Agora é com elas
Marina Martins
JORNAL‐LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO UFU ● ANO 02 ● Nº 07 ● FEVEREIRO‐MARÇO/2012
Cursos antes dominados pelos homens contam com uma presença feminina cada vez maior [5] ATUALIDADES: Acadêmicos praticam extensão por meio do Projeto Rondon [3]•Cursinhos gratuitos no ingresso à universidade [3]•Novas EJ’s são formadas na UFU [4]•Universitários recebem formação como agentes ambientais [6] CULTURA & LAZER: Shows internacionais atraem jovens e movimentam economia [7] • Parques da cidade são opções de esporte e lazer para estudantes [8]
Editorial
VOZES
Anacrônico
Olá, calouros. Preparados?
Dizem muitas coisas sobre o que um estudante vai passar estando na universidade. Os melhores anos de sua vida, novas experiências, nova rotina. Verdade, saímos da nossa zona de conforto, daí vem a curiosidade, a ansiedade e o medo. Essas diferentes sensações dizem bastante sobre o que vamos passar durante nosso tempo enquanto universitários. Mudanças pessoais compartilhadas com novos hábitos trazidos pela era tecnológica em que vivemos. Junte isso com a possível convergência das mídias. Estamos prestes a perder a mídia impressa? Nós do Senso (in)comum, talvez não estejamos preparados para deixar o impresso de lado. Nós, que somos um jornal feito por estudantes e direcionado para estudantes, temos grande responsa-
bilidade e compromisso em informar você leitor sobre fatos que acontecem ao seu arredor, seja na universidade ou na cidade como um todo. Logo vocês conhecerão as festas, calouradas, movimento estudantil, vão adorar ou não seus respectivos cursos, desfrutarão do Restaurante Universitário, enfrentarão o temido final de semestre, enfim, conhecerão uma vida completamente diferente. E o Senso (in)comum é o veículo que ajudará vocês a ficarem sempre integrados à universidade. Nosso comprometimento com a informação coloca-se sobre um único alicerce: a informação despida de opiniões aos estudantes. Aproveite este novo tempo, e, acima de tudo, pense! Uma nova vida se inicia.
Bazinga!
Bom mesmo é o sentimento de produtividade de final de expediente. Qualquer estilo de vida em sociedade exige atenção ao relógio e cumprimento de prazos, uma geração de paranoicos cronológicos. Segundo o site Webmd.com, quase 20% dos norte-americanos sofrem de ansiedade. Ser um workaholic é tido, por outro lado, como índice de independência e maturidade financeira. Até onde é aceitável a agitação moderna? Veja bem, minha crítica é sobre as regras e formalidades estabelecidas sobre o tempo, não o seu fluxo físico. O tempo é imparcial e inflexível, nisso reside sua beleza. As mesmas vinte e quatro horas se impõem de maneira igual aos homens, independente de suas fortunas ou crenças religiosas. A sombra do relógio é indiferente às nossas vontades. Tragicamente, desde muito cedo respeitamos os horários e as datas – na escola ensinam-se os números e os calendários. Condenam a preguiça: para o aluno improdutivo, reunião com os pais. A injusta rotina escolar se impõe sobre a criança, aumentando as doses de stress aplicadas a
Rinaldo Morais
cada ano letivo. Nas palavras do filósofo Nietzsche, a autêntica virtude dos tempos modernos é fazer algo em menos tempo que os demais. A questão é que até os mais jovens da escala social são intoxicados pela necessidade de se aproveitar os minutos de maneira eficiente. Para você que toma como filosofia de vida a expressão Carpe Diem, saiba que isso não passa de mera propaganda perversa. Pois não é possível fazer qualquer uso racional das horas sem comprometer sua paz mental. Há 300 anos, em um mundo tecnológico totalmente estranho ao nosso, o clérigo inglês Matthew Henry já pregava em seus sermões que aqueles que são pródigos com o seu tempo desprezam suas próprias almas. Podemos ser, portanto, comparados a uma bateria de celular viciada, que necessita de mais eletricidade para durações cada vez menores de tempo. Nos acostumamos com a pressa, o nervosismo se alastra como cólera. E nessa lógica se perdem os elementos contemplativos – a serenidade, o repouso, a paciência. Os inquietos e atormentados nunca valeram tanto.
VOZES Brunner Macedo
VOZES
Conspiração? Por vezes o conhecimento científico se transforma em senso comum. Sabemos que qualquer ação desencadeia uma reação, mas às vezes ignoramos o processo intermediário. Se não possuirmos esse saber estaremos lançando mão do senso comum. Acionar o interruptor faz com que a lâmpada se acenda. Mas será que cada um compreende por quê? A observação empírica talvez seja um dos mais reconhecidos atributos da Ciência. Muitos afirmam que ela é o que contrapõe áreas do conhecimento humano, como a física e a geografia, das crenças religiosas. É certo que, sob muitas perspectivas, o conhecimento científico se mostra mais adequado que a simples fé. Mas precisamos notar que a ciência também guarda seus mistérios e que nem tudo é assim tão óbvio. Um movimento que questiona feitos científicos é o das teorias da conspiração. Entre afirVOZES
Marcos Vinícius Reis
mações de que a Terra é plana e de que os atentados de 11 de Setembro de 2001 foram planejados pelo próprio governo estadunidense, talvez a mais conhecida teoria seja a que diz que o homem nunca foi à lua. Seus defensores acreditam que tudo não passou de uma farsa. Mas existem provas de que o homem foi até lá. Fotografias, vídeos e rochas coletados pela NASA evidenciam que a expedição aconteceu. Creio, portanto, que tais pensamentos de descrença também sejam fruto da ignorância. A pesquisa científica e tecnológica deve ser acessível ao cidadão comum. Entender cada aspecto do mundo e da vida é essencial para o desenvolvimento humanístico. Desmistificar a ciência e compreender sua importância, descartando o senso comum, é tarefa indispensável caso desejemos tornar realidade nossos projetos de mundo.
Valquíria Cristina Amaral
O Brasil é um país extremamente diverso em raças, credos, condições sociais, idades. Essas diferenças repercutem em preferências, dentre elas a musical. A escolha pode se tornar visível no comportamento daquele que o prestigia. Porém, no país do Axé, Bossa Nova, Forró, Hip Hop, MPB, Pagode, Rock, Funk, dentre outros ritmos, ainda sobra espaço para o preconceito, muitas pessoas passam a agir não apenas em favor do seu gosto, mas também, em desrespeito à escolha do ritmo musical dos outros. O apelo ao fanatismo musical é, muitas vezes, instigado pela mídia e pelos comerciantes, que dividem as parafernálias culturais relacionadas à música, em preços e taxa como mais ou menos valorosas. As músicas da moda são constantemente tocadas em rádios, são inspirações para propagandas, temas de novelas, enquan-
to as que são excluídas do cenário midiático fazem com que as pessoas que as ouvem não se sintam representadas socialmente. Essa forma equivocada de cultura das diferenças, que gera na verdade segregação, já foi motivo para que inúmeras agressões físicas acontecessem, em alguns casos com graves conseqüências. Bandas de pagode são vítimas constantes de gangues de rock. Não é difícil encontrarmos frases como “O mundo só será melhor quando todos os pagodeiros forem enforcados numa corda de guitarra”, escritas em muros de escolas. Esse fato não é só unidirecional, mas acontece de todos os lados. A intolerância com aquilo que é diferente faz com que a música, elemento da vida que em sua maioria traz celebração, se torne em alguns momentos, uma via perigosa de expressão.
