Fotos: Lula AparĂcio
Serviços para os advogados
Recorte digital Os advogados adimplentes do Rio de Janeiro contam com o serviço Recorte digital para receber gratuitamente, por e-mail, publicações de diários oficiais de todos os estados brasileiros escolhidos. Com o Recorte digital escritório, é possível ainda agrupar as suas publicações com as de colegas, parceiros ou sócios. Saiba mais em www.oabrj.org.br
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Foto: Lula Aparício
RECADO DO PRESIDENTE
Na aplicação de recursos, equilíbrio entre o interior fluminense e a capital Este ano, entregaremos a 14ª nova sede da Ordem no interior do Estado do Rio de Janeiro, apenas nesta gestão. Depois de Resende, ainFELIPE SANTA CRUZ da em agosto, teremos Angra dos Reis e Itaguaí até dezembro. Em julho, foram Rio Claro e Mangaratiba. São espaços modernos, sem luxo algum, mas funcionais, dignos para quem milita no dia a dia da advocacia e precisa de suporte adequado para desempenhar seu trabalho. Bem antes de chegar à presidência desta Seccional, ainda como diretor do Departamento de Apoio às Subseções, em 2007, com Wadih Damous à frente da OAB/RJ, entendemos que deveríamos aplicar mais igualitariamente os recursos
das anuidades, promovendo paridade entre os investimentos nas sedes da capital e do interior. Ao conhecer bem de perto, anos atrás, as instalações precárias, os velhos equipamentos – havia antigas máquinas de escrever em alguns municípios – e a escassez de recursos para trabalhar, assumimos o compromisso de mudar essa realidade. Assim nasceu o projeto OAB Século 21, com o propósito de modernizar o interior, dando funcionalidade aos espaços e melhorando os serviços prestados aos colegas. Nesse caminho, foi chegado o momento de investir em tecnologia, com conexões de banda larga, computadores novos e capacitação profissional para o processo eletrônico. Em cada uma das 61 subseções, oferecemos cursos de peticionamento. A campanha Certifica-
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ção itinerante possibilitou a aquisição do certificado digital com o mesmo desconto oferecido na capital. Nesses anos, foram instalados 1.200 computadores nos pontos de atendimento da Ordem no estado, que passam de 210, hoje. Considerando somente o período de 2013 a 2015, além de sedes novas e reforma de 15 subseções, estamos entregando aos colegas cinco núcleos digitais, mais de 30 centrais de peticionamento e uma dezena de escritórios compartilhados. Entre salas dos advogados nos fóruns e nas subsedes, somam mais de 60 os espaços modernizados. São números expressivos, que sustentam e reafirmam o compromisso assumido por esta diretoria com os mais de 70 mil inscritos que militam no interior.
MENSAGENS
tribunadoadvogado@oabrj.org.br
DEPARTAMENTO DE JORNALISMO DA OAB/RJ
Greve e prerrogativas
Diretor: Felipe Santa Cruz
“(...) Ao chegar ao cartório da 78ª Vara do Trabalho (...) fui surpreendido com a informação de que o TRT encontrava-se em greve. Solicitei à funcionária que estava no balcão carga de autos (...), o que me foi negado (...). Por estar com prazo em curso, não me restou alternativa a não ser recorrer ao apoio da Cdap. Ao fazer contato (...) , fui muito bem atendido (...) pelo colega Carlos Eduardo Martins, que, ao se apresentar como delegado da Ordem, falou brevemente com a servidora acerca dos nossos direitos profissionais, tendo a mesma realizado a carga anteriormente negada, de imediato. Mais uma vez pude contar com o trabalho da Cdap. A todos, os meus agradecimentos.” Renato Folhadella (OAB/RJ 131.822)
Página da OAB/RJ no Facebook adere a campanha contra homofobia Juliana Martinez: OAB/RJ, meus parabéns por apoiar esta causa! Estela Aranha: Parabéns, OAB/RJ, por me fazer ter orgulho de ser advogada. Giovanni Pugliese Magalhães: Mais uma vez sinto orgulho em deparar-me com essa postagem. A OAB/RJ está de parabéns por tamanha demonstração de respeito ao ser humano e ao princípio basilar que norteia todas as nações desenvolvidas, o da isonomia. Tânia Albuquerque: Parabéns, OAB/RJ, pela demonstração de apoio!
Superintendente de Comunicação: Marcelo Moutinho marcelo.moutinho@oabrj.org.br
TRIBUNA DO ADVOGADO Fundada em 1971 por José Ribeiro de Castro Filho Editora: Patrícia Nolasco (MTB 21.584) patricia.nolasco@oabrj.org.br
Editor assistente: Eduardo Sarmento eduardo.sarmento@oabrj.org.br
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Sala da OAB/RJ na Cidade da Polícia Civil é inaugurada José Carlos Costa: A verdadeira função da OAB é essa. Parabéns!
Site do TJ fica fora do ar e OAB/RJ pede prorrogação de prazos Jorge Borges: Parabéns à Comissão de Direito e Tecnologia de Informação da OAB/RJ pelo importante e brilhante trabalho que vem sendo realizado. Nós precisamos e contamos com vocês. Obrigado Sidnei De Oliveira Paulo: Obrigado à OAB/RJ pela iniciativa
Liminar, a pedido da OAB/RJ, suspende concurso com salário muito abaixo do piso Débora Vale: Vamos combinar que o salário de R$ 2.432,72 já é vergonhoso... Quiçá R$ 788,00! Fabio de Azevedo: Este foi o principal motivo pelo qual não me inscrevi para este certame. Parabéns, OAB/RJ, pela iniciativa.
Jane Andrade: Absurdo! Onde nós, advogados, vamos parar?!
Evento na Seccional lembra os 25 anos de luta das Mães de Acari Adiléia Triani: O tempo passou, os crimes prescreveram. Talvez agora os corpos apareçam.
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Reportagem: Cássia Bittar
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Fotografia: Bruno Marins e Lula Aparício Design gráfico: Flávia Marques e Raphael Carneiro Assessoria de Imprensa Franco Thomé
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Índice Página
OPINIÃO Página
14 Página
16
Diogo Rezende escreve sobre a regulamentação das convenções processuais no novo CPC
6
Supremo decide se é crime, ou não, porte de drogas ilícitas para uso pessoal
Entrevista
Vera Malaguti, professora de Criminologia da Uerj
TRIBUNA LIVRE Página
22 Página
24
Advogados opinam sobre a descriminalização das drogas
Página
8
Implantação das audiências de custódia no Rio, mudança necessária para reduzir superpopulação carcerária PRERROGATIVAS
Página
27
OAB/RJ entrega este ano a colegas do interior 15 subsedes novas ou reformadas
Comissão atua e consegue vitória em ações contra colegas ESPAÇO ABERTO
Página
28 Página
30
Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, presidente do TJ, conclama ao necessário equilíbrio dos poderes da República
Página
10
Uso do WhatsApp pela Justiça abre debate sobre segurança jurídica PANORAMA
Página
36
Homenagem a Ricardo Lira, ato das Mães de Acari, debates e palestras realizados pelas comissões da OAB/RJ
Página
34
SUBSEÇÕES
Página
40
Inauguração da subseção de Rio Claro, preparação para o processo eletrônico na Leopoldina e busca de acordo para problema de água e esgoto em Campo Grande são destaques ESTANTE
Página
44
Novo CPC, gás natural, incentivos tributários e outros lançamentos editoriais CAARJ
Página
46
Caminhada dos Advogados dia 30, Cineclube Caarj e nova fase de projetos da Caixa CULTURA
Página
47
Descontos de até 65% em teatros, festival de esculturas e a Dica do Mês
Página
50
PontoContraPonto
A taxação de fortunas, nas visões opostas de Paulo Feldmann e Cesar Moreno
Vida Privada
Flávio Ahmed toca bandolim e violão. Música é seu hobby
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Ato na Seccional defende pluralidade das composições familiares
ENTREVISTA
Vera Malaguti – Secretária-geral do Instituto Car
‘Meios de comunicação têm “Temos a maior taxa de crescimento da população encarcerada, a polícia que mais mata no mundo e a população é levada à ideia de que prender mais e matar mais vai resolver alguma coisa”. Contundente na crítica à grande mídia e às proposições legislativas que visariam a reduzir a criminalidade – como o projeto que diminui para 16 anos a maioridade penal –, a socióloga Vera Malaguti, professora de Criminologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, diz que a opção política de tratar questões sociais pelo viés policial-punitivo leva ao afastamento, cada vez maior, de uma saída. E que o “falso consenso construído” para permitir a condenação de adolescentes pode impor “a maior derrota à República e à democracia no Brasil”. Para Vera, a legislação penal tem sido tratada com grandes equívocos por muitos parlamentares, à esquerda e à direita, e por alguns juristas.
PATRÍCIA NOLASCO O que a senhora pensa sobre a redução da maioridade penal, sob apreciação da Câmara dos Deputados e do Senado Federal? Vera Malaguti – Penso que a discussão, na forma como foi conduzida pela Câmara, é um indício de tempos muito terríveis. Como diria Nilo Batista, o uso excessivo do sistema penal é um sinal de intensa conflitividade social. Quando a opção política é tratar as questões sociais pelo viés policial-punitivo, nos deparamos com um paradoxo na democracia ou estamos no limiar de uma ditadura. A grande imprensa, em particular O Globo, está em campanha pela redução, conduzindo a opinião pública para a profanação de um território sagrado na República brasileira contemporânea, a proteção da nossa infância e da nossa juventude. A redução da maioridade integra um conjunto de propostas do Legislativo que seriam de combate à criminalidade, e que a senhora chamou de medidas de aprofundamento da barbárie. Por quê? Vera Malaguti – Quando falo de barbárie, refiro-me ao conceito de barbárie como excesso de civilização, e não como contraponto à civilização. O que vemos no país hoje é extremamente preocupante, linchamentos, execuções policiais, esquadrões da morte e tudo isso naturalizado por um noticiário que evoca mais violência. Na criminologia há uma vertente denominada “técnicas de neutralização”: diferentes grupos sociais desenvolvem definições favoráveis à violação da lei. Creio que desenvolvemos técnicas de neutralização quando não nos indignamos com a violência e a potencializamos na resposta às infrações, entre elas as juvenis. Temos a maior taxa de crescimento da população encarcerada, a polícia que TRIBUNA DO ADVOGADO - AGOSTO 2015 - PÁGINA 6
mais mata no mundo e somos levados a achar que prender mais e matar mais vai resolver alguma coisa. Assim, vamos nos afastando cada vez mais de uma saída para tudo isso. A questão criminal no país e a legislação penal, no seu entendimento, vêm sendo tratadas de forma adequada por juristas e parlamentares? Vera Malaguti – Creio que a legislação penal tem sido tratada com grandes equívocos por muitos parlamentares, à esquerda e à direita, e por alguns juristas. Poderíamos dizer que só dão voz no debate público ao punitivismo estéril. Estamos atrás de um paradigma estadunidense que já foi superado nos Estados Unidos. A Corte Suprema de lá, por exemplo, determinou que o Estado da Califórnia solte cerca de 30 mil presos. Enquanto isso, a cada dia aumentamos penas ou tipificamos crimes novos, alimentando a ilusão que a pena executada em nossas prisões infames vai trazer algum benefício. Sinto falta de coragem nos meios políticos e jurídicos para se contraporem a essa imensa onda punitiva. Acho também escandaloso que as concessões públicas de rádio e televisão sejam hegemonizadas por esse senso comum barbarizante. Com relação à redução da idade penal, o que ocorre é que o povo brasileiro não tem acesso ao ponto de vista contrário à redução, parece que isso não interessa aos grandes negócios da mídia. Visto pela criminologia, o que é o populismo punitivo? Vera Malaguti – O populismo punitivo é o conjunto de discursos que circulam pelo senso comum, tem a ver com a relação da mídia com a questão criminal. Os meios de comunicação no Brasil têm naturalizado a barbárie, é só ligar a televisão de tardinha e ver. As políticas de confronto têm criado, nas áreas pobres, uma paisagem de guerra, com episódios macabros que se justificam automaticamente se forem etiquetados com a marca
ioca de Criminologia
“combate ao tráfico”. O Judiciário muitas vezes tem se prestado à policização produzindo juízes justiceiros que não se orientam pela proteção dos direitos e das garantias. Outros se acovardam diante da opinião pública, isto é, da opinião publicada na mídia conservadora. Os que se contrapõem são neutralizados ou desmoralizados pela mídia. Vai se criando uma ambiência subjetiva a partir dos efeitos dessas premissas que nada tem a ver com dados, estatísticas e experiências concretas. É o caso do debate sobre a redução da maioridade penal. Todas as estatísticas, como as apresentadas pelo Ministério da Justiça, demonstram que diminuir a idade não faz nenhum sentido. Nossa realidade demonstra que seria um descalabro se isso acontecesse. Mas quem resiste a meses de Jornal Nacional focando especificamente infrações trágicas protagonizadas por jovens (principalmente se forem negros e pobres)? Isso é o populismo punitivo. Os Estados Unidos, após anos permitindo o encarceramento de crianças e jovens, aprovaram leis que tornam mais difícil processar e punir adolescentes como se fossem adultos. O Brasil está caminhando no sentido inverso, inclusive em relação à maioria dos países? Vera Malaguti – Mesmo os Estados Unidos, que impuseram sua política criminal ao mundo, estão mudando de rumo. Não só por boas intenções, mas pela realidade do fracasso do sistema penal para resolver as infrações juvenis ou o uso problemático de drogas, por exemplo. O Brasil está se isolando, inclusive em relação à
América Latina, e eu atribuo isso ao monopólio dos meios de comunicação que impede a circulação de opiniões que atrapalhem seus grandes negócios e os compromissos políticos que os viabilizam. O falso consenso construído para aprovar a redução da maioridade penal pode impor, para mim, a maior derrota à República e à democracia no Brasil. Seria a pá de cal no projeto de Brizola e Darcy Ribeiro, uma escola pública, de qualidade, laica e em tempo integral. T
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Foto: Bruno Marins
naturalizado a barbárie’
Advogado 15 sedes
EDUARDO SARMENTO
Resende, a ser inaugurada em agosto, Angra e Paraíba do Sul e Três Rios reformadas ainda marcam gestão compromissada em equip
Foto: Lula Aparício
Com a nova sede da OAB/Resende – a inauguração está marcada para meados de agosto –, passam a ser 15 as subseções que ganharam instalações modernas desde o início de 2013. Até o fim do ano serão abertos os novos espaços de Angra dos Reis e Itaguaí e reformadas as unidades de Paraíba do Sul e Três Rios. O presidente da Seccional, Felipe Santa Cruz, observa que os esforços empreendidos para levar aos colegas de todo o estado espaços adequados e confortáveis “são marca da gestão, que tem buscado promover a igualdade de investimentos entre a capital e o interior.” Além de novas sedes, os colegas do interior ganharam, nos últimos anos, áreas de trabalho em fóruns, serventias e tribunais. Ainda este ano, serão lançadas salas para advogados na Freguesia, em Jacarepaguá; no Juizado Especial Cível de Nova Iguaçu e no Fórum de Nilópolis. Serão abertos, também, um escritório compartilhado e um auditório em Saquarema, o Núcleo Digital da Subseção de Campo Grande e a Escola de Inclusão Digital da OAB/Niterói. O investimento direto em melhorias nas subseções foi um compromisso assumido pelo presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, ainda em 2007, como diretor do Departamento de Apoio às Subseções (DAS) da Seccional. Ele idealizou o projeto OAB Século 21, com o objetivo de padronizar, modernizar e ampliar as instalações oferecidas aos advogados. “Historicamente os colegas do interior sofriam com falta de equipamentos e escassez de recursos para trabalhar, sobretudo os profissionais autônomos, que careciam de mais apoio. O OAB Século 21 foi pensado para trazer praticidade ao cotidiano dos advogados, facilitando o seu dia a dia”, afirma Felipe. Se no começo a principal preocupação era substituir equipamentos obsoletos e criar um padrão visual para os ambientes, o advento do processo eletrônico obrigou a Ordem a tomar medidas para auxiliar a advocacia na
OAB/Resende, adaptação aos novos tempos. Em 2013, teve início a segunda fase do OAB Século 21 e, desde então, a prioridade passou a ser o investimento em tecnologia, com conexões de banda larga, a chegada de novos computadores e a capacitação dos advogados. “Quando começamos o projeto, as salas da Ordem estavam caindo aos pedaços, com móveis velhos e instalações precárias. Algumas ainda com máquinas de escrever antigas. Era parte do processo de recuperação da auto-estima da classe que esses espaços fossem modernizados e que, ali, o advogado se sentisse dentro da OAB/RJ. Após resolvermos esses problemas, nosso objetivo passou a ser ensinar os colegas a usar o processo ele-
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trônico, fazendo das salas instrumentos de preparação para uma realidade totalmente nova”, explica Felipe. Desde o início do OAB Século 21, há oito anos, foram instalados mais de 1.200 computadores nos pontos de atendimento da Ordem no estado, que hoje já passam de 210. Isso dá uma média de aproximadamente uma nova máquina a cada dois dias e meio. Se considerarmos apenas o período entre 2013 e 2015, foram inaugurados, além das já citadas sedes de 15 subseções, cinco núcleos digitais, mais de 30 centrais de peticionamento e uma dezena de escritórios compartilhados. Entre salas dos advogados localizadas em unidades
Foto: Bruno Marins
s recebem modernas Foto: Lula Aparício
dos Reis e Itaguaí, com entrega até o fim do ano em 2015 são as últimas unidades prontas e arar investimentos no interior e na capital
antes e depois do Poder Judiciário e subsedes da Seccional, foram mais de 60 espaços novos ou reformados. Toda essa infraestrutura ajuda diariamente os mais de 70 mil advogados inscritos em subseções. Segundo Felipe, o investimento foi planejado de forma a diminuir ao máximo os gastos. Para isso, a OAB/RJ conta com funcionários próprios nas reformas e na feitura do mobiliário. “Buscamos nos antecipar às demandas, que crescem cada vez mais rápido nos tempos atuais. As instalações não são luxuosas, mas totalmente funcionais. Os recursos utilizados são provenientes da anuidade paga por cada colega. É fundamental que ele veja onde seu dinheiro
está sendo investido e que obtenha retorno em serviços dos valores pagos”, salienta. A aplicação dos recursos não se restringe a espaços físicos e equipamentos. Paralelamente a essas melhorias, foram criadas campanhas como a Certificação itinerante, que possibilita aos advogados do interior a aquisição do certificado digital com o mesmo desconto oferecido na Seccional. Foram promovidos, ainda, cursos de peticionamento eletrônico em cada uma das 61 unidades da Ordem no estado. A diretora de Inclusão Digital da Seccional, Ana Amelia Menna Barreto, tem papel fundamental nesse sentido. “A OAB/RJ é referência nacional quando
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Felipe Santa Cruz
o assunto é processo eletrônico e somos frequentemente solicitados a falar sobre nosso conhecimento e experiência em outros lugares do país. Nada mais justo do que fazermos o mesmo dentro de nosso estado. Conseguimos levar o mesmo conteúdo oferecido na Seccional para advogados de todo o Rio de Janeiro”, orgulha-se ela. As melhorias realizadas vêm sendo verificadas in loco por Felipe. Em 2014, uma caravana da Ordem percorreu todas as subseções durante o ano. A iniciativa deu certo e vem sendo repetida em 2015. “Iniciamos esse itinerário pelo interior com o objetivo de divulgar a 22ª Conferência Nacional dos Advogados, que aconteceu no Rio ano passado, mas as visitas foram tão proveitosas que resolvemos transformar em um roteiro anual. É fundamental ouvir as demandas e especificidades da advocacia de cada local e é dever do presidente da Ordem conhecer e acompanhar o dia a dia dos colegas de todo o estado. Além disso, a cada município em que verificamos os espaços organizados e funcionais sendo utilizados temos a certeza de que estamos no caminho certo”, finaliza. (Leia mais sobre subseções na página 40) T
