Celeiro do Agronegócio - 2017

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2017 - R$ 10,00 Ano 8 - Edição 8 Campos Novos/SC

Revista

Celeiro do agronegócio

A melhor safra de todos os tempos Depois da safra recorde 2016/2017 produtores esperam a recuperação da economia em 2018. Estimativa da Conab é de queda na produção de grãos na safra 2017/2018. Pág. 32

Regulamentação Santa Catarina tem novo marco regulatório para uso de agrotóxicos Pág. 28

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Sumário Artigo

Diversificação de Renda

Alho na Lavoura

A sustentabilidade, o Big Data e o Produtor

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Realidade

16 Empreendedorismo

Entidades do agronegócio cobram providências para combater a violência no campo

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A Cachaça que vem do Vale do Rio Canoas

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Campos Novos

Sicredi

Juntos pelo desenvolvimento do agronegócio

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Administração Municipal lança em dezembro Projeto “Feiras em Trailers”

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Editorial

O Futuro do agronegócio

É

com grande prazer que apresentamos a Oitava Edição da Revista “Celeiro do Agronegócio”, em um ano em que o Brasil teve safra recorde em produção de cereais e um grande avanço na bovinocultura, mas no qual o produtor também enfrentou muitos desafios. Em Campos Novos, atingimos grandes médias na safra de verão, ou seja, em milho, soja e feijão. Infelizmente, em 2017, os preços não colaboraram com o mercado agrícola, tendo uma queda bastante acentuada em relação a 2016, ficando muito aquém do esperado pelos produtores. Novamente, o grande desafio do produtor é controlar os custos de plantio, produzir mais e com mais tecnologia, economizando por hectare para garantir uma boa safra. Cada vez se exige mais de nós, agricultores, competência suficiente em reduzir custos e aumentar produtividade. Uma tarefa nada fácil, não só para o agricultor, mas para as empresas que o representam. O produtor está sempre aberto a novas tecnologias e novos produtos lançados no mercado, no entanto, a interferência de preços maltrata o agronegócio, acarretando uma margem de lucro apertada, o que torna difícil a permanência no campo. O produtor, porém, não desanima e caminhamos para mais uma safra cheia, 2017/2018, além do avanço das exportações. O agronegócio segue como a força im-

pulsionadora do Brasil, somos responsáveis por um terço do nosso PIB (Produto Interno Bruto). Temos, então, que estar atentos e reivindicando nossos direitos, com melhor organização da nossa classe produtora. Precisamos que o governo também faça a sua parte de logística no escoamento da produção. Em 2018, viveremos um momento importante: a eleição dos nossos representantes para a Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados, Senado, Governo do Estado e Presidência da República. Temos que ter a responsabilidade de apoiar aqueles que são comprometidos com o setor do agronegócio. Agregar aos que nos darão guarida lá na frente. Representantes políticos que nos defendam e que realmente se comprometam em melhorar a vida do produtor rural. O grande desafio de 2018 é duplo: continuar produzindo e saber escolher nossos representantes políticos nas esferas federal e estadual. Deixo um grande abraço aos leitores, em especial àqueles que cultivam, vivem da terra e garantem o sustento de milhões de pessoas. Esta é a oitava de muitas edições da Revista “Celeiro do Agronegócio”, que mostra a realidade da nossa região, do Estado e do Brasil. Boa leitura.

Alexandre Alvadi Di Domenico Produtor Rural e Diretor da Revista Celeiro do Agronegócio

EXPEDIENTE Diretor: Alexandre Alvadi Di Domenico. Editora Chefe/ Redação/ Reportagens: Antonia Claudete Martins - 0002305SC Produção, Projeto Gráfico e Diagramação: Wilhiam Rodolfo Peretti Comercial: Wilhiam Rodolfo Peretti Financeiro: Ana Carolina Pereira Foto da Capa: Bruna Regina Fagundes Fotos das reportagens: Bruna Regina Fagundes,

Ed. 8 / Dezembro 2017

Celeiro do agronegócio

Revisão: Maria Lúcia Corrêa

redacaooceleiro@gmail.com

Comercial: oceleicomercial@gmail.com Contatos: Rua: São João Batista, 131, Centro, Campos Novos (SC)

Colaboração e Agradecimentos Especiais: Altair J. Granzotto, Aristides Cimadon, Beatriz Cadore, Cássia França, Cesar Aquino, Claudemar Manfredi, Cristiane A. Moro, Cristiane Gavazzoni Di Domenico, Dalva Bebber, Eduardo Zortéa, Emanuelle Gomes de Queiroz, Felipe Sbrussi, Fernando Rosar, Jailson dos Passsos, João Carlos Di Domenico, Josoé Roveda, José Adelar Carpes, Juliana Rosar, Laercio Zanchetta, Luiz Carlos Chiocca,

Celeiro

Redação:

Fone/Fax: (49) 3541 0597.

Fotos gerais: Assessorias de Comunicação, Arquivo/Jornal O Celeiro;

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E-mails:

CEP: 89620-000. CP: 96 Impressão: Tiragem: 1500 exemplares.

Luiz Vicente Suzin, Maiara Gonçalves, Mauro Schuh, Nazira Mansur Elias, Nelson Serpa, Rafael Spironelo, Prefeitura Municipal de Campos do agronegócio Novos, Ricardo Moscardó, Roberto Richter, Silvana Pitz, Silvio Alexandre Zancanaro, Tiago de Matia, Vanessa Soccol.

A Revista “Celeiro do Agronegócio” é um produto do Jornal O Celeiro com tiragem anual.


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Artigo

A sustentabilidade, o Big Data e o produtor Por: Marcelo Lara

Ser vegano ou não ser? Problema de cada um

Jornalista especializado em Agronegócio

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ivemos uma combinação de informações que fazem do mundo moderno uma verdadeira armadilha para os menos informados. Como disse o super publicitário Nizan Guanaes quando perguntaram a ele se o setor do agronegócio se comunica mal: “Comunicaria mal se de fato comunicasse”. A sociedade esqueceu-se de inserir o produtor rural na mesma comunidade, um divórcio que precisa de uma reconciliação por meio da educação, da informação de qualidade, do entender a complexidade do setor.

São tantas correntes, que vão ao extremo. Ouvi outro dia, na CBN, o jornalista especializado em causas ambientais do mundo moderno sugerindo que devemos pensar em comer insetos porque nossa carne tem gosto de queimada. Não é possível colocar todos os pecuaristas na mesma “panela” e não estudar a complexa cadeia da carne brasileira, que vem sendo produzida mais em menor área e menor tempo possível. Temos a integração lavoura-pecuária-floresta, que serve como exemplo. Falta trabalhar a comunicação para que os brasileiros parem de acreditar que os europeus preservam. Na Europa, menos de três por cento do território tem florestas, o Brasil tem 64 por cento de preservação, comprovados por satélite e levantamentos.

Antes e depois do CAR O Cadastro Ambiental Rural trouxe dados, fatos que mostram que, ao contrário do que se pensava, o produtor brasileiro é muito mais preservacionista do que os europeus. Os produtores catarinenses, por exemplo, preservam muito mais do que o novo Código Florestal exige. Na média do total de cada propriedade, 36,4 por cento são preservados; o homem do campo de Santa Catarina investe e ainda paga impostos sobre uma área que ele não usa, não tem retorno econômico e sofre a pressão da desinformação. Claro que o retorno é a preservação, é o futuro, é o clima que está em jogo, mas não recebe ajuda de quem também se beneficia disso, que é a sociedade. “Olá, sociedade, eu sou produtor rural...” Acho que falta esta apresentação de uma forma democrática, de uma forma simples. Se nos bastidores da justiça ainda temos a insegurança sobre o futuro do Código Florestal, eu acredito que não teremos surpresas. Mas como avaliar o Brasil do momento? O produtor só quer segurança para produzir enquanto vai adotando técnicas de

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Marcelo Lara

conservação de solo, recuperação de pastagens, gestão e habilidade de mercado. A logística brasileira ainda está longe de ajudar o pilar da economia do país e o mundo digital, acesso à internet, chega de uma forma lenta às propriedades. Nas últimas duas décadas, o mundo digital bombou informações verdadeiras e falsas e trouxe à tona os confrontos ideológicos e a polarização dos debates sem uma pauta construtiva. Nesse caminho, tivemos a busca pela sustentabilidade, expressão que ficou desgastada por propagandas enganosas sem de fato comprovar o que venha ser de fato sustentável. É preciso avaliar os aspectos ambiental, social e econômico, sem esquecer nunca da prioridade que é o ser-humano, como conectar tudo e unir urbanos e rurais. Quando os brasileiros compraram a ideia de preservação com sustentabilidade, foram logo no proibitivo, mas deve haver harmonia na utilização dos recursos naturais prevendo que as futuras gerações vão precisar sobreviver.

O Big Data (megadados em português) Nesta linha, além de tudo isso, o setor tem que ficar atento ao Big Data, que veio para transformar o mundo das análises e das metodologias, uma nova forma para interpretar tantas informações. Uma caixa preta que tem inteligência artificial aprendendo com os dados que vamos jogando no mundo virtual, no nosso cotidiano. Logo, todas essas informações sobre o produtor, o que plantou, qual área, que época, quais insumos e onde vende, vai estar conversando com outra caixa de dados que já coletou via satélite tudo sobre cada propriedade e irá negociar produtos e serviços, cobrar impostos, conferir as declarações oficiais. Hoje, já conversamos com softwares que ganharam vozes humanas, a conversa do futuro pode ser entre máquinas. Talvez, assim, quem produz poderá ser avaliado com conceitos corretos, sem o dedo da ideologia que busca vilões e não respostas para garantir a sustentabilidade. A alimentação que chega à mesa dos consumidores poderá, enfim, ter uma origem que merece o reconhecimento.


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Artigo

Código florestal e o futuro da agricultura brasileira Por: José Zeferino Pedroso Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC)

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m 2017, o Código Florestal Brasileiro completa cinco anos. É uma lei complexa – com certeza, uma obra a ser aperfeiçoada – que demandou muitos anos de discussão na sociedade e no Congresso Nacional. Mas, sem dúvida, consistiu em um grande avanço para a proteção e o uso racional dos recursos naturais, reafirmando o conceito de que as florestas e a vegetação nativa são bens de interesse comum, advindo daí o comprometimento com a preservação do patrimônio vegetal e com a biodiversidade. O corajoso exemplo de Santa Catarina que, em 2009, aprovou e instituiu o primeiro código ambiental adequado à realidade de seus recursos naturais, influenciou, na época, o governo central e o Congresso Nacional. Os catarinenses mostraram que a insegurança jurídica do agronegócio brasileiro estava entre as maiores do mundo. A legislação ambiental brasileira pecava pela falta de objetividade e excesso de normas, dispersa em absurdos 16 mil itens, entre leis, portarias e códigos. A Faesc sempre defendeu que a elaboração de normas ambientais fosse balizada mais por conclusões científicas do que por orientação ideológica. As avaliações científicas sobre a utilização dos recursos naturais e a exploração racional e sustentável da agricultura e da pecuária demonstravam que muitas normas ambientais federais eram excessivas, incoerentes e irreais e apenas inviabilizam a agricultura, a pecuária e o agronegócio no país. O Código Florestal certamente não é perfeito, mas foi a lei possível naquele momento histórico de intensos embates, criando novos horizontes para o setor primário da economia. Manteve pontos importan-

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José Zeferino Pedroso

tes, como o conceito de áreas de preservação permanente (APP) e de reservas legais, inovando com a criação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), obrigatório para todas as propriedades e os Programas de Regularização Ambiental (PRAs) pelos Estados. O Brasil é o país mais ecológico do mundo, metade de sua matriz energética é limpa, enquanto nos demais países varia de 12% a 14%. Cerca de 1/3 das florestas originárias do planeta estão no Brasil, onde apenas 33% do território nacional está disponível para o uso na agropecuária. Provavelmente, um dos efeitos do novo Código foi mudar o modo de pensar de alguns setores da sociedade que ignoravam a complexidade do agronegócio e do universo rural.


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Artigo

Menos milho na próxima safra Por: Ivan Ramos Diretor executivo da Fecoagro

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s previsões estão se confirmando: na próxima colheita teremos menos milho em Santa Catarina, no Sul do Brasil e talvez no país inteiro. O interesse pelo plantio do cereal nesta safra foi menor do que no ano passado. A Secretaria da Agricultura divulgou a sua expectativa de safra do cereal, baseada nos levantamentos de campo realizado pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (CEPA), da Epagri. Os primeiros números mostram redução de área em mais de 12%. A redução de colheita deverá ter percentual ainda maior: 16%. Isso quer dizer menor produtividade e, certamente, pela redução do uso de tecnologia. O avanço nesse setor conseguido no ano passado com o Programa de Incentivo ao Plantio acaba sendo neutralizado. Os números da Epagri são conservadores, pois segundo contatos mantidos com as cooperativas que distribuem sementes, a redução será maior. Nas cooperativas, se estima que a redução total de área ultrapasse 20%. Precisa ainda ser considerado que aumentou a área destinada ao milho silagem. Os motivos todos nós sabemos: os preços praticados neste ano frustraram os agricultores que no ano passado tiveram outra realidade. Fora do normal, é bem verdade, mas tanta diferença assim, não se esperava. Acreditávamos que, pelo menos, a variação dos custos de produção pudessem ser considerados. A Fecoagro, as cooperativas e a

Ivan Ramos

Secretaria da Agricultura do Estado bem que tentaram motivar as agroindústrias e os consumidores de milho de que precisaria manter o programa de incentivo à compra antecipada com preços remuneradores para estimular o plantio, mas não foram ouvidas. Plantadores, porque queriam mais que R$ 30,00 por saco e consumidores porque queriam pagar para o milho da próxima colheita os preços atuais, que estão bem defasados. Resultado: o plantio está sendo reduzido, a área é destinada para a soja e a possibilidade de aumento de preços, em fevereiro de 2018, é real. Segundo informações de operadores de mercado, hoje já há relatos de que para

o mercado futuro, em janeiro, o milho estará sendo negociado a R$ 35,00 por saco nas Bolsas. O agravante é que com esses níveis, muitos produtores brasileiros tendem a exportar o milho aqui produzido. Consequentemente, a oferta no nosso mercado na próxima colheita se reduzirá. A lei de oferta e procura entrará em ação. Menos oferta, maior preço. Ao lado disso, precisa ser considerado que em nosso estado o milho para silagem aumentou a demanda. Com o crescimento da bacia leiteira, mais milho em silagem vai ser consumido. Consequência: redução de oferta de grãos para ração. E ainda corre por fora o risco climático no Brasil e em outros países produtores. Qualquer anormalidade no decorrer do desenvolvimento das lavouras, pode implicar redução de produtividade e de produção. Infelizmente, a gangorra se repete. Num ano, o produtor ganha mais e a indústria menos. No outro, o inverso. E a disposição de se fazer uma média de ambos os lados fica sempre dificultada. A modalidade de venda e de compra antecipada, pelo menos de parte das necessidades, levando em conta os custos de produção, não avança. Enquanto isso, ficamos sempre dependentes do comportamento do mercado e um segmento reclamando do outro. Será que um dia vamos ter um meio termo que atenda aos dois lados? Será que a ganância não vai ser vencida pela realidade dos preços? Pensemos nisso!

