARD na área da saúde como um todo.

ENTREVISTA

Soluções digitais revolucionam relação com a gestante Soluções integradas e dispositivos conectados são alguns dos diferenciais que a Samsung traz para o mercado, apoiados na sua experiência com eletrônicos e na proposta de revolucionar a área médica. Quem esteve na JPR´2015 pôde conhecer os novos produtos da empresa, principalmente nas áreas de ultrassom e radiologia digital.

U

m dos destaques foi à proposta inovadora da solução Ultrasound Extend Experience, desenvolvida no Brasil, criada para agilizar e ampliar o acesso ao processo de gravidez, inserindo o médico e a paciente na era digital. Com recursos de um simples aplicativo, o médico pode espelhar imediatamente as imagens do ultrassom para a TV, tablet ou celular dos pais da criança. E ainda, se quiser, pode imprimir as fotos apenas com um toque em seu smartphone. “A Samsung criou uma solução que possibilita, automaticamente, sem atrapalhar a rotina do médico, transmitir as informações do aparelho de ultrassom para um tablet ou smartphone em qualquer lugar do mundo. Um pai que não pode estar no exame morfológico, por exemplo, consegue acompanhar e compartilhar reações e emoções com a esposa” comenta Denilson Kuratomi, Diretor Geral da divisão médica da Samsung. A solução foi deDenilson Kuratomi senvolvida no Brasil. “A pesquisa contou com médicos brasileiros e mães brasileiras. Nada foi importado, tudo foi desenvolvido dentro do país. Nosso objetivo é proporcionar uma experiência única. E é na sala de exames que essa conexão acontece”, complementa Michel Fontana, lead designer da Samsung. De acordo com Kuratomi, a empresa está investindo fortemente na conectividade entre aparelhos e esta solução, até o início de 2016, estará disponível para o mercado. “Contamos com soluções integradas e diferentes recursos em conectividade, aumentando assim a presença da Samsung no desenvolvimento do que chamamos de Internet das coisas (IoT). Somos a empresa mais preparada para aplicar os conceitos do IoT em todas as áreas, inclusive nos consultórios.” “Essas soluções podem, ainda, proporcionar para

o profissional de saúde um aumento na renda de seus consultórios. Pois eles criam serviços agregados ao ato médico, que ajudarão a paciente a marcar esse acontecimento com fotos, álbuns etc. Enfim, estamos tentando criar demanda para os nossos clientes”, explica. Novos equipamentos – Além destas novidades, a Samsung também apresentou dois novos aparelhos de ultrassom: os modelos RS80A e WS80A Elite. O primeiro equipamento traz uma arquitetura S-Vision, que garante uma qualidade de imagem, redução de ruídos e riqueza de detalhes. “O usuário tem uma melhor visão da área escaneada pelo ultrassom, graças à tecnologia de agente de contraste e a um conjunto de tecnologia 3D, que fornecem uma imagem mais realista”, explica Kuratomi. Já o WS80A cria imagens 3D com nitidez e detalhamento. O grande destaque do produto é a conectividade com o usuário. Através do equipamento é possível ver o rosto do bebê em 3D, alterando a direção da luz como quiser. Com o aplicativo Hello Mom, os pais podem fazer o download de fotos gerados pelo equipamento e acompanhar o crescimento do bebê. Além disso, é possível gerar imagens otimizadas para serem vistas em televisores 3D.

Ampliando o port fólio Durante a Jornada Paulista, a companhia também divulgou seu portfólio de raio–x digital. Os aparelhos GR40CW e GU60A apresentados pela primeira vez ao mercado. “Atualmente o Brasil tem uma demanda gigantesca em transformar a base analógica em digital. Hoje o nosso detector é sem fio, por isso não temos mais aqueles problemas de cabos passando pelas clínicas. Os nossos aparelhos têm uma ótima qualidade de imagem. Além de seguirem o próprio tema da Jornada, que é a baixa dose que proporciona segurança para o técnico e para o paciente”, conclui Clara Zitune, Gerente de Produtos da área de Raio-X Digital no Brasil.


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LANÇAMENTO

Por Gislene R. Silva (SP)

Avanços na ultrassonografia ampliam o uso de contraste Evento anual, promovido pela Bracco Imaging, o IBISCUS (International Imaging School for Contrast-Enhanced Ultrasound) marcou o lançamento da segunda geração de contrastes por microbolhas da empresa italiana, Sonovue, em São Paulo, no Centro de Convenções Rebouças.

P

ara viabilizar sua realização, neste ano de 2015, o evento contou com o apoio da FLAUS (Federação Latino americana de Sociedades de Ultrassom em Medicina e Biologia), em março, tendo a frente a dra. Maria Cristina Chammas. Nomes de grande expressão, na especialidade, como os prof. Luigi Solbiatti, Emilio Quaia, da Itália, e Ernest M. Jung, da Alemanha, ao lado de especialistas brasileiros, conduziram o conteúdo científico, mostrando os avanços dessa técnica ultrassonográfica e o grande potencial que o uso de contraste abre para a especialidade. A dra. Maria Cristina Chammas, diretora do Serviço de Ultrassonogrfia do InRad e presidente da FLAUS na oportunidade, abriu os trabalhos, destacando que o InRad desenvolve projetos de pesquisa com o uso de contraste por microbolhas há algum tempo. Uma das pioneiras no País, lembrou que a “a Bracco desenvolveu e trouxe a tecnologia e ela está sendo implantada com sucesso no Brasil. Vários centros estão estudando e implantando sua utilização, trabalhos científicos vem sem produzidos e, na medida que for mais conhecida e aplicada por mais profissionais, ela acredita que poderá beneficiar mais pacientes. Essa segunda geração do produto, cujo nome é Sonovue (Hexafluoreto de Enxofre) vem sendo usada na Europa, desde 2001, e no Brasil desde 2013, e sua utilização já atinge um número expressivo de pacientes

segurança farmacológia, não é nefrotóxico, não usa radiação ionizante, e tem um desempenho diagnóstico similar à Tomografia Computadorizada e à Ressonância Magnética contrastadas.

os softwares facilitam o uso do produto, os equipamentos produzem imagens mais precisas e detalhadas e melhoram diagnóstico. “Por enquanto, o uso do contraste está indicado para algumas áreas específicas, como o fígado, onde há maior sensibilidade e reação à sua indicação. Hoje, no Brasil, as técnicas utilizadas avançaram muito e os profissionais utilizam o que há de mais moderno no mercado.” Para o prof. dr. Ernest Michael Jung (diretor de Radiologia do Centro Interdisciplinar de Ultrassom do Hospital Universitário de Regensburg, Alemanha), a combinação de técnicas pode resultar em intervenções mais eficientes. “O domínio da técnica e alta resolução das imagens por ultrassom, bem como o aprimoramento dos contrastes, associada à combinação de técnica, ampliaram as possibilidades do método. Hoje, o ultrassom com contraste permite que o médico avalie, não somente, se as lesões são malignas ou benignas, mas Da esquerda para a direita, Thierry Rognard – Global Marketing Manager CEUS Bracco; Dr Emilio Quaia - Professor de Radiologia, Departamento de Radiologia, Universidade de Trieste; Dr Luigi Solbiati – Universidade Humanitas – Mi- qual é a extensão delas”, ressalta. lão; Janaina Serikawa – Gerente de Produto CEUS Bracco Brasil; Prof. Giovanni Cerri, presidente do Conselho Diretor O IBISCUS,2015 promoveu um amdo InRad; Dra. Maria Cristina Chammas; diretora do Serviço de Ultrassonografia do InRad; Dr Fernando Poralla plo debate sobre a técnica, somando a – Diretor Médico e de Assuntos Regulatórios; Dr Michael Jung – Diretor de Radiologia do Centro Interdisciplinar de experiência de cada um dos especialistas, Ultrassom do Hospital Universitário de Regensburg (Alemanha). Jaime Atalaia – Country Manager – Bracco Brasil em especial em lesões hepáticas benigNa opinião do dr. Luigi Solbiati, da nas, nas metástases hepáticas, no fígado enfatizam os especialistas Faculdade de Medicina da Universidade de cirrótico, na ablação por radiofrequencia De acordo com informações da companhia, o SonoVue é o único meio de contraste Milão, Itália, onde chefia o Departamento de e na radiofrequência, com benefícios para de segunda geração no mercado com aplicaRadiologia, e um dos pioneiro na utilização pacientes oncológicos. Casos clínicos e ção em micro e macrovasculatura que combidessa técnica,” os avanços na ultrassonoprotocolos europeus, já consagrados, bem na tecnologias específicas, o que possibilita grafia viabilizaram o uso do contraste. Até como os últimos avanços da especialidade, diagnósticos mais precisos e em tempo real. algum tempo atrás, o médico ainda encontramarcaram as principais discussões, com os va dificuldades para utilizá-lo. Atualmente O produto apresenta um bom padrão de participantes do evento. no continente Europeu, em medicina interna e na área de ecocardiografia “Alguns segmentos, como a área de ecocardiografia, o uso do produto já está mais avançado e tem produzido resultados muito bons”,


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Espondiloartrites: achados radiológicos fundamentais Definição

b) Esqueleto periférico (mais raro):

As espondiloartrites são um grupo de doenças inflamatórias com fator reumatóide negativo que acomete o esqueleto axial e articulações periféricas. Anteriormente a doença era denominada artropatia soronegativa, porém em 2009, o grupo ASAS (Assessment on SpondyloArthritis International Society) propôs a terminologia espondiloartrites (EpA), enfatizando os componentes axial (“espondilo”) e periférico (“artrite”) das doenças do grupo, definindo critérios classificatórios para EpA axiais e EpA periféricas (1,2,3) (Tabela 1). A doença é organizada em cinco grupos principais: espondilite anquilosante, artrite reativa, artrite psoriásica, artrite relacionada à doença inflamatória intestinal e artrite indiferenciada. (1)

Envolvimento assimétrico de grandes articulações (quadril > ombro)

Perda de cartilagem, com redução da interlinha articular.

Alterações ósseas erosivas ou produtivas

Critérios da Sociedade Internacional de Espondiloartrite (ASAS) - 2009 1. EpA axial: Pacientes com dor lombar ≥ 3 meses e idade de início <45 anos com: Sacroiliíte à imagem* + ≥ 1 achado de EpA**

OU

HLA B27+ + ≥ 2 achados de EpA**

2. EpA periférica: Paciente com artrite ou entesite ou dactilite associado a: ≥ 1 achado de EpA***

OU

≥ 2 outros achados EpA****

Figura 1. Sacroiliíte bilateral com fusão das articulações em paciente com espondilite anquilosante.

2. Artrite Psoriásica (AP) *Sacroiliíte na imagem:

** Achados de EpA:

***Achados de EpA

• sacroiliíte definitiva à radiografia (grau II bilateral ou III-IV unilateral) • inflamação ativa da sacroilíaca na RM, altamente sugestiva de sacroiliíte associada a EpA

• Dor lombar inflamatória • Manifestação extra-espinhal: artrite, entesite, uveíte, dactilite, psoariase, Crohn / retocolite. • Boa resposta ao AINE • Histótia familiar de EpA • HLA-B27 + • Elevação da PCR ou VHS

• Uveíte • Psoríase • Chron / RCU • Infecção pregressa • HLAB27 • Sacroiliíte na imagem

AP é a artrite inflamatória associada à psoríase cutânea. Em média 5% a 10% dos pacientes com psoríase cutânea evoluirão com a AP e o acometimento da pele precede a artrite em 75% dos casos (7) . Entre os principais achados radiográficos, destacam-se:

****Outros achados de EpA

Redução da interlinha articular com erosões envolvendo principalmente articulações periféricas das mãos e pés, com predomínio de interfalangeanas distais.