Propostas que tramitam na Câmara dos Deputados restringem direitos apenas às famílias formadas por um homem, uma mulher e seus descendentes. Famílias constituídas pelo afeto e filhos adotivos ficam excluídas NÁDIA MENDES Um ato conjunto realizado pelas comissões de Direito de Família e de Direito Homoafetivo da OAB/RJ marcou a posição da Seccional em relação ao Projeto de Lei 6583/2013, conhecido como Estatuto da Família. A redação da proposta exclui uniões homoafetivas, famílias por adoção, monoparentais, casais sem filhos e outras formações familiares. A OAB/RJ acredita nas diversas composições e repudia qualquer forma de exclusão. O evento aconteceu em 13 de julho, na sede da Seccional. O presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, frisa que as famílias que tenham filhos adotivos não serão resguardadas pela lei, caso seja aprovada. “Precisamos deixar claro que a sociedade atual não tolera qualquer tipo de discriminação. São mais de seis mil crianças privadas de convívio familiar aguardando por adoção. Mesmo que sejam adotadas por um casal formado por homem e mulher não serão protegidas por essa lei, que não as contempla. Não podemos aceitar esse retrocesso. É importante existir uma lei para as famílias, mas é preciso que ela integre todas as formações existentes hoje na sociedade, não pode ser uma lei excludente”, argumenta. No ato, foram expostos os problemas que a aprovação do projeto acarretaria a todos que seriam diretamente impactados por ele. “Esse estatuto não terá força para mudar a sociedade”, destacou o presidente da Comissão de Direito de Família da OAB/RJ, Bernardo Garcia. Ele considera o PL uma aberração jurídica que visa
Seccional defende repudia projeto q a marginalizar todas as famílias que não são constituídas por um homem e uma mulher. Ressaltou, entretanto, que mesmo que não sejam reconhecidas, existem diversas formações familiares e que a lei não vai mudar isso. “Parece-me que quem defende esse estatuto pensa, erroneamente, que a sociedade
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mudará quando se começar a negar direitos às novas famílias, sendo que, na verdade elas serão marginalizadas e terão seus direitos negligenciados”, explicou. Defendendo a inconstitucionalidade do estatuto, a presidente da Comissão de Direito Homoafetivo da
famílias afetivas e ue exclui direitos OAB/RJ, Raquel Castro, reiterou que o projeto é retrógrado e que acredita na sua rejeição. “É importante marcar a posição política da Seccional sobre esse assunto. A própria Constituição garante os direitos das famílias homoafetivas, mas a proposta não exclui apenas estas famílias, e por isso o ato foi realizado
em conjunto com a Comissão de Direito de Família. É preciso assegurar o direito de todos”, frisou. Silvana do Monte Moreira, que integra a comissão e organizou o ato, concordou. “Nada é mais diverso que a concepção de família”. Responsável pela 3ª Vara de Infância, Juventude e Idoso da Capital do
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Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), a juíza Mônica Labuto justificou que os direitos das crianças e famílias têm que ser garantidos independentemente da nomenclatura que se dê na legislação. “As famílias já estão constituídas, elas não podem deixar de existir. As pessoas já se casaram, crianças já foram adotadas, inclusive em adoção monoparental, que também não está prevista nesse estatuto, além das famílias oriundas de divórcio em que os enteados compõem o núcleo familiar. Não há como mudar essa situação fática”, observou. Ela fez um histórico das leis de adoção no Brasil desde 1979, quando apenas pessoas casadas há mais de cinco anos, salvo em caso de esterilidade de um dos cônjuges, estavam aptas a adotar, de acordo com o Código de Menores, documento que versava sobre a adoção na época. Também era preciso que os cônjuges tivessem mais de 30 anos. E não se permitia a adoção monoparental, exceto em caso de viuvez, caso o estágio de convivência do menor tivesse se iniciado antes do falecimento do cônjuge. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, revogou essa lei e permitiu a pessoas maiores de 21 anos, de qualquer estado civil, que adotassem. Em 2009, a permissão foi estendida para maiores de 18 anos, também comprovada a estabilidade. “Tanto na lei vigente hoje quanto na de 1979 não havia a menção das palavras homem e mulher para identificar o casal. A lei atual não gera dúvidas em relação à adoção homoafetiva. Mas ao explicitar que é preciso comprovar a estabilidade do núcleo familiar, o estatuto pode gerar divergências em relação à união de pessoas do mesmo sexo. A interpretação da adoção homoafetiva é anterior à decisão do Supremo em relação à união estável, já que o ECA não diz em momento algum que a família é formada apenas por um homem e uma mulher. Não há no projeto uma vedação à adoção homoafetiva, mas ele pode gerar essa interpretação restritiva”, salientou Mônica. Outro problema caso o estatuto seja aprovado é o da definição de
Fotos: Bruno Marins
Bernardo Garcia
normalidade. Todas as situações que não estiverem contempladas na lei serão tidas como desviantes, o que pode acarretar problemas psicológicos para as crianças e adolescentes inseridos nessas outras formações familiares. A psicóloga do TJ Glícia Brazil defendeu esse ponto. “Havendo um modelo de família, o que fugir disso será tido como fora da norma. Com o tempo, o risco é que a sociedade passe a julgar as famílias que estiverem fora desse padrão”. Glícia disse acreditar que, ao estabe-
Mônica Labuto
lecer um padrão de família, a tolerância a situações fora da norma vai diminuir. “A nossa crença em relação ao assunto vai ser limitada. Com o tempo, o risco é que a gente passe a julgar algo que já está sendo introduzido na nossa realidade, que é a família formada pelo afeto. A sociedade está começando a aceitar algo que não era culturalmente aceito porque a percepção foi ampliada. No momento em que se limita a percepção, a tolerância pode se tornar muito menor e isso é preocupante para as crianças e jovens, futuros adultos. Esse estatuto veio no sentido oposto de tudo o que nós aprendemos ao longo desses anos de prática forense”. Segundo o procurador de Justiça Sávio Bittencourt, a magistratura brasileira foi vanguardista em garantir os direitos dos casais homossexuais. Em 2011, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união estável entre casais homossexuais e em 2013, o Conselho Nacional de Justiça aprovou uma resolução que obriga os cartórios do Brasil a realizarem casa-
Silvana Moreira
mentos entre pessoas do mesmo sexo. Já em relação ao estatuto, ele disse que o conceito restritivo de família vai contra o que foi construído até então com histórias e famílias reais. “Esse conceito é essencialmente metajurídico e não cabe no estandarte da lei”, enfatizou. O procurador discordou da intenção de se dizer por meio da lei o que é o afeto das pesO presidente da Câmara dos Deputados, soas. “A pretensão que o Direito Eduardo Cunha, criou em fevereiro deste ano tem de explicar o que é uma uma comissão especial para proferir parecer família estará sempre a reboem relação ao PL 6.583/2013. De acordo com que das transformações que a o regimento interno da casa, o projeto tramitasociedade nos traz. A ideia pela ria por 40 sessões e seguiria para votação em qual nós, do mundo do Direito, plenário. Entretanto, o prazo tem sido prorrogaachamos que presumidamente do em decorrência de audiências públicas que temos a condição de fixar um estão sendo realizadas nos estados para discutir conceito definitivo de família o texto nacionalmente. Inicialmente, o PL teria e estabelecer que aquele seja tramitação conclusiva nas comissões. o modelo aceito e ideal, resO autor da proposta, deputado Anderson tringindo os direitos apenas às Ferreira (PR/PE), diz que é necessária uma pessoas que se encaixam nesse ampla discussão sobre a promoção de políticas modelo, será analisada no públicas que valorizem a instituição familiar. “A futuro com o mesmo nojo hisfamília vem sofrendo com as rápidas mudanças tórico com que se analisa hoje ocorridas em sociedade, cabendo ao poder aquele jurista que defendia a público enfrentar essa realidade, diante dos possibilidade da escravidão ou, desafios vivenciados pelas famílias brasileiras”. na época de Hitler, a eugenia”. Entre esses, ele pontua a epidemia de drogas, a Para ele, além do preconceito, é violência doméstica, a gravidez na adolescência uma desumanidade que só se e a desconstrução do conceito de família. Ele coloque sob proteção jurídica também retoma, na justificativa, a definição as pessoas que estão dentro de de que a entidade familiar é formada por um um modelo estabelecido. homem, uma mulher e seus descendentes. Bittencourt levantou outra omissão na proposta, além do
O PL 6.583/2013
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Fotos: Bruno Marins
Sávio Bittencourt
conceito restritivo de família. Ao explicitar na redação que o núcleo familiar é formado por um homem, uma mulher e sua descendência e sem nenhuma menção específica da adoção como forma de criação de família, estas ficariam excluídas. “Assim, você pode instituir uma visão preconceituosa, limitada, ofensiva de não contemplar a família adotiva. A chamada família tradicional adotiva também não está contemplada. E, desse modo, se ofende a criança que está na instituição, privada do carinho do pai e da mãe, esta
criança que merece um destino feliz e de afetividade”. No evento, Alyson Harrad Reis lançou seu primeiro livro, chamado Jamily – A holandesa negra. A história de uma adoção homoafetiva, e contou sua história de mudança de vida. Alysson nasceu no Rio de Janeiro e depois de ser adotado por Toni Reis e David Harrad se mudou para Curitiba, em 2011. Em 2013, chegaram os irmãos Filipe e Jéssica, também nascidos no Rio. Ele ressaltou que a adaptação não foi fácil, mas aos poucos aprendeu que ter pais gays não era um problema. “Percebi que eles apenas eram diferentes, mas nossa família é uma família. Pagamos os mesmos impostos, vamos ao mesmo mercado e merecemos ser reconhecidos como família”, disse. Toni e David completaram 25 anos de união em 2015. Para Toni, é preciso resguardar os direitos das diferentes famílias, já que no dia a dia elas enfrentam os mesmos problemas e têm o mesmo afeto que as tradicionais. “Para reconhecer os nossos direitos não é preciso que ninguém perca os seus. Não somos contra a família, pelo contrário, somos tão a favor que também quisemos constituir a nossa. Mas ninguém merece ser descriminado”. T
Alyson Reis e sua família adotiva
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STF reconhece união O primeiro passo dado pelo Judiciário em relação à igualdade entre casais heterossexuais e homoafetivos no Brasil ocorreu em 2011. O então ministro do STF Carlos Ayres Britto reconheceu a união estável entre casais do mesmo sexo. Segundo ele, mesmo que a Constituição Federal disponha que a entidade familiar é formada por homem e mulher, não proíbe a formação de família a partir de relação homoafetiva. “A Constituição não obrigou nem proibiu o uso da sexualidade. Assim, é um direito subjetivo da pessoa humana, se perfila ao lado das clássicas liberdades individuais”, afirmou, em seu voto. Toni Reis e David Harrad entraram, em 2005, com um pedido de habilitação de adoção conjunta. Foram autorizados a adotar apenas meninas com mais de dez anos. Eles recorreram ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), que entendeu que estavam habilitados a adotar sem restrição. Porém, o Ministério Público paranaense foi ao STF e ao STJ contra a decisão do TJPR, alegando que a Constituição não prevê outras constituições familiares exceto aquela formada por um homem e uma mulher. Em março deste ano, esse recurso foi votado no STF e a ministra Cármen Lúcia reconheceu a adoção, sem restrição de sexo ou idade, pelo casal, seguindo o entendimento da decisão de 2011. Em seu voto, ela ponderou que o Direito Constitucional serve contra todas as formas de preconceito e que é função do tribunal defender e garantir que seja cumprido. “Pede-se seja obrigatório o reconhecimento, no Brasil, da legitimidade da união entre pessoas do mesmo sexo, como entidade familiar, desde que atendidos os requisitos exigidos para a constituição da união estável entre homem e mulher e que os mesmos direitos e deveres dos companheiros nas uniões estáveis estendam-se aos companheiros nas uniões entre pessoas do mesmo sexo”. Em 2013, uma resolução do Conselho Nacional de Justiça obrigou os cartórios brasileiros a realizarem o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A resolução estabelece que eles devem cumprir a decisão de 2011 do STF e, ainda, converter a união estável em casamento civil. Decisão semelhante aconteceu na Suprema Corte dos Estados Unidos, em junho deste ano, que legalizou o casamento homoafetivo em todo o país, por cinco votos a quatro. Dos 50 estados americanos, 13 ainda proibiam a união entre pessoas do mesmo sexo.
OPINIÃO
As convenções processuais e o calendário no novo CPC DIOGO A. REZENDE DE ALMEIDA*
A inserção de
a cláusula seria respeitada se o litígio
Pela limitação legal às convenções
cláusula de elei-
chegasse ao Judiciário. Esse problema
previstas em contrato de adesão, tais
ção de foro é bas-
foi solucionado pelo novo código, que
acordos encontram maior espaço nas
tante corriquei-
melhor delimita o campo de atuação
relações “b2b”, nas quais os negócios
ra em inúmeras
dos negócios processuais. Essa opção
são formalizados em contratos paritá-
espécies de con-
do legislador reformista revela uma mu-
rios. Os negócios processuais podem
trato. Do mesmo
dança ideológica do código, que agora
tornar-se eficaz ferramenta à prevenção
modo, diversos
adota postura mais liberal e concede
de riscos decorrentes de litígios con-
processos judiciais são usualmente
maior liberdade às partes no processo.
tratuais de diferentes espécies, pois
suspensos por iniciativa conjunta das
O artigo 190 dispõe que, nas causas
propiciam aos contratantes estipularem
partes. Essas duas práticas comuns são
que versem sobre direitos que admitam
alterações capazes de tornar o processo
exemplos dos chamados negócios ou
autocomposição, é permitida às partes
judicial um caminho menos tortuoso à
convenções processuais, que visam a
capazes a celebração de convenções
solução do conflito.
disposição de algum direito proces-
antes (em contrato) ou durante o
Além da cláusula geral prevista nos
sual ou a alteração do procedimento
processo sobre seus ônus, poderes,
artigos 190 e 200, o novo CPC traz, em
previsto abstratamente em lei. A pos-
faculdades e deveres processuais. O
outros dispositivos, algumas conven-
sibilidade de modificar aspectos do
juiz está vinculado ao que decidiram as
ções específicas, como eleição de foro
procedimento comum é uma maneira
partes em contrato, já que as conven-
(art. 63), delimitação consensual do
de minimizar riscos e de enfrentar de
ções sempre terão eficácia no processo,
objeto do processo (art. 357), nomeação
forma individualizada o caso concreto
salvo nas hipóteses de nulidade ou de
de perito por escolha das partes (art.
no próprio processo judicial, sem o
desigualdade flagrante entre os contra-
471), redistribuição consensual do ônus
recurso à arbitragem.
tantes, consubstanciada na formação da
da prova, eleição contratual de bem a
Uma das principais novidades
convenção em contrato de adesão ou se
ser penhorado em caso de execução
trazidas pelo novo CPC é a melhor
flagrante a situação de vulnerabilidade
(artigos 833 e 848), e até a alteração de
regulamentação das convenções pro-
de algum dos litigantes. Destarte, por
prazo processual pelas partes (artigos
cessuais, especialmente com a pre-
imposição legal, presumem-se válidas
222 e 225).
visão do calendário processual. Não
e eficazes as convenções processuais,
O novo CPC disciplina também o
obstante a legalidade das convenções
mas podem ser consideradas nulas se
calendário processual, que tem como
na vigência do antigo CPC, a ausência
violarem a ordem pública processual, ou
escopo a criação de um cronograma
de normatização mais adequada de-
seja, se impedirem o exercício do direito
para o processo, estipulando datas para
sestimulava a adoção de espécies não
de defesa, ou se não respeitarem a coisa
a prática de atos processuais – contes-
previstas expressamente em lei. Faltava
julgada ou a garantia do juiz natural,
tação, réplica, perícia, audiências, sen-
aos contratantes a convicção de que
por exemplo.
tença etc. – e pode advir de convenção
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processual ou de provimento judicial,
da comunidade jurídica, de pouco
pouco importa. Em qualquer dos casos,
ativismo por parte dos jurisdicionados
como abriga atos a serem praticados
e menor propensão à resolução do
pelas partes e pelo juiz, todos devem
conflito por decisões consensuais dos
a ele aderir para que se torne eficaz.
litigantes. Somente a vigência do novo
O calendário busca enfrentar os
CPC poderá revelar se as convenções e
tempos mortos, isto é, aqueles perí-
o calendário tornar-se-ão mecanismos
odos em que não há prazo correndo
processuais aplicados pelos operadores
para qualquer das partes – juntada de
do Direito ou se serão relegados como
petição, espera da data de publicação
outras ferramentas processuais promis-
etc. –, e que são os principais causado-
soras, pouco adotadas na prática.
res da morosidade da Justiça. Segundo pesquisa da FGV-SP de 2006, 80%
* Professor adjunto de Processo Civil
a 95% do tempo despendido até a
da FGV Direito Rio e autor do livro A
sentença pode ser classificado como
contratualização do processo: das
tempo morto. Como no calendário as
convenções processuais no processo civil
partes são intimadas uma vez só de todas as datas, o processo corre sem interrupções para novas intimações, eliminando os tempos mortos. O estabelecimento de calendário no início do processo é eficiente maneira (i) de adequação do rito às idiossincrasias do conflito, em especial ao tempo necessário para a produção de provas; (ii) de enfrentamento da morosidade do processo civil; e (iii) de garantia da segurança jurídica, decorrente da elevada previsibilidade da duração do processo neste modelo. Por outro lado, pode enfrentar o obstáculo cultural da sociedade brasileira e, principalmente,
TRIBUNA DO ADVOGADO - AGOSTO 2015 - PÁGINA 15
STF decide se portar drogas para uso próprio é crime Especialistas apontam, no entanto, a necessidade de avançar e definir parâmetros que reduzam a criminalização de usuários como traficantes
VITOR FRAGA Desde junho, está liberado para votação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) um processo que pode descriminalizar o porte de drogas ilícitas no Brasil para uso pessoal. Em tese, apenas o artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/06) está em discussão, mas mesmo que a legislação já tenha livrado o usuário de pena, um possível entendimento da corte nesse sentido, com repercussão geral, colocaria o Brasil em sintonia com a tendência mundial em relação à política de drogas – países como Portugal, Argentina, Estados Unidos e Uruguai, de diferentes formas, vêm adotando políticas menos conservadoras nessa área. Especialistas ouvidos pela TRIBUNA consideram que uma decisão do Supremo favorável à descriminalização seria um avanço, principalmente no que diz respeito ao direito de cada indivíduo decidir que tipo de substância quer ingerir, sem a interferência do Estado.
