Id 91 abr 16 final completo

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Portal do ID já esta no ar Os leitores do ID, a partir de abril, já poderão consultar o portal do ID Interação Diagnóstica e acessar não só o próprio jornal como um importante acervo de informações. Confira! www.interacaodiganostica.com.br twitter.com/intdiagnostica

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ABRIL / MAIO DE 2016 - ANO 15 - Nº 91

Diagnóstico por imagem: papel decisivo em tempos de transformações no ensino e na prática médica

O Radiologista no mercado de trabalho

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ormação do radiologista e panorama do mercado de trabalho da Radiologia” foi o tema de mesa redonda que marcou o reinício das atividades da Sociedade de Radiologia do Rio de Janeiro, neste mês de março, e que marcou a posse do prof. Hilton Koch, na presidência da SRad. O evento contou com a presença do Dr. Alair Sarmet, representando o Colégio Brasileiro de Radiologia, do Dr. Antonio Eiras, Dr. Felipe Morais, Dr. Paulo Bahia e Dr. Romeu Côrtes Domingues, onde mais uma vez, foi enfatizado o papel do radiologista, a necessidade de especialização e de atuação constante. “Com crise ou sem crise, sempre terá espaço para o radiologista que se especializou, mas que sabe também um pouco de clínica, de cirurgia, de genética”, observou Dr. Romeu Cortes. Na ocasião foi apresentado o calendário de atividades da entidade: www.srad.org.br. Pág. 20

Ilustração - imagens cedidas pela GE Healthcare

A tecnologia vem promovendo modificações muito rápidas em todo o mundo e, para alguns setores, essas mudanças são ainda mais significativas. É o caso da pesquisa e do ensino na imagem. Atento aos desafios tecnológicos e aos movimentos tanto na área acadêmica quanto na indústria, o ID Interação Diagnóstica preparou uma edição dedicada ao tema, nada mais oportuno para marcar o 15º aniversário do jornal, que tem trajetória dedicada a acompanhar e informar a evolução da radiologia no mundo. Neste momento singular de transformações, acontece a 46ª edição da Jornada Paulista de Radiologia (JPR), entre os dias 28 de abril e 1º de maio, com a reconhecida excelência na programação científica, que você confere nesta edição do jornal. Ainda em abril começa a funcionar, no Instituto de Radiologia HCFMUSP, o primeiro equipamento de PET RM em instituição pública no País. Veja os detalhes nas próximas páginas e leia também a matéria sobre os impactos da impressão 3D, que tende a se tornar padrão na prática médica. Outro destaque desta edição são os investimentos em projetos educacionais do Hospital Albert Einstein, que iniciou a graduação em Medicina, e do Grupo Fleury, que ampliou seu programa de aperfeiçoamento em radiologia e diagnóstico por imagem com novos cursos para o mercado, incentivo à pesquisa e à produção cientifica. Muitas novidades também na indústria de equipamentos e soluções. A alemã Ziehm Imaging, que tem operações no Brasil, acaba de adquirir a empresa americana OrthoScan, especializada em mini-arcos cirúrgicos móveis. O novo CEO da companhia falou sobre os planos para o mercado brasileiro. Você ainda vai conferir detalhes da venda da Toshiba Medical Systems Corporation (TMSC) para a Canon Inc., uma transação que mantém inalterada a operação da TMSC, mas promete ser uma rica parceria entre as duas empresas, com ganhos na qualidade dos produtos e na satisfação dos clientes. Já a Philips aposta em novo conceito de atuação, focado em cuidados contínuos de saúde, promete novidades na JPR-2016 e anuncia investimentos em sua unidade fabril de Varginha (SP).

Tecnologia a Serviço da Vida, o foco central da JPR

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om mais de 900 trabalhos inscritos, entre painéis e temas livres, numa área de 40 mil m2, a 46ª Jornada Paulista de Radiologia inicia seus trabalhos no dia 28 de abril e, pela segunda vez, em parceria com a Radiological Society of North America (RSNA), no Expo Center Transamérica. O tema dessa edição Diagnóstico por Imagem: Tecnologia a Serviço da Vida sintetiza a programação voltada para inovações tecnológicas que buscam os melhores indicadores de tratamento e aprimoram a qualidade de vida das pessoas. Serão 27

cursos disponíveis. Grandes nomes da especialidade mundial, como Richard Baron e Valerie Jackson, ambos do RSNA, terão participação importante na temática. Por sua tradição, o evento – ano a ano – se fortalece na América Latina, e as diversas parcerias formuladas, como Argentina e Chile, marcam presença no evento. Outra novidade é o aplicativo SPR Eventos, pelo qual os congressistas têm acesso a todas as informações sobre a JPR’2016, como programação, localização das salas e das empresas expositoras, além de poder criar uma agenda própria. Informe-se www.jpr2016.org.br .

Arranhadura de gato: a radiologia auxiliando no diagnóstico A doença da arranhadura do gato, geralmente, tem o diagnóstico feito por exclusão e a ultrassonografia é de um valioso auxílio, muitas vezes, capaz de evitar procedimentos invasivos, como a biópsia. Produzido pela equipe do Serviço de Radiologia do Hospital Albert Einstein, é um dos casos de destaque do caderno Application, que ainda explica as categorias e recomendações de conduta do BI-RADS, produzido pela dra. Selma di Pace Bauab, Iinfecções osteoarticulares na infância, pela equip do Hospital Sirio Libanês e as Anomalias do SNC da criança na infecção materna pela Zika Vírus, pela dra. Lara Brandão, do Hospital Samaritano, Rio de Janeiro.


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ABR / MAI 2016 nº 91

Por Luiz Carlos de Almeida (SP)

EDITORIAL

Ensino médico e o paradoxo tecnologia x humanização

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o aproximar-se a 46a edição da Jornada Paulista de Radiologia – maior evento dedicado ao ensino e à atualização na área de diagnóstico por imagem no hemisfério sul – e também quando completamos 15 anos de atividades voltadas ao conhecimento e à informação sobre o setor, paramos para refletir sobre um dos grandes desafios da nossa era: o ensino em tempos de tecnologia de ponta. Em um mundo tão complexo, talvez a única certeza seja a máxima de que o homem sábio não tem todas as respostas, pois a verdadeira sabedoria está em formular as perguntas. E perguntas não faltam diante da complexidade e da velocidade atuais: Como envolver e manter o interesse dos alunos e profissionais pelo aperfeiçoamento em meio a uma rotina cada vez mais vertiginosa de atividades? Como oferecer aulas que façam a diferença a pessoas que vivem sob o efeito de tantos estímulos? Como criar conteúdos interessantes diante de um leque tão grande de opções que muitas vezes causam uma sensação de total desamparo? Neste mundo em que a tecnologia da informação é onipresente, a educação formal ainda continua tão analógica quanto há 100 anos: alunos sentados de um lado, professor do outro. Só que os conteúdos são tantos que não há currículo capaz de abrangê-los. E o professor, antes o grande detentor do “saber”, hoje ainda pode ser questionado em tempo real pelo Dr. Google, nos onipresentes smartphones em sala de aula. No caso da Medicina – e mais ainda da Radiologia, apenas uma especialidade, mas talvez a mais tecnológica de todas – a amplitude de conhecimentos é tão inabarcável quanto o universo em si. Para enfrentar esse desafio, novos cursos de Medicina surgem com propostas totalmente diferentes – e antigos também começam a se adaptar. No recém-inaugurado curso de Medicina do Hospital Albert Einstein, por exemplo, o currículo não é rígido: com a ajuda de tutores, o aluno traça sua própria rota, desenvolvendo suas habilidades preferidas e satisfazendo sua curiosidade particular, enquanto avança pelo curso. A Faculdade de Medicina da USP também reformulou completamente seu currículo de graduação e, desde de 2015, as disciplinas básicas como anatomia, fisiologia e patologia, antes ministradas de forma estanque no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, hoje têm currículos desenvolvidos em conjunto

com a FMUSP, para maior integração entre as disciplinas clínicas e básicas. Para atrair a atenção e manter os Millenials ligados nos conteúdos que devem aprender para exercer sua carreira médica, alguns cursos também se valem de recursos como videogames, nos quais o aluno circula por ambientes simulados de uma sala de emergência, por exemplo, tendo que realizar as tarefas adequadas, com o ferramental apropriado, na ordem correta, para salvar um paciente politraumatizado que acaba de chegar de ambulância. Ao mesmo tempo, as escolas contam com sofisticadíssimos manequins e até robôs, com os quais os alunos praticam antes de colocar as mãos em pessoas reais. A tecnologia de impressão 3D, por sua vez, permite que um professor de odontologia imprima infinitos modelos de uma arcada dentária idênticos para que os alunos pratiquem determinado procedimento. Em um mundo em que a tecnologia para o diagnóstico por imagem hoje conta com equipamentos que não só permitem visualizar aspectos anatômicos com total riqueza de detalhes, mas também chegam ao nível fisiológico molecular, não é mais possível oferecer ao aluno um ambiente escolar do século passado. O isolamento e a especialização geraram gerações de profissionais muitas vezes dissociados da realidade de um país que mantém diferenças sociais profundas. E, por isso, muitas escolas hoje também se voltam a ensinar os mais básicos princípios de humanização. Se os conteúdos são tão diversos que não é possível mais estabelecer exatamente o que o aluno deve aprender, que ele crie sua própria motivação navegando pelo que mais lhe interessa e tendo ao lado um mentor, alguém que o oriente em sua trajetória. A isso, se combina a alta tecnologia e a simulação, para que fique reservado ao objetivo primordial de todo esse processo – o paciente – o diagnóstico, o tratamento mais adequado e preciso, com a retomada da confiança que só o toque e o olho no olho podem criar. Em síntese, é preciso voltar, como sempre, às origens: mais do que nunca, a frase atribuída a Sócrates (o filósofo, não o jogador de futebol) faz mais sentido do que nunca – “Só sei que nada sei”. Essa é a nossa inspiração para esta edição comemorativa, que se aprofunda nos questionamentos sobre a educação continuada e o ensino do diagnóstico por imagem, em suas mais diversas modalidades.

INOVAÇÃO

Leitores do Interação Diagnóstica ganham novo portal Notícias, novidades do diagnóstico por imagem e a produção científica da área são alguns dos conteúdos oferecidos pela plataforma Ao completar 15 anos de fundação, o jornal Interação Diagnóstica entrega aos seus leitores um novo portal na Internet, mais moderno e alinhado com o propósito do impresso: ser referência para profissionais de saúde, entre médicos e residentes, que desejam estar bem informados sobre as novidades e as transformações no setor da imagem. No portal, os usuários têm acesso a notícias com atualização dinâmica, sobre temas a exemplo das novas pesquisas desenvolvidas para o diagnóstico por imagem e inovações, além dos mais importantes eventos do setor, entre cursos e congressos no Brasil e no exterior, as tecnologias em aparelhos para tomografia e ressonância magnética, novidades sobre a radiologia no mundo etc. O layout do novo portal tem navegação mais agradável e visualização ágil de todos os conteúdos. Em uma plataforma que permite maior interatividade, os usuários têm acesso a uma área exclusiva por meio de cadastro e podem baixar o aplicativo para acessar o portal através de aparelhos mobile. No portal também é possível receber a newsletter de ID. E mais: a versão digital das edições do jornal Interação Diagnóstica fica disponível para leitura na mesma plataforma. Visite o portal: www.interacaodiagnostica.com.br

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O BIMESTRE

Por Luiz Carlos de Almeida (SP)

Nova estrutura e nova dinâmica marcam mais um êxito do IMAGINE Com a participação de cerca de 870 inscritos, o XIV Encontro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem do InRad marcou mais uma etapa vitoriosa na sua história, apesar do momento econômico que vive o País.

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obilizando um público participante de cerca de 1.200 nomes, o Imagine´2016 experimentou um novo formato, concentrando-se em toda a área nova do Centro de Convenções Rebouças e no moderno Centro de Treinamento do InRad. Desde a abertura, no dia 4 de março, conduzida pela profa. Claudia da Costa Leite, dra. Maria Cristina Chammas e dra.

Eloisa Santiago Gebrim, com a participação do prof. Manoel de Souza Rocha, o evento cumpriu uma programação multidisciplinar, intensa e inovadora, tendo como tema central a Ultrassonografia. As sessões práticas, com demonstrações e hands on, os cursos e workshops direcionados para temas de ponta foram muito comemorados pelos que ali estiveram, assim como sessões especiais, como BI Rads, programada pela equipe do Centro de

Diagnóstico por Imagem da Mama. A equipe da Comissão Científica, constituída pelas dras. Claudia, Cristina, Eloisa e drs. Carlos Alberto Buchpiguel, Manoel de Souza Rocha,Marcos Menezes, Marcelo Bordalo Rodrigues, Nestor de Barros e Regina Lucia Elia Gomes, e os coordenadores, Cesar Nomura, Rubens Schwartz, Marcelo Tati Sapienza,Flavio Spinola Castro, Shri Jyant, Leandro Lucato, Luciano Chala, Publio Viana, Marcio Taveira Garcia,Lisa

Drs. Luciano Chala, (centro), Ruy Galvez e Nestor de Barros. O evento foi aberto pelas dras. Cristina Chammas e Claudia C. Leite, na foto com Eloisa Gebrim e Marisa Madi, e os drs. Leandro Lucato e Manoel Rocha.

Dr. Marcelo Bordalo e dr. Laércio Rosenberg e equipe de músculo-esquelético. Dr. Marcos Menezes e dr. Publio Viana, com médicos do ICESP.

Dr. Cesar Nomura e dr. José Parga Filho com médicos do InCor.

Suzuki, Ricardo Guerrini, a enfª Rosemeire K. Hangai e Alexandre Siegmann, desdobraram em esforços para que o evento alcançasse o sucesso desejado.

Exposição comercial Com a presença das principais empresas do setor, a exposição comercial surpreendeu e, mais uma vez, mostrou a força do evento, seu caráter de atualização e princi-

Dra. Maria Cristina Chammas e os homenageados, drs. José Carlos Silva e Luiz Antonio T. Nicoliello.

palmente, seu foco no ensino, mostrando os principais avanços na especialidade

Homenagens e premiações Como já é uma praxe no evento, no sábado, dia 5, tendo a frente a dra. Maria Cristina Chammas, coordenadora do temário central, foi realizado o sorteio de prêmios de incentivo a visitação aos estandes. Representantes das empresas, Fuji Film, Eduardo

Tugas, da Agfa Healthcare, Leila Oliveira Santos, da Livraria Ciências Médicas, Neide Gonçalves, e da Editora Revinter, fizeram a outorga dos brindes. Finalizando, Luiz Carlos de Almeida, responsável pela feira cumpriu outra tradição, prestou homenagem aos drs. José Carlos Silva, de Taubaté e Luiz Antonio Nicoliello, de Baependi, Minas Gerais, pela freqüência e assiduidade ao evento.