SC terá Fórum do Milho em Fevereiro

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Foi acertada, em reunião no gabinete do Secretário de Estado da Agricultura, Moacir Sopelsa, a realização de mais uma edição do Fórum do Milho em Santa Catarina. O Canal Rural apresentou a proposta do projeto na reunião em que participaram além do Secretário Sopelsa e do adjunto Airton Spies, representantes da Ocesc, Faesc, Fecoagro e Sindicarne. Ficou definido que a próxima edição vai discutir além da

produção e comercialização do milho, a problemática de logística e armazenagem no Estado. O evento será no dia 21 de fevereiro em Concórdia, durante a Tecnoeste - Show Tecnológico Rural do Oeste Catarinense, organizado pela Copérdia. Foi delegado ao Secretário Adjunto de Agricultura, Airton Spies, coordenar a programação técnica do Fórum.


Comunicação

Canal Rural abre espaço para o Cooperativismo em Programa Diário Já está no ar, pelo Canal Rural, mais um programa que enfoca o cooperativismo e o agronegócio. Com a parceria da Fecoagro-SC na produção, é apresentado de segunda à sexta-feira, às 6 horas da manhã, o programa Resenha do Cooperativismo e do Agronegócio. A produção é da Fecoagro em Florianópolis, com matérias veiculadas pela TV COOP em parceria com outras produções independentes e programas agrícolas de outras emissoras e entidades do setor. O programa, de 30 minutos apresenta reportagens, entrevistas, e informações de interesse ao homem do campo, com destaque para o cooperativismo, inclusive de crédito. A Resenha do Cooperativismo e do Agronegócio mostra para o Brasil, pelas operadoras de TV a Cabo

e nas parabólicas, as principais informações de Santa Catarina e do país. A produção é de Celivio Holz e apresentação de Rene Roberto, contando com o apoio do SICOOB. O mesmo programa é apresentado diariamente também na TV COOP às 13h30min e pode ser sintonizado pela Internet (www.fecoagro.coop.br) e pelo aplicativo da TV COOP nos celulares.

Mais rádios, mais gente ouvindo notícias do agronegócio A Rede Catarinense de Comunicação Cooperativista, administrada pela FECOAGRO/SC, não para de crescer. Agora já são mais de 70 emissoras do estado transmitindo os conteúdos do cooperativismo e do agronegócio para o homem do campo e da cidade. Recentemente, a rádio Cidadania FM 87,9 de Mafra se incorporou ao sistema para transmitir o programa Agronegócio Hoje, de segunda à sexta-feira, sempre às 6h e o programa Informativo Agropecuário, aos sábados, também às 6h da manhã, região de cobertura da Cidadania FM que atende aos associados da Cooperalfa e da Copérdia, norte de Santa Catarina. Quem também aderiu à organização foi a Rádio Princesa do Vale, de Lindóia do Sul. Você pode acessar os conteúdos através da frequência 104,9. O Agronegócio Hoje está na grade de programação de segunda à sexta-feira, às 12h30min. E o Informativo Agropecuário é veiculado aos sábados, às 07h30min. A Rádio Princesa do Vale atende aos associados da Copérdia e também do Sicoob/Crediauc. Já para atender aos produtores da região serrana, quem está de volta à Rede Catarinense de Comunicação Cooperativista

é a Rádio Clube de Lages, uma das mais antigas emissoras do estado. A Rádio Clube FM pode ser sintonizada na frequência 98,3. A emissora do grupo SCC/SBT Santa Catarina retransmite o programa Agronegócio Hoje de segunda à sexta-feira às 6h e o programa Informativo Agropecuário aos sábados, às 13h. A Rádio Clube tem 10 kw de potência e uma torre instalada em local estratégico para que o sinal possa chegar ao maior número de ouvintes. Com mais essas adesões, quase 100% das regiões do estado, agora, são atendidas pela Rede Catarinense, que se tornou um dos maiores sistemas de comunicação coperativista por rádio do país.

Fertinagro e Fecoagro querem agilizar investimentos em nova granuladora de SC A parceria firmada no ano passado entre a Fecoagro e a empresa espanhola Fertinagro deve ser acelerada. Estar preparados para produzir adubos granulados de qualidade e em volumes compatíveis com a demanda que avança em função da agricultura de precisão que cresce no país, são objetivos do investimento. A afirmação foi de Claudio Post, presidente da Fecoagro, após visita feita à Espanha, onde foi conhecer as indústrias granuladoras da Fertinagro, empresa maior produtora de fertilizantes do país e que quer entrar no mercado brasileiro. Enquanto não se define pela ampliação e modernização da Granuladora da Fecoagro, que tem capacidade limitada, deverá ter continuidade de a importação dos produtos prontos, mas a intenção é investir na construção de indústria própria com nova tecnologia de produção, visando reduzir os custos e ampliando em pelo menos 200 mil toneladas por ano. Hoje a Granuladora da Fecoagro consegue produzir no máximo 30 mil toneladas por ano. Claudio Post está convicto de que é preciso acelerar o projeto de investimento local. Para isso, é necessária a busca da viabilidade ambiental junto aos órgãos competentes para definir os novos investimentos.

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Pecuária

Investimento em pastagens perenes Campos Novos terá Centro de Referência Tecnológica do Leite de Santa Catarina, baseado em pastagens perenes.

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om prazo de implantação de dois anos e R$ 357.000,00 de custeio, o projeto já está em processo de licitação, por meio de convênio entre a Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural) e o Ministério da Agricultura. O Centro de Referência Tecnológica do Leite em Campos Novos surge com

Demarcação do Centro de Referência

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Fotos: Bruna Regina Fagundes

base nas mais de 240 unidades de referência tecnológicas espalhadas pelo estado, propriedades de agricultores familiares orientadas pela Epagri, que utilizam a tecnologia com sistema de produção de leite baseada em pastagens perenes, implantado pela empresa há mais de 10 anos. Conforme explica Humberto Bicca Neto, Engenheiro Agrônomo que res-

ponde pela Gerência Regional e Estação Experimental da Epagri de Campos Novos, e, também, pela gestão do convênio junto ao Ministério da Agricultura, além de ser uma tecnologia de baixo custo, a utilização das pastagens perenes garante rentabilidade aos produtores mesmo em períodos de retração de preço na atividade de produção leiteira. “Para períodos em que o preço do leite está baixo, essas propriedades ainda tem rentabilidade, ou seja, o produtor está ganhando dinheiro mesmo com queda no preço, porque é um sistema produtivo com baixo custo e de alta eficiência de produção”. A escolha de Campos Novos para implantar o Centro de Referência Tecnológica do Leite se deu por estar geograficamente centralizado no estado, com fácil acesso, sediando a maioria das reuniões estratégicas da Epagri. A Regional da Empresa também possui uma área de 98,5 hectares e destinará 23,5 hectares exclusivamente para a produção leiteira, ampliando este atendimento para médios produtores, além da agricultura familiar. O Centro de Referência Tecnológica tem por objetivo a capacitação. “O objetivo é capacitar agricultores, alunos de graduação, pós-graduação, técnicos da iniciativa privada e das instituições oficiais na


capacitação do sistema produtivo baseado em pastagens perenes”, salientou Humberto Bicca Neto.

Eficiência e Rentabilidade Escolher o pasto que vai alimentar os animais pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso da bovinocultura, seja de leite, seja de corte. O uso de pastagens perenes alia vantagens econômicas e ambientais. Diferente da pastagem anual, ainda bastante usada no Estado, a perene não precisa ser plantada todos os anos, o que reduz os custos. E como o solo não é revolvido, sofre menos com as chuvas intensas e o pisoteio dos animais, reduzindo a erosão e a compactação. As pastagens perenes também são mais resistentes às influências climáticas e à seca. Outra vantagem é a maior taxa de lotação por hectare, informou o Engenheiro Agrônomo. “As pastagens perenes, se bem manejadas com sobressemeadura, que é o melhoramento de pastagens, em que se utiliza aveia, azevém e trevo em sobressemeadura, permitem uma maior taxa de lotação por hectare. Portanto, com mais animais por hectare, eu posso ter maior produção de leite por hectare. Baseado em pastagens se tem ainda um menor custo de produção, com uso estratégico de ração, que é utilizada de maneira inteligente. A pastagem supre uma parte e com pouca suplementação de ração, os animais atingem uma alta produção de leite. Neste sentido conseguimos eficiência e rentabilidade”. No sistema à base de pastagens perenes, a produção é calculada por hectare, ou seja, produção por área. A meta do sistema produtivo à base de pastagem perene é atingir 15 mil litros por hectare. “Então são 15 mil litros do pasto, mais o que o produtor conseguir produzir com a ração. Algumas unidades técnicas de referência já conseguiram atingir esta meta”, informou o Gerente Regional da Epagri. O projeto do Centro de Referência Tecnológica de Leite em Campos Novos, está especificado com raça Jersey e a expectativa é chegar ao final de 2018 com 40 animais em lactação. “Por hectare eu consigo colocar mais vacas Jersey do que vacas holandesas. Há pesquisas que nos mostram que a raça Jersey produz 10% a mais por hectare do que a raça Holandesa. Além disso, a raça Jersey tem menos problemas sanitários e reprodutivos e maior capacidade genética de produção

Humberto Bicca Neto

de sólidos”, considerou ainda Humberto Bicca Neto. O Engenheiro Agrônomo observa que no mercado mundial de leite, o maior exportador do mundo, que é a Nova Zelândia, os produtores são remunerados em dólares por quilos de sólidos e não por litro de leite, uma realidade que deverá estar cada vez mais presente, inclusive no Brasil, que há 10 anos vem adotando esta forma de pagamento, onde se valoriza a percentagem de gordura e proteína. “Um estudo do Ministério da Agricultura aponta que, nos próximos 10 anos, a exportação de lácteos vai aumentar em 35% e temos que ser competitivos, com um custo de produção baixo e alta produção, adotando um sistema produtivo adequado à realidade do nosso país”. Estudos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), apontam que o Oeste e Meio Oeste de Santa Catarina estão entre as três melhores regiões do mundo para produção leiteira, aliando ainda a maior capacidade de produção de matéria seca por hectare do planeta. As pastagens mais recomendadas

pela Epagri são os capins do gênero Cynodon (Tifton e Jiggs), a missioneira-gigante, os capins-elefante (Pioneiro e Kurumi) e os pastos do gênero Hemarthria. “Essas pastagens perenes conseguem permanecer por oito meses produzindo pasto, no inverno semeamos aveia e azevém por cima, não precisa mais mexer no solo, conseguindo deixar os animais na mesma área o ano todo com menos uso de silagem. É importante fazer a sobressemeadura”, concluiu o Engenheiro Agrônomo.

O Convênio O convênio entre a Epagri e Ministério da Agricultura para o Centro de Referência Tecnológica do Leite contempla a aquisição de insumos para implantação das pastagens, em andamento, instalação de cercas elétricas, adequação das instalações já disponíveis com ampliação do rebanho.

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Suínocultura

Mercado suíno em expansão Unidade da BRF de Campos Novos está entre as plantas habilitadas para exportar carne suína à Coreia do Sul.

