Senso in comum 30 web

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SEN SOiN COMU M

Quem tem razão?

Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo • UFU •Desde 2010• Ano VII • Nº XXX • Fevereiro-Março/2016 www.sensoincomum.net

Foto: Isabella Rodrigues

Perigo em obras na Segismundo Pedestres lidam com a falta de sinalização na construção do novo corredor de ônibus da avenida. Página 3

Inovações em torneios Guerra-surda Mesmo o estupro já sendo considerado crime hediondo no Brasil, o agressor ainda pode não se sentir tão intimidado. São necessárias medidas punitivas mais eficazes. Página 2

Vamos fugir Você é reaça ou coxinha? Nos dias de hoje, todos somos “obrigados” a assumir um lado. Se não é nenhum dos dois, já pensou em fugir? Você não é o único! Página 11

Novas tecnologias são testadas em diver­ sas competições internas que acontecem na UFU. No Torneio Universitário de Robótica os participantes desenvolvem carrinhos. Já a Batalha dos Games convida os alunos a produzirem seus próprios jogos digitais. Um dos produtos desenvolvidos foi adapta­ do e já ficou em primeiro lugar em número de downloads da Google Play. Página 4

Arte fora da arte

Aqueles que acreditam que as repre­ sentações artísticas na universidade acontecem apenas no Instituto de Artes, devem conhecer a disseminação de cultu­ ra produzida por alunos de cursos distintos como o de Engenharia e Direito. Por meio da arte os estudantes geram con­ teúdo fora dos cronogramas propostos pelas jurisdições e cálculos. Página 9

Vaga disponível

A dificuldade de encontrar um espaço para estacionar o seu carro na UFU pode estar chegando ao fim. Com a ajuda de alunos, a Diretoria de Logística da Universidade procura soluções para o problema. Pretende­se diminuir a demanda por vagas por meio de ideias ecologicamente promissoras pensadas por estudantes. Página 7

Foto: Isabella Rodrigues


Editorial “Vadia submissa! Mete o pau ne­ la q ela gosta”. Essa foi apenas uma das publicações (algumas apagadas) da “Universidade Federal: Antes e Depois”, página do Facebook que atualmente conta com 7.565 curti­ das. A frase era acompanhada pela imagem de uma garota com a boca escancarada e um pênis enfiado go­ ela abaixo. A página foi denunciada e, 48h depois, o Facebook respon­ deu dizendo que o conteúdo não vi­ ola os Padrões da Comunidade definidos pela empresa. A cultura do estupro se tornou democrática, sutilmente ensinada

desde o berço a todos os gêneros, classes sociais e etnias. Convertido ou não, o estupro aparece apenas como ápice de uma naturalização doente de um grave problema. A violência contra a mulher se tornou normal. Um de seus desdo­ bramentos, por exemplo, ocorreu no dia 21 de setembro, quando uma garota de 18 anos quase foi estupra­ da e enforcada, no banheiro do blo­ co do Direito na UFU. O episódio, digno de lamentação, pode ser ape­ nas mais um caso, para somar aos tantos outros que já aconteceram nas universidades – especialmente

públicas. Ou pode ser a gota d'água para que, finalmente, mulheres lu­ tem por respeito. E, sim, a palavra é essa: LUTA. Porque só quem é mu­ lher sabe a luta que é, todos os dias, fazer de conta que não ouviu a can­ tada escrota do babaca da esquina. Ou, ainda, não usar a roupa que re­ almente deseja, apenas para "não provocar" o próprio estupro. Há um sistema e ele existe antes de você. Talvez seja muita pretensão acreditar que por sua causa ele cai­ rá. Mas é com essa perspectiva que mulheres precisam se manifestar contra essa podridão. Vivemos nu­

ma sociedade que nos nega o sim­ ples direito de ser. Nosso dia a dia é violento. Antes de seres humanos, somos formados como violentadores do outro, daquilo que julgamos in­ ferior à nossa tamanha grandeza. Em recente vídeo publicado na web, o presidente do Uruguai, Mu­ jica, refletiu: “A forma como vive­ mos e nossos valores são a expressão da sociedade na qual vi­ vemos”. Enquanto não conseguir­ mos repensar nossos valores, continuaremos alimentando esse sistema que, mesmo fadado ao fra­ casso, vem se mantendo intacto.

tortura e crueldade, sendo indiferente à dor e aos traumas que poderá causar às vítimas. Quando preso, sai e volta aos mesmos hábitos que o levaram para trás das grades. Já 50 mil é um problema e tratado como “normal” em uma sociedade que se silencia perante suas adversi­ dades. Convivemos todos os dias com pessoas que são capazes de cometer tamanho horror.

amigos, o preconceito com a mulher, as piadas ofensivas, as risadas de es­ cárnio a respeito de sua inteligência. A mulher socialmente julgada como ser inferior, gestos obscenos que remetem a piadas sexuais e aceitas pela cultura do “homem superior”. Qualquer garoto que cresça nesse ambiente se sente no direito de des­ prezar as mulheres. Parafraseando Si­ mone de Beauvoir, ninguém nasce

Parece que os brasileiros estão es­ perando pela consumação desses atos, para começarem campanhas que não surtirão efeitos significativos. É possível ver na roda de quaisquer

estuprador: torna­se. Em uma socie­ dade onde são aceitáveis piadas de mau gosto e a cultura do estupro, não poderia ser diferente. Pergunte a qualquer mulher se ela

já se sentiu ameaçada pela violência sexual. Há uma guerra surda contra elas que os movimentos feministas tentam ao máximo combater. O estu­ pro hoje é tido como um crime hedi­ ondo no Brasil, com aumento de agravantes e da pena, dependendo do caso. A Secretaria Nacional de Políti­ cas para as Mulheres criou o número 180 para facilitar a comunicação entre as vítimas e a lei. O governo prometeu implantar Casas da Mulher, lugares de apoio a elas, em todos os estados. Porém, apenas remediar um ato como esse não fará com que o agres­ sor sinta­se intimidado ao cometer tal barbárie. Um maior empenho é ne­ cessário para combater esse mal. Al­ gumas medidas como: maior repressão da violência sexual a mu­ lher, um agravamento maior da pena em caso de estupro e a garantia de um sistema de saúde pública que dê as­ sistência em casos como esse, devem ser tomadas urgentemente, a fim de que não voltemos aos tempos de bar­ bárie, onde, nas palavras de Simone de Beauvoir, a mulher era “uma ma­ triz, um ovário; uma fêmea, e esta pa­ lavra basta para defini­la”.

Amannda Barbosa

A história da luta das mulheres por direitos é um percurso marcado por altos e baixos. Há 30 anos, tudo indi­ cava que o mundo daria a elas maior respeito e espaço. Mas que ilusão... Um estudo recente, divulgado pelo Fórum Nacional de Segurança Pública em 2013, apontou que ocorre, no Bra­ sil – um país lindo e abençoado por natureza ­, mais casos de estupro que de homicídio. São 50 mil contra 47 mil e esse número absurdo pode ser ainda pior, já que alguns estados co­ mo Roraima e Santa Catarina, não forneceram dados credíveis para a re­ alização da pesquisa. Os jornais, ao noticiarem tamanha brutalidade, não dão a devida impor­ tância para o fato. 50 mil mulheres são violentadas por ano e têm a sua integridade roubada por alguém que é julgado louco pelos que assistem aos noticiários da TV. Um caso único de estupro é tido, pela maioria, como uma tragédia e atribuem à culpa a algum pervertido que não conseguiu controlar seus im­ pulsos. O agressor usa de requintes de

Crédito Ilustração: Amanda Cristina

Estamos em Guerra!

