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Professora Katia: a especialista em matemática que veio somar na vida dos alunos

Com atuação em diversos municípios, Prof. Katia coleciona lembranças em 33 anos de magistério.

Esta Edição do “Especial Professores” conta a trajetória de 33 anos de magistério da Professora Katia Antunes Fronza, que apesar de não ter nascido em Campos Novos, contribuiu, e muito, para o ensino e formação de jovens do município. Sua principal missão durante o período que esteve em sala de aula foi o de tornar a matemática mais atraente aos olhos de seus alunos. E assim conseguiu, com muito mérito, diga-se de passagem.

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Katia é a filha mais velha de três irmãos, é natural de Lages e foi morar em Monte Carlo ainda criança. Pouco tempo depois, seu pai, Leandro Varela Antunes, envolvido com a política, decidiu se mudar para Campos Novos, onde foi vereador por três vezes, além de exercer outros cargos públicos, como Secretário de Saúde e Chefe de Gabinete.

Kátia sempre gostou de escola e tem muitas saudades dos tempos de aluna do Colégio Auxiliadora, memórias que emocionam, segundo ela. Fazia parte da patinação e do coral, das aulas de violão e canto, e até chegou a participar dos encontros vocacionais para freira, porém não se identificou com a convenção. Se formou em 1983 no Magistério, mesmo não tendo a intenção de ser professora, pois era a única opção da época. Quando criança gostava mais dessa área de acolhimento e por isso cogitou ser psicóloga, mas com o tempo viu que não era a melhor escolha, por isso decidiu fazer aquilo que mais se identificava, números e cálculos, e seguiu o caminho da matemática.

O primeiro trabalho remunerado já foi como professora da Escola Santa Julia Billiart, no início do ano de 1984. Recém formada, iniciou com a turma de alfabetização do primeiro ano, ainda nem tinha iniciado a faculdade, escola municipal, bastante alunos, como primeira experiencia, foi muito agregador e valeu como bom aprendizado para ela. Foi a primeira e última vez que trabalhou com o primeiro ano, ainda trabalhou com a disciplina de Educação física e depois matemática, e só matemática a partir dali.

No início da carreira, além de lecionar no Santa Julia, também trabalhava na Escola Faria Neto no Distrito do Ibicuí, e à noite na Escola Gasparino Zorzi. Na Escola Faria Neto, aliás, também exerceu a função de diretora por três anos. Também trabalhou no Colégio Auxiliadora e teve a sua primeira passagem pela Escola Paulo Blasi. Depois foi para Caçador, trabalhou ainda em Fraiburgo e quando se casou, foi embora para Chapecó.

Em Chapecó trabalhou por cinco anos no Colégio Pedro Maciel, depois por compromissos profissionais do marido foi trabalhar em Mondaí, mais tarde, e pelo mesmo motivo, se mudaram para Pinhalzinho, onde trabalhou por sete anos com a Educação de Adultos no CEJA. Mas o desejo de voltar para Campos Novos falou mais alto, e doze anos depois, em 2004, resolveram retornar para o Celeiro de Santa Catarina. Logo ingressou na Escola Paulo Blasi e de lá não saiu mais, até se aposentar no ano de 2020.

Professora Kátia tem um casal de filhos, João Gabriel, de 17 anos, que está cursando o 3º Ano do Ensino Médio, e Ana Laura, 22 anos, que estuda odontologia em Itajaí. Atualmente ela se dedica ao voluntariado, é Vice Presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer, e guarda grandes lembranças da época de escola, como veremos na entrevista a seguir: uDe onde veio a inspiração para ser professora? Tinha algum familiar que exercia a profissão? uQuais foram as suas formações? uSua forma de ensinar matemática sempre buscou fugir do ha- bitual, estou certo? uComo foi retornar à sala de aula após a aposentadoria? uQual é a sua avaliação do ensino hoje?

Eu tinha uma tia que era professora, mas não chego a dizer que ela me influenciou. Eu gostava de números, aí pensei, poderia ir para o caminho da engenharia, mas acabei indo para sala de aula porque eu gosto de estar com os alunos, ensinar, esse envolvimento é muito bom.

Sou habilitada em Ciências, Matemática do primeiro e segundo grau e Física. Fiz especialização em Curta Licenciatura em Ciências e Matemática e Licenciatura Plena em Matemática e Física, ambos em Chapecó. Em Pato Branco-PR, fiz Pós-Graduação em Educação Matemática.

Eu adorava trabalhar matemática de uma forma diferente, e os alunos acabavam se identificando com a matéria, alguns que não gostavam da disciplina passavam a gostar, muito pela forma de eu trabalhar. A matemática sempre foi um bicho de sete cabeças para a maioria dos alunos, e para que eles gostassem da matéria, eu trabalhava muito com curiosidades, usava jogos de tabuleiro, problemas de lógica, modelagem matemática, então eu buscava o que fosse possível para facilitar a aprendizagem. Eu até tinha uma imagem mais séria, mas durante as aulas os alunos entendiam que era só até eles me conhecerem.

Em 2021, durante a pandemia, me chamaram para substituir por três meses, foi muito bom para terminar, para fechar o meu ciclo, até tive convites para continuar, mas como eu sempre gostei do voluntariado, se fosse voltar a trabalhar, deixaria de me envolver em tantas coisas que eu gosto. Eu tenho saudade da época de escola, mas hoje eu não me vejo mais assim, todo mundo tem um ciclo, o começo, meio e fim, e o meu ciclo fechou, o que eu pude contribuir e agregar, eu fiz, e não foi pouco tempo, foram 33 anos.

Quando comecei, a forma de tratamento entre professor e aluno era diferente, a valorização do professor era melhor, a questão dos pais e da família mais presentes na escola, e isso é muito carente nas escolas públicas, onde eu mais trabalhei. Você pode perceber que os alunos acompanhados pelos pais se dão bem, e aqueles que não são acompanhados pelos pais vão ficando para trás. Desde a realização de tarefas, muitos alunos nem tentavam fazer, e isso também passa pela atenção dos pais com o processo de aprendizagem do filho. Também gostaria que tivessem mais aulas de matemática durante toda a trajetória escolar, no Ensino Médio, por exemplo, são apenas três, gostaria que tivesse pelo menos cinco, isso que eu sem- pre quis. uE como é a sua atuação voluntária? uPara finalizar, além do serviço voluntário, como tem aproveitado os seus dias?

Na questão da valorização dos professores, também espero que o poder público reconheça cada vez mais o trabalho do professor, no entanto, para estar em sala de aula tem que gostar, eu estava lá porque eu gostava e tinha vocação para isso. Eu penso que tudo o que você faz tem que ser por amor, o que nos faz felizes, e é aquela história, faz bem fazer o bem, e nós temos essa possibilidade de contribuir com ética, valores e boas maneiras para os nossos alunos.

Eu gosto de ajudar, eu gosto de servir, e aqui na Rede Feminina você precisa dar o acolhimento, a empatia... Também estou envolvida em outros grupos de apoio, como Clube de Mães do DeMolay, sou chefe dos Escoteiros, também fui Presidente do Leo Club, dentre tantas outras funções, eu gosto desse envolvimento, sempre gostei.

Eu saio, gosto de festas, de barzinho, adoro ler e o que mais gosto é de viajar. Até em relação a isso, tinha medo de viajar sozinha, e agora já me superei bastante, vou e volto sozinha para vários destinos. Como meta de viagem, quero conhecer a Europa, em especial a Turquia e Irlanda, eu leio bastante e procuro saber muito sobre estes países, e em breve estarei viajando para lá.

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