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Porém, segundo eles, representaria um
fere a autonomia do indivíduo sobre seu
Diversas entidades entraram como
passo insuficiente para resolver a com-
corpo. Foi esse princípio que a Suprema
amicus curiae no processo, e juristas
plexa questão das drogas e da violência
Corte da Argentina adotou em 2011,
que são referência na área o acompa-
gerada pelo comércio clandestino (para
ou o parlamento de Portugal, em 2001.
nham. A professora de Direito Penal da
isso, seria necessário alterar a legislação
A decisão do STF, caso favorável, sem
Faculdade Nacional de Direito e coor-
sobre o tema), e poderia ainda gerar
dúvida será um avanço, mas tímido. Ela
denadora do Grupo de Pesquisas em
dificuldades na aplicação prática da lei
não toca em duas questões fundamen-
Política de Drogas e Direitos Humanos
em relação à diferenciação entre usuá-
tais hoje, que são a regulamentação do
da UFRJ, Luciana Boiteux, que atua como
rios e traficantes, por exemplo – um dos
mercado, fator de produção de violência,
advogada da Associação Brasileira de
fatores centrais apontados por aqueles
e a questão da diferenciação entre o
Estudos Sociais sobre o Uso de Psicoa-
que avaliam que a guerra às drogas é, de
usuário e o traficante”, afirma Cinco.
tivos (Abesup), concorda com a tese da
Julgamento
Para ele, a lei é falha porque des-
Defensoria. “Há vários argumentos, mas,
taca como fatores de diferenciação a
sem dúvida, o direito individual à inti-
“natureza e a quantidade da substância
midade e à vida privada como espaços
Desde 18 de junho, o relator, mi-
apreendida”, além do “local e as condi-
imunes à intervenção estatal são fortes
nistro Gilmar Mendes, liberou para jul-
ções em que se desenvolveu a ação, as
razões. Para além disso, entendo que
gamento o Recurso Extraordinário (RE)
circunstâncias sociais e pessoais, bem
a descriminalização fará bem à saúde
635.659, ação em que será discutida a
como a conduta e aos antecedentes do
pública”, diz ela, que também é vice-
descriminalização do porte de drogas no
agente”, o que cria uma seletividade
-presidente do Conselho Penitenciário
país. O processo se refere a um interno
na punição. “Movimentos de direitos
do Rio de Janeiro.
do sistema penitenciário de São Paulo,
humanos vêm denunciando que, siste-
Embora considere a descriminali-
em cuja cela foi encontrada pequena
maticamente, na prisão de pessoas de
zação do uso insuficiente para reduzir
quantidade de maconha. Caso a decisão
classe média e alta, eles são enquadra-
a violência produzida pela ilegalidade
seja favorável ao autor, na prática pode
dos como usuários, apesar de às vezes
das drogas, a professora acredita que a
significar a descriminalização do porte
a quantidade de droga apreendida ser
medida vai “contribuir para a redução
para consumo pessoal – embora isso já
grande. Mas se o preso é morador de
da violência hoje praticada pela políti-
tenha sido despenalizado pela Lei de
favela ou periferia, não tem emprego
ca contra usuários”, que precisam “ser
Drogas de 2006. A alegação da Defenso-
ou acesso a um advogado, a Defensoria
considerados como sujeitos de direitos
ria Pública foi que a proibição do porte
Pública não tem estrutura suficiente
e não mero objeto de uma política
para uso próprio contraria os princípios
para atender a todos. No fim, muitos
autoritária”. Além disso, acrescenta, “a
constitucionais da intimidade e da vida
são condenados como traficantes sendo
descriminalização poderá gerar efeitos
privada, questionando portanto a cons-
usuários”, critica.
positivos na ampliação do acesso a
titucionalidade do artigo 28 da lei, que
O professor de Direitos Humanos
tratamento voluntário, como ocorreu
fixa penas (sem restrição de liberdade)
da FGV Direito Rio Michael Mohallem
em Portugal, pelo fato de o usuário não
para “quem adquirir, guardar, tiver em
considera que o uso de dro-
depósito, transportar ou trouxer consigo,
gas se inclui na categoria das
para consumo pessoal, drogas sem auto-
práticas da esfera privada
rização”. O tema foi classificado como de
que não afetam o direito de
repercussão geral, o que significa que o
outra pessoa. “A Constituição
julgamento do mérito deverá ser aplica-
protege a intimidade e a
do nas demais instâncias do Judiciário,
vida privada como direitos
em casos similares. A previsão é de que
do mais alto nível, o que não
a matéria entre na pauta neste semestre.
quer dizer que não possam
O sociólogo e vereador do Rio de
entrar em choque com outras
Janeiro pelo PSOL Renato Cinco (que
proteções legais. Para criar
é um dos organizadores da Marcha da
uma exceção da inviolabili-
Maconha e militante do Movimento
dade da intimidade há que
pela Legalização da Maconha) observa
se ter justificativa razoável, o
que a garantia da autonomia individual
que não há nesse caso, prin-
é importante, mas que o debate precisa
cipalmente no caso do uso
ser mais amplo. “O Estado criminalizar a
de drogas leves em âmbito
ingestão de substâncias pelas pessoas
privado”, afirma. TRIBUNA DO ADVOGADO - AGOSTO 2015 - PÁGINA 17
Gilmar Mendes
Foto: CArlos HUmberto / STF
fato, uma guerra aos pobres.
Michael Mohallen
a necessidade de diferenciação. Mas, entendendo que avançamos aos poucos, acho que temos que
Luciana Boiteux
comemorar a descriminalização se ela vier, apontando os limites, que seriam não tocar na ilegalidade do mercado nem na diferenciação entre usuários e traficantes”, esclarece. Ele considera que essa diferenFoto: Arquivo / Francisco Teixeira
ciação tem alguns aspectos centrais. “Um deles é que o processo por tráfico de drogas tem que envolver a prova do crime. Se alguém está sendo acusado, os agentes da lei Foto: Divulgação
têm que apresentar à Justiça a informação sobre quem foi o comprador, quem foi o vendedor, quando houve a venda, qual a quantidade vendida, ser mais estigmatizado como criminoso e com isso ganhar confiança para buscar ajuda. Como medida a médio e longo prazos, eu defendo a regulação responsável e a legalização de todo o circuito produtivo das substâncias hoje ilícitas, pois o fim do proibicionismo é essencial para a redução da violência”, argumenta. Também favorável à legalização de todas as drogas, Renato Cinco entende que a luta pela legalização da maconha, especificamente, poderia ser um primeiro passo importante para promover alterações na política sobre o tema. “Sou favorável à regulamentação do mercado de drogas em geral, o que acabaria com Renato Cinco
o valor etc. É preciso haver o ato de
ximar do tema. Ajudaria sobretudo na
tráfico. E o acusado tem que ser apresen-
proteção aos jovens, que formam a
tado ao juiz em um prazo de 24 horas,
massa consumidora. No caso da maco-
para não ficar semanas ou meses preso
nha, que é de fácil cultivo domiciliar,
injustamente”, propõe.
abriríamos a possibilidade de as pessoas
Para outras entidades que partici-
deixarem de frequentar o comércio clan-
pam do processo, a descriminalização
destino. A regulação do seu cultivo para
é um tema que precisa ser debatido. O
consumo próprio representaria uma re-
diretor do Viva Rio e secretário executi-
dução na receita do narcotráfico”, diz ele.
vo da Comissão Brasileira sobre Drogas
Para o presidente da Comissão
e Democracia (CBDD), Rubem César
de Políticas sobre Drogas da OAB/RJ,
Fernandes, conta que a declaração apre-
Wanderley Rebello Filho, já existe o
sentada pelas duas entidades (que tam-
entendimento de que a repressão falhou
bém participam do processo), assinada
no mundo todo. “É preciso retirar o con-
pelo advogado Pierpaolo Cruz Bottini,
sumidor de qualquer tipo de droga das
parte justamente da tese da liberdade
esferas policial e judicial. Não são pesso-
individual. Para Fernandes, a descri-
as competentes para tratar do tema, são
minalização ajudaria principalmente
Perfil dos encarcerados por tráfico
pessoas que
O estudo Tráfico e Constituição: um estudo sobre a atuação da
sofrem com o abuso de drogas. “Hoje, com a proibição legal e os medos que a ss o m b r a m este mercado, Foto: Bruno Marins
as pessoas e as instituições têm dificuldade de se apro-
Justiça Criminal do Rio de Janeiro e do Distrito Federal no crime de tráfico de drogas, encomendado pelo Ministério da Justiça ao Núcleo de Política de Drogas e Direitos Humanos da UFRJ, foi publicado em 2009. No universo de condenados por esse crime no Rio de Janeiro de outubro de 2006 a maio de 2008, a pesquisa observou que: 66% eram réus primários; 91% foram presos em flagrante; 60% estavam sozinhos quando foram presos; apenas 14% portavam armas no momento do flagrante e da prisão; 54% foram presos com maconha, 42% flagrados e portando menos de 100g; e 58% receberam penas de oito anos ou mais de reclusão em regime fechado.
TRIBUNA DO ADVOGADO - AGOSTO 2015 - PÁGINA 18
desnecessários. A descrimina-
Educação. Se o STF julgar sem pressões
lização pelo STF deve facilitar
e, principalmente, afastando-se da hipo-
o acesso para quem precisa
crisia que envolve o tema, obviamente
de tratamento médico”, afirma
será favorável à descriminalização”,
Rebello.
acredita. Rebello observa que o uso
O secretário de Segurança
da maconha, por exemplo, não causa
Pública do Rio de Janeiro, José
letalidade direta, enquanto drogas lícitas
Mariano Beltrame, é favorável
são extremamente letais.
à experiência de Portugal: a
“No ano passado, o abuso do álcool
descriminalização de drogas
matou só nas estradas mais de 20 mil
não pesadas. “Lá, eles tiraram
pessoas, correspondendo a mais de
essa questão da polícia: o
50% de todos os acidentes fatais em
que eu acho importante, e
rodovias. Fora que, em decorrência do
também desonera o Judiciário
álcool, há violência doméstica, contra
– e colocaram na Saúde. Mon-
crianças, mulheres, brigas em bares. No
taram equipes multidiscipli-
entanto, ele é liberado, há propaganda
nares para convidar pessoas
na mídia. Não sou contra, sou favorável
que usam drogas e querem
à tese de que as pessoas podem fazer
largar o vício a se tratar em
uso do que elas quiserem, desde que
clínicas muito bem equipadas,
não prejudique terceiros”, esclarece.
para que essas pessoas sejam
O uso medicinal da maconha tam-
atendidas com todos os requi-
bém vem sendo debatido em diversos
sitos que garantem os direitos
países. “Os Estados Unidos abriram as
humanos”.
portas para o canabidiol [elemento da
No Brasil, opina Beltra-
cannabis que ameniza o efeito psicoa-
me, a discussão não deve
tivo do THC, sem retirar as propriedades
ser apenas criminalizar ou
terapêuticas da planta] no tratamento de
descriminalizar. “Temos que
diversos pacientes. Mas aqui é difícil, o
nos preocupar com os outros
paciente tem que percorrer caminhos
passos, fazer essa caminhada de trás pra frente.
Foto: Divulgação / Philippe Lima
José Mariano Beltrame
Foto: Lula Aparício
casos para as secretarias de Saúde e de
Wanderley Rebello
Como vamos abor-
segurança pública”, defende.
dar esse problema? Como
Segundo o professor Mohallem, em-
vamos contribuir para ajudar
bora a decisão só afete diretamente o ar-
uma pessoa a deixar o vício?
tigo 28 da Lei de Drogas, alguns juristas
Vamos ter clínicas, levar es-
entendem que o STF, se quiser resolver
sas clínicas até o usuário?
o problema da excessiva criminalização
Vamos fazer com que ele vá
de usuários como traficantes, precisará
até elas? Enfim, precisa ser
avançar mais. “Para muitos juízes, a
acertada uma série de outros
condição social do réu acaba afetando a
procedimentos antes desse
isonomia da decisão. Seria interessante
passo. O dependente tem
que o Supremo estabelecesse parâme-
que ser tratado na saúde e
tros que sugerissem quantidades ou
a segurança tem que se con-
outros elementos para diferenciação.
centrar no grande traficante.
Seria uma decisão ousada, mas a corte já
Isso racionaliza efetivo, ativi-
fez coisas parecidas antes”, argumenta.
dade policial, a burocracia e
Ele acredita que, se o STF considerar
a atividade do Judiciário, que
apenas que o artigo 28 é inconstitucio-
está abarrotado de proces-
nal, ou seja, que usuários não podem
sos. Acho que isso deixaria a
ser criminalizados, a situação atual em
segurança pública cuidar da
que usuários são condenados como
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Foto: Tamiris Barcellos
Rubem Cesar Fernandes
que essa pessoa não corra o risco de que
repressão penal no Brasil a pretexto de
um policial, promotor ou juiz interprete
‘combater as drogas’”, afirma a pesquisa-
que ele não é usuário e sim traficante, e
dora, reforçando que “a grande maioria
portanto fique desprotegida da decisão
dos presos são grupos vulneráveis”, que
do próprio Supremo”, conclui.
têm os direitos desrespeitados e são,
Luciana Boiteux, que coordenou, com Ela Wiecko, estudo (ver box na
em geral, “usuários pobres confundidos com traficantes”.
página 18) sobre a questão, aponta que
Ou seja, a criminalização da po-
a maioria dos condenados por tráfico é
pulação mais pobre seria a verdadeira
formada por réus primários, que foram
face da guerra às drogas. “Hoje já se
presos sozinhos, desarmados e com
discutem os efeitos da guerra às drogas
pouca quantidade de droga. Ela sustenta
sobre a produção da violência, a instru-
que o aumento do número de pessoas
mentalização da guerra às drogas como
presas por tráfico de drogas no Brasil
uma ação seletiva do Estado contra as
é causa do alto índice de encarcera-
populações marginalizadas. Como é que
mento no país, mas isso não significou
o tráfico de drogas movimenta trilhões
nenhuma redução do consumo nem
de dólares no mundo sem a participação
mesmo contenção do mercado ilícito.
de agentes financeiros? E não há inves-
“Na verdade, o proibicionismo fracas-
tigação sobre a lavagem do dinheiro do
traficantes permaneceria ou até po-
sou nos fins a que se propôs no século
tráfico”, critica Cinco, defendendo que
deria se agravar. “Hoje, juízes que têm
passado: proteger a saúde pública. Mas
é preciso “desmatricular” as pessoas
posição ideológica pela criminalização
podemos dizer que foi muito eficaz na
na “universidade do crime”, apostando
já tendem a enquadrar casos de usuá-
intensificação do controle social sobre
no fim da proibição: “O debate que a
rios como traficantes. Então, é preciso
pobres, negros, mulheres e minorias em
sociedade tem que fazer é: proibir é
estabelecer uma margem segura de de-
geral, que são desproporcionalmente
abrir mão de controlar. Você só pode
finição de quem é usuário de fato, para
afetados pela atuação concreta na
regulamentar o que não é proibido”. T
Cenário mundial Com dados de 2012, foi divulgado no ano passado o Relatório Mundial sobre Drogas da ONU, que apontou
legalizaram a comercialização da maconha inclusive para fins recreativos.
que cerca de 243 milhões de pessoas, uma média de 5%
Em dezembro de 2013, o Uruguai tornou-se a primeira
da população mundial entre 15 e 64 anos, fazem uso de
nação do mundo a legalizar a produção, a distribuição e
drogas ilícitas. Os usuários considerados problemáticos
venda de maconha sob o controle do Estado. O objetivo
somariam 27 milhões, ou cerca de 0,6% da população
da lei, segundo o governo uruguaio, é tirar poder do nar-
adulta mundial – a cada 200 pessoas, uma é dependente.
cotráfico e reduzir a dependência de drogas mais pesadas.
Foi a primeira vez que o o Escritório das Nações Unidas
Uma agência estatal, o Instituto de Regulação e Controle
contra a Droga e o Crime (Unodc) sugeriu a descrimi-
de Cannabis (IRCCA), ligado ao Ministério da Saúde Pública,
nalização do consumo: “Pode ser uma forma eficaz de
fica responsável por emitir licenças e controlar o comércio.
‘descongestionar’ as prisões, redistribuir recursos para
Argentina (desde 2011) e Portugal (desde 2001) são
atribuí-los ao tratamento e facilitar a reabilitação”, diz
os exemplos quando se trata de descriminalização do uso.
trecho do relatório de 22 páginas.
Em maio de 2015, a Colômbia interrompeu a pulverização
Apesar de os Estados Unidos continuarem sendo o
aérea da coca, e no início de julho os deputados chilenos
país que lidera a guerra às drogas, atualmente mais da
aprovaram um projeto de lei que autoriza o cultivo de
metade dos estados norte-americanos autoriza o culti-
pequenas quantidades de maconha naquele país. Para
vo e a venda de cannabis para fins medicinais – quatro
entrar em vigor, a medida ainda precisa ser analisada por
deles (Colorado, Washington State, Oregon e Alaska)
uma comissão de saúde e passar pelo Senado.
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TRIBUNA LIVRE
A discussão sobre a descriminalização das drogas foi intensificada nos últimos meses com a expectativa do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de um caso de porte de maconha em pequena quantidade, decisão com caráter de repercussão geral, como pode ser conferido na matéria da página 16. Cabe aos ministros examinar se procede o argumento da defesa de que o artigo 28 da Lei Antidrogas viola a Constituição Federal no que se refere ao direito à vida privada. E, para saber a opinião dos colegas sobre o assunto de forma mais ampla, a TRIBUNA esteve na Casa do Advogado Celso Fontenelle e perguntou:
O que você acha da descriminalização das drogas?
