Jornal Interação Diagnóstica #92 Junho/Julho16

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JUNHO / JULHO DE 2016 - ANO 15 - Nº 92

Ensino, Ética e Eficiência: eventos mostram os desafios para a saúde

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bem estar dos pacientes e mais eficiência e produtividade na gestão dos serviços médicos são demandas que desafiam a atuação dos profissionais e das instituições de saúde no Brasil. Como equacionar tantos compromissos com programas de ensino para os jovens médicos, respeitar os limites da ética, reduzir custos sem perder a qualidade ? Para atender tais necessidades, as instituições e indústria têm buscado soluções e equipamentos que prometem reduzir

custos, agilizar os procedimentos, levar mais segurança e conforto aos pacientes e facilitar o trabalho dos especialistas. Por sua vez, os médicos são estimulados a desenvolver cada vez mais a atualização constante, enfatizar posturas éticas na pesquisa e na disseminação do conhecimento. Quatro grandes eventos, nas áreas da imagem, hospitalar e cardiologia, com programas distintos, tiveram o seu foco voltado para essa direção: ensino e inovação. Se somados, mobilizaram mais de 50 mil pessoas, com poder de decisão e formadores

Philips lança soluções e amplia atuação em diagnósticos e equipamentos médicos

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ntegrar os cuidados de saúde, com inovações tecnológicas que ofereçam soluções para prevenção, diagnóstico e tratamento, é a proposta da Philips para o Brasil. O CEO da empresa na América Latina, Henk de Jong, detalhou o conceito de Health Continuum, a visão de saúde integrada que propõe reduzir custos, aumentar a produtividade e facilitar a vida de profissionais e pacientes. Página 9

Divisão de Healthcare da Siemens ganha autonomia e foca na relação com clientes

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partir de mudanças na estrutura da matriz, a Siemens Healthcare Diagnósticos S.A. pretende consolidar a atuação no país ao oferecer serviços para diagnóstico precoce de doenças, além do uso de tecnologias de imagem e in vitro para guiar as terapias. Armando Lopes, diretor geral da empresa para o Brasil, falou ao jornal ID Interação Diagnóstica sobre as estratégias em soluções e equipamentos médicos. Página 10

de opinião. Os encontros entre profissionais, representantes da indústria e das instituições médicas em eventos como a Jornada Paulista de Radiologia, a JPR – que este ano foi realizada em parceria com a Radiological Society of North América (RSNA) –, a Feira Hospitalar e o Congresso da SOCESP se mostram como valiosas para troca de ideias e experiências a fim de entregar à sociedade as soluções de saúde que ela precisa. O ID Interação Diagnóstica marcou presença em todos eles e traz os principais assuntos discutidos. Renomados especialis-

tas abordaram temas a exemplo da ética nas publicações científicas, além dos modelos mais adequados de trabalho na área da imagem e a necessidade de proteção radiológica dos pacientes – pauta das mais relevantes durante o evento, com o lançamento do LatinSafe, uma aliança entre países do continente visando o controle dos índices de radição. A JPR também foi marcada por importantes lançamentos de soluções e equipamentos médicos, o que você também confere nas próximas páginas. Veja a partir da pag. 3.

CBR’16

Inovações no conteúdo e um espaço para residentes e acadêmicos

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uritiba sediará, de 13 a 15 de outubro, o XLV Congresso Brasileiro de Radiologia – CBR 16, com diversas inovações em seu conteúdo e enfoque no ensino, que ganhará um espaço dedicado a uma Maratona com Residentes e um Curso para Acadêmicos de Medicina na área da Imagem. O evento é organizado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem ( CBR ), que realizará, na mesma ocasião, o EBRAUS – Encontro Brasileiro de Ultrassonografia. A Maratona Radiológica para Residentes será realizada pela primeira vez durante o Congresso, A dra. Anne Osborn, que lançou mais uma edição do seu livro em São Paulo, é uma das convidadas do Colégio Brasileiro de Radiogia para Congresso em Curitiba uma oportunidade de aprendizado que também oferecerá prêmios à equipe vencedora. No entre eles o da Dra. Anne Osborn, uma das principais CBR 16 serão abordados temas como Assistência a Vida, neurorradiologistas do mundo. O prazo de inscrição PADI e Gestão. Grandes nomes, com ênfase para a área com desconto é 23 de setembro. Mais informações no da Radiologia Abdominal, já têm presença confirmada, www.congressocbr.com.br. Confira na pag. 9.


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EDITORIAL

Por Luiz Carlos de Almeida (SP)

Um ensino mais interessante da Radiologia para o aprendizado das novas gerações

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imagem e quais as principais responsabilidades do profissional, que na omo fazer o ensino da radiologia interessante para os jovens radiologia passa pela questão dos impactos das doses de radiação. estudantes de Medicina? Quais as ferramentas educacionais O dr. Richard Baron, presidente da RSNA, falou sobre os desafios da mais adequadas e como as novas tecnologias podem contriformação de jovens profissionais durante a JPR 2016. Ele defendeu que o buir na aprendizagem? Este tema é constante nos encontros bem-estar do paciente deve ser prioridade em de profissionais da qualquer metodologia ou estratégia de ensino. área em todo o mundo, a exemplo O papel da imagem no ensino médico tem a do RSNA 2015 e da última Jornada relevância cada vez mais reconhecida Paulista de Radiologia – JPR 2016. e muitos profissionais já sustentam O aprendizado da radiologia pode que esse recurso seja introduzido ser mais interessante, estimulante logo no início do curso, ao menos e também simples para as futuras nas primeiras aulas de anatomia. Isto gerações de profissionais. É o que porque todos os profissionais, em defenderam diversos especialistas em quaisquer especialidades, vão usar a painéis e debates nos últimos eventos imagem, direta ou indiretamente, em da área. A preocupação dos responsuas carreiras. sáveis pela formação dos estudantes No ano passado, a RSNA 2015 deé semelhante em diversos centros dicou um painel ao tema. Durante os de educação em todo o mundo e um debates entre especialistas, o profesaspecto está entre os mais relevantes: a necessisor de radiologia da Universidade de dade de focar a formação profissional na atenção Milão, na Itália, Francesco Sardanelli, ao paciente. O “Homen Virtual”: interatividade desperta o interesse do jovem ressaltou que reduzir a complexidade Manter a atenção e o interesse dos alunos e buscar a simplificação é a chave para a introdução da tecnologia da imadurante todo o curso é um desafio que pode contar com o suporte de gem no ensino médico. Ele sugeriu que os professores procurem traduzir ferramentas de interatividade e e-learning. Casos reais e as informações os números e os conceitos mais complexos em algo de fácil entendimento, oferecidas pelos diversos equipamentos de imagem radiológica são maapontando que os estudos de caso e práticas são mais eficientes do que longos teriais valiosos para despertar o fascínio dos jovens durante a formação. textos para o aprendizado. Com tais instrumentos, é possível ensinar como fazer o melhor uso da

EDUCAÇÃO

O desafio dos futuros radiologistas Como fazer o ensino da radiologia interessante para os jovens estudantes de Medicina? Quais as ferramentas educacionais mais adequadas e como as novas tecnologias podem contribuir na aprendizagem? Este tema é constante nos encontros de profissionais da área em todo o mundo, a exemplo do RSNA 2015 e da última Jornada Paulista de Radiologia – JPR 2016.

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COMUNICADO

aprendizado da radiologia pode ser mais interessante, estimulante e também simples para as futuras gerações de profissionais. É o que defenderam diversos especialistas em painéis e debates nos últimos eventos da área. A preocupação dos responsáveis pela formação dos estudantes é semelhante em diversos centros de educação em todo o mundo e um aspecto está entre os mais relevantes: a necessidade de focar a formação profissional na atenção ao paciente. Manter a atenção e o interesse dos alunos durante todo o curso é um desafio que pode contar com o suporte de ferra-

mentas de interatividade e e-learning. Casos reais e as informações oferecidas pelos diversos equipamentos de imagem radiológica são materiais valiosos para despertar o fascínio dos jovens durante a formação. Com tais instrumentos, é possível ensinar como fazer o melhor uso da imagem e quais as principais responsabilidades do profissional, que na radiologia passa pela questão dos impactos das doses de radiação. O dr. Richard Baron, presidente da RSNA, falou sobre os desafios da formação de jovens profissionais durante a JPR 2016. Ele defendeu que o bem-estar do paciente deve ser prioridade em qualquer metodologia ou estratégia de ensino.

O papel da imagem no professor de radiologia ensino médico tem a releda Universidade de Mivância cada vez mais recolão, na Itália, Francesco nhecida e muitos profissioSardanelli, ressaltou que nais já sustentam que esse reduzir a complexidade e recurso seja introduzido buscar a simplificação é a logo no início do curso, ao chave para a introdução menos nas primeiras aulas da tecnologia da imagem de anatomia. Isto porque no ensino médico. Ele todos os profissionais, em sugeriu que os professores procurem traduzir os quaisquer especialidades, números e os conceitos vão usar a imagem, direta mais complexos em algo ou indiretamente, em suas Dr. Richard Baron, presidente de fácil entendimento, carreiras. da RSNA apontando que os estudos No ano passado, a de caso e práticas são mais eficientes do RSNA 2015 dedicou um painel ao tema. que longos textos para o aprendizado. Durante os debates entre especialistas, o

Atualização do seu endereço Buscando maior eficiência na circulação do ID – Interação Diagnóstica, que hoje é distribuído por 12 mil nomes em todo o País, e considerando as grandes barreiras que este processo está enfrentando, por fatores como: inadequação dos endereços, problemas com o código postal, a própria dificuldade dos Correios, o mesmo acontecendo com a agência que foi contratada para envio do jornal, pedimos que nos respondam as questões abaixo. 1) Está recebendo jornal regularmente? 2) Seu endereço está correto ?

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O BIMESTRE

Por Luiz Carlos de Almeida (SP)

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ão Paulo I – Tecnologia a serviço da vida na JPR´2016 – Com a participação de 7 mil inscritos, do Brasil e da América Latina, distribuídos em 27 módulos temáticos, e a parceria, pela segunda vez, da RSNA (Radiological Society of North America), a JPR mostrou a sua força com temas grande interesse e muita atualidade, com homenagens a personalidades do meio médico internacional. Vários acontecimentos, como o lançamento do Programa Latin Safe, iniciativa que pretende englobar todos os países da América Latina, direcionada para atuar como “instrumento de conscientização de sobre os riscos e a busca por redução de doses de radiação”. Essa bem sucedida iniciativa, idealizada nos Estados Unidos, hoje já está consolidada na Europa, e, com a formalização em São Paulo, integrará os países da América Latina. Ao final da cerimônia de abertura, presidida pelo dr. Antonio Soares de Souza, foi proferida a Aula Inaugural pelo dr. Adam Flanders, do Departamento de Radiologia do Hospital Universitário Thomas Jefferson, nos EUA. Flanders falou sobre o tema ‘Futuro é Quase Aqui – Conquistando o Fluxo de Trabalho Centrado no Paciente por meio da Informática em Imagens’ e enfatizou a necessidade de colocar o paciente no centro do processo de trabalho.

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ão Paulo II – Homenagens a especialistas – O evento é marcado por homenagens a convidados, como o presidente da RSNA, Richard Baron. Um registro especial foi a homenagem prestada ao dr. Pedro Augusto N. Daltro, do Rio de Janeiro, ex-presidente da Sociedade de Radiologia do Rio de Janeiro e da Sociedade Latinoamericana de Radiologia Pediátrica, e ao dr. Maurício Castillo, presidente-eleito da Sociedade Americana Roentgen Ray (ARRS) e editor-chefe do American Journal of Neuroradiology. Um reconhecimento à contribuição desses dois especialistas ao desenvolvimento da especialidade, pela sua participação nos eventos promovidos pela entidade.

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ão Paulo III – Hospitalar celebra avanços da tecnologia da informação na saúde – O crescimento do eHealth, o avanço da tecnologia digital no segmento da saúde e os reflexos do momento econômico no Pais foram os principais pontos abordados na Feira Hospitalar, evento que se consolida como um dos mais importantes em todo mundo, para discussão dos problemas da área. Cercada de expectativas, mas, mostrando a sua força, a Hospitalar, que agora tem a frente a multinacional UBM, com sede na Inglaterra, mobilizou 1250 expositores, empresas de 59 países e um evento paralelo de gestão em saúde, com a participação de convidados da Espanha, Argentina, Estados Unidos, França, entre outros, trazendo experiências para uma troca de informações. Na abertura, dra. Waleska Santos, presidente do evento, ao lado do vice presidente da UBM no Brasil, Jean-François Quentin, recepcionou o governador Geraldo Alckmin, que destacou a força desse mercado, com 6.500 hospitais e milhares de estabelecimentos na área. Waleska Santos analisou a chegada da UBM Brasil, segunda maior organizadora de eventos do mundo, ao assumir a realização da Hospitalar. “Ampliamos assim a nossa forte presença no exterior e qualificamos os serviços prestados, além de estreitar as relações com instituições parceiras”, disse.

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ão Paulo IV – Acordo de cooperação sela parceria entre FIESP/ ABIMO e Complexo HCFMUSP – Momento marcante da Hospitalar 2016 foi a celebração de acordo de cooperação em projetos de pesquisa e inovação da ABIMO, por meio da Federaçâo das Industrias do Estado de São Paulo, com o projeto Inova HC. Representando as instituições, o dr. Giovanni Guido Cerri, um dos idealizadores do Projeto de Inovação, o engenheiro Antonio José Pereira, superintendente do HC, o professor Flavio Fava de Moraes, pela Fundação Faculdade de Medicina, Ruy Baumer, pela FIESP, e Franco Pallamola, pela ABIMO, marcaram o acontecimento que vai abrir uma nova porta para investimentos focados em pesquisa e inovação em saúde.


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Sylvia Veronica (SP)

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AMBIENTE EDITORIAL

Ética nas publicações: seguir as regras é obrigação de médicos e editores O acesso fácil aos meios e às informações digitais trazem à tona uma realidade que sempre preocupou os meios acadêmicos e pesquisadores: a ética na produção cientifica. Episódios recentes, como a aprovação da pílula do câncer, mostraram que o rigor científico não pode ser negligenciado. Para tratar desse tema, foram convidados dois ícones da especialidade, a dra. Valerie Jackson e Maurício Castillo, ambos ligados ao RSNA e a publicações médicas.