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Uma história de parcerias e credibilidade

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ara chegar até aqui o ID Interação Diagnóstica não caminhou sozinho. Foi um longo percurso de 15 anos e, para isso contou com o apoio inestimável de pessoas, de instituições e de profissionais que ajudaram e ajudam na sua luta diária. Foi um grande desafio e, neste momento, com todas as dificuldades decorrentes de uma situação econômica instável, de incertezas politicas muito graves, estamos registrando este momento pelo seu significado. É impossível resgatar todos que colaboraram, seja com um simples elogio, até o mais singelo pedido de atualização de endereço, o reenvio do jornal pois “alguém” retirou da coleção e estamos precisando de um caso que ali foi publicado, ao esforço dos que colaboram com artigos, nos ajudam com a revisão, ou os que nos enviam seus cursos para que divulguemos. O incentivo inicial de três pessoas não pode ser esquecido: meus amigos, Sidney de Souza Almeida, já falecido, e as profs. Giovanni Guido Cerri e Hilton Augusto Koch, a quem dedico esta referência especial., pelo muito que me ajudaram e me fizeram acreditar no projeto. Ao longo deste percurso, um agradecimento especial aos membros do Conselho Editorial, que somaram ao meu esforço pessoal, um pouco de sua credibilidade, do seu prestigio, ou apenas com palavras e orientações que muito contribuíram para que ganhássemos credibilidade. Dentro desse quadro geral, um agradecimento especifico, às dras. Selma de Pace Bauab, da Clinica MamaImagem, à dra. Lara Alexandre Brandão, à dra. Maria Cristina Chammas, e às equipes do Serviço de Radiologia do Hospital Albert Einstein, Hospital Sirio Libanês e do Instituto de Radiologia HCFMUSP pela presença constante, com artigos e conteúdo de primeira linha. Em nome deles estendo o agradecimento a todos os demais que nos enviaram artigos. Às empresas, GE Healthcare, Toshiba Medical, Philips, Agfa, Carestream, Samsung, Pyramid Medical (enquanto ativa) FujiFilm e Bayer, pela presença marcante, desde o inicio, que nos honraram com sua confiança e suporte publicitário, agradecemos o apoio e reiteramos nosso apreço aos seus funcionários que acreditaram no projeto. Uma nova etapa está se iniciando. Temos muito a comemorar ao longo desse período de desafios. O momento é complicado, o Pais está vivendo um dos seus piores momentos. Incertezas, conflitos éticos, cisões, mas, não podemos nos abater. A hora é de desafio, sobreviver a estas condições é um ato de força, e o brasileiro, parodiando Euclides, é antes de tudo um forte. Luiz Carlos de Almeida Editor


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Por Silvana Cortez (SP)

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INOVAÇÃO

Os desafios do ensino médico sob o impacto da tecnologia “O impacto da impressão 3D é tão significativo que pode se tornar o modo padrão de como os médicos ‘falarão com seus pacientes’ em um futuro bem próximo”.

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assunto vem repercutindo em todo o mundo, em função das múltiplas aplicações da tecnologia na Medicina como um todo, mas, a frase do dr. Frank Rybicki, professor e presidente do Departamento de Radiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Ottawa – EUA, reflete uma realidade do mundo digital. O temário da 46ª Jornada Paulista de Radiologia, “Tecnologia a Serviço da Vida”, quando estarão reunidos especialistas de todo o mundo em São Paulo, confirma esta expectativa. Por trás da afirmação do dr. Rybicki, muitas interrogações e desafios se escondem. Não é exagero falar que a cada dia uma nova tecnologia é apresentada no mundo da Medicina, principalmente na área da imagem. Elas acrescentam facilidades e precisão ao diagnóstico. Porém, o grande questionamento que se faz é: como disponibilizar tanta informação para o jovem médico e, mesmo, aos já experientes para que tirem um maior

proveito em prol do paciente? No Brasil, e em especial em São Paulo, as palavras do prof. Frank Rybicki, inseridas em uma aula proferida no Congresso da RSNA – 100 anos, e publicada no RSNA News, repercutem e motivam as discussões.

Impressão 3D muda a Medicina e seu ensino Neste contexto da evolução tecnológica na Medicina, a impressão 3D é a mais revolucionária, mas antes que a modalidade atinja todo seu potencial na saúde e, principalmente, na área da radiologia, desafios precisam ser superados. O maior deles está em como levar ao conhecimento dos alunos toda essa tecnologia e, mais ainda, como motivá-los a aprender e transformar esse aprendizado em beneficio da sociedade. O professor Rybicki enfatizou, em Chicago, que “a impressão em 3D é uma tecnologia que muda totalmente tudo em geral e, inclusive, na Medicina. Ela vai mudar o modo com que os médicos fazem procedimentos e mudará, também, a forma de ensinar jovens médicos”. A impressão em 3D refere-se a fabricação de objetos palpáveis de modelos digitais e depende das modalidades de imagem avançadas e protocolos para gerar imagens DICOM,

A impressão 3D já é uma realidade no Brasil Em São Paulo, a empresa 3Dux – 3D Medical Solutions – desenvolve o projeto Otobone, em parceria com o Departamento de Otorrinolaringologia da FMUSP, para facilitar o ensino dos jovens médicos, por meio de modelos do osso temporal (ouvido) impresso com a tecnologia 3D. Constituída em 2013, pelos drs. Bruno Aragão e Virgínio Rubin Netto, com formação na área do diagnóstico por imagem, a 3Dux está investindo em pesquisa para que a impressão 3D se torne rapidamente mais acessível ao mundo da Medicina no Brasil. O trabalho da empresa nos avanços tecnológicos em 3D poderá ser conhecido em edição futura do ID – Interação Diagnóstica.

fonte passíveis de impressão. E, enquanto, telas de visualizações avançadas desempenham um papel na comunicação de informações de referências clínicas, “há uma necessidade, não atendida, de que os radiologistas produzam imagens DICOM como modelos impressos em 3D, capazes de fornecer tanto capacidade tátil, como informações de profundidade tangíveis de anatomia e estados patológicos”, disse o Dr. Rybicki.

Diagnóstico com impressão em 3D Até hoje, os radiologistas são treinados para fazer diagnóstico utilizando imagens de ‘rotina’ 2D, como tomografia computadorizada e ressonância magnética e ainda não são capazes de possibilitar ao médico - por exemplo informações para que ele planeje uma cirurgia antes com um modelo em 3D em suas mãos. E, acrescenta, que o próximo passo natural na evolução da tecnologia é a impressão em 3D. Isto é, ter as mesmas imagens DICOM que usamos para a visualização 3D e gerar modelos impressos em 3D.

Investir no aprendizado Ainda segundo o professor, os radiologistas terão que aprender a usar o software para converter imagens em DICOM. Para ele, é essencial que os radiologistas invistam em aprender os métodos para que a impressão dos modelos de imagens TC e RM torne-se integrada com os departamentos de radiologia. Dr. Rybicki começou a moderar cursos didáticos de impressão em 3D na RSNA 2013. Em 2014, pela primeira vez, os participantes foram ensinados a usar o software que converte a imagem a partir de uma tomografia computadorizada para um modelo impresso palpável.

Custos permanecem como obstáculos Há uma série de obstáculos à adoção em grande escala da impressão em 3D, que incluem custo, formação, materiais, equipamentos, orientações e à necessidade de um consenso na terminologia. O reembolso dos custos será o grande obstáculo, o que torna obrigatório pensar em um padrão único de informação para a impressão em 3D. Acredita, no entanto, o prof. Rybicky, que “isso acontecerá à medida que se acumular mais dados e forem desenvolvidas orientações sobre a utilização apropriada. Embora existam muitas pressões para conter os custos, os dados começam a mostrar que a geração de modelos em 3D tem custo-benefício para diversas aplicações, especialmente quando o modelo economiza tempo na sala de cirurgia”. (Fonte: RSNA News e cobertura local)


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ENTREVISTA

Por Rafael Bettega (SP)

Fleury reforça atuação em programas de ensino Grupo ampliou seu programa de aperfeiçoamento em radiologia e diagnóstico por imagem e está investindo na oferta de cursos para o mercado, no incentivo à pesquisa e à produção científica. A formação profissional é o foco para a própria instituição e para os especialistas da área diagnóstica.

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científicos os drs. Giuseppe D’Ippolito, Carlos Homsi e Maria Lúcia Borri. Em 2015, o Fleury passou a oferecer aos seus aperfeiçoandos, ou fellows, um curso de qualificação em radiologia e diagnóstico por imagem. Com cerca de 90 horas de aulas teóricas e interativas, o curso é dividido em módulos dedicados a sub-especialidades radiológicas (tórax, neuro, cabeça/pescoço, ultrassom geral/GO, pediatria, mama, musculoesquelético, abdome, densitometria e física das radiações), os quais podem também ser cursados de forma avulsa. Existe também uma versão digital do curso, realizada via Internet.

instituição Fleury já tem experiência nesse campo – dispõe de uma universidade corporativa e mantém um programa de aperfeiçoamento em radiologia (fellowship) há 16 anos –, mas desde o ano passado vem promovendo ampliações no conteúdo e na estrutura dessas atividades. O objetivo, além de fortalecer a formação de seu próprio corpo profissional, é intensificar a atuação do grupo no mercado do ensino médico, com uma oferta maior e mais variada de cursos para radiologistas e médicos de outras especialidades em busca de especialização. “Estamos mudando um pouco nosso papel de apenas oferecer serviços diagnósticos para ganhar espaço na área da educação”, afirma a dra. Jeane Mike Tsutsui, diretora executiva médica, técnica e de processos do Grupo Fleury. Ao lado do dr. Rogério Caldana, gestor médico do Centro Diagnóstico do grupo, a dra. Jeane falou ao ID sobre os objetivos da empresa no segmento educacional. “Embora sejamos Jeane Mike Tsutsui, Maria Lucia Borri, Maria de Lourdes Chauffaille, Giuseppe D´Ippolito, Daniella Márcia B. Kerbauy e Rogério Pedreschi Caldana uma empresa de serviços de medicina diagnóstica, O curso já teve uma segunda edição, realizada entre nosso capital central é o conhecimento médico. Estruturar fevereiro e maio deste ano. O dr. Caldana explica que, emum programa de formação é uma grande oportunidade de bora esteja inserido no programa de fellowship, o curso é reforçar esse aspecto, que é tão importante para nós”, explica voltado sobretudo para o mercado. “Os fellows participam, a diretora. porém o foco é no público externo. O curso é independente A base dessa nova estrutura é o programa de fellowship do programa e tem o objetivo de capacitar o radiologista que em radiologia do Fleury, de nível R4/A4, reconhecido pelo teve uma formação mais básica”, esclarece o dr. Caldana. Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), que já foi concluAlém da introdução do curso de qualificação, foi criado ído por mais de 100 radiologistas de 14 Estados desde sua um programa tutorial em cinco áreas da radiologia – abcriação. O programa é realizado nos hospitais São Luiz e dômen, tórax, neuro, musculoesquelético e mama –, que Oswaldo Cruz, em São Paulo, e tem como coordenadores

permite que os fellows tenham contato direto com cada uma dessas sub-especialidades durante sua formação, tendo os especialistas do Fleury como tutores. Outro reforço ao programa de fellowship foi o investimento em uma assessoria científica, que estimula e dá suporte ao desenvolvimento de projetos de pesquisa durante a formação. “Todos os fellows que fizeram o curso no ano passado e os que estão completando neste ano estão vinculados a um projeto científico”, afirma Caldana, ressaltando os benefícios que isso traz não só para a qualificação do profissional que faz o curso, mas para o crescimento da própria empresa: “cada vez mais, os fellows têm importância fundamental na operação radiológica como um todo, porque eles nos dão suporte preparando aulas e renovando projetos científicos, por exemplo. Eles estão se dedicando à pesquisa dentro do grupo, o que cria um ambiente acadêmico, extremamente fértil em publicações, que contribui para a inserção cada vez maior da empresa em congressos, atividades científicas etc”. Os planos do Fleury na área educacional incluem a criação de treinamentos em diagnóstico por imagem nas áreas de mama e cardiovascular, previstos para o ano que vem, e de novos cursos hands-on – tanto para inclusão no programa de fellowship quanto para o público geral. Além dos cursos ligados ao diagnóstico por imagem, o grupo também tem atividades de ensino em outros ramos da medicina, como um programa de fellowship em ecocardiografia, cujo coordenador científico é o dr. Wilson Mathias, e cursos diversos em medicina laboratorial e pediatria, entre outras especialidades – todos também passíveis de ampliação e de uma maior abertura para o mercado. Segundo a dra. Jeane, a proposta é estabelecer dentro do grupo uma atuação forte também voltada para os médicos. “Para nós, essa atuação para o mercado é realmente algo novo. Antes, com a universidade corporativa, nosso foco era no desenvolvimento interno dos nossos profissionais e colaboradores, mas agora temos uma oportunidade de dividir nosso conhecimento com a comunidade médica”.


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ATUALIZAÇÃO

46ª JPR amplia seu foco na tecnologia cercada de muita expectativa Principal vitrine para os que atuam na área do diagnóstico por imagem, a Jornada Paulista de Radiologia (JPR) abre seus trabalhos no dia 28 de abril, marcando a sua 46ª edição com uma programação cientifica de alto nível, como já é tradição, e cercada de muitas expectativas para o mercado da imagem, em função do complicado momento econômico do País neste ano de 2016. O tema do evento é “Diagnóstico por Imagem: Tecnologia a Serviço da Vida” e, por isso, a questão do desenvolvimento da tecnologia e de seu uso correto e apropriado na rotina estará presente em diversas aulas, em diferentes módulos.

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ela segunda vez, a parceria com a Radiological Society of North America se faz presente, e isso é um grande apelo no que se refere ao conteúdo científico, tornando-se um atrativo a mais para os que buscam atualização de referência. Além do quadro de especialistas brasileiros, reconhecidos por sua “expertise”, outros 43 convidados estrangeiros trarão sua experiência, conhecimentos inovadores e estarão distribuindo informações muito atualizadas para o segmento da imagem. “Todos são extremamente reconhecidos em suas áreas de atuação. Em especial, vale mencionar, na área de oncologia, Richard Baron, Presidente da RSNA; em Pediatria, a participação de George Bisset, também da RSNA; Lane Donnelly, Brian Colley, dos Estados Unidos, e Gloria Soto, do Chile, personagens importantes desse módulo”, destaca o dr. Antonio Soares de Souza, presidente da SPR, entidade promotora do evento. “Como já aconteceu há dois anos, quando a parceria se iniciou, o evento proporcionará um curso sobre ‘Profissionalismo’, com o enfoque em aspectos de gestão, que pode ajudar os radiologistas a olharem para as questões éticas e administrativas da profissão, ministrado pelos drs. James Borgstede e Valerie Jackson. Eles foram muito aplaudidos em edições passadas e devem trazer grandes novidades neste ano”, finaliza. Entre os convidados internacionais, um registro especial para a dra. Anne Osborn, professora doutora em Neurorradiologia da University of Utah e também uma das autoras da maior biblioteca online de Diagnóstico por Imagem do mundo, a STATdx.

Proteção Radiológica: um marco Neste ano, o evento marcará ainda uma ocasião extremamente importante para a especialidade: o lançamento de forma oficial do LATINSAFE, programa de informações para proteção radiológica e redução de dose para a América Latina, em uma sessão especial que contará com a participação dos especialistas Alfredo Buzzi, da Universidad de Buenos Aires, Argentina, e Donald Frush, do Image Gently (Alliance for Radiation Safety in Pediatric Imaging) e Image Wisely (programa de conscientização da segurança do American College of Radiology). Com um expectativa de 7 mil partici-

Concurso SPR-AIRP: inscrições Residentes especializados em diagnóstico por imagem, interessados em participar do Concurso SPR-AIRP, que este ano premiará 6 pessoas para participação no Curso de quatro semanas do American Institute for Radiologic Pathology, em Maryland, Estados Unidos, podem fazer suas inscrições a partir do dia 2 de maio. Devem atender a algumas exigências, e a premiação varia de acordo com a classificação no Concurso SPR/AIRP. Consultar o regulamento para apresentação dos casos que serão avaliados bem como as demais exigências: www.spr.org.br

pantes, o presidente da SPR, Antonio Soares de Souza, conclui: “A 46ª JPR traz para São Paulo o que está sendo feito de melhor e mais moderno em praticamente todos os continentes. É o grande momento do ano para buscar novas informações, tirar dúvidas e se desenvolver”. E recomenda àqueles que ainda não se decidiram, que o façam: o evento vai de 28 de abril a 1º de maio. George Bisset, Valerie Jackson, Richard Baron, do RSNA e Antonio S. Souza, presidente da SPR.