Acredito que a liberação para uso próprio pode ser uma maquiagem em cima de um problema, que é regular a conduta disso. O grande embargo é a morosidade do Poder Legislativo em criar um instrumento para poder fazer essa regulamentação, pois é o tipo de questão que não tem como ser vista através de jurisprudência. Mesmo para uso próprio, seria necessário regulamentar onde usar, como usar, onde comprar. Isso só será possível com a criação de uma lei. Douglas Pereira Martins, estagiário, 24 anos
Não acho possível implementar isso no Brasil. Assim como não concordo com a liberação da pequena quantidade, mesmo de maconha, para o usuário. Porque, dessa forma, libera-se a pequena quantidade mas não se consegue tratar de onde ela provém. Não há uma regulamentação prevista. Não há estrutura para a liberação, tanto juridicamente como dentro do próprio contexto que vivemos hoje na sociedade. Raquel Mendes, advogada, 29 anos
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Em muitos países da América Latina, como por exemplo o Uruguai, a legislação já foi adaptada a essa realidade. A tendência é descriminalizar, é uma evolução natural da sociedade. Nós hoje ainda adotamos parâmetros do século passado e isso é muito ruim. Acho que o Direito tem que avançar também nesse sentido, acompanhar esse movimento. Marcio Nunes, advogado, 32 anos
Fotos: Bruno Marins
Eu sou a favor da descriminalização da utilização para consumo próprio. Acho que de uma forma geral a história está nos provando, tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo, que essa guerra às drogas, esse combate, não leva a nada. Sou a favor inclusive de experiências que vêm sendo adotadas em alguns países, inclusive o Uruguai. Me agrada a ideia de liberar, em um primeiro momento, as drogas mais leves e depois, com um pouco mais de estudo e cuidado, ir avançando em outros casos. Quem é o Estado para tutelar a saúde da pessoa? Roberto Banhara, advogado, 38 anos
Sou contra, porque isso vai acabar onerando o sistema público de saúde. Enquanto for considerada droga, tem que ser proibido o porte, porque mesmo o usuário estando em seu direito à privacidade, se ele ficar doente vai para o sistema público de saúde. Então, nem para uso próprio, dessa forma que está sendo julgada, eu concordo, pois essas pessoas, com permissão de utilizarem as substâncias, vão se viciar. Alexsandro de Souza Pereira, advogado, 32 anos
Sou a favor da descriminalização para consumo próprio porque não é o usuário quem vai ditar o aumento ou não da criminalidade. E, se houver uma regulamentação, como há em alguns países, pode haver inclusive um controle público sobre a própria droga, como é feito com o cigarro e com o álcool, porque a droga, como é vendida hoje em dia, não sofre nenhum controle de qualidade, o que causa vários problemas. Wanisio Guimarães, advogado, 38 anos
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Nunca parei para pensar sobre isso, mas sou a favor da descriminalização para consumo próprio e em pequena quantidade de porte. Em muitos casos essas substâncias são necessárias inclusive por questões médicas. Não faço uso, mas não sou contra, principalmente para fins medicinais. Mas, ao mesmo tempo, não acho que a proibição invada a privacidade. Valerio Soares Mariano, advogado, 32 anos
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Audiência de custódia: barreira contra o aumento da população carcerária RENATA LOBACK Fevereiro de 2014. Num dia como outro qualquer, Vinícius, que havia acabado de sair do trabalho, caminhava até sua casa. Sem entender o porquê foi abordado por policiais e uma mulher, que, nervosa, afirmava a semelhança dele com a pessoa que acabara de levar sua bolsa. Vinícius acabou preso, mesmo sem portar o objeto do roubo ou qualquer outra prova do delito. Somente após os apelos de familiares e amigos, que promoveram uma campanha nas redes sociais, foi liberado para responder o processo em liberdade, depois de ficar 16 dias encarcerado. O caso do vendedor e ator Vinícius Romão aconteceu exatamente um ano antes de o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o Ministério da Justiça e o Tribunal de Justiça de São Paulo, lançar o projeto Audiência de custódia, que consiste na garantia da apresentação do preso a um juiz em até 24 horas nos casos de prisões em flagrante. Nesta oitiva, além da garantia de o acusado ter uma rápida defesa de um advogado ou defensor público, o juiz poderá analisar a prisão sob o aspecto da legalidade, da necessidade e da adequação de sua continuidade ou eventual concessão de liberdade, com ou sem a imposição de outras medidas cautelares. Eventuais ocorrências de tortura ou maus-tratos, entre outras irregularidades, também serão observadas dentro desse prazo. O processo de Vinícius Romão já foi extinto, ficou comprovado que, de fato, apesar de possíveis semelhanças, ele não era o ladrão. “Foram 16 dias que marcaram a minha vida. Minha história teria sido diferente se o procedimento
fosse feito da forma correta. Sou a favor das audiências de custódia, porque esses erros grosseiros, infelizmente, acontecem com frequência. E nem todo mundo tem a mesma oportunidade de chamar atenção das autoridades com uma campanha que dê repercussão. Eu fiquei 16 dias, há pessoas que ficam meses e anos”, lamenta. O Brasil possui a quarta maior população carcerária do mundo, com 563.526 presos, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Rússia. Todos os dias milhares de pessoas são detidas por suposto flagrante. Na cidade do Rio de Janeiro, a prisão é aplicada antes do julgamento em 72% dos casos. Após a audiência, apenas 40% são levados a uma condenação de prisão. No primeiro semestre do ano passado, foram registradas 565 mortes violentas no sistema prisional brasileiro, segundo dados recentes do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). A principal causa dessa violência, na opinião de especialistas, é a superlotação, que se deve em parte à quantidade de detentos não julgados, 222 mil. Em junho de 2014, as unidades destinadas a presos provisórios apresentavam taxa de ocupação de 192%. Para o coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF) do CNJ, juiz Luís Geraldo Sant’Ana Lanfredi, as audiências de custódia irão atuar diretamente para a diminuição do inchaço do sistema. “O encarceramento causa danos a quem está preso, mas sobretudo a quem não deveria estar. O primeiro passo como medida estruturante para este colapso é uma melhor qualificação da porta de entrada”, afirma Lanfredi. De acordo com o coordenador do
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DMF, além de trazer impacto positivo para o sistema carcerário, essas audiências protagonizam uma mudança de paradigmas no sistema de Justiça criminal. “Elas são uma providência concreta para fazer frente à ideia de que, com a prisão, tudo se resolve. Cultura essa que se instalou e está enraizada na forma como agem os atores da Justiça criminal, também contaminando o pensamento de todos os setores da sociedade, que têm dificuldade de perceber que a prisão, isoladamente, não resolve o problema da criminalidade. Mais presos, mais presídios e mais prisões não estão trazendo a segurança que todos desejamos”, observa Lanfredi. Para a presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro, coordenadora geral do Fórum Nacional de Conselhos Penitenciários e representante da OAB/RJ na Coordenação Nacional de Acompanhamento do Sistema Carcerário, Maíra Fernandes, tal projeto respeita normas de natureza infraconstitucional e supralegal descumpridas pelo Brasil há mais de dez anos, como o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e a Convenção Interamericana de Direitos Humanos, conhecida como Pacto de San Jose da Costa Rica. “Atualmente, o juiz recebe o auto de prisão em flagrante no prazo de 24 horas (artigo 306, § 1º do Código de Processo Penal), mas decide sobre a legalidade da prisão, a aplicação de medida cautelar, a fiança, a liberdade provisória, a substituição por prisão domiciliar ou, o que é mais comum, a conversão em prisão preventiva, com base somente em um papel, ou seja, sem qualquer contato com o preso. Tal só ocorrerá meses (ou mesmo anos) depois, na audiência de
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Paulo Baldez
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Breno Melaragno
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instrução e julgamento”, detalha Maíra. Segundo ela, a ausência de oitiva do preso logo após o flagrante é uma das grandes responsáveis pela desumanização do sistema, que banaliza a prisão e encarcera em demasia. “Prender um pedaço de papel não há de gerar dor de consciência”, diz. De acordo com o presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB/RJ, Breno Melaragno, é um absurdo que cerca de 40% da população carcerária seja provisória: “Desse montante, mais de 20% têm a pena reduzida ou são absolvidos após o julgamento. Isso significa que mais da metade das pessoas que estão, hoje, no sistema carcerário sequer deveria estar ali”. Segundo ele, o projeto de audiências de custódia tem todo o apoio da OAB/ RJ. “Este é um procedimento jurídico que existe em quase todos os países e o Brasil ainda está muito atrasado. A Lei 12.403/2011 melhorou no que se refere à prisão em flagrante delito, mas
ção das audiências de custódia no estado. Na ocasião, Costa Filho afirmou que todas as ações efetivas para esvaziar o sistema penitenciário são válidas. “As audiências em 24 horas vão ajudar muito o sistema penitenciário, que está sobrecarregado. Grande parte desses detidos serão absolvidos e é necessário considerar isso para que o sistema possa avançar”, disse o coronel, na ocasião. De acordo com o desembargador Paulo Baldez, os trabalhos da comissão de instalação das audiências de custódia no TJ estão sendo realizados em parceria com o CNJ e a previsão é de que sejam implantadas até outubro. T Maíra Fernandes
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Luís Geraldo Lanfredi
não avançou nas oitivas com juízes. Um magistrado expedir uma ordem de prisão com base na cópia de autos está longe de ser o ideal”, analisa Melaragno. Considerado prioritário na atual gestão do CNJ, o projeto, que começou por São Paulo, já foi implantado no Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais e Mato Grosso. Segundo as primeiras estatísticas, a quantidade de prisões preventivas desnecessárias diminuiu em até 40%. No Tribunal de Justiça (TJ) maranhense, o índice de liberdade concedida é ainda maior – 60%. Desde maio, o projeto vem sendo desenhado no Rio de Janeiro com a criação, pelo TJ, de uma comissão formada por desembargadores, juízes, membros do Poder Executivo, da Defensoria Pública e representantes da área de segurança pública. A ideia do grupo é viabilizar um cronograma de implantação e definir sua estrutura física e funcional. Atualmente, estima-se que existam 40 mil presos no Rio, entre julgados e provisórios. “As audiências de custódia vão representar uma redução da população carcerária. Existem muitas prisões cautelares que certamente não seriam necessárias. A possibilidade de controle judicial mais eficaz da legalidade do flagrante, avaliação mais célere acerca da necessidade de manutenção da prisão ou adoção de medidas alternativas ao cárcere e a redução, por conseguinte, dessa superpopulação, são os aspectos positivos deste projeto”, reforçou o desembargador do TJ, Paulo de Oliveira Lanzellotti Baldez, que coordena o trabalho da comissão. A presidente do Conselho Penitenciário do estado destaca alguns dos cuidados que devem ser tomados. Particularidades que, segundo ela, o próprio CNJ já prevê, como não considerar o depoimento do preso contra ele, uma vez que as audiências de custódia não podem ser configuradas como interrogatórios; local para exame de corpo de delito pelo Instituto Médico Legal, antes da oitiva; e centrais de alternativas penais, de monitoração eletrônica, de serviços e assistência social e de câmaras de mediação. Em reunião com o secretário de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, em junho, a OAB/RJ solicitou apoio para a implanta-
PRERROGATIVAS
Seccional obtém vitória em casos de colegas acionados por pareceres para licitações Federal de Enfermagem, que deu alguns pareceres respondendo a consultas da presidente da entidade, posteriormente acusada de fraudar uma licitação. O Ministério Público Federal apresentou denúncia acusando-o de participação no crime, e o advogado pediu assistência à Seccional. “Apresentamos resposta à acusação e, como não foi absolvido sumariamente, impetramos o habeas corpus visando ao trancamento da ação penal. Fiz a sustentação oral, enfatizando não só que o parecer é uma peça meramente opinativa mas, também, a liberdade do advogado em opinar. A ordem foi concedida para trancar a ação penal por unanimidade”, relatou Vitagliano. Em seu voto, o desembargador que determinou o trancamento da ação declarou que “o parecer não induz a erro sobre a realidade fática, mas apenas expõe a opinião técnica do agente, de maneira razoável, fundamentada e, até mesmo, cautelosa”, e que o advogado “ainda fez várias advertências a serem seguidas pelo administrador”. Em outro caso, a Cdap participou de uma ação contra um ex-procurador do município de Paraíba do Sul, que teria emitido parecer sobre minuta de licitação para evento que ocorreria na cidade. O Ministério Público propôs a ação civil, visando à condenação do profissional
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Rafael Vitagliano
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A Comissão de Defesa e Assistência às Prerrogativas (Cdap) da OAB/RJ foi vitoriosa em dois casos em que advogados se viram acionados na Justiça por ter emitido pareceres para licitações. No primeiro, o colega foi processado criminalmente por fraude, após dar pareceres em um conselho profissional do qual era assessor jurídico – a comissão conseguiu o trancamento da ação. No segundo caso, o advogado que era procurador de um município fluminense e teria emitido parecer sobre uma minuta de licitação foi acionado em ação civil, com outros oito réus. A Cdap ingressou como assistente simples, visando a exclusão do profissional do polo passivo da demanda, também com sucesso. Em ambos as questões, os nomes dos advogados foram omitidos a pedido da comissão. “A Cdap tem como principal missão resguardar o respeito às prerrogativas advocatícias, visando a salvaguardar o livre exercício da profissão. O advogado tem importância constitucionalmente reconhecida e, por isso mesmo, deve exercer seu mister com plenitude, liberdade e independência”, afirmou o assessor jurídico do núcleo, Raphael Vitagliano. Ele atuou como delegado no caso do trancamento da ação criminal contra um ex-assessor jurídico do Conselho
e outros oito réus no ressarcimento de valores desviados. “Em sessão de julgamento, o desembargador Marcos Alcino Azevedo Torres destacou a importância constitucional do advogado bem como a liberdade que o mesmo deve ter no seu atuar, dando provimento ao agravo para não receber a petição inicial em relação ao profissional”, explicou Vitagliano. T
ESPAÇO ABERTO
A clava forte da LUIZ FERNANDO RIBEIRO DE CARVALHO*
É c h eg a d a a
de nossa gente nessa época dos tristes
ficando em consequência o dito (pela
hora de, parafra-
marcada por uma avassaladora crise
presidente Dilma) pelo não dito e tudo
seando o mote de
simultaneamente econômica, politica
como dantes neste surreal quartel de
Osório Duque Es-
e moral, quando todos os valores que
Abrantes.
trada no Hino Na-
sustentam uma nação na sua base mais
cional Brasileiro,
sólida parecem ter ruído.
Os cidadãos brasileiros acabam atônitos e sem saber o que pensar diante
clamar aos filhos
Ainda outro dia, a presidente da
desse público tiroteio institucional que,
de nossa sofrida pátria pelo enfrenta-
República anunciava que vetaria um
em meio aos potentes holofotes da
mento da luta.
projeto de lei de reajuste de servidores
mídia, parece desservir ao país.
No tempo de Nelson Rodrigues,
do Judiciário da União, por contemplar
Não fosse bastante, em entrevis-
polêmico dramaturgo, jornalista e faná-
valores excessivos nestes tempos de
ta acerca do entrevero, um ministro
tico torcedor do Fluminense, a seleção
crise e contenção de despesas. Não
recentemente investido no Supremo
brasileira era a pátria de chuteiras.
se discute que o veto de projetos
Tribunal Federal declara à imprensa que
Hoje, muitos arriscam que seleção – no
aprovados no Congresso Nacional seja
o projeto de reajuste dos servidores do
sentido de brio e garra patrióticos, sem
prerrogativa presidencial. Mas o que o
Judiciário Federal, embora originário de
falar no talento e criatividade – já não
anúncio prematuro do veto provocou?
nossa corte maior de Justiça, possivel-
temos de há muito para torcer. Quanto à
Na mesma noite, em entrevista ao Jornal
mente conteria percentual excessivo.
pátria, sua própria noção se esfumaçou
Nacional, acompanhada por milhões
Ora, nem se precisa enfatizar o
– um pouco pela globalização galopante
de espectadores, o presidente do Se-
óbvio, que este episódio não é isolado,
e implacável dos tempos modernos,
nado e do Congresso Nacional, Renan
antes traduzindo regra geral de desres-
mas certamente muito mais pela falta
Calheiros, apregoou que, diante de
peito institucional, com perda substan-
de cultivo de um sentimento de nação
eventual veto presidencial ao projeto,
cial de seus valores constitucionais e
que, imperceptivelmente, passou à
poderia o Congresso, também no uso de
arremesso à tábula rasa de postulados
dimensão do abstracionismo.
prerrogativa constitucional, derrubá-lo,
da República – como o essencial fun-
Dirão alguns mais atentos, mas por que isso? Onde anda a teimosa alegria
damento, abrigado na Constituição, da
Justiça independência e harmonia dos poderes
A nação, mesmo apreensiva, pode
vultos mais preeminentes do cenário
constituídos. Estes, aliás, criados pela
confiar nos seus juízes, como demons-
nacional – o jornalista Barbosa Lima
soberania do povo (em fonte originária)
trado pela serenidade e firmeza do
Sobrinho, por muitos anos presidente
e não extraídos de uma singular ou
ministro Teori Zavascki, do STF, e do
da Associação Brasileira de Imprensa
pretensa autonomia daqueles frente
juiz federal Sérgio Moro, condutores
– que a missão última do Judiciário é
ao povo brasileiro, titular originário de
dos processos judiciais relativos à
fomentar civilização.
todo o poder que dele emana. Há que
Lava-jato, todos envolvendo apuração
Por tudo isso, não há descrer dos
honrar, senhores, a parcela de soberania
de graves potenciais crimes de corrup-
demais poderes como instituições
delegada que exercem.
ção, lavagem de dinheiro, formação de
essenciais ao sistema democrático, so-
Recentemente, todos assistimos ao
quadrilha, sonegação fiscal e outros
brelevando, outrossim, a alta relevância
estrepitoso escândalo do “mensalão”,
respeitantes atentados contra a integri-
da imprensa livre, do Ministério Público
com seus responsáveis punidos, nos
dade nacional e a possível credulidade
e da advocacia como instrumentos
limites da lei, pela autoridade incontras-
pública diante de tanta solércia e sen-
indispensáveis ao funcionamento do
tável do STF como guardião e intérprete
sação de impunidade.
Estado democrático de Direito.
final da Carta da República.
Nessa quadra tão difícil, as tábuas
Mas, ao cabo dessas singelas refle-
Passados poucos meses, vem a ope-
da lei não podem ceder. A Constituição
xões, fica a esperança de que os filhos
ração Lava-jato, encetada pela Polícia
e as leis da República, conduzidas pela
desta terra ainda generosa diante de
Federal, trazer à luz do dia – pelo sol
alta responsabilidade de que investido
tantas violações e agravos saberão
que é desinfetante maior – as infâmias
o Poder Judiciário, não deverão ser
erguer e poderão contar – em meio ao
e apontados saques de quadrilheiros
repasto de inescrupulosos agentes da
interregno de tanto espanto e perple-
contra a integridade moral e financeira
mais letal corrupção.
xidade – com a clava forte da Justiça.
da Petrobras, até então indiscutido e orgulhoso patrimônio nacional.
