Jornal ID 88 out/nov 2015

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OUTUBRO / NOVEMBRO 2015 - ANO 13 - Nº 88

Câncer de mama: contrastes e propostas que vão além do “Outubro Rosa”

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s números alarmantes de casos de câncer de mama no País mostram que, apesar de todos os esforços, a luta contra a doença enfrenta obstáculos de difícil solução. Enfatiza, também, as duas realidades que, cada vez mais, estão presentes no nosso dia a dia: a realidade pública e a privada.

As ações desenvolvidas no “Outubro Rosa” evidenciam essa situação, e apesar de todo empenho de empresas, instituições e associações de classe, caminhamos muito pouco em mais de 20 anos que o País começou a tomar consciência do problema e colocou o na pauta das discussões. Nesta edição, o ID – Interação Diagnóstica dá sua contribuição para uma análise da extensão do problema do câncer de mama, mostra que a preocupação dos serviços privados com o problema transcende os interesses econômicos, como mostramos em matéria com Fleury Medicina e Saude e Clínica Mamo Rad – escolhidas propositalmente como exemplos, com temas dedicados à saúde da mulher. Artigos de primeira qualidade, de instituições privadas, como Mama Imagem e Hospital do Câncer de Barretos, refletem essa realidade e trazemos uma análise dos desafios de um programa de qualidade, por especialistas do Serviço de Radioproteção da CNEN. Existem iniciativas muito eficientes na área pública, como InCa, InRad, Pérola Byngton, mas, esbarrm na falta de recursos e, muitas vezes, de mão de obra qualificada. Pags. 3, 7, 8 e Caderno Application.

CBR’15

AMB/CBR comemoram novo decreto de títulos de especialista

Estudo InCor-Hopkins para CT multislice comemora 10 anos “Queremos analisar como podemos estender o benefício da angiotomografia para aqueles pacientes que já estão diagnosticados, mas em que há necessidade de delinear a extensão da doença e decidir se eles precisam de mais procedimentos”. Este é o nosso próximo desafio, explica o prof. Prof. João Augusto Lima João Augusto Lima, da John Hopkins University e dá uma dimensão das propostas que convivem com sua rotina, nos Estados Unidos, onde chefia o Serviço de Imagem Cardiovascular nesta instituição. Ele esteve no Brasil, concedeu uma entrevista ao ID sobre o Projeto CT Multislice, com o InCor SP (pag, 6), participou do Simpósio de Imagem Cardioovascular e teve tempo de ir a Brasília para dar sequência a um outro projeto, que vai beneficiciar médicos brasileiros: aumentar o número de bolsas da CAPES para estágios no John Hopkins.

Medalha de ouro CBR Dr. Antonio Carlos Matteoni de Athayde

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Dr. Aldemir Humberto Soares

novo decreto que mantém a atual estrutura de concessão do título de especialista pela AMB/ CBR marcou a abertura do XLIV Congresso Brasileiro de Radiologia, no Rio de Janeiro, evento que reuniu mais de 2 mil médicos de todo o País. O anúncio feito pelo dr. Aldemir Humberto Soares, conselheiro do CFM pela AMB, enfatizou a importância do trabalho das entidades médicas. “O novo decreto está aprovado e agora vamos para Brasília regulamentar o seu funcionamento. O CFM tem uma câmara de Radiologia aberta para quem quiser participar e colaborar nas discussões e elaborações de novas resoluções e pareceres técnicos”, relatou o conselheiro. O presidente do CBR, Dr. Antonio Carlos Matteoni de Athayde, reforçou a importância entidades das médicas. “O CBR está acompanhando tudo que está acontecendo em Brasília e trabalhando para defender os direitos da nossa

Dr. Hilton Koch

classe. Estivemos juntos na luta capitaneada pela AMB e revertemos o problema do projeto Mais Especialistas”. O objetivo era criar o Cadastro Nacional de Especialistas, mas o Decreto 8.497/15, publicado em agosto, dava ao governo federal o poder de excluir ou alterar especialidades médicas e reconhecer certificados de cursos que formam especialistas. A proposta estava dentro do projeto Mais Especialistas, posterior ao Mais Médicos. A solenidade de abertura encerrou com palestra do Dr. Hilton Koch relatando a história da Radiologia e do ensino da especialidade no país. Dentre as dificuldades relatadas durante sua apresentação, Koch apontou a ausência de um manual que sugira conteúdos sobre a especialidade a serem ensinados durante a graduação médica. “É importante que o médico formado saiba quais exames pedir para cada tipo de patologia”.

A Medalha de Ouro CBR deste ano foi para o carioca Dr. Edson Marchiori, Professor Titular da UFF e associado da UFRJ. “Essa medalha tem dois significados especiais. Primeiro pelas pessoas que já receberam essa homenagem antes e o tanto que elas fizeram pela Radiologia. Segundo por vir do CBR, instituição que tenho profundo respeito e local onde tenho talvez os meus melhores amigos. Sentimento de felicidade e gratidão a tantas pessoas que caminharam junto comigo durante todo esse tempo”.


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Por Luiz Carlos de Almeida (SP)

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EDITORIAL

Muito além do “Outubro Rosa”

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este ano, o movimento popular para estimular a participação da população no controle do câncer de mama, conhecido como “Outubro Rosa”, está comemorando 25 anos, embora os movimentos que antecederam essa iniciativa datam de 1997, e tem sua origem nos Estados Unidos. O Outubro Rosa, celebrado anualmente, nasceu com o objetivo de promover a conscientização sobre a doença e compartilhar informações sobre o câncer de mama. É um movimento vitorioso que estimula a participação da sociedade, empresas e entidades, em prol de ações e atitudes para conscientizar a própria mulher sobre a necessidade de prevenir e de lutar contra a doença, realizando o exame de mamografia, pelo menos uma vez por ano. A essência do movimento está no diagnóstico precoce, que é a chave para agilizar o tratamento e buscar o melhor resultado possível. O laço, símbolo do movimento, foi idealizado e lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura do Câncer, realizada em Nova York, que passou a ser promovida anualmente na cidade. No Brasil, o movimento ganhou força, gerou iniciativas positivas, através de entidades que buscam fortalecer e amparar as mulheres nessa luta. Empresas desenvolvem ações, investem em tecnologia, os médicos criam espaços e buscam, cada vez mais, aprender como lidar com essa doença, que hoje conta com o suporte de programas de qualidade, equipamentos sofisticados que aumentam a eficiência do diagnóstico, muito embora, todos saibam que o básico - o exame de mamografia -, é a luz no fim do túnel. O choque entre o desejável e o exequível é muito grande. Se, por um lado, já crescemos e avançamos na conscientização nos centros mais avançados, esse ainda é um problema muito grave no nosso País. Os números impressionam e a Sociedade Brasileira de Mastologia faz um alerta: estima-se que surjam 52.680 casos novos no período de um ano. Em regiões mais pobres do País, onde o acesso à informação e ao diagnóstico precoce, a situação é muito mais grave, estima-se que a mortalidade por câncer de mama seja 11 vezes maior quando comparadas a regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A dificuldade de

acesso a métodos de detecção e de tratamento são as principais razões apontadas para essa diferença. Apenas como referência, pois, o problema é de saúde pública, a luta contra o câncer de mama exige recursos, gestão e gerenciamento. Esta realidade bate de frente com a nossa estrutura de atendimento. Embora disponha de equipamentos, o Sistema Único de Saúde, mantém um grande número de mamógrafos e outros equipamentos destinados ao diagnóstico fora de uso, não possui médicos e instituições preparadas para um atendimento de qualidade. “Temos máquinas velhas, que precisam de manutenção ou de substituição, mas temos também o problema de subutilização dos aparelhos. Os hospitais costumam fazer menos exames do que sua capacidade, por falta de profissionais”, explica Ruffo de Freitas Júnior, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia. Segundo o especialista a oferta insuficiente de exames diagnósticos faz com que muitos casos sejam descobertos em estágio avançado, quase sem chance de cura. As informações do Instituto Nacional do Câncer – INCA, confirmam que a mamografia por rastreamento tem sido uma grande aliada na detecção precoce da doença, mas, não consegue chegar a todas as pacientes em tempo hábil. Dentro desse universo de problemas, o Outubro Rosa, é o momento de despertar para essa realidade, considerando que despertar apenas, não adianta, pois cada um tem o seu papel dentro dessa estrutura. Assim, precisamos de uma conscientização geral, que em primeiro lugar deve ser da própria paciente com o autocuidado em se examinar de forma constante, e na duvida, buscar atendimento na rede pública, fazendo valer os seus direitos de receber assistência com um profissional médico qualificado, acesso a exames e encaminhamento no prazo adequado para solução do seu problema. Dentro dos seus limites, o ID – Interação Diagnóstica sente-se como um “David” diante de um “Golias” invencível. Não será uma pedra que o derrubará, mas, quando levantamos o assunto, trazemos informações sobre o tema e buscamos colocá-lo em discussão, o que nos dá a certeza de estarmos dando a nossa colaboração para o fortalecimento desse movimento tão nobre, como é o Outubro Rosa. É essa a nossa missão.

INOVAÇÃO

Compromisso digital: próximo desafio

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stamos próximos das comemorações dos 15 anos do ID – Interação Diagnóstica, e esbarramos sempre em dois obstáculos muito grandes: circulação e custos. Como chegar aos nossos leitores com eficiência em um País de dimensões continentais? Ao longo deste período, contamos com o apoio expressivo das empresas do setor – esta edição é uma mostra de apoio, da credibilidade do veículo – e contamos com os nossos parceiros de conteúdo, geradores de informações e artigos, que também têm sido um motivo de grande satisfação. No momento em que o País vive mais uma de suas incontáveis crises, que os mágicos tentam tirar da cartola alguma receita que nos recoloque nos rumos, há que se refletir sobre os dois itens propostos, custo e eficiência, e sobre um novo ingrediente que passou a fazer parte do sistema de comunicação: a informação digital. O ID nasceu e permanecerá como veículo impresso, e assim será. Circula pelo Brasil (dentro do possível, é claro), mas já está no tablet, para Android e iOS, no site etc. Mas, percebemos que isso só não é suficiente. Infelizmente o hábito da leitura não é para todos, assim como o da linguagem escrita, que está se transformando – graças à era

digital – em uma linguagem de sinais. Percebe-se que a eficiência dos meios de distribuição do jornal não acompanha a agilidade da internet, que os leitores estão perdendo o hábito de ler, ou só o fazem quando sobra tempo. As inúmeras consultas para saber quem quer continuar recebendo o veículo, embora tenhamos um feedback dos nossos leitores, esbarram em um silêncio aterrador. Mas, o ID nasceu com uma missão: levar informação e conteúdo de qualidade para todo o País e mostrar o que se faz de bom aqui, pois não somos apenas corrupção e mazelas. Hoje a ID Editorial possui um dos maiores acervos de emails do Brasil, uma lista de 30 mil pessoas do setor da imagem interessadas em informações de qualidade. Diante desse fato, vamos implementar, aos poucos, o que chamamos de compromisso digital. O ID, como veículo impresso, será fortalecido pela mídia digital. Implantaremos o envio por email marketing, paulatinamente, para médicos do País e da América Latina. Nosso compromisso exigirá contrapartidas, mas nada que não esteja ao alcance de todos. É só aguardar! (LCA)


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O BIMESTRE

Por Luiz Carlos de Almeida (SP)

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ão Paulo – Congresso Internacional do Einstein – Nos últimos 10 anos, mais de 100 mil médicos e profissionais da saúde participaram dos eventos científicos realizados pelo Hospital Israelita Albert Einstein, que este ano coloca em atividade sua Faculdade de Medicina, e que realizou com sucesso, o seu II Congresso Internacional de Diagnóstico por Imagem, simultaneamente com o VI Simpósio de Ressonância Magnética e o IV Simpósio de Imagem Molecular e Radiofarmácia. Coordenado pelos drs Ronaldo H. Baroni, Miguel Francisco Neto e Marcelo B. Gusmão Funari, os eventos recepcionaram grandes nomes da especialidade, como o pesquisador Narinder Paul, de Toronto, Canadá, que falou sobre a utilização da baixa e ultrabaixa dose de contraste e como isso pode influenciar na qualidade das imagens. O dr. Homer Macapinlac, da Universidade do Texas MD Anderson Cancer Center/EUA, que abriu a palestra falando do crescente papel da imagem molecular na abordagem multidisciplinar do tratamento do câncer, e o dr. Sudhakar Venkatesh, pesquisador e professor da Clínica Mayo, EUA, completaram a lista de convidados do Exterior.

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uazeiro do Norte – Extrapolando os limites do Estado – Tendo a frente a dra. Radiá Santos e o dr. Carlos Alberto P. Ferreira, o Instituto Cesar Santos, do Rio Grande do Sul realizou, em Juazeiro do Norte - CE, o Curso de Imersão em Mamografia, junto ao Hospital Regional do Cariri, a convite do Dr. Haroldo Lucena Filho. “O Instituto Cesar Santos é um centro de treinamento em radiologia para médicos e técnicos que tem capacitado diversos profissionais de todo o Brasil. Também realiza cursos itinerantes, quando desloca os instrutores para cidades distantes e capacita o pessoal local. Mais de 20 médicos participaram do evento que, em Porto Alegre, está na sua décima quarta edição”, segundo Tiago dos Santos Melo. O próximo curso itinerante de Imersão em Mamografia será na cidade do Rio de Janeiro, nos dias 26 a 28 de novembro, no Hotel Golden Tulip, na praia de Copacabana, e as inscrições já podem ser feitas no site: www.cesarsantos.org.br.

Atualize o seu endereço

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ibeirão Preto – Jornada de US supera expectativas – Tendo a frente o prof. Francisco Mauad Filho, a Jornada Internacional de Ultrassonografia, da FATESA/EURP marcou mais um encontro de ex alunos da instituição, com números muito expressivos. Recepcionou o prof Philippe Jeanty, dos Estados Unidos, que falou sobre temas importantes de US em ginecologia e grandes nomes da especialidade no País, com a tradicional hospitalidade da família Mauad. Marcou, também, o lançamento de um novo equipamento de US da Mindray, uma das patrocinadoras do evento.

