ID 93 Agosto-Setembro 2016

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AGOSTO / SETEMBRO DE 2016 - ANO 15 - Nº 93

O impacto da inteligência artificial no futuro dos radiologistas

Menos invasiva e mais ágil, intervenção amplia o papel da imagem

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interesse pela Radiologia Intervencionista aumenta entre os profissionais. A técnica oferece muitas alternativas diagnósticas e terapêuticas e, neste contexto, tem interface com outras especialidades médicas, que requisitam frequentemente o suporte do radiologista intervencionista em diversos casos clínicos. Quem foi ao Congresso da SOBRICE (Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endoscópica), realizado em São Paulo, pode conhecer um pouco mais sobre toda esta evolução. No evento, o ID Interação Diagnóstica conversou com o dr. Ricardo de Paula Pinto, presidente da entidade, dr. Silvio Cavazzola e dr. Joaquim Mattos Leal, sobre o tema e o futuro dessa atividade. Pag. 5

As inovações tecnológicas vêm mudando os fluxos de trabalho e propondo maior interação entre diferentes áreas de conhecimento. Na medicina, as transformações prometem ser profundas e definitivas. Neste contexto, o médico, em especial o radiologista, tem papel central e algumas alternativas para confirmar a relevância do seu papel na promoção da saúde dos pacientes. Nesta edição, o ID Interação Diagnóstica levantou os principais aspectos da questão, tanto sob o ponto de vista das demandas dos pacientes quanto dos desafios para médicos e sistemas de saúde. Você vai conferir ainda a opinião de especialistas sobre o assunto. Em uma entrevista exclusiva, o dr. Conrado Cavalcanti, que é médico radiologista do Hospital Sírio Libanês e coordenador do PADI-CBR (Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem), aprofundou a análise sobre os desafios e perspectivas para a carreira do radiologista. Pags 3, 6, 7 e 8.

CBR’16

CBR16 terá Sergio Moro na abertura

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abertura do 45º Congresso Brasileiro de Radiologia (CBR16), em Curitiba, no dia 13 de outubro, no centro de convenções Expo Unimed, neste ano será diferente. Contará com a presença do Dr. Sergio Moro, juiz federal da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba (PR), especializada em crimes financeiros, de lavagem de dinheiro e crimes praticados por grupos organizados. O juiz é reconhecido nacionalmente por sua atuação na Operação Lava Jato. O Congresso vai tratar de assuntos de grande interesse, com um conteúdo científico atual, foco na Radiologia Abdominal e marcará também e eleição da nova diretoria, em Assembleia Geral, visto que apenas uma chapa se candidatou, liderada pelo prof. Manoel de Souza Rocha, atual diretor científico da entidade. Interessados em participar têm até o dia 23 de setembro para fazer sua inscrição com desconto. Informe-se no www.congressocbr.com.br Pag. 18

PI RADS: um protocolo para alterações prostáticas Trabalho realizado na PUC RS, tendo a frente o dr. Matteo Baldisserotto, e elaborado pela dra. Marcia Oliveira Moraes, para sua tese de mestrado, intitulada Importantes considerações sobre a segunda versão do PI RADS (Prostate Imaging Reporting and DataSystem) é um dos pontos altos do conteúdo do Caderno Application, nesta edição, ao lado de pesquisa sobre Radiação e uma revisão de literatura sobre Tomossíntese. Vale a pena conferir.

Tecnologia e inovação: o papel da mão de obra qualificada Com o objetivo de preparar mão de obra qualificada para atender às carências do mercado de saúde, a GE Healthcare em parceria com o SENAI implantou um programa de ensino que começa a mostrar seus resultados. Em matéria nesta edição, o diretor da GE Healthcare, Daurio Speranzini Jr., fala sobre esse projeto. Pag. 16


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AGO / SET 2016 nº 93

Por Luiz Carlos de Almeida e Sylvia Veronica

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EDITORIAL

O radiologista no centro das transformações tecnológicas

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o mundo digital, os desafios da qualificação, da multidisciplinaridade e de novos modelos de trabalho podem levar a especialidade a um lugar de maior destaque no contexto do atendimento à saúde

que atestam a especialização e, mais recentemente, os programas de acreditação que, ao organizar serviços, reestruturar gestões, criam níveis de exigência para o profissional, que valorizam o seu trabalho e podem refletir na sua remuneração.