O tributo ao equilíbrio das instituições não faltará nessa quadra de tantas
*Presidente do Tribunal de
incertezas que povoam um cenário na-
Justiça do Rio de Janeiro
cional ainda nebuloso. Este necessário ponto de equilíbrio será dentro da curva dos altos postulados que se apresentam à nação. Certa feita, ouvi de um dos
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A Justiça na era do Wh CÁSSIA BITTAR
Foto: Bruno Marins
Cada vez mais presentes na vida da população mundial, acessadas 24 horas por dia através dos mais diversos gadgets disponíveis, as redes sociais são já há alguns anos reconhecidas como um fenômeno e adotadas profissionalmente. Agora, passam por novo momento: com a disseminação do WhatsApp, aplicativo que pode ser utilizado no celular e em alguns computadores para mensagem
Ana Amelia
instantânea por meio de dados, está em curso uma revolução na comunicação de empresas e até mesmo do Judiciário. A adoção vem sendo esporádica, mas muito repercutida. O último caso divulgado pela imprensa, em junho, trata do primeiro acordo trabalhista realizado por meio do aplicativo, na Justiça do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP). Sem a participação de advogados no processo, as partes fizeram toda a negociação pelo WhatsApp e só precisaram ir ao fórum para assinar a documentação. O acordo foi coordenado e orientado pela juíza Ana Cláudia Torres Vianna, diretora do Fórum Trabalhista de Campinas e responsável pelo Centro Integrado de Conciliação de 1º Grau. Ela implantou na serventia o projeto Mídia e mediação, que usará a plataforma digital para estimular o diálogo à distância entre as partes. Em outro episódio recente, o juiz Ney Maranhão, titular da Vara do Trabalho de Tucuruí (PA), do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, utilizou o aplicativo para notificar e dar ciência de sentença a reclamados que se encontravam fora do país. Segundo ele, a medida foi adotada após várias tentativas convencionais e devido à urgência de dar andamento ao processo movido pelo Ministério Público do Trabalho em favor do trabalhador de uma madeireira, porque ele teria desenvolvido uma grave doença ocupacional em sua função. “Tendo em vista a ausência de domicílio dos reclamados em território nacional, foi expedida carta rogatória para notificação, o que exigiu gastos com tradutor juramentado e sujeição ao trâmite burocrático que envolve o TRIBUNA DO ADVOGADO - AGOSTO 2015 - PÁGINA 30
Ministério das Relações Exteriores. Passado longo tempo e mesmo diante de diversos contatos por email e telefone, não obtivemos informações sobre o cumprimento regular da carta rogatória. No entanto, na audiência, fui convencido de que, apesar da ausência de resposta oficial, a carta expedida tinha cumprido o seu propósito, tendo ficado provado que, verdadeiramente, os demandados detinham pleno conhecimento do trâmite do processo, inclusive da sessão inaugural”, conta Maranhão. Ele explica que, na audiência, os irmãos do reclamado informaram o número do celular com WhatsApp que ele utilizava no Suriname. “Com base na prova oral colhida em sessão, dei como regularmente intimados os demandados, reconhecendo a ausência injustificada, e prolatei a sentença de condenação”. O magistrado salienta que seguiu o princípio da instrumentalidade das formas e que foram enviados a íntegra da sentença e o cálculo, respectivamente, por texto e fotografia, do aparelho celular do oficial de justiça. “No mesmo dia, o aplicativo acusou a leitura pelo destinatário com o sinal de duas linhas azuis, o que foi objeto de certificação nos autos. A certeza da eficácia da intimação veio alguns dias depois, quando a empresa
Ney Maranhão
Foto: Divulgação
Uso do aplicativo pelo Judiciário abre debate sobre segurança jurídica e adequação às formas eletrônicas de comunicação
encaminhou expediente para a vara com suas alegações”. Porém, para a diretora de Inclusão Digital da OAB/RJ, Ana Amelia Menna Barreto, é preciso ter cautela na utilização do aplicativo em casos como esse. Ela ressalta que a maior parte do Judiciário ainda é resistente à adoção de práticas não convencionais, principalmente ferramentas de comunicação, mas que não se pode deixar de lado a segurança jurídica: “O Judiciário não só pode como deve investir na área de Tecnologia da Informação, porém com a indispensável segurança jurídica exigida para a comunicação dos atos processuais. A exibição do tique duplo azul na tela do equipamento do emissor da mensagem não proporciona a certeza de que esta foi lida, bem como lida pelo legítimo receptor”, frisa. Seu posicionamento vai ao encontro do que pensa o ouvidor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Fabiano Silveira. “O Judiciário deve cada vez mais estabelecer formas eficazes de interação
Além do Judiciário, empresas e profissionais autônomos já adotaram o WhatsApp como forma de otimizar a comunicação com clientes e a troca de informações, entre os funcionários, sobre o trabalho. Porém, com a instantaneidade das mensagens e a facilidade de acesso a elas, na palma da mão, um novo cenário se impõe: a ultrapassagem da jornada de trabalho com as demandas por meio do aplicativo a qualquer hora do dia, da noite ou do fim de semana. Analista de projetos em uma instituição de ensino e pesquisa científica, C., que preferiu não ser identificada, conta que é acionada pelo grupo de trabalho no WhatsApp inclusive nas férias: “Já houve casos de me consultarem em viagens e até de reclamarem, na segunda-feira, por eu não ter visualizado uma solicitação no fim de semana. A cultura da empresa impõe quase como obrigação que estejamos disponíveis o tempo todo”. Já o analista de marketing na equipe de mídias B2W Lucas Mattos diz que ajuda no trabalho manter contato praticamente em tempo integral com seus clientes e fornecedores: “Como não tenho acesso remoto ao email da empresa, é uma forma de agilizar a comunicação para assuntos mais urgentes. Mas acho invasivo, mesmo as-
Foto: Lula Aparício
atsApp
Aplicativo é usado dentro e fora do expediente
Marcus Vinicius
sim. O que acontece é que o mercado tem instituído a tendência do uso do WhatsApp. É trabalho full time”. Para o presidente da Comissão de Justiça do Trabalho da Seccional, Marcus Vinicius Cordeiro, acionar os empregados por este meio fora do horário de expediente pode, sim, configurar hora extra, que pode ser requisitada em Justiça. “O artigo 6 da CLT afirma que ‘não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego’, completando, inclusive, que entre as formas de controle pelo empregador estão as informatizadas”, explica ele.
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Diário Oficial, porque é muita coisa para acompanhar”. Para o desembargador, a intimação por meio eletrônico, inclusive pelo WhatsApp, tem a mesma garantia de recebimento de uma por meio do Diário Oficial. “Certamente também serão criados serviços para leitura das publicações eletrônicas”, completa, afirmando ainda que o TJ é “amplamente receptivo ao tema”, mas que ainda não há estrutura no Rio de Janeiro para a aplicação: “Muitas varas ainda não contam com o processo eletrônico. Primeiro é preciso trabalhar nisso para, quem sabe ano que vem, pensarmos em novas formas eletrônicas de comunicação”, acredita ele. O ouvidor do CNJ, Fabiano Silveira, conclui que, frente à demanda, é necessário um pensamento conjunto sobre a utilização dos aplicativos pelo Judiciário: “O debate acerca da incorporação de ferramentas como as redes sociais da internet para propiciar maior efetividade e economicidade na comunicação dos atos processuais é sempre bem-vindo. Assim, tanto o poder público quanto os atores integrantes do sistema de Justiça devem participar da construção de consensos mínimos acerca do uso de tais procedimentos, de maneira a harmonizar ambos os princípios em prol de uma melhor prestação jurisdicional”. T
Nagib Slaibi Filho
Foto: Divulgação / Mailson Santana
com a sociedade. Nesse sentido, não se pode, em princípio, por preconceito ou desconhecimento, recusar as novas tecnologias. Mas deve-se tomar o cuidado de não banalizar a atuação dos órgãos desse poder. As formalidades mínimas dos atos processuais precisam ser observadas, até para preservar o direito das partes e a dignidade da Justiça”. Ana Amelia cita como bom exemplo de utilização da ferramenta o da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que instituiu, por meio da portaria 12/15, o aplicativo, permitindo o acompanhamento processual pelos advogados, magistrados, partes envolvidas e até testemunhas. Na serventia, os envolvidos precisam ser previamente cadastrados para que sejam inseridos no grupo referente ao caso. Imagens, vídeos, áudio e documentos relacionados ao processo podem ser enviados por meio do WhatsApp. Juiz titular desta vara, Ali Mazloum explica que a adoção do aplicativo na serventia não substitui intimações oficiais, serve como complemento que faz parte de um programa para dar mais celeridade à Justiça: “A finalidade do WhatsApp é ser instrumento facilitador do trabalho do advogado, não um complicador. A ideia é que eles possam utilizar a ferramenta para evitar o deslocamento até o tribunal, obten-
Foto: Julia Alves de Lima / Divulgação
Ali Mazloum
do serviços de informação processual instantâneos, fotografia de despachos, feedback de alguma petição ou até mesmo agendar visita ao juiz e marcar data para consultar os autos”. Mazloum reforça a percepção de Ana Amelia quanto à resistência por parte do Judiciário: “Persiste uma visão um tanto arcaica do processo, preferindo-se a forma ao resultado útil, que pode ser alcançado com meios mais modernos, não necessariamente os rituais obsoletos ainda vistos. A ferramenta é bastante útil ao bom desenvolvimento do processo, à celeridade e economicidade, mas encontramos resistências que são muito mais internas do que externas por falta de uma cultura que deveria acompanhar a evolução tecnológica presente em todos os demais setores da vida e que pode perfeitamente ser aplicada à atividade jurisdicional”. Ana Amelia frisa que o uso do aplicativo deve ser opcional: “Qualquer ferramenta tecnológica que promova um canal de comunicação alternativo e complementar é bem vinda, como a utilizada pela 7ª Vara Criminal Federal em São Paulo. Mas o WhatsApp deve ser uma ferramenta complementar, para facilitação e agilização de comunicação, uma vez que não existe previsão legal para uso dessa plataforma de mensagens para fins de intimação”. Já o presidente do Comitê Gestor de Tecnologia da Informação do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desembargador Nagib Slaibi Filho, acredita que a Lei 11.419/2009, que dispõe sobre a informatização do processo judicial, contempla a utilização do aplicativo. “O texto prevê a intimação eletrônica e não prevê a forma, então qualquer meio seguro para essa intimação é eficiente, abrindo espaço para o WhatsApp e o Telegram”, aponta. Ele encara os novos meios de comunicação como uma necessidade frente a quantidade de processos que correm na Justiça: “Hoje temos cerca de 800, 900 oficiais de justiça para dar conta de todas as intimações. E vemos que os advogados cada vez mais têm contratado o serviço de empresas para a seleção de leitura do
ESA
Cooperativismo e Direito Ambiental, em sua 15ª edição, são destaques Formulado em parceria com o Instituto Brasileiro de Estudos em Cooperativismo, o curso que trata de Direito Cooperativo é uma das novidades que a Escola Superior de Advocacia (ESA) da OAB/RJ traz em agosto. Além dele, a grade conta com opções como Direito Processual do Trabalho, Bioética e biodireito, Arbitragem e a 15ª edição do Curso de Direito Ambiental. As aulas de Cooperativismo e Direito Cooperativo vão de 18 de agosto a 6 de novembro, às sextas-feiras, de 9h30 a 12h30; por um custo de R$ 600 para advogados e R$ 500 para estagiários. Os valores podem ser parcelados em duas vezes. O curso Fundamentos de Direito Processual do Trabalho também terá início no dia 18 de agosto, com término em 13 de outubro. As aulas serão às terças, das 18h30 às 21h, a R$ 300 para advogados e R$ 250 para estagiários. O II Curso sobre bioética e biodireito será
de 18 de agosto a 3 de novembro, às terças e quintas, de 18h30 às 21h. O investimento é de R$ 800 para advogados e R$ 700 para estagiários, podendo ser parcelados em duas vezes. A 15ª edição do Curso de Direito Ambiental, de 26 de agosto a 9 de novembro, será às segundas e quartas, das 18h30 às 21h. Custa R$ 800 para advogados e R$ 700 para estagiários, em duas parcelas. O curso prático que visa a preparar advogados para procedimentos arbitrais será aberto em setembro, com início no dia 22. As aulas serão às terças e quintas, das 18h30 às 21h30. O valor é R$ 1.200, e o pagamento pode ser parcelado. A ESA funciona na Av. Marechal Câmara, 150, 2º andar. Inscrições no portal www.oabrj.org.br e informações pelo telefone (21) 2272-2097 ou pelo email esa@oabrj.org.br.
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Curso pioneiro do PJe-JT para deficientes visuais A OAB/RJ realizará, em parceria com o Tribunal Regional do Trabalho, um curso exclusivo para advogados deficientes visuais sobre peticionamento eletrônico no sistema de processo judicial da Justiça do Trabalho. As aulas serão nos dias 10, 11 e 12 de agosto, das 13h às 18h, na Escola de Inclusão Digital da Seccional. A iniciativa é pioneira entre as seccionais da Ordem. Os equipamentos da escola passarão a contar com alguns sistemas especiais instalados, como o NVDA, usado para a leitura de tela. De acordo com a servidora da Seção Especializada em Dissídios Individuais do TRT e professora do curso Maria Villela, é recomendado que os interessados tenham noções básicas de informática e familiaridade com programas leitores de tela e com o teclado do computador. As aulas, explica Maria, abordarão desde o cadastro dos advogados no sistema do PJe até o acompanhamento dos processos. A Seccional entrou em contato com os advogados em cujas inscrições constar dados a respeito da deficiência e abriu inscrições para os que não têm esse dado no cadastro.
PONTOCONTRAPONTO
Imposto sobre fortunas
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Tributo, além de arrecadação rep provoca fuga de Encerrado o período eleitoral e iniciado o novo mandato, coube ao governo fedeCESAR MORENO* ral encarar a dura realidade da crise econômica que assola o país e propor um ajuste fiscal, de modo a contornar os efeitos da queda na arrecadação. Para tanto, adotou a estratégia que se repete em todos os governos desde a volta da democracia: aumentar a carga tributária. Agora, volta a cogitar a criação do IGF (Imposto sobre Grandes Fortunas). É a terceira vez que se retoma a discussão nos últimos 12 anos. Nos anos de 2003 e de 2008, a proposta do Executivo consistia, basicamente, em suprimir o texto “nos termos de lei complementar” que existe no inciso VII, do artigo 153, da Constituição Federal, que trata do IGF. Na prática, o objetivo era possibilitar a criação de tal tributo por lei ordinária, que exige apenas aprovação por maioria simples (25% mais um) dos membros do Congresso Nacional, ou seja, 21 senadores e 129 deputados, ou até mesmo por medida provisória. Como tal modificação não foi adiante, continua sendo necessária lei complementar para a criação do IGF, o que traz como consequência a exigência de sua aprovação pelo voto favorável da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional (ou seja, 41 senadores e 257 deputados). Por isso é que a base governista apresentou o Projeto de Lei Complementar (PLP) 130/2012. Como a Constituição não define o que são “grandes fortunas”, o projeto as classifica como o patrimônio líquido que exceda a determinado valor em múltiplos do limite mensal de isenção do IR para pessoa física. Assim, patrimônios até oito mil vezes o limite mensal de isenção do
não ter resentativa, capitais IRPF estariam isentos. Acima disso e até 25 mil vezes, a alíquota seria de 0,5%; acima de 25 mil e até 75 mil vezes, de 0,75%; e acima de 75 mil vezes, de 1%. Tomando por base o limite de isenção do IRPF em vigor desde abril de 2015 (R$ 1.903,98), as faixas de tributação seriam: até R$ 15.231.840, isenção; acima desse valor e até R$ 47.599.500, alíquota de 0,5%; acima desse valor e até R$ 142.798.500, 0,75%; e acima deste, 1%. Do projeto em discussão, cabe destacar o fato do seu artigo 2º definir como contribuintes não só pessoas físicas brasileiras, como também pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas no exterior em relação ao patrimônio líquido possuído no Brasil. O que assusta é a amplitude do conceito de patrimônio líquido (bens e direitos de qualquer natureza, segundo o texto do projeto), o que pode dar ensejo à tributação de capital produtivo (participações societárias, por exemplo). Além disso, o projeto determina que o patrimônio imobiliário terá seu valor definido a partir da avaliação feita pelos municípios, ou seja, com base no valor venal para fins de incidência do IPTU. O IGF não é um tributo muito comum. São poucos os países que o instituíram pelo fato de não ter arrecadação representativa, aliado à fuga de capitais que provoca. Mesmo assim, em razão de sua fúria arrecadatória, o governo empenha esforços para criar mais este imposto, quando poderia muito bem dedicar seu tempo para simplificar e reduzir a carga tributária brasileira, bem como eliminar parte das obrigações acessórias, tornando, assim, a indústria nacional mais competitiva. * Bacharel em Direito e LL.M. em Direito Societário pelo Ibmec-SP, especialista em Direito Tributário internacional pelo International Bureau of Fiscal Documentation
É hora de mandar conta do ajuste para aqueles que podem pagar O Brasil assistiu nesse início de Século 21, pelo menos entre 2005 e 2012, a PAULO R. um crescimento FELDMANN (*) do consumo e da renda da população mais pobre, o que fez com que muitos interpretassem como decorrência de uma melhoria na péssima distribuição de renda. Importante esclarecer que isso não é verdade e nosso país continua ostentando uma das piores taxas de distribuição de renda do mundo. Uma das instituições internacionais que mede e avalia esses dados é o Pew Research Center. Segundo eles, quem ganha entre U$ 2 e U$ 10 por dia é considerado pobre ou miserável, e mais da metade da população brasileira está nessa categoria; 50,9%, para ser preciso. Na classe média, cuja renda diária vai de US$ 10 a US$ 20, estão 27,8 % dos brasileiros, e na classe alta, que vai de US$ 20 a US$ 50 por dia, ficam 15,9 % da população. Para completar os 100% faltam 5,4% da população que são os ricos e que ganham acima de US$ 50 por dia. Essa distribuição das porcentagens praticamente não mudou nos últimos 40 anos. Isso quer dizer que, se os pobres aumentaram suas respectivas rendas, os ricos também o fizeram mais ou menos na mesma proporção, e com isso a má distribuição de renda se perpetuou. Os programas sociais implantados nos últimos anos não foram feitos como em outros países, tributando os mais ricos e repassando para os pobres. Eles resultaram de verbas orçamentárias do próprio governo federal que foram realocadas e do aumento do salário mínimo. Está na hora de mandar a conta do ajuste para aqueles que têm e podem pagar essa conta. Segundo um relatório do banco Credit Suisse divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo em 14/10/2014, no Brasil existem 225 mil adultos que possuem um patrimônio pessoal de mais TRIBUNA DO ADVOGADO - AGOSTO 2015 - PÁGINA 35
de U$ 1 milhão. Suponhamos que essa riqueza seja, em média, de U$ 1,5 milhão. Isso significaria um patrimônio total de R$ 900 bilhões. Um imposto de 4% apenas sobre essa riqueza daria ao governo uma arrecadação adicional de R$ 36 bilhões. Isto representa mais da metade do valor do ajuste fiscal que o ministro Joaquim Levy está promovendo. Só que o ministro o faz cortando verbas de programas sociais, inclusive na área educacional. Não seria muito mais justo finalmente taxarmos os muito ricos? Taxar mais e melhor as heranças também poderia contribuir, e muito. O Brasil ostenta uma das mais baixas alíquotas no mundo para o Imposto sobre Herança. Aqui chamado de ITCMD – é um imposto estadual. Heranças em nosso país são tributadas pelos governos estaduais e sobre elas incide um imposto de apenas 4%. Um décimo do valor da alíquota do Reino Unido, onde esse imposto é um dos mais importantes. Assim mesmo, no Brasil, em 2013, os governos estaduais arrecadaram R$ 4,5 bilhões com essa tributação. Se a alíquota fosse a mesma do Reino Unido teríamos tido uma arrecadação de R$ 45 bilhões. No Brasil, a maior parte do que se arrecada é constituída de impostos indiretos, os ICMS, ISS, Cofins etc. que oneram da mesma forma os mais ricos e os mais pobres, ou seja, nosso sistema tributário é injusto. Aqui o que se arrecada com impostos diretos equivale a 2% do PIB, enquanto nos Estados Unidos, que também tem um percentual baixo, os impostos diretos são 8% do PIB. A alíquota mais alta do Imposto de Renda no Brasil é de 27,5%, enquanto na França é de 50%. Taxar os ricos e as grandes fortunas nos tornará um país mais justo, abrindo caminho para o efetivo desenvolvimento de milhões de brasileiros que hoje sobrevivem com migalhas e esmolas a que chamamos programas sociais. * Professor de Economia da FEA USP
PANORAMA
Medalha por carreira acadêmica é entregue pela OAB/RJ a Ricardo Lira
Foto: Lula Aparício
Na sessão do Conselho Seccional a homenagem ao ex-diretor da ESA
Novo CPC na área trabalhista é foco de palestra
Rosa Fonseca e Roberto Norris
“Antonio Evaristo de Moraes Filho foi um advogado que enfrentou grandes causas no Direito Penal, um defensor da liberdade e que hoje honra essa comenda com seu nome. E o primeiro homenageado não poderia ser outro, pois Ricardo Lira coroa a imagem do profissional que é um jurista completo”, elogiou o presidente da ESA, Flávio Ahmed. “Recebo agradecido e emocionado essa medalha, mais um elo que nos une
Foto: Bruno Marins
O Conselho Pleno da OAB/RJ, reunido no dia 9 de julho, homenageou o advogado Ricardo Pereira Lira com a primeira medalha Antonio Evaristo de Moraes Filho, criada como premiação das carreiras acadêmicas. Lira, que presidiu a Escola Superior de Advocacia (ESA) e foi amigo fraterno de Evaristinho (falecido em 1997), como ele era chamado, é especialista em Direito Urbanístico e permanece como presidente de honra da comissão da Seccional que trata do tema.