Expediente
atualidades
Editores-chefe: Augusto Seiji Ikeda e Karla Fonseca O jornal-laboratório Senso (in) Comum é produ- Sub-editores: Ana Beatriz Tuma, André Victor zido por discentes, docentes e técnicos do curso Moura, Bruna Isa Sanchez, Karina Mamede, Mariana Goulart, Natália Nascimento e Yara Diniz. Deisiane Cabral de Comunicação Social – habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia, coseu celular. Normal se a pessoa conhecesse o tal do mo projeto de graduação e atividade curricular. aparelho com o nome de fone de ouvido. cultura e lazer Ainda tinha um dia todo pela frente, mas Editor-chefe: Renato Faria instituição aquela alegria com a qual acordei tinha acabado Sub-editores: Nayla Gomes e Patrícia Alves Reitor: Alfredo Julio Fernandes Neto/ Diretora de dizer adeus. Nem em pauta eu pensava mais. da FACED: Mara Rúbia Alves Marques/CoordePorque se tem uma coisa que estressa é gente grossa, mal educada... empurra daqui, entra na nadora do curso de Jornalismo: Adriana Ome- As imagens que foram utilizadas na página 7, nas frente, não espera os passageiros desembarca- na/ Professoras responsáveis: Ana Spannenberg, seções Senso Musical, Página Aberta, Sessão rem, não pede desculpas e ainda escuta música Angela Grossi, Mirna Tonus e Mônica Rodri- Pipoca e Penso, Logo Clico, são de divulgação. alta sem a utilização de fone de ouvido. Claro, gues Nunes/ Edição de capa: Ana Flávia Bernar- Tiragem: 2000 exemplares não é todo mundo que é assim! Falta o mínimo des e Lucas Martin/ Edição de opinião: Deisiane Impressão: Imprensa Universitária/Gráfica UFU de senso nas pessoas que utilizam esse meio de Cabral, Ronian Carvalho, Valquíria Amaral e Va- E-mail: sensoincomumufu@gmail.com transporte, ou melhor, falta bom senso. Pude nessa Duarte/ Revisão: Mônica Rodrigues Nu- Blog: sensoincomumufu.blogspot.com perceber, naquela manhã, que essas pequenas nes/ Monitoria: Eric Dayson, Laura Laís, Lucas Twitter: @_sensoincomum coisas podem atrapalhar nosso dia. E foi, exata- Felipe Jerônimo e Marina Martins/ Diagrama- Telefone: (34) 3239-4163 ção e finalização: Danielle Buiatti mente, o que me aconteceu.
Bom senso é bom e eu gosto! Segunda feira, sete horas da manhã. Apesar de preocupada, acordei bem humorada. Estava no terminal à espera do ônibus e pauta era a única palavra que ocupava meus pensamentos naquela manhã. Travessias elevadas? Reforma do bloco 3 Q? Calourada UFU? Qual assunto devo falar? Os ônibus saiam todos lotados. Entrei em um deles e comecei a prestar atenção nas pessoas que ali estavam, ou melhor, em suas atitudes. Uma mulher ensinava seu filho: “No Brasil há muita terra e poucos habitantes em relação ao tamanho do território”. O menino perguntava: “E na China Mãe?” Ela, logo, respondia: “Na China é o contrário, filho.” Alguns iam calados, quase dormindo. Comecei a pensar em quantas histórias de vidas haviam ali. Aí, de repente, um homem decidiu escutar música em
O desrespeito à diversidade musical
COMUNIDADE
Extensão universitária amplia experiência acadêmica Projeto Rondon possibilita aos alunos troca de vivências
Marcos Vinícius Reis e Sabrina Tomáz
Apesar das diferenças entre ensino, pesquisa e extensão, os três elementos estão relacionados uns com os outros. O estatuto de criação da UFU, de 1969, trazia em seu artigo 58 a proposta de integração entre os eixos: “A Universidade Federal de Uberlândia, tendo em vista as atividades-fins da instituição, se propõe a educar em nível superior, através de um sistema integrado de ensino, pesquisa e extensão”. Com a aprovação do Regimento Geral de 1999, esse princípio foi reafirmado. Em seu artigo 148, temse que “a extensão, articulada com o ensino e a pesquisa de forma indissociável, tem como objetivo intensificar relações transformadoras entre a UFU e a sociedade, por meio de processo educativo, cultural, científico e desportivo”. Divulgação
Os rondonistas passam cerca de 20 dias em municípios com altos índices de pobreza e exclusão
A prática extensionista é uma forma de atuação junto à comunidade externa que é desenvolvida por professores e estudantes de instituições de ensino superior. Ela constitui, com o ensino e com a pesquisa, um dos pilares do trabalho desenvolvido nas universidades. Na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), acadêmicos praticam a extensão por meio de variados projetos, o que possibilita a ampliação de sua experiência e enriquecimento de sua formação.
Valéria Maria Rodrigues, assistente em administração da Divisão de Relações Comunitárias da UFU, define a extensão universitária como uma ação da universidade junto à comunidade externa. A prática objetiva ampliar a experiência acadêmica de professores e estudantes, além de buscar caminhos para atender necessidades de diversos segmentos da sociedade. Valéria salienta que o caráter intervencionista próprio da extensão é o que a diferencia da pesquisa.