Expediente: Reitor: Elmiro Santos Resende / Diretor da FACED: Marcelo Soares Pereira da Silva / Coordenador do curso de Jornalismo: Gerson de Sousa / Professores responsáveis: Ana Spannenberg, Christiane Pitanga, Marcelo Marques e Vanessa Matos / Jornalistas responsáveis: Ana Spannenberg MTB 9453 e Vanessa Matos MTB 50.456 / Editores de Capa: Marcela Pissolato e Ygor Rodrigues/ Editores de Arte: Bianca Guedes e Renato Taioba / Editores de Opinião: Bianca Guedes e Renato Taioba (o conteúdo opinativo é de responsabilidade dos articulistas/autores que assinam as colunas) / Editores de Ciência e Tecnologia: Letícia Brito e Rodrigo Castro; Sub­editores: Daniel Pompeu e Nadja Nobre / Editores de Universidade: Laura Fernandes e Pedro Lobato; Sub­ Editores: Marcela Pissolato e Ygor Rodrigues / Editoras de Região: Bianca Felix e Giovana Oliveira; Sub­editoras: Amannda Barbosa e Laís Vieira / Editores de Cultura: Alex Furtado e Michelli Rosa; Sub­editor: Matheus Xavier / Editores do Senso Aberto: Bianca Guedes e Renato Taioba / Editora da Plataforma Digital: Adrivania Santos; Sub­editores: Paola Buiatti e Timoteo Batista/ Finalização: Danielle Buiatti.


No meio do caminho tinha uma obra Ellen Melo Foto: Ellen Melo

O Artigo 88 do Código de Trân­ sito Brasileiro é claro: “Nas vias ou trechos de vias em obras, deve­ rá ser fixada sinalização específica e adequada”. Apesar de não deixar margens para qualquer dúvida, o cenário encontrado pela popula­ ção em uma das obras que fazem parte do programa Uberlândia Planejada é completamente dife­ rente do que estipulado pela lei. Desde o início da construção do corredor de ônibus na Avenida Se­ gismundo Pereira e do terminal Novo Mundo, em 27 de junho de 2015, os pedestres que utilizam a via diariamente tiveram que se acostumar com os transtornos ge­ rados pelo empreendimento. Segundo informações do muní­ cipio, o investimento será de R$ 22,5 milhões, com entrega pre­ vista para o primeiro semestre de 2016. Mesmo com o alto valor destinado aos projetos, fatores como a mobilidade da população durante o processo de obras e a sinalização, apresentam inúme­ ras irregularidades. Acessibilidade e sinalização A cadeirante e estudante do cur­

so de Administração da UFU, Pollyana Prado, afirma que as di­ ficuldades no período de obras são enormes. “Não tem sinalização correta, nem rampas nas calçadas ou nos canteiros centrais da aveni­ da. Os carros e ônibus passam em alta velocidade e, como eu toco a cadeira devagar, tenho medo de que aconteça um acidente comigo. Todos os dias eu coloco minha vida em risco”, diz. Pollyana destaca também que o tempo de viagem entre sua casa e a universidade au­ mentou. “Já que não tem como eu atravessar o canteiro, eu tenho que esperar o ônibus fazer o trajeto da linha até o terminal central, e só depois ele consegue parar do lado da calçada da UFU. Isso faz com que minha viagem dure de 20 a 30 minutos a mais”, relata. O assessor da Secretaria Muni­ cipal de Trânsito e Transportes (Settran), Divino Amarildo dos Santos, afirma que a função da prefeitura é de planejar o resulta­ do final da obra. “Tanto o corre­ dor como o terminal foi pensado para facilitar a acessibilidade através das travessias elevadas, piso tátil e semáforos sonoros. To­ da obra que é feita pela prefeitura

hoje tem que passar pelo Núcleo de Acessibilidade para ser execu­ tada.", afirma. Em relação ao não cumprimento das normas previstas no Código de Trânsito, o assessor assegura que o trabalho da Prefeitura, nesse caso específico, é o de apenas fiscalizar. “A função de reduzir os transtornos deve ser da empresa responsável pela licitação. Normalmente, qual­ quer obra acarreta transtornos. Nesse período, cabe a nós da prefei­ tura, cobrar deles para melhorar a questão de acesso e as travessias da avenida", explica Santos. A reportagem do SensoInco­ mum percorreu toda a Avenida Segismundo Pereira e não identi­ ficou a presença de placas de si­ nalização para pedestres junto às obras. Ao ser questionado sobre isso, o assessor da Settran, afir­ mou: "Eu garanto que está sendo fiscalizado, acompanhado, e a própria Settran tem feito placas, colocado agentes de trânsitos na localização para reduzir os incô­ modos”. Normas de Segurança O engenheiro civil José de Oli­

veira certifica o que foi falado pelo assessor, “cabe à empresa execu­ tora das obras seguir as normas. É de obrigação e de responsabilida­ de da mesma sinalizar toda a construção. Infelizmente, em al­ guns casos, o apoio da Settran é ineficiente”. Por experiências an­ teriores, Oliveira diz que: “geral­ mente a sinalização de obras está inclusa no planejamento e no or­ çamento, e, quando as obras são em vias públicas, é requisitado o apoio da secretaria de trânsito lo­ cal". O engenheiro ressalta que "nenhuma obra ou evento pode perturbar ou interromper a livre circulação de veículos, pedestres ou colocar em risco a segurança dos mesmos”. O engenheiro ainda esclarece que as principais normas de sina­ lização de obras em pistas e ro­ dovias são estabelecidas pelo Departamento Nacional de Infra­ estrutura e Transportes (DNIT), através do Manual de Sinalização Rodoviária, e também pelo Códi­ go de Trânsito Brasileiro. No en­ tanto, Oliveira revela: “no momento, o Conselho Nacional de Trânsito está realizando uma reformulação das normas de si­ nalização”. Foram feitas diversas tentativas de contato com a empresa EMSA, responsável pelas obras do corre­ dor da Avenida Segismundo Pe­ reira, porém, até o fechamento desta edição a companhia não quis se pronunciar.