É bom para você que recebe o jornal e para nós que teremos a certeza que você quer continuar a recebê-lo. Em nosso site www.interacaodiagnostica.com.br você encontrará um questionário que vai facilitar o acesso. Por favor, preencha-o. Será a certeza que continuarás a receber o ID Interação Diagnóstica e suas publicações e e-mails. Melhor ainda, sem nenhum custo.


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Por João Emilio Peixoto e Marilia Araújo Silva Valverde (x)

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ANÁLISE

Desafios para implementação do Programa Nacional de Qualidade em Mamografia Diversos aspectos tecnológicos e operacionais contribuem para a qualidade em mamografia. Entretanto, para que se obtenha o melhor resultado dessa prática diagnóstica, é fundamental a combinação da tecnologia com o conhecimento e a prática do profissional técnico em posicionar adequadamente todo o tecido mamário e selecionar parâmetros técnicos apropriados para a realização do exame. Além disso, as condições de visualização das imagens e o conhecimento e experiência do médico interpretador são de extrema importância para a precisão do diagnóstico.

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e acordo com a Portaria SVS/ MS nº 453 de 01/06/1998, a descrição e os resultados das avaliações desses aspectos técnicos e operacionais devem constar do Programa de Garantia de Qualidade (PGQ) do serviço. Para tal, o serviço de mamografia deve adotar um modelo de gestão da qualidade com as estratégias de atuação estabelecidas a serem operacionalizadas por meio do PGQ. Isto implica observância da legislação, aplicação dos conceitos de qualidade em saúde e em radioproteção, objetivos definidos e a responsabilidade de toda a equipe em busca da melhoria contínua. Num breve histórico, as questões relacionadas à proteção radiológica nos serviços foram abordadas por atos normativos anteriores à chegada do primeiro mamógrafo no Brasil e as questões da qualidade das mamografias passaram a chamar atenção a partir da década de 1990. Em 1992, o Colégio Brasileiro de Radiologia criou a Comissão de Mamografia, para avaliar a qualidade dos mamógrafos em uso no país, sendo este programa, de adesão voluntária pelos serviços. Atos normativos subsequentes, tanto a nível nacional, como estaduais, direcionados à proteção radiológica e à qualidade das imagens oferecidas pelos serviços, foram publicados. Em 2012, o Ministério da Saúde (MS) instituiu o Programa Nacional de Qualidade em Mamografia (PNQM), a fim de monitorar a qualidade dos exames oferecidos pelos serviços, através de avaliações técnicas dos equipamentos e materiais, das imagens clínicas e da gestão da qualidade. O PNQM é coordenado pela Secretaria de Atenção à Saúde/MS (SAS/MS) e executado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ MS (ANVISA/MS) e pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA/MS) e pelos próprios serviços. O PNQM requer, a nível nacional, que todos os serviços de mamografia tenham implementado o Programa de Garantia de Qualidade (PGQ). O primeiro desafio para a implementação do PNQM é direcionado aos próprios serviços, onde os seus gestores devem manter e garantir a qualidade tanto do material tecnológico, quanto dos recursos humanos, dos quais dispõem. Para tal, o serviço deve estabelecer no PGQ, procedimentos operacionais padronizados, treinamentos periódicos, indicadores de desempenho, medições e avaliações periódicas e a manutenção das variáveis fundamentais que podem ser controladas, para alcançar a confiança de que estejam dentro das margens de tolerância exigidas para garantir a sua correta operação. O segundo desafio é direcionado aos órgãos responsáveis pela fiscalização dos serviços, para cumprir o fluxo do Programa. Atualmente, existem no país em torno de quatro mil e quinhentos mamógrafos em uso e são realizadas aproximadamente oito milhões de mamografias por ano. Após três anos de implantação do PNQM, apenas 191 serviços foram aprovados nas avaliações e 201 serviços se encontram em processo de

avaliação da qualidade das imagens clínicas e dos laudos, o que demonstra claramente a dificuldade dos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização do PNQM. Assim, a iniciativa pessoal dos gestores e profissionais, ao compreender a importância e a relevância de um sistema de gestão da qualidade nos seus serviços e o empenho efetivo em garantir a todo o tempo, a qualidade dos exames e doses minimizadas, bem

como a atuação efetiva dos órgãos fiscalizadores são os pontos cruciais para a efetiva implementação do PNQM no país. Frente aos desafios expostos acima, o Instituto de Radioproteção e Dosimetria da Comissão Nacional de Energia Nuclear realizou um estudo para identificar as dificuldades dos serviços e propor soluções para que os requisitos do Programa sejam atendidos. Ao mesmo tempo, este estudo

vem contribuir para a estruturação das ações de competência dos órgãos de fiscalização. Os resultados dessa pesquisa podem ser acessados pelo link: http://memoria.cnen. gov.br/ImprimeRef.asp?AN=R0000596. (x) Instituto de Radioproteção e Dosimetria/ CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear - Rio de Janeiro (RJ)


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ENTREVISTA

Por Luiz Carlos de Almeida e Denise Conselheiro (SP)

A contribuição do CT multislice na redução da mortalidade por problemas cardiovasculares “Por sua habilidade em caracterizar as artérias coronárias e a perfusão miocárdica, a CT pode ser o principal método que responderá a essa epidemia crescente de doenças coronarianas e mortes por problemas cardiovasculares. Esperamos que contribua para uma diminuição da mortalidade, principalmente nos países emergentes”. É assim que o prof. João A. C. Lima, da Universidade John Hopkins e diretor do Serviço de Imagem Cardiológica do Hospital John Hopkins, em Baltimore (EUA), apresenta o potencial de contribuição da tomografia multislice para o diagnóstico por imagem em cardiologia.

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m São Paulo, o dr. João Lima, falou ao ID Interação Diagnóstica sobre estudo realizado, inicialmente com a CT de 64 canais e posteriormente, com o de 320, que está comemorando 10 anos. O especialista foi um dos principais colaboradores de um estudo internacional multicêntrico iniciado em 2005, chamado de CorE64, realizado em parceria com o Instituto do Coração HC FMUSP e com o apoio da Toshiba Medical, que comprovou a eficiência da tomografia multislice como método pré-cateterismo para o diagnóstico cardíaco. “Na época em que começamos, os métodos de diagnóstico cardíaco por imagem eram insuficientes e muito caros, não adequados para implementação em larga escala. Esse estudo lançou a ideia de usar o scanner com 64 detectores, que conseguia ver bem a rede coronariana, e teve um impacto enorme”, detalha o Prof. Lima. “Hoje, o cenário mudou completamente. Ainda há debates sobre qual seria o primeiro método a ser usado em uma pessoa com dor precordial, mas está cada dia mais claro que deve ser a CT. Isso vai simplificar vastamente a maneira com que lidamos com esse paciente no mundo todo”, completa. O CorE64 contou com uma importante participação do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Incor/ HCFMUSP) e foi apenas o primeiro passo. “O Incor foi o hospital que recrutou o maior número de pacientes para o primeiro estudo. Começamos a identificar algumas limitações da CT para delinear a funcionalidade da lesão cardíaca e passamos a combinar com angiografia por perfusão. Então começamos a recrutar pacientes para o CorE320, que também teve um impacto enorme ao ser publicado em 2013”, relembra o cardiologista. “A participação do Incor foi fundamental para que esse processo acontecesse. O dr. Carlos Eduardo Rochitte, coordenador do projeto no Incor, conseguiu o apoio não só dos médicos, que adotaram os dois estudos, mas das lideranças, que compraram os aparelhos que permitiram que o estudo fosse feito”, aponta.

“Dedico grande parte do sucesso desse mente de volume, é a facilidade de utilização Brasil na Hopkins projeto ao dr. Carlos Rochitte e à equipe do dessa técnica. Embora seja sofisticadíssima, O prof. João Lima, que é cardiologista InCor, que se empenhou e trabalhou para com 320 detectores emitindo raios-X de forde formação, aproveitou a oportunidade de ma organizada e extremamente rápida, ela é que as barreiras fossem vencidas, sistematisua visita ao País para participar do Simpósio zando as informações com muita precisão e muito fácil de aplicar”, comenta o especiaInternacional de Imagem em Cardiologia, lista. Essas melhorias também responderam qualidade e, ao final, a publicação em revispromovido pela Sociedade Paulista de tas internacionais reconhecidas”, enfatizou adequadamente a uma maior sensibilização Radiologia, para fortalecer as o prof. Lima. ligações entre a Universidade Vencer barreiras comuns Hopkins e algumas instituições na implementação cotidiana brasileiras, que já acumulam êxide novas tecnologias, como a tos há alguns anos. “A principal necessidade de mudança de conexão é que a Escola de Saúde hábitos e o receio dos pares, Pública de Hopkins, consideralevou um tempo. “Demorou um da a número um do mundo, foi pouco até que nossos colegas criada ao mesmo tempo em que de diferentes especialidades a Escola de Saúde Pública da entendessem que essa técnica é Universidade de São Paulo, com extremamente poderosa para o o apoio da Fundação Rockfeller, diagnóstico cardíaco e, em vez nos Estados Unidos. Portanto, de limitar ou resistir, o mais essa conexão é antiga e serviu, produtivo seria estudar suas digamos assim, como base para vantagens e limitações e nos as outras interações”, destaca. ajudar a entender os benefícios A partir desse fortalecipara os pacientes. Depois disso, mento, novas oportunidades o que nós vimos foram diverpara pesquisadores brasileiros sos grupos participando desse Prof. João A. Lima, da John Hopkins University, ladeado pelos drs. Carlos E. Rochitte e Cesar H. Nomura, do InCoR, no Simpósio de Imagem Cardiovascular ligados à área médica devem ser movimento de forma ativa”, promovido pela SPR. criadas, segundo Lima. Princicelebra. palmente graças a uma aproximação maior sobre os riscos da radiação. “Todas as comOs novos desafios com a Fundação Capes (Coordenação de panhias desenvolveram tecnologias para da tecnologia Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Supereduzir a exposição dos pacientes. Fomos rior). “Um dos principais pontos em andade estudos que geralmente custavam 15 As expectativas para o futuro são ainda mento hoje é a relação com a Capes, e como Millisievert ao paciente, com a tomografia melhores, apesar do tamanho das dificuldaa Hopkins poderia contribuir mais para a sua de 64 canais em 2005, para menos de 3 mSv, des a serem enfrentadas. “O próximo desafio missão. Como parte desse esforço, a Capes ou até 1,5 mSv, no 320 canais”. é muito grande e se relaciona a pacientes está interessada em direcionar pesquisacom muita calcificação coronária, já operados A tecnologia não substitui dores, pelo Ciências sem Fronteiras, para ou que já tiveram implantação de stents. A o ato clínico universidades específicas, que mantenham visualização da rede coronária por CT nesses programas de treinamentos de excelência. Apesar de reconhecer a importância das pacientes é difícil e demanda a aplicação Em Hopkins, essas áreas são saúde pública ferramentas de diagnóstico por imagem, o de métodos auxiliares”, explica o médico. inicial, imunologia, análise de dados e engecardiologista lembra aos menos experientes “Queremos analisar como podemos estender nharia biomédica. A relação Hopkins-Capes que nenhuma tecnologia substitui o ato o benefício da angiotomografia para aqueles deve expandir nessas áreas, com especial clínico. “É a interação com o paciente que pacientes que já estão diagnosticados, mas atenção para imunologia e cardiologia”, vai ditar que métodos devem ser usados. em que há necessidade de delinear a extenafirma. “No Brasil, os esforços devem ser são da doença e decidir se eles precisam de Técnicas com custo menor, como o exame concentrados nessa área de formação. O camais procedimentos”, ressalta. físico, o raios-X e a USG são importantíssipital humano é impressionante, de extrema mas e não devem ser substituídas em curto O aumento do interesse pelos benefíqualidade, só precisamos investir mais em cios da angiotomografia foi acompanhado prazo. A clínica é soberana e deve ser central treinar pessoas jovens em medicina, na área por importantes avanços tecnológicos nos ao processo médico. Quando você inverte o de saúde e em todas as áreas do conhecimenequipamentos de imaginologia médica. “O processo a medicina fica muito cara e perde to”, conclui o professor. grande papel da tecnologia de CT, principalqualidade”, finaliza Lima.


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Por Luiz Carlos de Almeida e Sylvia Verônica Santos (SP)

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ENTREVISTA

Fleury fortalece equipe e concentra atendimento em nova Unidade da Mulher Apoiada numa equipe de profissionais de referência, tecnologia de ponta e toda infra estrutura necessária, a nova Unidade da Mulher, do Fleury Medicina e Saúde em São Paulo, que já está funcionando desde o mês de maio, traz como proposta um conceito aprimorado de atendimento da mulher, que procura concentrar todos os melhores recursos em um só local.

