Piauí Avança 1 - Educação

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EJA Jovens e Adultos mudam de vida por meio dos estudos Pág. 8

MAIS DE 8 MIL Alunos da rede estadual aprovados para universidades Pág. 5

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AVANCA Março 2017

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#Educacao #Ciência #Tecnologia


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Editorial

Março 2017

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#Educação #Ciência #Tecnologia Educação é um direito de todos e uma prioridade para o Governo do Estado do Piauí. Desde 2015, os investimentos em melhorias na infraestrutura e no ensino têm gerado bons resultados. Um grande exemplo são as dezenas de obras espalhadas por todo o estado, muitas delas já concluídas e outras em execução, totalizando, aproximadamente, R$ 135 milhões em investimentos. São quadras poliesportivas, melhorias nas instalações elétricas, hidráulicas, retelhamento de escolas, recuperação de lajes, entre outros serviços de engenharia. Isso é uma garantia de um espaço adequado para as aulas, com melhor conforto e estrutura para que alunos e professores possam vivenciar o ambiente escolar de maneira digna. As unidades em tempo integral proporcionam uma imersão mais profunda e uma experiência única aos estudantes, dando-lhes uma chance de aprimorar seus estudos nas principais disciplinas e também a desenvolverem suas habilidades nas artes e nos esportes. Assim, esses jovens melhoram seu desempenho no aprendizado, mantêm-se afastados das drogas e de outras violências, e se preparam melhor para o futuro. O esforço na qualidade do ensino, realização de preparatórios, revisões e o auxílio no transporte para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tiveram como consequência a aprovação de mais de oito mil alunos da rede estadual para cursos superiores. Uma mostra de que o ensino público estadual está indo bem. A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) também está empenhada em levar para a sala de aula aqueles jovens e adultos que nunca estudaram ou que não completaram os estudos por alguma razão. Uma grande campanha está sendo realizada e vai até onde estão estes alunos, em todos os municípios piauienses, inclusive na zona rural, para mostrar-lhes os benefícios de voltar a estudar. Já, a Universidade Estadual do Piauí (Uespi) mantém projetos de extensão que beneficiam crianças e adultos, entre eles estão o Unati (Universidade Aberta à Terceira Idade), que a inclusão e interação social de pessoas com mais de 55 anos, e o Lagoas Digitais que promove e leva projetos de tecnologia a crianças e jovens em Teresina. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi) também promove o desenvolvimento do conhecimento no estado ao estimular os pesquisadores a buscarem soluções para problemas locais e repensarem a nossa realidade. Ainda há muito o que ser feito, mas os progressos conquistados na Educação, Ciência e Tecnologia, nos mostram que o Piauí está no caminho certo.

EXPEDIENTE Governador do Estado do Piauí José Wellington Barroso de Araújo Dias Coordenador de Comunicação Social João Rodrigues Filho Diretor de Jornalismo Allisson Bacelar Edição Carlos Lustosa Filho

Textos Ascom Fapepi Ascom Seduc Ascom Uespi Revisão Rejane Moraes Fotografias Ascom Fapepi Ascom Uespi João Pio

Jorge Henrique Bastos Raoni Barbosa Projeto Gráfico e Diagramação Keliany Silva Coordenadoria de Comunicação Social Avenida Antonino Freire, 1396 CEP: 64.001-040 - Teresina-PI Fones: 55 (86) 2107-3300 (86) 2107-3330


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#Educação

Seduc investe em construção, reforma e ampliação de escolas A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) investiu, entre os anos de 2015 e 2016, R$ 15,3 milhões em obras de melhorias em toda a rede estadual de ensino. Trata-se da construção de novos espaços, como o Centro de Artes Marciais Sarah Menezes e de duas escolas técnicas profissionalizantes, reforma e ampliação de novos polos da Universidade Aberta (UAB), construção e reforma de quadras poliesportivas, além de obras estruturantes voltadas à parte elétrica, hidráulica, instalação de caixas d'água, retelhamento de escolas, recuperação de lajes e demais serviços de engenharia. Com 100% desses empreendimentos entregues, alunos tanto da Capital como do interior já dispõem de novas estruturas que garantem conforto e um ambiente adequado para o aprendizado. Com recursos na ordem de R$ 120 milhões, a Seduc também dá prosseguimento à construção de novas escolas em Teresina, reforma e ampliação de outros centros de ensino no interior, melhorias na estrutura interna e externa de escolas da rede estadual, bem como construção, reforma e