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ublicar artigos científicos é uma das maneiras de compartilhar conhecimento e descobertas, resolver problemas da medicina e contribuir com o desenvolvimento da pesquisa”. A opinião é da dra. Valerie Jackson, chefe do Departamento de Radiologia e Ciências da Imagem da Indiana University School of Medicine, de Indianápolis (EUA). “Além de ser um meio para a evolução na carreira, a produção de artigos científicos deve obedecer uma série de requisitos éticos”, enfatizou.. Valerie Jackson explicou as regras para essa prática nos Estados Unidos e lembrou do caso emblemático que mudou os rumos da produção científica no país, que passou a dar tratamento mais rigoroso a todo o processo de produção e de publicação artigos científicos. “Para se tornar professor titular nos Estados Unidos, é preciso publicar artigos científicos. Mas, acima de tudo, exige-se que o médico foque no profissionalismo e na ética, porque quebrar as regras é desonesto e tem repercussões criminais, já que pode causar vítimas, prejudicar colegas e mudar de forma equivocada o padrão de atendimento dos pacientes”, falou. No caso relatado por Valerie Jackson durante a palestra, um conhecido cardiologista de San Diego, que tinha intensa produção de artigos científicos nos anos 1980, foi surpre-

endido cometendo fraudes. “Ele era considerado ‘garoto de ouro’, tinha excelente cargo e era ativo em pesquisas de ponta na época. Mas algumas pessoas começaram a notar publicações duplicadas na Revista Science em que não havia dados sólidos. Descobriu-se que ele violou muitas regras de autoria; entre 147 publicações, 13 eram falsas e 55, questionáveis. Esse caso fez com que todo o processo de publicações científicas fosse revisto nos Estados Unidos”, lembrou. A partir do episódio, os comitês de editores de revistas científicas e médicas reforçaram o rigor na condução das pesquisas e na publicação dos trabalhos. “Presta-se muita atenção a possíveis conflitos de interesses e é preciso garantir que os revisores não conhecem os autores. As principais revistas de radiologia dos Estados Unidos cobram requisitos de autoria, a exemplo da contribuição significativa do autor na interpretação e análise dos dados do projeto. É preciso também que se envolva na redação e revisão do manuscrito, seja responsável por todos os aspectos do trabalho” salientou Valerie Jackson. A especialista revelou que a fiscalização das publicações científicas inclui a confirmação de que todos os registros de autoria sejam de fato dos profissionais que participaram do trabalho. Não é apropriado quando o pro-

Revista online, evitar cair em armadilhas

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Dr. Mauricio Castillo, como editor de publicações lembra “o cuidado com as armadilhas das inserções online”.

s más condutas na publicação de artigos científicos também atingem veículos online em todo o mundo e, nesse caso, os autores é que devem estar atentos para não cair nas armadilhas das publicações que desrespeitam princípios éticos. O assunto foi tema de uma das palestras do dr. Maurício Castillo durante a Jornada Paulista de Radiologia. O especialista é autor ou coautor de mais de 600 artigos e editor do American Journal of Neuroradiology (AJNR). Pela experiência no ambiente editorial, Castillo deu importantes contribuições durante a sua fala na JPR aos profissionais que têm interesse na produção de artigos para revistas e jornais. De acordo com o especialista, jornais predatórios, ou seja, aqueles que não seguem condutas éticas, tornaram-se mais populares nos Estados Unidos a partir de 2013. Foram identificadas 126 publicações com esse perfil naquele ano. Em 2015 eram 507 e agora em 2016, 882. “Antes de enviar um artigo para um jornal online, o profissional deve pesquisar a procedência da publicação e obter informações sobre o endereço digital e físico da empresa. Outro cuidado é ter a certeza de que os editores são experts neste tipo de conteúdo, se têm políticas claras de publicação. O mesmo cuidado também com os convites para se tornar membro de conselho editorial das publicações. Esse mercado é significativo e somente em 2014 foram publicados 22 mil artigos, o que movimentou US$6,4 milhões”, apontou Castillo.

Dra. Valerie Jackson, da Universidade de Indiana, “enfatiza o papel da produção de artigos na carreira do médico”.

fissional somente contribuiu com a pesquisa e não é de fato autor. “A publicação deve ser levada a sério, não se trata de gratidão, portanto, inserir o nome de alguém na autoria para dar mais importância e sentido ao artigo não é uma boa conduta. A maioria das revistas científicas é editada de forma cega nos estados Unidos, justamente para preservar a credibilidade”, contou.

Rigidez nas regras para revisão Valerie Jackson aprofundou o tema e citou a autoria cursiva – quando um profissional sênior pressiona para que o seu nome esteja no artigo e depois tira o nome do autor original – e o ghostwriter, ou seja, o nome do verdadeiro autor não é citado, como práticas não permitidas. “O primeiro autor a constar na lista é aquele que mais contribuiu com o trabalho, independentemente do nível de experiência”, defendeu a especialista. No momento da revisão dos manuscritos, uma série de requisitos e cuidados é exigida. As regras norte-americanas buscam evitar conflitos de interesse, garantindo que um revisor não fique responsável pelo trabalho de uma profissional da mesma entidade da qual pertença ou que seja um conhecido. “Se o revisor perceber que conhece o autor do texto, deve informar que não poderá fazer o serviço. A confidencialidade é outra obrigação do revisor, que não pode comentar o conteúdo do material até que seja publicado. Infelizmente não é incomum o revisor dar uma nota ruim para depois roubar a ideia do autor. Isso acontece com manuscritos e com financiamentos. A seleção e o treinamento dos revisores é portanto fundamental. A honestidade de autores e revisores é algo crítico para o avanço da medicina”, finalizou Valerie Jackson.


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LIDERANÇA

Por Silvana Cortez (SP)

Como construir uma equipe de sucesso “Criar uma equipe eficaz e de sucesso, não é sorte e não acontece por acaso. É um pouco de arte, mas fundamentalmente é uma ciência”. Assim definiu o dr. George S. Bisset, em sua palestra “Como criar e motivar um time”, realizada durante a JPR’2016, onde ele também falou um pouco da sua experiência como chefe do Departamento de Radiologia do Hospital Texas Children, nos Estados Unidos.

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ara elucidar sua visão sobre o que é, de fato, um time de verdade, Bisset relembrou a seleção brasileira de futebol de 1970 e seu líder, o técnico Zagalo. “Pense nessa seleção brasileira de 1970, todos os jogadores juntos eram responsáveis e tinham o mesmo objetivo que era vencer. Foi assim que eles conseguiram ter tanto sucesso”, disse o radiologista americano, e continuou: “quando Zagalo selecionou e reuniu os jogadores, era basicamente apenas um grupo de indivíduos com muita capacidade e só. Mas Zagalo, como um líder, os motivou e aí eles passaram a ser uma equipe de verdade e começaram a trabalhar juntos”. Segundo Bisset, Zagalo soube dar um impacto de desempenho – ‘precisamos ganhar, precisamos vencer’ – e foi esse objetivo comum, com responsabilidades conjuntas que tornou a equipe campeã. “O trabalho em equipe é o compromisso individual para o resultado do grupo e é assim que também funciona na Radiologia, que é essencialmente um trabalho de equipe”, afirmou o professor. Ele explicou que, para formar uma equipe, é preciso trazer as pessoas certas e retirar as pessoas improdutivas e nocivas, para o que ele chamou de ‘ônibus’. “Como líder, o seu trabalho, é dar instruções para o ‘ônibus’”, ressaltou. Bisset enumerou o que ele tem aplicado em seu trabalho a frente da equipe de Radiologia do Hospital Texas Children. Para ele, a primeira etapa é colocar as pessoas certas no ‘ônibus’, contratando profissionais comprometidos, com habilidades e potencial. Também é importante ter pessoas carismáticas e conectoras, que

possam ajudar a construir a equipe.

Motivação A segunda fase é criar um ambiente que sustente a motivação e investir na socialização. Bisset discorreu que “as pessoas contratadas têm que acreditar naquilo que você acredita. Se elas trabalham, só porque podem fazer o serviço, elas simplesmente vão trabalhar pelo dinheiro, mas, se você contrata pessoas que acreditam no que você acredita e têm os mesmos objetivos e paixões, elas vão exercer suas atividades com muito mais entusiasmo e se envolver em todo o processo produtivo”. Outro ponto importante, explanado pelo professor americano, é o respeito necessário com todos os membros da equipe, assim como, em seu modo de pensar, “a ferramenta mais valiosa é aprender a ouvir. Líderes eficazes escutam mais do que falam. Muitas vezes, quando exercemos cargos de liderança, achamos que a nossa opinião é a mais importante, mas pedir a opinião

dada uma responsabilidos outros, não dizer tudo, dade alguém fazer uma não falar tudo, faz com as tarefa, realmente dê a respessoas se sintam inseridas ponsabilidade, esclareça e importantes no processo”. a responsabilidade e não Por fim, Bisset falou da fique toda hora superviimportância de construir sionando. Não censure as relacionamentos interpessoais com os membros da ideias, os seus pontos de equipe e um pouco da sua vista têm que serem levados em consideração. As experiência, enquanto líder. pessoas também querem “As pessoas não me correr riscos e não devem viam, porque eu sempre ser punidas por isso, por estava em reuniões. Então, ser pró-ativas”. o que faço agora. Uma vez Dr. George Bisset dos EUA. Bisset finalizou, repor semana, em uma tarde, sumindo que colocar as pessoas certas no visito o departamento, falo com o pessoal da seu ‘ônibus’ é fundamental, mantendo-as técnica, com os enfermeiros, com todos, para motivadas e apaixonadas pelo que fazem que eles saibam que estou preocupado com no trabalho, “essa é a chave do sucesso”, eles e com que estão fazendo. Deixo a porta mas, ainda segundo ele, conseguir isso do escritório aberta. É a política de portas requer estudo, técnica, disciplina, método abertas”, disse. e boa vontade. Por isso, considera que criar A lição do professor é para não se perder a oportunidade de promover o trabalho um time de sucesso é possivelmente uma dos profissionais da equipe e “quando for ciência.

CBR’16 com muitas inovações e um espaço para acadêmicos

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om diversas inovações em seu conteúdo, onde o enfoque no ensino ganhará um espaço dedicado a uma Maratona com Residentes e um Curso para Acadêmicos de Medicina na área da Imagem, o XLV Congresso Brasileiro de Radiologia – CBR’16, organizado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), promete muitas atrações para os que forem a Curitiba, no período de 13 a 15 de outubro. Simultaneamente será realizado o EBRAUS – Encontro Brasileiro de Ultrassonografia. Especialistas da Sociedade de Radiologia Abdominal, além da presença da Dra. Anne Osborn, uma das principais neurorradiologistas do mundo, e com a participação de renomados especialistas brasileiros, darão à programação científica um alto nível qualidade. O CBR 16 será realizado de 13 a 15 de outubro de 2016, em Curitiba

(PR), e oferecerá 17 módulos relacionados ao Diagnóstico por Imagem e três cursos especiais voltados à gestão e ao mercado. O evento tem inscrições abertas no site www.congressocbr.com.br . Maratona para residentes oferece aprendizado e prêmios Pela primeira vez, o CBR realizará uma Maratona Radiológica para Residentes durante seu Congresso. Trata-se de uma oportunidade de aprendizado que também oferecerá prêmios à equipe vencedora. Os médicos residentes interessados em participar devem formar equipes com três componentes, que podem ser do primeiro, segundo ou terceiro ano (R1, R2 ou R3). As equipes poderão ter residentes de uma ou mais instituições e todos os participantes deverão estar inscritos no Congresso. A Maratona consistirá de múltiplas questões de resposta direta, permitindo assim que os concorrentes chequem informações e transmitam seus


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Por Silvana Cortez e Luiz Carlos de Almeida (SP)

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REPORTAGEM

Os desafios da área da imagem na busca de modelos adequados ao mercado de trabalho Ampliar o ensino da especialidade no Brasil com o foco na qualidade do profissional, bem como a melhor distribuição de especialistas por região, é um dos grandes desafios da especialidade. Para debater o problema, a JPR abriu um espaço para discutir o tema “Profissionalismo”. O ID marcou presença ouvindo especialistas que participaram do evento.

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de planos de saúde no Brasil, especialidades médicas em relevância da prática da raformação do médico radiologista e participar número de profissionais no mas apenas um terço dos diologia e do diagnóstico também do ensino de Radiologia durante os Brasil. brasileiros possuem convênio por imagem é cada vez maior cursos de graduação. Outro ponto que mostra médico, e três quartos da ponos ambientes médicos e Aumento do número pulação usam exclusivamente uma peculiaridade da espeencontrar os modelos mais de médicos cialidade é o levantamento o SUS”, enfatizou dr. Conrado adequados de oferta deste serviço é desafio Entre 1970 e 2010, a população cresceu por faixa etária. A média de Cavalcanti. para profissionais e instituições de saúde 104%, enquanto o número de idade dos médicos em atuaNos últimos 10 anos, brasileiras. As perspectivas médicos aumentou 530% no ção no Brasil é de 46 anos, o reajuste autorizado pela da especialidade foram Brasil. Pesquisa realizada pela a mesma dos profissionais Agência Nacional de Saúde abordadas pelos drs. ConFaculdade de Medicina da USP, rado Albuquerque Cavalradiologistas. “Isso demons(ANS) para os serviços prescom o apoio dos Conselhos canti, Aldemir Humberto tra que a especialidade tem tados pelas operadoras foi de Dr. Conrado Cavalcanti. Federal de Medicina e RegioSoares e Manoel de Souza incorporado novos profissio160%, acima de inflação do nal de Medicina de São Paulo, nais, propiciando a renovação dos quadros”, Rocha, em painel sobre período, que ficou em torno de 100%, mas publicada em 2015, aponta que explicou o dr. Manoel Rocha. Profissionalismo, durante o percentual não foi o repassado aos radiohá 400 mil médicos em atividalogistas, conforme pontuou o especialista. a Jornada Paulista de RaO diferencial da qualidade de e a projeção é a de que, em diologia – JPR 2016. “As operadoras receberam o reajuste, mas 2020, este número salte para O dr. Aldemir Humnós, radiologistas, não temos aumento há A redução da demanda por exames 500 mil, atingindo uma taxa berto Soares, ex-presidente praticamente 20 anos”, argumentou. radiológicos, agravada pela atual crise ecode 2,41 médicos do CBR e membro do Con- Dr. Aldemir Humberto Soares Na opinião do dr. Conrado Cavalcanti, a nômica, tem impacto na dipara cada 100 selho Federal de Medicina, saúde complementar é um sistema que está minuição das oportunidades mil habitantes. lembrou que, por lei, o médico pode atuar à beira de um colapso e exige uma mudança de trabalho para radiologistas. No entanto, a distribuiem todos ramos e especialidades, mas terá urgente no modelo de pagamento. “O sisEm sua fala durante a JPR ção em termos regionais aintema no Brasil remunera quantidade e não de responder ética, civil e criminalmente por 2016, o dr. Conrado Albuda é muito heterogênea, conqualidade. Mas já há uma tendência em ouseus atos. “Quando se trata de especialidaquerque Cavalcanti, diretor forme destacou o dr. Manoel des, o Código de Ética Médica exige que o tros países de reverter esse modelo para um do PADI (Programa de Acrede Souza Rocha. Enquanto, profissional seja especialista. Isso quer dizer sistema que recompense o fornecedor que ditação em Diagnóstico por na Região Sudeste, a relação que nenhum médico pode fornecer um laué mais eficiente. O sistema de contratação Imagem) afirmou que, apesar é de 2,67 médicos para cada do radiológico se ele não for radiologista, se poderia ser um misto de fixo – profissionais do mercado de radiologia ter 100 mil habitantes, na Renão tiver o título de especialista”, apontou. contratados pela CLT – e variável – pago por crescido muito nos últimos gião Norte, esse número é de Na avaliação do dr. Manoel de Souza produtividade. Os radiologistas não podem anos, é cada vez mais difícil apenas um profissional para Rocha, diretor clinico do Instituto de Ravirar ‘commodities’, o importante sempre é para o profissional recémDr. Manoel de Souza Rocha grupo de 100 mil pessoas. diologia HC FMUSP e diretor cientifico do a qualidade do serviço prestado. É isso que -formado encontrar ocupação. De acordo com a pesquisa, a RadioloCBR, as entidades de classe devem ter um devemos perseguir, mas com a remuneração “Na última década, passou de 30 migia ocupa hoje o décimo lugar dentro das papel ainda maior no acompanhamento da justa, é claro”, defendeu. lhões para 50 milhões o número de usuários