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sse novo projeto nasceu a partir de um conceito diferenciado de serviço: a realização de todos os exames em um mesmo lugar e de forma sequenciada, o que permite à paciente ser avaliada por uma equipe de profissionais de diversas áreas de atuação, sem ter que se mobilizar para outros endereços. O relatório médico é integrado e elaborado com maior agilidade, atendendo à demanda por rapidez e precisão no diagnóstico. A afirmação é da dra. Gisele Guedes Netto de Mello, gerente da Unidade da Mulher do Fleury Medicina e Saúde, em entrevista ao ID Interação Diagnóstica, onde enfatiza as peculiaridades dessa nova estrutura e o cuidado da instituição com a saúde da mulher, desde a sua fundação. “Em todas as unidades do Fleury já existe o Espaço Saúde da Mulher. Com a nova Unidade da Mulher, a ideia foi ampliar esse modelo de sucesso. O objetivo é unificar todos os exames necessários para o rastreamento de câncer mamário e do câncer ginecológico”. A Unidade da Mulher oferece serviços de histeroscopia, colposcopia, avaliação de endometriose e infertilidade, mamografia 3D, biopsia e, em fase de instalação, ressonância magnética e avaliação de doenças do assoalho pélvico. Considerando aspectos estruturais e técnicos, a Unidade da Mulher do Fleury reúne o que há de melhor no mercado. Localização privilegiada, com vista para o Parque do Ibirapuera, estrutura física com alta qualidade e acolhedora, mas principalmente um corpo clínico formado por destacados especialistas em mama e ginecologia – entre eles as dras. Vera Aguillar e Márcia Aracava e o dr. Luciano Chala. “A proposta é resolver a demanda da paciente em até 48 horas, com análise dos exames, biopsia e ressonância. O grande diferencial é a disponibilidade em prestar uma verdadeira assessoria ao médico de cada paciente, auxiliando na indicação de testes ou na interpretação dos exames realizados, a fim de obter o diagnóstico mais preciso em menor tempo possível”, comenta a dra. Giselle Mello. Em razão da alta especialização e da reunião de profissionais qualificados na Unidade da Mulher, um dos projetos em desenvolvimento é a produção científica de alta performance em medicina privada. “Fizemos a primeira reunião com esse propósito e começamos a definir os temas das pesquisas. A ideia é convidar especialistas das universidades”, adianta. Outro projeto é a criação do programa de fellows específicos de determinadas especialidades, entre elas mama, O fellow geral já é realizado nas unidades do Fleury com resultados extremamente positivos em diversas especialidades.

Dras. Vera Aguillar, Marcia Aracava e Giselle Mello, da Unidade da Mulher, do Fleury.

Responsável pelos exames da saúde da mulher, entre eles colposcopia, medicina fetal, mama e densitometria óssea, ela destaca a participação expressiva das mulheres nos cargos estratégicos do Fleury, entre elas a dra. Jeane Tsui Tsui, Diretora Executiva, e a Diretora Médica Daniella Kerbauy. “O Fleury cresceu mantendo o nosso orgulho de trabalhar na empresa. Somos estimulados a desenvolver pesquisa, ações com fellows – ou seja, investir também na formação de colegas –, relacionamento com órgãos de fomento e órgãos representativos. No Fleury, o médico é figura central”, enfatiza a especialista.


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ENTREVISTA

Por Alice Klein e Lucas Uebel (fotos) (RS)

Novas tecnologias mudam os rumos do diagnóstico precoce do câncer de mama Os números não mentem e mostram uma realidade difícil de enfrentar, quando o assunto é câncer de mama. O diagnóstico precoce é o primeiro passo para prevenir e se descoberto, tratá-lo com sucesso, pois, as chances de cura da doença aumentam.

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era uma coisa muito triste porque, quando ara a radiologista Radiá mente e de forma clara. “Ele nos possibilita mais alta qualidade em sua empresa. “Noscomecei a fazer mamografia, as mulheres fasos ecógrafos são o que considero de melhor, Santos, esses avanços mudaque ao invés de submeter a paciente a uma ram, o rumo do diagnóstico, ziam mastectomia, os tumores eram grandes, inclusive eu escolhi um equipamento de US biopsia de mama guiada por estereotaxia, apontam os caminhos, mas, como 4, 5, 6 centímetros, e o único tratamento em que se pode utilizar essa ferramenta, que quando se detecta microcalcificações, seja ao lado disso – e esse é o que existia naquela época era a mastectomia, é o Micropure.” feito um ultrassom. Desta forma, pode-se papel do Outubro Rosa – é preciso consoque era um esvaziamento axilar. As pacientes visualizar essas calcificações e então fazer Outras tecnologias lidar a cultura da prevenção, do cuidado ficavam com um edema gigantesco no braço, a biopsia por fragmento ou a localização com o corpo da mulher. Dia a a dia a área não existia reconstrução”, descreve. dessas calcificações. Isso é algo muito bom, O diagnóstico do câncer é um ato que da imagem, que tem na mamografia o seu porque na estereotaxia – como eu não tenho se utiliza de diversas ferramentas. E, a Mamografia abre e método de escolha, vem sendo Mamorad está equipada com o aponta caminhos brindado com avanços imporque há de mais moderno, entre tantes, como a tomossíntese, elas Mamografia digital com to“O melhor método para detecção prea ressonância de mama, ulmossíntes, que produz imagens coce do câncer de mama é a mamografia trassonografia e suas técnicas em diferentes planos da mama. e dependendo do caso, utiliza-se, em pridiversificadas. Além de demonstrar com alta meiro lugar, o ultrassom e, se necessário, a “O grande desafio, destaca fidelidade lesões de alto e baitomossíntese. Com isso, consegue-se fazer a médica, é disponibilizar ou xo contraste, lesões que antes o diagnóstico cada vez mais precoce e, como mesmo democratizar o acesso a permaneciam obscuras nas inciconsequência, em um grande número de esses recursos em tempo hábil, dências convencionais, as partes casos, temos a cura da doença. Isso resulta com qualidade e acompanhado crânio-caudal e médio-lateral, em uma qualidade de vida adequada para de procedimentos necessários, em função da sobreposição dos a paciente – sem a baixa auto estima da pós diagnóstico!” tecidos, agora são detectadas em mulher, pois antes a mama era amputada Membro da Comissão de outros ângulos, aumentando a e agora não mais. Esse é um dos maiores Controle de Qualidade em Mapossibilidade de detecção preavanços que temos na Medicina”, declara. mografia do CBR, com intensa coce do câncer de mama. Segundo Radiá Santos, “se não fosse a atuação no ensino através do A médica conta que a clíniatualização dos equipamentos – que estão Instituto Cesar Santos, por ela ca resolve a maioria dos casos cada vez com uma resolução superior – não criado em homenagem a seu Dra. Radia Santos e equipe, Gustavo S. Melo, Debora Azambuja, Ana Paula com a mamografia digital, com seria possível melhorar continuamente Vinholes e Juliana Biondo, na Mamo Rad em Porto Alegre. pai, dra. Radiá Santos transfeas incidências complementares os diagnósticos precoces, que são o maior riu para sua Clínica Mamo Rad, em Porto a mesa – a paciente fica sentada, enquanto e com o ultrassom. Mas, quando necessário, objetivo. A atual realidade é viável devido Alegre, essa visão voltada para a prevenção, com ultrassom, ela fica deitada, o que é muiutiliza a tomossíntese, já que ela traz uma não somente a todo esse arsenal de equipato mais cômodo para a mulher e muito mais com os olhos atentos para os avanços e para segurança muito grande. mentos, mas aos profissionais capacitados. fácil para o médico que vê perfeitamente as recursos tecnológicos que também não “Isso tem nos possibilitado fazer diag“Eles são muito importantes, porque não calcificações e tem condições de introduzir agridam a saúde e a auto estima da mulher. nóstico precoce do câncer de mama de lesões adianta ter aparelhos de altíssima qualidade uma agulha para localizar ou para retirar Em entrevista ao ID – Interação Diagde 3, 5, 6 milímetros. Favorece as pacientes, se não temos especialistas qualificados. O nóstica, a propósito do Outubro Rosa, ela os fragmentos, bem na área onde estão as pois podem fazer uma cirurgia de manhã e ir diagnóstico precoce tem que se seguir de fez uma reflexão sobre a importância da teccalcificações.” um tratamento adequado. Um nologia por imagem no cenário atual. Nesse “Essa tecnologia tem por objetidiagnóstico precoce com um tratavo agilizar os procedimentos, usando contexto, adquiriu para seus equipamentos mento adequado, na maioria dos ultrassom, ou seja, facilita muito e de ultrassom, o software Micropure, recurso casos, resulta na cura da doença”, agiliza, inclusive para o profissional inovador que permite agilizar a detecção de enfatiza. que está executando os procedimenmicrocalcificações. Especialização e tos intervencionistas. É mais rápido A tecnologia utiliza toda a resolução reciclagem para efetuar o processo e é em tempo do equipamento US juntamente com algoritmos para “deixar visível” o que o olho real. Ele consegue enxergar a agulha Com o objetivo de disseminar humano não diferencia em escala de cinza. A exatamente onde ela está indo e reo conhecimento através do ensino CALCIFICAÇÃO tirar precisamente o fragmento que técnica destaca automaticamente as calcifie da pesquisa na área da radiolocações detectadas como pontos hiperecóicos ele quer. Isso é algo que realmente Ao ultrassom, com micropure pode se observar as calcificações como gia, ensejando a integração entre pontos brilhantes, o que permite a biópsia por fragmento na imagem 2D. Além de propiciar suporte simplifica essa abordagem”, declara. a educação e o trabalho, foi criado, para biopsias precisas, é um importante Diretora médica da Mamo Rad – pripara casa no fim da tarde, por exemplo. Muiem 2005, o Instituto Cesar Santos – pela Dra. meira clínica do Brasil idealizada com o foco marcador para pacientes de controle. tas vezes dispensa, dependendo do tipo do Radiá e seus filhos, o médico radiologista exclusivo na mulher – Dra. Radiá conta que A médica explica que com esse software tumor, a radioterapia, a quimioterapia, e, inDr. Gustavo dos Santos Melo e o diretor do sempre procurou ter os equipamentos da é possível ver as calcificações mais facilclusive, a retirada de linfonodos axilares. Isso instituto, Tiago dos Santos Melo.


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REGULAMENTAÇÃO

REGISTRO

Revitalização Organizacional na Toshiba Corporation

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Toshiba Corporation anuncia programa de revitalização organizacional, operacional e de negócios, que tem como objetivo a melhoria na gestão corporativa, inclui a promoção de dois executivos da área de healthcare e diagnóstico por imagem. Essa promoção aponta a área de saúde e diagnósticos por imagens como um dos pilares de operação da Toshiba no mundo. O comunicado oficial, distribuído pela Toshiba Medical do Brasil informa que os nomes que passaram a compor a diretoria executiva da empresa no Japão, desde 30 de setembro, são Satoshi Tsunakawa e Toshio Takiguchi. Sr. Satoshi Tsunakawa, na empresa desde 1979, passou a integrar a Diretoria Corporativa e a ocupar o cargo de Vice-Presidente Executivo Sênior, respondendo pela área de Healthcare Systems and Services Group, Life Styles Products and Services Group e pela Divisão de Planejamento Estratégico. Sr. Toshio Takiguchi, que ingressou na Toshiba em 1980 e já é Presidente e CEO da Toshiba Medical Systems Corporation, assumiu a Vice-Presidência Corporativa e passou a ocupar o cargo de Presidente & CEO de Healthcare Systems and Services Group. Os dois executivos possuem conhecimento sobre a dinâmica do mercado da saúde brasileiro e experiência na área de Diagnósticos por Imagens. A Toshiba Medical do Brasil está há mais de 40 anos no setor de diagnósticos por imagens do País. O programa de revitalização, com as promoções de executivos da área de healthcare, reforça e contribui para a continuidade da expansão das operações da empresa no Brasil.

Radiologistas norte-americanos se preparam para o ICD-10 A 10ª versão da International Classification of Diseases (ICD-10) foi publicada como o novo padrão de codificação pelo Departamento de Saúde dos Estados Unidos em 2009. No entanto, sua implementação acabou adiada por duas vezes.

A

gora, foi anunciado que a classificação entra em vigor em 1º de outubro. “Isso significa que os departamentos e práticas de radiologia devem estar se preparando para a transição. Programadores devem praticar com o ICD-9 e o 10 simultaneamente, o que lhes dará certo nível de segurança com o novo grupo de códigos”, afirmou Melody Mulaik, presidente da Coding Strategies, de Atlanta, em entrevista para o RSNA News. Ela também defende que os grupos de radiologistas devem atuar com os médicos de suas respectivas áreas nessa transição, para que haja consistência na prática. Pat Kinsley, da Suburban Radiologic Consultants, de Mineápolis, e integrante do Subcomitê de Codificação da Associação de Gerenciamento de Negócios Radiológicos concordou com Melody, na mesma reportagem, publicada em agosto. “Como o ICD-10 tem um alto nível de especificidade em atribuir códigos de diagnóstico, é importante obter informação clínica aprimorada dos médicos solicitantes, assim os radiologistas poderão dar o código de sinais, sintomas ou doenças que poderia ter um impacto nos achados de estudos de imagens”, disse.

Mulaik defende, então, que os radiologistas têm algo a seu favor: “A radiologia está em uma posição melhor do que muitas outras especialidades. Há uma estrutura de suporte porque radiologistas não codificam – eles confiram nos códigos dos médicos ou na ajuda do computador para obter essa ajuda”. No entanto, eles têm um papel importante: devem prestar atenção aos metadados automaticamente importados aos campos de história e indicação dos Sistemas de Informação da Radiologia, e adicionar o máximo que conseguirem dos cinco detalhes solicitados – lateralidade, anatomia, episódio ou cuidado, etiologia e acuidade. Acredita-se que muitos laudos retornem para esclarecimentos até que todos se acostumem ao modo do ICD-10. Na reportagem, Kinsley também pontuou que os códigos do ICD-10 têm mais caracteres do que os do ICD-9, o que poderia resultar em atrasos na inserção dos dados. De modo geral, os especialistas da área entendem que os problemas não surgirão conjuntamente no dia 1º de outubro, e muito menos serão resolvidos em tal data. Serão necessários tempo, paciência e flexibilidade até que todas as mudanças sejam assimiladas.

O entendimento dos códigos

O RSNA News sugere aos radiologistas norte-americanos, como fonte de estudo para a nova plataforma de códigos, os seguintes links: • CMS.gov/Medicare/Coding/ICD10/ProviderResources.html; • www.rbma.org/ICD-10; • www.acr.org/Advocacy/Economics-Health-Policy/Billing-Coding.