(IES). Após essa etapa, são feitas reuniões com os inscritos para a produção do plano de trabalho, que deve conter as atividades, os objetivos, a metodologia, o público-alvo, o cronograma, e o retorno esperado para a comunidade. Renata Giembinsky, coordenadora da participação da UFU no Projeto, conta que a aprovação do plano de trabalho é feita através de uma avaliação do Ministério da Defesa sobre a possibilidade de execução das propostas. As cidades participantes recebem duas instituições diferentes compostas por dois professores e oito estudantes. As IES trabalham em dois conjuntos de atuação distintos. O conjunto A tem o enfoque na área da cultura, direitos humanos e justiça, educação e saúde. Já o conjunto B realiza atividades nas áreas de Solidariedade comunicação, tecnologia e produção, meio Entre os projetos de extensão da UFU ambiente e trabalho. está o Projeto Rondon. Esse é uma iniciativa de envolver a participação voluntária de estuConheça o Projeto dantes e professores universitários em municípios com alto índice de pobreza. Os O Projeto Rondon foi criado em rondonistas, como são chamados os participan1967 e, no ano de 1989, foi extinto. Retortes, ficam cerca de 20 dias nas comunidades nando em 2005, sob a coordenação do Micom o objetivo de ampliar o bem-estar da popunistério da Defesa, o Rondon já levou 11.000 lação local. voluntários a cerca de 700 municípios com A UFU participa do Projeto Rondon altos índices de pobreza e exclusão social. desde 2005 e já esteve presente em 13 viagens. O Para mais informações sobre esse Projeto, processo para a participação começa com a que acontece semestralmente, acesse: divulgação do edital pelo Ministério da Defesa e a www.defesa.gov.br/projetorondon. inscrição das Instituições de Ensino Superior
Cursinhos promovem inclusão
Voluntários ajudam alunos a ingressar no ensino superior Um grupo de alunos da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) percebeu que provas do vestibular da área de Exatas ficavam em branco. Com isso, decidiram, em 1999, montar um cursinho para alunos do bairro Alvorada e região, onde eles moravam e onde havia poucos universitários na época. As aulas ocorriam em uma escola municipal das redondezas e abrangiam disciplinas de várias áreas. Dentre os 33 alunos da primeira turma do cursinho, apenas um foi aprovado no vestibular da UFU. Essa foi considerada uma grande conquista, pois conseguiram ajudar uma pessoa a ingressar no ensino superior. O trabalho foi batizado de pré-vestibular “Futuro”. Depois disso, foi ampliado o número de salas e a sede mudou várias vezes de local, funcionando sempre em escolas públicas. Atualmente, o município ajuda o “Futuro” por meio de um acordo para que as atividades da instituição aconteçam na Escola Municipal Otávio Batista Coelho Filho, cuja direção também concordou em ceder o espaço. Todos os colaboradores são voluntários e os alunos, selecionados segundo o perfil socioeconômico e o conhecimento prévio, pagam apenas o material do semestre, que custa cerca de R$170,00. Isadora Maciel, 17, diz que o cursinho apresenta uma proposta séria e que as aulas dão um bom auxílio para ingressar na universidade. “Não é porque são voluntários que eles não preparam aula”, explica a estudante. Glauco Henrique, 21, foi aluno da instituição e gostou tanto da ideia do prévestibular que começou a trabalhar no “Futuro”.
Atualmente, ele faz graduação em Geografia na UFU e leciona no cursinho nessa mesma área. Para quem cursa alguma licenciatura, ensinar no pré-vestibular contribui para a aquisição de prática de ensino, que, em alguns casos, pode ser aproveitada como atividade complementar ou estágio acadêmico. Mas, o foco principal de muitos professores do “Futuro” não é exercer atividades com esse interesse específico. A atual sede do “Futuro” fica na Rua José
Resende dos Santos, nº 1010, bairro Brasil. O processo seletivo para ingresso de alunos é aberto no início de cada semestre e as inscrições podem ser feitas pelo site http://www.futuroprevestibular.org/.
Cíntia Sousa e Ronian Carvalho
teúdos dos processos seletivos da UFU em Libras. Desenvolvido em parceria com o Centro de Ensino, Pesquisa, Extensão e Atendimento em Educação Especial (CEPAE), o projeto de extensão do curso de Pedagogia começou as atividades em 2004. Deficientes auditivos Eliamar Godoi, coordenadora do projeto, O Cursinho Alternativo para Surdos explica que ao perceber a falta de um ensino es(CAS) possibilita a alunos com perda total da pecial para os estudantes surdos e as barreiras audição a oportunidade de terem aulas de con- por eles enfrentadas para ingressarem em uma universidade federal, a professora, da Faculdade de Educação, Lázara Cristina da Silva implementou o cursinho. A coordenadora revela que o acesso de surdos à universidade, antes do CAS, era praticamente zero. O primeiro surdo aprovado na UFU foi Matheus Rocha da Costa, no início de 2010, para o curso de Química. No segundo semestre de 2011, quatro estudantes do CAS se classificaram para a segunda fase do vestibular da UFU, sendo que Sarah Marques Bitencourt foi aprovada para o curso de Matemática. Sinval Fernandes, professor e intérprete do CAS explica que “o surdo aprende na mesma velocidade do ouvinte”. Para que isso aconteça, as aulas do CAS procuram explorar ao máximo os recursos visuais. Os professores que ministram aulas no CAS são estudantes da UFU e participam como voluntários. Os interessados em participar do cursinho devem procurar o CEPAE, no bloco Cíntia Sousa 1G, sala 140, no campus Santa Mônica da UFU. No CAS voluntários ministram aulas em Libras para alunos com deficiência auditiva Não há taxa de inscrição e nem mensalidade.
VIVÊNCIA
Intercâmbio transforma estudantes em cidadãos globais Interação agrega conhecimento e permite trocas culturais
Letícia Alessi e Valquíria Cristina Amaral
A Associação Internacional de Estudantes de Ciências Econômicas e Comerciais (AIESEC) é uma rede global que fornece a universitários e recém-formados a oportunidade de desempenhar funções que estimulem potencial de liderança, através do trabalho dentro da organização, e de intercâmbios profissionais. Presente em 107 países, a AIESEC possui instalações em Uberlândia, no Campus Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e é vinculada a Faculdade de Gestão e Negócios (FAGEN). A rede conta com diferentes programas de viagens. As pessoas interessadas devem entrar em contato com algum membro da AIESEC e agendar uma entrevista. Luiza Calábria, estudante de Direito da UFU e Diretora de Intercâmbios Estudantis da AIESEC, diz que o procedimento é muito importante. “A gente faz esse processo de seleção com a pessoa pra alinhar expectativas, o que ela quer com o que oferecemos realmente, e a partir daí se inicia o processo de intercâmbio”, afirma. Ao passar pela entrevista, o futuro intercambista paga uma taxa de, em média, setecentos reais à AIESEC, e escolhe o país de destino. O processo de inscrição ocorre durante o período letivo da UFU, e as viagens, geralmente, nas férias. Foi o que aconteceu com a estudante de Relações Internacionais, Ana Laura Magalhães, que viajou para a Croácia, no começo do ano passado. A universitária foi para trabalhar em escolas e estimular a liderança dos alunos. A aluna afirma que, com essa experiência internacional, teve um amadurecimento pessoal e profissional muito significativo. “Eu não encaro isso como uma questão de coragem, eu acho apenas uma coisa natural de qualquer pessoa,
eu acho que é tão interessante você conhecer novas culturas por você mesma”, conta.