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REPORTAGEM

Por Luiz Carlos de Almeida e Silvana Cortez (SP)

Einstein inaugura sua faculdade de medicina e lança curso de revisão à distância Graduação em medicina do Hospital Albert Einstein iniciou suas atividades em fevereiro. Instituição investe também em outros projetos educacionais, como o lançamento de um curso de revisão e atualização em parceria com o CREMESP, voltado para os profissionais reprovados no exame anual do órgão

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om uma proposta inovadora, direcionada à atenção básica, atenta aos pontos cruciais da medicina moderna, e um projeto acadêmico que visa “formar médicos com participação responsável no sistema de saúde”, a Faculdade Israelita de Ciências da Saúde – Hospital Albert Einstein inaugurou oficialmente seu curso de graduação em medicina. O início das apresentações contou com o depoimento em vídeo de dois dos vice-presidentes da Instituição que lideraram os trabalhos para que a faculdade de medicina se tornasse uma realidade, drs. Claudio Schvartsman e Nelson Wolosker. O Dr. Schvartsman, também reitor da Faculdade lembrou a questão que deu origem a todo o processo “o que faríamos de diferente se fôssemos nós a formar médicos”. O Presidente da Mesa Diretora, Dr. Reynaldo Brandt, em sua apresentação lembrou o quanto a noite era especial por concretizar o último grande sonho dos fundadores do Einstein, que era ter uma faculdade de medicina. A aula magna, proferida em 25 de fevereiro pelo dr. Claudio Lottenberg, presidente da Sociedade Israelita Brasileira Albert Einstein, reuniu cerca de 500 pessoas, incluindo os alunos, seus pais e autoridades como o Ministro da Educação, Aloísio Mercadante, e o Secretário Estadual da Saúde, David Uip, e do dr. Braulio Luna Filho, presidente do CREMESP. O tema, a “Importância do Brasil para a comunidade judaica”, onde fez uma abordagem histórica, muito rica em fatos e ilustrações, mostrando, desde a descoberta do Pais, da sua participação no desenvolvimento do País.

País teve, durante muito tempo, um grande desafio para criar novas faculdades de medicina. Tanto que, para que hospitais como o Einstein pudessem ter suas próprias escolas, o nível de exigência do MEC foi colocado muito acima do que para as demais instituições de ensino, observou o ministro em seu discurso na cerimônia de lançamento. Aos alunos, só fez um apelo: “antes de decidir, pense no paciente”. O Ministério da Educação autorizou a abertura do curso de medicina pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein em julho de 2015, para oferecer 100 vagas anuais. Segundo informações da instituição, o curso foi concebido com o objetivo de trabalhar aspectos relacionados à atitude do profissional e formar médicos com participação responsável no sistema de saúde. Para isso, o primeiro passo foi desenhar um curso diferente do tradicional, com uma metodologia que prevê a participação ativa do aluno no seu aprendizado, com a predominância de discussões em grupo. Os alunos terão à disposição a estrutura do Hospital Albert Einstein, referência no atendimento de alta complexidade, e também poderão aproveitar o hospital municipal do M’Boi Mirim, administrado pelo Einstein.

Curso de atualização é criado em parceria com o CREMESP

COMUNICADO

O Hospital Albert Einstein anunciou em março o lançamento de um curso de revisão em medicina, em parceria com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Oferecido no formato de Ensino à Distância, inteiramente por via online, o curso tem o objetivo de complementar a formação de médicos recém-graduados, em especial aqueles que não tiveram bom desempenho no Um projeto diferenciado: exame anual do Conselho. atenção básica Embora a aprovação no exame do CREMESP não seja Para Lottenberg, um “dos diferenciais do programa da obrigatória para o exercício profissional, a avaliação é usada faculdade de medicina do Einstein é o foco na atenção básica como critério em diversos programas de residência médica e de saúde, nos avanços da medicina moderna, bem como na para a contratação de jovens profissionais em instituições de necessidade de médicos comprometidos com o seu papel saúde públicas e privadas de São Paulo – o próprio Einstein na sociedade e também com a realidade de pacientes mais adota a aprovação no exame como condição para o credenciamento do médico em seu corpo clínico. informados e ativos”. Na edição de 2014 do exame, 55% dos egressos não atinO ministro Mercadante ressaltou a importância da inaugiram a nota mínima exigida para aprovação. O alto índice de guração para o ensino médico brasileiro, lembrando que o reprovação indica uma clara deficiência na formação dos médicos que entram no mercado de trabalho no Estado e serviu de motivação para a iniciativa conjunta do Einsten e do CREMESP. Todos os profissionais reprovados na avaliação do Conselho terão a oportunidade de fazer o curso gratuitamente, pelo prazo de um ano. O curso é composto por cinco blocos com 24 módulos de 30 horas cada. Exercícios de fixação e pré/pós-testes, além de um vasto conteúdo interativo, contribuem para a construção do raciocínio clínico e a correlação dos diversos sinais e sintomas com os diagnósticos e tratamentos. O conteúdo foi elaborado por médicos do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e inclui temas em clínica médica, pediatria, clínica cirúrgica, saúde Lideranças da comunidade judaica ladeiam o ministro Aloisio Mercadante e, ao fundo, o dr. Braulio Luna Filho, do CREMESP, que acaba de formalizar parceria com o HIAE. pública e ginecologia/obstetrícia.

Claudio Lottenberg, em sua aula inaugural, enfatizou a importância do relacionamento da comunidade judaica com o Brasil.

Parceria com o Google O Einstein também anunciou em março a colaboração com o Google para a produção de conteúdo informativo sobre algumas das doenças mais pesquisadas pelos usuários do famoso website de buscas. Os médicos do Einstein estão trabalhando junto com o Google na elaboração de quadros informativos que aparecerão no topo dos resultados de busca sobre essas doenças, trazendo informações como sintomas, meios de transmissão, ilustrações adaptadas para o Brasil, links úteis, entre outras. Os quadros estrearam nos Estados Unidos, em inglês, em setembro passado. Em fevereiro, ganharam uma versão em espanhol e agora estão começando a ser veiculados no Brasil. O serviço foi concebido aqui, no escritório de engenharia que o Google mantém em Belo Horizonte (MG). “Tudo começou quando estudávamos buscas sobre saúde, que somam 5% de todas as buscas feitas no Google. Percebemos que, frequentemente, o material disponível na internet se concentrava em quadros mais graves e mais raros, deixando de lado os mais comuns – e, portanto, mais prováveis de atender à dúvida do usuário”, explica o engenheiro Frederico Quintão. “É um direito do paciente ter conhecimento sobre a sua condição e acessar informação de qualidade sobre doenças e sintomas”, diz o presidente do hospital, Claudio Lottenberg. “Para o Einstein, esta é mais uma ferramenta para a promoção da saúde na sociedade”. Os novos resultados começaram a aparecer no Google em março. Entre as doenças e condições incluídas no serviço estão: dengue, AVC, artrite, conjuntivite, zika vírus, diabetes, tuberculose, hipertensão, doença de Alzheimer, Parkinson, artrose e síndrome de Guillain-Barré.

Atualização do seu endereço Buscando maior eficiência na circulação do ID – Interação Diagnóstica, que hoje é distribuído por 12 mil nomes em todo o País, e considerando as grandes barreiras que este processo está enfrentando, por fatores como: inadequação dos endereços, problemas com o código postal, a própria dificuldade dos Correios, o mesmo acontecendo com a agência que foi contratada para envio do jornal, pedimos que nos respondam as questões abaixo. 1) Está recebendo jornal regularmente? 2) Seu endereço está correto ?

3) Gostaria de continuar recebendo ? 4) Não quer mais receber a versão impressa ?

As respostas nos ajudarão a aperfeiçoar a circulação e devem ser feitas através do email: comercial@interacaodiagnostica.com.br

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Por Silvana Cortez e Luiz Carlos de Almeida (SP)

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INOVAÇÃO

Projeto PET RM, um novo aliado para ensino e pesquisa no InRad A pesquisa e ensino na área da imagem ganham, neste mês de abril, um importante reforço; começa a funcionar no Instituto de Radiologia HCFMUSP, o primeiro equipamento de PET RM em instituição pública, no País. A inauguração ocorrerá até o inicio da JPR-2016 e, mais uma vez, coloca o Complexo HCFMUSP numa posição diferenciada, ampliando seu leque de recursos para pesquisas na área da imagem diagnóstica e terapia oncológica.

E

ssa nova tecnologia, que foi fornecida pela GE Healthcare, é um projeto conjunto, que envolve recursos da instituição, da FAPESP e do Governo do Estado, e foi instalada no Centro de Medicina Nuclear do InRad, serviço dirigido pelo prof. Carlos Alberto Buchpiguel. Equipado com o que há de mais avançado em tecnologia médica voltada para a pesquisa, esse conjunto de instituições, que tem a frente o Instituto de Radiologia HCFMUSP, presidido pelo prof. Giovanni Guido Cerri, já possui uma RM de 7T, um Ciclotron, micro tomógrafo para exames em pequenos animais, RM de 3T, e tomógrafos e ultrassons de última geração, marca uma nova etapa na história da instituição, com a chegada da PET/RM.

Dr. Marcelo Queiroz trará sua experiência na Suíça para o Projeto PET RM do InRad.

Para avançar nas pesquisas com o PET/ RM, o InRad/HCFMUSP repatriou o Dr. Marcelo Queiroz, brasileiro, que atuava na Universidade de Zurique, na Suíça, onde desenvolveu grande experiência nessa tecnologia por ter trabalhado por três anos com a PET/RM. Ele acaba de ser incorporado à equipe para desenvolver e orientar projetos de pesquisa com a nova tecnologia. Durante o Encontro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem do InRad ele falou ao ID sobre esse novo desafio e elencou as linhas gerais do seu trabalho: “a PET/RM será destinada exclusivamente à pesquisa, principalmente na área de oncologia, e só depois passará para aplicações clínicas. Estamos diante do futuro da imagem híbrida”. E destaca: “assim como em outros lugares do mundo, o foco principal é oncologia. Porém, como aqui nossa equipe de Neurologia e Psiquiatria no Hospital das Clínicas é muito forte, teremos alguns projetos dedicados à parte de neurologia. Oncologia ocupará cerca de 80%. Há planos também para projetos em Cardiologia. Estamos conversando com o restante do corpo clínico para estender o uso do equipamento para outras aplicações. Por exemplo, estamos programando um trabalho em conjunto com a Gastro para avaliação de doenças inflamatórias intestinais. Aos poucos, com a máquina em funcionamento, o corpo clínico ficará mais interessado e passaremos a desenvolver outros trabalhos. O especialista considera que, de imediato, “ essa tecnologia tem duas vantagens. A primeira é a de que não há exposição à radiação. Então, tiramos o componente “tomografia” e substituímos pelo componente “ressonância”, com a vantagem de que esta não tem a radiação que a tomografia tem. A segunda vantagem é que a ressonância é um método com melhor acurácia em imagem de partes moles do que a tomografia. Então, em

alguns tipos de indicações que hoje a ressonância é preferida em relação à tomografia, provavelmente a PET/RM será a preferida”. Lançada em 2011, a tecnologia PET RM vem ganhando espaço, mas ainda enfrenta um grande desafio: o custo. Mas, nos países em que este problema já está superado, o especialista reconhece que o método já está consolidado e é muito bom na avaliação de tumores ginecológicos, tumor de próstata, tumor de fígado, peritônio, cabeça e pescoço, algumas das indicações.

“O custo e o tempo do exame são as desvantagens em relação à PET/CT. Acredito que a PET/RM será o principal método de imagem híbrida. O paciente precisa de uma tomografia, precisa de uma PET, precisa de uma ressonância. O que eu vou fazer? Vou fazer só a PET/RM. O paciente faz apenas um exame e pronto, volta ao médico, que terá as informações de que precisa. É o chamado “one stop shop”. O nome se refere àqueles mercadinhos típicos dos Estados Unidos, que têm de tudo.

E concluindo, destaca: “se conseguirmos reduzir o preço, quando tivermos mais radiofármacos, a PET/RM será bem efetiva, mas paralelamente é preciso disponibilizar novos radiofármacos. Hoje usamos, na PET/ RM, o FDG, que é o mais difundido, e temos grande disponibilidade aqui, mas para várias indicações precisamos um radiofármaco específico. Quando tivermos um bom número de radiofármacos e o custo da PET/RM for menor, conseguiremos unir tudo e ela se tornará mais prática clinicamente”.


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CBR16

Radiologia abdominal terá presença marcante no CBR16 Curitiba sediará o 45º Congresso Brasileiro de Radiologia, de 13 a 15 de outubro, e a Comissão Organizadora, que tem a frente o dr. Antonio Carlos Matteoni de Athayde, presidente, e o dr. Manoel de Souza Rocha, diretor científico, já concretizou parcerias com entidades internacionais para a participação de professores de referência.

O

Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Sociedade de Radiologia e Diagnóstico por Imagem do Paraná, presidida pelo dr. Oscar Adolfo Fonzar, estão mobilizados com o objetivo de oferecer um evento de alto nível científico, e a escolha da cidade, por suas características turísticas e culturais são sempre um agente motivador. As parcerias com entidades e serviços de diversas partes do mundo agregam con-

teúdo cientifico que, somado a experiência dos especialistas nacionais e locais, se transformam numa grande oportunidade para a atualização científica dos radiologistas do país. Além disso, o evento tem como marca a confraternização e a sociabilidade. Dessa forma, já há professores internacionais confirmados na programação do 45º Congresso Brasileiro de Radiologia (CBR 16), entre 13 e 15 de outubro, em Curitiba (PR). Alguns dos nomes confirmados são frutos da parceria com a Sociedade de Ra-

diologia Abdominal (SAR), entidade norteamericana criada em 2012 a partir da fusão de duas Sociedades – a de Radiologistas Gastrintestinais e a de Urorradiologistas. Além do presidente eleito da SAR, Dr. William Mayo-Smith, que garantiu a vinda ao Brasil de cinco professores da área, além dele, já estão confirmadas as presenças dos professores: Dra. Christine O. Menias, professora de Radiologia na seção de Radiologia Abdominal na Mayo Clinic College of Medi-

cine, no Arizona; com interesse especiai em Oncologia, Ginecologia e Radiologia de Emergência. Dra. Cynthia S. Santillan, professora clínica associada de Radiologia na Divisão de Imagem da Universidade da Califórnia, em San Diego, e atua em imagens do abdome e da pelve, e tua também como membro do Comitê de Segurança do Paciente.

Dr. Manoel de Souza Rocha

Dr. Antonio Carlos Matteoni de Athayde

Dr. Oscar A. Fonzar, presidente SRP e dr. Nelson Schiavinato, vice presidente da região Sul, pelo Paraná.

Dr. Erick Remer é professor de Radiologia e diretor de Pesquisa de Imagem Abdominal da Cleveland Clinic, em Ohio. Sua prática envolve imagem abdominal, incluindo estudos e intervenções em imagens gastrintestinais, geniturinárias e doenças renais. Dra. Julia R. Fielding é professora de Radiologia na University of Texas Southwestern Medical School, no Texas, e também chefe da Divisão Abdominal na Universidade da Carolina do Norte. Pesquisa os efeitos da tomografia computadorizada nas enfermidades renais. Dr. William Mayo-Smith, faz parte da equipe do Rhode Island Hospital, em Providence, no ano de 1995, e hoje é diretor de Imagem e Intervenção e diretor médico de Tomografia Computadorizada. É professor de Radiologia no The Warren Alpert Medical School of Brown University. Dr. Matthew Heller é professor associado de Radiologia e diretor do Programa de Residência de Radiologia na Universidade de Pittsburgh. Além de Radiologia, é pós-graduado em Medicina Interna e Imagem Abdominal. O American Roentgen Ray Society (ARRS) e a Federação Latino-Americana das Sociedades de Ultrassonografia (Flaus), também marcarão presença no CBR 2016, com o envio de professores. Os trabalhos de definição do temário estão sendo acelerados, e, com site do CBR, em fase final de fechamento, informações complementares estarão disponíveis. Mais informações: www. cbr.org.br


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ABRIL / MAIO DE 2016 - ANO 15 - Nº 91 Por Luiz Carlos de Almeida e Sylvia Verônica (SP)

COMUNICADO

À Diretoria do Jornal Interação Diagnóstica Barueri, SP, 17 de março de 2016 A Toshiba Corporation anunciou hoje a concretização da venda da Toshiba Medical Systems Corporation (TMSC) para a Canon Inc., e consequentemente, a TMSC deixa de pertencer ao Grupo Toshiba. Porém, continuará suas operações sem mudanças. Assim que a Canon completar os processos exigidos pelas leis antimonopólios, a TMSC será uma companhia do Grupo Canon, mas retendo o nome e marcas atuais por um certo tempo. Construiremos com a Canon um relacionamento sinérgico baseado nas fortalezas de ambas as companhias, para facilitar e expandir nosso negócio de healthcare global. A Canon é uma reconhecida companhia tecnológica multinacional com base no Japão e tem um forte compromisso em investimentos para o crescimento de seu negócio de healthcare. A Canon reconhece a importância e o valor da tecnologia da TMSC, sua liderança na satisfação dos clientes e as parcerias com muitas instituições no mundo que são líderes na área da saúde. A TMSC contará com os recursos suficientes para focar seu crescimento no negócio mundial. Salientamos que nossas operações continuarão perfeitamente em curso, com o habitual nível de suporte que pode se esperar de nossa companhia. A TMSC permanece comprometida em oferecer-lhe soluções avançadas, qualidade incomparável e satisfação destacada. Apresentamos nossas sinceras desculpas pela ansiedade que geramos a partir de dezembro passado em nossos clientes e outros parceiros interessados, pelo anúncio de nosso convite a investimentos externos dentro da TMSC. Os 100 anos de história da TMSC em healthcare e sua filosofia de “Made for Life” serão nossos fundamentos para o futuro. Isto significa que tanto nossa cultura de focar em produtos de alta performance e qualidade, quanto nosso reconhecido suporte de pós-venda continuarão sem câmbios. Agradecemos-lhe a confiança em nossa companhia. Caso tenha qualquer inquietude ou questionamento, por favor não duvide em nos contatar. Atenciosamente, Gerardo Schattenhofer TOSHIBA MEDICAL DO BRASIL LTDA. Diretor Presidente President & C.E.O.