"A função de re­ duzir os trans­ tornos deve ser da empresa res­ ponsável pela li­ citação." ­ Divino Amarildo dos Santos


Competições motivam inovações tecnológicas Amanda Cristina Competições técnológicas se tor­ naram rotina em vários cursos da UFU. Os torneios acabam chaman­ do atenção de grandes empresas, que procuram estudantes para con­ tribuir no desenvolvimento de pes­ quisas. Através de apoio financeiro, as entidades investem pensando em ganhar novas tecnologias no futuro. Companhia Brasileira de Metalur­ gia e Mineração (CBMM), Compa­ nhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Petrobras, Algar e Vale são exemplos de organizações que veem nas competições espaços de criação científica. Os cursos de engenharia e compu­ tação são normalmente berços destes torneios. Os alunos conseguem de­ senvolver robôs que superam obstá­ culos colocados em uma pista ou até mesmo escapar sozinhos de labirin­ tos. Outro exemplo, é uma batalha de desenvolvimento de games na qual uma temática é escolhida. Vári­ os jogos são criados e, após passar por critérios avaliativos, um vence­ dor é escolhido. Labirinto Robótico O Torneio Universitário de Robó­ tica acontece anualmente e contribui para a integração e aprendizado nos vários cursos de engenharia. Na competição os participantes preci­ sam desenvolver carrinhos que funcionem de forma autônoma e superem obstáculos na pista. A disputa testa velocidade, criativi­ dade e inovações propostas pelos alunos. O evento é realizado pelo PET da Engenharia Elétrica e pela Empresa Júnior de Consultoria em Engenharia Elétrica (Conselt), com o apoio da faculdade do curso e da universidade. Além disso, conta com patrocínio da Companhia Bra­ sileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e da Companhia Energé­ tica de Minas Gerais (Cemig). A estudante de engenharia elétrica e participante da organização do torneio, Christielly Fernandes, res­ salta que os competidores estão sempre em busca de melhor desem­ penho para os carrinhos. Segundo ela, melhores equipamentos são de­ senvolvidos na produção dos robôs. “Microcontroladores mais eficientes, sensores e outros dispositivos ele­

Foto: Arquivo pessoal

trônicos mais robustos são criados. Além disso, materiais para estrutu­ ras mais leves, além de inovação nos códigos de programação dos carros”, explica.

Maze Escape Também um exemplo de competi­ ção, pela primeira vez realizado no Brasil, o Desafio Maze Escape (que existe há mais de 40 anos em países como Japão e EUA) ocorreu em se­ tembro de 2015, e reuniu equipes e curiosos. A disputa consiste na solu­ ção de um labirinto de 16x16 células com um robô autônomo denomina­ do de micromouse. O organizador do evento e enge­ nheiro biomédico, Kleber Lima, conta que sempre participou de competições de robótica durante a graduação. Ele ressalta que a busca pela vitória incentiva novas tecnolo­ gias e auxilia melhorias para siste­ mas já conhecidos. “Participei de várias competições de robótica e posso afirmar que meus projetos mais complexos foram influenciados por elas”, lembra.

tais e disponibilizá­los ao público. Uma banca de jurados testa os pro­ dutos que concorrem a premiações. Na batalha, os alunos costumam uti­ lizar plataformas de criação já pre­ sentes no mercado. Entretanto, também na batalha são criadas no­ vas plataformas. Segundo o estudante de ciência da computação e participante do COM­ PET, Pedro Braz, a evolução da Ba­ talha tem dado mais visibilidade para as inovações ilustradas nas dis­ putas e contribuído para chamar a atenção de grandes empresas e aju­ dar financeiramente no desenvolvi­ mento dos games.

Virou app O estudante de ciência da compu­ tação, Guilherme Castilho, ficou em terceiro lugar na batalha de games desse ano. Castilho conta que o pro­ jeto desenvolvido por eles na bata­ lha foi adaptado para lançar o jogo “Já acabou Jéssica?”, que tem como base um meme viral da internet. “Tínhamos um dia para lançar, por causa da validez do meme, então só

Batalha de games De acordo com a Associação Bra­ sileira de Desenvolvedores de Ga­ mes (Abragames): o mercado de games movimenta mais de 900 mi­ lhões de reais por ano no país e tem criado mais de 4 mil empregos anu­ almente. Realizada pelo PET da Ci­ ência da Computação (COMPET), a Batalha de Games, está na 3ª edição e reforça a situação do segmento no país. O evento convida alunos a de­ senvolver seus próprios jogos digi­

Foto: Reprodução

nos arriscamos pra ver no que da­ va”, conta. Uma semana após ser lançado, o jogo estava em primeiro lugar devi­ do ao número de downloads. O es­ tudante faz parte da empresa PontoBarraGames e afirma que no­ vos jogos estão sendo desenvolvidos, aproveitando o sucesso do “Já aca­ bou Jéssica?”. O objetivo é se con­ solidar no mercado de games para smartphones.

O mercado de games movimenta mais de R$900 milhões por ano. Agência Intelecto A UFU conta com a Agência Inte­ lecto que atua como mediadora en­ tre alunos que produzem tecnologia e empresas interessadas nessas ino­ vações. Segundo a responsável pela Divisão de Transferência de Tecno­ logia e Empreendedorismo, Manoe­ la Botrel, a agência serve como uma ligação entre os alunos e as empre­ sas que procuram inovações para ajudar no desenvolvimento de tec­ nologias. “As empresas hoje, princi­ palmente de grande porte, veem a universidade como uma parceira”, conta. Alguns parceiros desses pro­ jetos são: Petrobras, CEMIG, Vale, ALGAR, entre outros. A responsável pela agência explica que há a necessidade de uma mu­ dança cultural no processo de cria­ ção. “O empreendedorismo e a cultura da inovação precisam ser difundidas culturalmente”, resume.


Retirada de estudante da moradia causa polêmica Mateus Augusto A UFU oferece a seus alunos, de acordo com a condição de vulnerabili­ dade social, moradia compartilhada gratuita que fica localizada no bairro Tibery, visando atender estudantes com baixa condição sócio­econômica. No dia 16 de outubro de 2015, a Divi­ são de Assistência ao Estudante (Dia­ se), órgão responsável pelo programa de moradia estudantil junto à Diretoria de Assuntos Estudantis (Dires), se en­ volveu em uma polêmica ao retirar um aluno da residência contra sua vonta­ de. A vaga foi substituída por bolsa moradia, no valor de R$ 300. O fato que culminou na retirada do aluno foi uma carta de outros morado­ res que alegavam problemas de convi­ vência com o estudante em questão. No entanto, de acordo com o estatuto da moradia, todos os problemas relaciona­ dos a quebra de regras de convivência devem ser encaminhados para uma co­ missão disciplinar, formada por gesto­ res do local e uma Comissão Executiva, formada por moradores. Aconteceu apenas uma reunião da Comissão Exe­ cutiva, no dia 15 de outubro, para discu­ tir uma solução e houve um indicativo de que o morador envolvido com pro­ blemas de convivência poderia ser

"Diase/Dires, contrariando a decisão da Comissão, optou pela retirada do estudante da moradia" transferido para outro apartamento, mas permanecendo na residência estu­ dantil. Apesar desse encaminhamento, o caso foi levado à Diase/Dires que, con­ trariando a decisão da Comissão, optou pela retirada do estudante da moradia

Foto: Ygor Rodrigues

"Eu queria pelo menos que a Diase tivesse me escutado", diz estudante expulso.