De fato, os radiologistas não vão programar códigos, mas é necessário que entendam os fatores-chave do que devem incluir em seus pedidos, como lateralidade, a gravidade de um achado, e se o resultado é devido a uma doença subjacente ou complicações pós-operatórias.

Como se preparar para o ICD-10

Nova mamografia da GE ajuda a diagnosticar 20% mais câncer Empresa traz para o Brasil novo equipamento de mamografia digital que oferece diagnósticos mais precisos que aparelhos analógicos

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GE Healthcare aproveitará o Congresso Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, que acontece entre os dias 8 e 10 de outubro no Rio de Janeiro, para lançar oficialmente no mercado brasileiro o seu novo equipamento de Saúde da Mulher. O Senographe Crystal é uma mamografia digital, que possui funções automatizadas, uma interface intuitiva e compacta, e com design ergonômico

para melhorar o conforto do paciente. O aparelho também possui uma excelente qualidade de imagem 2D, projetado para oferecer mais precisão nos resultados e garantir um diagnóstico de qualidade. “Essa tecnologia tem uma relevante representatividade para o diagnóstico do câncer de mama, e trará para um grande número de mulheres brasileiras a possibilidade de um melhor prognóstico de câncer de mama, com uma avaliação mais precisa”, comenta Carla Omoto, gerente de saúde

da mulher da GE Healthcare na América Latina. De acordo com os especialistas médicos que já testaram o equipamento, essa evolução digital no diagnóstico do câncer de mama ajuda os radiologistas a detectarem 21% mais câncer do que a mamografia analógica. Além disso, a agilidade durante o procedimento é aprimorada poiso tempo do exame diminui de aproximadamente 15 minutos, no aparelho analógico, para 5 minutos com o Senographe Crystal.


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ENTREVISTA

Por Luiz Carlos de Almeida (SP)

Mindray lança o DC 70 e inicia uma nova fase no País Ribeirão Preto sediou a Jornada Internacional de Utrassonografia, promovida pela FATESA/EURP com a participação de grandes nomes da especialidade, e marcou o lançamento da mais nova tecnologia da Mindray: o ultrassom DC 70, um equipamento diferenciado que promete excelente qualidade de imagem e possui a característica de toque gestual na tela – semelhante aos movimentos usados em telas de tablets e smartphones, desenvolvida para otimizar o fluxo de trabalho. O lançamento está sendo amplamente comemorado pela empresa, que vê grandes perspectivas no mercado brasileiro.

E

m entrevista ao ID – Interação Diagnóstica, em São Paulo, o executivo Hugh Yuan, que acabaa de assumir a filial brasileira, falou sobre o novo equipamento, analisou o atual momento do País, e as expectativas da empresa para o período: “Todos temos que refazer planos e repensar reformas nas estratégias de negócios. É preciso nos adaptar às novas situações econômicas. Estamos em 190 países e há vários vivendo situações econômicas delicadas como no Brasil – Índia, Rússia, África do Sul e a própria China. Exploramos os diferenciais dos nossos equipamentos para nos sobressairmos”, explica o chinês Hugh Yuan que, desde o início desde ano, ocupa o cargo de diretor geral da Mindray Brasil. Yuan está há oito anos na empresa, e já passou por países como o Egito; por isso, consegue trazer à operação local uma visão global e, ao mesmo tempo, preparada para lidar com adversidades. Hugh Yuan destaca como diferenciais da empresa o extenso portfólio – além de ultrassom, a Mindray trabalha com soluções e produtos para monitoramento do paciente – salas para cirurgia, anestesia, ventiladores, luz cirúrgica, eletrocardiógrafos e desfibriladores -, produtos para diagnóstico in vitro e equipamentos e soluções para a área veterinária. O executivo aposta em seu lançamento para conquistar clientes no País e aumentar sua base, pois acredita que essa área está sofrendo menos

com os impactos da crise local, e frisa: “Mesmo com crise, a Mindray continua investindo no Brasil. Quando desenvolvemos um plano de negócios, olhamos para o longo prazo”. A empresa possui departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento na Ásia, Europa e América do Norte; em São Paulo, seu prédio de seis andares comporta áreas de testes e suporte de equipamentos, oferecendo assim a segurança de uma prestação de serviços completa aos clientes.

“Na ponta dos dedos”

ral, que reduz a dependência operacional do usuário, aprimorando a reprodutibilidade para a maior utilidade clínica. A empresa apresenta como inovadoras

diferenciais: ao tocar na tela para deslocar a imagem ou ajustar seu nível de visualização, o profissional consegue obter mais eficiência no fluxo de trabalho. Além disso, a mesma imagem visualizada na tela de controle pode ser vista também no painel de controle. “O DC-70 oferece uma interface muito amigável, apesar de ser um equipamento high end. Assim, residentes e médicos conseguem aprender fácil e rapidamente a utilizá-lo”, ressalta Yuan.

Portfólio amplo

Segundo Hugh Yuan, o DCA Mindray espera, com sua 70 apresenta um novo conceito de estratégia ganhar posicionamento equipamento de ultrassom. Apesar no mercado brasileiro nos próximos de extremamente compacto, ocuanos, reforçando o reconhecimento pando o mínimo de espaço nos que sua marca já tem. ambientes de atendimento, ele é “Somos bem reconhecidos no voltado para obstetrícia e ginecoloBrasil, até porque somos 100% dedigia, radiologia e cardiologia. “Trata- Hugh Yuan , General Manager Mindray, Dr. Francisco Mauad Filho, cados ao segmento médico, é nosso Diretor Geral da Fatesa, Gianpaolo Bianchi, Gerente de Vendas e -se de uma máquina high end, mas principal negócio. Todos os anos, Produto, e Carolina Hermogenes , especialista de Produto Mindray, oferecida a custos baixo; queremos, no lançamento do equipamento de ultrassom DC 70. lançamos soluções mais modernas assim, oferecer alta tecnologia a e aprimoradas, contribuindo para todos os tipos de hospitais e clínicas, para nossa penetração nos hospitais e clínicas”, as tecnologias 3T Transducer – transdutores todos os propósitos”, ressalta. explica o executivo. com tecnologia que aumenta a banda de Para a radiologia, o DC-70 promete Agora, Yuan trabalha para posicionar frequência e a eficiência da transmissão - e imagens de qualidade durante exames com a companhia como uma das três maiores Echo enriched Beamformer, a aprimoração vasos com múltiplas velocidades ou mesmo do mercado: “Temos um longo caminho a do eco tradicionalmente negligenciado por vasos renais. Ele possui a segunda geração percorrer, mas estamos seguindo nossa esfeixes adjacentes. Eles formam, assim, um de HR Flow, fluxo de alta resolução para obtratégia com sucesso. Nosso portfólio amplo feixe fino e forte que proporciona melhor ter diferenciada resolução espacial do fluxo e dedicado e os diferenciais das tecnologias resolução e penetração da imagem. sanguíneo e dos fluxos de baixa velocidade. que desenvolvemos certamente contribuirão O sistema do toque gestual, ou moviAinda, oferece a elastografia de toque natupara essa conquista”, aposta. mento de pinça, é, contudo, um dos grandes


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Diagnóstico diferencial radiológico das lesões desmielinizantes idiopáticas Introdução Doenças desmielinizantes caracterizam-se por destruição da bainha de mielina através de um componente inflamatório, podendo ser primárias e idiopáticas (Esclerose Múltipla, Neuromielite Óptica, ADEM) ou secundárias à infecções virais (Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva, por exemplo) e distúrbios metabólicos como a síndrome da desmielinização osmótica. Os achados de imagem da ressonância magnética (RM) são bastante sensíveis, principalmente quando combinados à idade e ao contexto clínico pertinentes. O uso endovenoso do contraste paramagnético permite a detecção de atividade inflamatória nas lesões desmielinizantes, achado fundamental para adequada condução terapêutica. Este estudo busca abordar os achados de imagem das principais doenças desmielinizantes idiopáticas.

RM, tem importante papel diagnóstico por serem capazes de demonstrar o substrato anatomopatológico da doença, as placas de desmielinização e, a disseminação das lesões no tempo (DIT) e no espaço (DIS), base para elaboração do critério diagnóstico de McDonald revisado em 2010 (Tabela 1). As lesões clássicas caracterizam-se por focos ovalados ou lineares de alto sinal em

Esclerose Múltipla (EM) A esclerose múltipla é a doença inflamatória crônica desmielinizante mais comum do sistema nervoso central (SNC), porém ainda de etiologia indeterminada. Afeta predominantemente a substância branca, porém estudos mais recentes demonstram acometimento da substância cinzenta (10 a 40% dos casos). A apresentação clínica é bastante diversa, sendo mais frequentemente observados sintomas sensitivos e motores, neurite óptica, mielite transversa e a oftalmoplegia internuclear. Os exames de imagem, em especial a

T2/FLAIR na substância branca cerebral, predominantemente periventricular, em sua maioria perpendiculares à superfície ependimária, denotando uma distribuição perivenular. O corpo caloso e a interface caloso-septal são os locais mais tipicamante acometidos pela doença (Figura 1). As lesões apresentam tênue hipossinal na sequência T1 na fase aguda, enquanto na fase crônica, apresentam muito baixo sinal, os chamados Black holes. Na fase aguda, pode haver ainda quebra da barreira hematoencefálica com realce pelo meio de contraste e eventual restrição à difusão (Figura 2). A doença pode acometer também as estruturas da fossa craniana posterior, enquanto a medula espinhal pode ser isoladamente acometida em até 25% dos casos. As lesões medulares predominam na região posterolateral, sem estender-se a mais de dois segmentos vertebrais (Figura 3).

Espectro da Neuromielite Óptica (ENMO) Figura 2. Axial T1 pós-contraste evidencia lesão com realce periférico na substancia branca periventricular esquerda, achado que sugere atividade da doença, e imagem com baixo sinal na coroa radiada à direita, o sinal radiológico black hole, que infere cronicidade.

Doença desmielinizante inflamatória em que os nervos ópticos e a medula espinhal estão frequentemente envolvidos. O ENMO é atualmente definida como uma doença autoimune, cuja maioria dos pacientes apresenta um autoanticorpo contra o canal de água aquaporina 4 encontrado no SNC (imunoglobulina G anti-AQP4), detectável

Figura 4. Sagital T1 pós-contraste com saturação da gordura mostrando lesões medulares longitudinalmente extensas com realce ao meio de contraste.

em até 77% dos pacientes. A apresentação clínica típica compreende alterações visuais, uni ou bilaterais, desde turvação visual até amaurose, além de mielite com sintomas motores e sensitivos, devendo o diagnóstico seguir os critérios revisados por Wingerchuk em 2015 (Tabela 2).

Critérios diagnóstico para NMOSD com AQP4-IgG 1. Pelo menos uma característica clínica típica. 2. Teste positivo para AQP4-IgG usando o melhor método disponível de detecção (Ensaios baseados em célula são fortemente recomendados). 3. Exclusão de dignósticos alternativos. Critérios diagnósticos para NMOSD sem AQP4-IgG ou status desconhecido de AQP4-IgG 1. Pelo menos duas características clínicas típicas ocorrendo como resultado de um ou mais surtos clínicos e preenchendo os seguintes requisitos: a. Pelo menos uma característica clínica típico tem que ser Neurite Óptica, Mielite Aguda com LETM ou Síndrome da área Postrema. b. Disseminação no espaço (duas ou mais características clínicas típicas diferentes) c. Preenchimento de critérios adicionais na RNM, se aplicável. 2. Testes negativos para AQP4-IgG usando o melhor método disponível de detecção ou teste indisponível. 3. Exclusão de diagnósticos alternativos

Figura 1. Sagital FLAIR mostrando placas ovais de desmielinização na interface calososseptal, os chamados “dedos de Dawson”.

Figura 3. Sagital T2 exibe focos de desmielinização descontínuos na medula cervical, não se estendendo longitudinalmente a mais de 2 corpos vertebrais. Outros focos de desmielinização são observados no tronco encefálico.

DIS pode ser demonstrada por uma ou mais lesões em T2a em pelo menos 2 das 4 áreas do sistema nervoso central: Periventricular Justacortical Infratentorial Medula espinhal b a. As lesões não precisam apresentar realce pelo gadolíneo. b. Em pacientes com síndrome medular ou do tronco encefálico: as lesões sintomáticas são excluídas do critério e não contribuem para a contagem das lesões. DIT pode ser demonstrada por: 1. Nova lesão em T2 e/ou lesão com realce em uma RNM de seguimento, independente do tempo em relação à RNM de referência (baseline). 2. Presença simultânea de lesões assintomáticas com e sem realce pelo gadolíneo em uma RNM realizada a qualquer momento. Tabela 1. Critérios de McDonald revisados (2010) para diagnóstico da EM e sua disseminação no espaço (DIS) e no tempo (DIT).

Características Clínicas Típicas 1. Neurite Óptica 2. Mielite Aguda 3. Síndrome da área Postrema: episódio de soluços ou náuseas e vômitos 4. Síndrome do Tronco Encefálico 5. Narcolepsia sintomática ou Síndrome Diencefálica Aguda com lesões diencefálicas típicas de NMOSD na RNM. 6. Síndrome sintomática cerebral com lesões cerebrais típicas de NMOSD Requisitos adicionais na RNM para NMOSD sem AQP4-IgG e NMOSD com status desconhecido de AQP4-IgG 1. Neurite Ótica Aguda: requer RNM mostrando (a) achados normais ou apenas lesões de substância branca inespecíficas, OU (b) RNM de nervo ótico com lesões hiperintensas em T2 ou lesão com realce pelo gadolineo em T1, estendendo-se por mais da metade da extensão do nervo óptico ou envolvendo o quiasma óptico. 2. Mielite aguda: requer lesão associada intramedular na RNM, estendendo-se por pelo menos três segmentos contínuos (LETM) OU pelo menos três segmentos contíguos de atrofia focal DA medula espinhal em pacientes com história compatível com mielite aguda. 3. Síndrome da área Postrema: requer lesões associadas da medula dorsal / área postrema na RNM. 4 . Síndrome do Tronco Encefálico: requer lesões associadas periependimárias do tronco encefálico. Abreviações: AQP4 = aquaporina-4; IgG = Imonoglobulina G; LETM = Lesões de Mielite Transversa Longitudinalmente Extensas; NMOSD = Doenças do Espectro da Neuromielite Óptica Tabela 2: critérios diagnósticos do ENMO revisados por Wingerchuk em 2015.