MERCADO

Alemã Ziehm Imaging amplia atuação com arcos cirúrgicos móveis Com produtos inovadores, apoiados por uma agressiva atuação no mercado mundial, onde ocupa posição de liderança no setor, a Ziehm Imaging acaba de adquirir a empresa americana OrthoScan, especializada em mini arcos cirúrgico móveis. A operação combinada entre as duas companhias vai oferecer ao mercado equipamentos para todos os segmentos.

P

rodutos inovadores, apoiados Preferência brasileira por uma agressiva atuação A Ziehm Imaging, que opera no Brasil no mercado mundial, onde desde 2009, atuando em parceria com o ocupa posição de liderança Grupo Sul Imagem, vem produzindo arcos no setor, a Ziehm Imaging, cirúrgicos adequados à nossa realidade, através de sua holding, adquiriu a empresa no momento. É a primeira operação da americana OrthoScan, especializada em companhia fora da Alemanha em termos arcos cirúrgicos para extremidades. A opede manufatura. “O nosso arco cirúrgico é ração combinada entre as duas companhias extremamente dedicado à imagem intervai oferecer ao mercado equipamentos para vencionista para o centro cirúrgico, com todos os segmentos. O brasileiro Nelson Mendes, CEO e presidente da Ziehm Imaging Inc., localizada nos Estados Unidos, está entusiasmado com as perspectivas a partir da recente aquisição da americana OrthoScan. A Ziehm Imaging é uma empresa alemã de pesquisa e desenvolvimento focada em arcos cirúrgicos para aplicações clínicas, e que já opera no Brasil, com escritório em São Paulo e fábrica em Santa Catarina. “A OrthoScan é líder mundial em sua categoria de produtos, com 60% de market share, especialmente nos Estados Unidos. Prof. Giovanni G. Cerri e Nelson Mendes, no InRad. Portanto, essa aquisição foi um grande características adequadas às necessidades passo para nós. A ideia é disponibilizar tais do mercado brasileiro. O custo-benefício produtos no Brasil, e, para isso, estamos em é favorável e o baixo investimento pode processo regulatório na Anvisa. Os centros levar o equipamento para áreas remotas do especializados aqui no país serão muito país”, sugere. beneficiados com essa tecnologia sofisticaO equipamento ao qual Nelson Mendes da”, comenta Nelson Mendes, que também se refere é o Arco Cirúrgico Ziehm 8000BR, assume o cargo de CEO da OrthoScan, em fabricado e comercializado com exclusivientrevista ao ID – Interação Diagnóstica em dade pelo Grupo Sul Imagem no Brasil. Por São Paulo. meio de fluoroscopia, é possível produzir O produto da OrthoScan é o mini cimagens digitais em tempo real em aplica-arm imaging, primeiro do mercado com ções cirúrgicas das mais variáveis. fluoroscopia pulsada. “Tratam-se de arcos Tecnologia 3D cirúrgicos portáteis, com dimensão que permite fazer imagem com base em fluUm dos mais importantes lançamentos oroscopia de extremidades, como mãos, da Ziehm, e que foi destaque no RSNA cotovelos, joelhos, pés e tornozelos. É de2015, é o arco cirúrgico com tecnologia senvolvido para cirurgias ortopédicas, que 3D em tempo real para centros cirúrgicos, têm demanda grande na área do esporte, por considerado o mais sofisticado do mercado. exemplo. Nos Estados Unidos, exige-se que “Existem outras marcas, mas nenhuma com em cada estádio esse tipo de equipamento essa dimensão e especificações. A máquina esteja disponível para atender emergências”, faz o mesmo que uma hemodinâmica na explica Mendes. parte vascular e o 3D na parte ortopédica

e neurológica. Tem um gerador de alta potência que permite uma grande geração de imagem”, ressalta Mendes. Os recursos tridimensionais do equipamento repercutem na visualização das lesões e na precisão das cirurgias, conforme pontua Mendes. Em um procedimento de reconstrução de coluna nos Estados Unidos, por exemplo, todo o pós-operatório é conduzido ainda no centro cirúrgico com imagens em tempo real, que podem mostrar, portanto, se é preciso fazer algum ajuste. Ou seja, qualquer necessidade é atendida prontamente e o paciente não precisa, eventualmente, voltar ao hospital para alguma intervenção corretiva. “Em cirurgia de coluna para colocar alguns pinos, pode acontecer, em cerca de 30, 35% dos casos, de não haver precisão. Assim, a imagem ainda no centro cirúrgico mostra a necessidade do ajuste, que é logo realizado. Estamos muito orgulhosos de oferecer essa solução”, afirma.

Mais um desafio; chairman da MITA Como consequência de todo este crescimento da Ziehm Imaging nos Estados Unidos, Nelson Mendes terá um novo desafio para os próximos dois anos. Acaba de ser eleito chairman da MITA (Medical Imaging & Technology Alliance), uma divisão da NEMA (National Electrical Manufacturers Association), a organização que representa as empresas de imagem e tecnologia aplicadas à medicina, entre elas equipamentos de raios-X, tomografia computadorizada, ultrassom, imagem nuclear e ressonância magnética. “Nosso objetivo é atuar pela regulamentação da utilização de equipamentos e tecnologia aplicada à medicina, cuidando da interface entre as empresas e órgãos como o FDA (Food and Drug Administration) ou o próprio congresso americano. São questões importantes que envolvem dose de radiação e outras exposições a radiofrequências etc”, completa Mendes.


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ENTREVISTA

Por Luiz Carlos de Almeida e Sylvia Verônica (SP)

Proximidade com o cliente final e distribuidores: uma estratégia “Mais próxima do cliente final e dos seus distribuidores para agilizar a comunicação, buscar as soluções com mais rapidez e realizar os objetivos finais da empresa”.

E

ste é desafio da Agfa HealthCare para a América Latina, enfatiza Roberto Ferrarini, novo presidente para a América Latina, com planos de fortalecer e ampliar a atuação da empresa no continente, onde já é líder em soluções de TI integradas em imagem para hospitais e centros de saúde.

“A Agfa HealthCare estará cada vez mais próxima do cliente final e dos seus distribuidores”, afirma Ferrarini, que tem uma grande experiência na área de diagnóstico, com atuação na área da imagem e laboratório. O objetivo é facilitar a comunicação, a excelência no serviço e a realização dos objetivos comerciais da empresa, considerada crucial pelo novo presidente que assumiu o cargo recentemente e pretende criar junto com as equipes de distribuição muitas inovações no atendimento aos clientes. “Estamos conversando com os nossos distribuidores para definir novos formatos de trabalho a fim de que encontremos a melhor maneira de servir o cliente final. É

possível, inclusive, que seja desenvolvido um modelo híbrido de atendimento em que a empresa, junto com os distribuidores, realize o atendimento direto”, pontua. Roberto Ferrarini tem 25 anos de experiência profissional na área de tecnologia médica e ressalta o diferencial de qualidade da empresa, que tem algumas das melhores soluções do mundo em TI em Saúde. “Nosso propósito é focar em soluções de DRs (Radiografia Digital Direta), na Solução Enterprise Imaging, uma única plataforma que permite acesso a todas as imagens, em qualquer lugar, a qualquer momento de maneira acessível e gerenciável, da radiologia à cardiologia, da oftalmologia à dermatologia,

Roberto Ferrarini, novo diretor da Agfa Healthcare para América Latina.

nas Soluções de Gestão Hospitalar e Clínica (HIS/CIS) e de ECM (Gerenciamento de Conteúdo Corporativo), de forma que realmente atendam às necessidades dos hospitais e clínicas, com o objetivo de agregar valor, ou seja, uma solução customizada por maior economia, melhoria de sistemas, processos e controles”, conta. A empresa tem também em seu portfólio uma linha completa de CRs (Radiografia Computadorizada) e impressoras. Os produtos da Agfa HealthCare alcançam todas disciplinas médicas para integrar a informação e agilizar os fluxos de trabalho e operações de hospitais, centros de imagens e clínicas. Estes sistemas são projetados para levar informações às especialidades de radiologia, cardiologia, ortopedia, cuidados com a saúde da mulher e unidades de terapia intensiva. “Acredito que a crise pela qual o país atravessa esteja atrasando um pouco a implementação de novos processos, mas nos próximos anos os processos serão mais intensos. Trata-se do registro digital de informações, como horários e doses dos medicamentos prescritos, além de controle de estoques de materiais. A Agfa HealthCare tem ferramentas para todas essas operações e também indicadores universais que conseguem comparar o desempenho de um hospital brasileiro com qualquer hospital do mundo, o que permite aferir a eficiência em nível global”, considera Roberto Ferrarini.

Novidades na JPR A Agfa HealthCare apresentará suas novas tecnologias e soluções na Jornada Paulista de Radiologia (JPR), que acontece entre os dias 28 de abril e 1º de maio. O destaque será a Solução de Enterprise Imaging, uma única plataforma onde todas as imagens estão disponíveis em apenas uma interface. Dessa maneira, os profissionais envolvidos nos cuidados ao paciente têm acesso à totalidade das informações diagnósticas de maneira gerenciável. A conjugação desses dados dá ao médico uma visão holística do paciente. Além disso, o foco da empresa também está nas soluções de DRs: DX-D 100 (Solução Móvel em Radiografia Digital Direta), DR 400 (Sistema Radiológico Expansível), DR Retrofit, detector digital com detecção automática de exposição de maneira rápida e eficaz e que oferece aos centros de diagnósticos o benefício da geração de imagens digitais de alta qualidade, utilizando praticamente qualquer sistema de raios-X, fixo ou móvel. “No segundo semestre desse ano, os efeitos de algumas ações internas com o intuito de se aproximar ainda mais do cliente final será sentido no mercado brasileiro”, afirma Ferrarini. O presidente da companhia conta ainda que está mirando possibilidades de realizar aquisições no Brasil a fim de complementar o portfólio de produtos oferecidos à saúde no país.


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ABRIL / MAIO DE 2016 - ANO 15 - Nº 91

BI-RADS®: categorias e recomendações de conduta

O

BI-RADS® é um documento dinâmico, que se modifica conforme as exigencias do tempo. Foi criado pelo Colégio Americano de Radiología, Colégio Americano de Patología e Colégio Americano de Cirurgiões, tendo sido iniciado em 1985. A primeira edição foi publicada em 1992 nos Estados Unidos e adotada no Brasil em 1998. Em 2003 começou a abordar também a ultrassonografia e a ressonância magnética. Atualmente se encontra em sua quinta edição. Esta edição encontra-se também on line e as modificações que ocorrerem, poderão ser realizadas através deste veículo, não necessitando da próxima edição impressa, para acontecer.

Não deve ser utilizada quando não foi realizada a avaliação necessária no momento do exame, ou quando o imaginologista está em dúvida e prefere pedir outro exame. É uma categoria que deve ser utilizada adequadamente. No European Guidelines é aceita a taxa de 3% e pelo ACR BI-RADS, a taxa de 10% de avaliações na categoría 0.

Categorias 1 e 2: • Categoria 1: exame negativo • Categoria 2: benigno

A finalidade do BI-RADS é:

• Risco de malignidade: 0%

1) organizar o laudo; 2) padronizar os termos utilizados; 3) facilitar auditorias; 4) melhorar a comparação entre os estudos.

• Recomendação: rastreamento de rotina

®

A auditoria é uma das mais importantes finalidades da utlilização do BI-RADS®, não sendo entretanto ainda muito realizada em nosso meio. Neste artigo abordaremos as categorías de avaliação do BI-RADS® e quais as recomendações de conduta para cada uma delas.

Categorias: 0) 1) 2) 3) 4) 5) 6)

Necessita avaliação adicional Exame Negativo Achados benignos Achados provavelmente benignos – sugerido controle em curto prazo Anormalidade suspeita – biópsia deve ser considerada – 4A, 4B e 4C Anormalidade altamente suspeita – tomar conduta apropriada Para achados confirmados de malignidade por biópsia, antes da terapêutica definitiva

Expectativa de malignidade nas categorias BI-RADS® Categoria

Probabilidade de Malignidade

1

0%

2

0%

3

2%

4A

> 2% a < ou = 10%

4B

> 10% a < ou = 50%

4C

> 50% a < ou = 95%

5

> 95%

Categoria 1: utilizada quando nenhum achado benigno é descrito no laudo (mesmo se presente, mas não for descrito, quando o radiologista acha que não é necessário descrever) Ainda na categoria 1, está a mamografia negativa, mesmo com nódulo palpável clinicamente. Neste caso é categoria 1, com recomendação para avaliação do nódulo palpável com ultrassonografia. Categoria 2: empregada sempre que um achado benigno é descrito no laudo Múltiplos nódulos bilaterais semelhantes entre si (na mamografia e no US). Pelo menos 2 em uma mama e um na outra. A chance de malignidade é de 0,3%. Em virtude do baixíssimo risco de malignidade, na nova edição do BIRADS® , foi sugerido que eles poderiam ser classificados na categoria 2. No entanto, essa conduta, ainda, produz controvérsia. Uma conduta alternativa seria classificá-lo na categoria 3 e realizar o controle em 1 ano e, não, em 6 meses. Independentemente, da opção de conduta, todos os nódulos devem ser medidos , descritos e comparados com os exames anteriores. Esta recomendação vem de encontro ao fato de que muitos radiologistas e ultrassonografistas possam sentir-se desobrigados de avaliar cada nódulo individualmente, quando são múltiplos e bilaterais, e isto não pode ocorrer. A figura abaixo ilustra um caso em que a mesma paciente tem na mesma mama, um cisto, um nódulo na categoría 3 e um nódulo na categoría 4, o qual, à biopsia, demonstrou representar carcinoma ductal invasivo.

O que significa cada categoria e qual a recomendação de conduta Categoria 0 Avaliação do achado radiológico está incompleta • Necessário estudo adicional por imagem e/ou comparação com exames anteriores • Provisória e será modificada para algumas das avaliações finais após o estudo adicional USO NA MAMOGRAFIA: Uso mais comum é nas mamografias de rastreamento para indicar a necessidade: • Incidências mamográficas adicionais • Ultrassonografia • Comparação com exames anteriores

O exame de múltiplos nódulos bilaterais é cansativo, demanda tempo, mas é tão importante quanto o exame de um único nódulo. A chave é tentar perceber se existe um nódulo que apresenta características diferentes dos demais. Na categoria 2 ainda são incluídos:

USO NA ULTRASSONOGRAFIA:

• Cistos simples mas dolorosos, que nescessitam punção para alívio dos síntomas (categoria 2 com recomendação de punção);

É menos comum, mas é justificável quando há necessidade de: • Correlação com a mamografia • Comparação com exames anteriores

• Ruptura de Implantes, mas sem achados sugestivos de malignidade. Categoría 2, mas com recomendação de avaliação da ruptura do implante pelo cirurgião.