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PREVENÇÃO

Rafael Bettega (SP)

Posturas inovadoras agilizam o diagnóstico do câncer de mama Quais as semelhanças entre o Hospital do Câncer de Barretos e o tradicional Hopital Gustave Roussy, de Paris, na prevenção e no diagnóstico do cancer de mama? Evento realizado em São Paulo mostrou as experiências dessas duas instituições com estratégias baseadas no conceito “one-day clinic”, que envolvem a atuação de equipes multidisciplinares e a realização de diferentes exames e procedimentos em um mesmo dia.

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ntre os convidados da conferência internacional Global Academic Program (GAP) 2016 – Challenging Cancer, realizada em abril nas cidades de Barretos e São Paulo (SP), esteve a dra. Clarisse Dromain, chefe da área de Imagem Oncológica do Hospital Universitário Gustave Roussy, na região de Paris, França. Ela falou sobre o trabalho do hospital com o atendimento de pacientes com suspeita de câncer de mama, baseado no modelo chamado em inglês de “one-stop clinic” ou “one-day clinic” (em tradução livre, “clínica em um dia”). A ideia é reunir diferentes profissionais e equipamentos de imagem em uma mesma estrutura e realizar, em um só dia, todos os procedimentos (ou a maioria) que forem necessários para o diagnóstico

de tomossíntese e CESM (mamografia espectral com contraste) e aparelhos de ultrassonografia. Essa estrutura, montada em 2004, atende por dia (uma vez por semana) até 30 pacientes que já passaram por exames que detectaram achados suspeitos. No mesmo dia, são obtidos os resultados de mamografia, ultrassonografia e biópsia por agulha fina (técnica FNA – fine needle aspiration). Para casos em que são necessários outros procedimentos, como biópsia guiada por ultrassom e estereotaxia ou ressonância magnética, o diagnóstico leva mais alguns dias. Um levantamento estatístico realizado entre 2004 e 2013 reuniu informações de 10.833 casos atendidos pela instituição. Em 75% desses casos, todos os resultados necessários para o diagnóstico foram obtidos no mesmo dia. O estudo apontou ainda índices de sensibilidade de 97,2% e especificidade de 99,7% nos diagnósticos realizados. “A unidade one-stop permite um diagnóstico altamente preciso em um intervalo de tempo muito curto”, afirmou a dra. Clarisse Dromain, em entrevista ao ID. Os custos, explica a médica francesa, não são um obstáculo para a manutenção da estrutura. Os equipamentos de diagnóstico por Dra. Silvia Priolli Sabino, do Hospital do Câncer de Barretos, onde imagem, é claro, são de alta já desenvolve intenso trabalho na prevenção do câncer de mama. tecnologia – e alto valor – , mas são aparelhos que um centro de diage a tomada de decisão sobre um eventual nóstico em mama com grande volume, tratamento. A estratégia ajuda a minimizar como o Gustave Roussy, teria que possuir a ansiedade de pacientes e familiares enquanto aguardam o diagnóstico. de qualquer forma, pondera a especialista. Para colocar isso em prática, o Hospital Já os custos por paciente “se comparam Gustave Roussy dispõe de uma estrutura muito favoravelmente com os de casos semelhantes, durante o mesmo período e na completa, com espaços físicos, pessoal e mesma área”, afirma. equipamentos, dedicada à função. A equipe conta com três radiologistas, um cirurgião Experiência semelhante especializado em mama, um oncologista em Barretos e um citologista (para a realização de biA apresentação da dra. Clarisse Droópsias por agulha fina), além de técnicos, main teve a introdução da dra. Silvia Sabienfermeiros e assistentes. Os equipamentos no, especialista em radiologia mamária do de diagnóstico por imagem disponíveis Hospital de Câncer de Barretos, interior do incluem mamógrafos com as tecnologias

Estado de São Paulo. A médica brasileira liações adicionais, que são essenciais para apresentou dados sobre a experiência de o planejamento terapêutico, mas requerem sua instituição com uma estrutura dedicada mais tempo para o processamento da amostra, em torno de cinco dias”. ao atendimento de casos com suspeita de Outra questão a ser considerada em câncer de mama, também envolvendo uma relação ao processo de biópsia por agulha equipe multidisciplinar e a realização de vários exames no mesmo dia. A experiência paulista inclui, porém, uma etapa anterior, o rastreamento mamográfico – um programa de grande dimensão, que conta com 11 unidades móveis (caminhões), oito fixas e 29 mamógrafos, e realizou, apenas em 2015, 122.678 mamografias em mulheres de diferentes regiões do Brasil. Se essas mamografias apresentam achados suspeitos, as pacientes são inseridas no processo de one-day clinic, explica a dra. Silvia. “Como na França, procuramos fazer todos os complementos mamográficos e ultrassonografia no mesmo dia, para agilizar a tomada de decisão. Se houver suspeita de malignidade, a mulher faz uma consulta com mastologista e psicóloga ainda no mesmo Dra. Clarisse Dromain, do Hospital Gustave Roussy, de Paris, dia”, afirmou a especialista, em falou sobre o “on day clinic”. fina é a escassez de profissionais com forentrevista ao ID. mação específica e experiência em citologia Em Barretos, a estrutura para o diagnóstico também inclui profissionais de – problema que não é exclusivo do Brasil, diferentes áreas – radiologistas, mastolopois foi relatado também pela convidada gista, patologista, técnicos, enfermeiros e francesa. “As duas técnicas, citológica e assistentes – e dispõe de tecnologia para a histológica, têm vantagens e limitações. Em realização de tomossíntese e CESM, além nosso ambiente de trabalho, preferimos realizar todos os procedimentos diagnósticos, de ultrassom e ressonância magnética. inclusive a biópsia histológica, e quando a Há diferenças, porém, no procedimento paciente retorna após cinco dias, já oferepara biópsia: no Hospital Gustave Roussy, ela é feita por agulha fina (FNA), um cemos um resultado completo, permitindo procedimento citológico (isto é, remove assim a adequada programação da terapêutica”, explica a dra. Silvia. células). O resultado pode sair no mesmo A radiologista brasileira também dia, porém, segundo explica a dra. Silvia, destacou o benefício desse modelo de há limitações quanto à avaliação de invasão atendimento para a qualidade de vida das na amostra, receptores hormonais e estudo pacientes. “O resultado dessa metodologia imunohistoquímico, que teriam que ser feitas em um segundo momento. “No Hospital é a credibilidade que as pacientes têm na de Câncer de Barretos, usamos a biópsia por instituição e a certeza de que serão tratadas agulha grossa, procedimento histológico com humanização e alta qualidade em todas (isto é uma amostra do tecido). Esse tipo as fases, tanto do diagnóstico quanto do de procedimento não tem limitação de avatratamento”.


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MERCADO

Por Silvana Cortez e Sylvia Verônica (SP)

Health Continuum: integrar cuidados de saúde com inovações tecnológicas Em entrevista exclusiva ao jornal ID – Interação Diagnóstica, o CEO da Philips para a América Latina, Henk de Jong, falou dos projetos e perspectivas da empresa no País e apresentou as novidades para o setor da imagem

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plicar a tecnologia à saúde e ao bem-estar das pessoas é o centro da transformação que a Philips começa no País. O resultado já pode ser conferido na última edição da Jornada Paulista de Radiologia – JPR, em maio, quando a empresa apresentou ao mercado produtos avançados, como a tecnologia de ultrassom via dispositivos móveis, Visiq, e o ultrassom digital ClearVue 850. O CEO da Philips na América Latina, Henk de Jong, ressaltou que “a empresa acredita que o futuro para uma vida saudável está na integração dos cuidados de saúde com as inovações tecnológicas que oferecem soluções em todo o ciclo da saúde: prevenção, diagnóstico e tratamento”. Trata-se do conceito de Health Continuum, uma visão de saúde integrada e, para isso, Jong explica que sua empresa aposta fortemente em um ‘casamento feliz’ entre o hardware e o software. A Philips está no Brasil há 92 anos e sua meta na América Latina é melhorar a vida de 170 milhões de pessoas, por meio de inovações e soluções que façam a diferença. “Estamos vivendo uma transformação do comportamento e do entendimento sobre o cuidado com a saúde, e um dos objetivos da Philips é ampliar sua atuação na área de diag-

nósticos e equipamentos médicos, diminuindo os custos de saúde e centrando cuidados no paciente. Na área de diagnóstico por Imagem, em especial, há uma necessidade cada vez maior de equipamentos que facilitem a vida do médico e do paciente, além de garantir produtividade para o administrador financeiro nas instituições”, completou Henk de Jong.

Durante a JPR, a Philips apresentou também o software IntelliSpace PACS, que busca aumentar a produtividade na área de radiologia, priorizando o rápido acesso e a fácil visualização das ferramentas, funções, imagens e informações relevantes do paciente. Utiliza a tecnologia iSyntax™ que mantém a velocidade de acesso aos exames com qualidade diagnóstica, pois proporciona acesso em tempo real entre modalidades PACS e RIS. Versatilidade em Outro equipamento de ponta landispositivos móveis çado pela Philips foi o ultrassom digital Entre as novidades que a Philips ClearVue 850. Ele tem recursos clínicos deverá comercializar, em breve, no aprimorados que aumentam a confiança Brasil está o Visiq, uma tecnologia diagnóstica, e dispõe de uma melhor que permite conectar o transdutor Henk de Jong, CEO da Philips para a ergonomia e conforto. O equipamento America Latina do ultrassom em um tablet, possibipossui tecnologias exclusivas como a litando que o exame possa ser realizado em qualquer lugar. Elastografia Strain de alta sensibilidade, que avalia a rigidez Outros lançamentos já estão sendo comercializados, tecidual da mama, e o FloVue, que possibilita a visualização como é o caso do software Tasy, para gestão hospitalar. É de todo o fluxo sanguíneo em modo bidimensional, ou seja, uma solução totalmente desenvolvida no Brasil e que está enxergar cada hemácia individualmente se movendo nos sendo exportada para outros países. vasos sanguíneos. Por Luiz Carlos de Almeida e Rafael Bettega (SP)

ENTREVISTA

Soluções de TI “sob medida” para um mercado que tem pressa Principal área de atuação da Carestream Health hoje no Brasil é a digitalização do fluxo de trabalho de clínicas, hospitais e serviços de imagem e saúde em geral. E, quem foi à JPR 2016 pode constatar essa nova realidade da empresa. Sem abrir mão de sua história, focada no filme radiográfico, a empresa fornece soluções de tecnologia da informação específicas para cada necessidade, além de equipamentos de radiologia computadorizada e digital.

A

como este”, afirma o Roberto Godoy. Carestream aproveitou o medida”, ou seja, estruturadas de acordo As soluções oferecidas pela empresa evento em São Paulo, para com o porte e as características do serviço incluem RIS, PACS e outros sistemas de direforçar seu direcionamento de saúde que as utilizará. “Somente com a gitalização, armazenamento e transmissão de comercial para o ramo de tecnologia da informação podemos conseguir uma maior eficiência em processos, a imagens médicas, dados clínicos, laudos e insoluções informatizadas para formações em geral relacionadas instituições de saúde. “Hoje, ao fluxo de trabalho nos serviços a tecnologia da informação é de saúde. Uma das novidades o nosso principal produto”, divulgadas pela Carestream na afirma Roberto Godoy, diretor responsável pelos negóJPR é o data center próprio no cios da Carestream. A emBrasil, o que, segundo Godoy, presa americana, que atua beneficia as soluções de cloud no País desde 2007, quando computing (computação na nuvem) fornecidas pela empresa. assumiu as operações da “Hoje, qualquer cliente, seja ele extinta divisão de saúde pequeno ou grande, pode adquida Kodak, ainda mantém rir uma solução nossa na nuvem, os filmes radiológicos em baseada em um data center aqui seu portfólio de produtos, no Brasil. mas cada vez mais investe A empresa também pasem soluções digitais para sou a oferecer recentemente ao armazenamento e fluxo de mercado brasileiro a solução imagens e dados médicos. VNA (Vendor Neutral Archive, “Neste ano, não temos “arquivo independente do forfilme no estande, nem equipamentos. Temos tecnologia Roberto Godoy, da Carestream, “tecnologia da informação é o foco da empresa”. necedor”), um sistema universal de armazenamento e acesso da informação”, destacou a dados clínicos. “Com ele, toda a equipe Godoy, em entrevista ao ID durante o evenredução de custos e o aumento da rentabilito. Segundo o diretor, o objetivo da emdade – justamente os principais desafios das médica pode acessar dados de diversos presa é fornecer soluções de TI feitas “sob instituições de saúde em um ano desafiador departamentos em uma única plataforma,

facilitando a tomada de decisão”, afirma Godoy. Outra novidade é o laudo multimídia, um laudo digital que possui hyperlinks que levam o médico diretamente a todos os achados relativos ao exame.