Tabela 1. Critérios diagnósticos das EpA axial e periféricas.

Envolvimento assimétrico e oligoarticular.

A EpA ocorre por volta da quarta década de vida e a presença do antígeno leucocitário humano (HLA)-B27 é achado comum, presente em 90% dos pacientes com espondilite anquilosante (EA) (5). Os demais achados de laboratório são inespecíficos, como a elevação dos marcadores inflamatórios proteína-C reativa (PCR) e velocidade de hemossedimentação de eritrócitos (VHS). (4)

Erosões ósseas hiperostosantes, com proliferação óssea (Figura 4) e entesite proliferativa hiperostosante (Figura 5).

Dactilite

Reabsorção subcondral das cabeças dos metacarpos, metatarsos e falanges dando o aspecto de “lápis dentro do copo”, podendo haver reabsorção óssea em tufos (acrosteólise).

Sacroiliíte em 35% (geralmente assimétrica) (Figura 6).

Espondilite (30%) assimétrica, com ossificação paravertebral volumosa.

• Artrite • Entesite • Dactilite • Dor lombar inflamatória • História familiar de EpA

Figura 2. Aspecto típico de “coluna em bambu” em paciente com espondilite anquilosante, com anquilose/ fusão bilateral das articulações sacroilíacas.

Fisiopatologia A principal característica das EpA é a entesopatia (inflamação das ênteses), que provoca uma osteíte reacional com erosão, associada a um processo de reparação tecidual, que resulta em neoformação óssea com anquilose. (9) Frente a um paciente com artrite, a radiografia costuma ser o primeiro exame de imagem solicitado (1,2). Entretanto, apesar de ser um bom método de screening para sacroiliíte, as alterações radiográficas são observadas apenas após cinco anos de atividade da doença (5). Os cinco grupos que formam as EpA apresentam características em comum, que englobam aspectos clínicos (dor axial inflamatória, associada à artrite, predominante em grandes articulações de membros inferiores, e entesopatias periféricas), radiológicos (sacroiliíte) e laboratoriais (soronegatividade para o fator reumatóide) (7) (Tabela 2).

Nas formas mais graves podem ser erosivas, e progredirem para artrite mutilante.

1. Espondilite Anquilosante (EA) A EA acomete preferencialmente a coluna vertebral e geralmente se inicia no adulto jovem, do sexo masculino e em indivíduos HLA-B27 positivos (7). A doença pode acometer o esqueleto axial ou periférico, afetando majoritariamente as articulações sacroilíacas e coluna e menos frequentemente o esqueleto apendicular (6). Entre os principais achados radiográficos, destacam-se:

3. Enteroartrite

b) Esqueleto axial: •

Sacroiliíte – costuma ser bilateral e simétrica; erosão e ampliação do espaço articular. Estas alterações progridem para esclerose subcondral e fusão articular. (Figura 1 e 2)

Coluna: Sindesmófitos marginais simétricos, podendo levar ao aspeto de “coluna em bambu” (Figuras 2 e 3); osteíte seguida de reabsorção das bordas anteriores dos corpos vertebrais atribuindo à vértebra a morfologia quadrada.

Figura 3. Sindesmófitos ao longo de toda coluna tóraco-lombar configurando aspecto de “coluna em bambu”, com calcificações discais difusas e fusão de articulações interapofisárias em paciente com espondilite anquilosante.

As doenças inflamatórias intestinais compreendem a retocolite ulcerativa e a doença inflamatória intestinal. Dentre as manifestações extraintestinais destas doenças a enteroartrite corresponde a 14-44% (8-11). O acometimento articular pode ser subdividido nas formas periférica e axial.

CONTINUA


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Espondiloartrites: achados radiológicos fundamentais CONCLUSÃO

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Achados radiográficos principais: Edema das partes moles; erosão; redução do espaço articular; sacroiliíte.

4. Artrite Reativa (AR)

Figuras 4. Paciente com artrite psoriásica apresentando fusão das 2a e 4a articulações interfalangeanas distais à esquerda. Erosões ósseas hiperostosantes com proliferação óssea de forma mais evidente nas articulações metacarpofalangeanas e interfalangeanas proximais, principalmente à esquerda.

Antes denominada artrite de Reiter, a AR é um processo inflamatório estéril, associada a infecções do trato genital ou gastrointestinal. Caracteriza-se pela tríade de artrite, conjuntivite e uretrite. Ocorre geralmente em jovens, do sexo masculino (de 25-35 anos) e o HLA- B27 é positivo em até 80% dos casos (9). O acometimento articular costumar ser assimétrico e envolve principalmente os membros inferiores. Os achados radiológicos são semelhantes aos encontrados da artrite psoriásica, principalmente erosões ósseas e periostite, osteoporose justa-articular, redução do espaço articular, dactilite, sacroiliíte assimétrica (Figura 7). Nos últimos anos, inúmeros pacientes apresentam quadro clínico articular, mas não possuem critérios diagnósticos para nenhuma das doenças deste grupo, sendo incluídos no grupo das EpA indiferenciadas. Diferencial das espondiloartrites

Articulação mais envolvida

Envolvimento Articular

Achado adicional

Espondilite anquilosante

Esqueleto axial e sacroilíaca

Simétrico

-

Artrite psoriásica

Periférica

Assimétrico

Psoríase

Artrite reativa

Periférica

Assimétrico

Infecção prévia

Simétrico

Doença de Crohn Retocolite ulcerativa

Enteroartrite Figura 5. Artrite psoriásica do pé, com entesite hiperostosante da fáscia plantar.

Axial e periférica

Tabela 2. Diagnóstico diferencial das espondiloartrites.

Referências Bibliográficas 1 Rudwaleit M, Landewé R, van der Heijde D, Listing J, Brandt J, Braun J, et al. The development of Assessment of SpondyloArthritis international Society classification criteria for axial spondyloarthritis (part I): classifi cation of paper patients by expert opinion including uncertainty appraisal. Ann Rheum Dis 2009;68:770-6. 2 Rudwaleit M, van der Heijde D, Landewé R, Listing J, Akkoc N, Brandt J, et al. The development of Assessment of SpondyloArthritis international Society classification criteria for axial spondyloarthritis (part II): validation and fi nal selection. Ann Rheum Dis 2009;68:777-83. 3 Sarah Lipton, Atul Deodhar. The New ASAS Classification Criteria for Axial and Peripheral Spondyloarthritis: Promises and Pitfalls. Int J Clin Rheumatol. 2012;7(6):675-682. 4 Jon A. Jacobson, Gandikota Girish, Yebin Jiang, and Donald Resnick. Radiographic Evaluation of Arthritis: Inflammatory Conditions.. Radiology 2008 248:2, 378-389

Figura 6. Artrite psoriásica com sinais de sacroiliíte assimétrica, com esclerose óssea e redução da interlinha articular de forma mais evidente à direita.

5 Prakash D, Prabhu SM, Irodi A. Seronegative spondyloarthropathy-related sacroiliitis: CT, MRI features and differentials. The Indian Journal of Radiology & Imaging. 2014;24(3):271-278. doi:10.4103/0971-3026.137046. 6 Lévesque R-Y, Azouz EM. Radiologic Findings in Adults with Seronegative Spondyloarthropathies: Distinguishing the chronic arthropathies in adulthood. Canadian Family Physician. 1992;38:2105-2118. 7 Sociedade Brasileira de Reumatologia. Projeto diretrizes. Espondiloartropatias: Espondilite Anquilosante e Artrite Psoriásica. 2004.

• Artrite Periférica:

Tipo I: Autolimitada (até 10 semanas), oligoarticular, assimétrica, com predomínio nos membros inferiores. Associada a agudização da doença inflamatória (11). Tipo II: Persistente (meses a anos), poliarticular e por vezes erosiva, predomínio nos membros inferiores. Evolução independente da doença intestinal (10).

• Artrite Axial: Sacroiliíte, que pode preceder o quadro intestinal. Mais associada ao Crohn (10).

8 Dougados M, van der Linden S, Juhlin R, et al.: The European Spondylarthropathy Study Group preliminary criteria for the classification of spondylarthropathy. Arthritis Rheum 34:1218-27, 1991. 9 Harmann LCG, Bordalo MR. Musculoesquelético: série Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Elsevier. Rio de Janeiro 2014. 10 Holden W, Orchard T, Wordsworth P. Rheum Dis Clin North Am. Enteropathic arthritis, 2003 Aug;29(3):513-30, VIII. 11 Resende GG, et al. Artrite enteropática no Brasil: dados do registro brasileiro de espondiloartrites. Rev. Bras. Reumatol. vol.53 no.6 São Paulo Nov./Dec. 2013 12 Reyna TSR , Reyes CM. Furusho, JKY. Rheumatic manifestations of inflammatory bowel disease World Journal of Gastroenterology ISSN 1007-9327 . 13 Jacobson JA , Girish G , Jiang Y , Resnick D. Radiographic Evaluation of Arthritis: Inflammatory . Radiology: Volume 248: Number 2—August 2008.

Autores Renata Vidal Leão Thais Carneiro Lima Marcelo Bordalo Rodrigues Paulo Victor Partezani Helito

Figura 7. Sacroiliíte assimétrica em paciente com doença de Crohn e quadro de enteroartrite.

Giovanni Guido Cerri Medicos radiologistas: Departamento de Radiologia – Hospital Sirio Libanês


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Arcos Costais: avaliação ultrassonográfica como ferramenta eficaz no departamento de emergência Introdução

Técnica do exame

A avaliação das costelas, músculos e cartilagens costais geralmente não é realizada de rotina nas avaliações ultrassonográficas nas unidades de emergência. Doenças das costelas, cartilagens costais e articulações esterno-costais podem mimetizar doenças da cavidade abdominal e torácicas, apresentando-se com dor focal ou regional, à palpação e/ou ventilatório dependente, podendo se manifestar ainda como desconforto nos hipocôndrios e epigástrio (1). A avaliação destas estruturas pela ultrassonografia na emergência pode ser esclarecedora, sendo na maioria das vezes difícil do ponto de vista clínico localizar como sendo de natureza costal a queixa de dor. Alguns trabalhos procuraram validar o uso da ultrassonografia na detecção de fraturas costais, com bons resultados (2). Outros validam seu uso na pesquisa da síndrome da costela deslizante (Slipping Rib Syndrome), síndrome de Tietze e outras condições como: osteoartrite da articulações esternocostais, lesões da musculatura intercostal e até condições neoplásicas. Um dos trabalhos por nós revisado demonstrou o diagnóstico de costela cervical (3, 4 e 5). Muitos médicos, inclusive radiologistas , não tem conhecimento das valiosas informações que a técnica ultrassonográfica pode acrescentar em um paciente com dor de possível origem costal.

O Uso de transdutores lineares de alta frequência, no maior eixo das costelas e transversal a este, permite avaliar bem as estruturas costais mais implicadas nas doenças da parede inferior do tórax, como podemos ver nas figuras a seguir.

Musculatura intercostal – ultrassonografia com transdutor posicionado no espaço intercostal, mostrando as três camadas musculares intercostais, setas verde, amarela e vermelha, representando os músculos intercostais externo, interno e íntimo. Setas azuis mostram a linha pleural.