USO NA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: Deve ser excepcional. Ela pode ser empregada quando há necessidade de • Correlação com a mamografia e/ou US • Comparação com RM anteriores

• Abscessos, Hematomas, Corpo Estranho relevante e algumas manifestações de ginecomastia em homem: categoría 2, mas com recomendação de conduta imediata pelo médico.

CONTINUA


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BI-RADS®: categorias e recomendações de conduta CONCLUSÃO

Categoria 3 • Achado provavelmente benigno • Risco de malignidade: > 0% e ≤ 2% • Recomendação: seguimento precoce e vigilância Esta não é uma categoria indeterminada usada simplesmente quando o radiologista não está seguro sobre a benignidade (categoria BI-RADS® 2) ou suspeição (categoria BI-RADS® 4) dos achados, mas está reservada para achados de imagem específicos cuja probabilidade de malignidade é essencialmente maior que 0%, mas < ou igual a 2% •

Identificar corretamente as lesões que podem ser classificadas nessa categoria que inclui a realização da avaliação radiológica completa, com incidências adicionais, ou complementação com ultrassonografia. Um exame de rastreamento, com apenas as quatro radiografias convencionais, não pode ser classificado na categoria 3. A categoria 3 não se aplica ao exame de rastreamento, se aplica à mamografia diagnóstica.

LESÕES NA CATEGORIA 3 • MAMOGRAFIA: - nódulo sólido circunscrito não calcificado, - assimetria focal, - agrupamento solitário de calcificações puntiformes. • ULTRASSONOGRAFIA: Nódulo sólido, com margens circunscritas, forma oval e orientação paralela à pele, - cisto complicado isolado, - microcistos agrupados (neste caso, dados menos consistentes). A maioria é BI-RADS® 2 e os que têm componente sólido asociado, BI-RADS® 4. • REALIZAR CORRETAMENTE O SEGUIMENTO Realizar o seguimento da mama em questão em 6 meses. Não é de 6 em 6 meses. Apenas o primeiro controle é em seis meses e apenas da mama onde existe o achado provavelmente benigno. Depois é 12 meses após o primeiro exame, 24 ou 36, para se assegurar da estabilidade ou não da lesão. O seguimento é de até 24 ou de 36 meses, sendo o de 36 meses, opcional. A Categoria 3 é uma categoría provisória. A avaliação da estabilidade é importante para a conduta. Não utilizar para lesões novas, que cresceram ou tiveram modificações morfológicas suspeitas. POTENCIAIS DESFECHOS PARA LESÕES NA CATEGORÍA 3: Estável há mais de 2 ou 3 anos: BI-RADS® 2 Estável há menos de 2 ou 3 anos: BI-RADS® 3 Regressão: BI-RADS® 2 Desaparecimento: BI-RADS® 1 Piora: BI-RADS® 4 ou 5 QUANDO CONSIDERAR A BIÓPSIA NA CATEGORIA 3 • • • • • •

Planejamento de gravidez Planejamento de mamoplastia ou abdominoplastia Planejamento de aumento mamário Impossibilidade de acesso ao seguimento Doador ou receptor de órgãos (transplante) Ansiedade

NÓDULO PALPÁVEL Nódulos palpáveis com características benignas: • Categoria 3 e seguimento em curto prazo: mulheres < 40 anos • VPN: 99% a 100% Nódulos palpáveis com características benignas. Considerar biópsia se: • Evidências clínicas, radiológicas ou ultrassonográficas de crescimento significativo • Achados clínicos suspeitos • Sexo masculino • Alto nível de ansiedade • Alto risco para câncer de mama • Mulher > 40 anos

Categoria 4 • Achados suspeitos, sem o aspecto clássico de malignidade • Pode ser dividida em três subcategorias cujo uso é opcional na mamografia e na US e, não recomendado na RM Subdivisões da Categoria 4: • 4 A – Baixa suspeição (>2% e ≤10%) • 4 B – Moderada suspeição (>10% e ≤50%) • 4 C – Alta suspeição (>50% e <95%)

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CATEGORIA 4 A – LESÕES • Nódulo sólido parcialmente circunscrito (<75%) e achados sugestivos de fibroadenoma na US • Nódulo sólido, circunscrito, que sofreu aumento de mais de 20% em relação ao exame anterior • Cisto complicado solitário e palpável • Microcistos agrupados com componente sólido asociado ou com qualquer achado suspeito, clínico ou por imagem CATEGORIA 4B- LESÕES • Calcificações amorfas, calcificações heterogêneas grosseiras ou pequenas e pleomórficas agrupadas • Nódulo sólido indistinto • Nódulo sólido-cístico (36% de chance de malignidade - (ACRIN 6666) CATEGORIA 4C – LESÕES • Nódulo sólido novo, irregular e indistinto • Finas calcificações lineares e ramificadas

Categoria 5 • Altamente sugestivo de malignidade • Risco de malignidade: ≥95% • Recomendação: diagnóstico tecidual imediato Designada para lesões > 95% de chance de malignidade Não haveria necessidade de biópsia prévia antes do tratamento cirúrgico final Parece ser redundante atualmente Usa-se cada vez menos, dando preferência para a categoria 4C

Categoria 6 Designada para mamas com diagnóstico já comprovado de malignidade Usada para segunda opinião e para acompanhamento de pacientes em quimioterapia neoadjuvante Não deve ser usada se um novo achado que necessita avaliação por outro método de imagem é encontrado no estudo de segunda opinião. Neste caso, Categoria 0. OBS.: Se uma houver uma lesão adicional que requeira uma conduta imediata (BIRADS 0, 4 ou 5), a classificação e a conduta em relação a essa lesão prevalece sobre a categoria 6.

Ainda algumas dúvidas: TAMANHO DAS CALCIFICAÇÕES: Redondas: entre 0,5-1,0mm Puntiformes: < 0,5 mm Heterogêneas grosseiras: 0,5-1,0mm. São menores do que as calcificações distróficas (que têm forma similar , são maiores que 1,0mm e são decorrentes de trauma). Quando múltiplas e bilaterais apresentam etiologia benigna. Quando em um grupo isolado têm um pouco menos de 15% de chance de malignidade (BI-RADS 4b). Não devem ser confundidas com calcificações “em pipoca”, que são maiores e patognomônicas de fibroadenoma calcificado. DISTRIBUIÇÃO DA CALCIFICAÇÕES: Agrupada: extensão até 2,0cm Regional: extensão > 2,0cm AMPLIAÇÃO (OU MAGNIFICAÇÃO) de calcificações agrupadas: Deve ser realizada em DUAS incidências mamográficas: craniocaudal e perfil em 90 graus, lembrando que a ampliação fotográfica (na workstation) não substitui a ampliação geométrica (no aparelho de mamografia, com afastamento da mama em relação ao detector).Este resumo tem a finalidade de dirimir algumas dúvidas frequentes e estimular a utilização mais eficiente do ACR BI-RADS que, na atualidade, apesar de ainda ter falhas e continuar em permanente evolução, é um documento útil e organizado para o trabalho do dia-a-dia. Devemos lembrar que o bom senso é fundamental e que o maior objetivo do nosso trabalho é proporcionar o melhor para a paciente, na tentativa de causar o menor dano possível.

Autores Luciano Chala Médico Radiologia Fleury Medicina Diagnóstica Selma di Pace Bauab Médica Radiologista, Clínica MamaImagem, São José do Rio Preto - SP


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A radiologia em contextos inusitados - doença da arranhadura do gato, como podemos ajudar?

Introdução Doença da arranhadura do gato (DAG) é o resultado de infecção por Bartonella henselae, um bacilo gram-negativo com características aeróbicas (1). A infecção é inicia-se através da presença dessa bactéria no sistema linfático do hospedeiro, após exposição a um arranhão ou mordida de um gato (2). Raramente podem ocorrer envolvimento visceral, sendo mais comum em imunossuprimidos e, quando ocorrem, os principais alvos são orgãos do sistema retículo-endotelial (fígado, baço, medula óssea) e, menos comumente, para o sistema nervoso central (cérebro, olho, nervos cranianos) (1).

Fig. 1 Paciente, masculino, 6 a 7 meses, apresentando aumento de linfonodos e dor axilar à direita, com história de arranhadura de gato segundo informa a mãe. As imagens mostram formações fusiformes hipoecogênicas, com maior eixo paralelo à pele e hipo preservado ao estudo Doppler colorido (achados que sugerem linfonodopatias de aspecto reacional).

Manifestações clínicas Linfadenopatia regional é geralmente a marca registrada da doença. Ocasionalmente DAG apresenta sintomas gripais não-específicos, podendo existir erupções cutâneas (1, 3). Linfadenopatias regionais podem ser categorizadas em formas benignas e malignas. Essas últimas ocorrem pacientes com tumor primário ou doenças linfoproliferativas, enquanto que as anteriores são causadas por infecção ou inflamação. A DAG é uma das causas mais comuns de linfadenopatia bacteriana na cabeça, pescoço e membros superiores de crianças (3).

Lesão de inoculação

Fig. 2 Masculino, 5 anos, USG ao modo B para avaliação de massa na região epitroclear, que surgiu após arranhadura de gato evidencia: formações ovaladas discretamente heterogêneas, predominantemente hipoecogênicas, bem delimitadas, sem nítidos sinais de linfonodopatia benigna, sendo conveniente controle ultrassonográfico no presente contexto.

Braço / mão 50% Perna 30% Troca e Pescoço 10% Lesão conjuntival 10%

Linfadenopatia Depois da inoculação da B. Henselae nos linfonodos, linfadenopatia pode se desenvolver em 1-3 meses. As áreas mais comuns de linfadenopatia relacionadas à DAG são a região axilar e epitroclear. Gânglios linfáticos patologicamente envolvidos mostram granulomas característicos, necrose avascular central rodeada por linfócitos, com algumas células gigantes e histiocitos (1). O espessamento cortical e hipertrofia germinal resultantes podem ser palpados ou vistos em corte transversal do gânglio em métodos de imagem (4). Ultrassom (USG) pode mostrar linfonodos alargados, com ou sem necrose central. De todos os linfonodos clinicamente identificáveis, cerca de 10% deles vão supurar e requerem drenagem (1). Disseminação sistêmica do processo infeccioso pode ocorrer para vários órgãos, podendo resultar em: linfadenopatia em locais atípicos, lesões hepatesplênicas, osteomielite, discite, meningoencefalite, coriorretinite, neurites de nervos cranianos (5).

Fig. 3 Feminimo, 8 anos, imagem ultrassonográfica composta de linfonodo na região epitroclear que surgiu após arranhadura de um gato mostra linfonodo tipicamente reacional com hilo central preservado ao estudo Doppler colorido e vaso com padrão de baixa resistência ao estudo espectral.

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A radiologia em contextos inusitados - doença da arranhadura do gato, como podemos ajudar?

Diagnóstico O diagnóstico é geralmente de exclusão. Nos casos atípicos deve-se realizar biópsia. Linfadenopatia é um achado inespecífico e pode ser encontrado em muitas etiologias. Classicamente seu diagnóstico é feito pela evolução clínica e, ocasionalmente utiliza-se dados laboratoriais imunológicos / sorológicos. Detecção de B. Henselae é conseguida através de estudos de serologia fornecidos por ensaio imunoenzimático ou imunofluorescência indireta (5). A utilização de critérios clínicos / laboratoriais vêm sendo utilizado por muitos profissionais. Preenchimento de 3 de 4 critérios abaixo: •

História epidemiológica

Sorologia negativas para outras causas de adenomegalias; pus estéril de aspirado de linfonodo; reação de polimerase em cadeia (PCR) positiva e/ou lesão hepática ou esplênica na tomografia computadorizada

Sorologia positiva - >1:64

Biópsia – inflamação granulomatosa ou coloração da prata positiva (6)

A chave para fazer o diagnóstico da DAG baseia-se em história clínica (inclusive a história de contato com o gato), achados ao exame físico e um alto grau de suspeição, além do valioso auxílio dos métodos de imagem, particularmente o USG, muitas vezes capaz de evitar procedimento invasivo (biópsia). O USG é fundamental na caracterização dos aspectos linfonodais, na diferenciação dos aspectos sugestivos de benignidade e malignidade. Diagnóstico Diferencial

CONCLUSÃO

Tratamento Na maioria dos casos o tratamento não é recomendado pois não altera a evolução clínica dos quadro típicos. Caso seja optado por tratar, a medicação de escolha é azitromicina e deve ser usada por por cinco dias. O acompanhamento do quadro deve ser realizado até a involução, inclusive utilizando USG.

Discussão e Conclusão Linfonodomegalias são comuns e os agentes causadores são numerosos. As infecções causadas por bactérias, fungos, protozoários e agentes virais permanecem como o grupo etiológico mais comum para linfadenopatia localizada. Malignidades ou doenças linfoproliferativas são freqüentemente encontrados, especialmente em pacientes idosos. A história e exame físico detalhado combinado com alguns testes laboratóriais vão estreitar o espectro de diagnósticos diferencias.

Bibliografia 1. Florin TA, Zaoutis TE, Zaoutis LB (2008) Beyond cat scratch disease: widening spectrum of Bartonella henselae infection. Pediatrics 121:e1413–1425. 2. Mandle T, Einsele H, Schaller M et al (2005) Infection of human CD34+ progenitor cells with Bartonella henselae results in intraeruthrocytic presence of B. henselae. Blood 106:1215–1222. 3. Reddy AK, Morriss MC, Ostrow GI et al (2007) Utility of MR imaging in cat-scratch neuroretinitis. Pediatr Radiol 37:840–843.

Citomegalovírus (CMV)

4. Chian CA, Arrese JE, Pierard GE (2002) Skin manifestations of Bartonella infections. Int J Dermatol 41:461–466.

Vírus da imunodeficiência adquirida (HIV)

5. Conrad DA (2001) Treatment of cat-scratch disease. Curr Opin Pediatr 13:56–59.

Epstein barr vírus (EBV)

Malignidades

6. Kunz S, Oberle K, Sander A et al (2008) Lymphadenopathy in a novel mouse model of Bartonella-induced cat scratch disease results from lymphocyte immigration and proliferation and is regulated by interferon-alpha/beta. Am J Pathol 172:1005–1018.

Tuberculose

Fungos

Outros Possíveis Sítios de Acometimento Fígado e Baço Lesões hepatosplênicas são identificados com freqüência cada vez maior, provavelmente devido às melhorias na melhoria dos métodos axiais e marcadores sorológicos (1). Pacientes com lesões hepatesplênicas lesões tendem a apresentar episódios de dor abdominal (7). Embora enzimas hepáticas sejam geralmente normais, geralmente há eleveção da velocidade de hemossedimentação. Imagens com USG, tomografia e ressonância magnética podem mostrar múltiplas lesões de tamanhos e formas variáveis no fígado e / ou no baço devido à formação de granulomas (7,8,9). Osteomielite e Discite A coluna torácica e a cintura pélvica são os sítios ósseos mais comumente envolvidos na DAG (10). Radiografias geralmente são normais, mas podem mostrar áreas líticas e até mesmo reação periosteal. A cintilografia óssea pode revelar focos de aumento de captação em regiões envolvidas (11). Tomografia vai demonstrar com maior precisão áreas líticas, alterações destrutivas, osteomielite e discite. Ressonância magnética é útil para mostrar acometimento da medular óssea, tecidos moles e envolvimento do sistema nervoso central (11). Neurorretinite, neurite de nervos cranianos, encefalite e meningite As complicações neurológicas são raras, ocorrendo em apenas 5-14% dos pacientes, ocorrendo por disseminação hematogênica da bactéria (3). O envolvimento cerebral pode ser focal ou difuso (12). A ressonância magnética é o melhor método para avaliar o envolvimento do sistema nervoso central.