Raio X Apesar do enfoque na área de TI, a Carestream ainda mantém uma atuação comercial forte na radiografia, começando com o fornecimento de filmes, que “ainda têm um papel importante”, segundo Godoy, especialmente no mercado de saúde pública e em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos. A empresa possui ainda uma linha de equipamentos de radiografia computadorizada (CR) e radiografia digital (DR). A linha completa está disponível comercialmente no Brasil, ressalta Godoy, que considera essas tecnologias fundamentais para o mercado nacional. “O custo da cadeia de saúde, hoje, é muito alto. Se qualquer dor, qualquer patologia for tratada inicialmente com tomografia ou ressonância, esse custo vai ser ainda maior. Por isso, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, a Carestream acredita que o raio-x, como primeiro método de diagnóstico, é o que viabiliza a cadeia de saúde”.


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ENTREVISTA

Por Luiz Carlos de Almeida e Sylvia Verônica (SP)

Siemens Healthcare consolida atuação no Brasil Com gestão independente dentro do Grupo Siemens, a empresa ganha maior agilidade e flexibilidade no relacionamento com clientes. Na JPR 2016, onde participou com pela primeira vez, com esta nova estrutura, a empresa mostrou suas principais soluções para as demandas por produtividade e qualidade em diagnóstico. Na oportunidade, complementando informações fornecidas na entrevista concedida na sede da empresa, em São Paulo, antes do evento, enfatizou sua importância para a comunidade médica e empresarial.

A

s recentes mudanças na estrutar a produtividade e a eficiência na área tura organizacional mundial de saúde, elevando a excelência clínica”, da Siemens determinaram comenta Armando. Uma das soluções da que a divisão de Healthcare Siemens com esses propósitos é uma sala da companhia passasse a atude comando que controla remotamente ar de maneira independente da gestão cenexames de ressonância magnética. A central tral. Dessa maneira, ganha maior autonomia é formada por uma equipe de profissionais para construir, de forma mais ágil e flexível, multidisciplinar que é capaz de acionar relacionamentos sólidos com os clientes, todos os recursos, alterar protocolos e fazer atendendo as suas necessidades e demandas pós-processamento de imagens, como se o por produtos e serviços profissional estivesse no para diagnósticos por próprio local. imagem e laboratoriais. A sala de comando A proposta da Siefoi inaugurada em 2015 mens Healthcare Diagem São Paulo pelo Grupo nósticos S.A. é desenvolAlliar Médicos à Frente, ver um sistema de saúde uma das maiores redes orientado a prestação de de medicina diagnóstica do Brasil. A soluserviços, ao diagnóstico ção utiliza a tecnologia precoce e o uso das tecnologias de imagem e in Expert-i, responsável por vitro para guiar a terapia. conectar remotamente os A empresa aposta nestas equipamentos. É nesta soluções a fim de melhocentral que são feitos os rar a qualidade de vida ajustes dos aparelhos de da população, diminuir o ressonância magnética número de internações e de qualquer região do Armando Lopes, diretor geral da afastamentos por doença, Siemens no Brasil País para a realização de reduzir riscos de infecção exames, de acordo com as e de outras complicações, além de otimizar especificações do paciente, histórico clínico e os custos do setor. solicitação médica. A ligação entre a central e Armando Lopes, diretor geral da Sieos equipamentos de ressonância é feita com mens Healthcare para o Brasil, destaca que câmeras, interfaces de áudio para comunicação e sensores. “Dessa maneira, o mesmo a companhia vem atuando para além dos especialista, a partir da sala de comando, serviços em diagnósticos, oferecendo respostas para o aprimoramento da operação e pode cuidar de diversos processos, ou seja, fluxo de trabalho dos clientes e viabilização há ganhos em produtividade e em qualidade. A plataforma também permite operar de estratégias na saúde. “O mercado espera exames de tomografia”, explica Armando. que os nossos produtos ajudem a aumen-

Análise de performance O gerenciamento e a gestão da base instalada também são serviços oferecidos pela Siemens Healthcare. Uma das plataformas é o Teamplay, que permite análise da performance dos equipamentos, para tomada de ações por maior produtividade. “O Teamplay mede volume de exames, tempo médio entre exames, efetividade por turnos de trabalho. Estamos desenvolvendo agora, para um lançamento futuro, soluções de padronização de protocolos”, revela Armando Lopes. Já o LifeNet, projetado para o acesso à base de instalada, garante segurança das informações e o acompanhamento dos processos de manutenção. Um dos principais benefícios das soluções da Siemens Healthcare apontados pelo diretor geral da companhia é a redução dos custos em toda a cadeia de saúde, inclusive para os pacientes. Um exemplo é o Artis zeego, para procedimentos minimamente invasivos realizados nas salas híbridas, diminuindo consideravelmente o trauma e tempo de internação hospitalar. Outro exemplo de excelência clínica é o Biograph mMR, que permite a realização de dois exames simultaneamente: a ressonância e a tomografia por emissão de pósitrons (PET), alinhando todas as informações morfológicas, metabólicas e fisiológicas do paciente. Estudo publicado pela RSNA* com 134 pacientes fez um comparativo de exames feitos em PET/CT e PET/MR. Foram encontradas lesões em 41% dos casos feitos pelo PET/MR não detectados no exame de PET/CT. Adicionalmente, 18% dos pacientes tiveram mudanças na estratégia de

tratamento, seja alterando a condução da quimioterapia ou evitando biopsias e procedimentos cirúrgicos desnecessários. As duas modalidades se complementam para auxiliar no diagnóstico precoce do câncer: enquanto o PET consegue detectar a doença em estágios iniciais, a ressonância possui maior resolução espacial, especialmente para próstata, abdômen, tórax e outros tecidos moles. Além dos benefícios clínicos citados, a realização dos dois exames simultaneamente traz mais comodidade para pacientes e médicos, tornando a rotina do setor de oncologia mais ágil e precisa. No ano passado, a Siemens lançou em parceria com a Truckvan, a primeira solução de tomografia móvel produzida 100% no Brasil. Equipado com o tomógrafo SOMATOM Scope, a unidade possibilita realizar exames em localidades distantes. “O tomógrafo pode ser conectado à sala de comando remoto. Dessa maneira, o caminhão leva o equipamento a qualquer lugar. Uma das linhas de ultrassom da Siemens, o ACUSON S HELX Evolution com Touch Control, lançada este ano no Brasil, possibilita melhor fluxo de trabalho por meio de sua interface intuitiva e com maior ergonomia, além de oferecer excelente qualidade de imagem. Estas características foram apontadas em pesquisa empírica realizada com 395 profissionais de saúde em todo o mundo ao comparar os sistemas Premium de três empresas em relação a sua facilidade de uso. Na pesquisa, ACUSON S HELX foi eleito como o sistema mais fácil de operar, além de apresentar o menor tempo na curva de aprendizagem, resultando em maior agilidade e precisão dos resultados de exames.


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Diagnóstico das pneumonias intersticiais idiopáticas na tomografia computadorizada de alta resolução Introdução As pneumonias intersticiais idiopáticas (PIIs) são um grupo de doenças pulmonares parenquimatosas de etiologia desconhecida, caracterizadas pela presença de graus variáveis de inflamação e fibrose. No passado havia considerável controvérsia sobre a nomenclatura e a terminologia dessas doenças. Em 2015, a American Thoracic Society (ATS) e a European Respiratory Society (ERS) publicaram uma atualização no intuito de otimizar a classificação das PIIs. A classificação da ATS/ERS organizou as entidades já conhecidas em quatro grupos principais: 1) PIIs crônicas fibrosantes: fibrose pulmonar idiopática (FPI) e pneumonia intersticial não específica (PINE); 2) PIIs relacionadas ao tabagismo: bronquiolite respiratória associada à doença pulmonar intersticial (BR-DPI) e pneumonia intersticial descamativa (PID); 3) PIIs agudas ou subagudas: pneumonia em organização criptogênica (POC) e pneumonia intersticial aguda (PIA); 4) PIIs raras: pneumonia intersticial linfocítica (PIL) e fibroelastose pleuroparenquimatosa idiopática. O diagnóstico definitivo das PIIs e seu subtipo específico requer a interação multiprofissional entre pneumologistas, radiologistas e patologistas. A tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) do tórax tem papel essencial tanto no diagnóstico inicial como no seguimento desses pacientes. As características imagenológicas de cada uma encontram-se resumidas na Tabela 1.

Figura 1. Pneumonia intersticial usual. (A) Corte axial. Opacidades reticulares e em vidro fosco predominantemente periféricas, associadas a cistos de faveolamento e bronquiectasias de tração. (B) Corte sagital. Gradiente ápico-basal das alterações pulmonares. Associa-se distorção arquitetural e redução volumétrica, principalmente do lobo inferior

Figura 2. Pneumonia intersticial não específica. Opacidades reticulares e em vitro fosco predominantemente periféricas, associadas a bronquiectasias de tração. Não há faveolamento evidente

matórias e fibróticas (Figuras 2 e 3). Um dos principais diagnósticos diferenciais da PINE à TCAR inclui a PIU, destacando-se que na primeira os padrões predominantes são mais comumente o vidro fosco e o reticulado, enquanto na segunda consiste no faveolamento.

PIIs Relacionadas Ao Tabagismo

PIIs crônicas fibrosantes A FPI tem como critérios diagnósticos: 1) exclusão de outras causas conhecidas de doença intersticial pulmonar; 2) padrão típico de pneumonia intersticial usual (PIU) na TCAR (nos pacientes não submetidos a biópsia pulmonar); e 3) combinações específicas entre a TCAR e a histologia (nos pacientes submetidos à biópsia). Em pacientes que mostram distribuição e padrão característicos da PIU na TCAR (Figura 1), assim como as características clínicas adequadas, o diagnóstico pode ser feito de forma confiável sem biópsia. No entanto, a confirmação histológica deve ser obtida em todos os pacientes com achados de imagem atípicos, como extensas opacidades em vidro fosco, nódulos, consolidação, ou distribuição com predomínio peribroncovascular. O padrão de PIU pode, além da FPI, estar relacionado a doenças do colágeno e asbestose; mais raramente, a pneumonia de hipersensibilidade (PH) crônica, doenças ocupacionais e a sarcoidose em fase terminal podem se apresentar com padrão radiológico semelhante. A PINE pode ser idiopática ou estar associada a diferentes patologias, entre elas colagenoses, toxicidade medicamentosa e pneumonia de hipersensibilidade. Os achados tomográficos variarão de acordo com a proporção entre as alterações infla-

A BR-DPI em geral afeta fumantes de 25-65 anos de idade, sem predileção por sexo, com carga tabágica de pelo menos 30 anos-maço. É o tipo mais comum de pneumopatia relacionada ao tabagismo. Tosse e dispneia são os sintomas usuais. A melhora radiológica com a cessação do tabagismo reforça o diagnóstico; porém, quando a doença é mais avançada, pode não haver mudanças. Seu padrão tomográfico (Figura 4) admite como principais diferenciais a PID, PINE e PH subaguda. A PID (Figura 5) é caracterizada por espessamento alveolar septal difuso, hiperplasia dos pneumócitos do tipo II e acúmulo intenso intra-alveolar de macrófagos, identificados como células epiteliais descamadas. A principal diferença em relação a BR-DPI é o envolvimento difuso dos ácinos pulmonares nesta, e a distribuição bronquiolocêntrica naquela. Enquanto a BR-DPI é sempre tabaco-relacionada, a PID, embora tenha como causa frequente o tabagismo, também se relaciona com exposições ocupacionais. As alterações funcionais são em geral mais importantes do que as observadas na BR-DPI.

PIIs agudas ou subagudas A POC (Figura 6) afeta igualmente ambos os sexos e não tem relação estabelecida com o tabagismo. Tipicamente segue um curso subagudo em meses, mas, em alguns pacientes,

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Diagnóstico das pneumonias intersticiais idiopáticas na tomografia computadorizada de alta resolução CONCLUSÃO

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pode evoluir em dias para insuficiência respiratória aguda. Os principais diferenciais da imagem são as pneumonias infecciosas, aspirativas e pneumonia eosinofílica. A PIA (Figura 7) é caracterizada do ponto de vista histológico por dano alveolar difuso, proliferação fibroblástica e fibrose intersticial. A doença é rapidamente progressiva, com menos de 2 meses de evolução, levando frequentemente à insuficiência respiratória aguda. A febre é observada na metade dos casos. Edema pulmonar, hemorragia pulmonar e pneumonia eosinofílica aguda podem ser incluídos entre os diferenciais radiológicos.

PIIs raras Figura 3. Pneumonia intersticial não específica. Opacidades reticulares e em vidro fosco nas bases pulmonares, associadas a espessamento dos septos interlobulares e discretas bronquiecstasias de tração.

Figura 5. Pneumonia intersticial descamativa. Opacidades em vidro fosco difusas, com predomínio periférico.

Figura 4. Bronquiolite respiratória associada à doença pulmonar intersticial. Corte axiais dos campos pulmonares superiores, mostrando tênues nódulos centrolobulares mal definidos e opacidades em vidro fosco esparças, associadas a espessamento das paredes brônquias

Figura 6. Pneumonia criptogênica em organização. Foco de consolidação subpleural com aspecto de “halo invertido”.

A PIL está frequentemente associada a alterações sistêmicas, como a síndrome de Sjögren, a doença auto-imune da tireóide e a síndrome da imunodeficiência adquirida. É mais comum em mulheres na quinta década de vida. Na clínica, além de tosse e dispnéia progressiva, os pacientes podem cursar com febre, perda de peso, artralgias e dor pleurítica. Alguns apresentam quadro de infecções de repetição, tanto de vias aéreas superiores como de vias inferiores. O padrão radiológico (Figura 8) faz diagnóstico diferencial com outras doenças que cursam com formações císticas pulmonares, como a histiocitose de células de Langerhans, linfangioleiomiomatose e PID. A fibroelastose pleuroparenquimatosa idiopática é uma condição rara, podendo estar relacionada a infecções de repetição, autoimunidade e, em uma minoria dos casos, a pneumopatias intersticiais familiares. Histologicamente consiste em fibrose envolvendo a pleura e o parênquima pulmonar subpleural, principalmente dos ápices pulmonares. Clinicamente, os pacientes apresentam sintomas respiratórios crônicos como dispnéia e tosse seca. O diagnóstico baseia-se em achados clínicos, radiológicos (Figura 9) e histopatológicos. O diagnóstico diferencial dos achados radiológicos engloba sarcoidose na fase fibrótica, pneumoconioses, fibrose pulmonar familiar, doenças do tecido conjuntivo e PH crônica.