Convivência
A UFU, através de parcerias com outras instituições de ensino superior, também recebe, a cada semestre, alunos de outros países em diferentes programas de intercâmbio. De acordo com a diretora de Relações Internacionais (RI), Raquel Santini, a convivência com pessoas de outros países agrega ao aluno da universidade imenso conhecimento cultural de outros lugares, sem a necessidade de viajar. Nove franceses, cinco paraguaios, dois argentinos, dois holandeses, dois japoneses, três africanos e uma colombiana estudam entre cursos de engenharia, letras, jornalismo, economia, relações internacionais e administração. Essa é a composição do corpo de estudantes “de mobilidade”, também apelidados “intercambistas” hoje presentes na UFU. Julien Gaure, da Universidade de Poitiers, na França, é um deles. Ele faz letras, mas cursa também uma matéria na graduação de História. Julien estudou português por um ano antes de vir morar no Brasil, mas conta que sua maior dificuldade ainda é o idioma. O estudante também sente diferença em aspectos culturais, como a calorosidade dos brasileiros e a falta de cerimônia para falar com um professor e sair da sala de aula, por exemplo. “Aqui os alunos são a todo o tempo atrasados, eles saem da aula sem perguntar ao professor. Isso não é possível na França”, comenta. Sobre a relação com outros estudantes, Julien conhece alguns, mas diz que
Valquíria Cristina Amaral
O primeiro passo para o intercâmbio é conhecer as expectativas do estudante
muitas vezes grupos de intercambistas se fecham entre eles. Para a diretora de RI, há uma resistência por parte de ambos os lados – tanto os alunos da mobilidade quanto os alunos da UFU dificultam a
criação de laços nestas situações. Ela ressalta que é uma pena para o aluno da UFU perder a chance de conhecer outra cultura por meio dos colegas de intercâmbio, o que “agrega muito conhecimento, sem nem precisar sair de casa”, conclui.
Novas Empresas Juniores são criadas na UFU
Expansão de EJ’s representa ganho de prática para mercado de trabalho
Amanda Pereira Firmino e Karina Mamede
cursos de Agronomia, Psicologia, Direito, Engenharia Química, Jornalismo, Tradução e Cartografia. Para dar suporte a estas novas empresas foi criado pela UFU o Núcleo das Empresas Juniores, que oferece consultoria e apoio aos empreendimentos em criação. O núcleo acompanha todos os passos para a concepAmanda Pereira Firmino ção das EJs (ver box). Alunos dos cursos de Engenharia compõem a META, mais antiga EJ da UFU Vitor Leal, Diretor de Uma oportunidade de colocar na prática Comunicação do Núcleo, acredita que esta expano que é aprendido na sala de aula: é o que propor- são deve-se, principalmente, ao fato de os estuciona uma Empresa Júnior (EJ) ao estudante de dantes estarem em busca de uma formação graduação, que busca se tornar um profissional diferenciada. Uma das empresas em processo de com diferencial frente ao concorrido mercado de abertura e divulgação é a Conteagro, da Agronotrabalho que o espera no futuro. Comprovando a mia. Ela nasceu da iniciativa dos alunos e, poderá importância que este tipo de empreendimento contar com a participação do curso de Engenhavem ganhando no meio acadêmico, existem atual- ria Ambiental. O curso de Comunicação Social: mente sete novas empresas em criação dentro da habilitação em Jornalismo também está criando a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) nos sua EJ. A Communicare surgiu do interesse de
um grupo de alunas do 4º período do curso que souberam da intenção de empresas de comunicação da cidade em desenvolver parcerias com juniores de Jornalismo. Uma das vantagens existentes nas EJ´s é a autonomia que os estudantes possuem na tomada de decisões, uma vez que os responsáveis pela associação são os próprios alunos, os tutores são apenas orientadores, explica Flaviane Ferreira, graduanda em Medicina Veterinária na UFU e diretora da Equipe de Desenvolvimento do núcleo de empresas juniores. A participação dos discentes nessas associações conta como aspecto promissor para o futuro do aluno, segundo o vice reitor da Universidade Federal de Uberlândia, Darizon Alves de Andrade. “O que nós temos visto em algumas Empresas Júniores, é aqueles que são os associados da empresa, ao participarem, ganham em velocidade, em destreza, em comunicar com um possível cliente, eu acho que isso é vantajoso”, afirma.
Exemplos a serem seguidos
Prestes a completar 19 anos a Meta, Empresa Júnior dos cursos de Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica, é a primeira empresa desta modalidade na cidade de Uberlândia. Consolidada, esta EJ desenvolve projetos e parcerias
em programas de trainee com grandes organizações, como a Souza Cruz e Chemtech. Oferece, ainda, palestras em conjunto com o SEBRAE e CREAM. Outro exemplo bem sucedido de Empresa Júnior dentro da UFU é a Conavet, do curso de Medicina Veterinária. Com 13 anos de existência, a empresa desenvolve trabalhos particulares com pequenos produtores rurais além de prestar assistência a sete propriedades rurais na cidade de Araguari. O trabalho rendeu um prêmio da Universidade Solidária (UNISOL), oferecido pelo banco Santander.
Passo a passo para criar uma Empresa Júnior 1º) formar o grupo de alunos 2º) realizar a divisão de cargos 3º) definir metas e procurar área de atuação 4º) escolher um professor orientador como tutor 5º) apresentar o projeto para o coordenador e diretor do curso 6º) promover eventos para arrecadação financeira
MUNDO UNIVERSITÁRIO
Elas assumem o comando
Cresce número de mulheres em áreas tradicionalmente masculinas Durante os anos que antecederam o século XX, quando a divisão de tarefas se dava pelo sexo, as mulheres ficavam restritas a trabalhos domésticos e a cuidar da família. Elas lutaram para alcançar o direito de trabalhar fora, em condições de igualdade com os homens. Hoje dividem funções lado a lado com eles. Isso se aplica inclusive às salas das universidades. Cursos como as Engenharias, Ciências da Computação, Agronomia e Sistemas de Informação, eram compostos por maioria masculina. Com as mudanças na sociedade, elas passaram a disputar de igual para igual e, hoje, esses cursos contam com presença feminina. Um bom exemplo dessa mudança é a Engenharia Civil. De acordo com Leila Motta, professora do curso na UFU, nas salas das universidades, a área já conta com 50% do sexo feminino. Ela afirma que sua própria turma de graduação, formada em 1994 na UFU, foi uma das primeiras a ter maior número de mulheres e que, desde então, a presença feminina cresceu. “Eu acho que seria uma coisa natural de acontecer e que a tendência é se igualar”, diz. Para os cursos de Engenharia Ambiental e Biomédica, a situação já se inverteu: a quantidade delas ultrapassou a deles e os cursos são conhecidos como “engenharias das mulheres”. Maria Zizi Mendonça, estudante de Engenharia Ambiental na UFU, conta que escolheu essa graduação por ser uma área promissora e que é preciso quebrar o tabu de que engenharia é “coisa de homem”. “Na nossa sala a gente está mostrando que as mulheres são capazes de fazer até melhor que os homens”, explica.