eternamente. Fico aqui, na esperança de nos reencontrarmos, Evaristinho”, disse, emocionado, o homenageado. Participaram da mesa o vice-presidente da Seccional, Ronaldo Cramer, o tesoureiro, Luciano Bandeira, e o presidente da Caarj, Marcello Oliveira. Filho de Ricardo Lira, o também advogado José Ricardo Lira também falou da ligação entre sua família e a de Evaristinho, representada na ocasião por seus filhos Eduardo de Moraes e Renato de Moraes. T
Atualizar os conhecimentos dos colegas para acompanhar as mudanças que virão com a entrada em vigor do novo Código de Processo Civil (CPC), em março de 2016, foi o objetivo da palestra Diálogo das fontes – O novo CPC e o processo do trabalho, que aconteceu no dia 29 de julho, na sede da Seccional. O palestrante foi o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1) Roberto Norris, convidado pela Comissão OAB/Mulher, organizadora do evento. Norris abordou, especialmente, os aspectos do CPC que irão refletir no âmbito trabalhista. “A grande questão
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do código é que ele veio com uma mentalidade nova, trazida das mais recentes codificações nos países considerados desenvolvidos, a aplicação das cláusulas gerais. Ele não vai resolver nossos problemas, mas desejo que seja bem aplicado em várias etapas do processo do trabalho, porque se for para aplicar mal vamos ignorá-lo. Não vejo muita celeridade nas novas regras, mas espero que possam nos trazer algum âmbito de certezas”, disse o desembargador, que após a palestra respondeu a perguntas da plateia. A presidente da OAB/Mulher, Rosa Fonseca, comandou o evento. T
Foto: Lula Aparício
Mães de Acari lembram 25 anos de luta
e foram levados por homens que se identificaram como policiais. Seus corpos nunca foram encontrados e as mães até hoje lutam por justiça. O inquérito foi encerrado por falta de provas em 2010, quando o episódio completou 20 anos. Organizado pela Comissão de Igualdade Racial (CIR) da OAB/RJ, o ato aconteceu no dia 27 de julho, e contou com a participação de movimentos contra a violência e da Anistia Internacional. Em depoimentos emocionados, mães e irmãs de vítimas de violência, de Acari e de outras favelas, como Borel e Manguinhos, lembraram casos de parentes vitimados por agentes do Estado sem que ninguém tenha sido responsabilizado. As mães defenderam o fim da violência policial e falaram da dor de terem sido privadas de se despedirem dos filhos. Aline Leite tinha 7 anos quando a irmã desapareceu. Ela lembrou a luta da mãe, Vera Lúcia, já falecida, por notícias. “Eu, que nunca tinha visto minha mãe chorar, a via chorando na televisão a cada pista que surgia sobre o caso. Não dá para descrever os anos de luta sem os socos que levamos”, relembrou. O presidente da CIR, Marcelo Dias, Marcelo Chalréo e Marcelo citou casos de assassinatos de jovens nas Dias no ato por justiça periferias do Brasil. “A história do nosso país é uma história de extermínio da juventude negra. É uma história de violência. São 30 mil jovens emoção e o sentimento de revolta marcaram o evento mortos por ano”, afirmou. que lembrou os 25 anos da Chacina de Acari, como ficou “Depois de Amarildo, outras 23 pessoas desapareceram na conhecido o sequestro e desaparecimento de 11 jovens Rocinha”, acusou o presidente da Comissão de Direitos Humamoradores da favela de Acari e regiões próximas, na Zona Norte nos da Seccional, Marcelo Chalréo, que integrou a mesa. T do Rio. Eles estavam em um sítio em Suruí, município de Magé,
A
Organizações da sociedade civil discutem marco regulatório O Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, criado pela Lei 13.019/2014, foi tema de encontro realizado na Seccional em 29 de julho. Organizado pela Comissão de Direitos Autorais, Direitos Imateriais e Entretenimento (Cdadie) da OAB/RJ, o evento buscou reunir a visão do Estado e da sociedade a fim de debater as melhorias trazidas pela nova legislação e as demandas ainda pendentes. Foram convidadas a participar as representantes da secretária-geral da Presidência da República, Aline Akemi, e
da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) no estado, Eleutéria Amora. O marco regulatório deveria ter entrado em vigor no dia 27 de julho, porém uma medida provisória editada a pedido de municípios que não estavam preparados para as mudanças previstas na legislação adiou as alterações para janeiro de 2016. Segundo Akemi, a providência vai permitir que a lei seja melhorada. “Será mais um momento de discussão. Já foram identificados alguns pontos em que há a necessidade de aprimoramento do texto legal”, disse. Ela explicou, ainda, os principais objetivos do marco regulatório. “Queremos melhorar o ambiente jurídico e institucional relacionado às organizações a às parcerias com o Estado. Vamos trazer segurança jurídica para essas relações, ampliar a valorização das organizações e a transparência na aplicação de recursos
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públicos”, pontuou. Em sua fala, Amora demonstrou insatisfação com o adiamento. “Não vamos enfrentar os problemas se a lei não entrar em vigor. Muitas organizações vão fechar e já há varias endividadas por causa de convênios mal feitos, em razão da ausência de regulamentação”. Amora questionou, ainda, o tratamento dado às organizações. “Sempre participamos do debate e apresentamos propostas. Intensificaremos a luta para que a lei entre em vigor. A sociedade civil vem antes do Estado e não podemos ser colocadas como instituições que utilizam recursos públicos sem controle. É preciso debater o nosso papel neste processo. Seria possível a implementação de políticas públicas sem a participação de entidades da sociedade civil?”, indagou. Em seguida foi realizado um debate com a mediação do presidente da Cdadie, Fábio Cesnik. T
Geraldo Nogueira e Leonardo Vizeu
Em debate realizado em conjunto pelas comissões de Previdência Social (CPS), de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CDPD) e de Direito Constitucional (Cdcon) da OAB/RJ, no dia 1º de julho, as regras de aposentadoria especial para pessoas com deficiência, na regulamentação disposta pela Lei
Foto: Bruno Marins
PANORAMA
Regras para aposentadoria de pessoas com deficiência Complementar 142/2013 ao artigo 201 da Constituição Federal, foram avaliadas a partir de uma visão multidisciplinar. Em sua explanação, o juiz federal Fábio Souza, professor de Direito Previdenciário, explicou que o Direito avançou e passou a tratar a deficiência como uma questão de desigualdade de oportunidades: “A legislação precisa se adaptar para permitir que as pessoas possam superar as barreiras que lhe são impostas, para que se possa produzir a igualdade”. Souza frisou que a Emenda Constitucional 47 visa a permitir tratamento diferenciado na aposentadoria em condições especiais, mas não impor. “Se a pessoa com deficiência não quiser, não precisa dessas condições especiais.
É um direito que ela tem”. Presidente da Comissão de Direito Constitucional, Leonardo Vizeu apresentou minuciosamente os critérios contidos na Carta. Os presidentes da CPS, Suzani Ferraro, e da CDPD, Geraldo Nogueira, também participaram do evento, assim como o coordenador das comissões da OAB/RJ, Fábio Nogueira, que falou sobre a interação entre os grupos. Deficiente visual, o membro da Comissão de Políticas Institucionais para promoção da acessibilidade no Tribunal de Justiça Marcio Aguiar abordou a evolução da visão da sociedade sobre a deficiência. A mesa foi presidida pelo advogado público federal Luis Claudio Freitas. T
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Influência estatal na economia é tema de palestra
Mendonça e Saddy, mediados por Jorge Mesquita (centro)
A intervenção do Estado na economia, nos seus diversos aspectos, foi o tema da palestra gratuita proferida na Seccional, dia 7 de julho, pelo professor José Vicente Santos de Mendonça com a participação do professor André Saddy. O evento foi organizado pela Comissão de Estudos Regulados (CER) da OAB/RJ, representada na ocasião por Jorge Mesquita Júnior. Mendonça centrou sua abordagem na questão da regulação,
fez críticas e elogios e apontou desafios, como o de criar uma teoria própria. “Diferentemente de países como os Estados Unidos, não temos no Brasil um método, uma abordagem, uma perspectiva predominante no estudo da regulação. Aqui convivem as influências norte-americana e europeia”, disse. Ele considera que essa é a “verdadeira mudança de paradigma” do campo atualmente. “É metodológica. Ser um advogado de Direito Administrativo hoje não é mais ser um douto em teoria europeia, mas sim ser versado em microeconomia, conhecer categorias que não pertencem à tradição do Direito Administrativo europeu”, defendeu. No evento, Mendonça também apresentou seu livro, Direito Constitucional Econômico, da editora Fórum. Saddy concordou que faltam estudos sobre autorregulação, diante de mudanças no cenário internacional. “O Direito europeu já está passando por mudanças, tentando se aproximar do norte-americano. Concordo na afirmação de que um dos desafios é criar uma teoria própria. Temos que tentar parar de importar, ou então importar o que for importante, mas adaptando à nossa realidade”, concluiu. T
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Foto: Lula Aparício
ineficiência e boa parte desses casos tem tramitação média de 10, 12 anos. Em boa parte desses litígios a União é parte interessada e credora, inclusive”, afirmou o presidente da Comissão de Direito Marítimo, Portuário e do Mar, Godofredo Mendes Vianna. Presidente da Comissão de Arbitragem, Joaquim Muniz ressaltou que o decreto representa um momento de renovação no Brasil: “Apontamos agora para uma nova fronteira: a arbitragem envolvendo o Estado de uma forma mais ampla. E é muito auspicioso que o primeiro evento que se faz para debater esse decreto seja feito pela OAB/RJ”, salientou. Para Muniz, o modelo de regulamentação específico para cada área tende a ser mais eficiente. O evento contou com contribuições do presidente e da vice-presidente do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA), Gustavo Smith e Camila Mendes Cardoso, respectivamente; do presidente da Associação de Terminais Privados (ATP), Almirante Murilo Barbosa; e do gerente jurídico do Grupo Libra, João Maligo. T
Regulação da arbitragem no setor portuário pauta debate
Joaquim Muniz (centro)destacou o momento de de renovação
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As implicações do Decreto 8.465, publicado em 8 de junho e que dispõe sobre os critérios de arbitragem para dirimir litígios no âmbito do setor portuário, guiaram o debate promovido em conjunto pela Comissão de Direito Marítimo, Portuário e do Mar e pela Comissão de Arbitragem da OAB/RJ no dia 14 de julho, na Seccional.
“Esse decreto é extremamente positivo para a sociedade, pois, além da regulação que traz, vem de um reconhecimento, por parte do Estado, de que precisamos de alternativas. O Judiciário está assoberbado, sabemos da dificuldade em relação ao tempo de tramitação dos processos. A Justiça Federal apresenta sintomas graves de
Especialistas discutem propriedade fiduciária
Especialistas explicam alienação parental autoinfligida
José Ricardo, Chalhub, Igor e Martins Rodrigues
A Seccional reuniu especialistas para discutir, em aula livre, aspectos relacionados à propriedade fiduciária. A palestra, realizada no dia 2 de julho foi ministrada pelo advogado Melhim Chalhub. Os presidentes das comissões de Mercado de Capitais, Igor Muniz e de Direito Imobiliário, José Ricardo Pereira Lira, e o advogado Flávio Martins Rodrigues foram mediadores do debate.