CONTINUA


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Diagnóstico diferencial radiológico das lesões desmielinizantes idiopáticas A RM é o estudo de imagem com maior sensibilidade na detecção das alterações da doença. Classicamente, a lesão medular estende-se por mais de 3 segmentos vertebrais, apresenta característico alto sinal em T2 e baixo sinal em T1, podendo ter aspecto tumefativo na fase aguda (Figura 4). O nervo óptico costuma ter acometimento extenso e bilateral, podendo atingir o quiasma óptico. O envolvimento cerebral é menos frequente e tem distribuição diferente daquela da EM, sendo mais típica na área postrema, tegmento do tronco e ao longo da superfície ependimária dos ventrículos (Figura 5). A NMO deve ser diferenciada da EM, pois possuem curso, prognóstico e resposta terapêutica distintas.

Referências Bibliográficas 1. Y. Barnett, I.J. Sutton, M. Ghadiri, L. Masters, R. Zivadinov, and M.H. Barnett. Conventional and Advanced Imaging in Neuromyelitis Optica. AJNR 2014 35: 14581466. 2. Colégio Brasileiro de Radiologia. Esclerose Múltipla: Diagnóstico por Imagem. Projeto diretrizes 2012.

Figura 5. Sagital T1 pós-contraste com saturação da gordura exibindo lesões que realçam ao gadolíneo na área postrema e no assoalho do IV ventrículo.

A ADEM ocorre geralmente após uma infecção viral recente, vacinação ou de forma

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branca profunda, com tamanhos variados, enquanto as lesões na ADEM são geralmente subcorticais. Muitas vezes somente a evolução da doença auxilia a distinção com a EM, uma vez que cerca de 20% destes pacientes acabam evoluindo com EM.

Figura 6.Axial FLAIR mostra lesões subcorticais com alto sinal no lobo parietal e putamen direitos, em paciente masculino com quadro de hemiparestesia esquerda há uma semana.

Encefalomielite Disseminada Aguda (ADEM)

CONCLUSÃO

Figura 7. Coronal T2 do mesmo paciente exibe lesão com alto sinal na porção lateral da transição pontomesencefálica direita.

Figura 8. Axial T1 pós-contraste com saturação da gordura evidenciando realce universal das lesões desmielinizantes descritas na figura 6.

idiopática, baseada numa reação cruzada da proteína viral contra a bainha de mielina. Apresenta quadro clínico variável, entretanto costuma manifestar-se como uma encefalomielite, onde além dos sintomas motores e sensitivos, há comprometimento do nível de consciência. A RM é o método de imagem mais sensível para a avaliação da doença, sendo típicos os focos de alto sinal em T2/ FLAIR na substância branca subcortical dos hemisférios cerebrais, núcleos da base, tronco cerebral e medula espinhal (Figura 6 e 7). O padrão de realce pode ser nodular ou heterogêneo, sendo o realce universal das lesões sugestivo de ADEM, devido à natureza monofásica da doença (Figura 8). A diferenciação entre ADEM e EM é por vezes pouco clara. As placas de EM apresentam-se geralmente na substancia

3. Hulst and Geurts. Gray matter imaging in multiple sclerosis: what have we learned? BMC Neurology 2011, 11:153 4. Polman CH, Reingold SC, Banwell B, et al. Diagnostic criteria for multiple sclerosis: 2010 Revisions to the McDonald criteria. Annals of Neurology. 2011;69(2):292-302. 5. Wingerchuk DM, Banwell B, Bennett JL, et al. International consensus diagnostic criteria for neuromyelitis optica spectrum disorders. Neurology. 2015;85(2):177-189.

Autores Renata Fernandes Batista Pereira Davi dos Santos Romão Daniel de Souza Delgado, Luis Felipe de Souza Godoy e Diego José Leão de Oliveira Medicos – Serviço de Radiologia do Hospital Sirio Libanês


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Fibromatose Mamária características nos diferentes métodos de Diagnóstico por Imagens Introdução O propósito deste trabalho é ilustrar as características desta patologia, em um caso clínico, nos diferentes métodos de diagnóstico por imagem de mama (ultrassom modo B, Doppler e elastografia , mamografia 2D e com o acréscimo do contraste iodado endovenoso; e a ressonância magnética com Gadolínio endovenoso). O termo fibromatose foi proposto em 1954 por Stout para descrever um grupo de lesões caracterizadas por proliferação benigna de fibroblastos bem diferenciados e depósito de colágeno (tumor mesenquimal), com padrão de crescimento infiltrativo e localmente invasivo, recidivante (21-27% para mama) geralmente nos três primeiros anos (até 20 anos após exerese), mas que não tem potencial de metastatizar (discreta atividade mitótica e sem atípia). Entidade rara na mama, constituindo 0,2% dos tumores da mama, muitas vezes confundida com um amplo espectro de diagnósticos diferenciais, sendo mais frequentes o carcinoma e o tumor phyllodes. Também denominado tumor desmoide e/ou fibromatose agressiva. Após realizar revisão da literatura correspondente, podemos observar que existem pouco mais de 100 casos registrados, sendo um do sexo masculino. O primeiro caso publicado foi em 1964 por Simpson e colab. A maioria das fibromatoses (97%) ocorre esporadicamente sem ligação hereditária, alguns casos podem ocorrer após trauma, cirurgia prévia por doença fibrocística, implante de silicone, drenagem de mastite; e outros associados a diferentes grupos de entidades como síndromes de Gardner (polipose intestinal), fibromatosis multicêntrica familiar, alterações genéticas com mutações do gen APC (braço longo do cromossoma 5) e gen B- catenina; e foi descrito também associação com malformações ósseas (espessamento da cortical, exostosis, cistos ósseos e sacralização de L5) em até 80% dos paciente.

Descrição das imagens para mama direita

Figura 1: M MG 2D incidências CC e MLO. Nódulo no quadrante supero-lateral, redondo, margem circunscrita e denso, medindo 30 mm (ACR BIRADS 4).

Figura 2: M MG contraste iodado não iônico incidências CC e MLO. Nódulo arredondado, circunscrito com realce periférico tardio (ACR BIRADS 4).

Achados Clínicos A idade de apresentação varia de 13 a 80 anos, com pico na terceira e quarta década de vida (37 anos). O quadro clínico e as imagens da fibromatose mamária podem simular um carcinoma de mama, com nódulo palpável, indolor de 0,5 a 10 cm, de consistência sólida que algumas vezes esta associado a acometimento de pele e papila e pode infiltrar estruturas vizinhas como músculos peitorais e parede torácica; a descarga papilar e adenopatias axilares são infrequentes. Os diagnósticos diferenciais são: fibroadenoma mamário, tumor phyllodes, histiocitoma fibroso benigno, tumor fibroso solitário, miofibroblastoma, carcinoma metaplásico, mastopatia diabética, cicatriz radial, hiperplasia pseudoangiomatosa estromal e fibromixoma. Há relato de um caso de transformação maligna na recidiva após tratamento. O diagnóstico histológico definitivo requer a exclusão de outras lesões fusocelular, é realizado exerese da lesão com margens amplas e estudo imunohistoquímico (positivas vimentina difusamente, actina focal e desmina ocasional; os receptores hormonais e HER2 são negativos).

Figura 3: US modo B e Doppler, corte axial. Nódulo ovalado, hipoecóico, circunscrito, localizado no raio de 1 hora, medindo 3,1 x 3,1 x 2,6 cm (ACR BIRADS 4B).

Imagem Em geral nos métodos de imagens podemos visibilizar uma massa irregular, mal definida, com realce variável (menos frequentemente o tumor apresenta-se como nódulo circunscrito). Na mamografia podemos observar nódulo denso com espessamento cutâneo, abaulamentos, retração papilar e infiltração da fascia do musculo peitoral. No ultrassom o nódulo geralmente é hipoecóico com ecos internos heterogêneos e sombra acústica posterior, causada pela fibrose, que as vezes dificulta a delimitação de grandes tumores. Ressonância magnética é o melhor exame para caracterizar a lesão e determinar infiltração de parede torácica, apresentando baixo sinal nas áreas fibróticas e alto sinal nas áreas de degeneração mixóide, com estudo dinâmico variável.

Relato de Caso Paciente do sexo feminino, de 29 anos de idade sem antecedentes de importância, com menarca aos 12 anos, ciclos

Figura 4: elastografia (VTE) a propagação da onda de cisalhamento variou em diferentes partes da lesão entre 59 e 68 kPa, indicando áreas mais rigidas no nódulo (parametro 70 kPa).

CONTINUA


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Fibromatose Mamária características nos diferentes métodos de Diagnóstico por Imagens

CONCLUSÃO

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regulares de 4 dias, primeira gestação aos 25 anos, parto cesariana e amamentou por um ano; que consulta por nódulo palpável no quadrante supero-lateral da mama direita, foram realizados exames supracitados, todos classificados na categoria BIRADS 4, que caracteriza achados suspeitos, foi então realizado biópsia percutânea guiada por ultrassonografia, e o resultado anatomopatológico foi sugestivo de fibromatose, realizado então exerese cirúrgica e ampla da lesão (quadrantectomia na união dos quadrantes superiores pela técnica do pedículo inferior), em que se confirmou o diagnóstico com margens livres, além de fibrose e adenose estromal.

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Figura 5: RM com Gd corte axial (T1, T2, fase dinâmica 2° min), coronal e realce de fundo, caracterizando um nódulo redondo com baixo sinal em T1 e sinal heterogêneo no T2, com margens de aspecto mais angulado na borda sagital. Mama com predomínio de tecido fibroglandular, mínimo padrão de antero-inferior, no quadrante supero-medial à direita, com realce heterogêneo, tardio e persistente após administração de contraste, curva cinética ascendente tipo I, medindo 3,4 x 3,4 x 2,7 cm e distando 7,0 cm da papila; 1,8 cm da musculatura peitoral e 2,8 cm da pele (ACR BIRADS 4B).

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Figura 6: peça macroscópica da exerese de quadrantectomia superior na mama direita, medindo 9,6 x 7,2 x 6,5 cm e pesando 168 gr; recoberto parcialmente por segmento arredondado de pele, medindo 4,5 x 4,4 cm. Ao corte, nota-se nodulação esbranquiçada, bem delimitada e fibroelástica medindo 3,3 x 2,8 x 2,8 cm, e tecido adiposo ao redor.

Luis Ferbeyre-Binelfa, Julio Ramirez-Bollas, Veronica Bautista-Piña, Rubi Espejo-Fonseca, Eva Ruvalcaba-Limón, Eduardo Serratos-Garduño, Cir Ciruj 2009; 77: 313-318. Fibromatosis mamaria. Informe de dos casos y revision de la literature. Silvia Patricia Villarreal-Colin, Baltazar Alberto Soto-Dávalos, Juan Enrique Bargallo-Rocha, Artfy Bandera-Delgado, Oscar Zumaran-Cuellar, Carlos Daniel Robles-Vidal, Cir Ciruj 2008; 76: 169-171. Fibromatosis de mama: una lesión simuladora de cáncer. M. Lorena Diaz C., Patricia Arancibia H., Leonor Moyano S., Nelson Burgos S., Rev. Chilena de Cirugia. Vol 61 – N° 4, Agosto 2009; pág. 370-374. Fibromatosis mamaria, diagnostico diferencial del carcinoma invasor. Reporte de un caso. Neeti B. Goel, Thomas E. Knight, Shilpa Pandey,Michelle Riddick-Young, Ellen Shaw de Paredes, Ami Trivedi, Radiographics 2005; 25: 1547-1559. Fibrosis lesions of the Breast. Angela D. Levy, LTC, MC, Jordi Rimola, Anupamjit K. Mehrotra, Leslie H. Sobin, Radiographics 2006; 2: 245-264. AFIP Benig Fibrosis Tumors and Tumor like. Paulo Cortesão, M° João Andrade, Sofia Franco, Giselda Carvalho, Rita Sousa, Teresa S. Silva, Isabel Torgal, Natália Amaral, Carlos Oliveira,Revista de GINECOLOGIA E MEDICINA DA REPRODUÇÃO (Vol. 25, N° 1 – Maio 2000). Hospitais da Universidade de Coimbra. Tumor Desmoide Simulando Carcinoma da Mama – um caso clínico. Martins R; Engerand S; Becette V; Cherel P; Maulmont C; Langer A; Talma V., Centre Réne Huguenin- Saint Cloud, França, Fibromatose mamária: correlação anátomo-radiológica de 6 casos.Radiol Bras 2008; 41 (Suplemento n°1): 1-122. Fibromatose Mamária: Correlação anátomo-radiológica de 6 casos. Grant E. Lattin, Jr, Robert A. Jesinger, Rubina Mattu, Leonard M. Glassman, Radiographics 2013.33: 461-489. Diseases of the Male the Breast. Luciana Bohn Geovanini, Débora Philippi Bressane, Laís Maria Nunes Lie, Victor Hugo Belinati Loureiro Neto, Edison Luiz Almeida Tizzot, Plinio Gasperini Junior, Relato de caso de Fibromatose Mamária.Revista da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia de Santa Catarina (Vol.41,Supl.n°1, de 2012). Basak Erguvan -Dogan, Peter J. Dempsey, Geetha Ayyar, Michael Z. Gilcrease, Primary desmoid tumor (Extraabdominal Fibromatosis) of the breast.M.D.Andreson Cancer Center, AJR.2005; 185:488-489. Ashwin Rammohan, Jeremy J. Wood, Desmoid tumour of the breast as a manifestation of Garder’s syndrome.Internacional Journal of Sugery Case Reports 3 (2012) 139-142. Jose López-Ruiz, Marisa Ruiz, Jose J. Echevarria, Silvia Lopez, Igone Imaz, Mammary fibromatosis mimicking recurrent breast cancer: radiological findings. Eur Radiol (2005) 15:2034-2036.