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Governo de Santa Catarina comemorou, em setembro, o anúncio da Agência de Inspeção Sanitária e Quarentena (QIA) da Coreia do Sul, das empresas catarinenses habilitadas a exportar carne suína ao país. Inicialmente três plantas estão autorizadas, sendo as únicas em todo o Brasil: BRF, de Campos Novos, Aurora Alimentos, de Chapecó e Pamplona Alimentos, de Presidente Getúlio. A expectativa é de que Santa Catarina venda pelo menos 30 mil toneladas de carne suína por ano para a Coreia do Sul. A Coreia é o quarto importador de carne suína do mundo, sendo um grande cliente para Santa Catarina, com 50 milhões de consumidores. O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, destacou a longa jornada para essa conquista, com negociações há cerca de 10 anos, atribuindo a abertura do novo mercado ao status sanitário diferenciado de Santa Catarina. “É importantíssimo, é bom retroagirmos um pouco e lembrar o tempo com que Santa Catarina tem se dedicado à questão sanitária. Este status sanitário vem de um trabalho de muitos anos, desde quando o estado, em parceria com os produtores e iniciativa privada, decidiram que iriam vacinar o rebanho com o serviço público, o que deu a possibilidade de sermos reconhecidos pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), como Estado livre de febre aftosa sem vacinação”. Além do status de livre de febre aftosa sem vacinação, Santa Catarina também é livre de peste suína clássica, com certificado da OIE, fatores decisivos para a abertura de novos mercados. “Nós vendemos para mercados importantes, Rússia, Estados Unidos e

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Moacir Sopelsa

há dois anos abriu o Japão. Agora chegou a vez da Coreia. Cada vez mais há possibilidade de melhorarmos a nossa produção“, destacou Sopelsa. O Estado é o maior produtor e exportador nacional de carne suína do país. São cerca de 13 mil criadores integrados às agroindústrias e independentes, que produziram, em 2016, 969 mil toneladas de carne

suína. Com um rebanho efetivo estimado em sete milhões de cabeças, o estado destina 28,3% da produção ao mercado externo. O Secretário também comentou que a partir da habilitação, o prazo para início da exportação à Coreia do Sul, depende da negociação direta com as empresas, mas acredita-se que se efetive já a partir do início de 2018. “Agora é uma questão mais empresarial, a parte de documentação que precisava ser feita por meio dos Governos Estadual e Federal foi viabilizada. As tratativas com as indústrias já estão acontecendo e eu acredito que nos primeiros meses de 2018 começa-se a fazer as primeiras negociações. O que reflete no início da exportação são os cortes que o mercado coreano vai exigir e tipos de produtos que eles irão comprar e nossas empresas se adequarem a estas exigências”. Moacir Sopelsa informou ainda sobre os critérios para definição das plantas habilitadas para a exportação da carne suína catarinense ao mercado coreano. “Primeiro de tudo são unidades que só abatem suínos. Para exportar não pode abater frango e suíno no mesmo estabelecimento. Segundo critério, tem que ser animais nascidos e criados em Santa Catarina. Outro critério é que os animais devem ser rastreados, tem que saber onde nasceu o leitão, onde foi terminado e uso adequado de medicamentos, com todo acompanhamento da propriedade”, concluiu o Secretário.


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Diversificação

Alho na Lavoura Cultivo do tempero surge como alternativa de diversificação e agregação de renda.

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m dos temperos mais versáteis e utilizados nas cozinhas por todo o país, sendo de uso comum e encontrado na maioria dos mercados, o alho se apresenta como uma alternativa de diversificação e agregação de renda, principalmente em pequenas propriedades. Em Campos Novos, o cultivo é incentivado pela Comercial Juruna e pode ser encontrado em propriedades da Comunidade do Pacheco. Na propriedade de Paulo Becker, de 56 hectares, onde vive com sua esposa, além das culturas tradicionais de soja e milho, 3 hectares foram destinados ao cultivo do alho nesta safra de 2017. “Nós começamos a plantar aos pouquinhos como um tipo de roda, fomos expandindo e agora estamos seguindo na atividade. A área é um pouco menos que a do ano passado, que foi de 5 hectares”, informou o produtor. Com plantio manual, o produtor cultiva o tempero há 4 anos e na safra de 2016 a colheita foi de 10 toneladas. Para este ano, Paulo Becker espera colher entre 10 e 12 toneladas, apesar da área menor. O cultivo, porém, requer uma série de cuidados específicos e pontos de atenção para garantir um bom desenvolvimento e colheita. “O manejo dele é um pouco mais delicado na questão de doenças, tendo que fazer uma aplicação de fungicida a cada 7, 8 dias e a questão de adubação também é bem mais exigente que soja ou milho, por exemplo. É de alto risco, mas vale a pena o investimento”, observou. Conforme o produtor, o custo aproximado é de R$ 30 mil o hectare e o rendimento varia a cada safra. O mercado do alho, porém, é consolidado. “O rendimento varia de ano a ano, o preço sempre varia, mas o mercado é firme, tem bastante liquidez, é um mercado consolidado. Desde o início do cultivo eu comercializo para os mesmos compradores”. O

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destino da produção da propriedade de Paulo Becker é para compradores de Curitibanos ou São Paulo. Com a baixa precipitação registrada entre julho e setembro, a irrigação foi obrigatória para garantir o bom desenvolvimento do produto. Até então Paulo utiliza a irrigação por canhão, mas deverá adotar em breve o sistema de aspersão. Além do alho, Paulo também aposta no cultivo da cebola e nesta safra 2017 o plantio foi de 6,5 hectares. O Gerente Administrativo da Comercial Juruna, Felipe Sbrussi, reforça a proposta da diversificação e agregação de valor no cultivo do alho e cebola. “A ideia dos produtores de alho e cebola é de agregar valor, são culturas que tem um valor agregado muito alto e também um custo muito elevado, incluindo defensivos, adubos e mão de obra. Então alguns produtores ocupam essa mão de obra, muitas vezes familiar, bus-

cando numa área de terra menor, fazer um volume de dinheiro num montante maior, justamente agregando valor”. A assistência da empresa no acompanhamento aos produtores se dá durante todo o ciclo dos hortifrúti (HF). Além dos cereais tradicionais da região, a Comercial Juruna acompanha e incentiva o cultivo de outras áreas de HF. “Em sua maioria 80% das áreas são de pequenos agricultores que utilizam a mão de obra familiar. Pela empresa auxiliamos a desenvolver melhor este trabalho junto aos pequenos agricultores, ajudando a pulverizar o risco, conseguindo fazer com que eles agreguem valor para que se mantenham no mercado e ofertando uma opção a mais diante dos cereais, que é o carro chefe aqui na nossa região”. E para agregar ainda mais valor e oferecer novas alternativas de venda, a Juruma estuda investir num projeto piloto de beneficiamento da produção de hortifrúti.


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Resgate

Cenário de grandes negócios

Com objetivo de fomentar a economia e mostrar as potencialidades de Campos Novos, ExpoCampos foi retomada em 2017.

R

ealizada no mês de maio (19 a 21), com um público superior a 30 mil pessoas no Parque de Exposições Leônidas Rupp, a ExpoCampos, após oito anos, voltou a fazer parte do cenário de grandes exposições em Santa Catarina. Mostrar as potencialidades do município e fomentar negócios foi o que motivou a retomada do evento, promovido pela Prefeitura Municipal, Sindicato Rural, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Associação Empresarial de Campos Novos (ACIRCAN). A 12ª Edição da ExpoCampos contou com uma das melhores estruturas físicas de todas as edições do evento, agregando aos setores do agronegócio, indústria e comércio, com exposições, leilão de gado geral, shows nacionais e o melhor da gastronomia, tudo planejado num espaço coberto, visando bem atender ao público visitante. Na pecuária com 600 animais co-

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mercializados, foi realizado o leilão de gado geral na 34ª Feira do Terneiro da Terneira. A exposição de gado a galpão, julgamentos, premiações e a retomada do Leilão de Elite também foram marcos na ExpoCampos 2017. O movimento em negócios na pecuária foi de R$ 1.006.110,00. A exposição de animais a galpão reuniu as raças angus, simental, charolês, braford, hereford, brangus e blond d”aquitaine. A qualidade do gado exposto foi amplamente elogiada pelos jurados responsáveis pelo julgamento dos animais premiados, observando-se que o gado de Campos Novos pode representar o município em qualquer evento no país ou internacionalmente, devido à qualidade do rebanho. As Associações Estaduais de Criadores das Raças Charolês, Simental e Angus, foram parceiras no evento. A exposição a galpão reuniu mais de 200 animais. Além bovinos, ovinos e caprinos, também foram expostos

cavalos crioulos. A Feira de Indústria e Comércio reuniu 87 expositores nos espaços externos e nos pavilhões do Parque de Exposições Leônidas Rupp. Na praça de alimentação foram vendidos 15 espaços. A preferência na comercialização tanto para a feira quanto para a praça de alimentação foi para as empresas de Campos Novos, que tiveram um período determinado para a compra. Para o prefeito Silvio Alexandre Zancanaro, a retomada da ExpoCampos trouxe visibilidade ao município. “A repercussão da retomada da ExpoCampos transcende o município e foi bastante positiva. Representa a retomada de um sentimento da comunidade, de quando Campos Novos era palco e exemplo para outras regiões. Foi um esforço coletivo para ter novamente um evento estadual e de fomento a negócios, o foco desde o início foi pensando em desenvolvimento econômico”.


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Realidade

Entidades do agronegócio cobram providências para combater a violência no campo Em Campos Novos, ocorrências mais comuns são de furtos, porém, há também o registro de assaltos com emprego de violência.

O

aumento da violência no campo em Santa Catarina foi manifestação de preocupação, neste ano de 2017, de entidades oficiais que representam os produtores no estado, entre elas a Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (FAESC). Crimes contra a vida humana, o patrimônio privado, a liberdade e a saúde pública aumentam nas comunidades rurais catarinenses, praticados contra famílias de trabalhadores, produtores e empresários do setor primário. Em face dessa situação, a FAESC pediu ao Governo do Estado a criação de um programa emergencial de segurança nas áreas rurais. A entidade sugeriu, neste ano, que fosse delegada a função à Polícia Ambiental e mais recentemente que se criasse o Observatório da Criminalidade. Em Campos Novos, conforme o Delegado de Polícia Civil, Adriano Almeida, não existem números específicos relacionados à violência rural, as ocorrências são registradas, no geral, como crimes contra o patrimônio. Grande parte dos casos, relatou o delegado, nem chegam ao conhecimento da Polícia Civil, mas os que são registados, são devidamente investigados pela instituição, declarou. Sobre as características das ocorrências, Adriano Almeida relatou que os crimes mais comuns são os furtos de gado (abigeato), mas também houve crimes graves, como alguns roubos praticados contra proprietários de imóveis situados na área rural. O número de ocorrências relacionadas a

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crimes no campo não são elevados, porém, os casos perturbam a tranquilidade dessa população, observou o delegado. “São casos que perturbam a tranquilidade dos donos de imóveis rurais, razão pela qual a Polícia Civil tem se dedicado na solução desses casos e, consequentemente, na busca por mais qualidade de vida aos homens e mulheres que vivem no campo”. Delegado Adriano também informou sobre os casos solucionados. “No ano de 2017, a Polícia Civil logrou êxito na identificação de aproximadamente 11 pessoas responsáveis por mais de 20 furtos em propriedades rurais, onde eram subtraídos gado, armas, equipamentos agrícolas e produtos eletrônicos. Em especial, cito, ainda, a recuperação na cidade de Agrolância/SC, de uma escarificadora, avaliada em mais de R$ 40.000,00. Recuperamos, também, um trator, avaliado em mais de R$ 30.000,00, que na sequência, foi entregue ao legítimo proprietário. Solucionamos, também, um assalto de extrema gravidade praticado na Comunidade de Pinheiro Seco, onde 02 homens armados agrediram um idoso dono de uma fazenda e, ato contínuo, subtraíram do local, um veículo e dinheiro”. Sobre a manifestação das entida-

des representativas dos produtores rurais, o delegado entende que atribuir a função de policiamento na Zona Rural à Polícia Ambiental não levará segurança ao povo do campo. “Eu seria demagogo se afirmasse isso e o motivo é simples: o Estado de Santa Catarina possui um déficit de efetivo histórico, decorrente de governos passados que não realizaram concursos com frequência. O governo atual tem se esforçado na realização de concursos na área da segurança pública, ainda, assim, encontra dificuldade, haja vista que temos um grande número de policiais civis e militares em fase de aposentadoria. Portanto, dar à Polícia Ambiental a função, que tem menos efetivo que a Polícia Militar (a quem compete atualmente realizar o policiamento ostensivo no campo), em nada contribuirá para a solução do problema”. No entendimento de Adriano Almeida, a solução para a falta de policiamento ostensivo nas cidades e no campo seria a criação de uma Guarda Municipal, com parte do efetivo destinado ao patrulhamento rural. “Como exemplo de sucesso, posso citar as cidades de São José, Balneário Camboriú e Florianópolis, onde criação da Guarda contribuiu e muito para a diminuição dos índices de violência”.


Comandante da PM também se manifesta sobre policiamento na zona rural O Comandante da Terceira Companhia da Polícia Militar de Campos Novos, Capitão Rodrigo Pedroso, também informou sobre as principais ocorrências na Zona Rural e o trabalho da PM no interior do município. Segundo o capitão, poucos casos de abigeato estão registrados no sistema. “Sabe-se, informalmente, que existem mais casos relacionados a furto de gado, porém a população opta por não informar a policia", comentou Pedroso. Há maior número de registros de roubos em propriedades rurais, no entanto, o número de ocorrências também não é considerável, relatou o Capitão. “Nas proprieda-

des geralmente se subtraem objetos de lida no campo como motosserras, roçadeiras e eletrônicos, televisões, o que estiver visível da janela. Dificilmente o elemento se dá ao trabalho de entrar em uma propriedade rural onde ele sabe que não vai encontrar nada ou até mesmo que não vê nada de valor para levar" esclareceu. Questionado sobre o patrulhamento rural, Rodrigo Pedroso ressalta que por Campos Novos ser o terceiro maior município em extensão territorial de Santa Catarina, não se tem um efetivo que consiga fazer o patrulhamento rural diário, nem veículos para cobrir toda a região. “Sendo assim, temos que modificar turnos e horários para fazer patrulhamento rural pelo menos uma vez na semana e ainda com o risco de irmos para um lado do município e acontecer um furto no lado totalmente oposto”. Pedroso observa também que o município de Campos Novos é cortado por duas BRs importantes (470 e 282), além das SCs de acesso, o que dificulta e muito o trabalho da PM quando se tem ocorrência de furto à propriedade ou abigeato.