após reunião de uma comissão especial formada por assistentes sociais e psicó­ logos da divisão, que fazem acompa­ nhamento periódico com os estudantes. A instituição não revela os motivos con­ cretos que motivaram a decisão da reti­ rada do estudante por se tratar de informação de ordem pessoal e, portan­ to, sigilosa. A gestora da moradia estu­ dantil e assistente social da Diase, Maria de Fátima Oliveira, disse que os alunos da comissão executiva sabiam que o caso seria levado para o órgão responsável e, por isso, para ela “não há sentido em di­ zer que a gente passou por cima”. O próprio morador, que preferiu não ser identificado, afirmou que não era sua vontade sair da moradia e que a forma com que a divisão responsável tratou o problema o prejudicou. “Foi bem complicado, a forma como aborda­ ram. Eu queria pelo menos que a Dia­ se tivesse me escutado de fato, porque, querendo ou não, eu só fui lá para receber o comunicado [de expul­ são]”, relatou o estudante, que ainda julgou o acompanhamento psicológi­ co oferecido pela Divisão como insufi­ ciente para avaliar casos como este. “Não havia um padrão no acompa­ nhamento psicológico, não havia, por exemplo, um sistema de consultas marcadas”, explica. A Comissão Executiva emitiu uma carta repudiando a retirada do estudan­ te. A decisão foi precipitada, na opinião de outros moradores, como Pedro Cân­ dido, membro da comissão executiva. “A

nosso ver não houve nenhum diálogo sobre a decisão. Por isso nossa movi­ mentação sobre o caso, pelo fato de não visualizarmos, pelo próprio estatuto da moradia, nenhuma possibilidade da Di­ ase retirar o estudante da moradia, da forma como ela realizou”, opina. A Dires se defendeu após a carta en­ viada à reitoria, afirmando que o estatuto é passível de interpretação e que alguns casos devem ser analisados especifica­ mente pela equipe de acompanhamento ao estudante do órgão em questão. Além disso, informou que tem a autonomia de retirar o estudante da moradia. No episódio, como informado pelo diretor de assuntos estudantis, Leonardo Bar­ bosa e Silva, “a avaliação da equipe foi que uma mudança na estrutura de mo­ radia era necessária para este caso espe­ cífico”. A instituição ainda frisa que a decisão não foi tomada por um fator dis­ ciplinar e, portanto, não é de competên­ cia da comissão executiva julgar o caso. O bota­fora A Diase e a Dires informaram que o aluno teria no máximo 30 dias para sair depois do comunicado. Após a retirada, foi lhe oferecido uma bolsa moradia de R$300 para subsidiar os custos de sua nova casa. Segundo o mesmo, ele enfrentou uma situação delicada ao sair da moradia, pois o auxílio oferecido não era suficiente para custear uma residência perto da universidade. “A minha sorte é que eu tinha um amigo

que me ofereceu lugar para ficar, senão eu não teria para onde ir. A bolsa, pelo valor que é, não cobre os custos de nenhum lugar perto da UFU. Eu não tinha cama, mesa, nada. Eu ganhei minha cama, senão teria que dormir no chão”, afirma o estudante. O próprio diretor de assuntos estudantis, Leonardo Barbosa e Silva, admite que as condições que a bolsa proporciona não são compatíveis às oferecidas pela residência dos estudantes. “A moradia dá uma estrutura ao aluno que eu julgo melhor. Uma estrutura que R$300 não proporciona. Mas não é só isso que está em jogo, mas também a avaliação técnica sobre um caso.”

Dados sobre a residência estudantil A moradia estudantil da UFU foi inaugurada em junho de 2014 e fica localizada na Rua Venezuela 1.352 no bairro Ti­ bery. Seu projeto era previsto para 2012, mas, por problemas técnicos, houve atraso na en­ trega da obra. A estrutura conta com 26 apartamentos que têm capacidade para abrigar 150 es­ tudantes, onde seis vagas são destinadas a estudantes com deficiência física que têm um apartamento adaptado para su­ as necessidades. Ainda há 30 vagas para serem ocupadas. Pa­ ra conseguir uma vaga é preciso comprovar baixa condição só­ cio­econômica através da Diase, órgão responsável pelo controle.


De 'júnior' eles não têm nada Isabella Rodrigues Aliar teoria e prática é o anseio da maioria dos alunos ao entrarem na faculdade. Uma das possibilidades é a participação nas empresas juniores dos cursos de graduação. Conheci­ das como “EJs”, essas associações são formadas por estudantes que prestam serviços sem fins lucrativos para empresas e sociedade em geral de acordo com sua área de atuação. Na UFU, algumas EJs recebem o auxílio do Núcleo de Empresas Juniores (NEJ), que segundo o es­ tudante de Gestão da Informação e atual presidente, Davi Borges, “dá suporte nas técnicas de desenvolvi­ mento como gestão e gerenciamen­ to de projetos”. Atualmente, existem 26 empre­ sas juniores na universidade, mas apenas dez são filiadas ao NEJ.

“Sei como lidar com clientes, fazer orçamentos, divulgar o trabalho. Isso motiva muito a gente”, diz Timm.

Borges destaca que algumas não se filiam devido à documentação exigida pelo núcleo, como o alvará de funcionamento. O diretor de marketing da Ba­ bel, Vinicius Timm, empresa júnior da Tradução, esclarece que os tra­ balhos mais recorrentes da EJ são traduções de históricos escolares, artigos, diplomas e outros tipos de documentos. O estudante conta que a procura pelos serviços parte de empresas ou pessoas individu­ ais e o valor cobrado no orçamento é direcionado apenas aos gastos da EJ, como impostos e manutenção. Timm destaca que o conhecimento adquirido na Babel é o que impul­ siona os alunos. “Sei como lidar com clientes, fazer orçamentos, di­ vulgar o trabalho. Isso motiva mui­ to a gente”, aponta.

O sucesso dos juniores A Apoio Consultoria, empresa jú­ nior dos cursos de Administração e Gestão da Informação, é um dos destaques entre as EJs da UFU. Em maio de 2015 a equipe bateu a meta de faturamento do ano inteiro. Uma das diretoras da Apoio e estudante de Administração, Laís Vieira, expli­ ca que a meta foi batida em razão da abertura de uma empresa de agro­ nomia de precisão. “Quando a gente fechou [o projeto] foi muito bom para ver que temos capacida­ de de atender pessoas especializa­ das em um projeto tão grande e caro”, comemora.

Foto: Isabella Rodrigues

Professora tutora da Apoio, Darci Alves, conta que uma das maiores dificuldades é manter a autonomia do grupo. Para ela, “o tutor tem o papel de orientar, mas precisa pre­ servar a liberdade dos alunos, o que é difícil, porque às vezes eles não têm bagagem para tomar algumas decisões”, declara. Aluno da Administração, Caio Vi­ tullo, está na empresa há dois anos e também é um dos diretores. Para ele, a maior motivação dentro da Apoio é o aprendizado: “tem coisas que infe­ lizmente os estágios nunca vão pro­ porcionar. Lá fora a pessoa só vai focar em uma área da administração e aqui não, porque se aprende tudo ao mesmo tempo”, completa. Laís ainda ressalta a responsabilidade que o aluno tem. "Precisamos pensar em projetos simples que ajudarão outras

a pessoas a montar sua empresa ", conta.

Barreiras Apesar do êxito de algumas em­ presas juniores, outras ainda en­ frentam dificuldade para se consolidarem na universidade. A Contabile, EJ da Ciências Contábeis está com as atividades praticamente paradas há mais de cinco anos. Edilberto Batista foi aluno do curso e o primeiro presidente da empresa júnior. Agora professor, ele esclare­ ce que “há uma dificuldade para se conseguir alunos sucessores e, consequentemente, tem sido difícil que haja interesse de orientandos e tutores”. Entretanto, Batista afirma que tem interesse na volta efetiva da Contabile.