Autores Roberta Rodrigues Monteiro da Gama¹ Silvia Maria Prioli de Souza Sabino² Agradecimentos: Anapaula Hidemi Uema Watanabe³, Jane Camargo da Silva Santos Picone³, Márcio Mitsugui Saito³, Nilton Onari³, Angelo Gustavo Zucca Matthes4, Louise Gracielle de Melo e Costa5, Ligia Maria Kerr 6, Edmundo Carvalho Mauad7 Trabalho realizado no Departamento de Radiologia e Diagnóstico por Imagem Mamária do Hospital de Câncer de Barretos (HCB), Barretos - SP, Brasil.

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Figura 7: microscopía A (Hematoxilina-Eosina, 100x) Fibromatose, com áreas de fibras hialinizadas de colágeno. B (Hematoxilina-Eosina, 200x) Células fusiformes de núcleos alongados e delicados, separadas entre si por quantidade variável de colágeno.

1. Médica Pós Graduando do Departamento de Radiologia e Diagnóstico por Imagem Mamária do Hospital de Câncer de Barretos (HCB). 2. Mestre, Professor Adjunto do Departamento de Radiologia e Diagnóstico por Imagem Mamária do Hospital de Câncer de Barretos (HCB). 3. Membro Titular do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), Médico do Departamento de Radiologia e Diagnóstico por Imagem Mamária do Hospital de Câncer de Barretos (HCB). 4. Médico Mastologista do serviço de Oncologia Mamária do Hospital de Câncer de Barretos. 5. Média Pós Graduando do Departamento de Patologia do Hospital de Câncer de Barretos (HCB). 6. Médico Patologista do serviço de Patologia Oncologica do Hospital de Câncer de Barretos. 7. Doutor, Diretor Técnico do Hospital de Câncer de Barretos. Gama RRM, Sabino SMPS, Watanabe AHU, Picone JCSS, Saito MM, Onari N, Matthes AGZ,Costa LGM, Kerr LM,Mauad EC .


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BI-RADS da ultrassonografia 5a Edição

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BI-RADS da ultrassonografia, assim como o da mamografia e da ressonância magnética, utiliza terminologia uniforme para um bom entendimento da imagem, tanto pelo imaginologista, quanto pelo clínico que recebe o exame. O exame deve ser realizado com uma excelente técnica e bom entendimento da anatomia e da patologia mamária, para que a utilização do BI-RADS ocorra de forma ideal. O laudo deve conter: 1) indicação do exame; 2) técnica; 3) composição do tecido mamário; 4) descrição clara de quaisquer achados importantes; 5) comparação com exames anteriores, incluindo correlação com exames físico, mamográfico ou da ressonância magnética; 6) laudo combinado com outros exames; 7) categoria e 8) conduta. No BI-RADS da ultrassonografia, deve ser descrita composição do tecido que, assim como na mamografia, pode afetar a sensibilidade do exame. A ecotextura de fundo homogênea, fibroglandular pode afetar menos a sensibilidade, enquanto as ecotexturas de fundo homogênea adiposa e a heterogênea podem esconder alguma lesão entre as bandas de tecido ecogênico fibroglandular e hipoecóico adiposo. Na nova edição, a descrição da ecotextura de fundo é recomendada somente para rastreamento. Como no Brasil praticamente todos os estudos incluem não só a avaliação de um achado clínico ou mamográfico e sim das duas mamas, nada mudou. Ela é sempre utilizada nos exames de ultrassom. Os achados da ultrassonografia incluem: nódulos, calcificações, achados associados e casos especiais. Nódulos: são cinco características a serem observadas, sendo as três primeiras as mais importantes: 1) forma; 2) margens; 3) orientação; 4) padrão de ecogenicidade; 5) características posteriores. Os itens 1 e 2 são como na mamografia, enquanto os demais são exclusivos do ultrassom. Ainda em relação aos nódulos, é importante descrever sua localização, o que inclui sua posição em relação à face do relógio, sua distância da papila e a profundidade, se no terço anterior, médio ou posterior da mama. Ao medir o nódulo, sempre medir no maior eixo longitudinal, no ântero-posterior e no maior eixo do corte ortogonal. Se houver múltiplos cistos, não é necessário documentar cada cisto em dois cortes. Apenas o maior cisto em seu maior eixo é suficiente. Forma do Nódulo: Oval (sem lobulações ou com 2 ou 3 lobulações), Redonda, Irregular. Margem do nódulo: Circunscrita; Não circunscrita (Indistinta, Angulada, Microlobulada, Espiculada). Orientação em relação à pele: paralela e não paralela. Lembrar que a orientação paralela é característica de nódulos benignos, mas pode ser encontrada em câncer. Padrão de Ecogenicidade (comparar com a gordura mamária): Hiperecóico (pode ser benigno ou maligno – associar com outras características, como forma e margens); Anecóico; Isoecóico; Hipoecóico e Heterogêneo. Este último padrão é novo na quinta edição do BI-RADS. Achados Posteriores (atenuação do feixe sonoro posterior ao nódulo, na mesma profundidade): Ausente, Reforço; Sombra; Sombra e Reforço Combinados. Nenhuma destas características é patognomônica de benigno ou maligno. O que há de novo na quinta edição em relação aos nódulos: • eliminado borda da lesão (interface abrupta, halo ecogênico) • Padrão de ecogenicidade heterogêneo foi incluído • Nódulo Complexo, que passou a ser chamado de Sólido-Cístico O nódulo sólido cístico compreende o cisto com paredes ou septações espessas (tendo como diagnóstico diferencial abscesso ou câncer com áreas de necrose); nódulo mural intracístico (papiloma ou carcinoma intracístico) e nódulo sólido com áreas císticas (fibroadenomas contendo pequenos cistos, tumor filoide). Lembrar que pacientes com história de trauma, cirurgia ou infecções, necessitam correlação com a clínica e a mamografia para descartar a possibilidade de abscesso, hematoma e esteatonecrose. Calcificações: na quinta edição foi eliminado o termo macrocalcificação, permanecendo calcificações dentro e fora de nódulo. Foi acrescentado calcificações um um ducto. É importante a correlação com a mamografia quando se suspeitar de calcificações na ultrassonografia. Casos Especiais: são aqueles com aparência patognomônica: nódulos cutâneos; cisto complicado; esteatonecrose; microcistos agrupados; corpo estranho incluindo próteses e implantes; linfonodos intramamário e axilar; alterações pós- cirúrgicas. O que há de novo nos casos especiais? A inclusão do cisto simples; das má formação arterio-venosa e pseudoaneurisma (que pode ocorrer após “core biopsy”) e Doença ou Síndrome de Mondor. Em relação aos linfonodos, existem algumas características a serem observadas: forma (oval, redonda, irregular); espessamento cortical (uniforme, concêntrico, focal); margem (circunscrita, não circunscrita); compressão hilar ou deslocamento do hilo. As características dos linfonodos não são específicas para benignidade ou malignidade, mas deve-se medir a espessura da cortical na ultrassonografia. Espessuras superiores a 3mm, espessamento não uniforme da cortical, ausência do hilo ecogênico ou deslocamento do hilo podem levar a suspeitar de linfonodo comprometido, principalmente na vigência de anomalia suspeita na mama. Ainda em relação aos linfonodos axilares, na última edição foram incluídas nas “perguntas frequentes”, qual a conduta em relação aos mesmos: Adenopatia axilar unilateral: mamografia negativa, na ausência de causa inflamatória: BI-RADS® 4 (carcinoma oculto, linfoma, melanoma metastático, câncer ovariano, ou outro câncer metastático) Adenopatia axilar unilateral: causas inflamatórias ou infecciosas: BI-RADS® 2 (inflamação da mama, axila, braço, mão, doença da arranhadura do gato) Adenopatia axilar bilateral: geralmente causa reativas/infecciosas: BI-RADS® 2 (sarcoidose, LES, psoríase, HIV) Se LINFOMA conhecido e exame de imagem negativo: BI-RADS® 1, com observação sobre a origem da adenopatia Adenopatia axilar bilateral: nova, sem explicação: se mama negativa, BI-RADS® 1, com observação para se pesquisar: Linfoma? Leucemia?

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BI-RADS da ultrassonografia 5a Edição

CONTINUAÇÃO

Achados Associados (antigamente chamados de tecido adjacente): podem ocorrer isolados ou associados a nódulos. São distorção arquitetural, alterações cutâneas, edema, vascularização, alterações ductais e elasticidade. Estes dois últimos foram incluídos na quinta edição. A distorção arquitetural pode ocorrer em neoplasias malignas e em processos inflamatórios, assim como o edema e o espessamento da pele. A retração de pele pode estar associada a neoplasia maligna e a cirurgia; as alterações ductais incluem ectasia ductal, irregularidades no calibre ou na ramificação do ducto, extensão de um ducto partindo de um nódulo maligno, ou a presença de nódulo, ou conteúdo no interior do ducto. A vascularização é avaliada através do Doppler. Para descrever uma lesão como hipovascular ou hipervascularizada, deve-se tomar como referência uma area contralateral normal ou um sítio não afetado na mesma mama para comparação. Nenhum padrão vascular é específico, não se devendo utilizá-lo como característica única na interpretação da imagem. Depende muito também de fatores técnicos. A vascularização pode ser: ausente, interna, periférica. A avaliação da elasticidade pode ser realizada por meio de compressão do nódulo ou por aplicação de energia ultrassônica (shearwave- ondas de cisalhamento). Relaciona-se ao fato de que os nódulos malignos tendem a ser mais endurecidos em relação aos benignos, podendo ser avaliados em macio, intermediário e duro. Pode fornecer um dado a mais na avaliação de uma lesão, devendo-se lembrar que os critérios de forma, margem e ecogenicidade são muito mais preditivos de malignidade do que a consistência. Foi incluída na quinta edição não como um endosso à validade clínica da avaliação da elasticidade, mas por ser um recurso disponível em muitos dos equipamentos modernos de ultrassonografia.

Interpretação dos achados ultrassonográficos Deve-se sempre utilizar a combinação de várias características na interpretação dos achados ultrassonográficos. Lembrar que a orientação não paralela à pele geralmente se refere a lesão maligna; que nódulo redondo não está na categoria BI-RADS 3, e sim nódulo oval.

Categorias BI-RADS Categoria 0: necessita avaliação adicional (mamografia ou exames anteriores). Não usar para solicitar ressonância magnética. Importante lembrar aqui: deve-se dar a categoria combinada mamografia e ultrassonografia e colocar uma observação para se fazer ressonância, se necessário. Isto porque a paciente pode não ter oportunidade de realizar a ressonância, ficando sem uma conduta a ser tomada. Categoria 1 e 2: negativo Categoria 3: provavelmente benigno. Combinar achados da mamografia/US Categoria 4: suspeito (> 2% < 95% de chance de malignidade) Categoria 5: altamente suspeito de malignidade ( > 95%) Categoria 6: malignidade comprovada histologicamente e ainda não operada.

Recomendações de Conduta Os nódulos na categoria 3 devem ter todas as características de provavelmente benigno, como forma oval, orientação paralela à pele, reforço posterior e, se avaliadas a vascularização e a elasticidade, vascularização periférica ou ausente e elasticidade macia à elastografia. A recomendação de conduta é seguimento em 6,12, 24 ou 36 meses. Na categoria 4 as lesões devem ser submetidas a estudo cito ou histológico, podendo ser incluídas as seguintes lesões: 4a: chance de malignidade: 2 a 10% Nódulo sólido, circunscrito, novo em relação a exame anterior Nódulo sólido, circunscrito, com aumento no diâmetro de 20% em 6 meses, ou outra alteração suspeita 4b: chance de malignidade: > 10 < ou = 50% Nódulo sólido com margens indistintas 4c: chance de malignidade: > 50 < 95% Nódulo sólido, novo, irregular, com margens indistintas

Perguntas Frequentes • Múltiplos nódulos semelhantes entre si, bilaterais (pelo menos 2 em uma mama e um na outra. Qual a categoria?

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CONCLUSÃO

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BI-RADS 2, seguimento em 12 meses. Neste caso deve-se estar bem seguro de que todos os nódulos apresentam as mesmas características. Se não houver achados definitivamente benignos, classificar em uma categoria intermediária, pois não é rara a coexistência de nódulos benignos e malignos na mesma mama. • Nódulo sólido com características de provavelmente benigno, porém palpável, qual a categoria? A literatura é consistente para recomendar seguimento em seis meses para mulheres abaixo dos 40 anos de idade BI-RADS 3). Acima desta idade é recomendado avaliar cada caso. Se o nódulo é novo ou sofreu aumento de dimenões de 20%, a conduta é a biópsia. • Os cistos devem ser puncionados? Se sintomáticos, para alívio dos sintomas, mas persiste a categoria BI-RADS 2 • Cisto complicado isolado. Qual a categoria? BI-RADS 3 Esta categoria de avaliação está baseada no estudo ACRIN 6666 onde foi muito rara a malignidade nestes casos (0,42%), porém não foi zero. Recomendação de punção : se sintomático. Deve-se tomar cuidado para não confundir cisto complicado com lesão sólida homogênea. • Múltiplos cistos complicados bilaterais:

BI-RADS 2 • Microcistos agrupados : • Aspecto típico: BI-RADS® 2 • Quando profundo, difícil de caracterizar: BI-RADS® 3 • Quando novo, em mulher na pós-menopausa, sem TH: BI-RADS® 3 • Se margens não circunscritas ou outra característica não benigna: BI-RADS® 4 • Se crescimento rápido ou qualquer achado suspeito clínico ou por imagem: BI-RADS® 4 Segundo o ACRIN 6666, a maioria dos microcistos agrupados pode ser dispensada se não tiver nenhum critério de malignidade. • Lesão sólido-cística: merece criteriosa avaliação, pois à exceção de cistos rotos ou inflamados, cistos com metaplasia apócrina, abscessos, necrose gordurosa, cisto oleoso, e hematoma, necessitam estudo cito ou histológico. Segundo o ACRIN 6666, 36% destas lesões podem ser malignas (lesões papilíferas ou tumor necrosado). Lesões benignas incluem fibroadenoma complexo e tumor filoide.