Em cursos como Engenharia Mecatrônica e Ciências da Computação, os homens ocupam ainda cerca de 80% das vagas, no entanto, o sexo feminino começa a ganhar espaço. Paula Camargo é um exemplo disso. Ela relata que na sua turma de Ciências da Computação, de 40 alunos, são apenas sete mulheres.
minaria meu futuro, independente das pessoas com as quais faria faculdade”. Polieny Albernaz, estudante de Engenharia Elétrica, diz que os rapazes tratam todas de igual pra igual. “Eles já chegam e nos cumprimentam com um tapinha nas costas. Com o tempo a gente vira homem para eles.” A futura
Maria Tereza Borges
so de Engenharia Elétrica também concorda que as mulheres são mais dedicadas. “Elas conduzem o curso de maneira muito mais responsável que os rapazes”, opina o docente. Ricardo Coutinho, que estuda Sistemas de Informação, acredita que o mercado de trabalho reconhece esse fato. “Tem locais que preferem contratar mulheres por elas terem mais atenção”, explica Coutinho. O estudante relata que quando escolheu o curso, não se imaginou trabalhando com mulheres, mas acredita que elas estão preparadas para assumir a liderança.
Mercado de trabalho
Maria Tereza Borges
As salas de aula das engenharias já contam com 50% de participação feminina
A aluna Karine Rodrigues, de Sistemas de Informação, conta que a convivência em uma sala com muitos homens é natural e que ambos os lados se acostumam com a situação. “Sempre tive o pensamento de que o curso que escolhesse deter-
engenheira afirma que a única dificuldade de estudar com os homens se deve à falta de compromisso de alguns deles, por deixarem os trabalhos para a última hora. O professor Kleiber Rodrigues, do cur-
Uma pesquisa do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), publicada em 2010, constatou que entre 1987 e 2007 o número de mulheres engenheiras subiu de 4,94% para 10%, número considerado ainda pequeno pelos pesquisadores. Segundo a professora do Curso de Engenharia Civil, Karla Rebelo isso se deve ao fato de algumas áreas ainda preferirem homens, pela facilidade de agir em determinadas situações. As jovens, porém, acreditam que terão as mesmas condições de trabalho que os homens da área, pois como os dados mostram, a realidade está mudando. Ana Luiza Vasconcelos, estudante de Engenharia Civil da UFU, diz que escolheu o curso pela demanda, o que garante oportunidades a todos. “Eu acho que a sociedade está mudando, entendendo as coisas de outro jeito e vendo que as mulheres estão tomando frente de coisas que antes só os homens faziam”, sintetiza.
Times femininos são destaques em competições
Atletas conquistam títulos e representam a instituição em vários estados brasileiros Lucas Martin
Divulgação
Handebol feminino da UFU: campeão JUM´s 2011
A entrada da mulher no cenário esportivo do Brasil foi tardia. O divisor de águas foi a participação da nadadora brasileira Maria Lenk, de apenas 17 anos, nas Olímpiadas de Los Angeles, em 1932. Em uma área então comum aos homens, as
mulheres ganharam destaque. Alguns exemplos são a jogadora de futebol Marta, eleita cinco vezes a melhor do mundo; Fabiana Murer, campeã mundial no salto com vara; Hortência, que está no hall da fama do basquete feminino, além de ou-
tras atletas importantes no panorama nacional. Nas faculdades, a mulher também está presente no esporte. A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) conta com o projeto Equipes UFU de Treinamento visando à formação de times para representá-la em competições esportivas universitárias, como os Jogos Universitários Mineiros (JUM’s) e os Jogos Universitários Brasileiros (JUB’s). Na modalidade feminina, a instituição dispõe de equipes de futsal, handebol, basquete, vôlei e corrida de rua. Pela primeira vez, a UFU contou com as quatro equipes femininas nos JUB’s, superando as masculinas, com apenas duas. A seleção de atletas ocorre todo início de ano, podendo se inscrever, no período da “peneira”, apenas alunos regularmente matriculados. Os times femininos da UFU contam com diferentes perfis de atletas. Há jogadoras e ex-jogadoras profissionais e amadoras. No handebol, um dos destaques é a atleta Milena Samora, que cursa o último ano de Educação Física. Entre 2009 e 2010, ela fez um intercâmbio estudantil em Portugal, onde atuou pelo time da cidade em que morava, adquirindo experiência internacional. No retorno ao Brasil, disputou os JUB’s pelo time de basquete da UFU e, em 2011, foi campeã dos JUM’S pelo time de handebol. No vôlei, o destaque é Gabriela Almeida Mendonça, que concilia estudos e treinos no ti-
me principal do Praia Clube de Uberlândia. Cursa Direito na UFU, no turno da manhã, e treina à tarde. “Estou tentando conciliar, se eu vir que não está dando certo, terei que optar pelo que será mais vantajoso para mim”, explica.
CONQUISTAS Futsal: bicampeão do JUM’s 2010/2011 e campeão da etapa regional da Liga do Desporto Universitário em 2010, terceiro lugar da segunda divisão dos JUB’s 2011. Basquete: bicampeão do JUM’s 2010/2011; vice-campeão da segunda divisão do JUB’s 2011, garantindo acesso a primeira divisão. Handebol: campeão dos JUM’s 2011; vicecampeão da segunda divisão do JUB’s 2011, garantindo acesso a primeira divisão.
Divulgação
Vôlei: campeão dos JUM’s 2011, sexto lugar da primeira divisão.
INSTITUIÇÃO
Curso estimula consciência ambiental na UFU
Alunos participam de ações voltadas para a preservação do meio ambiente
Ana Clara Macedo e Laura Laís
Laura Laís
Uma das ações propostas é a consolidação da coleta seletiva nos campi
O “Curso de Formação de Agentes Ambientais” é uma iniciativa da Divisão de Assistência ao Estudante (Diase), coordenado pelo Diretor de Sustentabilidade Ambiental da UFU, Élisson César Prieto. O objetivo é desenvolver ideias de ações ambientais para a UFU e formar agentes preparados para a prática profissional com responsabilidade social. O curso teve início em setembro de 2010. Em sua primeira etapa, estiveram envolvidos 28 estudantes, sendo 20 da cidade de Uberlândia e oito de Ituiutaba (Campus do Pontal). Os agentes elaboraram sete projetos, dos quais quatro foram selecionados para implementação. Três serão desenvolvidos nos campi de Uberlândia e um no Campus do Pontal, em Ituiutaba.
