JORNAL NOSSO BAIRRO

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NOSSO BAIRRO O jornal da comunidade

Joinville - SC - De 16 a 30 de Abril de 2016 - Ano 05 - Edição 106

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POLÍTICA

Impeachment de Dilma Por: Prisco Paraíso

Entre Eduardo Cunha e a ética há um abismo

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COMUNIDADE

Jantar na marquise

Por: James Klaus Moradores de rua recebem a atenção de voluntários

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Editorial

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Joinville/SC - De 16 a 30 de Abril de 2016 www.agorajoinville.com.br

Aniversário do JNB 4 anos Comemoramos nossa sobrevivência em meio a maior crise econômica dos últimos tempos Jacson Carvalho

E

m outros anos, no mês de abril, estávamos reunidos num salão de festas para comemorar junto aos colaboradores o aniversário do Jornal Nosso Bairro. Este ano, sem festa, já estamos felizes em poder manter as portas abertas. Nossos anunciantes sentiram o que é passar pela maior crise dos últimos anos. Nem por isso vamos nos frustrar, pois

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quem sobreviver ao momento vai muito longe. É assim, pensando dessa forma, que comemoramos nosso aniversário. Se conseguimos nos manter até aqui, vamos ainda muito longe. Levar informação de forma gratuita para toda cidade, há quatro anos, não é uma missão muito fácil. Bom, jornalista não pensa em muito lucro, ele sempre vê a so-

ciedade, pensamos todos os dias em nossas reuniões de pauta: o que está inquietando a sociedade neste momento? E vamos para as ruas ouvir as pessoas, que nem sempre são ouvidas. Somos olhos, ouvidos e bocas da comunidade. Parabéns para toda a equipe, colunistas, anunciantes e, especialmente, para você, leitor.

O JORNAL NOSSO BAIRRO é publicado todo mês e distribuído de forma gratuita

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nos bairros de Joinville. Qualquer publicação por parte dos anunciantes e colunistas são de inteira responsabilidade dos que assinam. Gráfica: ANotícias Tiragem: Seis mil exemplares por edição

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Redação: (47) 3034 -3334 www.agorajoinville.com.br

Gestor Executivo/Jornalista Responsável: Jacson Carvalho (2452/SRTE-SC) Projeto gráfico: Jacson Carvalho Júlia Vieira Reportagens e diagramação Sabrina Quariniri Reportagens e diagramação

Para anunciar: (47) 9911-1016 (47) 3034-3334


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05 Júlia Vieira

Previna-se Influenza A

Saiba quem pode se vacinar e como prevenir a transmissão da doença que já contaminou 10 pessoas em Joinville

N

o final da tarde de sexta-feira, 15 de abril, foi confirmada a primeira morte por H1N1 em Joinville. Um homem, de 45 anos, morador de rua, foi encontrado desacordado no mês passado e morreu após dar entrada no Pronto Atendimento da zona norte da cidade. Após a confirmação desse caso, a Secretária de Saúde de Joinville divulgou que o número total de pessoas contaminadas pela doença na cidade subiu para 10. Até o fechamento da matéria, 61 amostras foram coletadas e enviadas para análise, desses 12 já foram descartados e 39 continuam sob investigação. Com a antecipação de casos e a gravidade do vírus Influenza A, conhecida popularmente como gripe A, no dia 31 de março foi decidido em uma reunião da Secretária de Saúde de Santa Catarina, junto com a Diretoria da Vigilância Epidemiológica, em São Francisco do Sul, a antecipação também da vacinação para grupos de risco no estado. O previsto era que o dia 30 de maio começaria uma mobilização nacional para intensificação da vacinação, com a mudança, o ato agora está previsto para o dia 25 de abril. Os grupos de risco são crianças de seis meses e menores de cinco anos de idade, gestantes, doentes crônicos, mulheres com 45 dias pós-parto, indígenas, pessoas privadas de liberdade, idosos acima de 60 anos e profissionais da saúde. As expectativas, conforme nota divulgada pela Secretária de Comunicação da Prefeitura de Joinville, é que 170 mil pessoas desse grupo sejam vacinada na maior cidade de Santa Catarina. O estado receberá 1,759 mil doses da vacina e nessa primeira etapa da vacinação, conforme dados do cronograma do Ministério da Saúde, serão 754,130 doses, ou seja, 25% do total que será enviado. Veja as orientações divulgadas pelo Ministério da Saúde: Para prevenir que mais pessoas se contaminem, pessoas que apresentam sintomas devem:

- Evitar sair de casa em período de transmissão da doença (até sete dias após o

início dos sintomas); - Restringir ambiente de trabalho para evitar disseminação; - Evitar aglomerações e ambientes fechados, procurando manter os ambientes ventilados; - Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos; * O serviço de saúde deve ser procurado imediatamente caso apresente algum desses sintomas: dificuldade para respirar, lábios com coloração azulada ou roxeada, dor ou pressão abdominal ou no peito, tontura ou vertigem, vomito persistente, convulsão. Cuidados em creche - A aglomeração de crianças em creches facilita a transmissão de influenza entre crianças susceptíveis. A melhor maneira de proteger as crianças contra influenza sazonal e potenciais complicações graves é a vacinação anual contra influenza. A vacinação contra influenza é recomendado a partir de seis meses até cinco anos. - Além da adoção das medidas gerais de prevenção e etiqueta respiratória, os cuidadores e crianças lotadas em creches, devem realizar a higienização dos brinquedos com água e sabão quando estiverem sujos. Deve-se utilizar lenço descartável para limpeza das secreções nasais e orais das crianças. No caso de utilização de lenço ou fralda de pano, estes devem ser trocados diariamente. Devem-se lavar as mãos após contato com secreções nasais e orais das crianças, principalmente, quando a criança estiver com suspeita de síndrome gripal. - Cuidadores devem observar se há crianças com tosse, febre e dor de garganta. Os cuidadores devem informar aos pais quando a criança apresentar os sintomas de síndrome gripal e notificar a secretaria municipal de saúde, caso observem um aumento do número de crianças doentes com síndrome gripal ou com absenteísmo pela mesma causa na creche; - O contato da criança doente com as outras deve ser evitado. Recomenda-se que a criança doente fique em casa, a fim de evitar transmissão da doença.

- Recomenda-se que a criança doente permaneça em casa por pelo menos 24 horas após o desaparecimento, sem utilização de medicamento, da febre. Cuidados com gestantes, puérperas e recém-nascidos: Influenza causa mais doença grave em gestantes que em mulheres não grávidas. Mudanças no sistema imunológico, circulatório e pulmonar durante a gravidez faz com que as gestantes sejam mais propensas a complicações graves por influenza, assim como hospitalização, e óbito. As gestantes com influenza também tem maiores chances de complicações da gravidez, incluindo trabalho de parto e parto prematuros. A vacinação contra influenza durante a gravidez protege a gestante, o feto e até o bebê recém-nascido até os seis meses. - As gestantes devem buscar o serviço de saúde, caso apresente sintomas de Síndrome Gripal; - Durante internação e trabalho de parto, se a mulher estiver com diagnóstico de Influenza, deve-se priorizar o isolamento; - Se a mãe estiver doente, deve realizar medidas preventivas e de etiqueta respiratória, como a constante lavagem das mãos, principalmente para evitar transmissão para o recém-nascido; - A parturiente deve evitar tossir ou espirrar próximo ao bebê. O bebê pode ficar em isolamento com a mãe (evitando-se berçários).