O BI-RADS é um documento dinâmico, se aperfeiçoando na uniformização dos termos que podem ser utilizados nos demais métodos de imagem da mama. Se bem utilizado, facilita a interpretação dos achados, melhorando a comunicação e a conduta.

Autora Selma di Pace Bauab Médica radiologista: Clínica Mama Imagem São José do Rio Preto - SP


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MERCADO

Fujifilm investe em tecnologias voltadas para a saúde da mulher A Fujifilm amplia seu portfólio e passa a oferecer soluções integradas em mamografia, radiografia digital e gerenciamento de imagens. E, neste Outubro Rosa, destaca entre as novidades disponíveis no Brasil, o AMULET Innovality, com design inovador; mamógrafo projetado para reduzir o desconforto causado pela compressão das mamas, é a grande aposta da empresa.

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Fujifilm amplia seu portfólio e passa a oferecer soluções integradas em mamografia, radiografia digital e gerenciamento de imagens. E, neste Outubro Rosa, destaca entre as novidades disponíveis no Brasil, o AMULET Innovality, com design inovador; mamógrafo projetado para reduzir o desconforto causado pela compressão das mamas, é a grande aposta da empresa. O equipamento alia imagens de alta definição, tomossíntese mamária --com resolução de 50 microns-- e sistema de estereotaxia, além de permitir a realização de dois exames em um único aparelho. Segundo Livia Magnani, especialista em mamografia da divisão médica da Fujifilm no Brasil, “essa nova solução de tomossíntese chega ao mercado nacional para ser um marco da Fujifilm no acesso

REGISTRO

Konica Minolta adquire a Viztek

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o início de outubro, a Konica Minolta, Inc. anunciou a aquisição da Viztek, LLC, da Carolina do Norte, empresa líder e inovadora em cuidados com a saúde, por meio da Konica Minolta Medical Imaging. A empresa consegue, assim, aprimorar seus recursos para oferecer soluções de ponta a ponta e abrangentes de TI para a saúde, da aquisição de imagem até o diagnóstico médico. A aquisição também aprimora as suas soluções de software de TI de saúde para melhor atender às necessidades do mercado de hoje para compartilhar e visualizar imagens. A Konica Minolta é uma empresa de US$ 9 bilhões e tem força estabelecida em Imagem Primária - Radiografia Digital, Ultrassom, TI para Cuidados com a Saúde e Serviços. A Imagem Primária é responsável por até 70% de todas as imagens adquiridas, e é escolhida para o diagnóstico inicial e para avaliar a necessidade de imagem avançada. “A aquisição da Viztek reforçará as nossas soluções de TI para saúde e ampliará nosso portfólio de Soluções em Imagens Primárias de modo que poderemos permitir aos nossos clientes, em todos os segmentos de mercado, melhor atender as necessidades de saúde em evolução para uso significativo e um cuidado baseado em valor”, afirmou David Widmann, presidente e CEO da Konica Minolta Medical Imaging para as Américas. “Como pretendemos crescer significativamente nosso negócio, nós podemos agora ter ainda mais certeza de que estamos respondendo às necessidades dos clientes com soluções de saúde oferecidas e suportadas por uma única empresa.” A Viztek é fornecedora líder de software e hardware de imagem de soluções digitais completas. Recentemente, ela introduziu sua plataforma Exa para sistemas PACS, RIS e EHR, oferecendo acesso sem precedentes a imagens e informações para radiologistas e médicos, independentemente do local, para apoiar a prestação de cuidados. Além disso, a empresa tem visto vendas recordes de Radiografia Digital em 2015, com novos avanços na tecnologia sem fio, juntamente com software de eficiência de dose para pediatria.

ao diagnóstico precoce do câncer de mama e atender a uma demanda reprimida dos centros que realizam mamografia.” A tomossíntese presente no AMULET Innovality oferece dois modos de ação para atender diferentes cenários clínicos. A opção Standard utiliza uma faixa angular que permite a tomossíntese rápida, utilizando uma baixa dosagem de radiação. Já o modo High Resolution permite a produção de imagens com um nível ainda melhor de detalhamento, uma vez que utiliza um ângulo maior de captação de imagem, resultando em uma

melhor resolução de profundidade, o que garante uma visualização mais nítida e eficaz. Para Livia Magnani, “o AMULET Innovality proporciona uma alta qualidade de imagem, pois possui tecnologia Flat Panel Detector (FPD) de Selênio Amorfo e conversão direta, com a melhor resolução do mercado. Já a tecnologia de processamento de imagens (Image Intelligence®) ajuda a proporcionar eficácia e precisão no diagnóstico, permitindo melhor visualização do tecido mamário e de minúsculas estruturas que podem indicar um câncer de mama”.


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PRODUTO

Sala de comando remoto para equipamentos de RM é lançada no Brasil

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ma parceria firmada entre a Siemens e a Alliar Médicos à Frente – uma das maiores redes de Medicina Diagnóstica do País – apresenta ao mercado de healthcare, na 45ª Convenção Nacional Unimed, a Sala de Comando Remoto. Trata-se de um sistema que permite controlar à distância equipamentos de ressonância magnética, por meio do uso da tecnologia Expert-i, da Siemens. A Sala de Comando possibilita ao especialista em ressonância magnética visualizar, por meio

de um computador conectado à rede ou à Internet, as imagens e executar exames, a partir de qualquer lugar, enquanto um profissional realiza, localmente, os procedimentos presenciais. Além disso, a Sala oferece benefícios como exames de melhor qualidade, otimização do fluxo de trabalho, padronização dos protocolos de aquisição e redução do índice de reconvocação de pacientes, permitindo que exames de alta complexidade, sejam realizados em todo o território nacional. A conexão entre a Sala e os equipamentos de ressonância magnética é feita

por meio de um kit de hardware, com câmeras, interfaces de áudio para comunicação e diversos sensores, o que possibilita a interação entre os envolvidos (pacientes, auxiliares e operadores) e o monitoramento do ambiente. Para Gelson Campanatti Jr., especialista em Desenvolvimento de Negócios da Siemens, “o projeto Sala de Comando reforça a presença das soluções e tecnologias da Siemens neste segmento da indústria de saúde, além de oferecer novas possibilidades para alavancar o acesso aos equipamentos”.

Especialista alemão fala sobre gerenciamento de custos, serviços e qualidade

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o início de outubro, o Brasil recebeu Dariusch Bagheri, gerente de produtos para processos administrativos em hospitais da Agfa HealthCare, na Alemanha, e especialista em Diagnosis Related Group (DRG), metodologia de comercialização de serviços, gerenciamento de custos e da qualidade assistencial-hospitalar. A vinda de Bagheri ao Brasil teve como objetivo apresentar a médicos, administradores e criadores de políticas hospitalares, estratégias para estabelecer a metodologia no País. O DRG é um sofisticado sistema de comercialização de serviços, gerenciamento de custos e da qualidade assistencial-hospitalar que permite a elaboração de pacotes para a venda de serviços hospitalares, a partir de informações coletadas na internação de pacientes. A metodologia foi criada na cidade de Yale, na década de 1970,

e é utilizada há mais de 40 anos por governos, hospitais e operadoras de saúde em países da América do Norte, Europa Ocidental, África do Sul, Ásia e Oceania. No Brasil, o sistema foi introduzido recentemente, nos hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês. Para Bagheri, trata-se de um passo importante para a modernização de processos: “O Brasil está descobrindo o que o DRG pode proporcionar. É claro que o sucesso depende de uma série de fatores e um deles é que se crie um grupo de hospitais que adotem o sistema em suas gestões, além de um comprometimento governamental, para que a transição seja completa e bem sucedida”. As principais características do DRG são a transparência, a descrição de atividades hospitalares de forma padronizada, o aumento da qualidade na assistência médica, a redução do tempo de espera e duração de internações, o crescimento em eficiência e a apurada determinação de custos.

Mamógrafo da Philips com tecnologia digital e Finame

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uas novas tecnologias para a área de mamografia, focadas na qualidade de imagem, conforto e eficiência, estão sendo apresentadas pela Philips, a partir do Congresso Brasileiro de Radiologia, inseridas no Outubro Rosa. A empresa apresenta o Mamógrafo GRAPH MAMMO DR e MicroDose Mamografia Digital. Segundo informações da empresa, o mamógrafo GRAPH MAMMO DR foi desenvolvido pensando no conforto da paciente. Para isso, apresenta características únicas do gantry, permitindo radiografias do paciente em pé, sentado e com problemas na coluna. Sua estação de trabalho possui interface amigável totalmente em português, acompanha suporte para acomodação das diferentes placas de compressão de acrílico e outros acessórios dedicados ao diagnóstico médico, além de ser o único mamógrafo digital aceito pelo FINAME, linha de financiamento do BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento. Já o MicroDose, destacam os técnicos, oferece excelente qualidade de imagem em uma mamografia rápida e confortável, podendo diferenciar ainda mais os serviços de saúde da mulher e oferecendo convenientes procedimentos rápidos e de baixa dosagem. O Philips MicroDose possui detector de contagem de fótons que facilita a alta eficiência da dose e provocou uma mudança de paradigma na mamografia. Ele usa 18-50% menos radiação do que outros sistemas de mamografia digitais, com uma redução média de dose de 40%. Foi concebido para proporcionar uma experiência menos estressante, graças a um apoio aquecido, curvado, posicionamento fácil e rápido tempo de imagem.


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ENTREVISTA

Por Daniela Nahas (MG)

Educação e tecnologia definem um bom diagnóstico O ensino continuado aliado à tecnologia dos novos equipamentos é essencial para os profissionais de radiologia. E, não há outro caminho para que o profissional tenha qualidade para a elaboração de diagnósticos precisos, com qualidade e eficiência. Os avanços contínuos e a sofisticação dos métodos de imagem tornaram esse processo obrigatório; A afirmação é de Majda Thurnher, presidente da Sociedade Européia de Radiologia (ESR), durante evento realizado em Belo Horizonte.

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em educação não é possível ter boas pesquisas. Organizamos cursos na Europa para profissionais de outros países. Isso é ótimo porque estamos sempre trocando e compartilhando informações”, afirmou. Um dos destaques da última edição do Curso ESOR (European School of Radiology), que aconteceu nos dias 27 e 28 de agosto em Curitiba e Belo Horizonte, respec-

tivamente ela falou ao ID em Belo Horizonte. O tema escolhido para este ano foi Métodos Avançados de Neuroimagem e as palestras e workshops foram ministrados por profissionais da Áustria, Grécia, Bélgica, Suíça e Rússia. “Quanto melhores equipamentos existirem, haverá mais chances de se realizar um diagnóstico precoce. Quando aparece uma nova máquina ou uma nova técnica, os médicos devem trabalhar em conjunto com os radiologistas. Por isso encontros como o

ESOR são tão importantes. Aqui ensinamos os profissionais a trabalharem com esses novos equipamentos na prática”, afirmou. A dra. Madja Thurner ressaltou ainda que a melhora da imagem está mudando o tratamento dos pacientes de doenças neurológicas como a epilepsia, Parkinson, Alzheimer, entre outras. “A imagem nos mostra exatamente onde a doença está. Quando não havia a ressonância magnética não podíamos detectar onde estava a lesão nos cérebros

dos pacientes que sofriam de epilepsia, por exemplo. Agora isso é possível. As crianças que sofrem dessa doença podem ser operadas. Isso é um grande avanço. Podemos ver com precisão onde estão as anormalidades causadas pelo Parkinson e assim escolher o melhor tratamento. Quanto mais a qualidade da imagem vai melhorando, melhor é a chance de fazer um tratamento mais preciso. Vemos exatamente onde está o problema no cérebro”, disse.

Abimfi – out 15

PAPEL E CD PROIBIDOS NOS RESULTADOS DE EXAMES POR IMAGEM O descumprimento das práticas específicas para os diagnósticos por imagem em parte dos prestadores de serviços de saúde (hospitais, clínicas e laboratórios) é um problema antigo. A nota técnica conjunta da Anvisa 2/2014 esclarecendo a Lei 6360/1076 é recente, daí a necessidade de alertar o segmento de prestadores: o descumprimento da nota técnica expõe as empresas às sanções previstas na Lei 6437/1977. As sanções incluem desde advertências até o cancelamento da autorização de funcionamento da empresa, além de multas. Também o Conselho Federal de Medicina ao regulamentar a telerradiologia (Resolução 2.107/2014) reforça a ação da Anvisa quanto à obrigatoriedade do cumprimento de das normas pertinentes à guarda, manuseio e transmissão de dados. Há muitos anos, exaustiva pesquisa científica e técnica (internacionalmente reconhecida) e recomendações do CFM e da SBIS sustentam a importância da observância de requisitos mínimos no uso de filmes, armazenamento e distribuição de imagens, isto é, o uso do filme e de sistemas de armazenamento e distribuição de imagens (conhecidos como PACS). No entanto, há prestadores que imprimem em papel ou gravam em CD os resultados dos exames, prejudicando a qualidade do laudo e a conservação do histórico e obrigando pacientes e fontes pagadoras a repetir exames que poderiam ser evitados. Ao esclarecer a Lei 6.360/1976, a nota técnica conjunta 2/2104 GGTES/GGTPS/Anvisa estabelece que a utilização de produtos para saúde relativos a impressão, visualização, armazenamento e distribuição de imagens só pode ocorrer se os produtos previrem tal utilização para fins diagnósticos e seus fabricantes estiverem autorizados pela Anvisa. O CFM, por sua vez, ao fazer publicar no D.O.U. (17/12/2014) resolução relativa ao ato médico da telerradiologia, também estabelece a obrigatoriedade de infraestrutura tecnológica apropriada para a transmissão de imagens de acordo com normas técnicas e éticas do Conselho, pertinentes à guarda, manuseio e transmissão de dados. A responsabilidade pela infração é do médico envolvido. O Conselho justifica sua ação considerando resoluções anteriores e a Declaração de Tel Aviv da 51ª Assembleia Geral da Associação Médica Mundial (outubro de 1999). Há um crescente movimento das principais instituições representativas dos hospitais privados, notadamente os de excelência, objetivando maior governança, transparência, responsabilidade social e compliance, refletindo disposição de alinhamento às ordenações regulatórias, um bom exemplo a seguir. Esse contexto regulatório recente beneficia o cidadão, evita retrabalho e não deixa alternativa aos prestadores de serviços, que devem ajustar-se às regras — ou preferirão permanecer na ilegalidade? Profª Dra. Maria Cristina S. Amorim – economista, professora titular e coordenadora do grupo de pesquisa sobre saúde da PUC/SP. Prof. Dr. Eduardo Perillo – médico, vice-coordenador do grupo de pesquisa sobre saúde da PUC-SP; coordenador adjunto do BioBrasil – Comitê da Cadeia Produtiva da Bioindústria da Fiesp.