cobertura de quadras poliesportivas, empreendimentos que devem ser entregues ainda este ano. O gerente de engenharia da Seduc, major Alex Fabiano ressalta o trabalho da Secretaria na execução de obras com recursos próprios. “É com muito esforço que a Seduc realiza grandes investimentos por todo o Estado com recursos do Tesouro Estadual. São obras que mudam a realidade dos alunos e garantem um ambiente adequado aos estudos. Para este ano, a previsão é de um novo pacote de investimentos em obras físicas e estruturantes nas escolas”, afirma. Em Teresina, a recuperação da quadra poliesportiva, banheiros e muros na Unidade Escolar Edgar Tito, a reconstrução do muro da Unidade Escolar Heli Sobral, a reforma da Unidade Escolar Antônio Maria Madeira e a reforma da quadra poliesportiva na Unidade Escolar Áurea Freire foram iniciadas este ano, assim como a reforma do Centro de Educação Int e g rad o Ad e nau e r (CEI), no município de Cristino Castro. A Seduc investe também na reestruturação de Centros Especializados que atendem

às pessoas com deficiência. Em Teresina, o Centro de Estimulação Sensorial para Crianças vai ganhar uma quadra, a Associação de Amigos dos Autistas do Piauí (AMA) terá uma piscina e a Associação dos Cegos, e o Centro Integrado de Educação Especial (CIES) passarão por reforma.

Escolas foram inauguradas em todo o Piauí

Municípios com obras em execução Água Branca Altos Amarante Brasileira Campinas do Piauí Campo Maior Coronel José Dias Cristino Castro

Curimatá Floriano Ipiranga Jaicós Monsenhor Gil Parnaíba Padre Marcos Pedro II Picos

Piracuruca Santa Filomena São João da Fronteira São José do Peixe São Miguel do Tapuio Teresina União Valença do Piauí


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#Educação

TEMPO INTEGRAL TRANSFORMA REALIDADE DE ESCOLAS E ALUNOS

Em 2017, o Piauí vai ganhar 30 novas escolas de Tempo Integral. Nesta modalidade, além de uma carga horária ampliada, os alunos têm à disposição aulas de outras disciplinas, como música e robótica, e se envolvem mais na vida escolar. Isso acaba resultando em uma queda nos índices de reprovação, evasão e abandono escolar, além de melhorar o desempenho dos estudantes nas

Novo Modelo de Ensino Integral CEMTI Didácio Silva As escolas de Tempo Integral existem há quase dez anos no Piauí e o desafio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) é equipar e melhorar a infraestrutura dos novos centros que vão beneficiar mais doze mil alunos. As novas unidades no Piauí darão destaque às áreas de Protagonismo Juvenil e Projeto de Vida, além do incentivo ao esporte, artes e competições de conhecimento. Todas as escolas terão refeitório, quadras poliesportivas com vestiário, pátios, biblioteca, laboratório de informática e ainda receberão melhorias em seus currículos e formação de professores. A previsão é que as 30 unidades incorporadas, recentemente, funcionem até o fim do primeiro semestre. A diretora da Unidade de Ensino e Aprendizagem (UNEA) da Seduc, Rizalva Cardoso Rabelo, explica que o novo regime objetiva ter equipe de direção mais qualificada. “Além de possuir especialização, diretor e coordenador devem ter um perfil voltado para articular os diferentes segmentos da escola. Outra necessidade será a de promover projetos em parceria com outros órgãos e instituições”, ressalta.