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Política

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Impeachment de Dilma Economia Se Michel Temer vai ter ou não capacidade, condições, moralidade, ética ou outras condições para tirar o Brasil da escuridão, é outra história Prisco Paraiso

jornalismo@agorajoinville.com.br

E

ntre Eduardo Cunha e a ética há um abismo. Entre o presidente da Câmara e a conduta reta há uma montanha intransponível. A Justiça Federal há de julgar Cunha e seus afiliados em breve. Mas isso não remove da vida das pessoas a hiperinflação, o desemprego, o fechamento de empresas, lojas e etc. Principalmente porque a gestão temerária de Dilma Rousseff, consolidada pelas pedaladas fiscais, jogou o Brasil no abismo a partir de um crime terrível, aquele que tira o sustento, o básico da boca das pessoas. Mentiras, corrupção, inabilidade, grosserias, rompantes e o Brasil andando de marcha à ré. Esse é o Brasil de Dilma. Se Michel Temer vai ter ou não capacidade, condições, moralidade, ética ou outras condições para tirar o Brasil da escuridão, é outra história. Ele será cobrado por isso. Mas o primeiro passo foi dado. O tumor principal, e maligno, foi removido. A Câmara reflete a voz rouca das ruas. E autoriza o impedimento da petista. Agora, caberá ao Senado ou não afastá-la. Mas não restam dúvidas de que, pelo povo, ela já foi afastada e faz parte, da pior maneira possível, da história deste país.

Lula derrotado O fracasso da nomeação de Lula da Silva como ministro da Casa Civil, de onde, além de ter foro privilegiado para fugir de

Sérgio Moro, ainda comandaria a compra deputados para barrar o impeachment, resume o desfecho bizarro, absurdo e vergonhoso da era PT à frente do poder. Esta coluna foi fechada antes do encerramento da votação na Câmara para definir se o processo de impedimento de Dilma Rousseff seria aceito ou não. De qualquer forma, não restam dúvidas, seja qual tenha sido o resultado, que esta era acabou. Dilma não governa e não governará mais. Lula passou de mito a sujeito à prisão a qualquer momento. Depois de perder três eleições, ele finalmente chegou ao poder em 2002. Com base em um compromisso que foi maquiado ao longo dos anos, mas que ele e seus asseclas jamais estiveram dispostos a cumprir. A tal carta aos brasileiros. Nos anos seguintes, inebriado pelo poder e surfando numa onda de prosperidade internacional poucas vezes vista, Lula mandou, desmandou, esculhambou e se lambuzou como nunca antes na história de um presidente.

José Grossi, ex-ministro do TSE.

Último ato

Mastigação

Seu último ato, sob o temor de ser preso, ocorreu na madrugada de domingo. Por volta das seis horas, depois de deixar o cargo de ministro informal de quarto de hotel, o ex-mito foi bater no escritório do renomado criminalista

“E a criatura de Lula foi apresentada a uma evidência histórica: no Brasil pós-redemocratização, inaugurado em 1985, sempre que um presidente achou que poderia engolir o PMDB, foi mastigado.” Texto extraído do blog de Josias de Souza, hospedado do UOL

Investigado Lula da Silva é investigado por corrupção na Lava Jato e seu filho, Cláudio, é alvo da Operação Zelotes, da Polícia Federal.

Trio Aloizio Mercadante, Edinho Silva e Jacques Wagner, trio investigado por Sérgio Moro na Lava Jato, perde o foro privilegiado se Dilma for degolada.

Erro histórico Um dos erros mais grosseiros de Dilma, goste-se ou não dela, foi tentar ignorar o PMDB no segundo mandato. Seguindo conselho do aloprado Aloizio Mercadante, Dilma achou que poderia se aliar com outros partidos menores, e fisiológicos até o fígado, e tudo ficaria bem. Achou que não pagaria um preço alto por transformar Michel Temer em um vice de prateleira e por tentar mandar para o xilindró, sem segunda ordem, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Deu no que deu.