Medidas Preventivas Capitão Rodrigo Pedroso orientou anda sobre medidas preventivas para evitar furtos ou roubos em propriedades rurais, como evitar objetos de valor à mostra, deixar o local bem iluminado, providenciar um espaço fechado para guardar os equipamentos de valor, bem como manter a casa fechada, com câmeras de vídeo monitoramento. "Outra medida a ser tomada é pedir a um vizinho de confiança que cuide da casa para manter a segurança enquanto a família estiver ausente", orientou. Para o delegado Adriano Almeida, é preciso aparelhar as propriedades rurais com itens de segurança, citando também a instalação de câmeras. “Além disso, toda vez que forem vistas pessoas ou veículos suspeitos, avisar imediatamente as forças policiais”, comentou.

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Crédito Rural

Mais que convencional, Sicoob disponibiliza soluções Atendimento de qualidade, agilidade, linhas de crédito para custeio e investimento e o melhor que há em seguro rural é no Sicoob, o maior sistema de cooperativas de crédito do Brasil.

C

om soluções que atendem da agricultura familiar à empresarial, o Sicoob oferece linhas de comercialização, custeio e investimento com a flexibilidade necessária para contribuir com a competitividade na cadeia produtiva dos seus cooperados. Com Sede em Campos Novos, a área de ação compreende Campos Novos, Curitibanos, Capinzal, Brunópolis, Zortéa e Monte Carlo, com mais de 12 mil cooperados e planejamento de expansão para o Rio Grande do Sul nos próximos anos, atendendo os municípios de Machadinho, Barracão, São José do Ouro, Pinhal da Serra, Esmeralda, Lagoa Vermelha, Ibiaçá, Capão Bonito do Sul, Ibiraiaras e Muitos Capões. Para cobrir despesas do ciclo produtivo, seja para investimentos ou custeio, o Sicoob disponibiliza linhas específicas de financiamento, por meio de linhas de repasse do BNDES e também com recursos próprios da cooperativa. “Do encaminhamento do crédito rural, trabalhamos com todas as linhas que tem à disposição no mercado, atendendo qualquer demanda do cooperado. O maior objetivo da Cooperativa é que o crédito rural seja eficiente e oportuno, além da agilidade no atendimento e encaminhamento”, afirma Fernando André, Analista de

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Crédito do Sicoob Campos Novos. Em linhas de crédito o Sicoob disponibiliza: Pronaf Investimentos (Mais Alimentos); Pronamp; ABC; Moderagro; Modrinfra; PCA; Inovagro; Moderfrota; Custeio agrícola ou pecuário; Sicoob Aquisição, Construção e Reformas; Sicoob Auto; Sicoob Camihões, Ônibus e Vans; Sicoob Cheque Especial; Sicoob Crédito Pré-Aprovado; Sicoob Fomento; Sicoob TD; Sicoob Turismo; Programa BADESC Juro Zero. Fernando André enfatiza, ainda, que todas as ferramentas digitais necessárias para que o cooperado encontre as soluções que procura de forma ágil e eficaz, estão sendo buscadas pelo Sicoob. “Tudo isso pautado também, na preocupação com o meio

ambiente e sustentabilidade. Nosso grande diferencial é bem atender. Estão sendo criadas ferramentas tecnológicas para dar mais agilidade ao trâmite de documentação com nossos Pontos de Atendimento (P.As) nos demais municípios e a nossa tratativa é totalmente digital, com foco na sustentabilidade, dispensando o papel. Só imprimimos hoje o projeto e a CCB, em que há necessidade da assinatura do cooperado. O restante da documentação que o governo exige é tudo digital”. Em 2016, a Cooperativa ganhou prêmio estadual de sustentabilidade devido à estas práticas sustentáveis adotadas. O Sicoob Campos Novos também passou a emitir a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), a partir de 17 de agosto deste


Fazer seguro é optar por uma vida mais tranquila

ano, a qual oferece diversificação, rentabilidade e segurança, uma opção de baixo risco com rentabilidade superior a outras aplicações. Entre outras vantagens, a LCA é isenta de Imposto de Renda e

IOF para Pessoas Físicas, possui maior rentabilidade em relação a outras aplicações de renda fixa, não possui taxa de administração e é garantida pelo Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop).

Fernando André e Rafael Spironelo

O Sicoob oferece todos os ramos de seguros disponíveis no mercado, com ótimas condições e benefícios, em parceria com as principais seguradoras. As opções são para safra, animais, equipamentos, benfeitorias, automóvel, de vida, empresarial, dentre outras. Conforme o Agente Comercial do Sicoob Campos Novos, Rafael Spironelo, a cooperativa tem um compromisso social com seus associados. “A gente tem hoje tudo o que uma instituição financeira convencional tem. No Sicoob temos uma preocupação social com os nossos cooperados, de zelar pelo patrimônio deles, garantindo, por meio do seguro, uma vida mais tranquila, sem a angústia e o medo de ter que arcar, de uma hora para outra, com a perda dos seus bens sem nenhum amparo financeiro. Hoje temos garantias do financiamento por meio do seguro prestamista, então, todos os financiamentos e empréstimos que a cooperativa faz, a família não fica encarregada de fazer o pagamento da dívida, caso o cooperado venha a óbito no decorrer da transação”. Na comercialização do Seguro Agrícola, o Sicoob Campos Novos é referência em Santa Catarina. Além da segurança financeira do cooperado, o Sicoob oferece proteção à família e seu patrimônio. Em 2016, o crescimento do mercado de seguro agrícola em números de apólices foi de 82%. “Temos a preocupação de entregar sempre mais do que a pessoa espera de uma instituição financeira. O Sicoob sempre oferece toda a cobertura e o atendimento necessários, como uma corretora de seguros normal disponibiliza”, reforçou Rafael. Entre as 40 cooperativas de crédito de Santa Catarina, o Sicoob Campos Novos está em 8º lugar no ranking de comercialização de seguros. Em 2016, o Sicoob Campos Novos vendeu R$ 3,7 milhões em seguros e indenizou R$ 1,4 milhões, quantia que continuou circulando na região em que a instituição está inserida graças às apólices comercializadas. São várias famílias que mantiveram a sua base financeira intacta graças a isso.

PARA PRODUZIR E CRESCER, CONTE COM QUEM APOIA VOCÊ. CONTE COM A SUA COOPERATIVA. Fale com o gerente da Cooperativa Sicoob. Regiões Metropolitanas: 4000-1111 | Demais regiões: 0800 642 0000 | Ouvidoria: 0800 725 0996 | Atendimento: seg. a sex. - das 8h às 20h | www.ouvidoriasicoob.com.br | Deficientes auditivos ou de fala: 0800 940 0458

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EXPERIÊNCIA

E CREDIBILIDADE QUE FAZEM

A DIFERENÇA

NOS SEUS NEGÓCIOS Escrita Fiscal Contabilidade Rotinas Trabalhistas Abertura Trabalhistas Pessoa Física e Jurídica Escrituração Fiscal e Contábil Declaração de Imposto de Renda I

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Destaque

De Campos Novos para o mundo Reconhecidas em território brasileiro pelo excelente desempenho e resultados comprovados, as Plantadeiras Genius estão ganhando o mercado externo.

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tecnologia mudou a realidade do campo. Aliando sementes certificadas, material genético de qualidade e as Plantadeiras Genius, o produtor não precisa mais contar com a sorte na hora do plantio, a etapa mais importante no sistema de produção de grãos. Lançada em 2004, pela Estrutural Zortéa, a linha de Plantadeiras Genius concretizou um sonho do diretor da empresa, Eduardo Zortéa, de criar uma máquina que aliasse robustez, praticidade e durabilidade no campo. Com base em depoimentos dos próprios produtores rurais, a empresa comemora o grande sucesso da máquina. “Recomendo a todos os produtores da região e do Brasil. Vocês terão em mãos a melhor plantadeira de inverno e de verão do país. Estarão comprando uma máquina de uma empresa séria, com pessoas de uma grande honestidade. O atendimento é exemplar, em épocas de plantio atendem aos domingos e feriados, não deixam o cliente na mão em momento algum. Com as Plantadeiras Genius é garantia de uma excelente safra já no plantio”, testemunhou o produtor Roberto Viel, da Fazenda do Agudo, localizada no município de Zortéa/SC. Para o produtor de Campos Novos, João Orides Debastiani, cliente desde 2007, as Plantadeiras Genius estão entre as melhores do mercado, com qualidade superior e fácil operação. “A grande vantagem das Plantadeiras Genius é o plantio em terrenos pedregosos, além da facilidade de operação no sistema de desarme, manutenção simples e atendimento rápido. Marca camponovense que não perde em qualidade para multinacionais”.

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Com soluções para as condições adversas de plantio, modernizam o manejo no campo e trazem grandes resultados de produtividade e rentabilidade. Com eficiência comprovada no campo, o produto começa ganhar espaço no mercado externo, chegando a princípio à Bolívia, Paraguai e Uruguai. “Por estes motivos estamos adentrando já em outros países. Não que tenhamos vendas ainda nesses países, mas pelo conhecimento do equipamento, novos clientes estão vindo em busca. Estamos achando soluções para atender essa gama de clientes com terrenos diferenciados. Atendemos a necessidade de cada produtor, garantindo soluções”, salientou Eduardo Zortéa. No Uruguai, exemplifica o empresário, com um solo singular, a Genius foi a solução. “Eles tem um solo revestido por vegetação muito densa, uma espécie de grama. Sob esta grama está um solo que não é muito compacto, mas também não é um terreno solto, tipo arenoso. É um terreno que se abre um sulco e este sulco fica aberto. Visitamos lá há pouco tempo e encontramos uma solução. Tivemos a felicidade de resolver o problema e com isso conquistamos novos se-

guidores da Genius, porque o cliente percebe que também está tendo sucesso”. O fortalecimento dos setores de venda e marketing tem contribuído na abertura de novos mercados. Prova disso foi o último carregamento em setembro, para várias regiões do Brasil.

Alta Produtividade

Aliadas do produtor para uma melhor produtividade, as Plantadeiras Genius promovem um plantio uniforme e o cultivo perfeito, com redução de custos e de tempo, proporcionando um melhor serviço. Segundo Eduardo Zortéa, em sua área na safra 2016/2017, a média de produtividade foi excelente. “Nós temos 12 lavouras e a média da soja foi de 80.3 sacos por hectare e fechamos a produtividade de milho com 216 sacos já estocados. Tivemos nas lavouras de milho com a Pioner 238 sacos por hectare e com a Agroceres fechou em 262 sacos por hectare. Todos ficam satisfeitos, nossos funcionários, a diretoria e principalmente os produtores”.


Produto Diferenciado

Para a fabricação das Plantadeiras Genius, o diretor Eduardo Zortéa buscou sistemas utilizados em países mais desenvolvidos na área de agricultura, como Estados Unidos e Argentina. As plantadeiras Genius incorporam mecanismos para plantio direto na palhada ou com pisoteio, apresentando grande eficiência. O grande diferencial das plantadeiras Genius é a resistência dos materiais compostos na máquina. Não importa a situação do terreno, se está compactado ou tem pedras, a plantadeira será sempre resistente.

A empresa possui uma assistência técnica especializada para resolver os problemas dos clientes de forma rápida e eficiente. Disponibiliza ainda um sistema exclusivo de desarme e retorno do sulca­ dor (patente Genius Estrutural Zortéa), que opera em solos com pedras, raízes e outros obstáculos sem parar a máquina, juntamente com uma linha de plantio pantográfica com amplitude de 0,45 cm que acompanha as on­ dulações do terreno mesmo em condições irregulares do solo. A empresa possui ainda maquinário voltado para a distribuição de

sementes através de cardans e do adubo com os melhores sistemas do mercado, se adaptando a qualquer tipo de solo. Outras vantagens das plantadeiras são a distribuição mecânica ou pneumática, máquinas com chassi único de 2 a 17 linhas e tandem para união de duas plantadeiras de 10 a 34 linhas. “Nós conseguimos fazer com que a Genius seja genial e quem usa o nosso equipamento é a nossa principal referência, tanto em resultados, como nos ajustes necessários para bem atender sempre”, concluiu Eduardo.

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Regulamentação

SC tem novo marco regulatório para uso de agrotóxicos Foto: Felipe Götz

Governo do Estado assinou em outubro decreto que regulamenta uso de agrotóxicos.

O

ato de assinatura do decreto número 1.331, que lançou o novo marco regulatório dos agrotóxicos em Santa Catarina, foi assinado em 26 e outubro pelo Governador Raimundo Colombo e pelo Secretário da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa. O documento regulamenta o controle da produção, comércio, uso, consumo, transporte e armazenamento de agrotóxicos, seus componentes e afins, em todo o território de Santa Catarina. Trata também da fiscalização da produção, da manipulação, da destinação final das embalagens vazias e do monitoramento de resíduos de agrotóxicos e afins em produtos vegetais. Prevê também que todo o processo de cadastro e registro passe a ser feito de

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maneira informatizada, passando a responsabilidade da fiscalização do uso de agrotóxicos, que antes era da Fundação de Meio Ambiente (Fatma), para a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). Conforme o presidente da Cidasc, Enori Barbieri, a regulamentação amplia os poderes de atuação da Companhia. “Esse decreto era uma ansiedade que tínhamos da regulamentação na Cidasc há muito tempo. Apesar de já estarmos fazendo todo o processo não havia o poder de polícia pela Companhia por falta de norma. Pelo decreto passou a ter”. Para absorver esta demanda, a estrutura da Cidasc até o momento não precisou ser ampliada. Entretanto, como a expectativa é que haja um aumento na efetividade das ações, está em análise junto ao governo

do Estado uma proposta de concurso público para contratação de agrônomos e técnicos agrícolas. “Estamos trabalhando junto ao governo a possibilidade de um novo concurso público para engenheiros agrônomos, já que o nosso quadro de vagas está defasado. No sistema Cidasc, o quadro de vagas é de 80 profissionais engenheiros agrônomos e só temos hoje 39. Então estamos encaminhando um pedido de concurso público para completarmos o nosso quadro de vagas. Além disso, estamos solicitando a contratação de técnicos agrícolas, que nos auxiliarão nesta parte de campo”, informou Barbieri. O processo de transição entre o modelo antigo e as novas regras previstas no decreto publicado, está sendo conduzido pela Cidasc, prevendo etapas até a completa implantação do novo formato de gestão de agrotóxicos.