Março 2017 matérias regulares. Até o início do ano, no Piauí, havia 11.397 estudantes beneficiados com a modalidade, em 44 escolas de Tempo Integral. Uma das escolas de Tempo Integral no Estado é o Centro de Ensino Médio de Tempo Integral Didácio Silva, situado na zona Sudeste de Teresina. Para o diretor do CEMTI Didácio Silva, Alberto Machado, a escola de tempo integral possui benefícios incal-

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culáveis. “Eu vinha de uma modalidade dita normal, mas que tinha índice de reprovação e evasão escolar altíssimos e carência de professores, que não eram exclusivos. Foi uma mudança radical, sem dúvidas. Hoje, temos uma equipe mais coesa e, com isso, passamos a conhecer melhor os alunos, professores e funcionários. Os resultados estão melhores a cada ano”, destaca o gestor.

Vida Nova Yan Matheus Nascimento conta que, mesmo vindo de escola privada, não sentiu diferença de nível ao entrar no Didácio Silva. “O ensino daqui é equivalente ou até superior ao de muitas escolas particulares. E não achei ruim o tempo integral, pois é muito proveitoso por conta das aulas extras, das atividades extracurriculares, que ajudam muito na nossa formação”, diz. Pela manhã, Yan assiste três aulas. Em seguida, há um lanche, depois, mais três aulas e pausa para o almoço. No período da tarde, ele tem mais três aulas, uma de matéria curricular e as outras duas são Horário de Estudo (HE), nas quais são realizadas atividades extras e pesquisas. Socorro Trindade, mãe de Yan, destaca os benefícios oferecidos pela escola. “Meu filho cresceu muito no Didácio. Hoje, diz que é a melhor escola que já estudou. Ele era tímido e, de lá pra cá, se soltou bastante. Isso porque, além de toda a questão pedagógica, a escola valoriza muito a parte cultural, realizando eventos o ano inteiro. Isso tudo acaba rendendo muitos bons resultados e nos permite vivenciar mais a escola”, diz.

Yan Matheus e a mãe Socorro Trindade


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( ) Revisão para o ENEM

Entrega do cartão Passe Livre

Rômulo Rossy, aprovado em três instituições

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#Educação

ALUNOS DA REDE ESTADUAL SE DESTACAM EM APROVAÇÕES PARA UNIVERSIDADES

Mais de oito mil alunos da rede pública estadual conquistaram vagas em universidades públicas e privadas por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSU) e do Programa Universidade para Todos (Prouni). O feito é um resultado do empenho dos estudantes que conquistaram esse objetivo com uma ajuda da Secretaria de Estado da Educação (Seduc). O superintendente de Ensino Superior da Seduc, Ellen Gera, conta que a secretaria desenvolveu atividades especiais e ainda garantiu o transporte dos alunos da rede estadual até os locais de prova. "Na Capital, os estudantes receberam o Passe Livre, cartão de acesso ao transporte coletivo, nos dois dias de prova. No interior, fizemos um mapeamento da necessidade de deslocamento dos estudantes e garantimos o translado", destaca. O resultado positivo é que o Piauí foi o estado com a menor taxa de abstenção nas

provas do Enem. Em sua preparação, os alunos da rede pública estadual contaram ainda com as revisões realizadas na capital e no interior, além das aulas ministradas via Canal Educação, aplicativo para celular e programa de TV. Entre estes milhares de aprovados está Rômulo Rossy, de 18 anos, aluno da Unidade Escolar Aprígio Pereira Bezerra, da cidade de São Julião. Ele foi aprovado em quatro diferentes vestibulares: Psicologia, pela UFPI; Biomedicina, na Facid; Direito, na Paraíba e em Odontologia, no Ceará. “Sou, em demasia, grato à minha família, à escola, professores, colegas, amigos e a todos que fazem parte da minha história e coadjuvam com que ela seja escrita de uma forma mais densa e jubilosa”, relata o jovem. Os alunos do Centro de Ensino Médio de Tempo Integral João Henrique de Almeida Sousa, localizado na