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7. Arisoy ES, Correa AG,Wagner ML et al (1999) Hepatosplenic catscratch disease in children: selected clinical features and treatment. Clin Infect Dis 28:778–784. 8. Mortele KJ, Segatto E, Ros PR (2004) The infected liver: radiologic-pathologic correlation. Radiographics 24:937–955. 9. Talenti E, Cesaro S, Scapinello A et al (1994) Disseminated hepatic and splenic calcifications following cat-scratch disease. Pediatr Radiol 24:342–343. 10. Al-Rahawan MM, Gray BM, Mitchell CS et al (2012) Thoracic vertebral osteomyelitis with paraspinous mass and intraspinal extension: an atypical presentation of cat-scratch disease. Pediatr Radiol 42:116–119 11. Rozmanic V, Banac S, Miletic D et al (2007) Role of magnetic resonance imaging and scintigraphy in the diagnosis and follow-up of osteomyelitis in cat-scratch disease. J Paediatr Child Health43:568–570. 12. Seah AB, Azran MS, Rucker JC et al (2003) Magnetic resonance imaging abnormalities in cat-scratch disease encephalopathy. J Neuroophthalmol 23:16–21.

Autores Francisco de Assis Cavalcante Junior Yoshino Sameshima Antonio Rahal Junior Fabio Augusto Cardilo Vieira Miguel José Francisco Neto Marcelo Buarque de Gusmão Funari Médicos Radiologistas Departamento de Diagnóstico por Imagem Hospital Israelita Albert Einstein


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Infecções osteoarticulares na infância Introdução Infecções osteoarticulares são importante causa de morbimortalidade na infância. Exames de imagem têm papel fundamental no diagnóstico precoce e seguimento dessas afecções, o que torna relevante o reconhecimento dos seus padrões e das limitações de cada método. O objetivo do estudo é abordar particularidades dos achados de imagem nesta faixa etária que permitam o diagnóstico precoce.

Osteomielite Apresenta predomínio no sexo masculino (3:1) e, via de regra, é de natureza piogênica e secundária a bacteremias. O Staphilococcus aureus é o principal agente, destacando-se outros em contextos específicos, como a Salmonella em portadores de anemia falciforme. Particularidades da vascularização do osso infantil determinam predileção pelas epífises até 18 meses e porção metafisária dos ossos longos (acima de 18 meses). Clinicamente, observam-se dor e sinais inflamatórios, variando conforme seu curso: agudo, subagudo ou crônico. Na radiografia, o achado inicial é o borramento de partes moles adjacentes, que surge após 24 a 48 horas. O quadro radiológico torna-se mais evidente após dias a semanas, quando surgem osteopenia regional, reabsorção subcortical e reação periosteal. O surgimento de sequestro ósseo é um marco para a cronicidade, sendo a tomografia computadorizada (TC) o método mais acurado para sua caracterização. A ressonância magnética (RM) é o exame de eleição pela sensibilidade e especificidade elevadas, permitindo o diagnóstico precoce de abscessos periosteais / intraósseos (com realce periférico pós-contraste), pioartrite e osteomielite (áreas de marcado baixo sinal em T1 e alto em T2).

Espondilodiscite É a infecção do disco intervertebral com extensão aos planaltos vertebrais adjacentes, cuja incidência estima-se em 3 casos para 100 mil indivíduos ao ano, com um pico na infância e outro na sexta década. Na criança, a disseminação hematogênica é a principal via de infecção e, devido à rica vascularização do núcleo pulposo, inicia-se a partir do disco. Clinicamente, ocorre dor refratária a analgésicos e irritabilidade, sendo típica a recusa da criança a sentar-se ou ficar de pé. A radiografia possui baixa sensibilidade na fase precoce, notando-se alterações somente após 2 a 3 semanas: redução do espaço discal e erosão dos planaltos vertebrais. Posteriormente, há colapso e esclerose entre 10 e 12 semanas, como observado na infecção pelo M. Tuberculosis (sinal da “vértebra em marfim”). Na suspeita de espondilodiscite com uma radiografia normal, a RM é o método de escolha, pois define coleções discais, erosões nos planaltos vertebrais e marcado hipossinal em T1 e hipersinal da medular óssea. Na fase pós-contraste caracterizam-se abscessos epidurais, intraósseos e paravertebrais. Na espondilodiscite tuberculosa, o disco tende a estar poupado e é comum o acometimento em padrão “saltatório” pela disseminação pelo ligamento longitudinal anterior e calcificações.

Artrite Séptica x Osteomielite X Sinovite Transitória do Quadril O diagnóstico por imagem é fundamental no diferencial entre estas 3 afecções pois: •

o exame físico é limitado por tratar-se de uma articulação profunda;

há sobreposição de sinais e sintomas;

é imperativo fazer o rápido diagnóstico da pioartrite / osteomielite para evitar a perda funcional grave.

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Infecções osteoarticulares na infância CONCLUSÃO

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Nesse contexto, é recomendado uma análise multifatorial dos dados clínicos, laboratoriais e de imagem para uma abordagem racional dos casos, considerando a urgência do diagnóstico precoce. A sinovite transitória do quadril, causa de 90% das dores no quadril em crianças, é uma afecção benigna e autolimitada. Mais da metade dos casos apresenta quadro recente de infecção respiratória superior ou trauma leve. Predomina em crianças de 3 a 8 anos e, apesar de etiologia não definida, é analisada em conjunto com causas infecciosas de dor no quadril pela importante semelhança clínica. Alterações laboratoriais inexistem ou há discreta elevação de VHS e PCR. A pioartrite ocorre por disseminação hematogênica, por contiguidade de uma osteomielite adjacente ou trauma penetrante. 70% das crianças tem menos de 4 anos. Os achados laboratoriais mais comuns são leucocitose superior a 12.000 cels/mm3, VHS superior a 50 mm/h, PCR >1mg/ dL e hemocultura positiva em 30 a 50% dos casos. O diagnóstico é definido pela punção articular. O tratamento (drenagem cirúrgica e antibioticoterapia) deve ser iniciado dentro dos primeiros 4 dias, sob o risco de sequela funcional grave. A osteomielite da bacia ou fêmur / sacroiliíte também pode se apresentar como dor no quadril. É mais frequente em menores de 5 anos e causada por Staphylococcus aureus. Hemoculturas são positivas em cerca de 48% dos casos. É tratada com antibióticos endovenosos, drenagem e debridamento cirúrgicos.

Referências 1. ZONER et al. Quadril doloroso na criança. Rev. Bras. Reumatol. 2005, vol.45, n.6; 389395. 2. ZUCKER et al. Hip Disorders in Children. American Journal of Roentgenology. 2013;201: W776-W796. 3. KOTZIAS NETO et al. Avaliação do tratamento da artrite séptica do quadril. Rev. bras. ortop. 2011, vol.46; 14-20 . 4. ROSA et al. Fluxograma diferencial entre a artrite séptica e sinovite transitória do quadril em crianças. Acta ortop. bras. 2011, vol.19; 202-205. 5. MÜLLER CIS, D’IPOLLITO G, ROCHA AJ, HARTMANN LGC, RODRIGUES MB. Série do Colégio Brasileiro de Radiologia / Musculoesquelético. 1 ed. Rio de Janeiro. Elsevier, 2014. 6. AVERILL LW, HERNANDEZ A, GONZALES L, PEÑA AH, JARAMILLO D. Digosis of Osteomyelitis in Children: Utility of Fat-Supressed Contrast-Enhanced MRI. American Journal of Roentgenology 2009 192:5, 1232-1238. 7. Fucs PMMB, Meves R, Yamada HH. Spinal infections in children: a review. International Orthopaedics. 2012, 36: 387-395.

Autores Francisco José Veras e Silva Filho Bernardo Salgado Pinto Oliveira Denise Tokechi Amaral Eduardo Luis Bizetto Médicos Radiologistas Departamento de Diagnóstico por Imagem Hospital Sírio Libanês


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Anomalias do SNC da criança na infecção materna pelo Zika vírus

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ika vírus é um vírus da família flaviviridae, inicialmente isolado de um macaco Rhesus em Uganda, na África, em 1947. O Brasil é hoje o país mais afetado nas Américas. Entre 2007 e fevereiro de 2016, a transmissão do Zika vírus já havia sido documentada em 44 países e territórios. A transissão do vírus se dá especialmente pela picada do mosquito Aedes aegypti, notadamente durante o dia. Numa escala bem menor, pelo menos até o momento, o vírus também pode ser disseminado pelo mosquito Aedes albopictus. Outras formas já confirmadas de transmissão da doença são a transmissão vertical (intrauterina) e sexual. Cerca de 80% das pessoas infectadas não apresentam sintomas e o restante tem um quadro leve, autolimitado, que pode simular dengue e se caracteriza por cefaleia, febre baixa, prostração, mialgia, artralgia, conjuntivite e dor ocular, rash cutâneo macular ou maculopapular descendente, que pode vir associado a prurido. Linfonodomeglia pode ser observada.

10) tálamos reduzidos; 11) cerebelo e tronco cerebral reduzidos; 12) dilatação ventricular.

Zika e complicacões neurológicas A infecção pelo virus Zika tem sido ligada ao aumento recente do número de casos de microcefalia na infância e de outras desordens neurológicas. O vírus já foi isolado do líquido amniótico, placenta e do tecido fetal de um pequeno número de pacientes afetados. Algumas complicações já relatadas da infecção pelo vírus Zika são: 1) Oftalmológicas; 2) Guillian Barré; 3) Meningite, meningoencefalite, mielite e ADEM (Fig.1); 4) Microcefalia.

Fig.1: Masc., 50 anos, com infecção pelo Zika virus, apresentando artralgia e rash maculopapular. Evoluindo com parestesia em MMII. Notar hipersinal em T2 na medula cervical (A- sagital T2) que pode representar alteração pós viral (ADEM) ou mielite induzida pelo vírus.

Zika e microcefalia Uma grande preocupação com relação a infecção pelo vírus Zika é o aparente aumento na incidência de casos de microcefalia em bebês nascidos de mães infectadas pelo Zika vírus. Relatos recentes do ministério da saúde do Brasil sugerem um aumento de cerca de 20 vezes no número de casos de microcefalia entre recém-nascidos na região nordeste do país, o que indica possível associação entre infecção pelo vírus Zika na gravidez e malformações fetais. Há forte suspeita de uma relação causal entre infecção pelo Zika durante a grvidez e microcefalia, embora nada tenha sido provado cientificamente ainda.

Achados de imagem (casos 1 e 2) Nossa experiência preliminar com neuroimagem em bebês nascidos de mães infectadas pelo vírus Zika tem mostrado: 1) Crescimento intrauterino retardado e calcificações placentárias ao US; 2) microcefalia severa;

3) calcificações em núcleos profundos de substância cinzenta, na substância branca periventricular e notadamente subcortical; 4) acentuada pobreza de sulcação e giração cerebral; 5) anomalias corticais (como polimicrogiria…); 6) redução da espessura da substância branca;

Caso 1: Mãe infectada na 12a semana de gestação. Criança nasceu com microcefalia severa (PC 29) Agora com 3 meses, com atraso, hipertonia, tetraparesia, dificuldade de deglutir e convulsões. Extensas calcificações predominantemente subcorticais são demonstradas na tomografia computadorizada (A- focos hiperdensos) e na sequência GRE (B- focos de ausência de sinal). Há deficiência difusa da sulcação e giração (C: sagital, D-coronal T1 3D SPGR). Os tálamos são bastante reduzidos (E,F: axial T2), a substância branca tem sinal anormalmente alto em T2 e o córtex tem contorno irregular caracterizando PMG (E-G: axial T2)

Considerações finais

1) É possível que os casos relatados de microcefalia representem apenas as crianças mais severamente afetadas e que recém- nascidos com doença menos severa ainda não tenham sido diagnosticados;

2) Infecção pelo virus Zika não é a única causa de microcefalia. Há causas genéticas e outras causas infecciosas para que devem ser consideradas no diagnóstico diferencial.

3) A confirmação diagnóstica não é simples já que o PCR só é positivo durante a viremia e os testes sorológicos atuais podem dar reação cruzada com outras flaviviroses.

4) Como não há vacina ou tratamento específico capaz de evitar a doença, medidas de prevenção devem ser empregadas como evitar a picada do mosquito e evitar relação sexual com pessoas infectadas.

7) hipersinal exuberante na substância branca em T2; 8) cistos germinolíticos; 9) anomalias do corpo caloso;

CONTINUA


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Anomalias do SNC da criança na infecção materna pelo Zika vírus

CONCLUSÃO

Referências Bibliográficas 1

Dick GW, Soc Trop Med Hyg 1952;46:509-20.

2

Jernej Mlakar MD, et al. Zika Virus Associated With Microcephaly. The New England Journal of Medicine, Feb, 17, 2016.

3

The next steps on Zika. Feb 4th, 2016, vol 530, Nature. Macmillan Publishers Limited. All rights reserved.

4

Rapid risk assessment: Zika virus epidemic in the Americas: potential association with microcephaly and Guillain-Barré syndrome. Stockholm: European Centre for Disease Prevention and Control, December 10, 2015.

5

Eric J Rubin MD PhD, Michael F. Greene MD and Lindsey R Baden MD. Zika Virus and Microcephaly. The New England Journal of Medicine. Downloaded from nejm.org at IFRN on February 17, 2016.

6 www.cdc.gov/zika Feb 9th, 2016. 7

Zika Situation Report: Neurological Syndrome and congenital anomalies.World Health Organization. 5th February 2016.

8

WHO. WHO Director General briefs. Executive Board on Zika situation. Jan 28, 2016. (accessed Feb 3, 2016).

9

WHO. WHO statement on the first meeting of the International Health Regulations (2005) (IHR 2005) Feb 1, 2016. (accessed Feb 3, 2016).

10 Anthony S. Fauci, MD, et al.The New England Journal of Medicine, Downloaded from nejm.org at IFRN on February 17, 2016. 11 Oliveira Melo AS, et al. Zika virus intra- uterine infection causes fetal brain abnormality and microcephaly: tip of the iceberg? Ultrasound Obstet Gynecol 2016;47: 6-7. 12 Brasil, Patricia et al. Zika Virus Infection in Pregnant Women in Rio de Janeiro-Preliminary Report.The New England Journal of Medicine Downloaded from nejm.org at IFRN on March 7, 2016. 13 Zika Confirmed to Be Sexually Transmitted Rebekah Harrison, Published Online: Feb 02, 2016. 14 Petersen EE, et al.. interim guidelines for pregnant women during Zika virus outbreak-United States, 2016;65:30-33. 15 Habida Elachola,et al www.thelancet.com Vol387 Feb 13, 2016. 16 Rapid risk assessment: Zika virus epidemic in the Americas: potential association with microcephaly and Guillain-Barré syndrome. Stockholm: European Centre for Disease Prevention and Control, December 10, 2015. 17 CV, Cesar, et al. Microcephaly in Brazil: how to interpret reported numbers. Published online, Feb 5th 2016. 18 Schuler-Faccini L, et al. Possible association between Zika virus infection and microcephaly — Brazil, 2015. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2016;65:59-62. 19 European Centre for Disease Prevention and Control. Microcephaly in Brazil potentially linked to the Zika virus epidemic: ECDC assesses the risk. Solna, Sweden: European Centre for Disease Prevention and Control, November 25, 2015. 20 Chi JG, Dooling EC, Gilles FH. Gyral development of the human brain. Ann Neurol 1977;1:86-93. Caso 2: Mãe infectada pelo vírus Zika no primeiro trimestre de gestação. Bebê nasceu com microcefalia. Apresenta hipotonia e convulsões. RM mostra extensa deficiência de sulcação e giração cerebral (A,B: sagital T1 3D), corpo caloso afilado e incompleto (A-sagital T1 3D), calcificações em núcleos profundos de substância cinzenta, periventriculares à direita e subcorticais (C, D: axial SWAN). Notar tálamos reduzidos (E,F: axial T2), deficiência difusa da substância branca, alargamento ventricular e extensa polimicrogiria (E-G: axial T2).

Conclusão Apesar dos sintomas clínicos leves no adulto, infecção pelo vírus Zika durante a gravidez pode resultar em graves consequências como insuficiência placentária, crescimento fetal reduzido, injúria ao SNC e óbito fetal.

21 Goenaga S, et al.Potential for Co-Infection of a Mosquito-Specific flavivirus, Nhumirim Virus, to Block West Nile Virus Transmission in Mosquitoes. Viruses 2015; 7: 5801–5812.