Referência Bibliografia 1. Mueller-Mang C, Grosse C, Schmid K, Stiebellehner L, Bankier AA. What every radiologist should know about idiopathic interstitial pneumonias. RadioGraphics 2007; 27:595– 615. Figura 7. Pneumonia intersticial aguda. Focus de consolidação e opacidades em vidro fosco difusos pelos pulmões, associados a espessamento de alguns septos interlobulares. Nota-se ainda pequeno pneumomediastino

Figura 8. Pneumonia intersticial linfocítica. Opacidades reticulares e em vitro fosco esparsas pelas bases pulmonares, associadas a cistos com paredes finas e conteúdo aéreo

2. Sverzellati N, Lynch DA, Hansell DM, Johkoh T, King TE, Travis WD. American Thoracic Society–European Respiratory Society classification of the idiopathic interstitial pneumonias: advances in knowledge since 2002. RadioGraphics 2015; 35:0000–0000. 3. Travis WD, Costabel U, Hansell DM, King TE, Lynch DA et al. An Official American Thoracic Society/ European Respiratory Society Statement: Update of the International Multidisciplinary Classification of the Idiopathic Interstitial Pneumonias. Am J Respir Crit Care Med 2013; 188:733–748.

Autores Anthony Reis Mello de Souza* Hye Ju Lee** Ricardo Valarelli Auad** Stephano Raydan Ramalho Rocha*

Figura 9. Fibroelastose pleuroparenquimatosa idiopática. Cortes axiais nos campos pulmonares superior (A) e médio (B) evidenciando espessamento pleural irregular bilateral e padrão reticular subjacente, compatível com fibrose. Fonte: Taryn L. Reddy et al. Eur Respir J 2012;40:377-385

*Médicos residentes do Serviço de Radiologia do Hospital Sírio-Libanês **Médicos assistentes do Grupo de Radiologia Torácica do Hospital Sírio-Libanês


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Câncer de mama gestacional: breve revisão e relato de dois casos

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onceitualmente o câncer de mama gestacional ou associado à gestação é definido como aquele diagnosticado durante a gestação ou até 12 meses após o parto. A neoplasia maligna de maior incidência nas gestantes é o câncer de mama, com taxas que variam de 1: 3.000 a 10.000 gestações. Conforme estudo de Shim et al (2016), as malignidades mais encontradas em gestantes foram câncer de mama, seguido por neoplasias do trato gastrintestinal, hematológicos e da tireoide. O tipo histológico mais frequente do câncer de mama em mulheres grávidas é o carcinoma ductal invasivo (75- 90%) semelhante ao de mulheres não grávidas, seguido pelo carcinoma lobular e pelo carcinoma inflamatório (até 4%). Apesar de raro, tende a aumentar já que as mulheres estão engravidando em idades mais avançadas e o risco de câncer de mama aumenta com a idade.

Figura 2: nódulo hipoecoico, heterogêneo e irregular, com distorção dos ductos mamários medindo 5,7 X2,0X4,0 cm, periareolar lateral a direita entre 9 e 12 horas: BI-RADS® 5.

Figura 3: Na axila direita identificamos linfonodos de dimensões aumentadas, com espessamento da cortical, medindo o maior 2,4 cm de diâmetro.

Figura 1: Mamografia incidência: CC(1.a), MLO (1.b), PERFIL (1.c): Mamas predominantemente densas com espessamento da pele periareolar lateral a direita (entre 9-10 horas) , retraçao do mamilo deste lado (seta). Nódulo no QSLD, irregular, espiculado, 40 mm: BI-RADS® 5

Em geral quando identificado já se apresenta em estágios avançados, em parte devido as variações hormonais durante a gravidez, como o aumento dos níveis de estrogênio, progesterona e prolactina. Esses estimulam o desenvolvimento da mama para a lactação tornando-a mais densa e sensível, dificultando que a paciente note nódulos suspeitos até mesmo de grandes dimensões. Essas alterações hormonais são corroboradas por estudos como o de Lambe (1994) que foi o primeiro a relatar “um efeito duplo” da gestação; como um fator protetor para o câncer de mama a longo prazo, porém, principalmente em gestantes com 35 anos ou mais, notou aumento de risco de câncer de mama durante a gestação. Outro fator é que o rastreamento mamográfico inicia-se após os 40 anos, em geral após o período mais frequente de gestação na população geral. Em estudo realizado por Robbins et al. (2011) de 126 pacientes com lesões mamárias durante a gestação e até um ano pós-parto, 4 foram diagnosticadas com lesões malignas que se apresentaram por nódulo. Dessa forma, é preciso conscientizar as gestantes e puérperas a observarem com cuidado e procurarem auxílio médico ao notarem modificações palpáveis . Neste estudo a ultrassonografia apresentou sensibilidade de 100% e especificidade de 86% e a mamografia foi capaz de identificar todas neoplasias malignas, todos os casos apresentavam microcalficacões e em um quarto delas o achado foi de distorção arquitetural. Estudos semelhantes apontaram que a mamografia detecta 86 a 90% das neoplasias malignas O ultrassom é o exame mais indicado durante a investigação de lesões mamárias durante a gestação. Já que é um exame que não utiliza radiação ionizante e tem alta sensibilidade em detectar a maioria das lesões. Estudos de Yang et al (2006) e Ahn et al (2003) demonstraram sensibilidade de 100% desse método em detectar malignidades. A realização de mamografia com proteção abdominal pode ocorrer durante a gestação, já que durante um exame padrão com duas incidências bilaterais o feto é submetido a 0,03mR (0,00003 cGy)- bem inferior a dose máxima que o feto pode ser exposto- 2mR (0,002 cGy). Entretanto alguns médicos evitam solicitá-la pela maior densidade das glândulas mamárias em gestantes e não tanto pela exposição radiológica. Ainda não existe um protocolo de imagem para alterações mamárias durante a gravidez e lactação, assim fica a critério da equipe médica avaliar individualmente cada paciente. A partir da suspeita clínica ou nódulo persistente, o estudo cito/histológico é importante para excluir malignidade. Aproximadamente 80% das lesões mamárias durante a gravidez são benignas. Recomenda-se investigação por biópsia, princi-

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Câncer de mama gestacional: breve revisão e relato de dois casos

palmente de lesões palpáveis, que ao ultrassom não são imagens císticas simples. Existem vários métodos para coleta de material cito-patológico, como punção biópsia aspirativa por agulha fina (PAAF), core biopsia e biopsia cirúrgica. A core biopsia é o método com maior sensibilidade e especificidade para avaliação de nódulo palpável, porém como qualquer procedimento invasivo possui riscos, como formação de fístulas de leite e infecção. Para reduzir esses riscos, cessação da amamentação antes do procedimento, administração de antibióticos e hemostasia adequada são cuidados importantes. Confirmada a neoplasia, o estadiamento deve levar em conta o desenvolvimento do feto e será principalmente clínico. A investigação de metástases é realizada em geral por meio de radiografias de tórax (seguro quando realizado com proteção abdominal, expondo o feto a 0,01 cGy), exames laboratoriais e ultra-sonografia. A tomografia computadorizada é contra-indicada e a ressonância magnética deve ser evitada no primeiro trimestre por falta de estudos nessa área que comprovem sua segurança.

Figura 4: Ultrassonografia mamaria:Nodulo hipoecoico irregular com margem angulada de 3,3 X 2,2 cm no QSLD, correspondente a área palpável: BI-RADS® 5.

As opções terapêuticas são semelhantes às pacientes com câncer de mama não-grávidas, com exceção a radioterapia e ao uso de tamoxifeno e trastuzumab que são contra- indicados durante a gestação devido a teratogenicidade, além de evitar-se iniciar qualquer tratamento antes de 12 semanas pelo risco de abortamento. A mastectomia com linfadenectomia é o procedimento mais seguro nos tumores em estágios operáveis.operáveis. Já nos casos avançados prioriza-se a poliquimioterapia, do mesmo modo que em pacientes não gestantes, evitando o uso de trastuzumab. Embora haja controversas na literatura quanto ao prognóstico das pacientes com câncer de mama associado a gestação, a maioria dos estudos como Amant et al (2013) e Berry at al (1999), demonstram taxas de sobrevida semelhantes às de pacientes não-gestantes. Esse fato é importante para encorajar as pacientes a iniciarem o tratamento assim que este for programado e discutido com elas.

Relatos de dois casos 1) Paciente do sexo feminino, 30 anos, G2P2cA0, lactante há 6 meses, notou nódulo palpável no quadrante supero-lateral da mama D há 6 meses. Ao exame clinico foi evidenciado nódulo endurecido retroareolar, de 4 cm, com espessamento e hiperemia na pele adjacente. Foi submetida a mamografia evidenciou nódulo irregular, espiculado, no quadrante supero-lateral direito (QSLD) de 40

CONCLUSÃO

X

mm com espessamento e retração do mamilo D - BI-RADS® 5, (figura 1 ) e a ultrassonografia (figuras 2 e 3) demonstrou nódulo hipoecoico, heterogêneo e irregular, com distorção dos ductos mamários ,periareolar lateral a direita . Foi realizada core biopsia dirigida por ultrassonografia. O anatomopatológico concluiu como carcinoma ductal invasivo e imunohistoquimica : HER+++, RE+, RP+, Ki 67: <14% Estadiamento T4bN1M0. Dois meses após, a paciente foi submetida a mastectomia total com linfadenectomia. Foram dissecados 7 linfonodos no prolongamento axilar, 5 dos quais foram identificadas neoplasia, e o tumor mediu 3,3 X 2,5 cm na peça cirúrgica. Quatro semanas após a cirurgia, iniciou quimioterapia adjuvante e está na vigência do tratamento quimioterápico, já foram realizados quatro ciclos de doxorrubicina+ ciclofosfamida e cinco ciclos de paclitaxel e trastuzumab. Será programado radioterapia e tamoxifeno. 2) Paciente sexo feminino, 28 anos, G2P1cA0, no 4 °mês de gestação procurou atendimento devido a nódulo mamário palpável a D que estava crescendo há 1 mês. Ao exame clinico foi observado tumoração em quadrante supero-lateral direto (QSLD) de 5 cm com equimose da pele e edema periareolar, além de linfonodomegalia de 3 cm em axila direita. Foi submetida a USG mamária (figura 4 e 5) que evidenciou nódulo hipoecóico, irregular, com margem angulada de 3,3x 2,2 cm no QSLD, correspondente a área palpável com aumento da vascularização no interior. BIRADS® 5. Foi submetida a core biopsia guiada por USG. Anatomopatologico: Carcinoma ductal invasor grau 1. Estadiamento :T4bN2M0. Imunohistoquimica: HER+++, Re- , Rp - , Ki 67-70%. Fez oito ciclos de quimioterapia neoadjuvante, iniciou com quatro ciclos de doxorrubicina+ ciclofosfamida e quatro ciclos de docetaxel. Após a cesariana iniciou de trastuzumab. Manteve a quimioterapia após o parto – completando 8 ciclos-, com resposta clínica completa, após dois meses do início do tratamento. Sete meses após o diagnóstico, foi submetida a mastectomia da mama direita com linfadenectomia, não sendo encontrada neoplasia residual no leito tumoral e doze linfonodos ressecados, todos sem neoplasia. No momento em uso de trastuzumab e radioterapia

Referência Bibliografia 1) Shim MH, et al. Clinical characteristics and outcome of câncer diagnosed during pregnancy. Obste Gynecol Sci. 2016; 59 (1) :1-8 2) Berry DL, Theriault RL Holmes FA, Parisi VM, Booser DJ, Singletary SE, et al. Management of breast câncer during pregnancy using a standardized protocol. J Clin Oncol. 1999;17:855-61 3) Robbins J, Jeffries D, Roubidoux M, Helvie M. Accuracy of Diagnostic Mammography and Breast Ultrasound During Pregnancy and Lactation. AJR 2011; 196:716- 722 4) Mendonça GS, Artiles CB, Barbosa FP, Mendonça SB. Cancer de Mama e Gestação: Relato de Caso e Revisão de Literatura. Revista Científica da FMC 2013,v.8,n2, 13-15 5) American Cancer Society, Breast Cancer During pregnancy, Jan,2012[atualizada em 2014,jan 12] . Acesso em 2016,jan 19. Disponivel em: http://www.cancer.org/cancer/breastcancer/moreinformation/pregnancy-and-breast-cancer 6) Amant F, et al. Prognosis of Women With Primary Breast Cancer Diagnosed During Pregnancy: Results From na International Collaborative Study. J Clin Oncol 2013; 31:2532-2539. 7) Liberman L, Giess CS, Dershaw DD, Deutch BM, Petrek JA. Imaging of pregnancy-associated breast cancer. Radiology 1994; 191:245–248 8) Yang WT, Dryden MJ, Gwyn K, Whitman GJ, Theriault R. Imaging of breast cancer diagnosed and treated with chemotherapy during pregnancy. Radiology 2006; 239:52–60 9) Azim HA Jr. et al. Prognosis of pregnancy-associated breast cancer: A meta-analysis of 30 studies. Cancer Treatment Reviews 2012;(38) 834–842. 10) Navrozoglou I et al. Breast cancer during pregnancy: A mini-review .Eur Jour of Surgical Oncology 2008; (34) 837-843. 11) Genin A.-S. et al. Pregnancy-associated breast cancers: Do they differ from other breast cancers in young women?. The Breast 2012; (21) 550-555. 12) Amant F, Loibl S, Neven P, Calsteren KV. Malignancies in Pregnancy 2: Breast cancer in pregnancy. The Lancet 2012; 379: 570–79 13) Kettelhut JC, Modena MAB. Cancer de mama e gestação. Rev. Fac. Cienc. Med. Sorocaba 2008; v.10,n.4, 1-4

Autores Eduarda Lemes Dias Médica residente em Radiologia e Diagnóstico por Imagem pela Universidade Federal do Triangulo Mineiro

Figura 5: Ultrassonografia axilar: Axila direita- figura 5.a : linfonodos axilares com córtex espessado, hipoecoico e lobulado, sendo o maior de 2,4 cm. Figura 5.b: Linfonodo infraclavicular a direita com as mesmas características medindo 1,5 cm.