Posicionamento do transdutor no eixo longitudinal das costelas e cartilagem costal. Geralmente com este posicionamento conseguimos avaliar melhor a articulação esternocostal e superfícies ósseas e cartilaginosas.

Anatomia ultrassonográfica normal As costelas são ossos alongados de forma arqueada que conecta a vértebra dorsal, em suas fóveas costais transversas e superior, ao osso externo, nas suas incisuras costais, através das cartilagens costais (5). São em número de 12 geralmente, onde as 7 primeiras são diretamente conectadas ao esterno nas articulações esternocostais, a oitava, nona e décima tem suas cartilagens unidas na sétima para então se unir ao esterno; as duas últimas não se articulam, chamadas flutuantes (6). Um detalhe que não pode ser esquecido é que e normal ocorrer mineralização das cartilagens costais com o avançar da idade, não devendo ser confundido com doença da cartilagem costa (4 e 5).

Musculatura intercostal e linha pleural, Modo B e modo M – Imagem mostra musculatura intercostal (setas amarelas) e linha pleural (seta vermelha).

Posicionamento do transdutor no eixo transversal das costelas e cartilagem costal. Geralmente com este posicionamento conseguimos avaliar melhor as dimensões da cartilagem costal.

Casos clinicos: A seguir, mostraremos alguns casos de lesões em arcos costais, inicialmente identificadas à ultrassonografia do abdômen. 1 - Homem, com história de câncer de tireóide e relatos de dores abdominais, mais importantes no hipocôndrio direito, foi realizada ultrassonografia do abdômen. Costela: Imagem longitudinal da costela, setas brancas apontam a cortical externa da costela

Articulação costoesternal: imagem mostra a articulação costoesternal (setas vermelhas). Esterno (seta amarela) e cartilagem costal (seta verde).

Lesão sólida, heterogênea, com comprometimento da cortical da costela. A lesão apresentava fluxo arterial e venoso ao estudo Doppler (não mostrado). Cartilagem costal – eixo longo da cartilagem costal (entre as setas amarelas). Articulação esternocostal (setas vermelhas)

Artéria intercostal: Doppler colorido mostrando artéria intercostal no sulco costal inferior. Linha pleural (seta branca).

CONTINUA


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Arcos Costais: avaliação ultrassonográfica como ferramenta eficaz no departamento de emergência 2 - Homem, 64 anos, com dor em hipocôndrio direito após fisioterapia respiratória.

Ultrassonografia também mostrou lesões sólidas hipoecogênicas esparsas pelo parênquima hepático, o que aumentou a suspeita da lesão costal ser uma metástese. Imagem longitudinal de cartilagem costal direita mostrando lesão (fissura/fratura) (seta vermelha).

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CONCLUSÃO

Discussão: A avaliação ultrassonográfica dos arcos costais, dirigida para a queixa clínica do paciente, deve ser sempre considerada no momento do exame, especialmente no departamento de Emergência, visto se tratar de um método que não usa radiação ionizante, amplamente disponível, rápido e de baixo custo, sendo que a avaliação rotineira das costelas e cartilagens costais inferiores deve ser feita em pacientes com dor nos hipocôndrios / epigástrio cujo o exame do abdomen não tenha mostrado alterações que justifiquem a queixa clínica de dor / massa palpável. Alguns trabalhos validam o uso da ultrassonografia de costelas para diagnóstico de fraturas, inclusive, relatando melhor sensibilidade que radiografias. A avaliação dinâmica permitida pela ultrassonografia pode ser diagnóstica para a síndrome da costela deslizante. Outras doenças como síndrome de Tietze, osteoartrite esternocostal e costela cervical, com ou sem síndrome do desfiladeiro torácico associado, também podem ser confirmadas por ultrassonografia. A familiaridade do médico radiologista, em especial daqueles que têm seu dia a dia associado à pratica ultrassonográfica, sobretudo em âmbito de atendimento de Emergência, com a ultrassonografia de arcos costais é fundamental para que este exame seja rotineiramente lembrado tanto por quem realiza o exame, quanto por quem o solicita, evitando que nossos pacientes sejam submetidos à avaliações por vezes desnecessárias envolvendo radiação ionizante.

Referências Bibliográficas 1 Stochkendahl MJ, Christensen HW. Chest pain in focal musculoskeletal disorders. Med Clin North Am 2010; 94:259-73. Posteriormente foi realizada uma tomografia do abdômen, a qual confirma a presença da lesão lítica, insulflativa e com comprometimento da cortical costal.

Paciente com dor em hipocôndrio direito após trauma. Foi solicitado uma ultrassonografia do abdômen, cujo resultado não revelou anormalidades. Após questionar o paciente sobre o ponto doloroso, colocou-se o transdutor linear. Nota-se uma descontinuidade cortical em costela flutuante (seta vermelha), confirmando fratura.

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2 Fige Turk, Ali Bekir Kurt, Seher Saglam – Evaluation by Ultrasound of traumatic rib fracures missed by radiography. Emergency adiolog 2010 – Vol 17 6:474-477. 3 Vaibhav H, Mangrulkar, MD, Harris L. Cohen, MD, Douglas MD, PhD. Sonograpgy for diagosis of cervical ribs in Children. Journal of Ultrasound Med 2008; 27:1083-1086. 4 Arend CF. Top tem pitfalls to avoid when performing musculoskeletal sonography: what you should know before enter in the examinatin room. Eur J Radiol 2013; mar 7. 5 Schils JP, Resick D, Hagighi P, Trudell D, Sartoris DJ. Sternocostal joints. Anatomic, radiographic and pathologic features in adult cadaver. Invest Radiol 1989; 24:596-603. 6 Verdon F, Herzig L, Burnand B, et al,. Chest pain in dayli pratice: occurrance, causes and managemant. Swiss Med Wkly 2008; 138:340-7.

Autores

Imagens de PET-CT mostrando hipercaptação do FDG. Note lesão hipercaptante em costela direita.

Paciente gestante, vítima de trauma. Dor no hipocôndrio. Exame ultrassonográfico do abdômen e fetal normais. Note o desnivelamento cortical em costela direita (seta branca). O achado confirma trauma de arcos costais e neste caso tem a vantagem de permitir um diagnóstico final abrindo mão do uso da radiação ionizante em gestantes.

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Antonio Rahal Junior Fabio Augusto Cardillo Vieira Paulo Savoia Dias da Silva Daniel Calich Luz Miguel Jose Francisco Neto Marcelo Buarque de Gusmao Funari Medicos do Departamento de Radiologia do Hospital Israelita Albert Einstein - SP


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Valor diagnóstico da ecocardiografia contrastada na avaliação de massas intracardíacas Resumo A ecocardiografia contrastada baseia-se na injeção endovenosa de microbolhas que são marcadores de fluxo sangüíneo e aumentam o sinal ultra-sonográfico. O uso de agentes de contraste melhora a opacificação das cavidades cardíacas e o delineamento dos bordos endocárdicos, além de permitir a avaliação da perfusão. Recentemente, a ecocardiografia contrastada tem sido empregada na avaliação de massas cardíacas. Relatamos três casos, um mixoma atrial esquerdo (tumor benigno), um caso de metástase de adenocarcinoma de pulmão (tumor maligno) e um trombo, que foram avaliados pela ecocardiografia contrastada, demonstrando que esse método pode ser capaz de diferenciar diferentes tipos de massas cardíacas.

vascularização (Figura 3). O paciente foi submetido a outros exames complementares sendo feito o diagnóstico de adenocarcinoma de pulmão. A massa identificada na ecocardiografia correspondia a metástase do tumor maligno.

Introdução A ecocardiografia contrastada é uma técnica que utiliza agentes de contraste à base de microbolhas injetados por via endovenosa periférica para melhorar o sinal ecocardiográfico (1, 2). O emprego de contraste ecocardiográfico têm demonstrado valor adicional para a detecção de alterações da função global do ventrículo esquerdo, assim como para determinação de alteração da motilidade segmentar e da perfusão miocárdica, tanto em repouso como durante o estresse (3, 4, 5). Atualmente, tem se discutido a validade deste método no diagnóstico diferencial de massas cardíacas baseando-se na análise do padrão de vascularização das mesmas (6, 7). Sabendo-se, de uma forma geral, que os tumores benignos são pouco vascularizados, os trombos são avasculares e que os tumores malignos são bem irrigados (7), descreveremos três casos que ilustram como a ecocardiografia contrastada pode ser utilizada para diferenciar os diferentes tipos de massa cardíaca.

Relato de Caso Caso 1. Paciente do sexo masculino, 55 anos, assintomático, em consulta de rotina foi detectada alteração de ausculta cardíaca com presença de sopros sistólico e diastólico em foco mitral. Foi então submetido a ecocardiograma transtorácico em outro serviço, que revelou grande massa em átrio esquerdo. Foi indicado tratamento cirúrgico para retirada da massa, porém o paciente recusou a cirurgia. O paciente procurou o nosso serviço após dois anos, com sintomas de insuficiência cardíaca. Ao exame físico apresentava pressão arterial sistêmica normal, com sopro sistólico 4+/6+ e sopro diastólico 2+/6+ em foco mitral. O eletrocardiograma mostrava sobrecarga de átrio esquerdo. O ecocardiograma transtorácico demonstrou grande massa arredondada em átrio esquerdo, móvel, de contornos irregulares, aderida ao septo interatrial, sugestiva de mixoma atrial esquerdo. A massa projetava-se em direção à valva mitral durante a diástole ventricular gerando obstrução ao fluxo (estenose funcional) e causava má coaptação das cúspides da valva mitral causando insuficiência mitral (Figura 1). A injeção de contraste ecocardiográfico permitiu delineamento dos bordos da massa. Para avaliação da vascularização, é aplicado um pulso ultra-sonográfico de alta energia (flash) para destruição do contraste seguido da análise do repreenchimento da massa pelo contraste em função do tempo. Conforme demonstrado na Figura 2, foi observado enchimento lento da massa pelo contraste, sugestivo de massa tumoral pouco vascularizada, característica dos tumores benignos. O paciente foi submetido a cirurgia com confirmação de mixoma de átrio esquerdo.

Figura 2. Ecocardiografia contrastada mostrando delineamento dos bordos da massa ventricular. Para avaliação da vascularização, é aplicado um pulso ultra-sonográfico de alta energia (flash) para destruição do contraste seguido da análise de seu repreechimento. Podemos observar que logo após o flash não observamos nenhum contraste no interior da massa (painel à esquerda) e após 5 segundos a massa apresenta-se com discreto preenchimento de contraste (painel à direita), indicando que a massa é pouco vascularizada. VE = ventrículo esquerdo, VD = ventrículo direito, AD = átrio direito, TU = tumor.

Figura 3. Ecocardiograma transtorácico mostrando imagem de massa de contornos irregulares localizada entre o arco aórtico e a artéria pulmonar (A). A injeção de contraste ecocardiográfico demonstrou que a massa era preenchida pelo contraste, sugestivo de tumor (B). Arco Ao = arco aórtico; AP = artéria pulmonar.

Figura 1. Ecocardiograma mostrando imagem de grande massa arredondada localizada em átrio esquerdo, aderida ao septo interatrial, projetando-se para a valva mitral durante a diástole ventricular gerando obstrução ao enchimento ventricular (painel A, seta). O mapeamento de fluxo em cores (painel B) demonstra fluxo turbulento durante a sístole (insuficiência mitral). VE = ventrículo esquerdo, VD = ventrículo direito, AD = átrio direito, AE = átrio esquerdo.