zona Sul de Teresina, também obtiveram bom desempenho. De acordo com a diretora da escola, Djanira Alencar, dos 90 estudantes que concorreram a vagas no Ensino Superior, 57 obtiveram aprovação. "Temos alunos que passaram em até quatro vestibulares. Isso é resultado de muito esforço dos alunos, da gestão e da equipe de professores que é dedicada, compromissada e qualificada", destaca. Um dos talentos da escola é jovem João Marcos, aprovado em Direito, na Uespi. “Sempre sonhei com o curso e procurei, das mais diversas formas, informações sobre o mesmo. Hoje, me sinto realizado e deveras ansioso para que comecem minhas aulas. Pretendo ingressar na área da magistratura, pois tenho o grande sonho de ser professor da universidade. Agradeço a minha escola, meus professores, amigos e familiares que tanto me ajudaram para que eu chegasse aonde cheguei”, comemora.


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#Educação

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Governador entrega CEEP em Esperantina

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Centros possuem laboratórios

SEDUC IMPLANTA DOIS NOVOS CENTROS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO PIAUÍ A Educação Profissional proporciona ao jovem o aprendizado de saberes ligados aos diversos exercícios do trabalho, aumentando suas perspectivas e facilitando seu acesso a um emprego. Sabendo disso, o Governo do Estado do Piauí, em parceria com o Ministério da Educação, construiu dois novos centros estaduais de Educação Profissional. As unidades seguem o padrão do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) e estão localizadas em Teresina e Esperantina. Ambos os centros podem atender até 1.200 alunos cada um, nos três turnos e possuem doze salas de aula, seis laboratórios básicos (Física, Biologia, Matemática, Química e dois de Informática), auditório, biblioteca, teatro de arena, área de convivência (refeitório, cozinha, quadra poliesportiva coberta), além de dois grandes laboratórios especiais. O Centro Estadual de Educação Profissional (Ceep) Leonardo das Dores, localizado no município de

Primeiro CEEP de Teresina

Esperantina, atende alunos do Território dos Cocais. Em 2017, serão ofertados doze cursos de Ensino Médio Técnico, com eixos profissionais levantados de acordo com o perfil socioeconômico da juventude e as cadeias produtivas regionais. A estudante Ruth Sampaio foi uma das beneficiadas com o novo Centro. “Estamos satisfeitos com essa nova escola. Hoje, contamos com uma estrutura de qualidade e isso vai ajudar muito na nossa formação”, declarou. Fabrício Sobrinho dos Santos, estudante do curso Técnico em Saúde Bucal, também ressaltou os benefícios da obra. “Com essa nova estrutura, não precisaremos mais sair da escola para realizar algumas atividades, pois temos laboratórios”, afirmou. Já, o Centro Estadual de Educação Profissional (Ceep) José Pacífico de Moura Neto, localizado no loteamento Manoel Evangelista, região do Grande Dirceu (zona Sudeste) em Teresina, oferta nove cursos técnicos profissionalizantes.

Estrutura favorece aprendizado


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#Educação

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Cursos dos Centros de Educação Profissional INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

RECURSOS NATURAIS Técnico em Aquicultura

Esperantina

CEEP LEONARDO DAS DORES

Técnico em Informática Técnico em Manutenção e Suporte em Informática Técnico em Desenvolvimento de Sistema

SEGURANÇA Segurança do Trabalho

GESTÃO E NEGÓCIOS Técnico em Serviços Jurídicos

AMBIENTE E SAÚDE

CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS

Técnico em Análises Clínicas Técnico em Enfermagem Técnico em Farmácia Técnico em Saúde Bucal Técnico em Agente Comunitário de Saúde

Técnico em Manutenção Automotiva

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO Técnico em Informática Técnico em Manutenção e Suporte em Informática

SEGURANÇA Segurança do Trabalho

TERESINA

CEEP JOSÉ PACÍFICO DE MOURA NETO

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AMBIENTE E SAÚDE

CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS

Técnico em Análises Clínicas Técnico em Enfermagem Técnico em Farmácia Técnico em Saúde Bucal