Ana Lúcia Kefalas Oliveira Médica radiologista e professora adjunta do setor de Radiologia e Diagnóstico por Imagem pela Universidade Federal do Triangulo Mineiro


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Luiz Carlos de Almeida e Rafael Bettega (SP)

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INVESTIMENTO

Konex 40 anos: fortalece o digital, sem abrir mão do analógico Empresa paulistana mantém forte atuação no mercado de acessórios para radiologia convencional, mas as tecnologias digitais estão ganhando espaço em sua linha de produtos.

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Konex Equipamentos (São Paulo, SP) completou 40 anos, em agosto passado, em meio a um “momento de transição”, segundo Luiz Guilherme Mucciolo, presidente da empresa. Os acessórios para radiologia analógica continuam dominando sua oferta de produtos, mas hoje a Konex busca “novos caminhos” no campo da digitalização, afirma o executivo. “Estamos agregando tecnologia ao nosso portfólio, que sempre teve produtos muito simples”, diz Mucciolo, citando como exemplo o sistema de Radiologia Computadorizada (CR) FireCR flash. O equipamento importado, destinado à digitalização de clínicas radiológicas, foi incluído recentemente na extensa linha de produtos da empresa, que também conta com negatoscópios, acessórios radiológicos (chassis, ecrãs, grades antidifusoras, etc.) e dispositivos de proteção contra radiação, entre outros itens. “Ainda estamos oferecendo os produtos da área analógica e é isso que vem nos mantendo no mercado, permitindo os investimentos em novos produtos. Continuamos atendendo aos clientes para os quais a digitalização ainda não é acessível, mas também procuramos lançar produtos que sejam atrativos para as regiões mais

Agfa HealthCare aposta na expansão em novos nichos de mercado Empresa quer fortalecer a atuação em suas contas diretas no Brasil A Agfa HealthCare, empresa fornecedora de diagnóstico por imagem, criou uma nova área, a gerência nacional de vendas para as contas diretas, a cargo de Murilo Fernandes, para atender novo nicho de mercado além dos canais de distribuição. No novo carMurilo Fernandes, go que assume Gerente de Vendas da na Agfa, o obAgfa HealthCare jetivo é buscar novas oportunidades para as três unidades de negócios da empresa – que envolvem divisão de equipamentos e soluções de TI para a área de diagnóstico por imagem e soluções de gestão hospitalar e clínica. “A contratação do executivo faz parte da reorganização da área comercial no Brasil, para aprimorar o desempenho e atingir cada vez novos nichos de mercado e negócios”, declara Roberto Ferrarini, presidente da empresa para a América Latina.

industrializadas, como o Sudeste, onde a economia gira mais e os clientes pedem sempre uma tecnologia mais avançada”, explica Mucciolo, ressaltando que a região Sudeste corresponde a dois terços do faturamento da empresa. O presidente da Konex destaca também, entre os lançamentos recentes, a linha de controle de qualidade em radiodiagnóstico, que inclui instrumentos de medição pra equipamentos diversos, como mamógrafos e tomógrafos. A empresa aproveitou a Jornada Paulista de Radiologia e a feira Hospitalar, eventos realizados

recentemente em São Paulo, terminação do Ministério para apresentar um novo da Saúde”, afrma Mucciolo. produto nessa área, o fantoA Konex se prepara ainma de acreditação para mada para lançar uma linha mografia – um acessório que de equipamentos de raio-x simula uma mama, usado fabricados no Brasil, que para verificar a qualidade da poderão utilizar tanto sistemas de aquisição analógicos imagem do mamógrafo. “Este quanto digitais. Segundo é um um produto que consideramos muito promissor, Mucciolo, a empresa aguarda afinal temos mais de 2.000 apenas a conclusão da fase Luiz Guilherme Mucciolo equipamentos de mamografia de certificação e registro dos instalados no Brasil e todos eles precisam equipamentos para iniciar sua comercialização, o que está previsto para o ano que vem. fazer esse controle de qualidade, por de-


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ENTREVISTA

Por Luiz Carlos de Almeida e Rafael Bettega (SP)

GE amplia parceria em soluções de TI A GE Healthcare anunciou a ampliação de sua parceria com a Inovapar, empresa com sede em São Paulo (SP) que atua com o desenvolvimento de softwares, consultoria e projetos de tecnologia da informação (TI) na área da saúde.

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a JPR 2016, os diretores da empresa aos sistemas RIS e PACS da Paulo Banevicius, da GE GE Healthcare – e, eventualmente, a outros Healthcare TI, e Luiz Alberto recursos de informática que seus clientes já Gonçalves e Ricardo Aurieutilizem. “Uma solução pode ser híbrida. Não mo, da Inovar, falaram com vamos descartar o que o cliente já tem, e sim o ID sobre essa parceria. As duas empresas tentar complementar, analisar como podemos já mantêm uma colaboração há cerca de dois ajudá-lo”, afirma Gonçalves. anos. A Inovapar fornece alguns dos sofEm um País como o Brasil, com realidatwares e complementos que fazem parte do des muito distintas, a flexibilidade é crucial. portfólio de TI da GE Healthcare, como o “A tecnologia precisa ser adaptada àquilo que portal de laudos e imagens VeDocs e os sisteo mercado oferece. Podemos fornecer uma mas TATCo, de gerenciamento de processos, solução na nuvem maravilhosa, mas que, se e Clirea ART, de elaboração de laudos. A parfor dependente de uma conexão à internet tir de agora, a Inovapar passa a ser também com grande largura de banda e baixa latência, um canal de distribuição da GE Healthcare pode ser inviável em um determinado local”, nessa área, atuando com vendas e suporte exemplifica Banevicius. “É obvio que todas em diversas regiões do Brasil. as instituições de saúde, sejam elas grandes Com a expansão da parceria, a GE ganha ou pequenas, querem o mesmo: crescer, ser um reforço em sua atuação comercial e atenmais eficientes e lucrativas, mas existem dimento técnico em Estados como Alagoas, diferentes requisitos e capacidades de investimento para alcançar esses objetivos”, afirma Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de o gerente da GE Healthcare. Janeiro e Sergipe. Além disso, diversifica sua Para Ricardo Auriemo, também diretor oferta de “soluções” – um termo impreciso, da Inovapar, essa diversidade é o ponto mais mas quase inevitável em um ramo como o importante do acordo entre as duas empreda tecnologia da informação, que não oferece exatamente produtos, mas conjuntos de sas: “uma das principais motivações para softwares, sistemas de armazenamento de Paulo Banevicius, da GE Healthcare TI, Luiz Alberto Gonçalves e Ricardo Auriemo, diretores da Inovapar, termos essa parceria com a GE é justamente dados, serviços de computação na nuvem focados no ambiente de ultraespecialização. a capacidade de atender a perfis diferentes e tudo o que faz parte de um projeto de informatização na de clientes. Desde o mais simples até o mais complexo, do distribuição que incorpore componentes adicionais, para área médica. menor até o maior”, afirma. que a solução fique ainda mais adequada para o mercado”. “O termo ‘soluções’ acaba sendo usado em demasia” – Banevicius acredita que a parceria ajuda a garantir o A Inovapar contribuirá, por exemplo, no desenvolvimento concorda Paulo Banevicius, diretor da área de Healthcare IT “ambiente de ultraespecialização” necessário nesse ramo de projetos relacionados ao processamento, armazenamento da GE na América Latina – “mas no fundo, é isso mesmo: tão heterogêneo. “Se você não se prepara e não constrói e distribuição de imagens e ao gerenciamento do fluxo de começamos com o básico, que é entender qual é o problema um ecossistema que dê ao cliente formas de aprimorar seus trabalho de instituições médicas. que o cliente precisa solucionar a curto prazo e quais são resultados clínicos, operacionais e financeiros, você passa Luiz Alberto Gonçalves, diretor da Inovapar, ressalta suas dificuldades. Nosso segmento não é uma indústria de a ser apenas um pequeno revendedor de software, uma que a empresa possui uma “fábrica de software”, com uma prateleira”, analisa o diretor. pequena ilha no meio deste mundo que é a tecnologia da equipe de desenvolvimento formada por 120 profissionais A ideia, segundo o Banevicius, é “ter um canal de informação em saúde”. que trabalharão na concepção e integração dos softwares


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PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

TC dupla fonte de raios-X reúne preservação do paciente e precisão diagnóstica Especialista norte-americano explica as vantagens da tecnologia e ressalta que é do médico a responsabilidade de garantir condições ideais de radiação e contraste

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aixa quantidade de radiação emitida, capacidade de cobrir vários órgãos e alta resolução de vasos sanguíneos, tecidos e ossos são as características mais importantes das novas tecnologias em tomografia computadorizada (TC). O assunto foi abordado pelo Dr. Harold Litt, da Filadélfia (EUA), em uma das palestras da Jornada Paulista de Radiologia. O enfoque principal da fala do especialista foi a importância da baixa radiação e da redução das doses de contraste para a preservação da saúde dos pacientes. Harold Litt comentou que, independentemente da evolução dos equipamentos, é responsabilidade do

com tecnologia dupla fonte de raios-X que produz imagens radiologista sempre priorizar as práticas mais adequadas. 3D detalhadas do coração. “Durante a realização da tomografia, estamos tentando “A nitidez das imagens do coração, por ver, por exemplo, doença isquêmica do coexemplo, permite diagnosticar melhor os ração, estenose luminal coronária, a parede potenciais estreitamentos ou bloqueios das do vaso, perfusão, válvulas, entre outros artérias coronarianas que poderiam levar a elementos. Do ponto de vista técnico, temos ataques cardíacos. O coração está sempre questões como a SNR limitada, os efeitos se movendo, então congelar o movimento de contraste iodado e a radiação. É preciso é essencial para capturar imagens de alta cuidar, principalmente, dos dois últimos”, qualidade das artérias coronárias. A tecnocomentou o Dr. Harold Litt. logia também permite examinar pacientes O especialista destacou que os equipacom diferentes frequências cardíacas sem a mentos mais modernos de distintas marcas já necessidade de utilizar medicação”, explicou permitem a realização dos exames sem medicação, com menos radiação e mais agilidade Dr. Harold Liti, da Universidade o médico, ressaltando que outras vantagens são a aplicação de 50% menos quantidades na produção das imagens. O Dr, Litt atua no da Filadelfia de doses de radiação e a obtenção de imagens em metade do Hospital da Universidade da Pensilvânia (HUP), primeiro na tempo da antiga tecnologia de TC de 64 cortes. Filadélfia a oferecer tomografia computadorizada multi-slice,

CDK investe em equipamento de radiologia com tecnologia nacional

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CDK, com sede em Diadema (SP), é uma empresa 100% nacional que já tem uma atuação consolidada há 13 anos na fabricação de equipamentos de radiologia. “Nossa empresa começou de baixo, produzindo apenas um modelo de raio X com tecnologia analógica, e viemos evoluindo junto com a radiologia. Hoje, temos uma linha completa de equipamentos digitais e a confiança do mercado”, afirma Mauro Barroso Sassoni, proprietário da empresa, em entrevista ao ID. Segundo Sassoni, um dos principais recursos dos equipamentos digitais da CDK é o acesso remoto, disponível em toda a linha comercializada pela empresa. Essa tecnologia facilita a realização de check lists rotineiros da máquina e a atualização do software,

além de permitir a Outro recurso resolução de uma disponível nos equipamentos da CDK série de problemas – com tecnologia própor meio de uma pria, desenvolvida conexão à internet, no Brasil – é o auto sem a necessidade tracking, que possibida presença física de lita que, quando o paum técnico. ciente é posicionado “Isso agiliza muito, porque, na estativa, a ampola muitas vezes, um de raio X se ajuste automaticamente, sem a equipamento tem Mauro Barroso Sassoni, diretor da CDK e o difenecessidade de que o que ficar parado por rencial em serviços técnico ajuste a coluna. O ponto focal sempre quatro ou cinco dias à espera de um técnico”, estará alinhado à estativa, tornando o exame explica Sassoni. Segundo ele, essa tecnologia é um diferencial dos equipamentos mais preciso e rápido. da CDK: “o acesso remoto, em aparelho de A empresa também está lançando novos radiologia, é uma exclusividade que nenhumodelos em sua linha de equipamentos de ma das grandes empresas do setor possui”. raio X, como o Universal Dynamic, apre-

sentado durante a última edição da JPR. O equipamento compacto foi desenhado para proporcionar alta flexibilidade e produtividade clínica, para aplicações gerais de trauma, tórax, urologia, abdômen e atendimentos de urgência, permitindo tanto projeções AP quanto laterais e oblíquas. Sassoni acredita que, apesar da grave crise econômica, o mercado de equipamentos para radiologia deve melhorar em breve. “A saúde pública precisa de muitos novos equipamentos e o governo, em todas as esferas, vai precisar comprar, aquecendo o mercado”, analisa o proprietário da CDK, ressaltando que as clínicas do setor privado também devem voltar a investir, já que a saúde é um setor que não pode estagnar e há muita demanda. “Temos que acreditar no nosso país”, afirma.


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REPORTAGEM

Por Sylvia Veronica e Rafael Bettega (SP)

Cooperação entre países marca lançamento da LatinSafe A mobilização em torno do controle de dose, da redução dos índices de radiação ionizante nos exames de imagem e da proteção radiológica dos pacientes na América Latina começa a se transformar numa realidade, com a criação do LatinSafe, uma aliança entre países, idealizada em 2015, na JPR, com o objetivo de evitar riscos e preservar a saúde dos pacientes. É a primeira organização desse tipo no continente.