Principais alterações com o novo decreto com base no decreto, o enquadramento de situações agravantes ou atenuantes. A mesma comissão também fará o julgamento dos processos administrativos e a aplicação das penalidades. Haverá possibilidade de recorrer em segunda instância.

uFiscalização: O Diretor da Divisão de Fiscalização de Insumos Agrícolas, Matheus Fraga, explica que a partir de agora a Fundação do Meio Ambiente só irá atuar em casos em que o uso das substâncias esteja causando danos ambientais, ou seja, se o resultado do manejo desses materiais está fora dos padrões aceitos. À Cidasc caberá verificar, por exemplo, se um produtor estava aplicando o produto de forma correta ou não, se estava seguindo o receituário agronômico, fazendo o armazenamento correto do material na propriedade, entre outras práticas.

uBenefícios das alterações: De maneira geral, o novo decreto prioriza o uso correto dos agrotóxicos, o que acaba resultando em benefícios aos consumidores, como a produção e consumo de alimentos mais saudáveis, meio ambiente mais equilibrado e agricultura mais sustentável. Outro impacto direto é o menor risco do trabalhador rural diante da exposição aos agrotóxicos.

uInformatização dos procedimentos: Com a adoção de sistemas informatizados, a promessa é diminuir a burocracia quanto aos registros de empresas, cadastro de agrotóxicos e principalmente no envio de documentos obrigatórios aos órgãos competentes, como a receita agronômica e o controle de estoque. Anteriormente, todos os registros eram realizados em papel, o que onerava o usuário e a estrutura da Cidasc, tanto no levantamento de informações como no tempo de resposta. Com o novo método, todo o procedimento passa a ser on -line, diminuindo as chances de erro e possibilitando mais rapidez nas respostas. Além disso, com a informatização do sistema, será possível fazer o cruzamento e a análise de dados estratégicos, o que era inviável no modelo anterior. O diagnóstico poderá ser utilizado para elaboração de políticas públicas voltadas para a área de saúde, meio ambiente e agricultura.

uDeveres dos agentes envolvidos: O novo decreto pretende estabelecer uma regulamentação clara das responsabilidades e deveres de todos os agentes envolvidos com a cadeia produtiva e de uso dos agrotóxicos. Fabricantes, comerciantes, usuários, transportadores, responsáveis técnicos e órgãos de governo terão mais clareza sobre as regras que serão aplicadas. O objetivo é corrigir distorções e falhas do decreto anterior.

Números catarinenses

uSanções administrativas: Com as novas regras, a aplicação de sanções administrativas será flexibilizada, levando em conta os atenuantes e agravantes de cada situação, com base nas condições socioeconômicas e culturais dos envolvidos. Conforme Fraga, isso não significa amenizar as penalidades, mas sim avaliar cada caso de forma individualizada. O decreto anterior, diz ele, era demasiadamente rígido, uma vez que previa um valor fixo de multa, independentemente das condições. Empresas multinacionais recebiam as mesmas sanções que um pequeno comerciante ou mesmo um agricultor sem acesso à assistência técnica. Caberá a uma comissão da Cidasc avaliar,

Santa Catarina é o nono maior consumidor de agrotóxicos do Brasil, com o uso de aproximadamente 25 mil toneladas de produtos dessa natureza por ano, comercializados por cerca de 950 estabelecimentos comerciais devidamente registrados. São emitidos anualmente no Estado, 1,2 milhão de receituários agronômicos por aproximadamente mil profissionais. Os principais produtos utilizados são os herbicidas, com cerca de 60% do volume comercializado, seguidos de fungicidas e inseticidas. Entretanto, o modelo catarinense de uso adequado de agrotóxicos é pioneiro no Brasil, com diversas iniciativas consideradas como referência para outros Estados. É o exemplo do Programa Alimento Sem Risco e o projeto de monitoramento de Produtos Orgânicos. Na avaliação do diretor da Divisão de Fiscalização de Insumos Agrícolas, Matheus Fraga, com o novo decreto e a implantação dos sistemas informatizados, Santa Catarina demonstra a importância dada para a inovação e o desenvolvimento sustentável. *Reportagem produzida com colaboração de Douglas Rossi/Agência Adjori.

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CAPA

A melhor safra de todos os tempos Depois da safra recorde 2016/2017 produtores esperam a recuperação da economia em 2018. Estimativa da Conab é de queda na produção de grãos na safra 2017/2018.

C

om plantio da safra de verão 2017/2018 em andamento, os produtores rurais estão esperançosos com a recuperação da economia para o próximo ano. Com clima altamente favorável, a safra 2016/2017, chamada de “Super Safra”, foi histórica, com 238,5 milhões de toneladas, conforme informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com muita oferta de produto no mercado, a tendência natural é a queda nos preços. A redução do consumo de alimentação no mercado interno devido à crise também contribuiu, avaliou o Presidente da Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam), João Carlos Di Domenico (Paco). Em contrapartida, as exportações mantêm o mercado agropecuário estável. “No mundo inteiro o clima foi muito bom para a agricultura, com raríssimas exceções na safra

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João Carlos DI Domenico

2016/2017. Produziu-se muito e isso fez com que a oferta ficasse alta e os preços em queda. Em nível interno, com uma população superior a 200 milhões de pessoas, o consumo de alimentação e outros setores caiu, então nós precisamos melhorar nossa demanda. Em contrapartida, as exportações, embora não remunerem como gostaríamos, vão muito bem, mantendo o mercado ainda estável, mas precisamos aumentar o consumo interno. O Brasil precisa sair deste marasmo e voltar a crescer. Acreditamos sinceramente que 2018 será muito melhor que este que estamos encerrando”. Para João Carlos Di Domenico, o país já dá sinais de retomada do crescimento e além de incentivar a geração de novos empregos, o cooperativista defende que o Governo acabe com as “amarras” da economia brasileira. “É preciso motivação para investir e, além do fator dinheiro, é necessário que o


Governo acabe com as amarras na economia brasileira. Estamos muito engessados nas questões tributárias, juristas, trabalhistas e ambientais. São muitas dificuldades na hora de investir e este é um dos fatores primordiais para o país crescer, é preciso dar segurança para quem quer investir”.

Produção em Campos Novos A produção de grãos em Campos Novos safra 2016/2017, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGÉ), foi a melhor de todos os tempos, desde que o instituto realiza o levantamento da produção agrícola. A área plantada de soja foi de 60.500 hectares com produção de 254.100 toneladas, com rendimento médio de 4.200 quilos por hectare. No milho, a área plantada foi de 8 mil hectares, produção de 96.000 to-

Foto: Felipe Götz

neladas e rendimento médio de 12 mil quilos por hectare. Feijão teve área plantada de 5.500 hectares, produção de 11.550 toneladas e rendimento médio de 2.100 quilos por hec-

tare. O trigo da safra passada teve área plantada de 7 mil hectares, com uma produção de 24.900 toneladas e um rendimento médio de 4.200 quilos por hectare.

Estimativa da Conab é de redução na área de grãos na 2017/2018 A safra de grãos 2017/2018 deverá ficar entre 224,1 e 228,2 milhões de toneladas, conforme estimativas da Conab divulgadas em outubro, um recuo de 6% a 4,3% em relação à safra passada. Com relação à área plantada espera-se a manutenção ou um amento de até 1,8% sobre a safra anterior, graças, sobretudo, ao aumento do plantio de soja. A expectativa é de um incremento na área de produção de 1,6% a 3,8%. Já no milho, a área para a primeira safra, que sofre a concorrência do cultivo da soja, deve ocorrer redução entre 10,1% a 6,1% em relação à safra 2016/2017, o que deve refletir na redução da área absoluta entre 552,5 a 336,3 mil hectares. Em Santa Catarina, conforme dados da Secretaria de Estado da Agricultura e da Epagri, deve ter um porcentual maior de migração de áreas de milho para a soja na safra 2017/2018. Estimativas divulgadas apontam para um crescimento de 6% no terreno com a oleaginosa, que deve chegar a 706 mil hectares, enquanto o do cereal deve cair 12%, para 318 mil hectares. O comparativo de rentabilidade entre as duas culturas pesou na decisão do produtor, acreditam as autoridades do Estado. A produção da oleaginosa deve chegar a 2,5 milhões de toneladas na colheita de 2017/2018. A do cereal deve ser de 2,6 milhões de toneladas, queda de 16,5%,

de acordo com comunicado do governo catarinense. A redução na área de milho preocupa. “Santa Catarina está produzindo muito pouco milho e a metade disso está indo para silagem. Isso é difícil para a cooperativa, para o agronegócio em si. Somos preparados para

receber bastante milho e transformar em ração. É um movimento que acaba no consumidor final com a carne no supermercado. Precisa-se produzir milho, é um fator de estabilidade bastante grande, mas é necessário que se remunere o produtor para isso”, finalizou João Carlos.

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Pesquisa

Gesso agrícola em sistema de semeadura direta Experimento implantado pelos professores de Solos e Produção Vegetal, do curso de Agronomia da Unoesc, Campus Aproximado de Campos Novos, será conduzido por 10 anos na Fazenda Experimental da universidade.

O

objetivo é busca de mais informações sobre doses e tempo na reaplicação do gesso agrícola para aumentar a produtividade e qualidade de grãos das culturas e melhoramento químico do perfil do solo. A pesquisa, coordenada pela professora Analu Mantovani, será conduzida por 10 anos, utilizando-se uma rotação das principais culturas cultivadas na região.

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O ensaio foi implantado em outubro de 2015, com aplicação das doses de gesso em dois níveis de pH, menor que 5,5 e maior que 6,0. O primeiro cultivo foi de soja, seguido por trigo, feijão e aveia, enquanto a próxima cultura será milho (safra 2017/2018), com reaplicação das doses de gesso. As avaliações são feitas na camada de 0-20 cm e 20-40 cm do solo, antes e após cada cultura implantada. Também são feitas

avaliações nutricionais das folhas, componentes de rendimento, teores nutricionais nos grãos e qualidade fisiológica de sementes. Os resultados obtidos em dois anos mostraram aumento nas concentrações de cálcio, enxofre e magnésio no perfil do solo e redução na concentração de alumínio, mais significativos na camada de 0-20 cm. Como o experimento foi implantado em solo argiloso, o movimento dos nutrientes


Justificativas para o uso do gesso agrícola em sistema de semeadura direta

no perfil do solo é mais lento e, desta forma, esperam-se respostas mais significativas em um tempo maior de avaliação. Em relação à produtividade das culturas avaliadas, ainda não foi possível definir a melhor dose de gesso a ser aplicada, possivelmente em função das características de solo, informou a Coordenadora do projeto. Esta também considerou que, nas próximas culturas com a reaplicação das doses de gesso, será possível obter parâmetros mais consistentes para a recomendação, principalmente de doses em função dos níveis de pH. A pesquisa já teve apoio financeiro do Fundo de Apoio à Pesquisa (FAPE) e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), com projetos aprovados para compra de materiais e equipamentos, como também bolsas de iniciação cientifica do Programa de Bolsas Universitárias de Santa Catari-

na (UNIEDU) e do Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior (FUMDES) com bolsa dos recursos provenientes do Artigo 171 da Constituição Estadual.

O gesso agrícola O gesso agrícola é um subproduto da indústria de produção de fertilizantes fosfatados, obtido na fabricação do ácido fosfórico que é utilizado para produção de superfosfato triplo (SFT), mono-amônio-fosfato (MAP) e fosfato diamônico (DAP). Para cada tonelada de P2O5 na forma de ácido fosfórico são produzidas de 4 a 5 toneladas de gesso agrícola, com fórmula química CaSO4.2H2O, contendo cerca de 16 a 20% de cálcio (Ca) e 13 a 16% de enxofre (S) em sua composição.

No sistema de semeadura direta o controle da acidez é realizado pela aplicação de calcário na superfície, sem incorporação ao solo. Assim, a aplicação de calcário na superfície é efetiva para controlar a acidez apenas nas camadas superficiais do solo. As camadas mais profundas, abaixo de 0,20 m, podem continuar com excesso de Al trocável, mesmo quando tenha sido efetuada uma calagem considerada adequada. A calagem é a etapa do preparo do solo para cultivo agrícola na qual se aplica calcário com os objetivos de elevar os teores de cálcio e magnésio, neutralização do alumínio trivalente (elemento tóxico para as plantas) e corrigir o pH do solo, para um desenvolvimento satisfatório das culturas. Uma alternativa para a melhoria do ambiente radicular nas camadas subsuperficiais do solo é a aplicação superficial de gesso agrícola que, em função da mobilidade vertical do íon sulfato originado de sua dissolução, resulta no aumento da saturação do complexo de troca por Ca e na redução da toxicidade do Al+3 e, consequentemente, na melhoria das condições químicas do subsolo. O aumento da concentração de íons Ca+2 e SO4-2 também resultam, em longo prazo, no aumento do grau de floculação das partículas e agregação do solo, melhorando o ambiente físico para o crescimento das raízes. Como resultado dos efeitos químicos e físicos nas camadas mais profundas, pode ocorrer o aprofundamento do sistema radicular das plantas, favorecendo a absorção de água e nutrientes nessas camadas, conferindo às culturas melhor desenvolvimento, com maior efeito nos anos de estiagem. Considerando que a calagem na superfície, em solos nunca utilizados para a produção de grãos, pode ter ação limitada nas camadas superficiais, principalmente nos primeiros anos de cultivo, é possível que a aplicação de gesso agrícola possa compensar esse efeito, mediante melhoria do ambiente radicular no subsolo, sem necessidade de incorporação do calcário em áreas manejadas no sistema plantio direto. Estas características podem aumentar o crescimento radicular na subsuperfície, mantendo a absorção de água e nutrientes, as taxas de crescimento da planta, principalmente no período crítico para a formação dos componentes do rendimento. No entanto, dúvidas permanecem quanto às condições em que podem ser esperados efeitos favoráveis do gesso na produtividade das culturas, provavelmente como resultado das mudanças complexas nos atributos químicos do solo que derivam da sua aplicação. Além disso, são limitadas as informações quanto ao uso do gesso no sistema de semeadura direta, em relação a doses a serem aplicadas como também o período para uma reaplicação do gesso nos solos do Sul do Brasil.