Técnico em Manutenção Automotiva

INFRAESTRUTURA Técnico em Edificações


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#Educação

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SEDUC FAZ GRANDE CAMPANHA PARA MATRÍCULAS DO EJA A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) segue realizando campanhas de busca ativa de alunos para Educação de Jovens e Adultos (EJA) até maio, quando se encerram as matrículas desta modalidade de ensino. Nestas campanhas são feitas visitas aos futuros estudantes, em todos os municípios do Estado, principalmente na zona rural, a fim de lhes mostrar os benefícios do

retorno aos estudos. Os “conscientizadores” são em sua maioria diretores das escolas da comunidade, que também recebem auxílio de agentes de saúde locais e integrantes das associações de deficientes visuais, para chegar às regiões mais distantes. “As pessoas da comunidade mesmo estão saindo e indo realizar as buscas. Nas rádios, estão recebendo ligações de idosos querendo saber

Supletivo Cláudio Ferreira

Estudantes de Supletivo

maiores informações de como podem voltar à escola”, afirma a diretora da Unidade de Educação de Jovens e Adultos da Seduc, Conceição Andrade. Andrade diz que a procura está tão grande que já não há mais vagas disponíveis nos 28 Centros de Educação de Jovens e Adultos, que são os centros onde apenas oferta-se a modalidade EJA. Porém, as campanhas continuam para que todas as vagas nas 468 escolas mistas sejam preenchidas, visto que a meta para esse ano é dobrar o número de 2016. “Ano passado, conseguirmos cerca de 110 mil matrículas e decidimos estabelecer o dobro este número. Esperamos que essa meta seja atingida, até porque a EJA possui uma maior flexibilidade em relação a turnos e até mesmo na hora da matrícula, que pode ser feita até três meses depois do início das aulas”, afirma. Estão sendo ofertadas vagas nos três turnos (manhã, tarde e noite) em todas as etapas do EJA: Ensino Fundamental e Médio; Alfabetização de adultos (Brasil Alfabetizado), ENCCEJA - Certificado

Campanha foi realizada em praças...

...e atraiu diversas pessoas...

...que voltaram a estudar

do ensino fundamental e médio, para maiores de 18 anos, além de cursos de qualificação profissional (construção civil, embelezamento, corte e costura) - parceria entre a Seduc e a Secretaria de Estado do Trabalho e Empreendedorismo (Setre). Para a realização da matrícula, é necessário

levar documentos pessoais (RG e CPF), comprovantes de residência e histórico escolar (na ausência do último, será realizada uma avaliação diagnóstica). Em caso de dúvidas, sobre quais escolas podem se matricular, os alunos podem ligar para as Gerências Regionais de Educação (GREs).


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#Educação

Alunos da Unati

NA UNIVERSIDADE AOS 55 ANOS Nunca é tarde quando a sede de aprender ainda existe. Pensando nisso, a Universidade Estadual do Piauí (Uespi) desenvolve o projeto de extensão Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati), levando os alunos ao prazeroso desafio de voltar às salas de aula depois dos 55 anos de idade. São mulheres e homens, muitos deles aposentados, que encontraram na universidade um motivo para voltar a aprender e se divertir. O único pré-requisito do projeto, que surgiu em 2007, é ser alfabetizado. Na Unati, são ofertadas disciplinas de várias áreas do conhecimento, como gerontologia, informática, folclore, atividade física, artes, entre outras. A iniciativa é coordenada pelas professoras da Uespi, Solange Lages e Aurinice Monte. As aulas são realizadas às terças e

quintas, no campus Torquato Neto, em Teresina. O curso tem duração de dois anos e meio. De acordo com o próreitor de Extensão, Assuntos Estudantis e Comunitários da Uespi, Raimundo Dutra, a Unati foi tão bem recebida pela comunidade que foi preciso criar a Unati II, voltada aos alunos que já concluíram o curso e queriam continuar participando de novas atividades. “A Unati atende cerca de 350 idosos e proporciona cursos para que eles possam vivenciar essa fase da terceira idade de forma produtiva”, descreve. A alegria e a colaboração entre os alunos é a principal marca do projeto. Para Francisca Marques Pires Rocha, 66 anos, a animação do grupo é o que mais a estimula e essa alegria vai além dos muros da