Dires promete equipar atléticas para próxima Olimpíada Bruno Prado Durante a cerimônia de abertura da Olimpíada Universitária UFU 2015, realizada no dia 6 de novem­ bro de 2015, foi anunciado que a Di­ retoria de Assuntos Estudantis (Dires) disponibilizaria um kit com material esportivo a todas as 28 As­ sociações Atléticas Acadêmicas (A.A.A.) inscritas na competição. O objetivo é equipar essas organiza­ ções para que elas estimulem a prá­ tica esportiva na universidade. Segundo o diretor de assuntos estudantis, Leonardo Barbosa e Sil­ va, a demanda por auxilio de mate­

riais esportivos é antiga. “Nós percebemos, desde cedo, que as atlé­ ticas têm estruturas físicas e capaci­ dades econômicas muito diferentes. Há atléticas muito equipadas e ou­ tras que mal têm espaço para exis­ tir”, afirma. O kit é composto por equipamentos de uso frequente, como bola de futebol, basquete, handebol, vôlei, peteca dois jogos de coletes. A A.A.A Exatas é uma das mais novas da UFU. Para o presidente, Talles Aquino, a doação do kit surge para complementar algumas neces­ sidades de sua atlética. “Nós conse­ guimos alguns recursos através de

organizações de eventos e venda de produtos, mas não tínhamos colete, por exemplo”, explica. Essa realida­ de também é observada na A.A.A. da Educação Física, representada pelo presidente Rodrigo Inácio da Costa, para quem os equipamentos dispo­ níveis atualmente estão desgastados devido à frequência do uso. Com relação à origem do materi­ al, o diretor aponta que todos são novos, de qualidade e já foram com­ prados, mas não há comprometi­ mento de verbas que desrespeite o contingenciamento atual. “No final do ano, a Dires costuma realizar um seminário de planejamento de con­

tas com toda a equipe. Já havíamos reservado uma quantidade de re­ cursos”, esclarece. Estrutura física Além de garantir os materiais, Silva conta que há uma proposta, cujo projeto arquitetônico está con­ cluído, destinada a montar uma estrutura que comportaria departa­ mentos de CA’s, DA’s e atléticas. Embora essa proposta esteja funda­ mentada, o processo de licitação foi interrompido pelo corte de verbas estabelecido pelo governo federal, e não tem previsão de execução.


Estacionar na UFU pode deixar de ser problema Letícia Brito A dificuldade para encontrar vagas nos estacionamento da UFU, princi­ palmente no campus Santa Mônica, já vem sendo motivo de reclamações por parte da comunidade acadêmica há alguns anos. Estacionamentos lota­ dos, carros estacionados em locais proibidos ou vagas reservadas a defi­ cientes são cenas comuns nos campi. Desafiados pela Semana de Empre­ endedorismo e Inovação (SEI), even­ to organizado pelo Centro de Incubação de Atividades Empreende­ doras (CIAEM) e pela Empresa Júni­ or de Consultoria e Soluções em Engenharia Química (ConsultEQ), alunos enviaram suas sugestões para solucionar o problema. Os três grupos com as propostas mais viáveis foram convidados pela Diretoria de Logísti­ ca da UFU, em setembro de 2015, a compor uma equipe e transformar as ideias em projeto, com supervisão do diretor de logística Wesley Marques.

Foto: Letícia Brito

campus Santa Mônica. Nesse levantamento, foram consideradas apenas vagas regulares da UFU. Aquelas que não são corretamente sinalizadas, como espaços de brita ou terra e rotatórias, e também as reservadas a deficientes, por exemplo, não foram consideradas.

Entender o problema Soluções propostas Para compreender melhor a situa­ ção, esses alunos começaram coletan­ do dados. Primeiramente, contaram o número de vagas que cada campus da UFU em Uberlândia tem. Além disso, desenvolveram uma pesquisa com o intuito de entender questões como horário de pico e tempo médio em que os carros ficam estacionados. Para saber a opinião da comunida­ de acadêmica sobre o problema, foi disponibilizado um questionário on­ line. De acordo com o coordenador geral do projeto, João Paulo Amaral, estudante de Engenharia Elétrica, 18% do total de 5.528 motoristas contabilizados na UFU responderam às perguntas do site. Confira alguns resultados das pesquisas nos gráfico.

Resultados da pesquisa Quem vai à UFU de carro, pela manhã, sofre mais com o problema. Nesse período, o déficit, ou seja, o número de vagas que falta para acomodar os carros que entram, é de 1078. À tarde faltam em torno de 100 vagas, mas, à noite, o espaço é sufici­ ente para o número de carros do

Diante dos resultados das pesqui­ sas, o grupo de alunos apresentou três propostas com o intuito de diminuir o déficit nos estacionamentos e estimu­ lar outras formas de locomoção. A primeira delas é a implantação de um sistema de compartilhamento de bicicletas. Nele, os alunos poderão pegar bicicletas emprestadas em es­ tações implantadas em todos os cam­

pi UFU de Uberlândia, além da moradia estudantil, e nas unidades localizadas na Avenida Duque de Ca­ xias e na rua Engenheiro Diniz. Após o uso, essas bicicletas seriam devolvi­ das em qualquer estação. De acordo com o coordenador do projeto, na pesquisa realizada no site, 57,7% dos alunos responderam que utilizariam este serviço. As regras para os em­ préstimos, como tempo e valores, ainda estão sendo discutidas. Todos os estudantes poderão usá­las, mas o foco está em atingir alunos que vão de carro à universidade. Para isso, está sendo estudada uma forma de incentivo: "talvez se [o aluno que tem carro] puder ficar doze horas com a bicicleta ou não pagar taxa para utilizá­la, por exemplo”, esclarece Wesley Marques.

A segunda proposta é a criação de um aplicativo para smartphone, em que a comunidade acadêmica poderá oferecer e procurar carona para ir à UFU. Os resultados desta pesquisa constatam que 78% dos alunos ofereceriam carona e 57% aceitariam receber. Para usufruir dos benefícios, será necessário ca­ dastro que garantirá a organização e segurança dos participantes. A última solução pensada foi a implantação, primeiramente no campus Santa Mônica, do sistema de estacionamento vertical. De acordo com Wesley Silva, cada estaciona­ mento desse tipo ocupa o espaço de duas vagas tradicionais, mas oferece em torno de dezesseis novas. O diretor de logística afirma que esses projetos devem começar a ser implantados em janeiro e fevereiro de 2016. O aplicativo e o sistema de bicicletas compartilhadas poderão eliminar a demanda por 484 vagas.

Parceria com SETTRAN Um projeto da Diretoria de Infra­ estrutura em vigência prevê mudança na sinalização do campus Santa Mô­ nica, que geraria 95 vagas. Wesley Silva explica que a conclusão dessas mudanças pode levar a uma parceria com a Secretaria de Trânsito (Se­ tran). “Devemos solicitar ao Conselho (Universitário) que autorize o convê­ nio pra que eles nos auxiliem na fis­ calização do trânsito dentro dos campi", esclarece.


