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Violência contra a imprensa
Jornalistas são cada vez mais alvos de agressões
O aumento da violência contra profissionais da imprensa brasileira nos últimos anos tem preocupado o meio jornalístico, as entidades que representam os profissionais e veículos de comunicação, além de instituições ligadas aos Direitos Humanos. As agressões à liberdade de imprensa e de expressão se apresentam em diferentes categorias: ofensas, intimidações, ameaças, atentados, censuras, vandalismos, entre outras formas de violência. Os levantamentos realizados sobre os ataques a jornalistas e veículos de imprensa no país revelam que existe uma situação de insegurança para o exercício da profissão. Para a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), é importante destacar que os jornalistas são agredidos por estarem cumprindo com seu papel de levar informações de interesse público para a sociedade e não por terem cometido algum erro que justificasse essa onda de violência. “Os jornalista são agredidos não porque são contra ou a favor de um governo, uma instituição de uma ideia, eles estão sendo agredidos por estarem apenas cumprindo com o seu papel que é de levar informação de interesse público ”
A violência grave contra jornalistas aumentou quase 70 por cento em 2022, nos sete primeiros meses, em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI). De março a julho, foram registradas 66 agressões graves, que envolvem episódios de violência física, destruição de equipamentos, ameaças e assassinatos. Analisando o ano fechado de 2021, o número de agressões a jornalistas e a veículos de comunicação já havia batido um novo recorde, de acordo com a FENAJ, entidade que acompanha as violações à liberdade de imprensa no Brasil desde os anos 90. Foram 430 casos. Segundo a entidade, o crescimento da violência está associado à ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência da República. Ele foi responsável por 147 casos (34,19% do total), incluindo episódios de descredibilização da imprensa e agressões verbais a jornalistas. “Esse tipo de violência contra a imprensa acaba aumentando em momentos de tensão, provocados por crises sociais ou enfrentamento políticos ”
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) divulgou um relatório anual sobre violência contra jornalistas e comunicadores no Brasil, apontando também para o aumento da violência contra profissionais de imprensa. Para muitos analistas, o Brasil se tornou um dos países mais perigosos do continente e do mundo para a realização da atividade jornalística. Entre as causas apontadas está o aumento crescente de discursos e práticas de ódio, principalmente através das redes sociais. Para o Instituto Vladimir Herzog, ataques a jornalistas e comunicadores representam, na verdade, uma tentativa de silenciar e intimidar profissionais de veículos de imprensa cada vez mais fundamentais para a sociedade brasileira.
Desafio: como reduzir essa onda de violência contra a imprensa
Para diversos pesquisadores da área da comunicação, o que estaria em jogo não é só a liberdade de expressão, mas a manutenção do nosso Estado Democrático de Direito. Há quem aponte que a defesa da liberdade de imprensa precisa passar pelo combate à desinformação, criação de ferramentas de proteção às vítimas, identificação e punição dos responsáveis e adoção de campanhas de conscientização da sociedade sobre a importância da atividade jornalística.