“A visão humana é uma das tarefas mais difíceis para computadores e a maior dificuldade dos algoritmos das máquinas em alcançar o desempenho do trabalho humano é justamente não conseguirem explicar porque um objeto foi identificado como anormal”. Esta afirmação, do dr. Eliot Siegel, da Universidade de Maryland, Estados Unidos, no mundo tão digital, pode tranquilizar aqueles que temem pelo futuro do diagnóstico por imagem e, ao mesmo tempo, decepcionar aqueles que acreditam que os aplicativos e demais recursos digitais vão fazer tudo.

Durante décadas, desde que Roentgen descobriu os raios X e Marie Curie implementou a radiologia móvel, o processo de evolução da especialidade acontece em ritmo compatível com a realidade do momento. O médico radiologista era apenas um emissor de laudos, nos porões dos hospitais, hoje está no centro das decisões. Talvez essa realidade modesta e até ambígua, já que a importância do profissional era subestimada, tenha gerado uma postura mais contida do médico da imagem ao longo de décadas. O advento dos demais métodos, CT, RM e o US, vem mudando esta realidade.

O discernimento e a capacidade de decidir são habilidades do cérebro humano, guiado pela visão. Por trás de tudo, a mente avalia, define e conduz. Por trás de um monitor, há sempre uma cabeça pensando. Mas o que parece óbvio está sendo esquecido por muitos.

Agora, o trabalho é em equipe e a imagem tem que estar presente, dar sua parcela de contribuição no diagnóstico, opinar e conduzir raciocínios. O paciente é um ser integral e deve ser visto dentro da multidisciplinaridade, como forma de obter resultados mais precisos e eficientes.

Estas considerações dão uma dimensão das preocupações que assolam a cabeça dos que têm o compromisso de decidir sobre o futuro das instituições, sobre o papel das especialidades, sobre a capacidade do médico e a sua importância, insubstituível, no trato com a doença. Impossível não reconhecer o quanto avançamos, na agilidade do ato diagnóstico, com tecnologias cada vez mais sofisticadas. Mesmo em países com tantas diferenças regionais, como o Brasil e outros tantos, a imagem do diagnóstico corre acelerada, mas, para que isso ocorra, alguém tem de dizer o que contém aquela imagem. Neste contexto, o dr. Siegel mantém a firme defesa de que a Radiologia, como síntese de uma especialidade, é a que mais se beneficia de tudo isso e abre para o profissional que estuda, que se aplica e que se atualiza, uma gama enorme de opções. Instrumentos têm sido criados ao longo dos anos pelas entidades representativas justamente para estabelecer parâmetros, para definir posturas e valorizar a qualidade. São os eventos médicos, com suas possibilidades de atuação, os títulos de especialista, como referenciais

Como será então o futuro do médico radiologista? Como tratar este profissional? Questões como esta percorrem os gabinetes e as salas de laudos de todos que atuam e se interessam no futuro do trabalho médico. Como resolver os conflitos de interesse, a necessidade crescente de atualização, a pressa dos mais jovens e a pouca paciência da geração digital? Muitas dessas respostas são difíceis de encontrar. Uma certeza nos motiva a continuar questionado: é preciso se atualizar continuamente. Nesta edição do ID Interação Diagnóstica, a nossa matéria principal traz uma série de informações a fim de contribuir com esta reflexão tão importante para o futuro da especialidade. Vamos mostrar algumas novidades na área da inteligência artificial que vêm transformando processos e fluxos de trabalho em hospitais e clínicas, e o que revelam pesquisas a respeito das expectativas dos pacientes sobre o trabalho do radiologista. Para estimular a discussão, convidamos especialistas para analisar o papel dos profissionais e demais agentes da área médica diante deste novo contexto. Boa leitura.