Chalhub dividiu sua exposição em duas partes. Primeiro, apresentou os conceitos relacionados à propriedade fiduciária e suas relações. Em seguida, expôs alguns conceitos sobre alienação fiduciária. “A propriedade fiduciária é uma propriedade resolúvel com peculiaridades próprias, com características especiais”, explicou, no começo de sua fala. T
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A Comissão de Direito de Família (CDF) da OAB/RJ promoveu, no dia 2 de julho, debate sobre a alienação parental autoinfligida. O objetivo foi apresentar e explicar melhor aos advogados a denominação nova para casos em que um dos pais, após o divórcio, acredita estar sofrendo alienação parental, não sendo isso real. O presidente da comissão, Bernardo Pereira de Castro, e a integrante da CDF Tânia da Silva Pereira fizeram a apresentação e a mediação. Participaram o advogado e professor Rolf Madaleno e o psiquiatra e perito Sérgio Nick. Segundo Madaleno, é preciso bastante conhecimento para lidar com o assunto. “É um tema novo, de desenvolvimento recente, e que as pessoas ainda não compreendem exatamente. É possível que a alienação autoinfligida seja mais comum até mesmo do que a alienação parental em si. Ela pode ser causada pelo próprio comportamento desfuncional de um dos pais, e ser consciente ou inconsciente”, explicou. T
SUBSEÇÕES
Inaugurada a nova sede da subseção
Adriana, Felipe e Luciano durante a inauguração
NÁDIA MENDES Continuando as visitas ao interior do estado iniciadas em março, a caravana da Seccional esteve em Rio Claro no dia 2 de julho. Na ocasião, o presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, inaugurou a nova sede da subseção, que conta com escritório compartilhado e uma central
de peticionamento com dois computadores com internet banda larga, além de impressora multifuncional. Emocionada, a presidente da OAB/Rio Claro, Adriana Moreira, agradeceu o apoio da Seccional na realização do que ela considerada um sonho. “Hoje é um dia de festa para os advogados do município. Há muito tempo procuráva-
Foto: Lula Aparício
RIO CLARO
mos um espaço assim para que pudéssemos oferecer um serviço melhor”, disse. Para Felipe, uma boa sede ajuda a melhorar cada vez mais a imagem da Ordem. “Uma entidade respeitada faz com que o advogado também seja respeitado. E quando inauguramos um espaço como este, temos como objetivo principal retornar para os colegas, na forma de serviços, a anuidade paga. É o mesmo que acontece, por exemplo, com outras iniciativas, como o curso online sobre o novo Código de Processo Civil, as salas da OAB nos fóruns e o plano odontológico gratuito”. A ocasião foi marcada, ainda, pela entrega da carteira de estagiário a um colega e pelas homenagens ao ex-presidente da subseção Emmanoel de Oliveira, que recebeu a medalha Roberto Luiz Pereira, e ao conselheiro seccional Alfredo Godói, notório advogado da cidade. Estiveram presentes os presidentes das subseções de Mendes, Paulo Affonso Loyola; de Vassouras, José Roberto Ciminelli; de Paraíba do Sul, Eduardo Langoni; da Barra da Tijuca, Ricardo Menezes; de Mangaratiba, Ilson Ribeiro; de Barra do Piraí, Denise de Paula; de São João de Meriti, Júlia Vera dos Santos; de Campo Grande, Mauro Pereira; de Angra dos Reis, Cid Magalhães; e de Seropédica, Fábio Ferreira. T
SEROPÉDICA Foto: Lula Aparício
Durante visita, Felipe presta contas da gestão
Fábio agradeceu o apoio da Ordem
O município de Seropédica recebeu a caravana da OAB/RJ na manhã do dia 2 de julho. O presidente da Seccional, Felipe Santa Cruz, prestou conta dos 30 meses de gestão e conversou com os advogados da região. No encontro, o presidente da subseção, Fábio Luiz Ferreira, agradeceu o apoio da Ordem. “Felizmente temos uma diretoria que olha individualmente para cada unidade”, observou. Felipe afirmou ser importante, em todo o Estado do TRIBUNA DO ADVOGADO - AGOSTO 2015 - PÁGINA 40
Rio de Janeiro, que a população veja a unidade da OAB como um porto seguro. “Por natureza a Ordem cuida da advocacia e da sociedade”, afirmou. Compareceram, também, o tesoureiro da OAB/RJ, Luciano Bandeira; os presidentes das subseções da Barra da Tijuca e de Itaguaí, respectivamente Ricardo Menezes e José Ananias de Oliveira; e o diretor da Escola Superior de Advocacia (ESA) da OAB/Barra da Tijuca, Cláudio Carneiro. T
BARRA MANSA
Ex-presidentes são homenageados Foto: Lula Aparício
O presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, esteve no dia 2 de julho, na cerimônia de entrega de carteiras a novos advogados e estagiários da Subseção de Barra Mansa. Na oportunidade, foram homenageados os 11 ex-presidentes da unidade com a medalha Roberto Luiz Pereira. O presidente da OAB/Barra Mansa, Ayrton Biolchini, parabenizou os novos colegas e os convocou a utilizar os serviços que a Ordem oferece, como a central de peticionamento eletrônico e o centro de certificação digital. “Sejam bem-vindos a esta casa, que é de vocês. Participem das atividades oferecidas, façam os cursos, utilizem os espaços que são seus”, disse. Na cerimônia, Felipe falou sobre a importância de reconhecer o trabalho de todos aqueles que, há 48 anos, estão
à frente da unidade em Barra Mansa. “O trabalho da Ordem é de doação e voluntariado. E sabemos que os presidentes de subseção abrem mão da família e de compromissos pessoais para se doar. Hoje estou aqui para agradecer, em nome dos 150 mil advogados do Rio de Janeiro”. Ele também falou aos novos colegas sobre a importância da valorização da profissão: “Convido todos vocês a lutarem junto comigo Ayrton e Felipe entregaram as pelo Exame de Ordem”, conmedalhas aos homenageados vocou. A comitiva da Seccional foi composta, ainda, pelo tesouPaulo Afonso Loyola; de Rio Claro, reiro da Seccional, Luciano Bandeira, e Adriana Moreira; e de Volta Redonda, os presidentes das subseções da Barra, Alex Martins. T da Tijuca, Ricardo Menezes; de Mendes,
NOVA FRIBURGO
Após reclamações dos colegas da região de que apenas os advogados estavam sendo obrigados a passar pela revista na entrada do Fórum Rivaldo Pereira Santos, o presidente da Subseção de Nova Friburgo, Romulo Colly, se reuniu, em 3 de julho, com o juiz diretor da unidade, Marcus Vinícius Miranda, pedindo respeito à isonomia entre advogados e magistrados. Atualmente, todas as pessoas são submetidas ao procedimento. O juiz atendeu o requerimento da subseção e liberou os advogados da revista mediante apresentação da carteira funcional da Ordem, mas a decisão valeu apenas por cinco dias. Na quinta-feira, 9 de julho, a não obrigatoriedade
Foto: Lula Aparício
Subseção age e consegue isonomia entre advogados e magistrados
Romulo Colly
da revista para advogados foi revogada. O juiz Marcus Vinicius informou que, após orientação do TJ e reunião com os magistrados, promotores, defensores e Denise, Felipe e Luciano
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serventuários da comarca, decidiu-se que todos deverão passar pelo detector de metais. Desde então, todos estão sendo submetidos aos procedimentos de segurança na entrada do fórum. Colly enviou ofício a direção do tribunal pedindo explicações sobre a revista. Em algumas comarcas os advogados não são obrigados a passar pelo detector de metais e não está claro se isso é definido por cada comarca ou se é por uma resolução do tribunal, que valeria igualmente para todas. A revista passou a ocorrer em Nova Friburgo em 16 de junho de 2014, após a edição de lei federal e regulamentação do Conselho Nacional de Justiça. T
SUBSEÇÕES
CAMPO GRANDE
OAB/RJ e Foz Águas 5 tentam acordo para cobrança de taxa de esgoto Foto: Lula Aparício
Representantes da concessionária Foz Águas 5 – responsável pela operação dos serviços de ampliação, coleta e tratamento de esgoto da Área de Planejamento Cinco (AP5), que compreende 21 bairros da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro Mauro participou – estiveram na manhã de reunião com do dia 13 de julho na concessionária Seccional, em reunião com o tesoureiro da casa, Luciano Bandeira, e com o presidente da OAB/Campo Grande, Mauro Pereira. O encontro, agendado
pelo presidente da subseção, foi mais uma tentativa de elucidar as dúvidas sobre a cobrança indevida da taxa de esgoto na região, uma vez que o serviço não é prestado efetivamente. Na ocasião, o presidente da Foz Águas 5, Sandro Stroiek, apresentou detalhes do contrato de concessão da empresa e explicou a atual impossibilidade para alteração na
taxa de cobrança. Por sugestão do tesoureiro da Ordem, uma nova apresentação será realizada, desta vez, com a participação de toda a diretoria da Subseção de Campo Grande. O encontro está previsto para a primeira semana de agosto. Segundo Luciano, esta será uma boa oportunidade de esclarecimento, interação e divulgação. “São muitas as reclamações em relação ao serviço sanitário da região. A troca de informações é uma alternativa de elucidar esses problemas”, disse. Como representantes da concessionária, também estiveram presentes ao encontro a diretora comercial, Marilda Pagano, o responsável jurídico, Igor Zibordi, e a advogada Paula Passos. T
ITABORAÍ / CAMPO GRANDE Os presidentes das subseções de Campo Grande, Mauro Pereira, e Itaboraí, Jocivaldo Lopes, participaram, em 16 de julho, de uma reunião com o presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), Poul Erik Dyrlund, e com o tesoureiro da OAB/RJ, Luciano Bandeira, para discutir demandas referentes à Justiça Federal nas duas regiões. Em Campo Grande, o prédio da Justiça Federal está em funcionamento desde dezembro e já existe espaço designado para a OAB/RJ no local. No entanto, a sala ainda não pode ser usada por falta de uma autorização do tribunal. “Falta apenas essa liberação para iniciarmos as obras e para colocarmos a sala à disposição dos colegas”, afirmou Mauro. Em Itaboraí, a demanda é pela reinstalação da Vara Federal na cidade, que atualmente funciona em Niterói, no prédio da Justiça Federal. A competência da vara abrange, além de Itaboraí, os municípios de Tanguá, Rio Bonito e, ainda, Silva Jardim, que fica a 110 quilômetros de Niterói. Dyrlund
alegou que existe um problema contratual em relação ao prédio que abrigava a vara em Itaboraí e que a proprietária do imóvel se comprometeu a regularizar a situação e reformar o edifício até 2017. Segundo Jocivaldo, tanto advogados quanto jurisdicionados estão sendo prejudicados e não podem esperar por dois anos devido à burocracia. “São pessoas humildes que necessitam desses serviços e que precisam se deslocar até Niterói para serem atendidas”. Jocivaldo apresentou outra alternativa durante o encontro. Segundo ele, o município ofereceu um terreno de 1.500 m² ao TRF-2, onde poderia ser erguida a sede da Justiça Federal local. A ideia, conforme explicou o presidente, seria construir uma “cidade jurídica” na região próxima ao Tribunal de Justiça, já em funcionamento. “A Defensoria Pública e o Ministério Público já aceitaram o espaço cedido pelo município e nós, da OAB, também. Iremos construir um estacionamento para os advogados”, acrescentou.
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Foto: Bruno Marins
Em reunião no TRF, presidentes reclamam da burocracia
Jocivaldo, Luciano e Mauro em frente ao TRF
Dyrlund solicitou que a subseção produzisse um relatório mais detalhado do pedido, para que seja apresentado à equipe de engenharia do TRF-2. T
Foto: Lula Aparício
LEOPOLDINA / PAVUNA
TJ implantará processo eletrônico nos JECs locais O Tribunal de Justiça (TJ) implantará o processo eletrônico nos X e XI Juizados Especiais Cíveis (JECs) da Leopoldina e no XXV JEC da Pavuna. O sistema foi implantado na Leopoldina no dia 13 de julho, mas, segundo as informações do TJ, a distribuição de forma exclusivamente eletrônica será apenas a partir do dia 13 de agosto. Já na Pavuna, a medida passará a valer no dia 27 do mesmo mês. Atenta às demandas dos advogados
da região, a OAB/Leopoldina, em parceria com a Diretoria de Inclusão Digital da OAB/RJ, realizou um novo Curso de Peticionamento Eletrônico, no dia 24 de julho, na sede da subseção. “Já recebemos a aula algumas vezes, mas aprimorar a adaptação dos advogados é nossa preocupação permanente. Não podemos permitir que com o avanço do processo digital colegas se sintam excluídos da profissão”, disse o presidente da
MACAÉ
Ordem na Leopoldina, Frederico Mendes. O curso foi ministrado de forma gratuita pela diretora de Inclusão Digital da Seccional, Ana Amelia Menna Barreto, e lotou o auditório da subseção. T
PETRÓPOLIS
Advogados têm vagas exclusivas próximas ao fórum
Foto: Divulgação / OAB Petrópolis
Foto: Divulgação / OAB Macaé
Subseção terá maior autonomia a partir de 2016 Reivindicada pela diretoria da OAB/Macaé, a criação de um conselho para a subseção foi aprovada no dia 25 de junho pelo Tribunal Pleno da Seccional. Com isso, a partir de janeiro de 2016, a subseção passará a contar com mais autonomia administrativa e financeira. O pedido foi formalizado após de diversas reuniões. “Esta transição constitui grande avanço para a nossa instituição, que deixará de ser uma subseção simples para ter mais autonomia. Isso inclui poder implantar na região todos os conselhos existentes na Seccional”, explicou François Pimentel, presidente da OAB/Macaé. A partir da mudança, a subseção constituirá um Tribunal de Ética e Disciplina (TED) próprio e passará a contar, em sua diretoria, com 57 advogados membros, sendo cinco diretores, 26 conselheiros e 26 suplentes. “Estamos muito felizes com esta vitória obtida pela nossa diretoria, principalmente porque teremos condições de oferecer maior suporte aos advogados da região”, acrescentou François. Além disso, a transformação da
Ana Amelia ministrou curso na subseção
François Pimentel
instituição é, segundo ele, importante passo para o processo de elevação da Comarca de Macaé em entrância especial. “Estamos adequando a subseção para que este processo se torne efetivo, o que certamente ocorEquipe da subseção rerá em breve”, concluiu o presidente e moradores da OAB/Macaé. T
TRIBUNA DO ADVOGADO - AGOSTO 2015 - PÁGINA 43
Os advogados de Petrópolis agora contam com dez vagas de estacionamento na Rua Albert Mackenzie, próxima à Rua Barão do Rio Branco, onde fica o Fórum Felisberto Ribeiro Monteiro Neto, no Centro. Para utilizar a vaga, é preciso ir à sede da subseção, na Rua Marechal Deodoro, 229, e retirar uma autorização, que será fixada no painel do veículo. Outra mudança que vai facilitar a vida dos advogados de Petrópolis: a placa de identificação para embarque e desembarque da van da OAB foi fixada em frente ao fórum, próximo ao ponto de táxi da região. O presidente da subseção local, Antônio Carlos Machado, também solicitou ao TJ um estudo de viabilidade técnica para a demarcação de vagas no pátio do fórum. O pedido já está em análise pelo departamento de engenharia do tribunal. T
ESTANTE
Coordenado por Aluisio Gonçalves de Castro Mendes, Larissa Clare Pochmann da Silva e Marcelo Pereira de Almeida, o livro compara o Código de Processo Civil de 1973 ao de 2015, com anotações de diversos especialistas. A obra procura apresentar, assim, dispositivo a dispositivo da nova legislação a todos os profissionais que trabalham com processo civil brasileiro. Da editora GZ. Mais informações no site www.editoragz.com.br ou pelo telefone (21) 2240-1406.
Incentivos tributários Em meio às discussões sobre a necessidade de uma reforma tributária, Gilson Bomfim discute, neste livro, os motivos para que ela não tenha ido adiante até o momento, assim como questões que considera preocupantes referentes à justiça tributária e à exclusão indevida de contribuintes do esquema geral de tributação. Da editora Lumen Juris. Mais informações no site www.lumenjuris.com.br ou pelo telefone (21) 2224-0305.
CLT organizada Lançamento da editora Saraiva, a obra é composta pelo texto da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), atualizado e acompanhado de notas elaboradas e desenvolvidas pelo organizador, o jurista Carlos Henrique Bezerra Leite. Ele utiliza sua experiência no magistério e na carreira jurídica para apresentar ao leitor a legislação correlata pertinente, súmulas dos principais tribunais federais, precedentes normativos e orientações jurisprudenciais. Mais informações no site www.saraiva.com.br ou pelo telefone 0800-0117875.
TRIBUNA DO ADVOGADO - AGOSTO 2015 - PÁGINA 44
Livro de cabeceira
Novo Código de Processo Civil – Comparado e anotado
Yuri Sahione*
Desaforismos Para o exercício da advocacia, dominar a língua portuguesa é fundamental. Saber se expressar bem interfere não só no sucesso de uma petição endereçada a um órgão julgador, mas também na definição das obrigações contratuais que estarão sendo contraídas pelo cliente. A preocupação em escrever bem e certo não pode ser confundida apenas com o trabalho dos advogados. Mais do que estresse e preocupação o uso das palavras pode ser uma grande ferramenta de humor e descontração. Em Desaforismos, da Editora Caravansarai, Georges Najjar Jr. provoca o leitor a redescobrir, com muito humor, o significado das palavras e a satirizar a nossa vida cotidiana. Escrito na forma de um pequeno dicionário de pensamentos, Desaforismos é a dose homeopática diária de inspiração para começar meu dia bem. *Conselheiro da OAB/RJ
Organizada pela sócia fundadora do Instituto Brasileiro de Estudos do Direito da Energia (IBDE), Maria D´Assunção Costa, a obra reúne textos de diversos especialistas que aprofundam as questões legais e regulatórias do setor de gás natural. O conteúdo indica alguns dos caminhos que precisam ser percorridos pela regulação e pelos agentes econômicos para o desenvolvimento eficiente desse mercado. Da editora Synergia. Mais informações no site www.synergiaeditora.com.br ou pelo telefone (21) 3259-9374.
Ebooks
Gás natural no cenário brasileiro
Ministério Público do Trabalho Mais uma obra de Carlos Henrique Bezerra Leite com nova edição lançada pela Saraiva, o livro é uma importante ferramenta de estudo e consulta para os que desejam conhecer os aspectos do Ministério Público do Trabalho, como a origem, a evolução, o conceito, a organização, o regime jurídico, os princípios institucionais, os órgãos e as carreiras. Traz também jurisprudência, modelos de
Água: eu cuido, eu poupo Da série Direito & Sociedade – FGV de bolso, o trabalho de Ana Alice De Carli trata da preocupação com a escassez da água, objeto de intenso debate em todo o mundo, falando sobre questões como a história do consumo deste bem e os problemas relacionados a seu uso e propondo novos instrumentos jurídicos para a matéria. Da editora FGV. Mais informações no site www.fgv.br/editora ou pelo telefone 0800-021-7777.
peças processuais e pareceres específicos utilizados pela instituição ministerial, além de questões de provas recentes do concurso público para o cargo de procurador do trabalho. Mais informações e vendas pelo link http://goo.gl/wFzVM7
Manual de arbitragem para advogados Com participação do presidente da Comissão de Arbitragem da
Delinquência econômica e financeira A obra, de Fausto Martin de Sanctis, fala sobre os crimes contra o sistema financeiro nacional (Lei 7.492/1986), de lavagem de dinheiro (Leis 9.613/1998 e 12.683/2012) e contra o mercado de capitais (Lei 10.303/2001), diplomas legais que compõem o Direito Penal econômico – e, quer pelo conteúdo, quer pela forma, impõem uma constante releitura e estudo para que possam ser bem dimensionados diante da ordem atual das coisas, inseridos numa sociedade altamente complexa, judicializada e sedenta por justiça social. Da editora Forense. Mais informações no site www. grupogen.com.br ou pelo telefone (11) 5080-1796.
TRIBUNA DO ADVOGADO - AGOSTO 2015 - PÁGINA 45
OAB/RJ, Joaquim Muniz, o Conselho Federal da OAB elaborou este Manual de Arbitragem para Advogados, em parceria com a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil. O livro tem colaborações de especialistas de várias seccionais e introduz, didaticamente, os leitores na área da arbitragem. O download está disponível gratuitamente diretamente no link http://goo.gl/wDLeWW
CAARJ
Foto: Flávia Freitas
Caarj: nova fase de projetos nos eixos Vida e Cultural
Aula do Entreatos jurídicos com Jaime Arôxa
O sucesso da Campanha de Vacinação da Caarj e dos programas e parcerias do eixo Cultural marcaram o primeiro semestre de 2015. Em sua terceira edição, a campanha, que imuniza contra o vírus da gripe tipo H1N1, bateu a marca de cinco mil doses aplicadas. Já na área da cultura, novas oficinas estão sendo criadas, assim como o Cineclube Caarj, fruto da recente parceria firmada com o Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, o Cine Odeon. Iniciada em maio, a campanha de vacinação se encerrará este ano em agosto, tendo se expandido para além dos fóruns, subseções e casas do advogado: nesta edição, as duas equipes visitaram também 21 escritórios de advocacia, imunizando 511 colegas: “Estamos buscando ampliar o atendimento cada vez mais, por todo o território fluminense, para garantir a capilaridade deste serviço que contri-
bui diretamente para a melhora das condições de saúde e trabalho dos advogados”, observa o presidente da Caixa, Marcello Oliveira. A civilista Maria Aparecida Tavares Valente, que sofre de bronquite, foi uma das beneficiadas. Neste inverno, ela, que recebeu a vacina em junho, disse ter percebido boa diferença na sua resistência imunológica. “Há o mito de que quem toma vacina fica gripado. Mas sou a prova de que não é verdade”.
Eixo Cultural: novidade é o Cineclube Caarj Já o eixo Cultural relança, nesse segundo semestre, projetos criados no início do ano que tiveram boa receptividade. “Queremos que, assim como a assistência ao advogado na área de saúde, a Caixa avance cada vez mais com as atividades culturais para se tornar
também uma referência”, explica Marcello. Entre as novidades do setor está o Cineclube Caarj, resultado do convênio entre a Caixa e o Cine Odeon. São exibidos mensalmente filmes com a temática voltada para a prática do Direito. Diretora do eixo, Talita Menezes considera que o sucesso de projetos como o Entreatos jurídicos, que ensina artes cênicas aos colegas, se deve a uma mudança de paradigmas. “Isso demonstra que a advocacia está receptiva à utilização da arte como instrumento de aprimoramento profissional e pessoal”, diz. Devido à grande adesão por parte dos colegas, o Entreatos, iniciado em fevereiro, foi retomado em agosto com aula de expressão corporal do coreógrafo Jaime Arôxa. Em setembro, a classe será de Técnica Vocal e Oratória, da fonoaudióloga Jane Celeste; em outubro, de Dramaturgia, com Renata Mizrahi; em novembro, oficina de análise de texto com o ator Daniel Herz; e em dezembro com lições sobre improvisação com o também ator Claudio Amado. Outro projeto que terá continuidade, o DoutorArte, um curso de fotografia ministrado pelo fotógrafo e advogado Alexandre Torreão, será ampliado para familiares dos advogados. Profissionais e estagiários continuam com 20 bolsas com 45% do valor total do curso, que começará em setembro. Seguem, ainda, os ensaios dos Corais dos Advogados. Agora em três unidades, os grupos promovem integração entre os colegas e permitem o ensino de técnicas vocais e de expressão corporal. Mais informações no site www.caarj.org.br. T
Caminhada dos Advogados será dia 30 de agosto Com a ideia de confraternizar, juntar as famílias e reafirmar a importância da advocacia no dia a dia da sociedade, a Caarj realizará, no dia 30 de agosto, a 26ª Caminhada dos Advogados, como parte das comemorações pelo mês dedicado à classe. “O evento já faz parte da agenda da advocacia, e contamos com a presença de todos os colegas. Queremos que venham não só os advogados, mas também suas esposas, maridos, filhos: o encontro é para as famílias”, convida o presidente da Caixa, Marcello Oliveira.