Roteiro Gastrônomico Cultural de Uberlândia Gabrieli Mazzola ________________ A cultura de Uberlândia é bastante diversificada, tem em sua formação raízes familiares de diferentes descendências, tanto estrangeiras, quanto de várias regiões brasileiras. Essa diversidade faz com que o mu­ nicípio possua uma gastronomia muito rica e atrativa. Quem mora ou visita a cidade mais importante do triângulo

mineiro, tem acesso aos mais variados tipos de comida, desde a italiana, como a tradicional pizza, ou a batata frita e o ham­ burguer típicos dos Estados Unidos. Todos os pratos podem ser encontrados na forma tradi­ cional de cada país ou adapta­ das ao paladar dos mineiros, que já possuem uma gastro­ nomia admirada e respeitada. O município tem muitos res­ taurantes que representam vári­

as culturas, como a japonesa e mexicana. Há também uma feira gastronômica, organizada pela prefeitura de Uberlandia com barraquinhas típicas, exaltando a culinária de out­ ros lugares, com preço acessível e que acontece em ao menos dois pontos da cid­ ade, duas vezes por mês. O SensoIncomum reuniu nome e endereço de alguns dos restaurantes que compõe o cir­

cuito gastronômico cultural uberlandense e elaborou um guia para ajudar a encontrá­los na cidade. A pesquisa foi feita com base nas recomendações feitas pelo sistema de pesquisa do Google e por meio de levantamento nas redes sociais, filtrando­se os ti­ pos de comida mais procurados. Com opções mais caras e outras mais acessíveis, montamos um menu para você degustar.

CAFe na UFU. O que é isso? Letícia Brito______________________

Não, não é a boa e velha xícara de cada dia. É que desde o mês de novembro de 2015, toda a comunidade acadêmica da UFU passou a ter acesso aos serviços da Comunidade Acadêmica Fed­ erada (CAFe). O portal proporciona acesso a 37 mil pub­ licações, como dissertações, teses, normas técnicas, patentes

e outras produções relacionadas à divulgação científica de todo o mundo. Agora, conferir esses trabalhos vai ficar mais fácil, já que o usuário não precisará mais se cadastrar em vários sis­ temas e decorar diferentes sen­ has. Ele conseguirá acessar todas essas produções acadêm­ icas apenas pelo CAFe. Além

disso, a novidade permite que pesquisas no portal da Capes, que antes só poderiam ser feitas na rede UFU, sejam realizadas a partir de qualquer lugar, apenas utilizando o usuário e senha do e­mail institucional. Para ter acesso à Comunidade Federada, basta recadastrar o e­mail institucional.


Teatro como acesso ao direito e à arte A onipresença de elementos ar­ tísticos como a música, a dança e o teatro é uma das características mais marcantes da sociedade bra­ sileira. Dentro de uma universida­ de federal, carregada de costumes e comportamentos bastante plu­ rais, essa realidade não poderia ser diferente. Na UFU a cultura não é expressa apenas através dos cursos que lidam diretamente com sua produção, outras áreas do co­ nhecimento também fazem uso da arte como instrumento. Em 2013, depois da iniciativa de apresentar um trabalho acadêmico de forma diferente, mais lúdica, al­ guns alunos do curso de Direito fun­ daram o Artemanha, um grupo de teatro que veio se consolidando em toda a UFU, bem como no cenário

"Nosso objetivo é sempre dar voz a quem não tem voz e destacar mazelas sociais”, relata Leorodo. uberlandense. O estudante Venân­ cio Leorodo, integrante do grupo e um de seus fundadores, conta que o Artemanha nasceu para conteú­ dos jurídicos e arte. “Não pensa­ mos neles separados. É esse o diferencial e o que sentíamos falta. A arte é nosso instrumento para

Foto: Caroline Ozzy

Ana Augusta Ribeiro

levar o Direito até as pessoas, principalmente a quem não tem acesso a isso”, explica. Dentre as possibilidades que as manifestações culturais permitem, a conscientização social e o caráter de denúncia são explorados pelo Arte­ manha. “O grupo só existe pelo ca­ ráter social dele. Buscamos a arte através do teatro para desvelar de­ núncias. Ismênia e Muiraquitã, nos­ sas maiores peças, fizeram isso. Nosso objetivo é sempre dar voz a quem não tem voz e destacar maze­ las sociais”, relata Leorodo. Outro viés explorado pelo grupo de teatro é o de transformar reali­ dades. Em parceria com o grupo PeriferArte, foi desenvolvido o pro­ jeto Cultura e Arte nos Assenta­ mentos de Uberlândia (Cural), que leva teatro, música, dança e capoei­ ra a moradores da zona rural da ci­ dade. Para a instrutora de capoeira do PeriferArte, Juliana de Lima Trindade, o grupo cumpre a função de disseminar cultura dentro e fora

da universidade. “Eles têm bastante vontade, estudam, pesquisam e gostam de trabalhar nessa área. A arte que fazem é transformadora e humanizadora, estão no caminho certo e mais cursos deveriam seguir o exemplo”, comenta Juliana. Durante seu primeiro ano, o grupo se mantinha com o apoio da UFU, através de uma subvenção para o projeto Cural, que era complementado por recursos pes­ soais e busca por patrocinadores pontuais, como os obtidos para a produção das peças Ismênia e Muiraquitã. Agora, os atores es­ peram fortalecer a cultura dentro da universidade através de uma associação que está sendo forma­ da e de financiamentos governa­ mentais. “Estamos indo atrás do PMIC [Programa Municipal de Incentivo à Cultura], projeto da Prefeitura Municipal de Uberlân­ dia, mas também procuramos por ajuda estadual e, quem sabe, até nacional”, finaliza Leorodo.

Elas também colaboram!

Formado há 3 anos, o grupo de líderes de torcida dos cursos de Engenharia, as cheerleaders Sexy Li­ ons, também cumpre o seu papel de levar arte e cul­ tura para o ambiente universitário e uberlandense. Segundo a Diretora de Cheerleading e estudante de Engenharia, Fernanda Nascimento, o propósito do grupo é torcer pela Atlética da Engenharia e levar di­ versão e energia a todos que assistem às apresenta­ ções. “Nas experiências que temos de apresentação, as pessoas curtem muito. Crescemos com o tempo e sin­

to que as pessoas se empolgam. Acho que consegui­ mos atingir nosso objetivo”, relata Fernanda. Com atuação dentro e fora da UFU, as líderes de torcida chamam a atenção e recebem propostas pa­ ra levarem suas apresentações até eventos esporti­ vos, culturais, ações da Prefeitura Municipal, dentre outros. “Penso que alguma parte da popula­ ção fora da UFU nós conseguimos atingir, já que todas as ações que fizemos foram as pessoas que nos procuraram”, finaliza.

É arte ou não?