CO M U N I C A D O

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AGO / SET 2016 nº 93

O BIMESTRE

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Por Luiz Carlos de Almeida (SP)

ão Paulo – Padi acredita primeira clínica na capital paulista – Serviço de referência, com 38 anos de história, o Cura Imagem Diagnóstica é a primeira da capital paulista a receber o certificado do Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem (Padi) do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR). A entrega do documento aconteceu no dia 14 de julho, na sede do CBR, em São Paulo (SP). Esteve presente o radiologista prof. Jacob Szenjfeld, que recebeu o certificado das mãos do presidente, dr. Antonio Carlos Matteoni de Athayde, e do coordenador do Padi, dr. Conrado Cavalcanti. “Mais uma grande clínica junta-se ao Padi. Ter um parceiro com tantos anos de história e excelentes serviços prestados à sociedade mostra a força do programa do CBR, que, com certeza, se tornará cada vez maior”, enaltece o dr. Matteoni. “Estamos muito satisfeitos por receber a acreditação do programa. Sentimo-nos

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amadurecidos, percebendo lista, a auditoria interna é que os processos passaram um imenso protetor para a funcionar melhor após a os problemas do dia a dia adoção do Padi”, exalta o prof. de qualquer clínica e tem Jacob, que considera o CBR um direcionamento muito ter seu próprio programa de interessante, pois a verificertificação uma iniciativa cação de erros de procedimuito poderosa e uma intermentos ou de protocolos pretação bastante correta e permite a educação e a avançada das necessidades correção, a melhoria dos da especialidade. “Os doutoprocessos, além de ser uma res Henrique Carrete Junior, retroalimentação positiva. Antonio Carlos Matteoni de Para ele, a realização de Athayde e Conrado Cavalprotocolos bem definidos canti, que são os líderes do e desenvolvidos para o Padi, têm um lugar especial atendimento do paciente “O Padi não é algo passageiro. Veio para ficar”, afirmou o prof. Jacob ao receber o documento. na história da radiologia, tem ajudado sobremaneiação no ensino e na prestação de serviços porque o programa chegou para mudar a ra a gestão das clínicas de Diagnóstico por diagnósticos, a qualidade é fundamental especialidade. Não é algo passageiro. Veio Imagem: “Temos uma variedade enorme de ferramenta de gestão e acredita que os gespara ficar e ser aprimorado.” Referiu-se, tamriscos no cotidiano: identificação, protocolos tores de clínicas estejam se conscientizando bém à equipe de auditores, que considerou errados, emergência, mau atendimento, ende sua importância: “Existe um custo para “ extremamente eficiente, respeitosa com tre outros. Se há um protocolo sistematizado, a clínica, mas seu resultado é evidenciado procedimentos e processos de atendimento”. isso melhora de forma significativa a atuação em várias ações. De acordo com o especiaPara o prof. Jacob, que tem forte atuda clínica”, conclui.

ecife – Evento mostra a força da entidade – Com a participação de 550 inscritos e 80 professores convidados, a XIX Jornada Pernambucana de Radiologia, presidida pela dra. Maria de Fatima Vasco Aragão, e o XXVI Curso de Diagnóstico por Imagem da Mama, coordenado pela dra. Norma Maranhão, mais uma vez mostrou a força da SRPE, uma das filiadas do CBR mais atuantes. Aulas com conteúdo científico e prático de qualidade para a atualização dos profissionais da Radiologia, ministradas por professores brasileiros, e a presença Dras. Maria de Fatima Aragão e Norma Maranhão ladeadas, a partir da esquerda, pelos drs. Scott Atlas (EUA), Antonio C. Matteoni, Antonio Soares e os homenageados, do professor Scott Atlas, da Universidade Manoel Rocha, Antonio Aguiar e Ronaldo Lins. de Stanford (USA), fortaleceram da programação científica. Maranhão pela criação do Curso de Diagnóstico por Imagem Fátima Vasco Aragão, iniciou agradecendo todo o empenho Durante o evento, foi realizada uma festa regional, com da Mama, há 26 anos. Foram homenageados com o título de e ajuda da Comissão Organizadora e Diretoria Executiva, do homenagem ao mestre Vitalino, ceramista e músico. Na soMembro Honorário os radiologistas dr. Antonio Aguiar (PE), Colégio Brasileiro de Radiologia e das empresas patrocinalenidade de abertura, a presidente da SRPE, dra. Maria de dr. Manoel Rocha (SP) e dr. Ronaldo Lins (MG). doras para realização do evento. Agradeceu a dra. Norma


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