Em 2011, na sua segunda edição, foi feita uma nova seleção para a escolha de outros 20 estudantes que darão continuidade ao curso, desenvolvendo as ações planejadas para a Universidade. As inscrições foram abertas a todos os alunos de graduação da UFU. Os participantes recebem bolsa de R$300 mensais. Maria de Fátima Oliveira, gerente da Diase, conta que “a continuidade do curso teve uma grande aprovação dos participantes. Eles não imaginavam que os projetos seriam concretizados”. Além das atividades práticas, os agentes participam de aulas com temas como educação ambiental e preservação de recursos naturais. Maria de Fátima explica que essa parte teórica é fundamental para a formação dos agentes. “Onde
eles forem irão levar essa ideia da sustentabilidade e do pensar crítico sobre o meio ambiente”, opina a gerente. O curso também visa complementar a educação dos estudantes, pois a formação dos alunos na área ambiental é deficitária, afirma Prieto. “O que nós buscamos é oferecer uma oportunidade para que os discentes entrem em contato com esse assunto”, explica o coordenador. Verena Rabenschalg é aluna da graduação de Biologia e participa do projeto desde 2010. “Ao longo do processo minhas perspectivas a respeito da temática ambiental foram amplamente modificadas. Por ser um problema social, todos nós devemos pensar em políticas públicas coerentes e lutar para que elas sejam executadas”, defende a estudante. Apesar de o curso de agentes ambientais em Ituiutaba não ter continuado com novos estudantes no ano passado, por motivos de infra-estrutura, quatro alunos participantes da primeira edição continuam trabalhando para a implementação do projeto do Parque do Goiabal. A área fica ao lado do campus e a proposta é criar um local de preservação ambiental. Um dos projetos que está sendo viabilizado em Uberlândia é o de Gestão de Resíduos Sólidos. O objetivo é consolidar a coleta seletiva nos campi. Os estudantes estão buscando parcerias com as unidades acadêmicas e com a associação de catadores de material reciclado. O Plano de Mobilidade Sustentável também é outra meta. Ele será implementado a partir da construção de bicicletários nos campi, cujo design está sendo desenvolvido pelos alunos das engenharias ligados ao projeto.
Pedale por um planeta melhor
A quantidade de monóxido de carbono (CO) lançada diariamente na atmosfera pelos automóveis, o alto gasto das reservas minerais, a falta de estacionamentos nas vias urbanas e os engarrafamentos, têm gerado sérios problemas para a saúde do homem e graves impactos ambi-
entais. Para resolver o uso excessivo dos carros na área urbana, várias cidades vêm investindo em políticas públicas voltadas para o incentivo do uso das bicicletas nas ruas. Apesar de não atingir as mesmas proporções dos grandes centros, o fluxo de carros em Uberlândia é muito intenso. A engenheira civil da Secretaria de Trânsito de Uberlândia, Vanilze Silva Pimenta, afirma que atualmente “há uma grande demanda de construções de ciclovias e faixas cicloviárias por parte dos ciclistas”. A engenheira conta também que já existe um projeto cicloviário para a cidade e que ele está sendo dividido por etapas: “a primeira é interligar (as ciclofaixas) com o transporte público, para garantir ao assalariado um transporte viável de suas casas até o trabalho”. Para o estudante de geografia e ciclista Marcelo Zuza, “a bicicleta é uma forma de você ter uma atividade física, de se deslocar com uma velocidade razoável sem custo algum, com a comodidade de não se preocupar com estacionamento”. Apesar da bike ser seu principal meio de locomoção, o estudante também declara que, “tem situações que você realmente acaba sendo obrigado a optar pelo carro, pela deficiência do transporte público e pela falta de segurança nas ruas”. Na opinião da aluna de arquitetura Rafaela Borsato, que participa do projeto Mobilidade Sustentável, “as pessoas tendem a andar de carro porque é mais cômodo, elas não têm a cultura de pensar no meio ambiente”. Sobre o projeto, Rafaela afirma que o grupo está tentando encontrar formas para incentivar o uso da bicicleta. “A idéia é espalhar pequenos paraciclos por alguns pontos estratégicos do campus”, diz. Atualmente o campus Santa Mônica possui apenas dois bicicletários, um deles é localizado no bloco G e o outro na biblioteca, entretanto devido à pequena quantidade de paraciclos, muitos alunos trancam suas bicicletas nos próprios postes e árvores espalhados pelo recinto.
ECOLOGIA
Grupo da UFU desenvolve práticas sustentáveis Estudo da Agroecologia é a base das atividades
A necessidade de desenvolver atitudes sustentáveis no cotidiano é o que motiva a atuação do Grupo Universitário com Responsabilidade Ambiental e Social da Universidade Federal de Uberlândia (GUARAS). Os participantes são de diversas áreas do conhecimento, realizando atividades de extensão, como práticas agroecológicas na Fazenda Experimental Água Limpa, pertencente à UFU, para ensinar a desenvolver ações sustentáveis e difundir socialmente a agroecologia. Segundo Ana Marcela Kita, estudante do 4º período de Biologia da UFU, e membro do Guaras, agroecologia pode ser considerada como “uma agricultura de forma ecológica que não visa apenas o lucro, visa também a fonte de alimento. E, acima de tudo, ela respeita a natureza que é quem o fornece”. Há também a agroecologia urbana que propõe “otimizar o espaço e a alimentação”, afirma Victor Marques, aluno do 10º período de Biologia da UFU, participante do grupo.
Uma prática agroecológica que promove a sustentabilidade no meio urbano é a criação de hortas sustentáveis na própria residência. De acordo com o biólogo Eduardo Manfim, do Guaras, a internet pode ser uma boa ferramenta de pesquisa para os que se interessarem em desenvolver técnicas de plantio para criar e manter esse tipo de cultivo. O profissional ressalta que “tendo um pouco de esterco e uma muda de boa qualidade e de boa procedência, já tem quase tudo para desenvolver uma horta”. Apesar dos apartamentos não terem muito espaço, é possível que tenham um plantio sustentável. Manfim diz que uma alternativa seria a implantação de uma horta vertical porque ela é elevada e não precisa de grande ambiente para ser desenvolvida. Outras opções seriam “plantar com pneu e usá-lo com um fundo embaixo para não vazar terra, usar garrafa pet, caixinha de leite, galão de cinco ou de vinte litros”, explica o biólogo.