Caso 2. Paciente do sexo feminino, 42 anos, procurou o serviço médico com história de dispnéia a pequenos esforços e dor precordial. Ao exame físico, apresentava pressão arterial sistêmica normal, sopro sistólico em foco pulmonar 2+/6+, ausculta pulmonar sem alterações. O eletrocardiograma em 12 derivações não demonstrou alterações significativas. O ecocardiograma transtorácico revelou massa localizada entre a crossa da aorta e a artéria pulmonar (Figura 2), de contornos irregulares. A ecocardiografia contrastada permitiu identificar que a massa apresentava rápido enchimento do contraste, sugestivo de intensa

Figura 4. Ecocardiografia contrastada mostrando que logo após o pulso ultra-sonográfico de alta energia já havia sinais de contraste no interior do tumor (painel à esquerda) e após 5 segundos o mesmo apresenta-se com importante preenchimento de contraste (painel à direita), indicando que o tumor era altamente vascularizado.

CONTINUA


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Valor diagnóstico da ecocardiografia contrastada na avaliação de massas intracardíacas Caso 3. Paciente do sexo masculino, com 64 anos de idade e antecedentes pessoais de hipertensão arterial sistêmica, diabetes melito tipo 2, tabagismo, e infarto miocárdico, procurou o serviço médico com queixa de dispnéia. Ao exame físico, apresentava pressão arterial de 90 x 60 mmHg, estertoração em bases pulmonares, sopro sistólico 5+/6+ em foco mitral, hepatomegalia com fígado palpável a 4 cm do rebordo costal esquerdo, e edema +/4+ de membros inferiores. O eletrocardiograma de 12 derivações demonstrou sobrecarga de câmaras esquerdas e área eletricamente inativa em parede ântero-septal . O ecocardiograma revelou disfunção ventricular importante com acinesia anterior, septal e apical. A ecocardiografia contrastada revelou presença de massa no ápice ventricular que não se preenchia com o contraste, sugestivo de trombo apical (Figura 5). Foi introduzida anticoagulação oral e otimizada as drogas de tratamento da insuficência cardíaca.

CONCLUSÃO

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centração das microbolhas na microcirculação reflete o volume sangüíneo nas diferentes regiões do coração, e forma a base para avaliação da perfusão pela ecocardiografia com contraste. Os tumores cardíacos são muito raros, com incidência menor que 0,1% nas autópsias (10). Os tumores são classificados quanto à sua origem, tipo histológico e local de crescimento. Os tumores primários têm origem no próprio coração e os secundários, em outros órgãos. Quanto ao padrão histológico, podem ser benignos ou malignos e, finalmente, quanto ao local de crescimento, podem ser classificados em intracavitários, intramurais e intrapericárdicos (11). O ecocardiograma transtorácico apresenta sensibilidade acima de 90% para o diagnóstico de tumores cardíacos (9, 12) e fornece informações quanto ao tamanho, forma, mobilidade, localização, fixação, relação com estruturas adjacentes e repercussão hemodinâmica. No entanto, há grande dificuldade em se estabelecer o diagnóstico diferencial entre os tumores cardíacos benignos e malignos e destes com trombos. Os tumores malignos apresentam uma vascularização rica para suprir o crescimento rápido das células tumorais (13). Já os tumores benignos, excetuando-se os hamartomas, apresentam vascularização bem menor que a dos tumores malignos. Os trombos geralmente são avasculares. A partir da análise do três casos descritos, obtivemos correlação entre o tipo de massa cardíaca e o seu grau de vascularização, expresso na ecocardiografia contrastada pela variável. Conclui-se, assim, que a ecocardiografia contrastada pode vir a ser um importante instrumento na análise e diagnóstico diferencial entre tumores cardíacos malignos, benignos e trombos, sendo ainda necessário estudos maiores sobre o assunto.

Referências Bibliográficas 1 Mulvagh SL, DeMaria AN, Feinstein SB, Burns PN, Kaul S, Miller JG, Monaghan M, Porter TR, Shaw LJ, Villanueva FS. Contrast echocardiography: current and future applications. J Am Soc Echocardiogr 2000;13:331-342.

Figura 5. Ecocardiografia contrastada mostrando ventrículo esquerdo dilatado, com imagem que não se preenche com o contraste no ápice ventricular (avascularizada), sugestivo de trombo apical.

2 Becker H, Burns P. Handbook of contrast echocardiography - left ventricular function and myocardial perfusion. In: Springer-Verlag Publishers, ed. 1 ed. New York: 2000:88-108. 3 Mathias W, Jr., Arruda AL, Andrade JL, Filho OC, Porter TR. Endocardial border delineation during dobutamine infusion using contrast echocardiography. Echocardiography 2002;19:109-14. 4 Tsutsui JM, Elhendy A, Xie F, O’Leary E, McGrain AC, Porter TR. Safety of dobutamine stress real-time myocardial contrast echocardiography. J Am Coll Cardiol 2005;45:123542. 5 Tsutsui JM, Elhendy A, Anderson JR, Xie F, McGrain AC, Porter TR. Prognostic value of dobutamine stress myocardial contrast perfusion echocardiography. Circulation 2005;112:1444-50. 6 Kirkpatrick JN, Wong T, Bednarz JE, Spencer KT, Sugeng L, Ward RP, DeCara JM, Weinert L, Krausz T, Lang RM. Differential diagnosis of cardiac masses using contrast echocardiographic perfusion imaging. J Am Coll Cardiol 2004;43:1412-19. 7 Lepper W, Shivalkar B, Rinkevich D, Belcik T, Wei K. Assessment of the vascularity of a left ventricular mass using myocardial contrast echocardiography. J Am Soc Echocardiogr 2002;15:1419-22.

Figura 6. Curvas de quantificação da intensidade acústica máxima e da velocidade de preenchimento da massa pelo contraste em cada um dos casos apresentados. A velocidade do tumor maligno foi muito maior que a do tumor benigno (mixoma). A curva de quantificação do trombo foi achatada indicando que não há preenchimento das microbolhas em função do tempo (massa avascularizada).

A quantificação do fluxo sangüíneo no interior da massa foi realizada nos três casos utilizando um software específico de quantificação (Q Lab 4.0, Philips Medical Systems, Bothell, WA). A análise da perfusão baseia-se na capacidade de mensuração da velocidade de repreenchimento da massa pela microbolha e na intensidade máxima do contraste atingida (8). Assim, o software nos fornece a variável , que representa o tempo de preenchimento da massa pelo contraste, e está relacionado ao grau de vascularização da mesma (6). Quanto mais intensa a vascularização da massa, maior será o correspondente. O caso 1 refere-se a um mixoma, que é o tumor benigno mais prevalente na população adulta (9), correspondendo de 20 a 50% dos tumores cardíacos. A análise da perfusão por contraste revelou de 0,86s-1 (Figura 6). O caso 2, que se trata de um tumor maligno secundário (metástase de um adenocarcinoma de pulmão), apresentou de 10,47s-1. O caso 3, que se trata de um trombo, apresentou de 0,45s-1. Houve, portanto, compatibilidade entre o tipo de massa cardíaca, sua vascularização e o respectivo .

Discussão As indicações atuais da ecocardiografia contrastada incluem a opacificação ventricular esquerda, e do delineamento dos bordos endocárdicos em pacientes com janela ecocardiográfica subótima (1). O recente desenvolvimento de microbolhas com maior persistência na circulação sangüínea, associado ao avanço nas técnicas ultra-sonográficas, permitiram o estudo da perfusão tanto do miocárdio como de massas cardíacas. A con-

8 Wei K, Jayaweera AR, Firoozan S, Linka A, Skyba DM, Kaul S. Quantification of myocardial blood flow with ultrasound-induced destruction of microbubbles administered as a constant venous infusion. Circulation 1998;97:473-83. 9 Meng Q, Lai H, Lima J, Tong W, Qian Y, Lai S. Echocardiographic and pathologic characteristics of primary cardiac tumors: a study of 149 cases. Int J Cardiol 2002;84:69-75. 10 Majano-Lainez RA. Cardiac tumors: a current clinical and pathological perspective.Crit Rev Oncog 1997;8:293-303. 11 Almeida EC. Tumores do coração. Em: Porto CC, editores. Doenças do coração, prevenção e tratamento. 1ª edição. Rio de Janeiro, RJ: Editora Guanabara Koogan S.A.;1998 p. 986-91. 12 Molina JE, Edwards JE, Ward HB. Primary cardiac tumors: experience at the University of Minesota. Thorac Cardiovas Surg 1990;38:183-91. 13 McAllister HA Jr, Fenoglio JJ jr. Tumors of the cardiovascular system. In: Atlas of tumor pathology. 2nd series. Fascicle 15. Washington, DC: Armed Forces Institute of Pathology; 1978.p.81-8

Autor Wilson Mathias Jr Instituto do Coração (InCor) – HC FMUSP - Serviço de Ecocardiografi


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Elastometria do fígado: uma avaliação da tecnologia existente Introdução Doenças hepáticas crônicas são freqüentes, principalmente por infecção com o vírus das hepatites B e C ( que afetam grande número de pessoas em alguns países), e doenças do mundo moderno, como alcoolismo, obesidade, diabetes e hipertriglicerimia. Nestas situações, a avaliação de pacientes com doenças hepáticas crônicas precisa ser o mais simples possível, com custo não muito alto, e ao mesmo ser repetitiva. Até 2003, a avaliação do grau de fibrose do fígado era localizada somente pela biópsia e marcadores séricos. A biópsia hepática é procedimento invasivo, que requer internação, sedação, e não é isenta de riscos. Os pacientes em geral, sentem desconforto e dor e tem demonstrado resistência em realizar o procedimento. Os exames sorológicos, até recentemente, não demonstravam sensibilidade significativa para identificar os graus de fibrose do fígado, informação importantíssima para o estadiamento, prognóstico e avaliação terapêutica. Na última década, especialmente na Europa, houve uma redução significativa do número de biópsias hepáticas, nos pacientes com hepatopatias crônicas, devido a novas modalidades diagnósticas, novos testes biológicos e elastometria.

Princípios físicos da elastometria e principais equipamentos As técnicas da elastometria são classificadas de acordo com o Guidelines da Federação Européia de Sociedades de Ultrassonografia em Medicina e Biologia (EFSUMB): 1) Elastometria Shear Wave (SWE) ( elastometria quantitativa) que inclui: a) Elastometria transitória (TE), o único método não integrado a equipamento standard de ultrassonografia b) • • •

Point SWE: Acoustic Radiation Force Impulse (ARFI) Elast PQ Technique Epi G7

c) Real time SWE: • SWE bidimensional • SWE tridimensional 2) Strain Elastometria Condições gerais •

Os pacientes devem estar em jejum de pelo menos 2 horas.

Os exames podem ser realizados com os pacientes em decúbito dorsal ou decúbito lateral esquerdo, entre os espaços intercostais.

A respiração do paciente interfere nos exames de elastometria realizados nos equipamentos de ultrassonografia. O paciente deve suspender a respiração.

A obesidade, e o Índice de Massa Corpórea podem interferir no resultado e ocasionar exames inconclusivos ou falsos positivos

Congestão e colestase hepáticas são também causas de elevação dos resultados.

A ascite dificulta o exame na elastometria transitória, e não interfere nos demais equipamentos.