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Desenvolvimento

Agricultura familiar fortalecida Cooperativa de Produção Agropecuária Familiar do Planalto Sul Catarinense, (COPLASC), está sendo reativada.

C

om objetivo de fortalecer a atividade agropecuária familiar em toda a região da Associação dos Municípios do Planalto Sul de Santa Catarina (AMPLASC), a COPLASC está sendo reativada neste ano. A Cooperativa estava sem movimentação desde 2012 e a assembleia de reativação aconteceu em 15 de setembro, quando, na oportunidade, foram escolhidos os membros da nova diretoria, tendo como presidente André Granzotto Machado, vice -presidente Amarildo Francisco Bevilaqua, tesoureiro Renan Inocêncio Antunes e secretária Madalena de Fátima Stefanes Cruz da Silva. No Conselho de Administração foram escolhidos Juliano Santin e Nilso Spiegker. No Conselho Fiscal, como titulares: Maria de Lurdes da Silva Caurio, Valdecir Antunes de Castro e Vilma da Silva. Como suplentes:

André Granzotto Machado

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Fotos: Bruna Regina Fagundes

Luiz Antonio Figueroa, Luiz Antonio Balardin e Afonso Roseto. As Secretarias Municipais de Agricultura Pecuária e Meio Ambiente, e de Indústria, Comércio e Turismo foram as responsáveis pela organização dos produtores, o que fomentou a reativação da Cooperativa,

tendo o apoio da Epagri e Cidasc. Nesta nova etapa já eram 26 agricultores cooperados até outubro, com atuação em vários segmentos, tendo como carro chefe a produção de mel. “Demos uma melhorada no estatuto social da Cooperativa, além dos produtos já trabalhados antes da desativação como mel, psicultura e hortifrúti, colocamos também o turismo rural. Sobre a produção vamos trabalhar mais focados no mel neste ano, para comercializar no estado, pelo menos. Temos uma grande pesquisa em cima do produto, que foi feita pela Cooperativa de Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (FAASC), a qual realizou o cadastramento dos produtores, além de georreferenciar as caixas de abelhas”, informou o presidente da COPLASC, André Granzotto Machado. Com o georreferenciamento feito pela FAASC é possível localizar os produtores e conhecer a produção. “Isso vai facilitar bastante para que possamos iniciar a produção. Campos Novos não é um bom produtor de mel, mas os municípios vizinhos como Vargem, Abdon Batista, Celso Ramos, Brunópolis e Zortéa, são rodeados por rios e onde estão localizadas mais áreas de APP, tendo maior aptidão para a atividade”, salientou o presidente da COPLASC.


Uma das prioridades no mês de outubro também era o pagamento da dívida de aproximadamente R$ 3.000,00, que a diretoria buscava diluir com a adesão de novos cooperados, com cota de R$ 153,00. “Se nós conseguirmos mais cooperados, o valor vai diluindo por pessoa e no final vira cota capital. A partir do momento em que a cooperativa estiver reativada de fato, os próximos ou futuros cooperados não poderão pagar menos do que quem pagou agora, mas da mesma forma, isso irá se transformar em cota capital”, explicou André. Para os produtores que pretendem aderir à Cooperativa, o encaminhamento deve ser feito na Secretaria Municipal de Agricultura de Campos Novos, onde está localizada a sede da COPLASC. Para adesão é necessário que o produtor se enquadre na atividade de agricultora familiar por meio da DAP (Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF).

Extração e beneficiamento do mel Para a exploração da atividade da apicultura, a Epagri confirmou a cessão de uso da antiga Casa do Mel, localizada na área da Regional da empresa, uma estrutura da prefeitura em terreno da União (Embrapa), com alguns equipamentos que estavam sem uso há alguns anos. “É uma estrutura pronta, necessita de pouco investimento, algumas reformas devido ao tempo em que está para-

da, de seis anos, mas já estamos estudando estas melhorias junto à CIDASC. Também está em planejamento a elaboração de projeto para inscrever junto a Campos Novos Energia S.A – Enercan e Usina Machadinho”, destacou o presidente da COPLASC. As chaves da estrutura da antiga Casa do Mel foram entregues oficialmente à Cooperativa pela prefeitura no dia 17 de outubro. Segundo André, a princípio a pro-

posta é extração e beneficiamento do mel. “É extrair e beneficiar o mel, colocando esta produção já no mercado local. A gente sabe que 30% fica no mercado. Então vamos tentar entrar com o produto que é da região e pretendemos vender esse mel na cidade onde é produzido”. Para a comercialização, porém, a Cooperativa ainda trabalha na liberação do Certificado de Inspeção Estadual (CIE).

Núcleos de responsabilidade André Granzotto Machado explica também que a intenção é criar, dentro da COPLASC, Núcleos de Responsabilidade, conforme cada atividade explorada. “Dentro da Cooperativa iremos criar Núcleos de Responsabilidade, que vão responder por cada segmento de produção. Cada cooperado vai poder trabalhar com a atividade que quiser, só que iremos formar os Núcleos, destacando o responsável por cada tipo de produção”. A produção começa com o mel, sendo ampliada para outros segmentos à medida que mais cooperados passem a aderir. “Vamos começar com o mel para levantar dinheiro em cima da cooperativa. Nesse ano com a Epagri nos ajudando nós conseguimos o kit apicultura, um valor de R$ 2.000,00, financiado por dois anos, com 20% de desconto pagando no primeiro ano.

Ano que vem vamos fazer o kit hortaliça, destinado à construção de estufas. Pretendemos também ajudar na fruticultura, quando houver excesso de produção será possível incentivar o processamento da fruta e vender geleia, por exemplo”, concluiu André Granzotto Machado. Principais atividades a serem desenvolvidas pela COPLASC: Apicultura, Fruticultura, Produção de Hortaliças, Produção de leite e derivados, Produção de ovos caipira e Psicultura. Pelo estatuto social, a Cooperativa de Produção Agropecuária Familiar do Planalto Sul Catarinense poderá atuar em qualquer cidade de Santa Catarina. A princípio atuará nos municípios da AMPLASC (Campos Novos, Abdon Batista, Zortéa, Brunópolis, Vargem, Celso Ramos e Monte Carlo).

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Empreendedorismo

A cachaça que vem do

Vale do Rio Canoas Foto: Alfredo Palavro Mecabô

Produtores e Administração Municipal buscam legalização da cachaça em Celso Ramos, por meio de projeto de consultoria do SEBRAE.

A

cachaça vem sendo produzida há mais de meio século por agricultores de Celso Ramos, que mantêm a tradição de suas famílias e produzem a pura cachaça artesanal de alambique. Do mesmo modo, a cada dia surgem novos engenhos em Santa Catarina, criados por empreendedores que enxergam na produção de cachaça artesanal uma excelente oportunidade de negócio. Conforme o Consultor Credenciado do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (SEBRAE), Ricardo Klein, com objetivo de auxiliar os produtores e empreendedores de Celso Ramos e região, o SEBRAE está orientando os agricultores sobre o passo a passo no processo de legalização do engenho e da cachaça, com informações sobre a diferenciação do seu produto pela certificação e também quanto aos impostos que devem ser pagos nas atividades de produção e comercialização. A produção de cachaça em Celso Ramos e região do Vale do Rio Canoas é uma tradição de famílias pioneiras na atividade, com filhos e netos que preservam os engenhos antigos e os processos tradicionais de produção da bebida. Mas há, também, o interesse dessas segundas e até terceiras e quartas gerações formalizarem o empreendimento e saírem definitivamente da informalidade, ampliando o mercado e o fortalecimento de suas marcas, que já são conhecidas no estado.

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Desta forma, o SEBRAE/SC disponibilizará consultorias tecnológicas, dando suporte e apoio nos processos de registro do estabelecimento (engenho) e dos produtos. No início de 2017, o SEBRAE/SC atuou nos municípios da Serra Catarinense, em especial em Celso Ramos, com o Projeto DET (Desenvolvimento Econômico Territorial), em ações de consultoria individual aos Produtores Rurais interessados em formalizar seus empreendimentos, com a elaboração de Plano de Negócio e diversas reuniões de alinhamento com os produtores de cachaça artesanal do município, em conjunto com a Secretaria Municipal de Agricultura da Prefeitura de Celso Ramos. Ricardo Klein explica que a ideia que vem sendo construída, junto ao poder público e os produtores, é criar uma identidade local e regional da cachaça, como sendo a “Cachaça do Vale do Rio Canoas”, onde

se concentra um solo propício ao cultivo da cana-de- açúcar, com uma ótima produtividade e qualidade da matéria prima final. Isso fortalece o marketing de uma cachaça de alambique de tradição, difundindo a cachaça brasileira para o mundo.

Os passos para a legalização No dia 11 de outubro de 2017, aconteceu mais um passo na caminhada rumo à legalização da produção de cachaça em Celso Ramos. Nesse dia, a Secretária Municipal de Agricultura, Marcia Surdi, juntamente com o Engenheiro Agrônomo, Renato Carlos Maciel acompanharam a Consultora Credenciada do SEBRAE, Rossana Podestá, realizaram em uma visitação aos produtores Iziário Pelozato, Jair Guarda e Danilo Santos


da Silva, que são os que irão legalizar o produto do município. Na ocasião, a Consultora do SEBRAE entrevistou os produtores e coletou inúmeros dados a serem utilizados na elaboração de um diagnóstico, que servirá de embasamento para traçar o projeto que irá resultar na implantação das agroindústrias. Em novembro, o SEBRAE/SC irá lançar o Projeto Produtos Gourmet com Identidade Territorial da Serra Catarinense. Neste projeto, serão priorizados produtos gourmet e de origem com potencial mercadológico, como por exemplo, goiaba serrana, pinhão, vime, orgânicos, maçã Fuji, frescal, queijo serrano, truta e mel de melato de bracatinga, buscando ampliação de mercado e maior rentabilização dos produtores. O objetivo é a ampliação da competitividade e sustentabilidade dos pequenos negócios atendidos e promover desenvolvimento territorial, dinamizando e fortalecendo a economia regional. Para esses, além da identificação de produtores e quantificação da produção, serão estruturadas ações, cujos resultados estimulem o desenvolvimento e aprimoramento de habilidades na gestão empresarial, na utilização de inovações e tecnologias em processos e produtos e o acesso a mercado. A visitação pela consultora do SEBRAE foi o terceiro passo dado rumo à legalização da cachaça de Celso Ramos, sendo que os anteriores consistiriam em uma reunião acerca dos procedimentos de formalização de uma empresa de produção e comercialização, e uma visitação à tradicional Indústria de Cachaça Wruck. De acordo com a equipe do SEBRAE, os próximos passos serão as consultorias tecnológicas do SEBRAETEC e ações de estruturação e consultoria de apoio na formalização das agroindústrias,

Marcia Surdi

Visita dos produtores à Indústria de Cachaça Wruck

como micro destilarias artesanais, podendo estas serem optantes do SIMPLES Nacional, a partir de 2018. A equipe também destacou que a AMPLASC (Associação dos Municípios do Planalto Sul de Santa Catarina) já está executando a parte do projeto ambiental e de engenharia (planta baixa) das unidades. Segundo a Secretária de Agricultura, Marcia Surdi, a legalização da cachaça além de profissionalizar a atividade, irá agregar renda aos produtores e ao município de Celso Ramos. “A Administração Municipal faz questão de acompanhar de perto cada etapa deste trabalho de legalização da produção de cachaça em Celso Ramos, além de ser um projeto que irá beneficiar diretamente os produtores e profissionalizar este setor no nosso município, eu também considero este projeto a realização de um sonho. A legalização vem trazer um novo rumo para os derivados da cana-de-açúcar, proporcionando mais renda para as famílias que trabalham com a atividade e colocando Celso Ramos no mapa dos municípios produtores de cachaça e seus derivados”, destacou Marcia. O processo também representa um resgate da atividade e irá somar na realização da Festa da Cana-de-Açúcar, idealizada pelo pai de Marcia, ex-prefeito Ermínio Surdi, e retomada este ano pela atual administração. “Celso Ramos tinha a festa da cana há alguns anos, mas não podíamos comercializar a cachaça, nem colocá-la nas prateleiras sem a legalização. Buscamos parceria do SEBRAE e iniciamos o trabalho. São três produtores e eles vão fazer esta legalização individualmente, cada um terá a sua fábrica. A expecta-

tiva é da legalização em 2018, quando os produtores poderão se enquadrar no SIMPLES”, esclareceu a Secretária de Agricultura. Os produtos derivados da cana-de -açúcar como açúcar mascavo, melado e rapadura, irão fazer parte do Projeto, além da proposta de criação de uma rota da cachaça, pensando no desenvolvimento do turismo rural em Celso Ramos. “Também queremos criar uma rota turística, a rota da cachaça. As escolas já vem visitar os engenhos, então também temos esta proposta”, informou ainda Marcia Surdi.