Gabrieli Mazzola

Recentemente a peça de teatro “Macaquinhos” gerou polêmica nas redes sociais por se tratar de uma performace em que oito atores nus exploram o ânus uns dos outros. E o mais polêmico, a peça é apoiada pelo Sistema S do governo, com re­ passe de verba para a cultura. A principal questão é: essa peça é ar­ te? Várias pinturas e montagens artísticas contemporâneas que, aos olhos das pessoas, são “rabiscos e lixo”, são ou não são arte? Um amante dos dicionários diria que arte é “a expressão ou aplicação das habilidades criativas e imaginárias do ser humano”. Ou seja, na teoria tudo é arte. Na prática, não é bem assim. Para Richard Cork, professor de história da arte na Universidade de Cambridge nos anos 80, “a ver­ dadeira arte é tudo aquilo que ain­ da será discutido daqui 100 anos”. Não é somente a genialidade dos traços de Mona Lisa, de Leonardo DaVinci, que a tornou a pintura mais conhecida do mundo, o fato de que, depois de mais de 500 anos, ela ainda é tão discutida é essencial para que ela seja consi­ derada uma representação artísti­ ca. Então, ainda é cedo para dizer se uma peça criativa com uma performance polêmica é arte ou não, teremos que esperar o resul­ tado da repercussão daqui a mui­ tos anos para poder ter certeza.


Canoagem é liberada no Parque do Sabiá Ellen Melo

“A modalidade foi crescendo muito nos últimos anos e com certeza irá expandir ainda mais" ­ Beto Gussoni, praticante de canoagem gem, Bertolino explica que “a Legislação Brasileira de gestão dos recursos hídricos estabelece o uso múltiplo das águas. Dessa forma, a utilização para o lazer é permiti­ da e a qualidade da água para re­ creação deve obedecer às condições previstas nas resoluções do Con­ selho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)”. Como a liberação é apenas para embarcações não mo­ torizadas, não haverá nenhum prejuízo para a flora e fauna exis­ tentes na lagoa. Sueli, que também é frequenta­ dora do parque, acredita que não existem grandes problemas quanto à poluição das águas. “De uma for­ ma visual, não observo degradação nos recursos hídricos como, cres­

Foto: Wanderlei Fortunato Foto: Wanderlei Fortunato

A 7º edição do Café do Esporte, promovida pela Fundação Uber­ landense de Turismo, Esporte e Lazer (Futel), em novembro de 2015, aprovou a utilização da re­ presa do Parque do Sabiá para a prática da canoagem esportiva. A professora do Instituto de Ci­ ências Agrárias (ICIAG) da UFU, Sueli Bertolino, esclarece que o Parque do Sabiá é uma Unidade de Conservação (UC), uma área de proteção ambiental protegida por lei. Em relação à liberação da la­ goa para as atividades de canoa­

e averiguar o cumprimento das regras”. Além de verificar se foi feito o cadastramento prévio, o fiscal tem a responsabilidade de apurar se to­ das as medidas de segurança estão sendo atendidas, como o uso do co­ lete salva­vidas e o acompanhante caso algum menor esteja dentro da embarcação. É válido ressaltar que a Futel não irá disponibilizar nenhum equipamento para a prática. Praticante de canoagem há 15 anos, Beto Gussoni, acredita que é uma grande conquista. “A modali­ dade foi crescendo muito nos últi­ mos anos e com certeza irá expandir ainda mais porque agora existe um espaço de prática dentro da cidade, onde é permiti­

cimento excessivo de algas causado pelo excesso de nutrientes. A fauna aquática é outro indicativo da boa qualidade da água do Parque”. Segundo o diretor da Futel, Márcio Nobre, “o pessoal envolvi­ do com a canoagem esperou 30 anos para conseguir debater essa questão, e agora foi regulamenta­ da a utilização oficial do lago pa­ ra a prática do esporte aquático com remo”. A princípio, a utili­ zação do lago foi liberada para acontecer aos sábados, domingos e feriados, das 6h às 19h. Junto à regulamentação, algu­ mas regras devem ser seguidas. “Primeiramente irá ocorrer um procedimento de cadastro, entre os dias 05 de dezembro a 30 de março de 2016, no qual a pessoa tem que ir a sede da Futel. Em se­

guida ela irá receber as orienta­ ções de segurança, com informações quanto às normas e critérios para a prática. Caso o candidato aceite o que está impos­ to no regulamento, ele irá assinar um termo de ciência e o registro será finalizado. O cadastro vai ge­ rar um número, como se fosse uma identificação, e terá duas ca­ tegorias: uma para o iniciante, e outra para experientes, que de­ senvolvem as atividades há um ano pelo menos”, explica Nobre. Para garantir que o regulamen­ to redigido pela Futel seja cumpri­ do pelos praticantes da canoagem esportiva, a instituição irá dispo­ nibilizar um fiscal. “Haverá um monitor em tempo integral no pe­ ríodo que foi destinado a realiza­ ção da atividade para acompanhar

“Haverá um monitor em tempo integral no período que for destinado a realização da atividade." ­ Márcio Nobre, diretor da Futel da a entrada de embarcações não motorizadas. A liberação irá favo­ recer até aquelas pessoas que não têm preparo físico para remar em uma grande extensão porque a re­ presa não é muito grande”. Gussoni estima que existe um universo de 1.000 pessoas entre praticantes e simpatizantes de canoagem na região de Uberlân­ dia. “Hoje, a modalidade se divi­ de em: esporte, lazer e aventura, e pesca esportiva, fator que faci­ lita a expansão do esporte. Esta­ mos com uma expectativa muito grande porque a liberação da la­ goa irá democratizar ainda mais a prática do esporte aquático com remo”, comemora.


Atrás da Tela Laura Nobre Desde que o mundo é mundo, algumas pessoas vão lhe amar pe­ los mesmos motivos que outras vão lhe odiar. Quando se conhece alguém, é pequena a possibilida­ de de influenciar a opinião do ou­ tro a seu respeito se o contato e o diálogo forem curtos. Entretanto, nas redes sociais isso é possível, pois o botão “enter” é exclusivo para o que gostamos, concorda­ mos e queremos compartilhar na rede. E isso é uma questão de ca­ rência. Você determina como as pessoas lhe enxergarão de acordo com o que posta. Nos Estados Unidos, uma pesquisa feita pela Ohio State University, revelou que as pessoas fazem o juízo de valor das outras através dos per­ fis das redes sociais. Desde quando aconteceu o “Boom!” tecnológico até os dias atuais, já tivemos na mídia vários casos de superexposição de pes­ soas públicas que foram vítimas de crimes virtuais ou se arrepen­ deram de postar algo que teve uma exposição não desejada. Mas o que a carência tem a ver com is­ so? Pelo viés psicológico, a carên­ cia é a falta de algo necessário, como a necessidade afetiva. O ho­ mem é um ser que se relaciona, e se a base for privada de atenção e afeto, ele pode passar a vida toda buscando a atenção que nunca te­ ve. A internet veio como auxílio nesse ponto. As redes sociais vi­ raram um outdoor da vida dos seus donos, e às vezes o que se vê,

não passa de uma fantasia. São os desejos reprimidos de cada pes­ soa, que vê na internet a possibili­ dade de realizá­los. A rede é um terreno de possibi­ lidades, inclusive possíveis perso­ nalidades. Por trás da tela a sensação de ser o que quiser vem à tona. Em uma entrevista, o psicó­ logo Jamil El Khouri afirmou que a fuga da realidade e a necessida­ de constante de aprovação de des­ conhecidos, são fruto de uma busca contínua do preenchi­ mento de um vazio interior, que só poderá ser preenchido por nós mesmos. Ou seja, é um autoenga­ no, pois a verdade sempre apare­ ce. É possível ser autêntico e tomar cuidado para dar a sua opi­ nião sem ofender ou ser precon­ ceituoso sem nenhum peso na consciência. A internet facilita dois tipos comportamentos: o que quer viver uma vida que não é sua e o que quer descontar toda a sua raiva do mundo anonimamente. Existe uma linha tênue entre expor a opinião na internet e superexpor sua vida real ou fic­ tícia. Esse fenômeno é uma no­ va realidade que o mundo se adapta, porém, existe o exage­ ro, que são as pessoas que fa­ zem a opção de se exporem sem medidas. Esses comportamen­ tos são manifestações de dese­ jos e fantasias, e se o que for postado tiver o apoio dos ami­ gos virtuais, esse desejo de ser uma nova pessoa ou de ser fa­ moso cresce. O mundo está cada vez mais vi­