Gisllene Rodrigues Ferreira
Gisllene Ferreira
Os participantes reúnem‐se no bloco 3Q
ARTE
Novo paraíso do showbiz
Economia aquecida atrai shows internacionais para o Brasil
Vitor Hiroshi Shintani
Apesar dos preços, público brasileiro lota grandes eventos
O bom desempenho da economia brasileira e as constantes crises econômicas internacionais têm colocado o Brasil como rota obrigatória para artistas de todo o mundo. Em 2011, o país recebeu músicos como Paul McCartney, Ringo Starr, Amy Winehouse, OzzyOsbourne, BritneySpears, Beyoncé, a banda irlandesa U2 e os estrelados elencos dos
festivais RockIn Rio, SWU e Planeta Terra. Estimativas da Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA) apontam um crescimento de 200% no setor de eventos internacionais no Brasil até 2014. As expectativas também são otimistas a longo prazo, as 12 cidades-sedes da Copa do Mundo terão estádios novos ou reformados que poderão acomodar grandes eventos culturais. Douglas Duarte, comerciante e produtor de eventos em Uberlândia, trabalha com viagens a shows há 18 anos e afirma que a procura pelos pacotes vem crescendo a cada ano, só ao último Rock in Rio ele levou cerca de 400 pessoas. Para ele, o aumento da renda do brasileiro, a democratização e a acessibilidade da internet têm facilitado a compra dos ingressos e o acesso do público de todas as partes do país a esses eventos. “Quem tem desejo busca realizar esse desejo, tem gente que chega ao ponto de vender algo que tem
para poder realizar o sonho de um show”, conta. Para ver seus ídolos de perto, o público brasileiro precisa enfrentar os altos preços dos ingressos. O valor das entradas de shows internacionais no Brasilé maiorque naEuropae nos Estados Unidos. Assistir às apresentações do grupo americano Red Hot Chili Peppers em setembro passado, por exemplo, variou entre R$ 200 e R$500. Na Espanha, o mesmo showcustou de €45 a €55, cerca de R$108 a R$132. Carla Mosconi, aluna do curso de Odontologia da UFU, foi ao Rock In Rio em outubro especialmente para assistir a banda Metallica e pretende ir ao show do Foo Fighters, em abril de 2012. A estudante considera que os preços cobrados são caros, principalmente para quem não paga meia-entrada, levando-se em consideração outras despesas. “Não podemos contar apenas com a entrada do show, precisamos levar em conta o transporte, estadia, alimentação e, claro, os passeios turísticos que não podem faltar”, diz.
Brunner Macedo
Em 2012 devem desembarcar no Brasil artistas para agradar os diferentes públicos. Roger Walters, Laura Pausini, Foo Fighters, Florence and The Machine e Bruno Mars são atrações já confirmadas. Há ainda especulações em jornais e sites de entretenimento sobre a vinda de Prince, Árcade Fire, Portishead, David Matthews Band, e da cantora Madonna. Paraquemgostade música, é melhorprepararo bolso.
Uberlândia na rota dos shows Com a expansão do mercado do entretenimento no Brasil. Douglas Duarte acredita que a cidade deve receber futuramente de um a três pequenos e médios shows internacionais por ano. Mas o produtor ressalta que, hoje, o cenário cultural é outro. “Uberlândia vai levar de 10 a 20 anos para ser uma cidade que dê valor a vida noturna. Muitos produtores locais trazem bons shows de artistas nacionais e têm 300, 400 pagantes. Isso dificulta muito”, explica.
Página Aberta
Laura Laís
Steve Jobs ‐ Walter Isaacson
Filhos do Éden ‐ Eduardo Spohr
Cemitério de Praga ‐ Umberto Eco
Baseado em mais de quarenta entrevistas com Steve Jobs, o livro relata a vida de um dos mais bem sucedidos empresários da atualidade. O criador da Apple é retratado como uma pessoa criativa e de personalidade forte. Com sua morte, em outubro do ano passado, cresceu o interesse por sua história.
O segundo romance do jornalista Eduardo Spohr narra uma guerra no céu que ocorre nos dias atuais. Kaira, uma celestial que tenta recuperar a memória depois de anos vivendo na Terra, luta com Denyel, um querubim exilado que se junta aos rebeldes. A saga se estenderá aos outros volumes da série.
O novo romance do escritor italiano Umberto Eco já está na lista dos livros mais vendidos no Brasil. A narrativa envolve conspirações e assassinatos e remonta o cenário europeu no século XIX. Na história se entrelaçam figuras como o jovem Sigmund Freud, o escritor Ippolito Nievo, entre outras.
Senso Musical Lana Del Rey Vídeo Games
Aos 25 anos, a mais nova aposta norteamericana admite ter sido “programada” para brilhar. Sua voz marcante lembra a das grandes divas dos anos 50. Seu sucesso pode ser explicado pelo fato dela conseguir transpor as barreiras entre o artístico e o comercial.
Noel Gallagher’s High Flying Birds
Primeiro álbum solo do ex-guitarrista do Oasis, conta com várias colaborações de seu antigo grupo. Gallagher procurou fazer um som parecido com o do grupo e foi bem recebido. Muitos já consideram este como “O melhor disco que o Oasis jamais lançou”.
Penso, logo clico! http://www.googleboys.com.br/ Uma paródia do Google, o site Google Boys é um espaço para o público que gosta de humor encontrar diversos artigos engraçados como vídeos, imagens, tirinhas, etc. Basta pesquisar o assunto desejado.
http://50watts.com/ 50 Watts é um site em inglês que publica vários tipos de desenhos formando galerias. Destaque para os desenhos produzidos por autistas, que pertencem a categoria “Drawing Autism”.
Gal Costa Recanto
Laura Laís
Em parceria com Caetano Veloso, Gal Costa retornou aos estúdios depois de mais de seis anos. Das 11 canções, nove são inéditas e duas, regravações, todas com autoria de Caetano. Quase todas as músicas foram gravadas com batidas eletrônicas, uma inovação da cantora.
Sessão Pipoca Laura Laís
http://www.jornaldepoesia.jor.br/ Com um acervo incontável de poesias, crônicas e críticas literárias, o Jornal de Poesia reune obras de autores renomados com os temas mais variados. O site ainda desmitifica falsas autorias publicadas na rede, identificando os verdadeiros escritores.
http://fottus.com/ Procurando imagens de vários temas? Fottus é o site ideal. Além de disponibilizar fotos de diversas categorias, o portal incentiva os amantes da fotografia a participar do concurso semanal Fotografe, no qual as imagens vencedoras são publicadas no site.
Laura Laís
American Pie: O Reencontro
Os atores que participaram da primeira versão do filme, em 1999, se reencontram neste novo longa para a festa de 10 anos após a formatura do colegial e percebem quanta coisa mudou durante esse tempo. O resultado todo mundo já sabe: diversão garantida. Estréia prevista para 20 de abril. Os vingadores
Um dos filmes mais esperados do ano vai reunir, pela primeira vez, uma equipe de super-heróis que conta com Homem de Ferro, Capitão América, Thor, Hulk, entre outros. Eles unem forças para derrotar Loki, meio irmão de Thor, que ameaça a segurança mundial. No Brasil, a estréia será em 27 de abril.
John Carter
A produção Disney conta a história de John Carter, veterano da Guerra Civil Americana, personagem de uma série de livros do escritor Edgar Rice Burroughs. Na narrativa, John é misteriosamente transportado para o planeta Marte e descobre que a vida daquele povo depende dele. Estréia dia 23 de março. Xingu
A produção nacional conta as aventuras dos irmãos Villas Boas, idealizadores da reserva do Parque do Xingu, que ficaram conhecidos por desbravarem o sertão e defenderem as causas indígenas. Protagonizado pelos atores Felipe Camargo, João Miguel e Caio Blat, o longa será lançado em 06 de abril.
ARTE
VIDA SAUDÁVEL
Parques Uberlandenses: opção de lazer para universitários
Vamos ao cinema?