Produtores estão otimistas Na família de Florentino Guarda, de 86 anos de idade, o cultivo da cana e seus derivados já está na quinta geração. Seu Florentino reside numa propriedade a cerca de 1 km do perímetro urbano de Celso Ramos, que é mantida e acompanhada pelo filho Jair Antonio Guarda e pelo neto Gustavo Guarda. Lá a sucessão familiar acontece de fato, o que garante o fortalecimento da agricultura familiar. Florentino Guarda é o inventor do Licor Bugio, patenteado em seu nome e, mais recentemente, passando a patente ao filho Jair. “O Bugio surgiu de uma brincadeira com os amigos, eu fazia as misturas, servia e todos gostavam. Eu trabalhava com tudo o que derivava da cana, mas o Bugio foi o que acertei mais e foi patenteado há mais de 10 anos”.

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Com uma vida inteira dedicada à agricultura, 62 anos só em Celso Ramos, seu Florentino está otimista. “62 anos que eu estou aqui e outra atividade que exploramos é o leite. Eu tenho já a família que gosta de trabalhar a agricultura, nossa ideia é permanecer no campo trabalhando juntos”. O produtor Jair Antonio Guarda falou sobre a proposta de legalização da cachaça, que irá agregar renda e permitir que as famílias permaneçam no campo. “O nosso pensamento era poder produzir e vender livremente pagando os impostos corretamente, ter a família junto e tocar uma atividade que meu pai sempre trabalhou. Já temos o nome e o mercado com certeza será garantido. Temos a patente do Licor Bugio e queremos comercializar a produção, não só da cachaça, mas dos demais derivados da canade-açúcar. Seria uma produção artesanal e legalizada, é um projeto viável que está sendo incentivado por meio da Secretaria Municipal de Agricultura de Celso Ramos”. Com mão de obra familiar e legalizando a produção, a expectativa é manter os filhos na atividade rural, salientou ainda Jair. “Eu tenho a família e produzo sem custos de mão de obra. E os filhos não vão para a cidade, permanecem no campo junto e é uma alegria de um pai ter os filhos próximos”.

Análise de tendência do mercado da cachaça Conforme estudos do SEBRAE de análise de tendências do mercado da cachaça, a bebida é hoje a segunda mais consumida no mercado interno. Perde apenas para a cerveja. Reconhecida como tipicamente brasileira, ela se tornou aposta do setor de destilados. Produzir cachaça ou pinga, principalmente de maneira artesanal, é uma maneira de investir num negócio com grande potencial de crescimento. Antes estigmatizada, assume agora o status de produto sofisticado, graças a investimentos em marketing e na diversificação da produção. Devido à expansão mercadológica, a cachaça pode ser encontrada nos mais diversos tipos de bares, restaurantes, hotéis e casas noturnas de todo o país, inclusive nos ambientes mais refinados. Adotada por empresas nacionais e multinacionais, a estratégia de elevá-la à categoria premium no setor de destilados impulsiona o mercado da cachaça, que res-

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Jair Antônio Guarda e o pai Florentino Guarda

ponde à tendência dos consumidores por bebidas consideradas nobres. O caráter sofisticado vai além do processo de produção: as embalagens e rótulos seguem modelos diferenciados, muitas vezes com design exclusivo. As cachaças de alambique conquistam consumidores das classes A e B e são produzidas artesanalmente em propriedades rurais. Há também o envelhecimento em tanques de inox ou barris de madeira. No exterior, a bebida vem conquistando espaço graças à certificação, um atestado de que a cachaça seguiu todas as regras de produção no Brasil, assim como acontece com o champanhe francês, a tequila mexicana e o whisky escocês. O selo é concedido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), que desenvolveu o Regulamento de Avalia-

ção de Conformidade da Cachaça (RACC). O SEBRAE é parceiro do Inmetro e apoia os produtores que buscam esse atestado de qualidade, reconhecido por 80 países. O intuito do programa de certificação da cachaça no Brasil é atestar a bebida como um produto tipicamente brasileiro, produzido com qualidade e sustentabilidade, ratificando o compromisso dos produtores com os consumidores, promovendo assim um ambiente favorável a bons negócios. Tanto no mercado interno como no externo, uma bebida certificada apresenta diferencial importante em relação às concorrentes e carrega um atrativo a mais para o consumidor, já que transmite garantia de qualidade e confiança. O procedimento permitiu que a cachaça brasileira ganhasse mercado nos Estados Unidos, onde antes era classificada como rum. Foto: Alfredo Palavro Mecabô


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Desenvolvimento

Sicredi

Juntos pelo desenvolvimento do agronegócio

O

cooperativismo nasceu a partir de um ideal: unir a comunidade por um objetivo em comum. No Sicredi, instituição financeira cooperativa, essa é a nossa realidade há mais de 110 anos e por isso percebemos que nossa história é marcada pela soma de forças. Quando construímos algo junto, fazemos mais rápido, somos mais justos e entregamos melhor. O Sistema Sicredi, presente hoje em 21 estados do país, atingiu a marca de 3,5 milhões de associados, e em 181 municípios é a única instituição financeira presente. Assim percebemos que quando todos se unem por um mesmo objetivo, a mudança acontece, regiões se desenvolvem, sociedades evoluem e ideias se concretizam. Em Campos Novos, esse ciclo de desenvolvimento já é realidade. Com a presença do Sicredi desde 2008,muitas oportunidades e negócios foram gerados, através do fomento de linhas de crédito e diversas soluções financeiras. O Sicredi se posiciona como um agente transformador e, pela natureza cooperativa do negócio, distribui parte de seus resultados aos associados, contribuindo para o fortalecimento da economia local. Praticando preços justos, os recursos permanecem na região, aumentando a capacidade de desenvolvimento e geração de emprego e renda. O Celeiro Catarinense do Agronegócio, como é chamada nossa cidade de Campos Novos, é impactada com a geração de valor positivo em uma relação de ganha-ganha, através dos recursos captados dos associados que, por sua vez, são reinvestidos localmente. Esse sistema gera um ciclo virtuoso, que proporciona desenvolvimento local e regional, evidenciando que a natureza do modelo de negócio do Sicredi é, em si, sustentável.

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Associados deposita na poupança do Sicredi

Sicredi

Associado

contrata custeio do Sicredi

para subsidiar sua lavoura

Prestador de serviços:

Insumos: 1. Crescimento dos negócios 2. Aumento emprego e renda 3. Mais qualidade de vida

Associado: 1. Garante manutenção da atividade 2. Aumenta produtividade 3. Mais qualidade de vida

Assistência Técnica: 1. Mantém atividade profissional 2. Gera conhecimento, emprego e renda 3. Mais qualidade de vida

Comércio:

Indústria:

1. Aumenta vendas $ 2. Gera empregos 3. Mais qualidade de vida

1. Aumento de produção 2. Mais faturamento $ 3. Mais qualidade de vida


Multiplicando Resultados Ao ter um relacionamento próximo com o associado e as comunidades, um modelo de gestão participativa e valores de cooperação, a Sicredi Altos da Serra ajuda o associado a encontrar soluções que atendam às suas necessidades financeiras, agregando renda, e aumentando a qualidade de vida do associado e da comunidade, desenvolvendo a região e gerando maior perenidade e solidez para todos. Como é o exemplo do associado Laércio Zanchetta, associado ao Sicredi, empreendedor, proprietário da Verdes Campos, empresa que fomenta e presta serviços ao setor do agronegócio. A Verdes Campos conta com a parceria do Sicredi, já de longa data, quando o Sicredi financiou a construção da

sede da empresa em 2013. Zanchetta conta que a nova estrutura ofereceu mais conforto e qualidade de vida aos funcionários, que passaram a ter um espaço mais amplo para desempenhar suas atividades, bem como, oportunizou melhores condições de negócios e agilidade aos clientes. “Foi um sonho que realizamos! E essa parceria com o Sicredi é muito satisfatória, porque sempre conseguimos encontrar os recursos específicos que nos ajudaram a atender nossas necessidades. Para o futuro esperamos que o Sicredi, continue entregando mais soluções para o agronegócio garantindo o crescimento sustentável do setor.”, comenta Zanchetta.

Foi um sonho que realizamos! E essa parceria com o Sicredi é muito satisfatória, porque sempre conseguimos encontrar os recursos específicos que nos ajudaram a atender nossas necessidades. Para o futuro esperamos que o Sicredi, continue entregando soluções para o agronegócio garantindo o crescimento sustentável do setor.”

Para o Presidente do Conselho de Administração da Sicredi Altos da Serra, realizar sonhos é entregar as melhores soluções, é ver a satisfação plena dos seus associados sendo alcançada, a partir de uma gestão focada na melhoria contínua e no desenvolvimento sustentável. “Por meio de um relacionamento sólido e de confiança, o Sicredi está cada vez mais próximo dos seus associados. Oferecemos, mais do que produtos e serviços, oferecemos soluções financeiras que cooperam com o crescimento coletivo, porque acreditamos na força da cooperação e vejo esse cenário refletido em Campos Novos, através do investimento do Sicredi pautado na confiança que os associados camponovenses depositam na sua instituição financeira cooperativa.”, finaliza, Maurina. Assim, o Sicredi acredita fazer a diferença na vida das pessoas. A Sicredi Altos da Serra continuará primando pela eficácia e transparência na gestão, com um trabalho comprometido, acreditamos que quando todos trabalham juntos, nós realizamos os sonhos de cada um através do esforço de todos nós. É isso que faz o cooperativismo moderno e atual.

Laércio Zanchetta Associado ao Sicredi

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Produtividade

Recorde em alta produtividade Foto: Wilhiam Peretti

Recordista nacional de produção de soja palestrou em Campos Novos. Evento foi organizado pela ORO AGRI e teve por objetivo apresentar resultados da produtividade de 149 sacas por hectare, conquistados por Alexandre Seitz, além de proporcionar troca de informações técnicas.

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ampos Novos recebeu, em agosto, Alexandre Seitz, bicampeão nacional de produção de soja (Prêmio Sesb 2017), por hectare, para uma palestra voltada a Engenheiros Agrônomos, cooperados, produtores de soja, técnicos, pesquisadores e empresários do segmento do agronegócio de Campos Novos e da região. O evento, realizado no auditório do Hotel Bebber, foi promovido pela ORO AGRI, em parceria com a Ambiental Clean, empresa responsável pela distribuição dos produtos da ORO AGRI em várias regiões do país. Alexandre Seitz conquistou a maior produtividade na soja, atingindo uma média de 149 sacas por hectare, em área de Guarapuava (PR). Conforme o Diretor de Mercados da Ambiental Clean, Cesar Aquino, além da área destinada a esta produção/teste, Alexandre Seitz também tem garantido ótima média de produtividade em toda sua área cultivada de soja. A apresentação em Campos Novos teve cunho técnico e não comercial, ressaltou o diretor. “Sempre buscamos levar inovações ao campo e a proposta no município foi promover um intercâmbio de informações. Não foi uma apresentação comercial, mas sim técnica, a fim de apresentar esses resultados que o Alexandre teve por dois anos consecutivos. Importante ressaltar

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que esses resultados não foram conseguidos numa área pequena, pois existe um padrão em cima da área a ser determinada a produtividade”, informou Cesar Aquino. Para alcançar esta média de produtividade, dentre outras práticas de um eficiente manejo adotado, o produtor vem fazendo uso do OROBOR N1, produto desenvolvido e patenteado pela ORO AGRI e distribuído pela Ambiental Clean. O produto, aplicado via folha, pode ser utilizado em qualquer cultura. O OROBOR N1 é utilizado por Alexandre Seitz há mais de seis anos. Descendente de alemães, Alexandre é da quarta geração de uma família de produtores rurais de Guarapuava (PR). A área premiada em 2016 e 2017, segundo ele, é de 5 hectares, dentre os mil e cem hectares cultivados pelo produtor dentro da sua propriedade. A área é a mesma que em 2013 também foi premiada no Desafio Nacional de Máxima Produtividade da Soja do Cesb, quando Alexandre, ao lado do consultor José Carlos Sandrini Júnior, colheu 117,3 sacas por hectare, batendo o recorde nacional, sendo o campeão. “É uma área escolhida com base em data de colheita e mapas de fertilidade e tudo que o há de melhor na tecnologia da agricultura de precisão, além da filosofia do amor e do capricho”, afirmou o produtor. Alexandre Seitz revelou que foram

vários anos de investimentos até chegar a este alto nível de produtividade na cultura de soja, um conjunto de fatores a ser considerado. “Uma lavoura de soja não é uma receita de bolo, cada talhão tem sua particularidade e a gente tem que identificar essas diferenças, tentar errar menos para produzir mais. É um trabalho que não vem de um ano para outro, são anos investindo no solo, em fertilidade e acompanhando a evolução dos materiais genéticos. A qualidade das operações está melhorando, além da tecnologia do maquinário, então são vários fatores contribuindo para chegar a este resultado”. Com o talhão de terra testado, onde foi conquistada a alta produtividade de 149 sacas por hectare, o principal objetivo é levar esta experiência para a área comercial da propriedade e quebrar o recorde nas próximas safras. Para garantir uma boa produtividade, o produtor enfatiza que é preciso investir em genética, com variedades de alto potencial produtivo. Outro olhar é quanto aos cuidados com adubação, plantio planejado, agricultura de precisão, com monitoramento de taxas de fertilidade da lavoura e aplicação de fertilizantes em taxa variável, além da proteção, com uso de sementes tratadas e controle químico de pragas e doenças, e, ainda, um manejo de solo adequado, com a rotação de culturas, entre outros cuidados.


FOTO: DIVULGAÇÃO ANGUS - FAGNER ALMEIDA

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Campos Novos

Alternativa de geração de renda e diversificação na pequena propriedade Projeto piloto da Administração Municipal “Feiras em Trailers”, destinado à agricultura familiar será lançado em dezembro em Campos Novos.