Autora Lara A. Brandão Neurorradiologista Clínica Felippe Mattoso - Grupo Fleury - Rio de Janeiro Clínica IRM - Rio de Janeiro

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REGISTRO

Philips amplia seu foco de atuação na área da saúde Com um novo conceito de atuação, focado em cuidados contínuos de saúde, a Philips chega ao maior evento da especialidade – a JPR-2016 – com uma nova proposta de atuação, mais ampla, com investimentos em sua unidade fabril de Varginha e um novo diretor geral para a área, o executivo Renato Garcia Carvalho.

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ID – Interação Diagnóstica ouviu o novo diretor, em São Paulo, que se apresentou ao mercado da área da imagem, falou sobre suas propostas e as expectativas que cercam a chegada do novo diretor, bem como as linhas gerais e os caminhos da empresa para o futuro. ID – Nos aproximamos do maior evento da especialidade que é a JPR. Dentro dessa nova formatação, como fica a área do diagnóstico por Imagem? Renato Carvalho – Nosso novo foco e estratégia nos coloca em uma posição mais sólida e mais forte sobre como iremos nos concentrar no conceito HealthCare Continuum (cuidados contínuos com a saúde). A área de Diagnósticos por Imagem é uma parte essencial dentro deste conceito, em todos os nossos principais setores como prioridades que incluem a fertilidade; gravidez e paternidade; respiratório; cardiologia e oncologia. ID – Os investimentos realizados em Varginha foram para a área de soluções para saúde e inovação? Onde entra a área da imagem? Renato Carvalho – Sim, pois a área de imagem é uma parte essencial do HealthCare Continuum e, em sistemas e serviços de imagem, temos uma forte demanda em diagnósticos avançados, que vão além do tradicional. Possuímos um portfólio completo para a área de imagens e serviços – Ressonância Magnética (Ingenia), Tomo-

grafia Computadorizada (IQon), PET/CT (Vereos) e Ultrassonografia (EPIQ). Somos líderes em ultrassons cardíacos e ressonâncias magnéticas de 3 Tesla. ID – E a fábrica de Lagoa Santa, continua produzindo? Renato Carvalho – Sim, estamos produzindo em Lagoa Santa e, ao mesmo tempo, estamos preparando a integração das fábricas em Varginha. Varginha se tornará o centro de excelência para a Philips no Brasil, pois entendemos que isso é necessário para manter a competitividade da empresa no mercado local a longo prazo. ID – No final de 2015, durante o evento Connect Day da Philips, a mensagem que foi passada para o mercado foi a de que a Philips caminha para se tornar uma empresa de soluções digitais. Houve alguma mudança nesse perfil, com o novo formato? Renato Carvalho – Não tivemos mudança. Continuamos a investir na integração de tecnologia, processos e pessoas como uma matriz de desenvolvimento no setor da saúde. ID – Os objetivos digitais para a área da imagem são muito importantes, veja o PACS, e agora os aplicativos. Com a aquisição do Programa Tasy, o que a empresa está agregando para o mercado? Renato Carvalho – Nossa estratégia de negócio tem como foco investir nas áreas de bem-estar e saúde, envolvendo toda a cadeia do setor, indo do paciente aos prestadores de serviços de saúde. Dentro disso, o Tasy foi escolhido como plataforma global de

vez mais os serviços de saúde. EMR da Philips pois ele é um sistema de ID – Considerações que julgar oporgestão integrado da saúde que abarca todo tunas. o processo, desde a área assistencial até os Renato Carvalho – Os cuidados com a setores de backoffice, como faturamento, saúde precisam estar, cada vez mais, conectacontabilidade e gestão de imagem. dos. E isso já está se tornando uma realidade. ID – Como a Philips está se preparando Na Philips, por exemplo, nós desenvolvepara enfrentar esta realidade do nosso mos uma tecnologia que mercado? permite aos médicos o Renato Carvalho – compartilhamento de Nossa visão estratégica dados sobre uma biópde longo prazo é baseada no fortalecimento sia de câncer de próstata de nossos valores, o com outros profissionais que criará as melhorias de todo o mundo. Como operacionais desejadas, resultado, os cirurgiões balanceando os riscos e e pacientes podem optar contratempos nos diverpor procedimentos mesos mercados, inclusive nos invasivos e mais seguros. Acreditamos que no Brasil. toda a experiência do Especificamente no paciente será transforBrasil, entendemos que mada, com uma melhor as atuais tendências demográficas e de mercaprevenção, diagnósticos do, abrem oportunidade mais rápidos, menor para o crescimento da Renato Garcia Carvalho, novo diretor tempo de internação, e liderança HealthTech da da Philips. com melhor qualidade Philips. Para isso estamos desenvolvendo de vida. A tecnologia de saúde interligada soluções em diagnóstico, em monitoramento fará com que os mercados de cuidados de de pacientes e saúde preventiva. Elas irão saúde e de consumidores se convertam, impulsionar o crescimento e o ganho na criando um conceito contínuo (HealthCare escala de nossos atuais negócios através da Continuum) que começa no foco em vida inovação, novos modelos de negócios e insaudável e prevenção, buscando habilitar vestimentos em crescimento alvo. Ao mesmo os consumidores a assumirem o controle de tempo, estaremos servindo melhor nossos sua própria saúde. Ao mesmo tempo, isso clientes que terão um melhor desempenho permite que os países melhorem o bem-estar nas suas áreas de atuação, melhorando cada geral de sua população.


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SERVIÇOS

Educação continuada é extensão de suporte a clientes da Toshiba A educação continuada é a novidade da Toshiba Medical do Brasil para seus clientes, com a inauguração do “Education Center”, instalado na cidade de Campinas, anexo a fábrica da empresa. Ali está em curso o projeto de Educação Continuada da empresa e, com esta iniciativa, alinha a filial brasileira aos mesmos serviços já prestados em unidades de outros países.

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m entrevista ao ID – Interação Diagnóstica, o responsável pela recém-criada diretoria C3 – Customer Care Center (Centro de Suporte ao Cliente), Adriano Bordignom, explicou que o objetivo do seu departamento é o aperfeiçoamento do pós venda, focando no suporte e apoio aos clientes voltado ao uso dos equipamentos, por meio de pesquisa e de educação continuada. “Com alguns dos nossos equipamentos de portfólio – TC, RM, US – iremos oferecer aos nossos clientes treinamentos e serviços em pacotes clínicos dentro de um projeto educacional brasileiro”, explicou Bordignom.

da empresa e dos seus projetos para o mercado brasileiro com o compromisso de longo prazo”, afirma o diretor da Toshiba. O centro foi concebido para ser usado do ponto visto técnico para clientes, usuários e treinamentos médicos e biomédicos, que contarão com módulos mais aprofundados para especialistas de diferentes áreas, inclusive em tecnologias que estejam despontando. Explica ainda o executivo que a ideia “é usar a infraestrutura do Centro da forma mais ampla possível seja internamente, para as nossas próprias demandas, seja externamente, com diferentes linhas de treinamento”. E, conclui, que com o Education Center, devido a sua “ proximidade com a fábrica e ficará mais fácil expor uma tecnologia e testá-la, integrando teoria e prática com mais facilidade e qualidade de informação”. Prioritariamente o centro é direcionado para atender os clientes da Toshiba Medical do Brasil, mas seus programas de treinamento podem ser estendidos para toda a América Latina, uma vez que há demanda pela educação continuada nos países vizinhos. A programação dos treinamentos deve ser divulgada na próxima edição da JPR – Jornada Paulista de Radiologia – que acontece de 28 de abril a 1º de maio em São Paulo.

Mercado Questionado sobre o projeto da fábrica da Toshiba em Campinas, explicou que foi esquematizada, inicialmente, para produção em tomografia e ultrassom e, agora, adicionada a linha de ressonância magnética. Esse investimento baseia-se na expectativa de crescimento de vendas, de aumento do A empresa criou o Centro de Suporte ao Cliente, na fábrica em Campinas, onde market share e reconhecimento da tecnologia. Para ele, os inreceberá grupos para projetos de educação continuada e suporte. dicadores de satisfação estão se mostrando um bom indicador A ideia, segundo ele, é que Toshiba conte com um centro de para o crescimento das vendas, ”o que nos dá muita motivação para treinamento de padrão internacional em Campinas. Não basta ampliar o negócio. Consegue-se criar um ciclo virtuoso de cresciapenas vender equipamentos, nos preocupamos que o compramento, onde a reputação possa, de fato, influenciar mais vendas”. dor tire o máximo proveito deles, propiciando ensino ao cliente, “No mercado de ressonância magnética existe, lógico, algo recom ferramentas pensadas na evolução desse conhecimento e da lativamente conhecido ou mais consolidado, mas a Toshiba chegou própria especialidade. com uma nova opção. Essa é uma das maneiras da empresa mostrar “O Education Center vem somar e ser mais uma peça dentro o novo em ressonancia e pode fazer melhor que o já estabelecido. do conceito da cultura de respeito ao cliente, respeito ao usuário, Há, ainda uma demanda, uma necessidade para mais conhecimende interesse, para o melhor uso possível que a tecnologia pode to, mais educação, principalmente para aquele pessoal que de fato fazer nesse momento e, logicamente, a continuidade do trabalho opera os equipamentos no dia a dia”, finaliza Adriano Bordignom.

EVENTO

Saúde discute seus desafios na Hospitalar Tendo a frente o Grupo inglês UBM, pela primeira vez, a 23ª Edição da Hospitalar (Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Laboratórios, Farmácias, Clínicas e Consultórios) reunirá, em São Paulo, de 17 a 20 de maio, no Expo Center Norte todo segmento da saúde. Com uma área de 82 mil metros quadrados, onde já estão confirmados 1.250 expositores, com expectativa de 96 mil visitas profissionais, incluindo pesquisadores, pensadores do setor da saúde, o evento sediará também o Congresso Internacional de Serviços de Saúde (CISS) que acontecerá nos dias 18 e 19 de maio e reunirá tomadores de decisão e influenciadores da cadeia da saúde. A Hospitalar também se consolida como um importante fórum da saúde, reunindo dirigentes hospitalares, profissionais da área e pensadores de saúde. Em 2015, aconteceram 50 eventos simultâneos entre congressos, jornadas e reuniões setoriais, onde foram discutidos rumos e tendências na área de gestão de negócios para estabelecimentos de saúde. Nos dois dias de evento serão apresentados não apenas elementos macroeconômicos, mas também seus desdobramentos. No total, em 2016, serão mais de 50 palestras que ocorrerão durante os dias de evento, apoiadas por entidades do setor da saúde, como a Confederação Nacional de Saúde (CNS); Federação Nacional de Estabelecimentos de Serviços de Saúde (FENAESS); Sindicato dos Hospitais do Estado de São Paulo (SINDHOSP); Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde (IEPAS); Associação Brasileira da Indústria Médico-Odontológica (ABIMO) e Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP). INFORMAÇÕES GERAIS – www. hospitalar.com.br Credenciamento de visitantes: http://www.hospitalar.com/pt/visitar/ credenciamento

LANÇAMENTO

Nova solução da Fuji tem protocolo 260 vezes mais rápido Synapse 3D é o mais recente lançamento da Fujifilm que estará disponível para demonstração da JPR’2016. Trata-se de um sistema de diagnóstico avançado que fornece ao clínico todas as aplicações 3D que ele necessita para alcançar um diagnóstico.

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nova tecnologia, da família PACS, permite que o profissional tenha a seu alcance mais de 40 ferramentas avançadas para chegar, em menor tempo, a um laudo preciso. O sistema possibilita que as imagens armazenadas sejam acessadas por meio de dispositivos móveis e compartilhadas com profissionais de outras unidades hospitalares, agilizando o atendimento clínico do paciente. “Além disso, a solução agiliza, o atendimento das demandas hospitalares. Tudo isso por meio de um protocolo de comunicação 260 vezes mais rápido do que um protocolo padrão ”, explica o responsável pela divisão médica da Fujifilm no Brasil, Eduardo Tugas. Entre as várias funcionalidades do novo sistema, se destacam as reconstruções 3D e 4D, análises de cirurgia torácica, de vasos e de cirurgia de rins e colonoscopia virtual. A família Synapse conta, ainda, com outras quatro soluções: .

Synapse PACS – com ela, os radiologistas acessam exames de seus pacientes, tanto de dentro da instituição quanto de fora dela, possibilitando o uso da telerradiologia, que permite a participação de outros profissionais no processo de decisão.

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Synapse RIS – aprimora o fluxo de trabalho de radiologia, automatizando o percurso de diagnóstico do paciente, desde a entrada do pedido até a distribuição dos resultados.

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Synapse Mobility – possibilita reconstruções 3D/MIP/MPR e permite que médicos visualizem e discutam um exame em tempo real, de diferentes locais, usando um navegador web ou dispositivo móvel.

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Synapse VNA – foi desenvolvido para facilitar o gerenciamento do fluxo de exames radiológicos no ambiente hospitalar, facilitando o dia a dia tanto em pequenas clínicas como nas grandes unidades hospitalares.


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NOVA EMPRESA

Dabi Atlante e Gnatus se unem e surge a Alliage

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a fusão da Dabi Atlante e a Gnatus, empresas com de saúde. “Estamos confiantes de que juntos fortalecemos as forte presença na área odontológica e ramificações na bases já existentes para nos consolidarmos como uma empresa saúde, principalmente na área de ultrassonografia, global na área da saúde. Ampliamos nossa capacidade de gerar surgiu uma nova empresa, a Alliage, anunciada no final de 2015, e que marcará presença já na JPR 2016. Aprovada em novembro, pelo CADE, a Alliage – sediada em Ribeirão Preto – já nasce forte no setor de saúde, líder na América Latina na fabricação e vendas de equipamentos odontológicos, com vendas estimadas em aproximadamente R$ 300 milhões em 2016 e exportações para mais de 150 países. A nova Gilberto Novelini, vice presidente de operações e Luiz Roberto Cruz, na fábrica de equipamentos de companhia tem como presidente do ultrassom, em Ribeirão Preto. Conselho de Administração da Alliage, Sr. Pedro Biagi Neto, e produtos mais inovadores e disputar novos mercados”, afirmou a direção da nova empresa composta pelo presidente Sr. Luiz Luiz Roberto Cruz logo após a aprovação da fusão pelo CADE. O Roberto Kaysel Cruz, o vice-presidente executivo Caetano gerente comercial e produtos da área médica da Alliage, Thiago Biagi e o vice-presidente de operações Gilberto Nomelini. O Almeida, afirma que a fusão potenciará novos investimentos em nome Alliage, tem origem na palavra aliança e representa a equipamentos médicos para o setor de imagem, consolidando e fortalecendo as marcas Figlabs, Dabi Atlante, Saevo, D700 e união e o compromisso das empresas em prol da construção de uma companhia brasileira forte com atuação global na área Pross no cenário mundial.

Três novidades da Pixeon serão apresentadas na JPR’2016

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JPR se consolida como o grande palco de novidades na radiologia. Ciente disso, a Pixeon já anunciou que apresentar três novidades em soluções para instituições da área médica durante a Jornada. A primeira novidade da empresa é o PACS Aurora 4.0, que disponibiliza visualizador web, permitindo ao médico acessar facilmente os exames de seu smartphone ou tablet. Além dessa facilidade da mobilidade, o PACS mantém os dados na nuvem – cloud –, diminuindo a utilização de grandes centros de dados e gastos com TI. A Flow Performance é a segunda ferramenta que a Pixeon leva para a JPR. Trata-se de um assistente de voz que otimiza os gráficos indicadores de perfomance. Com ele, além da transcrição

do laudo, já conhecida dos médicos atualmente, será permitido ao profissional executar alguns comandos diferenciados de ações de navegação dentro do sistema. Essa facilidade torna a atividade do médico radiologista mais prática e o processo de laudo mais dinâmico. O Flow Performance tra, também, a Certificação Digital, que possibilita ao médico assinar o laudo de modo eletrônico, por meio de um código único. A outra solução da Pixeon é a plataforma de entrega de exames on line ClickVita, que ultrapassa barreiras de portal de entrega de exames e se torna um canal de relacionamento de médico, instituição e paciente. Com a ferramenta, o paciente pode saber se seu exame está confirmado, se ele precisa de alguma preparação especial para a realização ou mesmo se houve alteração de horário na agenda.