Ronian Silva Carvalho
Parque do Sabiá
Parque da Gávea
Fotos: Ronian Silva Carvalho
Com 182 mil metros quadrados, a área conta com pista de caminhada de três quilômetros, equipamentos de ginástica e ciclovia. Há previsão para instalação de um borboletário e um orquidário neste ano.
Endereço: Avenida dos Vinhedos, s/nº, Bairro Morada da Colina Funcionamento: Aberto das 8h às 18h. Possui praia artificial, zoológico, aquário, pista de cooper, trilhas, estações de ginástica, campos de futebol, quadras poliesportivas e de areia. Também conta com piscinas e campos society disponíveis nos finais de semana. É uma excelente opção para quem gosta de caminhar.
Endereço: Avenida Anselmo Alves Santos, n° 3415, Bairro Tibery. Funcionamento: Aberto diariamente, das5hàs22h. Telefone: (34) 3222-4055
Parque Santa Luzia
Nele é possível fazer trilha ecológica com acompanhamento de monitores mediante agendamento. A vegetação que margeia o Córrego Lagoinha, na área do Parque, apresenta espécies típicas do cerrado. O parque também conta com mudas do cerrado que vale a pena conferir.
Endereço: Situa-se nos bairros Santa Luzia e Pampulha, entre as avenidas Nadjala Alípio Abrahão e Alípio Abrahão. Telefone: (34) 3225-0076
Uberlândia possui parques naturais espalhados pela cidade com atrativos para visitação. Alguns deles têm equipamentos que propiciam atividades de lazer para diversos públicos, inclusive universitários. Outras áreas, por questões ambientais e de infraestrutura, não estão abertas à população.
Parque Estadual do Pau Furado
Parque Victório Siquierolli Uma ótima opção de lazer e educação ambiental, conta com trilhas, equipamentos de ginástica e o Museu da Biodiversidade do Cerrado. O Parque possui aproximadamente 232 mil metros, com a típica vegetação da região
Endereço: Avenida Nossa Senhora do Carmo, nº 707, Bairro ResidencialGramado. Funcionamento: Aberto diariamente, das 8hàs 17h. Telefone: (34) 3212-1692
Parque Linear do Rio Uberabinha
A construção de parques abertos ao longo dos cursos d’água é uma tendência em Uberlândia. Possui ciclovia, pista de caminhada e estação de ginástica. A área urbanizada será prolongada até o anel viário próximo ao bairro Taiaman, se encontrando com o Parque do Distrito Industrial, que deve abrigar o Parque Linear do Córrego Liso.
Endereço: ao longo do Rio Uberabinha, entre as avenidas Getúlio Vargas e Brigadeiro Sampaio
Localizado na zona rural de Uberlândia e Araguari. A área ainda não é aberta a visitação porque necessita melhorias na infraestrutura e a ampliação do quadro de funcionários para atender à população. A previsão de abertura do Parque é até 2013, dentre as opções de lazer a serem oferecidas estarão as trilhas e as áreas para banho.
Espaço de conversação em inglês
Projeto oferece oportunidade gratuita para aprimorar idioma Andrêssa Lis
O Tea Break é um projeto de extensão e pesquisa que proporciona um espaço de conversação em língua inglesa aberto a toda comunidade uberlandense. É uma realização do Núcleo de Estudos Canadenses (NEC) da Universidade Federal de Uberlândia, tem apoio da FAPEMIG e é financiado pelo governo canadense. Alunos da UFU e moradores de Uberlândia se reúnem todas as quintasfeiras das 11h30 às 12h30 na sala 1G223 para praticar a conversação, aprimorar o listening (audição), aumentar o vocabulário e aprender sobre o Canadá. Gilmar Martins, secretário do NEC
Marcos Vinícius Reis
Andrêssa Lis
O grupo se reúne às quintas‐feiras para aprimorar o uso da língua inglesa
e mediador de um dos grupos, considera que o Tea Break é importante para que a sociedade tenha uma ideia dos estudos feitos no Canadá; dos assuntos relacionados à cultura canadense. Maikell Figueira, estudante de Física de Materiais da UFU, participante do grupo, diz que nem sempre as discussões enfocam o Canadá. “Nós temos falado de temas que vão desde caos global na internet até políticas públicas em outros países que não só o Canadá”, relata.
Para muitas pessoas de Uberlândia que gostam de assistir a filmes, a pouca variedade das produções exibidas no único cinema da cidade dificulta o intercâmbio de conhecimentos, culturas e debates por meio da sétima arte. Atualmente, muitos dos filmes nele exibidos são os chamados blockbusters, com forte apelo comercial e que, na maioria das vezes, são feitos nos Estados Unidos. Para quem quer ver películas de outros países e línguas, é comum precisar alugá-las e assistir em casa. Isso quando as obras estão disponíveis nesse formato. O projeto “Allons au cinéma”, desenvolvido na Universidade Federal de Uberlândia desde o final de 2007, foi criado para ser uma alternativa gratuita em relação ao circuito comercial. O projeto, cujo nome significa em francês “vamos ao cinema”, foi idealizado pelas professoras Maria Stela Marques Ochiucci e Benice Naves Resende, do Instituto de Letras e Linguística da UFU. Ele consiste em uma mostra de filmes francófanos, ou seja, de língua francesa, e pretende ser um espaço para o contato com o idioma. Para que a mostra pudesse ser criada, foi firmada uma parceria com a Cinemateca da Embaixada da França, situada no Rio de Janeiro, que disponibiliza ao projeto filmes devidamente autorizados por seus produtores a serem exibidos no meio acadêmico. A seleção das produções é feita pouco antes do início do ano letivo e é realizada de acordo com a importância de suas temáticas. Após a exibição de cada filme é realizado um debate com algum convidado para que os temas abordados sejam discutidos. O projeto contempla todos aqueles que se interessam tanto pelos filmes e temáticas, quanto pelas culturas relacionadas ao idioma francês. Isso porque as produções exibidas não são necessariamente francesas, mas também africanas, suíças, canadenses e belgas, entre outras. Todas as obras cinematográficas apresentadas são legendadas em língua portuguesa. Cínthia Alves, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFU, freqüenta as sessões desde o ano passado, quando entrou em um curso de língua francesa. A estudante conta que participar da mostra de filmes contribui na capacidade de aprendizado do idioma, e acrescenta: “é um momento de descontração, de descanso e socialização”. “O projeto está se solidificando”, afirma Maria Stela. “Desde o seu início, em dezembro de 2007, ele vem se tornando cada vez mais conhecido”, diz ela. Com média de público de aproximadamente 100 pessoas por encontro, os filmes são apresentados uma vez por mês, aos sábados, a partir das 18h30, no auditório do bloco 3Qdo campus Santa Mônica da UFU. Mais informações podem ser conferidas no site: http://www.ileel.ufu.br/allons/.