Dra. MajdaThurner, presidente da Sociedade Europeia de Radiologia.

ESOR O curso ESOR, realizado em Curitiba e Belo Horizonte, em parceria com o Colégio Brasileiro de Radiologia e apoio estragégico da Bracco Imaging, foi projetado para oferecer uma visão aprofundada do tema proposto. Neste ano, além dos conferencistas internacionais, contou com a participação da profa. Claudia da Costa Leite, do Instituto de Radiologia HCFMUSP e do dr. Luciano Vedolin, do Rio Grande do Sul. O temário teve como foco atualização sobre neuroimagem das doenças mais importantes do cérebro e da coluna, incluindo acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, epilepsia, demência, malformações congênitas, tumores e patologias vasculares. Um conjunto de renomados professores europeus e brasileiros explicou os pontos fortes e fracos das técnicas atualmente disponíveis. Depois das palestras, foram realizadas oficinas práticas onde os alunos puderam interpretar os casos com a orientação dos professores. “A formatação do curso tem se revelado um sucesso. A primeira parte é teórica e a outra é prática, onde os inscritos são estimulados a participar”, afirmou o presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), Antônio Carlos Matteoni de Athayde. Ele explicou que o CBR está sempre buscando promover a reciclagem dos profissionais de radiologia brasileiros e por isso mantém a parceria com a Sociedade Europeia de Radiologia para a realização do ESOR, que já está em seu sexto ano. Adiantou, também, que, em 2016, o tema será Oncologia em Imagem Abdominal e Toráxica e o curso será realizado em São Paulo e Salvador, no último final de semana de agosto. Todos os anos que o ESOR vem ao Brasil ele só tem somado”, afirmou. A dra. Majda Thurner elogiou a capacitação dos radiologistas brasileiros. “Estou impressionada com o nível de conhecimento dos profissionais. Na Europa, eles são reconhecidos por fazerem bons diagnósticos”, disse.


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ENSINO

Livre Docência na FMUSP Ribeirão Preto

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Dr. Daniel Gianartigos publicados em revistas sante Abud acaba indexadas, o Dr. Daniel Abud de ser aprovado enfatiza, também em sua argumentação, as diretrizes que conem concurso para duziram o seu trabalho na área a obtenção do título de livre de neuro-intervenção, entre eles docente no Departamento de estudo randomizado, publicado Clínica Médica da Faculdade recentemente sobre angioplastia de Medicina de Ribeirão Preto – carotídea. Universidade de São Paulo, com A ampla documentação, a apresentação de trabalho sobre a partir de relatos de séries a “Evolução da neurorradiologia clínicas únicos no país, como intervencionista e seu impacto a de aneurismas cerebrais emno tratamento das doenças carbolizados, e a de trombectomia A banca do concurso para livre docência: profs. Frncisco C.Carnevale, Claudia da diovasculares”. mecânica, para tratamento do Enfatiza o autor, em sua Costa leite, Margarete de Castro, Daniel Abud, Antonio Carlos dos Santos e José AVC agudo, além de um rico apresentação, “que a especia- Guilherme Caldas. registro de casuística de extrema importância para comprovação de lidade denominada neurorradiologia terapêutica vem ganhando da eficiência da conduta, enriqueceram a sua apresentação. importância no tratamento de doenças cerebrovasculares, e deixou Os profs. Antonio Carlos dos Santos, Margarete de Castro, José de ser uma coadjuvante no seu manuseio nos últimos 20 anos, com Guilherme Pereira Caldas, Franscico Cesar Carnevale e Claudia da um importante papel no tratamento das doenças cerebroasculares Costa Leite, compuseram a banca examinadora que aprovou a conceshemorrágicas e isquêmicas”. são do título de professor livre docente ao dr. Daniel Giansante Abud. Com uma intensa produção científica na área, que inclui 21

Teses de doutoramento na UNIFESP/EPM

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ablação por radiofrequência. blação por radiofrequência perPara o estudo, 11 pacientes cutânea no tratacom adenomas de adrenal mento de adenofuncionantes, nove com sínmas funcionantes de adrenal: drome de Conn e dois com resultados clínicos e laborasíndrome de Cushing foram toriais foi o tema da tese de submetidos à ablação percutânea guiada por tomografia doutoramento, apresentada computadorizada. pelo aluno Denis Szejnfeld, à A pesquisa concluiu que Escola Paulista de Medicina, a ablação por radiofrequência da Universidade Federal de de nódulos adrenais funSão Paulo, em agosto. cionantes em pacientes com A pesquisa, que teve Banca examinadora no concurso para doutoramento na EPM; profs. Nelson síndrome de Conn e Cushing orientação da professora Dra. Cazerta, Claudio E. Kater, dr. Denis Szenfeld, Susan Menasce Goldman, Marcos R. pode resultar em normalização Suzan Menasce Goldman, Menezes e Fernando Korkes. hormonal, melhora na pressão arterial e redução da necessidade teve como objetivo avaliar os aspectos clínicos e laboratoriais dos de anti-hipertensivos. pacientes com adenomas de adrenal funcionantes, submetidos à

REGISTRO

Livro documenta a história de Hilton Koch

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om um rica história de trabalho no CBR, na UFRJ, na Santa Casa do Rio e mais recentemente no Projeto da PUC-Rio, o radiologista Hilton Koch lançou, no Rio de Janeiro, por ocasião dos seus 70 anos, comemorados em setembro, sua autobiografia. “Chegar aos 70” é o título do livro que conta toda sua trajetória, desde sua vida em Porto Alegre, passando por todas as atividades desenvolvidas pelo Brasil afora e chegando aos atuais desafios: mordomia da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro e criação de uma graduação em Medicina com currículo inovador na PUC-Rio. O lançamento do livro foi realizado no salão nobre da Santa Casa da Misericórdia, local onde Koch se especializou e tornou-se chefe do Serviço. Contoumigos de diversas partes do Brasil, que conquistou ao longo da vida, devido a intensa atividade profissional exercida em diferentes órgãos.


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EVENTOS

Imagem Musculoesquelética

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os dias 20 e 21 de novembro, a Sociedade de Radiologia de Minas Gerais, com o apoio do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, realizará a II Jornada Mineira de Imagem Musculoesquelética, em Belo Horizonte. Dentre os palestrantes estão dr. Abdalla Youssef Skaf (SP), dra. Luciene Mota(MG), dr. Ronaldo Magalhães Lins(MG), dr. Marcelo de Abreu (SP), dr. Renato Sernik(SP), dra. Sabrina Véras Britto(RJ), dra. Alexia Lopes (MG), dr. Marcelo Bordalo(SP), dr. Júlio Almeida(MG), dr. Elisio Salgado(MG) e dra. Edrise Mueller (MG). Na ocasião, o dr. Renato Sernik, fará a abertura do evento com a palestra “Como Cuidar do seu dinheiro nas épocas de crise. A programação científica abordará diversos temas como Ultrassonografia Muscular e Metatarsalgias, Diagnóstico por Imagem do Plexo Braquial, Ressonância Magnética do Cotovelo, Ultrassonografia do Ombro, Imagem do Manguito Rotador, Técnicas de infiltração na Tendinopatia Calcárea guiada por USG, Ultrassonografia do Quadril Infantil, Conceitos atuais em reumatologia por RM, dentre outros assuntos. Para mais informações acesse: www.srmg.org.br ou (31) 3273-1559.

Simpósio discute o manejo dos achados incidentais

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realização de exames radiológicos de rotina resulta em uma grande ocorrência de achados incidentais como nódulos no pulmão, fígado, pâncreas, glândula supra-renal e em outras partes do corpo. Por sua vez, especialistas alertam que, na maioria dos casos, estas lesões são benignas e não demandam tratamento. O importante é estratificar os tumores e definir as diretrizes de investigação e manejo destes pacientes. Este será um dos temas centrais do II Simpósio Internacional de Imagem em Oncologia – Personalizando o Cuidado Através da Imagem, que acontecerá nos dias 23 e 24 de outubro no Auditório do A.C.Camargo

Cancer Center, em São Paulo. Dentre os convidados internacionais estarão os radiologistas Jonathan Gerald Goldin, diretor do Departamento de Radiologia e co-diretor do Laboratório de Pesquisa de Imagem do Tórax do UCLA Medical Center, em Santa Monica e Jay Paul Heiken, Professor do Departamento de Radiologia do Mallinckrodt Institute of Radiology, em Saint Louis, ambos nos Estados Unidos. A programação científica é coordenada pelo radiologista e diretor do Departamento de Diagnóstico por Imagem do A.C.Camargo, Rubens Chojniak. Reserve a data e informe-se: www.accamargo.org.br/eventos - tel: (11) 2189-5213 ou eventos@accamargo.org.br.

Neuropediatria no Rio

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ias 7 e 8 de novembro, no auditório do Centro de Estudos do Hospital Samaritano, Rio de Janeiro, será realizado o Curso de Neuropediatria, ministrado pela dra. Lara Brandão. O temário, se inicia com aulas sobre Anomalias Congênitas, Erros inatos e desordens metabólicas, Facomatoses, Tumores da fossa posterior; Tumores supra-tentoriais e Lesões da região selar e pineal, entre outros, promovendo uma ampla abordagem de cada um deles, concluídas com discussões de casos sobre infecções focais e encefalites. LOCAL: Auditório do Centro De Estudos do Hospital Samaritano- Rua Assumpção 286- Botafogo-Rio De Janeiro Inscrições com Simone (21) 96713-8780 ou pelo e mail: neuroimagem@hotmail.com

Simpósio de Radiologia Pediátrica

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ias 6 e 7 de novembro, será realizado em João Pessoa, coordenado pelo dr. Glaucio Nobrega de Souza, o I Simpósio Paraibano de Radiologia Pediátrica, que terá como conferencista, o prof. Henrique Manoel Lederman, da Escola Paulista de Medicina – UNIFESP. O encontro científico será promovido pelo CRM da Paraíba em parceria com a Unimed, e foi organizado pelos drs. Antonio Gualberto Viana Chianca, radiologista e dra. Ana Claudia Soa-

res Pinazzi, cirurgiã pediátrica. As aulas se iniciam no dia 6, às 19h30, com palestras do prof. Lederman sobre os tema Diagnóstico diferencial de Pneumopatia, Malformação pulmonar e Massas mediastinais e Infecções do trato urinário e, no dia 7, pela manhã, prosseguem com os temas. Diagnóstico cístico de afecções renais e Trato digestivo do RN. Inscrições gratuitas pelo email: simposioradiologiapediatrica@unimedjp.com.br ou no local: Contato: (83)2106-8690

Expediente Interação Diagnóstica é uma pu­bli­ca­ção de circulação nacional des­ti­na­da a médicos e demais profissio­nais que atu­am na área do diag­nóstico por imagem, espe­ cia­listas corre­lacionados, nas áreas de or­to­pe­dia, uro­logia, mastologia, ginecoobstetrícia. Conselho Editorial Sidney de Souza Almeida (In Memorian) Hilton Augusto Koch Dolores Bustelo Carlos A. Buchpiguel Selma de Pace Bauab Carlos Eduardo Rochite Omar Gemha Taha Lara Alexandre Brandão Nelson Fortes Ferreira Nelson M. G. Caserta Maria Cristina Chammas Alice Brandão Wilson Mathias Jr. Consultores informais para assuntos médicos. Sem responsabilidade editorial, trabalhista ou comercial. Jornalista responsável Luiz Carlos de Almeida - Mtb 9313 Redação Alice Klein (RS) Daniela Nahas (MG) Denise Conselheiro (SP) Gislene Rosa Silva (SP) Lilian Mallagoli (SP) Milene Couras (RJ) Sylvia Verônica Santos (SP) Valeria Souza (SP) Arte: Marca D’Água Fotos: André Santos, Cleber de Paula, Henrique Huber e Lucas Uebel Imagens da capa: Getty Images Administração/Comercial: Sabrina Silveira Impressão: Duograf Periodicidade: Bimestral Tiragem: 12 mil exemplares Edição: ID Editorial Ltda. Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 2050 - cj.108A São Paulo - 01318-002 - tel.: (11) 3285-1444 Registrado no INPI - Instituto Nacional da Pro­prie­dade Industrial. O Jornal ID - Interação Diagnóstica - não se responsabiliza pelo conteúdo das men­sagens publicitárias e os ar­tigos assinados são de inteira respon­sa­bi­lidade de seus respectivos autores. E-mail: id@interacaodiagnostica.com.br

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