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a inovação na prática diária
“Como exerço liderança na minha área, defendo, por meio da educação, a melhor prática do uso do método ultrassonográfico, e intenciono sempre viabilizar, além da educação, o acesso à ultrassonografia de qualidade em diversas áreas remotas, pobres e/ou em desenvolvimento do planeta. Nessas regiões com dificuldade de acesso aos métodos diagnósticos por imagem mais dispendiosos, a US pode representar excelente e, muitas vezes, única opção de diagnóstico por imagem!”, enfatiza a livredocente sobre a sua missão.
Os Avan Os Do Us E Os N Dulos Da Tireoide
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Para obtenção do título de Professor Livre-Docente junto à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Departamento de Radiologia e Oncologia (Disciplina de Radiologia), a doutora Maria Cristina Chammas apresentou o texto sistematizado elaborado de forma crítica sobre a “Contribuição da ultrassonografia ao estudo dos nódulos da tireoide: do diagnóstico ao pós-tratamento”.
De acordo com a autora, esse texto sistematizado analisa de forma crítica, dentro da perspectiva histórica dos avanços da US, os principais resultados que ela obteve nas últimas duas décadas, enfatizando a contribuição do estudo ultrassonográfico para: melhorar a estratificação do risco de malignidade dos nódulos da tireoide; orientar novos procedimentos para tratá-los; e aprimorar o estadiamento cervical e o acompanhamento pós-tratamento cirúrgico dos tumores da tireoide, fazendo referência às pesquisas realizadas conforme a evolução tecnológica dos equipamentos ultrassonográficos.
Segundo a pesquisadora, devido ao constante desenvolvimento pelo qual a US tem passado, aliado ao excelente custo-benefício e à importância fundamental para o estudo por imagem da tireoide, ela se interessou em investigar as diversas facetas da sua aplicação. “O nosso percurso iniciou-se pesquisando as diversas ferramentas ultrassonográficas disponíveis e os seus avanços para a caracterização do nódulo tireoidiano, buscando agregar valor diagnóstico para o melhor desfecho aos nossos pacientes. Passamos também pela busca de novas modalidades terapêuticas guiadas por US. E terminamos por estudar como melhorar o estadiamento dos tumores e o seguimento pós-tratamento por US. Este texto sistematizado analisa, de forma crítica, dentro da perspectiva histórica dos avanços da US, os principais resultados que obtive nas últimas duas décadas, enfatizando a contribuição do estudo ultrassonográfico para: melhorar estratificação do risco de malignidade dos nódulos da tireoide, orientar novos procedimentos para tratá-los e aprimorar o estadiamento cervical e o acompanhamento pós-tratamento cirúrgico dos tumores da tireoide”, explica, complementando: “assim, explorei, ao longo de meu percurso, as diversas facetas da US, o que envolveu dezenas de estudantes e colaboradores da nossa e de outras instituições, contribuindo para melhorar os desfechos dos pacientes portadores de nódulos da tireoide”.
Em seu trabalho, relata que a busca contínua por formas de estratificar o risco dos nódulos da tireoide demonstra que ainda não há um consenso e muito menos um sistema. Ela expôs várias questões que ainda se impõem e, também, muitas conquistas que obteve acompanhando a evolução tecnológica dos equipamentos. “Consequentemente, conseguimos entregar, por meio das várias modalidades ultrassonográficas, informações que necessários tempo e aprendizagem do programa para que ele seja perfeitamente aplicável na prática”, explica. O trabalho deixa claro que a lacuna existente para estratificar o risco de malignidade do nódulo da tireoide talvez seja uma equação cuja solução será composta de uma análise multiparamétrica, que por vezes, somada aos testes moleculares, poderia auxiliar os médicos na tomada de decisão.
Apesar de satisfatórios, a maior limitação da aplicação em larga escala dos testes moleculares em tireoide é o custo. Portanto, a busca por solução de menor impacto financeiro, tanto para o sistema de saúde pública como para o setor privado, se faz necessária. Nesse sentido, o emprego da IA, com possibilidade de o próprio programa sugerir o risco, talvez possa auxiliar médicos menos experientes nessa tarefa, com menor custo e em maior escala. “Ainda há muito o que pesquisar e podem auxiliar o médico na melhor conduta terapêutica”, acentua Chammas.
Cita ainda que temos vivido uma era de inovações e de inteligência artificial (IA), o que expande as alternativas a serem exploradas, e que a IA pode ser uma oportunidade para auxiliar o médico que faz US na interpretação das imagens, bem como poderá contribuir para o controle de qualidade da aquisição de imagem. “Já com o programa de IA instalado em estação de trabalho, será possível rever o caso; e com o auxílio dessa ferramenta, estratificar o risco dos nódulos. Tivemos acesso a um desses programas de IA para estratificação do risco do nódulo da tireoide, e nosso estudo está em análise estatística. Contudo, da nossa modesta experiência com o sistema, podemos perceber que, apesar de a ideia ser fantástica, ainda serão aprender, o que nos estimula cada vez mais a impulsionar nosso grupo de pesquisa, residentes, alunos e pósgraduandos a se engajarem na ciência e a explorarem o desenvolvimento tecnológico. Isso tudo certamente agregará informações valiosas não somente ao campo da assistência, beneficiando os nossos pacientes, como também contribuirá para o crescimento acadêmico”, acentua a livre-docente.
A Comissão Julgadora sob a presidência do prof. Giovanni Guido Cerri, contou com os membros titulares: Claudia da Costa Leite, Sergio Aron Ajzen, Valdair Francisco Muglia e Marcos Roberto Tavares. Os membros suplentes foram: Marcelo Tatit Sapienza, Carlos Alberto Buchpiguel, Jorge Elias Junior, Edson Marchiori e Giuseppe D´Ippolito.