A desvantagem da elastometria é de que não se pode comparar os resultados entre os diversos equipamentos, e cada um tem que estabelecer sua própria tabela dos níveis de corte em estudos comparativos com a biópsia hepática.

Os protocolos tem utilizado 10, 14 ou 20 medidas.

a) Elastometria transitória Em 2003, surgiu um novo método diagnóstico; elastografia (elastometria em português), transitória (Echosens, France) O método incorporou um vibrador a um transdutor de 3,5mhz (modo M), com freqüência de 50 hz e 2mm de

amplitude, que induz a onda a se propagar da pele e subcutâneo ao fígado. A velocidade da onda é diretamente relacionada ao grau de fibrose do fígado e expressa em kilopascais (kPa). Além do transdutor standard, há transdutor pediátrico (5mhz) e o transdutor X-L (2,5mhz) para pacientes obesos. O equipamento também calcula o grau de esteatose hepática (CAP), havendo boa correlação com os achados da biópsia hepática. A elastografia transitória tem apresentado elevado índice de acurácia, na quantificação dos graus de fibrose hepática. As desvantagens do método, são o elevado custo/benefício, e realizar apenas o modo M. b) Elastometria ARFI As primeiras publicações sobre o método da elastometria associada a equipamento de ultrassonografia começaram em 2009 (Siemens, Germany) O transdutor utilizado, convexo 4CI é o mesmo que realiza os exames convencionais de ultrassonografia e emite pulsos com velocidades 10.000 vezes mais rápidas em relação as convencionais. O operador escolhe o local do ROI, nos segmentos V ou VIII, as medidas devem ser realizadas entre 1 e 2 cm abaixo da cápsula hepática. O lobo esquerdo não deve ser utilizado, pois pode ocorrer interferência dos batimentos cardíacos. Os resultados são em metros por segundo (Figs. 1, 2 e 3). Inúmeros trabalhos científicos, inclusive metanálise com 4000 pacientes, tem demonstrado excelentes resultados na quantificação dos graus da fibrose hepática. Os resultados preliminares de nosso protocolo no InRad – Instituto de Radiologia HCFMUSP nos pacientes submetidos ao transplante hepático, demonstraram boa correlação do método, com a biópsia do fígado, na quantificação da fibrose hepática, de acordo com a classificação Metavir. Recentes publicações tem mostrado correlação entre a elastometria do baço e o aumento da pressão venosa da veia porta e a presença de varizes esofágicas c) Elastometria PQ A técnica é integrada a equipamento da Philips (USA) e foi introduzida recentemente. O sistema gera um pulso eletrônico que é transmitido ao transdutor, que o converte a onda de pressão ultrassonica. Os resultados podem ser obtidos em kPa ou metros por segundo. d) 2D – SWE Técnica integrada a Supersonic (França), é a combinação de uma força de radiação induzida nos tecidos por ondas de ultrassom e uma taxa muito alta de sequências de imagens de ultrassons. O sistema captura as ondas geradas, e é suficientemente detalhada produzindo grande numero de imagens por segundo. A elasticidade é demonstrada no monitor com imagem a cores superimposta à imagem modo B em vermelho (tecidos duros) e em azul (tecidos moles). Ao mesmo tempo, é realizada a avaliação quantitativa do grau de dureza do fígado, podendo ser expressa em KPa, ou metros por segundo. 2) Strain Elastometria Técnica primeiramente desenvolvida pela Hitachi e atualmente utilizada na maioria dos equipamentos de ultrassonografia. O principio é a compressão com pressão produzindo deformações no tecido. Não há ainda trabalhos que confirmem a utilização do método nas hepatopatias crônicas.

O equipamento 2D-SWE tem demonstrado resultados promissores na avaliação de pacientes com hepatopatias crônicas e a strain-elastometria necessita de mais estudos na avaliação da fibrose hepática. Os resultados obtidos até o momento são muito promissores , e vem sendo confirmados por vários autores. Estamos diante de um novo caminho na ultrassonografia, assim como foi o Doppler anos atrás. Juntamente com a utilização dos contrastes em ultrassom, ampliam as contribuições do método, não somente na Hepatologia, mas também em outras áreas da medicina.

Elastometria ARFI demonstrando velocidade de 0,81m/seg compatível com fibrose hepática grau zero (Metavir)

Elastometria ARFI demonstrando velocidade de 3,43m/seg compatível com fibrose hepática grau 4 (cirrose, Metavir)

Recentemente, foram introduzidos no mercado brasileiro, dois equipamentos com shear wave: A) Logic E9 (GE, USA), com software parecido com o Supersonic, com elastograma a cores. A quantificação da rigidez do fígado pode ser obtida com metros por segundo ou kilopascais. B) Aplio 500 (Toshiba, Japan) Apresenta também software de shear wave com elastograma a cores. O equipamento apresenta um diferencial exclusivo: o modo de propagação, que facilita aos usuários confirmar se as ondas de pressão foram geradas e propagadas conforme o esperado (Fig. 3). A elastografia e o sistema de navegação tem sido utilizados para monitorar o tratamento de tumores hepáticos. Observação: O equipamento Philips denomina-se EpiQ7

Conclusões: A elastometria hepática é um método em desenvolvimento, com a finalidade de diminuir o número de biópsias hepáticas. Os equipamentos de ultrassonografia com elastometria shear wave, tem demonstrado elevada acurácia na quantificação dos graus de fibrose hepática, e apresenta várias vantagens em relação a elastometria transitória.

Autor Dr. Joel Schmillevitch Medico Radiologista – Pesquisador do InRad – Serviço de Ultrassonografia do Hospital das Clínicas da USP


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Por Lizandra Magon de Almeida (SP)

REGISTRO

DASA investe na área da imagem

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om investimentos da ordem de R$ 24 milhões, a DASA acaba de adquirir equipamentos de ultima geração na área de diagnósticos por Imagem para o segmento Premium: Alta Diagnóstico, Delboni Medicina Diagnóstica e Clínica de Diagnóstico por Imagem (CDPI).“Estamos trazendo para o Brasil o primeiro tomógrafo de alta performance capaz de capturar imagens em alta definição do coração inteiro em um único batimento, com imagens das coronárias sem movimentos, em qualquer frequência cardíaca”, revela Dr. Emerson Gasparetto, diretor de Radiologia e Métodos Gráficos da DASA. Denominado Revolution CT, o tomógrafo reduz em até 25% a dose de radiação e em 60% o tempo de realização do exame. Já a CDPI, no Rio de Janeiro, é a pioneira na utilização do tomógrafo Aquilion ONE, com 320 canais, considerado o mais moderno do mundo. O equipamento é o primeiro a chegar à América Latina. Ele captura simultaDr. Emerson Gasparetto neamente as imagens com uma velocidade de rotação de apenas 250 milissegundos, o que significa mais rapidez na realização do exame, pois o tomógrafo é capaz de adquirir 640 cortes de imagens em apenas um quarto de segundo. O Delboni Medicina Diagnóstica, em São Paulo, implementou o novo tomógrafo Aquilion Prime, que conta com uma das tecnologias mais avançadas do mundo para capturar de imagens. O grande diferencial do aparelho é seu potencial de investigação e avaliação cardiológica, que facilita o diagnóstico de alterações cardíacas. “Vale destacar também que o paciente chega a receber uma dose 75% menor de radiação durante o exame. Além disso, a dose de contraste necessária para visualização das artérias coronárias também é reduzida”, diz Dr. Gasparetto. O Delboni recebeu também um equipamento de ultrassonografia e uma mamografia digital, ambos com tecnologia de última geração. “Até o final de 2015, a companhia manterá seus investimentos, agregando inovação, tecnologia de última geração e pioneirismo aos serviços prestados por suas 25 marcas”, conclui Dr. Gasparetto.

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NEGÓCIO

Konica Minolta adquire a Sawae e consolida sua presença no país A empresa japonesa Konica Minolta, oficialmente instalada no Brasil desde abril de 2015, com escritório em São Paulo, consolida ainda mais sua presença no país com o anúncio, feito em 2 de julho passado, da aquisição da Sawae Tecnologia Ltda., fabricante de equipamentos de raios X localizada na região metropolitana de Belo Horizonte (MG).

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o ID – Interação Diagnóstica, David Widmann, presidente da Konica Minolta para as Américas, destacou os motivos que levaram à aquisição da Sawae: “a empresa apresenta uma alta qualidade de fabricação, o que vai casar perfeitamente com os nossos sistemas digitais integrados. Queremos continuar reconhecidos por nossa qualidade tecnológica”. Com a aquisição, a empresa também garante uma ampla rede de distribuição, especialmente na Região Sudeste do país.

presença no Pais, a Konica Minolta também pretende aprimorar suas vendas de DR (Radiografia Digital) e CR (Radiografia Computadorizada) nesse projeto que tem como centro das atenções o Brasil: “disponibilizar suas Soluções de Imagem Primária, para expandir o negócio de saúde no Brasil. A intenção é garantir um diagnóstico precoce, oferecendo as informações necessárias para que as doenças possam ser tratadas com o melhor prognóstico possível. Além da linha de raios X, também atua com equipamentos de ultrassonografia e sistemas de informática e os planos a médio prazo incluem a comercialização desses produtos no Pais”, concluiu avid Widmann.

Comitiva visita o Brasil Uma comitiva da Konica Minolta, tendo a frente o presidente global, sr Kazuyoshi Hata, Toori Hasegawa, diretor global de marketing, e David Widmann, presidente para as Americas, e o Hiroyuki Oba, presidente da Konica Minolta Healthcare do Brasil o Serviço de Radiologia do Hospital das Clinias e, em seguida, foram conhecer as instalações da fábrica, em Minas Gerais. A empresa, que tem 75 anos, teve em 2014 Membros da diretoria da Konica Minolta em confraternização com a equipe um faturamento em torno de 8,5 bilhões de da Sawae, na sede da fabrica, na região metropolitana de Belo Horizonte. dólares (cerca de 26,6 bilhões de reais). Ela Segundo Widmann, com o aumento da população e as emprega 41.000 funcionários no mundo todo. exigências cada vez maiores de um atendimento à saúde Fundada em 1993, e localizada em Minas Gerais, a de melhor qualidade, a Konica Minolta vê no Brasil um Sawae fabrica e vende equipamento de raios X, princimercado de extrema importância em sua estratégia de lonpalmente, para os Estados de Minas Gerais, São Paulo, go prazo. “O país pode estar com problemas econômicos Rio de Janeiro e Bahia. agora, mas achamos que podemos ajudar a melhorar a Desde 2011, a Konica Minolta oferece a família de sosaúde da população ao longo do tempo”, afirmou. luções AeroDR, um sistema sem fio tipo cassete de raios X Como parte dessa estratégia, em que consolida sua digital, que permite a transmissão de dados de imagem.


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PRODUTO

REGISTRO

Mais um aliado na luta contra o câncer de mama

Philips investe nos cuidados com a saúde e inovações

Investir e apoiar as indicações da ressonância magnética (RM) de mama tem sido um dos desafios da Bayer, através de sua unidade de Radiologia, apostando na segurança e na eficácia de seu meio de contraste mais concentrado – Gadovist®.