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iante da necessidade de se obter uma fonte de renda mensal, aliada a oportunidade de gerar autonomia econômica foi despertada nos agricultores e na Secretaria de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente, de Campos Novos, a iniciativa de organizar feiras no município. Com este propósito surgiu o projeto denominado de “Apoio à realização de feiras de produtores rurais como alternativa de geração de renda e a diversificação na cidade de Campos Novos/SC”. Conforme o Secretário Municipal de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente, João Batista Ramos de Almeida (Tita), diante dessa necessidade, todos os esforços da nova administração foram concentrados neste sentido. “Vinculamos todos os esforços para a agricultura familiar, no sentido de segurar o jovem no campo, incentivando a sucessão familiar, que tenha renda, que viva dignamente desta renda, que tenha lá no campo toda a estrutura de um jovem que vive na cidade”. Feiras bem sucedidas em outras cidades foram avaliadas. No município de Campos Novos já existe uma pequena feira de agricultura familiar localizada na Casa do Agricultor, junto às dependências da Secretaria, na qual um dos maiores desafios, salientados pelos agricultores/feirantes é a pouca divulgação, espaço inadequado e baixa procura pelos produtos. Esse é o aspecto do projeto: divulgação dos produtos comerciali-

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Traillers estão sendo montados para realização do projeto

zados e desenvolver junto com os agricultores novas estratégias de organização, venda e de agregação de valor aos produtos. Uma das melhorias aprovadas pelos agricultores já se deu com a realização da feira também na Praça Lauro Müller, em dias definidos em conjunto entre Secretaria e produtores. As feiras livres foram sugeridas pela maioria dos participantes como a alternativa mais viável para a maioria dos pequenos agricultores familiares do município, pois os mesmos são o foco da atuação da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente. Dessas conversas e reuniões também surgiu a proposta do Projeto “Feiras em Trailers”. “Amadurecemos isso, conversando com os próprios produtores, surgiu a ideia de um trailer e viu-se que era uma proposta

viável e havia condições de investir recursos da Secretaria com retorno aos agricultores”, salientou João Batista Ramos de Almeida. O projeto foi apresentado junto ao Ministério da Agricultura e como não existia o objeto “trailer para comercialização”, a inclusão foi viabilizada pela pasta para apoio em 2018. “Eu entendo que seja um projeto piloto, por isso da sua importância. Licitamos e venceu uma empresa do Rio de Janeiro, que está trabalhando na construção do trailer”, informou o Secretário. Com os trailers serão realizadas feiras itinerantes nos bairros e comunidades da zona rural de Campos Novos. Uma lei municipal definirá os locais onde os trailers permanecerão, sendo um deles a Praça Lauro Müller. A estrutura contemplará um


trailer cozinha e 6 trailers expositores, atendendo duas famílias por espaço, contemplando 14 famílias de agricultores familiares. Segundo explica o diretor de Departamento da Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente, Diego Gelson da Silva, todos os produtos atenderão às normas sanitárias e os produtores pagarão as taxas previstas como ambulantes. “Haverá os dispositivos de frios e congelados, já pensamos nos dois atendendo às normas sanitárias. Vai ser feira de agricultura familiar, mas os feirantes vão pagar como se fossem qualquer outro vendedor ambulante, tudo dentro do que prevê a legislação. Ressaltando que as taxas foram estipuladas em conjunto com os próprios produtores, com preço justo”. O lançamento do Projeto “Feiras em Trailers” ocorre em dezembro pela Administração Municipal de Campos Novos. A feira contemplará uma grande variedade da produção familiar, como embutidos, hortifrutigranjeiros e artesanato, entre outros. A agricultora Madalena de Fátima Stefanes Cruz da Silva, que reside em Santo Antonio do Campo, destacou o apoio recebido e defendeu a produção sem o uso de agrotóxicos. “Com este incentivo vamos plantar mais e diversificar mais, oferecendo produtos agroecológicos. O que produzo na minha propriedade são produtos naturais, não uso agrotóxicos. Estou incentivando os demais produtores que estão inseridos nesta parceria para que também produzam de forma natural. Com a proposta dos trailers, já vai ser diversificado. Com todo este apoio da Secretaria e da Epagri, a gente sabe que vai plantar e ter onde entregar”. Para elaboração do projeto visando incrementar o incentivo às feiras na atividade da agricultura familiar, a participação da Epagri foi de fundamental importância, por meio do Engenheiro Agrônomo André Sarturi. “Com a parceria reforçada junto à Secretaria de Agricultura, se somaram forças e além da feira, outras ações futuras serão desenvolvidas”. Trabalhar com feiras sempre fez parte dos anseios dos pequenos agricultores, pois isso possibilita a diversificação da produção, permitindo o exercício da arte de cultivar e de ser criativo, em relação com a natureza e com os seres humanos que dependem desses alimentos para a sua sobrevivência e através dessa relação interpessoal elevar a autoestima. Das 2.300 propriedades rurais de Campos Novos/SC, 1.400 são de agricultores familiares, que utilizam a mão de obra familiar para exercer suas atividades de renda no campo, sendo estas famílias foco do referido projeto. Neste contexto, com a

revitalização da Cooperativa de Produção Agropecuária Familiar do Planalto Sul Catarinense, (COPLASC), será possível também a industrialização dos produtos da agricultura familiar, incrementando as feiras e a alimentação fornecida à merenda escolar.

Incremento na Merenda Escolar O incentivo ao aumento do percentual na utilização dos produtos oriundos da agricultura familiar na merenda escolar é outra forma de incentivo da Administração Municipal de Campos Novos ao pequeno produtor, explicou Diego Gelson da Silva. “No passado, o planejado era entre 27% a 28%, mas aplicado na prática era entre 17% a 18%. Hoje chegamos a 53% desse percentual em Campos Novos”.

Para 2018, informou o Engenheiro Agrônomo da Epagri, André Sarturi, um calendário está sendo organizado para a merenda escolar, diversificando a produção e contendo o que será produzido e entregue por cada produtor. Outra intenção futura, disse o Secretário João Batista Ramos de Almeida é introduzir moqueca de peixe de filé de tilápia na merenda escolar. Um caminhão frigorífico também foi reativado nesta administração, visando o apoio aos agricultores. “Quando nós recebemos a prefeitura, um caminhão frigorífico que veio para a agricultura familiar estava parado e hoje dá apoio à feira. Este caminhão também dará apoio na entrega dos produtos da merenda escolar e os excedentes daremos outros destinos de comercialização. O papel do Poder Público é achar alternativas de organização, inserção em programas governamentais e comercialização da produção”, concluiu o Secretário.

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Prioridade na manutenção e melhorias de estradas As estradas gerais possuem extrema importância econômica, além de social e ambiental. Do ponto de vista econômico, são responsáveis pelo escoamento da produção agrícola seja dos grandes, médios ou pequenos produtores, e o consequente abastecimento das zonas urbanas. O estado de conservação das estradas também influi diretamente na qualidade de vida da população rural, pois garantem ainda o acesso a serviços básicos como educação, saúde e lazer. Levando em consideração todos estes fatores, a Administração Municipal de Campos Novos tem priorizado, desde o início da atual gestão, não só a manutenção e melhoria das estradas gerais, mas também tem atendido as estradas secundárias e acessos às propriedades rurais, além da recuperação de pontes e bueiros, com 80% das pontes do município já recuperadas. De acordo com o Secretário de Transportes, Obras e Urbanismo, Ideval Betioli, Campos Novos além de ser o Celeiro Catarinense de Grãos, tem grande diversificação de produção familiar, com uma extensão aproximada de 1.500 quilômetros de estradas municipais (gerais) e 300 a 400 quilômetros de estradas secundárias. O planejamento para recuperação das estradas é feito de forma conjunta entre a Secretaria de Transporte, Obras e Urbanismo e Secretaria de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente, de forma a atender a todas as comunidades. “O serviço de manutenção e melhorias é obrigação e prioridade da Prefeitura. Começamos pelas estradas gerais, depois executamos as obras nas secundárias e após nos acessos às pequenas propriedades. Em caso de emergência do produtor, a Secretaria atende prioritariamente”. O Subsecretário de Obras, Ingracio Alves de Carvalho, informa que praticamente todas as comunidades já foram atendidas dentro do planejamento das Secretarias neste ano, observando que a ação é constante. “Praticamente em todo o município nós já trabalhamos. As primeiras em que nós já passamos as máquinas, algumas realizamos melhorias pela segunda vez e em outras já passamos por três vezes. Na safra passada, nós passamos todas as propriedades que nos foram solicitadas e mesmo as que não foram, executamos. Vamos executar novamente em função da colheita do trigo e estamos pro-

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mento à população rural, está sendo providenciado o georreferenciamento para estes serviços, iniciando pela localização dos bueiros e pontes. “Nos fizemos o georreferenciamento dos bueiros e estamos lançando esta coleta de dados dentro do mapa georreferênciado de Campos Novos. Com este procedimento ficamos conhecendo o diâmetro e comprimento de cada bueiro e, quando nos deslocamos para executar a manutenção do mesmo, já levamos o material necessário. Essa é a primeira etapa nossa. Todas as pontes nós também já sabemos a localização, o estado de conservação, se é de concreto ou de madeira e vamos estender no futuro o uso do georreferenciamento nas estradas, como uma ferramenta de planejamento de manutenção”. A faixa rodoviária das estradas da zona rural de Campos Novos faz divisa com os municípios de Capinzal, Ouro, Celso Ramos, Brunópolis, Erval Velho, Lacerdópolis, Zortéa, Monte Carlo e Ibiam.

gramando as obras também visando a próxima safra de verão”. A conservação do bom estado das estradas contribui para a fixação das famílias no campo e a melhoria das condições de vida. No aspecto ambiental, a manutenção das estradas de terra está ligada diretamente ao controle de erosão e perda de solo, à conservação e recuperação das áreas marginais às estradas, à diminuição do assoreamento de córregos e rios, fatores estes que afetam a composição da paisagem local e a preservação do meio ambiente. Para agilizar ainda mais o atendi-


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Genética

Incentivo para melhoramento genético Projeto de Apoio à Aquisição de Reprodutores Bovinos de Raças de Corte está sendo executado em Santa Catarina.

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ara aumentar a qualidade do rebanho catarinense, a aposta está no melhoramento genético dos bovinos. Visando incentivar os produtores rurais a investirem no melhoramento genético, a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca criou o Projeto de Apoio à Aquisição de Reprodutores Bovinos de Raças de Corte, que oferece financiamentos para que os produtores rurais possam investir no seu rebanho. O Secretário Adjunto da Secretaria de Estado da Agricultura, Airton Spies, presente em eventos pecuários em Campos Novos, falou sobre a proposta do projeto de financiamento para aquisição de reprodutores, que foi lançado em agosto deste ano. “Lançamos o programa para aquisição de touros, em que os produtores que tem uma renda de até R$ 360 mil por ano, poderão financiar touros até R$ 20 mil e vão pagar isso para o nosso Fundo de Desenvolvimento Rural em até 5 anos, com juro zero” Para Spies, o projeto beneficia diretamente o pequeno produtor. “É uma grande oportunidade para o pequeno produtor que talvez não tenha o recurso ou que

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não pode acessar no banco. Ele vai acessar diretamente no nosso Fundo de Desenvolvimento Rural da Secretaria da Agricultura. Para isso o produtor deve procurar a Epagri, verificar o enquadramento e imediatamente ele poderá solicitar o seu crédito, que será depositado em sua conta e ele irá adquirir os seus touros”. Para acessar o programa não há a necessidade do enquadramento no Pronaf. O projeto é destinado somente para animais PO (Puro de Origem) ou PC (Puro de Cruza), com documento definitivo, com registro genealógico. Os animais podem ser adquiridos em feiras ou diretamente de outros pecuaristas catarinenses. Spies afirma ainda que o programa vai possibilitar que o produtor substitua seus animais, melhorando a genética na pequena propriedade rural. “Nós ainda temos muitos animais em pequenas propriedades que precisam ser substituídos, com um melhoramento genético urgente. Então podemos transpor a tecnologia adotada pelos grandes produtores, nivelando para cima a nossa produtividade. Esse é o objetivo do programa de melhoramento genético”, concluiu.

Santa Catarina não permite a entrada de bovinos vivos em seu território, pois é declarada área livre de aftosa sem vacinação pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). Por isso, o preço dos reprodutores bovinos é mais elevado em Santa Catarina do que em outros Estados, situação que justifica o programa do governo. Por outro lado, embora seja grande exportador de carnes de aves e de suínos, o Estado importa quase 50% da carne bovina que consome. De acordo com dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), o rebanho bovino catarinense totaliza cerca de 4,5 milhões de cabeças. Embora o Estado seja mais conhecido pela produção de leite do que de carne, há predomínio de animais de corte: 51,4% possuem aptidão para corte, 34,74% aptidão para leite e 13,75% aptidão mista. A bovinocultura está presente em 291 municípios catarinenses (98,6% do total) e o rebanho distribui-se em 78.729 produtores, dos quais 35.713 (45,36%) com finalidade comercial e 43.016 (54,64%) sem finalidade comercial.


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CAMPOS NOVOS

CELEIRO CATARINENSE

VOANDO

CADA VEZ

MAIS

ALTO.

Terra de gente que trabalha e produz. Gente que preserva e respeita sua cultura e tradições. Terra de um povo hospitaleiro, receptivo e amigo, que cultiva a sua fé. Um lugar bom para se viver e com grande potencial a ser explorado.

Um potencial que a administração está investindo, melhorando a geração de renda, com a oferta de mais empregos, com projetos voltados ao turismo ecológico, incentivo e fomento à indústria, à agricultura familiar e atividades preventivas que garantam melhor qualidade de vida à população nas áreas de saúde, educação, lazer, cultura e planejamento. Campos Novos é garbosa, é gigante, é divina. Como cresces minha terra. Novos tempos, rumos novos.

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Celeiro

@CamposNovos_PCN do agronegócio

Prefeitura de Campos Novos

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPOS NOVOS www.camposnovos.sc.gov.br/


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