LANÇAMENTO

Ultrassom e raio X: os lançamentos da Konica na JPR Aproveitando o grande fluxo de profissionais médicos durante a JPR’2016, a Konica Minolta fará três lançamentos no mercado brasileiro: o ultrassom SONIMAGE HS1, os modelos de painel detector sem fio AeroDR LT e AeroDR Image Pilot e o equipamento digital de raios X AltusDR. O Ultrassom SONIMAGE HS1 é voltado para o point of care, com recursos de imagem de sistemas de ultrassom high-end em design portátil. O equipamento é ideal para exames do sistema musculoesquelético – áreas como ombro, punho e joelho – e para anestesia. Já os painéis detectores sem fio AeroDR LT e AeroDR ImagePilot são as novas versões da família AeroDR. A versão LT é um avançado detector digital sem fio em versão mais leve, pesa apenas 2,5 kg, e tem capacidade de suportar até 300 kg. Sua dimensão é de 14” x 17”. Outra novidade é a junção do AeroDR 14” x 17” com a plataforma ImagePilot. Esta união traz o conjunto ideal para clínicas e hospitais que necessitem aumentar sua produtividade aliado ao sistema PACS. permitindo assim o armazenamento digital por longo prazo das imagens. Por fim, o último lançamento é o equipamento de raios X Altus, operado com os painéis detectores sem fio AeroDR. Dessa forma, o equipamento que antes produzia imagens de forma totalmente analógica, passa a produzi-las digitalmente. Segundo a empresa, esses lançamentos fortalecem três pilares fundamentais da empresa em relação à imagem primária: a radiologia digital (DR), a ultrassonografia e a tecnologia da informação (TI).


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DOUTORADO

Estudo define a acurácia da RM em lesões traumáticas Com pesquisa sobre o tema “Avaliação da acurácia da ressonância magnética no diagnóstico das lesões traumáticas do plexo braquial”, o dr. Marcelo Bordalo Rodrigues concluiu mais uma etapa sua carreira, foi aprovado no concurso para obtenção do titulo de doutor, na Faculdade de Medicina da USP, área de Radiologia.

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o definir os objetivos do trabalho, destaca o autor que a “ lesão do plexo braquial é considerada a alteração neural mais grave das extremidades. A principal causa é o trauma de alta energia, especialmente em acidentes envolvendo veículos a motor. Por este motivo, as lesões traumáticas do plexo braquial são cada vez mais frequentes.” O estudo avaliou a acurácia da ressonância

magnética (RM) no diagnóstico dessas lesões traumáticas do plexo braquial no adulto, utilizando o achado intraoperatório como padrão-ouro. Também foi avaliada a acurácia da neurografia pesada em difusão (neurografia DW) em relação à RM convencional e a capacidade de diferenciação dos três tipos de lesão: avulsão, ruptura e lesão em continuidade. Foram estudados 33 pacientes com história e diagnóstico clínico de lesão traumática do plexo braquial, prospectivamente estudados por RM.

Dr. Marcelo Bordalo Rodrigues, ao centro, ladeado pelos profs. Giovanni G. Cerri e Marcelo Resende, a esquerda e Artur R. Fernandes e Carlos Buchpiguel,à direita.

Em suas conclusões, o dr. Marcelo Bordalo acentua que “os resultados de sensibilidade, acurácia e valor preditivo positivo foram acima de 95% para as RM com e sem neurografia DW no estudo de todo o plexo. A acurácia da RM (93,9%) foi significativamente maior que a do exame”. A banca examinadora teve como orientador o prof. Giovanni Guido Cerri, na foto com o novo doutor, Marcelo Bordado e os profs. Marcelo Rosa de Rezende, Artur Rocha Fernandes e Carlos Alberto Buchpiguel.

FIDI inova na dinâmica dos cursos de US Com uma proposta inovadora, que cria a figura do “fellow por um dia”, que implica na transferência de conhecimento para o aluno que acompanha o professor nas técnicas de realização de exames e etapas de construção dos laudos, a Fundação IDI (FIDI) está conseguindo dar uma nova dinâmica nos seus cursos de ultrassonografia. Nesse modelo, o aluno tem a oportunidade de acompanhar o professor especialista demonstrando uma determinada técnica, além de participar das etapas de construção dos laudos. Trata-se de um conceito inovador que estimula a transferência de conhecimento. “É uma das melhores maneiras de aprendizado, pois tudo acontece no ambiente do centro de diagnósticos da FIDI, sem simulação e com atendimento de pacientes que estão na fila do SUS. Sempre acompanhado por um especialista o aluno vive o ambiente real que irá encontrar em sua rotina diária de trabalho”, comenta o Dr. Harley De Nicola, gerente médico da FIDI e coordenador dos cursos. Eventualmente e a critério do professor, o aluno também poderá realizar alguns exames. Outra prática abordada é a redação do laudo patológico, muito importante em todo o processo, pois auxiliará o médico que receberá o laudo na unidade de saúde a interpretar o exame. “Vale ressaltar que nas aulas aplicamos os conceitos de atendimento humanizado e diferenciado que são referências da FIDI nas unidades de saúde em que atua. Dessa maneira o aluno tem condições de disseminar posteriormente esses conceitos, promovendo atendimentos de excelência com a chancela da FIDI”, ressalta Dr. Harley. (informe-se: www fidi.org.br)


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REGISTRO

SRAD inicia uma nova etapa na sua história Com a posse do prof. Hilton Augusto Kock na presidência da Sociedade de Radiologia do Rio de Janeiro, a entidade já está se mobilizando e retomando o caminho normal de suas atividades científicas.

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Pereira – Módulo de Tórax, cujas datas já estão definidas.

Encontro abre a temporada Formação do Radiologista e Panorama do Mercado de Trabalho da Radiologia no Rio de Janeiro foi tema da mesa redonda realizada nesta data de reinício das atividades, em 2016. Contou com a presença do dr. Alair Sarmet, representando o presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia, do dr. Antonio Eiras, dr. Felipe Morais,d. Paulo Bahia e dr. Romeu Cortes Domingues. Analisando o cenário atual para a especialidade, o dr. Romeu Cortes Domingues,

O dr. Antonio Eiras apontou as constantes mudanças que acontecem dentro da especialidade e a atenção necessária para não ficar desatualizado. “Dentro de cada subespecialidade existem especificações que precisam ser de conhecimento amplo. Continuar estudando é fundamental para acompanhar todas as inovações que surgem. Se trabalhar com amor e dedicação o retorno vem”. Paulo Bahia falou sobre sua experiência com residentes e como utiliza as estruturas das instituições em que trabalha para poder contribuir para uma melhor formação desses novos profissionais. “Nos-

logia na era do PACs, que possibilitou o avanço da Telerradiologia, um dos grandes benefícios decorrenes do avanço da tecnologia. “A telerradiologia não substitui o contato com o paciente, mas otimiza alguns processos, liberando o radiologista para desempenhar um papel ainda mais importante como médico”. Durante o evento, foi relembrada a trajetória da SRAD e destacados os esforços que a nova diretoria tem feito para reposicionar a entidade no cenário nacional. “O CBR reconhece e apoia as ações que estão sendo desenvolvidas pela nova diretoria”, afirmou o dr. Alair Sarmet,

marco dessa nova etapa foi no dia 11 de março, na Santa Casa de Misericórdia RJ, com a participação das principais lideranças da especialidade, ocasião em que a nova diretoria confirmou o calendário científico das atividades que irá oferecer este ano. A história da SRAD é marcada por uma forte atuação científica, sempre com o objetivo de atualizar os radiologistas da cidade e do interior e debater sobre temas de grande relevância para a especialidade. Por lá passaram nomes de grande importância para a especialidade e, neste momento, que a entidade retoma seus trabalhos, vale lembrar Prof. Hilton Koch e dr. Romeu Cortes, com participantes da reunião que marcou o reinicio das atividades da Sociedade de Radiologia do Rio de Janeiro, com discussão de temas de interesse e apresentação do calendário de atividades. Abercio Arantes Pereifez uma avaliação da trajetória das clínicas sos médicos estão tendo que se adaptar a primeiro secretário do CBR. ra, Paulo Villar do Vale, Armando Amoedo, da DASA, enfatizando o papel e a presença esse cenário de crise e, consequentemente, Finalizando, o prof. Hilton Kock enfaMax do Amaral, o próprio Hilton Koch e, do radiologista como fundamentais para o tizou a importância dos sócios retomarem nossos residentes também. “Uma sugestão em especial, o prof. Nicola Casal Caminha, bom resultado dos exames realizados. “Com o contato com a entidade, mobilizarem os para os colegas mais jovens é a retomada entre muitos outros. crise ou sem crise, sempre terá espaço para colegas para que se associem. Mais informado ultrassom, que tem se apresentado como Na oportunidade foi confirmada a reo radiologista que se especializou, mas ções e inscrições para os eventos científicos uma porta de entrada para o mercado de alização dos tradicionais eventos da instique sabe também um pouco de clínica, de pelo site www.srad-rj.org.br ou pela página trabalho”, sugeriu Bahia. tuição, como as Reuniões Nicola Caminha, cirurgia, de genética”, observou dr. Romeu. www.facebook.com/sradrj. Felipe Morais, que já aprendeu RadioComo eu laudo, curso Abércio Arantes


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EVENTOS

Zika Vírus no temário de jornada em Recife

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m junho, entre os dias 8 e 11, a Sociedade de Radiologia Pernambucana promoverá, na cidade do Recife, dois eventos já tradicionais: XIX Jornada Pernambucana de Radiologia, presidida pela dra. Fatima Vasco Aragão, e o XXVI Curso de Diagnóstico por Imagem da Mama, organizado pela dra. Norma Maranhão. Entre os temas programados, imagem da mama, gineco-obstetrícia, músculo esquelético, neurorradiologia, imagem de tórax e abdomiDr. Scott Atlas nal e ultrassonografia, a Síndrome Congênita Zika Vírus será um dos destaques, em razão do aumento de ocorrências de casos no Brasil e no mundo e das suspeitas de provocar microcefalia em recém-nascidos. Outro destaque será a presença, já confirmada, do dr.

Scott W. Atlas, professor do Departamento de Radiologia Diagnóstica da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. O Curso de Assistência à Vida em Radiologia (AVR), coordenado pela dra. Adonis Manzela e hands-on de Doppler e Músculo esquelético, além de um curso específico para Técnicos e Tecnólogos, completam a programação. Repetindo o sucesso do ano passado, será realizada a segunda edição da Corrida do Dia dos Namorados (Santo Antônio) da Sociedade de Radiologia de Pernambuco e, ainda, a abertura dos eventos, no dia 8, será outro momento de confraternização com show de banda de forró. As informações sobre a programação e inscrições podem ser obtidas pelo email contato@srpe.org.br ou pelo telefone (81) 3423 5363. O site da entidade é www.srpe.org.br.

Expediente Interação Diagnóstica é uma pu­bli­ca­ção de circulação nacional des­ti­na­da a médicos e demais profissio­nais que atu­am na área do diag­nóstico por imagem, espe­cia­listas corre­lacionados, nas áreas de or­to­pe­dia, uro­logia, mastologia, gineco-obstetrícia. Conselho Editorial Sidney de Souza Almeida (In Memorian), Hilton Augusto Koch, Dolores Bustelo, Carlos A. Buchpiguel, Selma de Pace Bauab, Carlos Eduardo Rochite, Omar Gemha Taha, Lara Alexandre Brandão, Nelson Fortes Ferreira, Nelson M. G. Caserta, Maria Cristina Chammas, Alice Brandão , Wilson Mathias Jr. Consultores informais para assuntos médicos. Sem responsabilidade editorial, trabalhista ou comercial.

Jornalista responsável Luiz Carlos de Almeida - Mtb 9313

Redação Alice Klein (RS), Daniela Nahas (MG), Denise Conselheiro (SP), Lilian Mallagoli (SP), Milene Couras (RJ), Rafael Bettega (SP) Silvana Cortez (SP), Sylvia Verônica Santos (SP) e Valeria Souza (SP) Arte: Marca D’Água

Tumores intracranianos: curso no Rio

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Dias 18 e 19 de junho, será realizado no Rio de Janeiro, no Auditório do Hospital Samaritano, Curso de Tumores Intracranianos, ministrado pela dra. Lara Brandão. (foto) A programação se inicia no sábado, com os temas Tumores da Fossa posterior na infância, Tumores supra-tentoriais na infância, Lesões da região pineal, Lesões da região selar, Tumores estraxiais, e finaliza com apresentação de casos. No domingo, a programação será focada no adulto, abordando os temas de Tumores da fossa posterior do adulto, Linfoma, Glioma, Metástases. Ao final, haverá discussão de casos. O curso tem duração de 14 horas e acontece no Hospital Samaritano - rua Assumpção, 286 – Botafogo, RJ. Inscrições, com Simone, pelo telefone (21) 96713 8780 ou pelo e-mail neuroimagem@hotmail.com Com intensa atuação no Rio de Janeiro, onde ministra cursos na área de neuroimagem, Dra. Lara Brandão a dra. Lara Brandão, trabalha na Clínica Felippe Mattoso, do Grupo Fleury, e na Clínica IRM. É autora de livros e colabora como editora de publicações da Neuroimaging Clinicas of North America. A convite do Hospital Civil de Guadalajara, México, ela proferiu palestras sobre Tumores do Sistema Nervoso Central em Adultos e crianças. Foi convidada, também, para o Congresso da Sociedade Americana de Neurorradiologia, em maio, para falar sobre Achados de Imagem do Sistema Nervoso Central relacionados a infecção pelo Zika Virus. (Uma nota prévia sobre esse trabalho está nesta edição do ID – Caderno Application). Email neuroimagem@hotmail.com ou whatsapp 21 967138780.

Neurorradiologia: jornada em BH

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Imagens da capa: Getty Images Administração/Comercial: Sabrina Silveira Impressão: Duograf Periodicidade: Bimestral Tiragem: 12 mil exemplares Edição: ID Editorial Ltda. Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 2050 - cj.108A São Paulo - 01318-002 - tel.: (11) 3285-1444 Registrado no INPI - Instituto Nacional da Pro­prie­dade Industrial. O Jornal ID - Interação Diagnóstica - não se responsabiliza pelo conteúdo das men­sagens publicitárias e os ar­tigos assinados são de inteira respon­sa­bi­lidade de seus respectivos autores.

E-mail: id@interacaodiagnostica.com.br

Cursos de Neuroimagem

Sociedade Mineira de Radiologia e Diagnóstico por Imagem realizará a II Jornada Mineira de Neurorradiologia, em Belo Horizonte, dias 10 e 11 de junho, com inovações na sua programação, que incluem um Neurogame e Workshop interativo. O neurorradiologista dr. Leonardo Lopes de Macedo, coordenador científico do evento, explica que a ideia é aprender, tirar dúvidas e interagir, mas sempre de uma forma divertida. No Neurogame serão apresentados casos diferenciados com cinco possibilidades diagnósticas e cada participante

Fotos: André Santos, Cleber de Paula, Henrique Huber e Lucas Uebel

terá a chance de interagir, por meio de controles eletrônicos, em tempo real, nas apresentações. Ao final, serão contabilizados o número de acertos de cada participante e oferecidos prêmios. Já no Workshop Interativo, que visa uma abordagem mais prática, com ênfase nas dificuldades diárias enfrentadas pelos radiologistas, os participantes terão a oportunidade de interagir com os palestrantes. Os temas abordados serão sempre atuais e cotidianos. Para mais informações sobre o programa científico e inscrições, acesse: http://www.srmg.org.br .

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Oportunidades Medison V10 4D - 2012 - 4 Transdutores R$ 82.000,00 Medison X8 4d - 2011 - 4 Transdutores R$ 59.000,00 Toshiba Nemio XG - 2008 - 3 Transdutores R$ 35.000,00 Mais informações: tel: (019) 98363-5105 com Wilson


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