Uespi. “De dois em dois anos tem o encontro nacional das Unatis com representantes de todo o Brasil, já estivemos em Recife, Manaus, Foz do Iguaçu e sempre levamos nossas músicas e brincadeiras”, comenta. Já, Teresa Dantas, 66 anos, a dona “Tetê”, é aluna desde a primeira turma e não perde uma aula sequer. Ela revela que uma das canções para animar a turma é: “daqui eu não saio, daqui ninguém me tira, só saio daqui quando estiver as tiras”. Para ambas, a oportunidade de fazer amigos e, junto deles, dançar, cantar, brincar e se divertir ocasionou a sua melhoria da qualidade de vida. Os idosos que participam da Unati fazem diversas atividades que estimulam o talento de cada um. Livros já foram lançados, pinturas e fotografias foram ex-

postas, apresentações de danças foram realizadas. “Sempre criamos e participamos de muitas atividades, então só temos tempo para ser feliz. Digo que remédio bom pra idoso é a Unati”, diz a aluna Maria Dulce, 69 anos. A professora Aurinice Monte comenta que muitos alunos viviam apenas em casa, sem fazer qualquer atividade, após se tornarem aposentados. “Muitos não tinham mais pers-

pectiva de mudança e agora, com a Unati, eles se sentem úteis e dispostos”, afirma. O próximo passo da Uespi será a ampliação da Unati. “Em conversa com o governador Wellington Dias, ele solicitou que ampliássemos o raio de ação do programa. Há uma possibilidade de que em 2017 a Unati seja levada para, pelo menos, dois municípios do interior do estado”, complementou Aurinice.

Amigas Tetê, Maria e Francisca


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#Tecnologia

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A LAGOA É DIGITAL Incluir e transformar a realidade de crianças, jovens e adolescentes por meio da educação. Essa tem sido a missão da equipe de professores da Universidade Estadual do Piauí que está à frente do projeto Lagoas Digitais. São cerca de dez docentes e oito bolsistas dos cursos de Engenharia Elétrica, Computação e Administração da universidade atuando na execução de projetos na área de tecnologia, que visam ao desenvolvimento econômico sustentável integrado à comunidade, principalmente a comunidade dos bairros vizinhos ao Parque Lagoas do Norte, em Teresina. A equipe do Projeto Social, em parceria com Prefeitura Municipal de Teresina (por meio da fundação Wall Ferraz) e com o Governo do Estado (por meio da Agência de Tecnologia da Informação - ATI), desenvolve ações com esses jovens há mais de um ano. O responsável pelo Lagoas, professor do curso de Computação da Uespi, Bringel Filho, explicou que o projeto busca desenvolver o lado empreendedor dos participantes. “O objetivo é inserir no mercado de trabalho, por meio da capacitação diferenciada de base tecnológica, jovens dessa região, formada por

treze bairros. Esperamos que eles possam se inserir nesse mercado pujante da inovação em empresas de bases tecnológicas, que está crescendo e que movimenta a economia a nível mundial”, declarou. Um dos beneficiados com o programa é o jovem Walefy da Silva, de 19 anos de idade. Ele nasceu na cidade de Batalha e veio para a capital há um ano em busca de oportunidades. “Todo mundo comenta sobre os cursos gratuitos do Lagoas. A maioria dos meus amigos já fez cursos lá e me convidaram para ir estudar lá também. Meu sonho, agora, é ter meu próprio escritório e aliar meus conhecimentos de informática e tecnologias para impulsionar minha própria empresa”, planeja o rapaz, que mora no bairro São Joaquim e faz o curso de Operador de Microcomputador. As ações do Lagoas dividem-se em três eixos específicos: capacitação (Crispim Inovador), voltado ao ensino de técnicas de programação de jogos; inovação (Incubação e Aceleração Cuia de Startups), cujo objetivo é estimular a criação de startups, ou seja, empresas com ideias criativas; e o de ideias (Cuida de Ideias), que fomenta o surgimento de propostas inovadoras.