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produto, como adiantam os especialistas, permite imagens mais ricas em detalhes, ampliando as possibilidades diagnósticas para lesões cada vez menores , o que pode resultar em um diagnóstico mais precoce, que é fator primordial na luta contra o câncer de mama. Nos exames por RM de mama, o contraste é importante, pois por meio dele, o médico poderá encontrar lesões em fases iniciais com mais segurança, agilizando o diagnóstico e adequando o tratamento a ser seguido pelo paciente. “Hoje Encontro com especialistas na Bayer, que contou com a participação do dr. Decio Roveda Jr. e dra. Suzan M. Goldman como conferencista sobre o tema câncer de mama. temos diversos contrastes seguros, o Gadovist® é um deles”, comentou a dra. Suzan M. do Serviço de Radiologia e Diagnóstico por Imagem Goldman, Docente do Departamento de Diagnóstico da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e da Clípor Imagem DDI EPM Unifesp. nica Femme( especializada na saúde da mulher ) , a Segundo a especialista, atualmente a mamografia dra. Susan M. Goldman, participou de reunião sobre é o principal exame de imagem utilizado como méprevenção de câncer de mama, na Bayer. todo de rastreamento, especialmente em pacientes No evento, o dr. Decio Roveda, também enfatizou acima dos 35 anos. Porém estudos mostram que a “que o diagnóstico do câncer de mama não abre mão Ressonância Magnética (RM) desempenha um imda combinação dos métodos e a mamografia é a opportante papel na detecção da doença e na avaliação ção inicial. O ultrassom, complementa esse trabalho de sua extensão, com impacto positivo na acurácia e a ressonância assume um papel muito importante diagnóstica. nessa rotina, e a medida que o método se democrati“A ressonância atua como exame complementar za, amplia o arsenal diagnóstico. O contraste é peça à mamografia ou ultrassonografia e é recomendada fundamental, pois cria um destaque entre a lesão a ser em mulheres com alto risco de desenvolvimento do diagnosticada e as estruturas vasculares / anatômicas, câncer de mama”. A RM pode fornecer ao médico ino que auxilia o diagnostico médico.” formações detalhadas sobre a localização, o tamanho O meio de contraste Gadovist® – destaca Jaime e a composição do tecido corporal a ser examinado. Muranta, CEO da Bayer Radiologia – também é usado Hoje existem dados na literatura que comprovam para o diagnóstico por Ressonância Magnética em os impactos da RM na sobrevida dos pacientes”, medicina interna (como no fígado, rins), em neurorressalta dra. Suzan. radiologia (crânio e médula espinhal) e em imagem Juntamente com o dr. Decio Roveda Jr., diretor vascular (angio-ressonância).

Daniel Mazon

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Henk de Jong

missão da Philips é melhorar a vida de 3 bilhões de pessoas até 2025. E, na América Latina, nossa meta é tocar a vida de 180 milhões delas, por meio de inovações e soluções que fazem a diferença. Estamos vivendo uma transformação do comportamento e do entendimento sobre o cuidado com a saúde, pois há uma necessidade crescente de cuidado com a saúde”, A afirmação é de Henk de Jong, CEO da Philips para América Latina, que realizou em São Paulo, no Museu da Escultura Brasileira, pela primeira vez o Philips Innovation Experience. Este é o principal evento global da marca com o objetivo de mostrar como a empresa está tornando a vida das pessoas melhor e, por meio de experiências interativas, exibir suas inovações relacionadas aos temas: “Vida Conectada”, “Cuidados Contínuos com a Saúde” e “Soluções de Iluminação Inteligente”.. Com relação a saúde, iniciativas em todo o mundo estão contribuindo para a transformação do atendimento na área. Na vanguarda dessa mudança, a Philips acredita que o futuro para uma vida saudável está na integração dos cuidados de saúde com as inovações tecnológicas para oferecer soluções em todo o ciclo da saúde: prevenção, diagnóstico e tratamento. Essa atuação diferenciada tem como objetivo melhorar a saúde da população, promover o cuidado centrado no paciente e reduzir os custos de saúde. “Há mais de 90 anos no mercado brasileiro, as inovações da Philips são desenvolvidas em parceria com médicos, sempre com foco na experiência de uso e bem-estar do paciente, usando tecnologia de ponta para garantir a qualidade na entrega de um resultado”, explica Daniel Mazon, vice-presidente sênior da Philips Healthcare para América Latina. Durante o Philips Innovation Experience no Brasil, os convidados puderam conhecer inovações, entre elas o VISIQ, uma tecnologia que permite conectar o transdutor do ultrassom em um tablet e, dessa forma, realizar o exame em qualquer lugar, superando as barreiras do tempo e da distância para salvar vidas.


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ANÁLISE

UBM Brazil assume o controle da Feira Hospitalar Acaba de ser concretizada transferência do controle da HOSPITALAR Feiras e Congressos para a UBM Brazil, braço do grupo britânico UBM plc, líder global em mídia de negócios e feiras profissionais.

Auditores internos: cursos no CBR

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aior evento do gênero no País, e um dos maiores do mundo, a Hospitalar reúne e mobiliza um público de mais de 90 mil pessoas anualmente e se constituiu num importante fórum para discussão dos problemas da saúde como um todo. O encontro para formalização da transferência, foi realizado na FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, ocasião em que foram definidas as novas estratégias de negócios da empresa. Contou com a participação da presidente da HOSPITALAR, Dra. Waleska Santos, além de Jean-François Quentin, presidente da UBM Brazil, Tom Ehardt, vice-presidente da UBM Life Sciences, divisão da UBM que congrega feiras, conferências e publicações dirigidas aos setores médico, odontológico, veterinário e farmacêutico e Francisco Santos, presidente do Grupo São Paulo Feiras. “É com grande entusiasmo que anunciamos a aquisição da HOSPITALAR depois de consolidarmos um relacionamento profissional de 20 anos com Francisco e Waleska Santos, respectivamente presidente e vice-presidente do Grupo São Paulo Feiras Comerciais”, declarou o presidente da UBM Brazil, Jean-François Quentin, que assumiu a presidência em 1º de julho. “Estamos muito

ANOTE

Dra. Waleska Santos e os diretores da UBM Brazil, Jean Franços Quentim e Tom Ehardt, no anuncio da aquisição, em São Paulo.

honrados com a confiança que ambos depositaram em nosso relacionamento e nesta parceria de longo prazo com a UBM.” Durante a apresentação da HOSPITALAR, a médica Waleska Santos, que continuará na presidência do evento, frisou a importância da Feira para o setor, que emprega mais de 12 milhões de pessoas anualmente no país, e como o evento traz uma agenda muito positiva todos os anos. Ressaltou ainda o crescimento de 5% na visitação neste ano, que fechou com um total de 96 mil visitas durante os quatro dias de evento. Sobre as expectativas para o próximo ano, Waleska destacou o empenho para trazer novos compradores e abrir mercado para o setor,

conteúdo ainda mais qualificado, além de informar o novo horário de funcionamento: das 12h às 20h, com início no dia 5 de maio de 2016. “Estou muito empolgado por ter a HOSPITALAR na família UBM. É uma oportunidade incrível de troca para juntos trazermos novos parceiros e formadores de opinião para o Brasil. Temos muitas expectativas para 2016”, ressalta. Centrada nos interesses dos hospitais, o evento recebe também as principais empresas da área o diagnóstico por imagem, onde o foco é a integração multidisciplinar. Expositores internacionais tem um importante espaço no evento.

om o objetivo de formar auditores internos, de acordo com os requisitos do Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem (Padi), o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico promove nos dias 14, 15 e 16 de setembro, Curso para formação de Auditores Internos. O curso acontecerá, em São Paulo, das 8h30 às 17h30, na R. Maestro Cardim, 1293, no Bairro da Bela Vista. A iniciativa tem por objetivo preparar profissionais para exercerem o papel de auditores em seus locais de trabalho, para participar do programa e se adequar às normas de certificação do PADI. Durante o curso, que ao todo somará 24h de aula, especialistas abordarão diversos temas. No dia 14 serão abordados: o Programa Padi, a estrutura da Norma Padi, a governança e gestão da qualidade e auditoria. Já no dia 15, o tema central será gestão e envolverá o atendimento, a infraestrutura, a radiação e a segurança, os equipamentos e a realização dos exames. No dia 16, último dia, os participantes terão aulas de gestão da aquisição de equipamentos, produtos e serviços, tecnologia da informação, higienização de artigos e superfícies, desinfecção e esterilização, processamento de roupas e auditoria. Mais informações e inscrições: cbr.org.br/padi

Siemens Healthcare com atuação independente

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Siemens aprovou recentemente o realinhamento de sua estrutura organizacional mundial, de maneira que a Siemens Healthcare passará a operar de modo independente dentro do grupo Siemens. O objetivo da mudança, segundo comunicado da empresa, é atuar neste mercado de saúde de um modo mais ágil, com mais flexibilidade l e orientado em atender às necessidades dos clientes.

A decisão está em processo de implementação, mas, já está definido que todas as atividades da Siemens Healthcare estarão consolidadas em uma única empresa já existente, a Siemens Healthcare Diagnósticos S. A. Segundo a empresa o processo de transição das operações da Siemens Ltda. para a Siemens Healthcare Diagnósticos S. A. será realizado sem que haja qualquer descontinuidade das obrigações contratuais assumidas.

Guerbet adquire a linha de contrastes da Mallinckrodt

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Guerbet Produtos Radiológicos, acaba de adquirir a área de Meios de Contraste e Sistemas de Injeção (CMDS) da Mallinckrodt, segundo comunicado oficial da empresa americana. Com forte presença na Europa, Estados Unidos e América do Sul, mantém uma fábrica de contrastes no Rio de Janeiro, a Guerbet opera em mais de 80 países. A decisão fortalece o mercado de contrastes, pois as duas empresas produzem uma gama abrangente de contrastes para exames de raio-x, ressonância magnética e radiologia intervencionista. Possuem também injetoras de contraste e dispositivos médicos que atendem a esses procedimentos médicos. A aquisição inclui quatro unidades de fabricação, bem como a linha completa de meios de contraste, injetoras e descartáveis. Durante esse período de transição, as duas empresas trabalharão juntas para desenvolverem um plano eficiente para a transferência da fabricação de produtos para a Guerbet.


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ANÁLISE

Por Dra. Anapaula H.Uema Watanabe – Hospital do Câncer de Barretos (SP)

Rastreamento do câncer de mama: um programa com começo, meio e fim O Departamento de Prevenção do Hospital de Câncer de Barretos (HCB) – Fundação PIO XII, há 13 anos oferece o exame de mamografia gratuito, através de um Programa de Rastreamento do Câncer de Mama, para mulheres de 40 a 69 anos, residentes nos 18 municípios que pertencem a chamada DRS V (Diretoria Regional de Saúde).