Ilustração: oon.com.br

vendo uma cultura narcisista e re­ quer dos outros que se relacionem apenas à audiência. Alguém com baixa estima, pode encontrar na internet a aprovação desejada, uma vez que no virtual tudo costuma ser perfeito. As pes­ soas expõem seu melhor ponto de vista (o que não gere polêmica e seja politicamente correto) a sua melhor foto de perfil (com um sor­ riso “Colgate” criado pelo Pho­ toshop) e seus interesses pessoais, decididos a partir de uma busca pelo que está fazendo sucesso no último mês. A internet abre um espaço para criar outros persona­ gens, possibilitando que as pessoas se sintam realizadas pessoalmente, mas cabe a cada um fazer essa do­ sagem do que realmente deve ser compartilhado ou não. Os smartphones trouxeram uma

reafirmação da cultura da instan­ taneidade, onde todo mundo é livre para postar o que está pensando, como está se sentindo e até o que está comendo. Pessoas públicas compartilham a vida com os segui­ dores como uma forma de intera­ ção e um melhor conhecimento, porém, deve­se pensar sempre nas consequências, tudo que você ex­ põe há um risco de voltar contra si mesmo. Uma vez postado é muito difícil reverter. Se o desejo de mostrar a vida real ou fictícia for maior que o bom senso de pensar se aquilo pode trazer al­ gum dano, é bom ficar atento. Pense duas vezes antes de pos­ tar, e como diria a jornalista Erin Bury, “não diga nada online que você não fosse colocar em um enorme outdoor com a foto do seu rosto ilustrando".

O Futuro Pertence a Deus-Sabe-Quem

Bianca Guedes

Sabe aquela vida futurísti­ ca? Aquela, em que você mora so­ zinho no meio do nada em uma cabana de tecnologia chocante? Eu sinceramente achava que isso era coisa de ficção científica, mas não é bem assim. Hoje existem diversos mecanismos que reapro­ veitam água das chuvas, fazem luz solar se tornar energia e usam o vento para isso também! E sim­ plesmente tiveram a ideia genial de colocar toda essas bugigangas juntas em uma ecocápsula, nome chique para cabaninha móvel que

se parece um ovo high tech. Considerando toda a grande ba­ gunça que vive nosso lindo Brasil de Deus, é extremamente importante que as pessoas sensatas tenham um plano b. Como um amigo meu, que vai fugir pra Nova Zelândia, em caso do país continuar nessa onda conserva­ dora. Nova Zelândia é super legal, lá gravaram Senhor dos Anéis e não pre­ cisa de visto (chocada)! Enfim, voltan­ do ao plano b, viver nas montanhas (ou na Amazônia) em uma ecocápsula me parece um futuro bastante plausí­ vel, para evitar rompantes de raiva (completamente compreensíveis) contra os “friends” que só sabem

acusar os outros de vitimismo. A vida nesse país abençoado parece ter se reduzido a uma polarização chata, na qual só se pode ser reaça ou coxinha. E nessa divisão boba, coisas como as grandes falhas do sistema energético, baseado em hidroelétricas, ou propostas de redução dos direitos de vítimas de estupro são pouco faladas. Nesse mesmo mundo, indivíduos com quase nenhuma capacidade de empatia acabam chefiando a comissão de direitos humanos e minorias. Assim fica difícil não fugir pras montanhas, né? Afinal, em pleno 2015 tudo que a

gente espera é que quando Marty McFly chegar dê para dizer um alô. Falar que vamos todos viver nas montanhas, em um ovo high tech, para fugir dessa vida maluca. E basicamente explicar o porquê de ainda não termos skates flutuantes.

Ilustração: Visto Livre/ UOL


O salto de Pabllo Vittar

ENTREVISTA

Ana Augusta Ribeiro

Fazer sucesso com música no Brasil, se não for com axé ou sertanejo, exige muita criativida­ de e ousadia. E é isso que a cantora e drag queen Pabllo Vittar, 21 anos, tem feito. Depois de lançar o clipe da sua música “Open Bar” no Youtube, com uma versão “abrasileirada” de “Lean On” (Major Lazer) e alcançar 400.000 visualizações em apenas dois meses, ela virou notícia nos prin­ cipais portais de cultura pop do país. Em um bate­papo com o SensoIncomum, ela conta so­ bre sua música, futuro, o mercado musical para as Drag Queens e muito mais. SensoIncomum: Onde foi que tudo começou? Pabllo Vittar: Desde adolescente eu já fa­ zia shows em São Luís (no Maranhão, cida­ de natal de Pabllo). Com 16 anos fui pra São Paulo tentar carreira, não deu muito certo. Aos 17 passei no vestibular da UFU e vim pra Uberlândia. Fiquei dois anos na univer­ sidade e conheci o Yan Hayashi (empresá­ rio), que me apresentou várias pessoas, dentre elas o meu atual produtor (Rodrigo Gorky, do Bonde do Rolê). SI: No mercado musical brasileiro, como você enxerga as oportunidades para Drag Queens e LGBTs? PV: Acho que hoje em dia já está mais fácil e acessível, até com outros artistas buscando referências na cena drag. Vemos isso claramente em clipes de cantores brasileiros. Uma drag que canta, como eu, choca mesmo,

N U N CA L

N T ÁR E M O C S EIA O

já que geralmente as drags só fazem lip­ sync (dublagem). É muita responsabili­ dade e sinto que tenho que enfrentar e desbravar um caminho novo. SI: Quando você lançou o clipe de “Open Bar”, esperava as mi­ lhares de visualizações em tão pouco tempo? PV: Sim. [risos] Não, brinca­ deira. Quando o vídeo passou dos 10.000 acessos no pri­ meiro dia eu já fiquei muito feliz com o reconhecimento e de poder levar o nome de Uberlândia para todo o país. Fiquei muito emocionada, juntamos toda a equipe e comemoramos a conquista. SI: Esse sucesso é só o come­ ço de sua carreira. Onde você quer chegar e qual o maior so­ nho de Pabllo Vittar? PV: Acho que ainda não te­ nho essa resposta. Tenho mui­ ta coisa pra viver e vou viver cada momento como se fosse o último. Eu sei que onde chegarei vai ser através de muito trabalho. Estou aproveitando cada momento, agarrando as oportunidades e está sendo incrível.

Foto: Felipe Flores

I OS. . .

OU LE IA!

Felipe Flores

CONFIRA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA!

sensoincomum.net Brinquedoteca da UFU transforma o dia a dia de seus participantes. Confira os documentários produzidos pelos alunos do curso de jornalismo da UFU.


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