U

m dos momentos mais importantes dentro da Jornada Paulista de Radiologia, a JPR 2016, foi o lançamento oficial no Brasil do LatinSafe, o programa de informações para proteção radiológica e redução de dose de radiação na América Latina. As campanhas do LatinSafe pretendem gerar, por meio da educação, consciência em médicos, técnicos e a população sobre a importância das melhores práticas no diagnóstico por imagem. Na sessão especial de lançamento, o presidente da Sociedade Paulista de Radiologia, Dr. Antônio Soares Souza, destacou que o LatinSafe foi idealizado um ano antes, durante a edição 2015 da JPR. “Naquela ocasião, surgia a semente deste importante projeto, plantada por um grupo de profis-

grafia. “Estamos promovendo a cultura de proteção radiológica. É responsabilidade do profissional obter imagens de quali-

sionais preocupados com o tema da dose de radiação. Hoje floresce, mas ainda é frágil e precisamos continuar alimentando-o com o suporte de todos, a fim de que cresça forte e com boas raízes e possa efetivamente proteger a vida dos nossos pacientes”, comentou. O presidente da Sociedade Chilena de Radiologia, Pablo Soffia, apontou que as sociedades latino-americanas precisavam criar a aliança para trocar ideias, experiências e estratégias, a fim de conscientizar os profissionais e a sociedade sobre a importância de trabalhar com o mínimo possível de radiação em exames de raio-x e tomo-

de Barcelona, falou sobre a missão da aliança EuroSafe no suporte à proteção radiológica em toda a Europa. “Pretendemos fazer uma atuação holística, investindo em informação e comunicação. Acontece hoje uma mudança de paradigmas nas especialidades médicas e também na indústria e nós precisamos estar atentos à redução das doses de radiação. A nossa plataforma digital ajuda a aumentar a acessibilidade dos nossos colegas médicos à educação e informação, mostrando a utilização correta das doses nas distintas situações clínicas”, disse o especialista.

Experiência europeia Pablo Sofia, do Chile, ênfase na união

Antonio Soares de Souza, presidente da SPR

LatinSafe, no ano passado. Membros de outras associações com o mesmo propósito no Canadá, Japão, na África e na Europa, além da Image Wisely e da Image Gently, participaram das primeiras reuniões, organizadas pela Sociedade Internacional de Radiologia. O lançamento oficial da LatinSafe contou ainda com a apresentação do website da organização (www.latinsafe.org), que reúne artigos científicos, apresentações e dados de referência sobre a proteção radiológica em exames de adultos e pediátricos. O canal de comunicação é trilíngue (português, espanhol e inglês), mas no momento, apenas a versão em espanhol está no ar – as demais estão em construção.

dade com a menor dose possível, e sabemos que a redução da dose pode chegar a 50%. Queremos, basicamente, ajudar a conscientizar os radiologistas, pediatras e técnicos sobre a importância do tema, estabelecer padrões de referência na região, como os que já existem na Europa e nos EUA, e criar convênios com sociedades radiológicas continentais e nacionais para realizar atividades internacionais, como congressos”, explicou Pablo Soffia. O LatinSafe foi concebido na JPR 2015, quando o tema da dose certa de radiação foi escolhido para nortear aquela edição do evento. Na ocasião, após a realização de um painel internacional sobre esse tema, os conferencistas e demais radiologistas presentes lançaram a proposta de criação de uma organização latino-americana dedicada à questão da radiação. Fizeram parte desse encontro radiologistas da Argentina (Alfredo Buzzi), Brasil (Antonio Soares Souza, Pedro Daltro e Renato Adam Mendonça), Chile (Pablo Soffia) e Estados Unidos (Donald Frush, George Bisset e María Inês Boechat, que é brasileira, mas atua na Universidade da Califórnia em Los Angeles). O intercâmbio de informações, experiências e ideias pela proteção radiológica dos pacientes é intenso desde a criação do

A Sociedade Europeia de Radiologia desenvolve o EuroSafe, campanha semelhante para criar uma rede de serviços de imagiologia comprometidos com as melhores práticas de proteção contra as radiações. A parceria é realizada com os departamentos de imagem na Europa. Um dos projetos, chamado “A sua imagem é EuroSafe?” promove levantamento de dados sobre os padrões utilizados em hospitais, uma ferramenta de auditoria clínica e de segurança do pacien-

Donald Frush, da Gently e Image Wisely

Luis Donoso, da Universidade de Barcelona

te. Os centros de saúde que comprovam a segurança radiológica serão reconhecidos publicamente. O Dr. Luis Donoso, da Universidade

Donald Frush, da Gently (Alliance for Radiation Safety in Pediatric Imaging) e Image Wisely (programa da segurança do American College of Radiology), destacou, durante o lançamento do LatinSafe na JPR 2016, que o objetivo da aliança é promover mudança de comportamento e garantir que as melhores práticas sejam adotadas. “Nossa comunicação deve ser simples, direta e clara. Desde o surgimento da EuroSafe, percebemos que o nível de conscientização da comunidade médica e da sociedade sobre o controle da dose de radiação aumentou. Os novos equipamentos médicos também são criados com essa preocupação, além do desenvolvimento de radiofármacos. Não conhecemos ainda o risco da exposição às doses de radiação, portanto é preciso cautela”, afirmou.


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PREMIAÇÃO

SELEÇÃO

Concurso AIRP-SPR: escolha será no “Feres Secaf“

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om a presença da AIRP (American Institute for Radiologic Pathology) e convidados dos principais centros especializados a Sociedade Paulista de Radiologia realizará, de 29 a 31 de julho, o Curso de Atualização em Radiologia “Prof. Feres Secaf”. Na oportunidade, serão escolhidos entre os que se inscreveram nos prazos estabelecidos, os seis médicos residentes que participarão de Curso de quatro semanas, naquela instituição, em Maryland, Estados Unidos. Uma das mais importantes instituições do gênero, o AIRP mantém parceria com a SPR há vários anos e esta parceria abre espaço para que residentes brasileiros se aperfeiçoem nesse curso de quatro semanas. Neste ano, seis médicos serão agraciados com premiações diferentes: o primeiro e o segundo colocado irão com passagem e inscrição custeadas pela SPR, com o patrocínio da Bayer; o terceiro colocado, irá com inscrição custeada pela AIRP. Do quarto ao sexto colocado, será concedido um desconto de 50% de desconto na inscrição. Os interessados devem ficar atentos às exigências, como ter participado da JPR do ano corrente, com presença registrada em sala de aula, ser membro da entidade, estar inscrito no Curso de Atualização em Imagem “Feres Secaf”. É obrigatório que o candidato esteja em atividade em residência ou estágio em radiodiagnóstico, apresentar um oficio em que um docente ou responsável pelo serviço assegure conhecer os casos inscritos no concurso, autorizando desde já a doação do material à SPR e ao AIRP caso seja escolhido. Os detalhes para formalização da inscrição, o regulamento do prêmio e outras informações podem ser obtidos no site: www spr.org.br/concurso-airp-2016.

US com contraste por microesferas pode agilizar o tratamento no infarto agudo do miocárdio

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paciente na sua chegada ou em um hosesquisa apresentada pelo (AVC) e a trombose venosa profunda pital de referência, ou no futuro, até mesDepartamento de Eco(TVP). O procedimento requer a aplicação mo em uma sala de emergência por mais cardiografia do Instituto de ultrassom sobre o coração do paciente, simples que seja. Uma vez detectado o indo Coração de São Paulo na área do infarto, porém sem a finalidade farto agudo do miocárdio você pode, com (InCor) sobre a utilização de gerar imagens: quando as microbolhas aparelhos portáteis – isso é uma visão do do ultrassom com microesferas, comuinjetadas na corrente sanguínea entram no futuro não tão distante – colar no tórax do mente utilizadas como agentes de concampo do ultrassom, elas vibram e se rompaciente uma fonte emissora de ultrassom traste por microbolhas, no tratamento de pem, formando microexplosões na região que, de forma programada pelo aparelho, pacientes com infarto agudo do miocárdio do coágulo que causam a desobstrução vai automaticamente emitir o ultrassom de ganhou o prêmio de melhor trabalho do mecânica da artéria. forma intermitente durante a efusão 6º Congresso Brasileiro de Imagem endovenosa de um agente compost Cardiovascular (28º Congresso de por microesferas. Essa tecnologia Ecocardiografia), realizado em Belo tem uma chance muito alta de abrir Horizonte de 7 a 9 de abril. “O prêmio as artérias obstruídas no infarto é um reconhecimento ao trabalho da agudo do miocárdio”, afirmou prof. equipe, que será publicado em uma Wilson Mathias Jr. Segundo ele, das mais importantes revistas de a tecnologia deve estar disponível cardiologia do mundo, o “Journal of entre cinco a dez anos. the American College of Cardiology O assunto foi abordado em - JACC”, comemorou o Prof. Wilson reportagem publicada no jornal ID Mathias Jr., diretor do Departamento Interação Diagnóstica, em outubro, de Ecocardiografia do InCor SP. quando o prof Wilson Mathias jr. O assunto ganhou grande reperretornava de Chicago do “Bubble cussão na midia, visto que a técnica Meeting”, onde foi apresentado para pode revoluzionar o atendimento de a comunidade médica da imagem urgência, em pacientes com suspeita Dr. Wilson Mathias, diretor do Serviço de Ecocardiografia do internacional. de infarto. InCor, enfatiza: procedimento simples e eficaz”. Segundo ele, existem empreDurante o congresso em BH, os sas que estão estudando a confecção de Os estudos realizados no InCor, demédicos Bruno Tavares e Miguel Osman, capacetes que ativarão o ultrassom com monstram que o procedimento é simples da equipe do InCor, apresentaram os remicrobolhas do lado oposto da parte com sultados dos estudos da Sonotrombólise e eficaz e com resultados positivos, prindéficit motor em pacientes com AVC. “O cipalmente no atendimento de emergência - técnica que emprega o ultrassom, assoimpacto para a medicina do mundo todo é ciado à aplicação endovenosa de contraste dos pacientes na fase superguda do ingigantesco, tendo em vista que pelo menos farto do miocárdio. “No nosso estudo em por microbolhas no tratamento do infarto 30% da população do planeta morre por particular, tivemos um êxito de 80% de agudo do miocárdio com potencial para doenças cardiovasculares, onde a principal recanalização, um índice muito alto. Essa aplicação de outras síndromes trombóticausa são as doenças trombóticas cas, como o acidente vascular encefálico tecnologia tem o potencial de abordar o


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INOVAÇÃO

Impressão 3D: nova realidade na medicina Com o surgimento de materiais biocompativeis, a impressão 3D ganha um espaço cada vez maior na Medicina, no auxílio a procedimentos médicos e, principalmente no apoio ao ensino. Todo este potencial é foco de eventos e discussões, merecendo no ultimo RSNA’100 uma abordagem especial, focada em estudos que vêm sendo realizados nos Estados Unidos.

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oje, suas aplicações vão desde a Na 3Dux, a equipe do Dr. Bruno tem feito impressão de biomodelos, usaexperimentos com a tecnologia em urologia dos no planejamento cirúrgico com tumores renais. Trata-se de uma aplicação e no ensino, até a bioimpressão, inovadora, que ainda não é usada em outros que, com os estudos avançados países: “Neste momento, talvez o maior desafio de materiais, poderá substituir órgãos humanos seja encontrar mais aplicações do que o próprio em transplantes. domínio técnico”, afirma. Trata-se de um mercado que só tende a Tecnologia a serviço do ensino crescer. A consultoria internacional A. T. KearA importância da impressão 3D na mediney, recentemente, publicou estudo mostrando cina não se restringe à aplicação cirúrgica. Para que o mercado atual de impressão 3D movimeno ensino, ela apresenta inúmeras vantagens e ta em torno de US$ 4,5 bilhões com perspectiva facilidades. de atingir US$ 17,2 bilhões até 2020. O estudo Nas faculdades, até hoje o aprendizado é feito estima que só o setor de saúde represente de por meio dos cadáveres, cada vez menos disponí15% a 17% do mercado atual, e deverá atingir veis, ou pelo estudo dos exames radiológicos, mas entre 20% e 25% nos próximos cinco anos. Bruno Aragão e Virginio Rubin Neto, enfatizam: “trata-se de tecnologia complementar ao que não conseguem dar o entendimento espacial Diante de importância dessa técnica inova- radiologista”. dos órgãos. Assim, a impressão deve resolver a dora e de seu potencial mercado, o Jornal ID – questão essencial para a compreensão prática. Interação Diagnóstica conversou com o Dr. Bruno Aragão, do osso. Sem o uso do 3D, o cirurgião precisaria moldar a Exemplo disso é o que já se pratica no Projeto Otobone, diretor da 3Dux Medical Solutions, fundada em 2013. placa no intraoperatório, o que leva de 20 a 50 minutos. realizado pelo Departamento de Otorrinolaringologia da Radiologista de formação pela Faculdade de Medicina Avançando nas possibilidades FMUSP em parceria com a 3Dux. A empresa criou o osso da USP, atua no Instituto de Radiologia-HCFMUSP em temporal artificial, substituindo a necessidade desse tipo de radiologia geniturinária, Bruno Aragão reconhece que “a Além dos biomodelos, há outras possibilidades de apliosso de cadáver nos cursos de ensino regular da disciplina impressão 3D na medicina não é mais uma tendência, mas cações – uma delas, nos chamados guias cirúrgicos. de otorrino. algo que veio para ficar, uma tecnologia que está se inteA impressão 3D permite desenhar o instrumental ciA tecnologia permite, inclusive, que sejam impressos grando cada vez mais à rotina médica”. rúrgico personalizado para o paciente, como guia de plano não apenas ossos com anatomia perfeita, mas também mode“Trata-se de tecnologia complementar ao radiologista. de corte ou de fração. Com esse guia baseado na anatomia, los que apresentem formatos com anormalidades. “Com ele, Hoje, um cirurgião pede uma tomografia e recebe imagens o médico consegue desenvolver com muito mais precisão e o aluno consegue operar de maneira bem fidedigna, como se e o laudo. Imagino que, rotineiramente, o fluxo será o sesegurança o corte por ele planejado anteriormente. Dr. Bruno fosse um osso de cadáver”, enfatiza Dr. Bruno. guinte: o médico pedirá uma tomografia, receberá o laudo define os guias impressos em 3D como “uma peça que se e solicitará uma peça no biomodelo 3D com o laudo. Ele encaixa como uma chave de fechadura no osso”. Pesquisa dirá que deseja uma tomografia de coluna e uma réplica da Outro campo de aplicação da tecnologia são os materiais No momento, os campos de aplicação da tecnologia da coluna para entender a deformidade”, afirma. implantáveis, ou seja, a bioimpressão, uma inovação a ser impressão 3D são os mais pesquisados no País, como é caso consolidada. Por meio dela, seriam Aplicações do estudo desenvolvido pela equipe do Dr. Bruno, que conta fabricados órgãos com estruturas com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do desenhadas com impressão 3D e A tecnologia está mais inteEstado de São Paulo (FAPESP). povoados com as próprias células grada hoje às áreas ortopédica e Está em andamento o estudo da fabricação de placas em do paciente, substituindo órgãos craniofacial. Aragão explica que metal específicas para cada paciente, em casos ortopédicos e humanos nos transplantes. Para Dr. presta serviços regularmente para craniofaciais. “Hoje o paradigma é que há placas padrão que Bruno, esse será o ‘boom’ das próxivários cirurgiões em São Paulo, são adaptadas para o paciente quando, na verdade, sabemos mas décadas. que atuam em hospitais como que não tem que ser No entanto, essa é Albert Einstein, Sírio Libanês assim”, explica Dr. uma área muito mais incie Oswaldo Cruz, e que usam a Bruno. piente por envolver uma questão tecnologia 3D em biomodelos nas cirurgias As placas perregulatória, além de os materiais dessas áreas. “Produzimos uma réplica exasonalizadas impresimplantáveis exigirem biocompatamente do que está na imagem – tomografia sas em 3D já são tibilidade amplamente testada. É –, em tamanho real do formato do órgão realidade fora do um campo do conhecimento mais como, por exemplo, o rosto do paciente. Com País e, segundo ele, lento, embora os estudos já esteisso, o médico tem o perfeito entendimento está muito próximo jam avançados no mundo. espacial”, explica. de isso acontecer Com o modelo 3D em mãos, o cirurgião Tecnologia no Brasil e no mundo aqui também, pois já se encontra em fase de aprovação na entra na sala com toda a estratégia planejada, sabendo com Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). No Brasil, a nova tecnologia começa aos poucos a entrar exatidão onde irá cortar e retirar ângulos de rotações, por Talvez um os maiores entraves para a ampliação mais na rotina médica. Em países da Europa e nos Estados Unidos, exemplo, o que resulta em menor tempo de cirurgia, dimirápida dessa tecnologia ainda esteja nos altos custos envolos departamentos de impressão 3D dos hospitais são cada nuindo riscos ao paciente e custos efetivos. vidos. No entanto, trata-se, sem dúvida, de uma extensão da vez mais frequentes. O foco é na área óssea, considerada o Dr. Bruno ressalta que, com a tecnologia, o médico conimportância da imagem, que passa pela sala dos laudos e diagcarro-chefe da utilização, mas a tecnologia também é utilisegue, também, dobrar, antes da cirurgia, placas instrumennósticos e adentra sólida e definitivamente a sala de cirurgia. zada em tumores e na cardiologia. tais que colocará no paciente no formato exato do contorno