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objetivo desse programa é realizar o exame de mamografia com periodicidade estabelecida, sendo de 40 a 49 anos anual e de 50 a 69 anos bienal, não deixando de estimular a realização anual do exame físico das mamas. Dessa maneira, para garantir que todos os municípios serão contemplados a contento, um calendário anual foi organizado. Há uma equipe multidisciplinar formada por médicos, psicólogas, técnicas de radiologia, enfermeiras, capacitadora de saúde e físicos médicos, que é responsável pela implementação de todo programa de rastreamento e a busca ativa das mulheres da chamada população alvo, realizada em parceria com os municípios através dos agentes comunitários de saúde, uma ferramenta importante para a adesão das mesmas. Os exames de mamografia podem ser realizados nas unidades fixa (cidade de Barretos) e móvel (carreta com salas com mamógrafo e coleta de Papaniolaou), sendo que um levantamento dos últimos 5 anos evidencia que 78% das mulheres realizam os exames nessa última, o que mostra que a facilidade de acesso em se realizar o exame de maneira confortável, humanizada e com qualidade é mais um dos diferenciais dessa instituição, possibilitando a detecção do câncer de mama nas fases iniciais,

dentro da população assintomática. Tais exames são avaliados em uma central de laudos, por uma equipe médica em constante validação de qualidade através de análise de desempenho individual e auditorias de resultados, sendo essa realizada através de releitura cega de uma amostragem mensal de 5% do volume total de exames de cada médico. Importante salientar, ainda, que após uma parceria com um grupo de especialistas holandeses em rastreamento mamográfico, foi desenvolvido o controle de qualidade clínico dos exames mamográficos que consiste na avaliação, em tempo real, de 20 % da produção diária, através de verificação de 26 indicadores de qualidade, tanto relacionados a posicionamento quanto equipamento, nas mamografias realizadas em todas as unidades fixas e móveis. As eventuais não conformidades de posicionamento são tratadas através de treinamento personalizado e individualizado dos profissionais envolvidos e as falhas relacionadas aos equipamentos têm sua correção otimizada devido à imediata identificação. A partir do momento que o exame de mamografia é realizado em uma de nossas unidades, todos os resultados são de responsabilidade desse hospital. Sendo assim, qualquer exame alterado ou suspeito de lesão maligna é conduzido e avaliado pela

equipe de médicos formados por radiologisseguimento correto e 71,9% daquelas entre 50 a 69 anos apresentam cobertura adequada, tas, mastologistas e oncologistas, conforme índice esse semelhante a população de países a necessidade individual. Essa é a chamada desenvolvidos como Inglaterra e Holanda. filosofia do “começo, meio e fim”, que rege No ano de 2014, atingiu-se essa instituição. o total de quase 98.000 mamoTodos os dados obtidos são organizados em um programa grafias realizadas pelo departainformatizado, desenvolvido mento de Prevenção, sendo 30% de maneira personalizada pela dessas na região de Barretos. equipe de Tecnologia de InforDas pacientes diagnosticadas com câncer de mama 61,6% mática do Hospital de Câncer encontram-se em Estadiamento de Barretos, em conjunto com Clínico inicial (EC 0 e I), valor a equipe médica, que permite esse superior ao apresentado o manejo automático, desde pela FOSP, que é de 35%. Imporas convocações para realização de exames futuros, quer sejam tante destacar que na faixa mais eles novas mamografias (ras- Dra. Anapaula Watanabe precoce, de 45 a 49 anos, 80% foram portadoras de carcinomas treamento habitual) ou exames ductais invasivos, isto é, tumores já com poder complementares de ultrassonografia ou de invasão dos tecidos adjacentes e 86% deles biópsias, bem como a alimentação de dados apresentaram grau histológico II e III, indicanpertinentes a mulheres com diagnóstico de câncer de mama (cobertura, taxa de detecção, do maior agressividade da lesão. Tal dado vem estadiamento). Dessa maneira, pode se dizer para reforçar que realmente deve-se iniciar o que todas as etapas e processos do rastrearastreamento a partir dos 40 anos. Acredita-se que somente através de um mento mamográfico encontram-se passíveis programa de rastreamento efetivo o objetivo de controle e monitoramento eficiente. de se diagnosticar o câncer de mama nas A análise de dados da série histórica no fase iniciais será alcançado e dessa maneira Programa de Rastreamento Mamográfico do favorecendo o sucesso no tratamento. Hospital de Câncer de Barretos - da Fundação Pio XII entre os anos de 2011 a 2015 revelaram Médica Radiologista – Hospital do que 66,1% das mulheres da região de Barretos, Câncer de Barretos (SP) na faixa etária de interesse, encontram-se em

Barretos e o sonho de um hospital de câncer na Amazônia

Barretos sediou evento internacional sobre o tema Oncologia Mamária, com a participação do prof Gustav von Schultless, que falou de PETRMxPETCT, na foto com Eudemberg Silva, da GE Healthcare. A abertura foi feita pelo dr. Edmundo Mauad, diretor da instituição que mostrou aspectos do trabalho desenvolvido pela Fundação Pio XII e pelo Hospital do Câncer de Barretos. Destacou, na oportunidade, que a instituição tem um sonho, ”construir um hospital de câncer na Amazônia” e mostrou um projeto que está sendo estudado pela instituição. Coordenado pela dra. Silvia Souza Sabino, chefe do Serviço de Mama do Hospital, o evento contou com a participação de grandes nomes da Mastologia, como o prof. Alfredo Barros, o dr. Ruffo Freitas Jr., e da área da Imagem, como o dr. Luciano Fernandes Chala,as dras. Alice Brandão e Selma di Pace Bauab e o dr. Marcos M. Saito. O evento teve o patrocínio da GE Healthcare.


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ENTREVISTA

Por Luiz Carlos de Almeida (SP)

CBR’2015: professores internacionais são destaques na programação Valorizando a prática diária, criando facilidades de acesso, focado num conteúdo atualizado, com os atrativos turísticos do Rio de Janeiro, o CBR´2015 vê com o otimismo – fechado o primeiro ciclo de inscrições previas – a participação no evento e conclama os radiologistas cariocas para que prestigiem o evento será realizado em sua cidade. Nesta entrevista, os drs. Antonio Carlos Matteoni, presidente e Manoel de Souza Rocha analisam a programação mostram o que haverá de melhor no evento.

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e de 8 a 11 de outubro, o Cennografia em Musculoesquelético. tro de Convenções SulAmerica, “Os cursos hands-on são um ponto alto sediará o Congresso Brasileiro da programação e tem sempre grande demanda. Assim, os interessados devem buscar de Radiologia. Com um enfoque se inscrever, pois para esses cursos há limite muito mais dinâmico e a participação de convidados ligados à American Roentgen de vagas. Nem é preciso mencionar que o Ray Society (ARRS), à Société Française de Raaprendizado na prática tem grande impacto diologie (SFR) e à Federación Latinoamericana de na formação do médico radiologista”, reforça Sociedades de Ultrasonido en Medicina y Biologia o dr. Matteoni. (FLAUS). Neste ano, o Congresso também dará Com o apoio do dr. Antonio Carlos Matteoni ênfase ao curso de BI-RADS. “O objetivo é de Athayde, presidente, e do dr. Manoel de Souza permitir que o radiologista conheça o nível Dr. Antonio Carlos Matteoni Dr. Manoel de Souza Rocha Rocha, diretor científico do CBR, o ID selecionou Dra. Valérie Vilgrain do seu status na interpretação dos exames de informações importantes para levar ao conhecimama, uma subespecialidade da radiologia, de mento dos que pretendem ir ao Rio de Janeiro, e grande crescimento e importância”, ressalta o dar-lhes subsídios para a escolha dos temas, das presidente do CBR. palestras e assuntos de seu interesse, para que As sessões de Correlação Clínica-Radiológica-Patológica (CCRP) também serão outro saibam o quanto é importante a sua participação destaque do Congresso. Coordenadas pelo no evento. prof. Alair dos Santos, da Universidade FedeAo transferir o CBR´2015 para o Centro de ral Fluminense, as sessões de interpretação de Convenções SulAmérica, o dr. Antonio Matteoni, imagens são sempre um dos pontos principais justifica que a entidade “procurou criar melhores dos eventos da área de Radiologia e Diagnóstico condições de acesso para todos, principalmente, por Imagem. Este ano, os debatedores serão do para os colegas do Rio de Janeiro. Próximo ao Rio de Janeiro e do Nordeste, que de acordo Metrô, em local centralizado e de fácil acesso, permitirá que o médico assista as aulas, sem prejuízo com Matteoni “demonstra que a Radiologia Prof. Jon Jacobson Dra. Catherine Appleton Prof. James C. Anderson ao seu trabalho”. brasileira atingiu um alto nível de desenvolvimento em vários pontos do País”. Mas, a Comissão Científica procurou, tamMusculoesquelético atuam com todas as técnicas de diagnósbém, preparar um conteúdo que atenda às expectativas de O curso de Física de RM, também, está gerando uma tico por imagem e precisam fazer tais correlações, além de atualização, convidando professores internacionais como a grande expectativa entre os profissionais. Na avaliação dos transporem conhecimentos de um método para outro”. dra. Valérie Vilgrain, “uma expoente da Radiologia francesa, organizadores, o curso oferece a oportunidade de aprender Como também enfatiza o dr. Antonio Carlos Matteoni, com inúmeros trabalhos de Radiologia abdominal, particularprincípios fundamentais para a interpretação e execução dos o “evento está focado no que há de mais atual para a área da mente avaliando as doenças hepáticas e pancreáticas”, destaca exames, com destaque para a redução de artefatos e melhora imagem. E, por exemplo, em Radiologia da Mama o CBR´2015 o dr. Manoel Rocha. “Suas aulas permitirão que os radiologistas na qualidade dos exames de ressonância. receberá a profª Catherine Appleton, uma das grandes lideranbrasileiros tenham acesso à visão europeia das doenças hepáTécnicos e Tecnólogos em Radiologia também terão seu ças deste setor nos Estados Unidos. As suas aulas abordarão ticas, sempre orientada para protocolos de investigação, que espaço, com evento específico para estes profissionais, que a relevância da tomossíntese e o papel da RM na avaliação valorizam a redução de custos e otimizam o uso dos recursos atuam no segmento, e tem um papel decisivo no controle de mamária, temas extremamente relevantes para o Radiologista diagnósticos”, complementa. qualidade da imagem e dos índices de exposição à radiação. Geral e para o especialista. Ainda nesse curso, teremos a partiO objetivo, ao elaborar o programa, foi oferecer conteúdo “A parceria com entidades de classe proporciona uma cipação do Prof. Javier Romero, radiologista colombiano com que auxilie na prática diária, por exemplo, na Neurorradioloprogramação extremamente interessante e com enfoque para grande atuação na Sociedade Iberoamericana de Radiologia gia. Dentre os profissionais renomados internacionalmente, aspectos práticos da realização dos diversos tipos de exames”, Mamária, segmento que o CBR olha com muita atenção, atrao evento contará com a participação dos professores: James comenta dr. Matteoni. vés do seu Programa de Qualidade em Mamografia. Anderson, dos Estados Unidos, que apresentará protocolos de Por se realizar no Rio de Janeiro, o CBR 2015 também US na prática através dos hands on exames de RM, com destaque para otimização do tempo de contará com a participação de professores renomados do exame e para o valor das sequências de difusão. Já Jon Jacoestado. “Tradicionalmente, o Rio sempre reúne profissionais A área de Ultrassonografia receberá os profs. Luís Ferbson, na área de Radiologia Musculoesquelética, vai enfatizar de renome e, atualmente existem vários jovens professores nando Chavarría Estrada e Moisés Armando Zamora Ruiz, a correlação entre os aspectos observáveis na ultrassonografia cariocas destacando-se na Radiologia brasileira. Este congresem um curso do CBR/FLAUS dedicado à Ultrassonografia em so será uma oportunidade de sentir a pujança da Radiologia e na Ressonância Magnética, de tal forma, que as aulas vão Radiologia Músculoesquelética. Mas, enfatiza o dr. Matteoni, local e contamos com a presença maciça dos radiologistas atrair a atenção dos radiologistas que atuam nas duas áreas. como ultrassonografista, que “a programação deste ano concariocas”, conclui dr. Matteoni. (Consulte a programação no Segundo o dr. Manoel Rocha “vale mencionar, ainda, que templa cursos hands-on durante todo o evento, com cursos de site do cbr.org.br) muitos radiologistas, especialistas ou superespecializados em Ultrassonografia Geral, Ultrassonografia Obstétrica e Ultrasso-

Atualize o seu endereço É bom para você que recebe o jornal e para nós que teremos a certeza que você quer continuar a recebê-lo. Em nosso site www.interaçãodiagnostica.com.br você encontrará um questionário que vai facilitar o acesso. Por favor, preencha-o. Será a certeza que continuarás a receber o ID Interação Diagnóstica e suas publicações e e-mails. Melhor ainda, sem nenhum custo.