Com o tema Dia das famílias, esta edição terá ainda mais atividades para as crianças do que as outras edições, conta Marcello. Ele cita novidades como o simulador de asa delta e a versão própria para os pequenos a ser realizada paralelamente: a Caminhadinha dos Advogados: As crianças terão ainda um espaço com promoção de brincadeiras pelos animadores, atores vestidos como personagens, malabaristas e contadores de histórias. Para os adultos, haverá uma série de atrações, entre elas shows musicais e atividades físicas como aulas de zumba e cardiodance. T
CULTURA
Caarj Cultural dá desconto de até 65% este mês
Foto: Divulgação / Victor Hugo Cecatto
O projeto Caarj Cultural traz, em sua programação de agosto, desconto de 65% na peça Antologia do remorso, em cartaz até o dia 30 no Teatro Gonzaguinha, no Centro Municipal de Arte Calouste Gulbekian. O espetáculo discute, de forma trágica, mas também cômica, a degradação das relações cotidianas. Outra novidade do programa que sai muito mais barata para a advocacia é o espetáculo Pulsões, em cartaz no Teatro Poeira, com 50% de desconto para colegas e um acompanhante. A peça se utiliza da psicanálise para abordar, através de música e dança, o amor como um instrumento para amenizar a loucura. Já a comédia O homem primitivo trata da opressão sexista, tanto nas relações afetivas quanto nas profissionais. O espetáculo está em cartaz no Teatro das Artes com 20% de desconto. No mesmo teatro, a peça Bronca de quê? põe em cena um personagem com síndrome de Down para discutir os preconceitos sofridos por estas pessoas. Todas podem ser conferidas até o dia 30 de agosto. O Teatro dos Grandes Atores segue com as peças A vida sexual da mulher feia, comédia
Pulsões: A psicanálise no teatro
com Otávio Müller, e o espetáculo voltado ao público jovem Amigos à parte, que reestreou em julho e fica em cartaz até 29 de agosto. E o Teatro Miguel Falabella mantém em cartaz a comédia Terapia do riso 4. Os três também oferecem 20% de desconto nos ingressos. Teatro Gonzaguinha – Centro Municipal de Arte Calouste Gulbekian Rua Benedito Hipólito, 125, Cidade Nova Tel: (21) 2224-3038 Antologia do remorso Sextas e sábados, às 20h; domingos, às 19h Desconto: 65% Teatro Poeira Rua São João Batista, 104, Botafogo Tel: (21) 2537-8053 Pulsões Quinta a sábado, às 21h; domingos, às 19h Desconto: 50% Teatro das Artes Shopping da Gávea – Rua Marquês de São
Vicente, 52, Gávea Tel: (21) 3874-3957 O homem primitivo Quintas a sábados, às 21h30; domingos, às 20h30 Desconto: 20% Bronca de quê? Sextas e sábados, às 19h; domingos, às 18h Desconto: 20% Teatro dos Grandes Atores Shopping Barra Square - Av. das Américas, 355, lojas 116 e 117, Barra da Tijuca Tel: (21) 3325-1645 A vida sexual da mulher feia Sextas e sábados, às 21h; domingos, às 20h Desconto: 20% Amigos à parte Sábados, às 19h Desconto: 20% Teatro Miguel Fallabela Norte Shopping – Av. Dom Hélder Câmara, 5332, Pilares Tel.: (21) 2597-4452 Terapia do riso 4 – Portas abertas Sextas e sábados, às 23h; domingos, às 21h30 Desconto: 20%
CULTURA
CCJF apresenta festival de esculturas e mostra fotográfica O Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF) tem como destaque do mês o primeiro Festival de Esculturas do Rio, que apresenta, de 16 de agosto a 27 de setembro, 27 obras de pequeno e médio portes de artistas de diferentes partes do país. A exposição, prévia de um evento que acontecerá na Praça Paris e no Parque Madureira durante as Olimpíadas, será acompanhada de palestras, debates e exibição de filmes, tendo a escultura e o tridimensional como focos. A curadoria é de Paulo Branquinho. A exposição fica aberta ao público de terça a domingo, das 12h às 19h, nas galerias do 2º andar.
Já a exposição Linhas de fuga (foto) apresenta fotografias e instalações ambientais ligadas às transformações sofridas pelo Rio de Janeiro ao longo dos anos, propondo ao visitante uma leitura particular do que pode vir a ser sua cidade imaginada. A curadoria é de Mickele Petruccelli Pucarelli. A mostra está em cartaz, também gratuitamente, de 14 de agosto a 4 de outubro, de terça a domingo, das 12h às 19h, nas galerias do 1º andar. O CCJF fica na Avenida Rio Branco, 241, Centro. Mais informações pelo telefone (21) 3261-2550 ou no site www10.trf2.jus.br/ccjf. T
ORDEM DOS ADVO
Seção do Estado do Rio de Ja
Diretoria da Seccional
Conselheiros efetivos
Guilherme Rocha Murgel De Rezende
Murilo Cezar Reis Baptista
Anderson Elisio Chalitade Souza
Presidente
Aderson Bussinger Carvalho
Gustavo Mano Gonçalves
Paula Heleno Vergueiro
Andre Andrade Viz
Felipe de Santa Cruz Oliveira
Adriana Astuto Pereira
Hercilio José Binato de Castro
Paulo Cesar Salomão Filho
Arnon Velmovitsky
Scaletsky
Álvaro Sérgio Gouvêa Quintão
Hercules Anton de Almeida
Paulo Parente Marques Mendes
Artur Arruda Lobato R. Carmo
Vice-presidente
André Luiz Faria Miranda
Jansens Calil Siqueira
Paulo Renato Vilhena Pereira
Augusto Carneiro de O. Filho
Ronaldo Eduardo Cramer Veiga
Antonio Ricardo Correa da Silva
Joaquim Tavares de Paiva Muniz
Ranieri Mazzilli Neto
Bruno Garcia Redondo
Secretário-geral
Armando Cesar A. P. Burlamaqui
Jonas Gondim do Espirito Santo
Raphael Ferreira de Mattos
Carlos Eduardo Abreu Martins
Marcus Vinicius Cordeiro
Bernardo Pereira C. Moreira Garcia
Jonas Oberg Ferraz
Renato Neves Tonini
Carlos Leno de M. Sarmento
Secretário adjunto
Breno Melaragno Costa
Jonas Lopes de Carvalho Neto
Roberto Ferreira de Andrade
Charles Soares Aguiar
Fernanda Lara Tortima
Camila Freitas Ribeiro
José De Anchieta Nobre de Almeida
Rodrigo Candido de Oliveira
Cirilo de Oliveira Neto
Tesoureiro
Carlos Alexandre O’Donnell Mallet
Jose Pinto Soares de Andrade
Rodrigo Tostes de A. Mascarenhas
Clarissa Costa Carvalho
Luciano Bandeira Arantes
Carlos André Rodrigues Pedrazzi
José Ricardo Pereira Lira
Romualdo Mendes de Freitas Filho
Claudio Goulart de Souza
Carlos Alberto Menezes Direito Filho
José Roberto de A. Sampaio
Rosa Maria de Souza Fonseca
Cleber do Nascimento Huais
Diretoria da Caarj
Carlos Henrique de Carvalho
Juliana Hoppner Bumachar Schmidt
Rui Teles Calandrini Filho
Corintho de Arruda Falcao Neto
Presidente
Claudio Sarkis Assis
Leonardo Duncan Moreira Lima
Samantha Pelajo
Diogo Campos Medina Maia
Marcello Augusto Lima de Oliveira
Christiano Falk Fragoso
Leonardo Pietro Antonelli
Tatiana de Almeida R. Saboya
Eduardo Carlos de Souza
Vice-presidente
Daniele Gabrich Gueiros
Leonardo Rzezinski
Vânia Siciliano Aieta
Eduardo de Souza Gouvea
Naide Marinho da Costa
Déa Rita Matozinhos Oliveira
Luciano Vianna Araujo
Wanderley Rebello de O. Filho
Fábio Amorim da Rocha
Secretário-geral
Eduardo Antonio Kalache
Luiz Americo de Paula Chaves
Yuri Saramago Sahione de A. Pugliese
Fernando José A. de Mendonça
Roberto Monteiro Soares
Eduardo Abreu Biondi
Luiz Bernardo Rocha Gomide
Secretário adjunto
Eduardo Valença Freitas
Luiz Paulo de B. C. Viveiros De Castro
CONSELHEIROS SUPLENTES
Godofredo Mendes Viana
Ricardo Brajterman
Fábio Nogueira Fernandes
Marcelo Cury Atherino
Ademário Gonçalves da Silva
Gustavo Antonio Feres Paixão
Tesoureiro
Filipe Franco Estefan
Marcelo Feijó Chalréo
Adilza de Carvalho Nunes
Hygino Ferreira Marques
Renan Aguiar
Flavio Villela Ahmed
Marcio Vieira Souto Costa Ferreira
Alexandre de Oliveira Venancio
Igor Muniz
Suplentes
Flavio Antonio Esteves Galdino
Marcos Bruno
de Lima
Ivan de Faria Vieira Junior
Alexandre Freitas de Albuquerque
Gabriel Francisco Leonardos
Marcos Luiz Oliveira de Souza
Alexandre dos Santos Wider
João Pedro Chaves Valladares Padua
José Antonio Rolo Fachada
Geraldo Antonio Crespo Beyruth
Maria Alicia Lima Peralta
Alfredo Hilario de Souza
Jorge Antonio Vaz Cesar
Antônio Silva Filho
Gilberto Fraga
Mauricio Pereira Faro
Ana Amelia Menna Barreto
Jorge Miguel Mansur Filho
Gema de Jesus Ribeiro Martins
TRIBUNA DO ADVOGADO - AGOSTO 2015 - PÁGINA 48
Fotos: Divulgação
DICA DO MÊS
As mil vidas de Hermínio Bello de Carvalho De Cartola, foi padrinho de casamento
MARCELO MOUTINHO
Também são descritos, nas 221 páginas, a gênese do espetáculo Rosa de Ouro, que revelou artistas como Paulinho da Viola, e o primeiro brinde com Pixinguinha, marcado pela frase que acabou por batizar o afeto entre os dois: “Amigos no uísque e na dor”. Elizeth Cardoso, Dolores Duran, Sarah Vaughan são outros dos personagens do livro, que traz mais de 40 fotos do arquivo pessoal de Hermínio. As imagens flagram gravações em estúdio, festas e cenas da intimidade, como o casamento de Dona Zica e Cartola, do qual foi padrinho. Completando o volume, há o ensaio biográfico assinado pelo pesquisador Rodrigo Alzuguir. A face de escritor aparece em segunda obra que chega às livrarias. Meu zeppelin prateado, da editora Folha Seca, compila a recente produção poética de Hermínio, com 34 textos que confirmam a multiplicidade do talento daquele que se auto-define “um grande malabarista dentro deste circo brasileiro”. Como diz o Ruy Castro, ele não para quieto. T
O que pode parecer excepcional aos olhos de todos nós sempre foi rotina na trajetória de Hermínio Bello de Carvalho. “Imagine-se acordando no sofá da sala de Aracy de Almeida, no Encantado, e tendo seu café da manhã preparado pela própria, entre versículos do Eclesiastes e sendo chamado de matusquela”, escreve Ruy Castro na apresentação de Taberna da Glória e outras glórias - Mil vidas entre os heróis da música brasileira. Organizador do livro, Ruy se refere justamente a essa distinção de Hermínio. Uma entre tantas que o compositor, poeta e produtor arregimentou ao longo de seus recém-completados 80 anos. Lançada pela Edições de Janeiro, a obra reúne 20 textos. São crônicas cheias de sabor e lirismo, em que Hermínio narra episódios emblemáticos dos quais tomou parte, seja como testemunha ou protagonista. A descoberta de Clementina de Jesus, por exemplo. Em 1963, a então empregada doméstica festejava na Taberna da Glória o dia da santa que dá nome ao bairro quando o produtor, voltando da praia, deparou-se com aquela voz. O resto é história.
Com Pixinguinha, amigos
GADOS DO BRASIL
aneiro (Triênio 2013/2015)
Jose Ademar Arrais Rosal Filho
Ricardo Loretti Henrici
José Agripino da Silva Oliveira
Roberto Dantas de Araujo
Jose Carlos Freire L. Cavalcanti
Rodrigo Jose da Rocha Jorge
Jose Teixeira Fernandes
Campos - Carlos Fernando Monteiro
Paraty - Heidy Kirkovits
Cantagalo - Guilherme de Oliveira
Pavuna - Antonio Carlos Faria
Membros Honorários
Cordeiro - Rilley Alves Werneck
Petrópolis - Antonio Carlos
Rodrigo Garcia da Fonseca
Vitalícios
Duque de Caxias - Geraldo Menezes
Machado
Leandro Saboia R. Carvalho
Rodrigo Maia R. Estrella Roldan
Waldemar Zveiter
Ilha do Governador - Luiz Carlos
Piraí - Gustavo de Abreu Santos
Leonardo Branco de Oliveira
Rodrigo Moura Faria Verdini
Ellis Hermydio Figueira
Varanda
Porciúncula - Fernando Volpato
Leonardo Jose de Campos Melo
Rodrigo Loureiro de Araujo
Cesar Augusto Gonçalves Pereira
Itaboraí - Jocivaldo Lopes
Queimados - José Bôfim
Leonardo Schindler Murta Ribeiro
Rodrigo Bottrel Pereira Tostes
Nilo Batista
Itaguaí - José Ananias
Resende - Samuel Carreiro
Leonardo Viveiros de Castro
Ruy Caetano do Espirito Santo Junior
Sergio Zveiter
Itaocara - Fernando Marron
Rio Bonito - César Gomes de Sá
Luiz Alberto Gonçalves
Samuel Mendes de Oliveira
Octavio Gomes
Itaperuna - Adair Branco
Rio Claro - Adriana Moreira
Luiz Paulo Pieruccetti Marques
Sandra Cristina Machado
Wadih Nemer Damous Filho
Leopoldina - Frederico Mendes
Rio das Ostras - Alan Macabú
Luiz Roberto Gontijo
Saulo Alexandre Morais E Sá
Macaé - François Pimentel Moreira
Santa Cruz - Milton Ottan Machado
Marcelo Jucá Barros
Sergio Ricardo da Silva E Silva
Presidentes De Subseções
Madureira/Jacarepaguá - Remi
Sto. Antônio de Pádua - Adauto
Marcelo Martins Fadel
Sergio Luiz Pinheiro Sant’anna
Angra dos Reis - Cid Magalhães
Martins Ribeiro
Furlani
Marlos Luiz de Araujo Costa
Valeria Teixeira Pinheiro
Araruama - Rosana Pinaud
Magé - Edison de Freitas
São Fidélis - Rodrigo Stellet Gentil
Monica Maria Lanat da Silveira
Vinicius Neves Bomfim
Bangu - Ronaldo Barros
Mangaratiba - Ilson Ribeiro
São Gonçalo - José Muniz
Monica Prudente Giglio
Wagner Silva Barroso de Oliveira
Barra da Tijuca - Ricardo Menezes
Maricá - Amilar Dutra
São João do Meriti - Júlia Vera
Nara da Rocha Saraiva
Wilson Fernandes Pimentel
Barra do Piraí - Denise de Paula
Méier - Humberto Cairo
Santos
Barra Mansa - Ayrton Biolchini
Mendes - Paulo Afonso Loyola
São Pedro da Aldeia - Júlio César
Sergio Eduardo Fisher
Nilson Xavier Ferreira Norberto Judson de Souza Bastos
Conselheiros federais
Belford Roxo - Abelardo Tenório
Miguel Pereira - Pedro Paulo Sad
Pereira
Olavo Ferreira Leite Neto
Carlos Roberto de Siqueira Castro
Bom Jesus do Itabapoana - Luiz
Miracema - Hanry Félix
Saquarema - Miguel Saraiva
Pedro Capanema Thomaz Lundgren
Cláudio Pereira de Souza Neto
Carlos Marques
Nilópolis - José Carlos Vieira
Seropédica - Fábio Ferreira
Rafael Milen Mitchell
Wadih Nemer Damous Filho
Armação dos Búzios - César Spezin
Niterói - Antonio José Barbosa
Teresópolis - Jefferson Soares
Cabo Frio - Eisenhower Dias Mariano
da Silva
Três Rios - Sérgio de Souza
Raquel Pereira de Castro Araujo Regina Celia Coutinho Pereira Real
Conselheiros federais
Cachoeiras de Macacu - Ricardo
Nova Friburgo - Rômulo Colly
Valença - Fábio dos Anjos Batista
Renata Pires de Serpa Pinto
SUPLENTES
Monteiro Rocha
Nova Iguaçu - Jurandir Ceulin
Vassouras - José Roberto Ciminelli
Renato Luiz Gama de Vasconcellos
Bruno Calfat
Cambuci - Pedro Paulo de Tarso
Paracambi - Marcelo Kossuga
Volta Redonda - Alex Martins
Renato Ludwig de Souza
Luiz Gustavo Antônio Silva Bichara
Campo Grande - Mauro Pereira
Paraíba do Sul - Eduardo Langoni
Rodrigues
TRIBUNA DO ADVOGADO - AGOSTO 2015 - PÁGINA 49
Foto: Bruno Marins
VIDA PRIVADA
Flávio Ahmed, diretor-geral da ESA e presidente da Comissão de Direito Ambiental
TRIBUNA DO ADVOGADO - AGOSTO 2015 - PÁGINA 50
Juristas: Nelson Nery Jr. e Ricardo Pereira Lira Escritor/escritora: Machado de Assis e Manuel Bandeira, gênios do texto; Nelson Rodrigues e Rubem Fonseca, mestres do cotidiano Livro: Macunaíma, de Mário de Andrade e A paixão segundo GH, de Clarice Lispector Lugar: Praia de Ipanema Filme: Cidadão Kane, de Orson Welles Time: Flamengo Cantor/cantora: São tantos... Gilberto Gil, Raul Seixas, Paulinho da Viola, Chet Baker. E as meninas: Elizeth Cardoso, Marisa Monte e Billie Holiday Ator/atriz: Jack Nicholson, Ary Fontoura e Aracy Balabalian Mitos: Não sou muito chegado, mas há personagens que considero emblemáticos: Leonel Brizola e Darcy Ribeiro Esporte: Frescobol Hobby: Música, para tocar e para ouvir Prato favorito: Feijoada e dobradinha, com muita pimenta Programa de TV: O canal Off, para assistir filmes de surf com meus filhos Música: Quando eu me chamar saudade, por Nelson Cavaquinho Fato da história: O fim da ditadura militar Frase ou citação: Fico com uma atribuída a Voltaire, mas, na verdade, de Evelyn Hall, sua biógrafa: “Posso não concordar com nada do que dizes, mas defenderei até a morte o seu direito de dizer”
Anuncie na Tribuna e atinja mais de 110 mil advogados A revista da OAB/RJ é enviada mensalmente a todos os advogados inscritos na Seccional, e distribuída nos pontos de grande concentração da comunidade jurídica no Estado. Saiba mais sobre os espaços publicitários e os planos de mídia que o veículo oferece. Gestão de Negócios Comunicação Integrada Ltda
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