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#Ciência

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FAPEPI E AS PESQUISAS MADE IN PIAUÍ A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi) incentiva e estimula pesquisadores de todo o estado. Os investimentos em bolsas, auxílio e projetos mantidos pela Fapepi em 2016 totalizam R$ 6,7 milhões, divididos em dez editais. Isso significa uma evolução de mais de 40%, em relação a 2015, quando foram investidos 4,7 milhões em pesquisa científica, tecnológica e inovação. A seguir, você acompanha algumas das pesquisas que estão sendo desenvolvidas com apoio de recursos da Fapepi. Algas que curam A diarreia é um problema de saúde pública em muitos países do mundo. Segundo o doutor em Farmacologia e professor da Universidade Federal do Piauí, campus Parnaíba, Jand Venes Rolim Medeiros, estima-se que a diarreia responda por cerca de 2,2 milhões de mortes ao ano em todo o planeta. É ele quem coordena a pesquisa que analisa de Polissacarídeos de Algas como base para remédios contra diarreias. O projeto foi selecionado pelo Programa Pesquisa para o SUS Gestão Compartilhada em Saúde – PPSUS e visa avaliar o potencial terapêutico de algas marinhas nas doenças diarreicas. O PPSUS é uma parceria do

da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos; CNPq e Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi). O professor Jand Venes assegura que a eficácia antidiarreica de vários polissacarídeos extraídos de algas marinhas do litoral piauiense e cearense já foi demonstrada. “Atualmente, estamos finalizando o estudo sobre os mecanismos de ação dos polissacarídeos e estamos buscando parceiros para começar a testar os seus efeitos em seres humanos. Se conseguirmos essas parcerias, acredito que em alguns anos tereEquipe e professor Jand Venes mos o primeiro medicamento Governo do Estado, por meio da Fapepi; realmente eficaz contra a diarreia, com o Ministério da Saúde (MS), por meio sem efeitos colaterais importantes”, do Departamento de Ciência e Tecnologia, afirma o pesquisador.

Pichação e expressão A pesquisa desenvolvida pelo sociólogo John Wedson, do mestrado do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPI procura entender como a pichação se relaciona com a cidade de Teresina e, entre outras coisas, como representa a busca da juventude em ocupar os espaços urbanos. O pesquisador aponta que grupos de pichadores surgiram na capital na década de 1980, em um cenário no qual Teresina enfrentava graves problemas urbanos, como as cheias dos rios Poti e Parnaíba. Nesse contexto, em 1985, jovens da região do bairro Marquês se uniram para espalhar pela cidade mensagens de conteúdo sociocultural e se posicionarem ante estes problemas. Assim surgiu o Obscenus, primeiro grupo de pichadores de Teresina. “O grupo espalhava frases como 'Só a morte é perfeita, não importa a cova estreita', na qual se observa um niilismo

exacerbado, uma descrença total na vida. Veja como isso não é à toa: o que estava acontecendo na cidade era aplicado nessas frases, eles estavam se posicionando sobre o que acontecia no seu entorno”, diz John Wedson. O estudo acompanha ainda outros grupos e destaca que, na década de 1990,

nasceu uma nova prática de pichação, composta por letras rebuscadas e de difícil compreensão, o Xarpi, compreendido apenas por uma porção limitada da juventude. “A partir dessa época, nós observamos a mudança. De 1991 em diante, o que era escrito direcionava-se a grupos de pichadores, a partir de um alfabeto estilizado e passível a ser decodificado apenas por quem tinha acesso a esse conjunto de letras específico”, explica o pesquisador. Para ele, a criminalização da pichação é desnecessária tendo em vista sua efemeridade. “A pichação é vista como algo que degrada, um lixo a ser removido da cidade, mas, se uma das características da pichação é a efemeridade, como ela vai degradar algo?”, questiona John Wedson. No Brasil, pichar o patrimônio público ou privado é crime que está previsto na Lei Ambiental. A pena John Wedson realiza pesquisa com bolsa da Fapepi varia de três meses a um ano.



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