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EVENTOS

ANOTE

Simpósio Internacional de Imagem em Oncologia

Congresso da SBUS terá amplo temário e atividades práticas De 21 a 24 de outubro, será realizado em São Paulo, no Centro de Convenções Frei Caneca, o Congresso da SBUS – Sociedade Brasileira de Ultrassonografia, com uma intensa programação de palestras e cursos pré congresso, focados nos principais avanços da especialidade. Neste ano de 2015, o prof. Francisco Mauad Filho, da FMUSP Ribeirão Preto e diretor da FATESA/EURP será homenageado como presidente de honra.

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om o tema central “Personalizando o cuidado através da imagem”, o ACCamargo Cancer Center realizará, em São Paulo, dias 23 e 24 de outubro, o II Simpósio Internacional de Imagem em Oncologia com uma abordagem focada em orientações práticas para a interpretação de exames e para o manejo de pacientes oncológicos. A Comissão Organizadora, tendo a frente o dr. Rubens Chojniak, diretor do Departamento de Radiologia, formada pelos drs. Eduardo Nóbrega Pereira Lima, Elvira Ferreira Marques, Marcos Duarte Guimarães, Paula Nicole Vieira Pinto e Chang Jeng Tuyng, destaca que os participantes terão a oportunidade de conhecer o que se faz na instituição e entender o “papel das novas tecnologias na abordagem multidisciplinar do câncer e seu impacto na redução da morbidade e mortalidade”. Convidados nacionais e estrangeiros participarão do evento, abordando também, temas como: Diagnóstico por Imagem em Oncologia Torácica, em Oncologia Urogenital, Incorporação de novos biomarcadores funcionais e metabólicos nas estratégias de investigação oncológica e Radiologia intervencionista. Reserve a data e informe-se: www.accamargo.org.br/ventos – tel. (11) 21895213 ou eventosaccamargo.org.br

Comissão Científica, que tem a frente o dr. tanela, além de almoço com especialista, com os temas Sang Chon Cha, já definiu o temário, que Como melhorar o US morfológico em Medicina Fetal, será aberto com dois cursos com os drs. Sang Chon Cha e Maria Virginia Machado. pré-congresso, sobre os temas Ano a ano o Congresso da SBUS se Medicina fetal, coordenado fortalece e se transforma numa importante pelo dr. Mauricio Saito; US Vascular, dr. vitrine para os especialistas dessa área de Carlos Stefano de Brito, e o III Encontro atuação, recebendo especialistas de todo da Liga Brasileira de Ultrassonografia em o País. Abre espaço para o lançamento de Músculo esquelético, coordenado pelo dr. livros, promove sorteios e nesta edição Monres José Gomes. está previsto o sorteio de um carro e outros A Comissão Organizadora, presidida itens, como IPHONES e livros. pelo dr. Waldemar Naves do Amaral, estruturou o evento com palestras distribuídas A Comissão Científica reúne especialistas dos principais centros do País, por quatro auditórios, promovendo uma como os drs. Adilson Cunha Ferreira, ampla abordagem sobre temas de Obstetrícia, Pequenas partes, Músculo esquelético, Helio S. A. Camargo, Maria Cristina Prof. Francisco Mauad Filho Medicina interna e Pediatria. Chammas. Monres José Gomes, Rosemeire Fernandes Garcia, Osmar de Cássio Saito e Carlos Estão previstos, também, cursos práticos com hands Stefano de Brito. on em US morfológico, Doppler venoso e US Transfon-

V Jornada Pernambucana de USG e Medicina Fetal

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Rastreio e Prevenção da Pré-eclâmpsia e do Parto Prematuro, Novos Métodos Não Invasivos de Análise do Cariótipo Fetal, além de Novas Tecnologias para Diagnóstico de Doenças Fetais serão alguns dos assuntos que integrarão a programação da V Jornada Pernambucana de USG e Medicina Fetal, que acontecerá no Hospital Português, em Recife-PE. O evento que será promovida pela Sociedade Brasileira de Ultrassografia Regional terá dentre seus palestrantes já confirmados Adilson Cunha (SP), Jorge Telles (RS), Paulo Cesar Gomes (SE), Renato Ximenes (SP) e Antônio Gadelha (PB). Mais informações www.ultramaterdiagnosticos.com.br ou pelo e-mail: ultramater@uol.com.br ou, ainda, pelo telefone (81) 32310563.


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ACONTECE

Biópsia de Próstata: curso no InRad

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rganizado pelo Centro de Estudos Radiológicos Rafael de Barros – InRad HCFMUSP, o Curso de Atualização e Técnica em Biópsia de Próstata Transretal será realizado nos dias 18 e 19 de setembro, coordenado pela dra. Andrea Cavalanti Gomes (foto), com o apoio do prof. Alberto Azoubel Antunes, do Serviço de Urologia. Participam também os drs. Marco Antonio Arap, Ronaldo H. Baroni e Alexandre Iscaife. O curso tem por objetivo fazer uma revisão anatômica da próstata, enfatizando os aspectos clínicos e cirúrgicos relevantes para a prática da biópsia de próstata. Haverá apresentação de filme com todo o procedimento, bem como demonstração do manejo do aparelho na montagem para a execução do procedimento. Informações: cerb.inrad@hc.fm. usp.br – tel. (11)2661-7067.

Doppler em Medicina Interna

COMUNICADO

SRPE promove Simpósio de Cabeça e Pescoço

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Sociedade de Radiologia de Pernambuco promoverá, nos dias 6 e 7 novembro o II Simpósio Internacional de Cabeça e Pescoço, com a participação do prof. Hugh Curtin, chefe do Serviço de Radiologia do Massachussets General Hospital, da Universidade de Harvard, em Boston. O evento abordará, entre outros, temas de neurorradiologia, Tumores que podem comprometer as vias óticas, Avaliação da imagem dos nervos cranianos, Os palestrantes nacionais serão a dra. Cristiane Abbelhsen, da Bahia e a dra. Maria de Fátima Aragão, de Pernambuco. Outras infoormações: www.srpe.org.br

Dia do Radiologista O Simpósio de Cabeça e Pescoço fará parte das comemorações do “Dia do Radiologista”, 8 de novembro, que marca uma tradição na história da Sociedade de Radpiologia de Pernambuco, ocasião em que presta homenagens e premia os residentes com maior desempenho no ano em questão.

FATESA/EURP realiza IX Jornada Internacional de Ultrassonografia

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FATESA/EURP realizará, em Ribeirão Preto, de 24 a 26 de setembro, a IX Jornada Internacional de US e o VIII Encontro de Ex-aluno, presididos pelo prof. Francisco Mauad Filho. Na ocasião, também será lançado o I Simpósio de Tecnologia em Saúde. O evento contará com as conferências: O Papel da Ultrassonografia na Pediatria, ministrada por Antonio Soares de Souza; Elastografia o Estado da arte, ministrada por Antonio Carlos Matteoni de Athayde; Ensino no Brasil, ministrada pelo dr. Oscar Alves e As demandas da evolução dos diagnósticos por imagem,

ministrada pelo dr. Clóvis Simão Trad. Serão abordados os seguintes assuntos: Práticas: Tutorial com sistematização, Dopple. GO, Morfológico, Musculoesquelético (ombro/punho), vascular, próstata/ testículos, tireoide cervical, entre outros. Os participantes assistirão, também, palestras com especialistas renomados nas áreas de Ultrassonografia GO (US), US Medicina Interna, US Medicina Fetal, US Musculoesquelético, US Vascular, US Pediatria, US Mama, US Pequenas Partes, Física, Educação e Tecnólogo. Mais informações entre em contato pelo telefone (16) 3636-0311 – 0800 183310 ou pelo e-mail contato@fatesa.ed.com

Interação Diagnóstica é uma pu­bli­ca­ção de circulação nacional des­ti­na­da a médicos e demais profissio­nais que atu­am na área do diag­nóstico por imagem, espe­ cia­listas corre­lacionados, nas áreas de or­to­pe­dia, uro­logia, mastologia, ginecoobstetrícia. Conselho Editorial Sidney de Souza Almeida (In Memorian) Hilton Augusto Koch Dolores Bustelo Carlos A. Buchpiguel Selma de Pace Bauab Carlos Eduardo Rochite Omar Gemha Taha Lara Alexandre Brandão Nelson Fortes Ferreira Nelson M. G. Caserta Maria Cristina Chammas Alice Brandão Wilson Mathias Jr. Consultores informais para assuntos médicos. Sem responsabilidade editorial, trabalhista ou comercial. Jornalista responsável Luiz Carlos de Almeida - Mtb 9313 Redação Denise Conselheiro (SP) Gislene Rosa Silva (SP) Lilian Mallagoli (SP) Silvia Veronica Santos (SP) Valeria Souza (SP) Arte: Marca D’Água Fotos: Cleber de Paula, André Santos Imagens da capa: Getty Images Administração/Comercial: Sabrina Silveira Impressão: Duograf Periodicidade: Bimestral Tiragem: 12 mil exemplares Edição: ID Editorial Ltda. Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 2050 - cj.37A São Paulo - 01318-002 - tel.: (11) 3285-1444 Registrado no INPI - Instituto Nacional da Pro­prie­dade Industrial. O Jornal ID - Interação Diagnóstica - não se responsabiliza pelo conteúdo das men­sagens publicitárias e os ar­tigos assinados são de inteira respon­sa­bi­lidade de seus respectivos autores. E-mail: id@interacaodiagnostica.com.br

Atualização do seu endereço Buscando maior eficiência na circulação do ID – Interação Diagnóstica, que hoje é distribuído por 12 mil nomes em todo o País, e considerando as grandes barreiras que este processo está enfrentando, por fatores como: inadequação dos endereços, problemas com o código postal, a própria dificuldade dos Correios, o mesmo acontecendo com a agência que foi contratada para envio do jornal, pedimos que nos respondam as questões abaixo. 1) Está recebendo jornal regularmente? 2) Seu endereço está correto ?

3) Gostaria de continuar recebendo ? 4) Não quer mais receber a versão impressa ?

As respostas nos ajudarão a aperfeiçoar a circulação e devem ser feitas através do email: id@interacaodiagnostica.com.br www.facebook.com/jornalid

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ob a coordenação das dras. Julia D. Zavariz e Sandra Tochetto, do Serviço de Radiologia, será realizado no InRad HCFMUSP, dias 26 e 27 de setembro um Curso de Doppler em Medicina. O evento, promovido pelo Centro de Estudos Radiológicos Rafael de Barros, terá, ainda, como palestrantes convidados, os drs. Fernando Linhares e Peter C. Françolin. O temário enfocará desde a anatomia e segmentação hepática, hepatopatias crônicas, critérios de normalidade, com uma ampla abordagem sobre Rim, Doppler da artéria renal, Artéria renal aorta, Rim – Endometriose, entre outros. Informações: cerb.inrad@hc.fm.usp. be – tel. (11) 2661-7067

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