Comunidade

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Jantar na marquise Solidariedade

Moradores de rua recebem a atenção de voluntários em reunião realizada em uma calçada do Centro da cidade James Klaus jornalismo@agorajoinville.com.br

oão está compenetrado no conteúdo do prato descartável que lhe foi servido há instantes. Naquele exato momento de sua vida de 62 anos, a maior dificuldade é cortar ao meio com uma colher aquela batatinha refogada de cor dourada. O brilho do óleo de cozinha utilizado no preparo, o detalhe verde das folhas de cebolinha picada, o formato disforme do minúsculo legume indica que algumas partes foram retiradas na hora de descascar. Provavelmente foi donativo de algum supermercado para a caridade. Mas estes detalhes pouco importam para João. A fome e a necessidade de alimentar o corpo com urgência precedem. Um ônibus passa lotado ao largo da rua Dona Francisca, no Centro de Joinville. Os passageiros do lado esquerdo que estão sentados, com os olhos fixos em seus celulares, perdem a cena. Quem está de pé- se segurando como pode nas barras- testemunha o espetáculo cujo enredo é a miséria. João também se segura como pode. Mas a batata lisa e esguia insiste em escapar de um lado para o outro. A língua se move para fora da boca como que auxiliando no equilíbrio e na pontaria da colher cega. Escapa novamente, mas precisa ser dividida. Boca sem dente. Cabeça sem cabelo. Vida sem esperança. Batata desgraçada! Porque não se deixa dividir logo para cumprir seu papel? João desiste dela. Enche a colher de arroz com a ajuda do dedão e os maxilares se abrem ao máximo. Pelo menos três dedos de dilatação; um terço do necessário para que a vagina proporcione a passagem do bebê

Foto: Arquivo/James Kalus

J

na hora do parto. A importância daquele punhado de arroz só pode ser compreendida por quem já passou fome algum dia. João -e mais uns trinta moradores de rua que estão naquela cena- passa fome quase todos os dias. - Mas nas terças é diferente. Quando chega aquele pessoal com as mesas e cadeiras dá uma alegria danada. Dá vontade de sorrir!, afirma ele. Os cerca de dez voluntários pertencentes a uma igreja chegam às oito e meia, sempre às terças-feiras. Eles trazem panelas e cubas cheias de comida pronta para ser servida em pratos e talheres descartáveis. Comida para gente descartável, segundo alguns preconceituosos. Pastor Vieira é um tipo interessante. Ele é o mentor do projeto Amar até o fim e diz que faz a obra desde o dia em que recebeu a missão revelada durante uma oração. Ele não dispôs números de telefone para doações nem pediu qualquer ajuda durante a entrevista. Diz que quem quiser ajudar na obra deve simplesmente comparecer na esquina das ruas XV de Novembro com Dona Francisca por volta das 20h30 de terça-feira. Simples assim.

Saúde na rua João finalmente consegue partir a batatinha após amassá-la le-

vemente. Perto dali a equipe do programa Consultório na Rua, da Secretaria da Saúde de Joinville acompanha a movimentação. O objetivo é cadastrar pessoas em situação de rua e orientar sobre a prevenção de doenças e encaminhá-las às Unidades Básicas de Saúde quando necessário. A responsável pelo programa em Joinville, a psicóloga Joice Pacheco, afirma que o processo de ida para a rua “Tem relação com questões familiares, como violência doméstica e desigualdade social. O Sistema Único de Saúde é universal no país. Com o Consultório na Rua, contemplamos os direitos dessa população, que tem dificuldades em acessar os serviços de saúde”. São quatro profissionais vinculados à Unidade Básica de Saúde do Itaum, da Regional de Saúde Fátima: a psicóloga Joice Pacheco, o enfermeiro Abmael Silva Cabral e duas técnicas de enfermagem. Segundo programa, no mapeamento de 2011 foram identificados 74 moradores de rua, a maioria do sexo masculino. Em 2015 foram feitos 170 encaminhamentos à rede pública de saúde. Além do uso abusivo de álcool e outras drogas, foram constatados casos de hipertensão, diabetes, aids, dermatites e hepatite. Estima-se que haja 200 pessoas vivendo nas ruas de Joinville.



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