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ACONTECE

EVENTO

Congresso Internacional no HIAE

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ias 26 e 27 de agosto, o Hospital Israelita Albert Einstein promoverá o III Congresso Internacional de Diagnóstico por Imagem, simultaneamente com o VII Simpósio de Ressonancia Magnética e II Curso de Suporte a Vida em Radiologia. Evento multidisciplinar, o Congresso do HIAE está estruturado em Cursos das Especialidades Radiológicas, Cursos Teóricos Práticos, Cursos práticos, com hands ond, módulos e curso teórico para Enfermagem. A Comissão Organizadora, constituída pelos drs. Carlos Ventura Pinto, Luiz Guilherme Carvalho Hartimann, Miguel José Francisco Neto, Gilberto Szarf, Marcelo Buarque de Gusmão Funari e Ronaldo Hueb Baroni, estabeleceu que o temário estará focado nas áreas de engenharia clínica, Física prática de RM, Mama, Musculoesquelético, Neurorradiologia e Diagnóstico por imagem em Cabeça e Pescoço, Pediatria, Tórax, Ultrassonografia e Emergências ultrassonográficas. O Curso de Suporte a Vida em Radiologia será realizado no Centro de Simulação Realística. Está prevista, também, a realização de exames de RM para biomédicos e Tecnólogos As aulas serão reaizadas no Auditório Moise Safra, e as inscrições podem ser feitas, desde já: www.einstein. br/eventos. Outras informações (11) 2511001 – Opção: 1.

19º SOBRICE: de 14 a 16 de julho em SP

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ntre os dias 14 e 16 de julho de 2016 será realizada a 19ª edição do Congresso da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (SOBRICE), no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. A programação cientifica contará com renomados palestrantes internacionais e nacionais, distribuídos por simultâneas de Radiologia Intervencionista e de Neuror-

radiologia Terapêutica, e workshops com o objetivo transmitir dicas práticas e tirar dúvidas sobre os procedimentos. Outra grande atração será o SOBRICE MEETS WCIO, onde especialistas do WCIO (World Congress of Interventional Oncology) debaterão, em conjunto com membros da SOBRICE, vários tópicos relacionados à Oncologia Intervencionista. Haverá, também, uma sessão onde serão debatidos temas relacionados a relação entre os médicos ra-

diologistas intervencionistas e as operadoras de saúde, com foco em OPMEs e Normatização de procedimentos. Após as exposições teóricas, os congressistas sempre terão a oportunidade de ter contato com os materiais usados nos diversos procedimentos. Ainda durante o Congresso, será realizada Assembleia Geral Ordinária da entidade para a eleição da Diretoria da SOBRICE para o biênio 2017-2018. Mais informações e inscrições pelo site: www.sobrice2016.com.br .

Em setembro, Porto Alegre sediará o Simpósio da International Skeletal Society

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ntre os dias 30 de setembro e 1º de outubro, Porto Alegre sediará o Simpósio da International Skeletal Society (ISS), focado em ressonância magnética do sistema músculo-esquelético, nas áreas de medicina esportiva e artropatias: O evento será realizado no Centro de Eventos do Hotel Laghetto Viverone, no Bairro Moinhos de Vento, e os participantes terão a oportunidade de acompanhar palestras de profissionais da International Skeletal Society. O Programa de Extensão da International Skeletal Society (ISS) cumpre um dos principais objetivos da entidade, de fornecer

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educação de alta qualidade no diagnóstico e tratamento de lesões músculo-esqueléticas e esta é a primeira vez que Porto Alegre recebe esse evento do Programa de Extensão da ISS, que desde 2003 já esteve presente em mais de 50 diferentes cidades espalhadas pelo mundo. O evento é uma ação conjunta do Instituto Cesar Santos (ICS) e Hospital Mãe de Deus, tendo como responsável técnico o médico radiologista e chefe da Ressonância Magnética do Hospital Mãe de Deus, Marcelo Abreu. No site www.cesarsantos.org.br, os interessados podem fazer as inscrições e obter mais informações.

Meio de contraste por Microbolhas

rganizado pela dra. Andrea Cavalanti Gomes, dra. Julia Diva Zavariz e dr. Osmar de Cassio Saito, será realizado no Instituto de Radiologia HCFMUSP no dia 12 de novembro, Curso sobre o tema Bases físicas, aplicações diagnósticas e na prática médica de contraste ultrassonográfico por microbolhas. O evento enfocará, desde os princípios físicos e evolução dos meios de contrastes, Aplicação dos meios de contraste no diagnóstico das lesões focais hepáticas, assim como procedimentos de biópsia e tratamento. Haverá, também, abordagem sobre inclusão de meio de contraste na prática diária, tendências futuras, Reações adversas e abordagem. O curso terá uma espaço para abordagem prática, com a participação do dr. Marcelo Strauss, no refluxo vésico ureteral em pediatria, como preparar o meio de contraste para pesquisa do refluxo vésico ureteral, entre muitos outros. Informações: cerb.fm.usp.br/inrad, ou pelo tel. (11) 2661-7067


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ESTANTE

Obra inovadora para a Medicina Nuclear “Cintilografia Óssea com 99m Tc – Fundamentos da Interpretação”, livro de autoria do Médico Nuclear Prof. João Eduardo Irion, fundador do Serviço de Medicina Nuclear de Santa Maria, criado em 1971, foi lançado na JPR´2016, editado pela Revinter, que, na oportunidade lançou também a segunda edição do Livro de Radiologia Básica, do dr. Carlos Mello, da Paraiba. A Elsevier apresentou nova edição do livro da dra. Anne Osborn, “Diagnostic Imaging - Brain”.

N

a ocasião, o autor falou ao ID sobre a obra, enfatizando que o acúmulo de conhecimento sobre cintilografia óssea começou a acontecer de fato na década de 60 com a invenção da câmera de cintilação e do gerador de tecnécio. Até então a cintilografia do esqueleto era limitada pelo uso do cintilógrafo linear e pelos isótopos do estrôncio o que praticamente restringia o exame à oncologia.

Prof. João Eduardo Irion de Santa Maria, RS

“Os conhecimentos científicos originam-se nos trabalhos de pesquisa e consolidam-se em livros, lembrou o prof. Irion. E, no caso da Medicina Nuclear, os trabalhos estão disper-

sos em centenas de revistas e os livros sobre diagnóstico de lesões ósseas e articulares são formatados como atlas, isto é, compreendem imagens de casos isolados ou, então, são livros de clínica. Na literatura da especialidade faltam livros com base na semiologia que fundamentem a interpretação da cintilografia óssea especialmente para facilitar a base de conhecimento do estudante de graduação ou residência. Vejo o livro “Cintilografia Óssea com 99m Tc – Fundamentos da Interpretação” como uma contribuição para suprir essa lacuna”, ponderou o autor. O livro revê a fisiologia osteoarticular como requisito fundamental para a compreensão da fixação do radiofármaco no esqueleto normal e patológico. O trabalho aborda fundamentos da instrumentação, revê técnicas e sistematiza e reformula conceitos. O texto é inovador sob vários aspectos, por exemplo, em oito capítulos propõe e descreve a uma nova forma de anatomia, a anatomia cintilográfica do esqueleto. Cria e fundamenta um novo setor na especialidade intitulado “ótica cintilográfica”. O trabalho aborda ângulos novos dos sinais cintilográficos fundamentais das lesões dos ossos, das articulações e partes moles, inovando com a descrição de padrões e sinais cintilográficos das lesões na fase vascular e na fase óssea do exame. O texto é ilustrado por 350 figuras compreendendo mais de 800 imagens, todas elas originadas do acervo do Serviço de Medicina Nuclear por ele criado em Santa Maria, Rio Grande do Sul.

Expediente Interação Diagnóstica é uma pu­bli­ca­ção de circulação nacional des­ti­na­da a médicos e demais profissio­nais que atu­am na área do diag­nóstico por imagem, espe­cia­listas corre­lacionados, nas áreas de or­to­pe­dia, uro­logia, mastologia, gineco-obstetrícia. Conselho Editorial Sidney de Souza Almeida (In Memorian), Hilton Augusto Koch, Dolores Bustelo, Carlos A. Buchpiguel, Selma de Pace Bauab, Carlos Eduardo Rochite, Omar Gemha Taha, Lara Alexandre Brandão, Nelson Fortes Ferreira, Nelson M. G. Caserta, Maria Cristina Chammas, Alice Brandão , Wilson Mathias Jr. Consultores informais para assuntos médicos. Sem responsabilidade editorial, trabalhista ou comercial.

Jornalista responsável Luiz Carlos de Almeida - Mtb 9313

Redação Alice Klein (RS), Daniela Nahas (MG), Denise Conselheiro (SP), Lilian Mallagoli (SP), Milene Couras (RJ), Rafael Bettega (SP) Silvana Cortez (SP), Sylvia Verônica Santos (SP) e Valeria Souza (SP) Arte: Marca D’Água Fotos: André Santos, Cleber de Paula, Henrique Huber e Lucas Uebel Imagens da capa: Getty Images Administração/Comercial: Sabrina Silveira Impressão: Duograf Periodicidade: Bimestral Tiragem: 12 mil exemplares Edição: ID Editorial Ltda. Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 2050 - cj.108A São Paulo - 01318-002 - tel.: (11) 3285-1444 Registrado no INPI - Instituto Nacional da Pro­prie­dade Industrial. O Jornal ID - Interação Diagnóstica - não se responsabiliza pelo conteúdo das men­sagens publicitárias e os ar­tigos assinados são de inteira respon­sa­bi­lidade de seus respectivos autores.

E-mail: id@interacaodiagnostica.com.br

Rio sedia curso interativo em doenças musculoesqueléticas Evento será realizado em novembro com aulas e workshops de renomados especialistas internacionais

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m curso intensivo sobre doenças musculoesqueléticas será realizado no Rio de Janeiro, entre os dias 4 e 6 de novembro, quando especialistas do Brasil e do exterior vão ministrar aulas e workshops sobre temas distintos em radiologia. O curso é organizado pelo International Diagnostic Course Davos (IDKD), que oferece workshops interativos apresentados por palestrantes internacionais direcionados

por área da radiologia, com tópicos variados a cada edição. As áreas de estudo são Neuro, Cabeça e Pescoço e Coluna – Tórax, Coração e Vasos (angio) – Abdome e Pelve – Musculoesquelético. Os cursos são realizados em Davos, na Suíça; Atenas, na Grécia; Pequim e Hong Kong, na China; e no Brasil. O curso intensivo no Rio de Janeiro terá 14 workshops, abordando o diagnóstico por imagem em doenças do sistema musculoesquelético. Os participantes vão estudar e discutir os casos apresentados, com suporte de material adicional e questões pertinentes, que permitem interação ativa. Além dos workshops, cinco aulas sobre novas tecnologias em Imagem Musculoesquelé-

tica. A apostila digital com o conteúdo dos workshops, em versão geral e atualizada, estará disponível aos profissionais, que também terão acesso a casos bem documentados no banco de dados online do IDKD. Entre os especialistas que vão coordenar os workshops estão Lawrence M. White, de Toronto (CA), que vai falar sobre pós-operatório de joelho e ombro e instabilidade glenoumeral; David Rubin, de St. Louis (EUA), que abordará imagens musculares e de joelho, e Christine Chung, de San Diego (EUA), com os temas “artrites”, “mãos e punhos”. Alguns especialistas brasileiros serão responsáveis pelas aulas do curso, entre eles

Marcelo Bordalo Rodrigues, de São Paulo (SP), sobre Imagem do Plexo Braquial; Clarissa Canella, do Rio de Janeiro (RJ), com Técnicas Avançadas de Imagem em Radiologia Musculoesquelética e aplicações clínicas potenciais; Abdalla Skaf, de São Paulo (SP), sobre aspectos de Imagem das Articulações Acromioclavicular e Esternoclavicular; e Marcelo de Abreu, de Porto Alegre (RS), a respeito do papel da Imagem em Trauma Periférico do Sistema Musculoesquelético, além de Rodrigo Restrepo, de Medellín, na Colômbia, que falará sobre tumores ósseos. A programação completa e detalhes do evento estão disponíveis no site www.idkd.org


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