Revista Celeiro do Agronegócio, 11ª Edição

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SUMÁRIO ENTREVISTA Advogado especialista em direito ambiental fala sobre Advocacia e Atuação Jurídica Pós Pandemia. Pág. 20 e 21

CLIMA Estiagem foi o assunto do ano no agro e se torna a maior dificuldade do campo em 2020. Pág. 40 e 41

SUINOCULTURA Mesmo com crise setor registrou crescimento e foi destaque em 2020 no Brasil e na região. Pág. 46 e 47

UNIÃO

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Mulheres se fortalecem juntas e fomentam a participação feminina no agro.

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Pág. 48 e 49


“ EDITORIAL

Desafios, Recomeço e Esperança “A beleza de ser um eterno aprendiz”. Assim nos qualificava uma canção. E o ano de 2020 comprovou a veracidade desse verso porque, em um ano tão desafiador como este, aprendemos tanto. Aprendemos a ser mais humanos, a ser mais pacientes, a ser mais gratos, a amar mais, a dar mais valor às pessoas queridas. Tivemos perdas reais de pessoas, de dinheiro e de negócios. Mas aprendemos a superar, a dar a volta por cima e recomeçar. Enfrentamos desafios inimagináveis, mas nos tornamos fortes e renovamos a fé e a esperança. Baixamos a cabeça em alguns momentos, choramos por tantas vezes como nunca antes. Tivemos dúvidas e medo sim. Mas isso só mostra quão humanos nós somos, diante de tudo isso construímos o equilíbrio entre nossa fortaleza e nossa sensibilidade que é o que nos mantém em pé. Citamos sentimentos e sensações humanas porque as empresas, os negócios, as cooperativas e o agronegócio são construídos por mãos humanas. Não é apenas uma representação setorial, é um conglomerado de pessoas, homens e mulheres, que dão tudo de si. Por trás de todo projeto há um pai de família que dormiu poucas horas por dia para finalizar um trabalho. Por trás das tecnologias há filhos que se sacrificaram por dias e noites realizando seus experimentos. Por trás de todo o investimento há um grupo de pessoas que se entrega sem medir esforços para ter o retorno esperado. Há muitas mãos e rostos anônimos que ajudam a construir história do agronegócio no Brasil e no mundo. Pessoas que mesmo com as incertezas e intempéries a frente foram heróis incansáveis. O agronegócio atuou bravamente em meio a pandemia da Covid-19 e uma estiagem prolongada, sendo este último o grande vilão deste ano de 2020. A revista ‘Celeiro do Agronegócio’, faz questão de fazer parte disso e de relatar os acontecimentos mais marcantes deste ano. Há mais de dez anos presenciamos o crescimento de nossa região e registramos para o conhecimento do mundo. Orgulho é o que sentimos de estar presentes para contar essa rica história. Porém, também fomos fortemente impactados por este momento. Mas como veiculo de comunicação também aprendemos a nos adaptar e nos reinventar. Este ano não teremos as páginas de nossa revista impressas, dessa vez a 11° edição da revista Celeiro do Agronegócio será 100% digital. Porém, nosso trabalho ainda continua o mesmo e pensando em você, preparamos uma seleção das melhores de matérias que foram destaque em 2020. Ao folhear e ler as reportagens você verá que muitas matérias falam sobre as tecnologias disponíveis ao agronegócio, inclusive na comunicação no campo que mergulhou ainda mais no mundo digital nesta pandemia. A tecnologia nos abraçou de forma real. Até parece paradoxal iniciar nosso editorial com adjetivos propriamente humanos e finalizar destacando os meios digitais, mas não há nada de contraditório nisso tudo, pelo contrário. Jamais haveria tecnologia não fosse a atuação do homem. Ela surgiu para o homem. Por meio dela produzimos mais e com mais qualidade, temos rentabilidade, mais facilidade. Seja por meio de smartphones, aplicativos ou na agricultura de precisão ela está presente e é nossa aliada para alcançarmos o mundo. Inclusive você deve estar lendo essa revista direto do seu smartphone, imagino. Terminamos mais um ano refletindo sobre nosso aprendizado, mas acima de tudo gratos por poder chegar até aqui junto com você. Para o futuro, desejamos que possamos continuar desfrutando dessa parceria e de novos momentos.

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Redação, Revista ‘Celeiro do Agronegócio’

EXPEDIENTE Diretor: Wilhiam Rodolfo Peretti Editora Chefe: Priscila Nascimento RP: 0002761/PA Projeto Gráfico/Digramação Wilhiam Rodolfo Peretti Revisão Final: Anne Arithuza Alves MTB 4509/SC Foto da Capa: Alessandra Spielmann Retrata Fotografias

Agradecimentos: ‘Agradecemos a todos que acreditaram novamente neste trabalho e nos ajudaram a produzir mais um excelente material, que leva até o homem do campo e aos leitores o agronegócio da nossa terra.

Ed. 11 - Novembro de 2020 Emails: Redação: redacaooceleiro@gmail.com Comercial: oceleirocomercial@gmail.com Contatos: Fone: (49) 98828.2224 Campos Novos Santa Catarina CEP: 89620.000

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*A Revista “Celeiro do Agronegócio” é um produto d o a g r odo n eJornal g ó c i oO Celeiro com produção anual.


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ARTIGO

BPO financeiro nas empresas rurais *Foto: Divulgação

Por: Douglas Rayzer Empresário Contábil e Palestrante

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om o avanço constante da tecnologia, a agricultura vem fortalecendo e produzindo cada vez mais, no entanto, ainda existem dúvidas por parte do produtor rural tanto de mercado, quanto gerencial. Com isso, na atividade rural, os empresários e produtores sempre estão atentos em novas tecnologias e tendências, aprimorando suas técnicas de produção. Sem deixar de lado a organização administrativa, financeira e contábil, o desenvolvimento de ferramentas de gestão auxilia no desempenho das variáveis na qual o negócio se passa. Esse desenvolvimento, ligado aos processos, busca alinhar o controle entre operacional e administrativo. Com isso, a gestão financeira é considerada como uma das questões mais importantes dentro do processo administrativo de qualquer empresa, seja esta rural ou urbana. É de ampla importância distinguir a relevância da gestão financeira sob o aspecto de um processo no qual visa à otimização dos limitados recursos disponíveis para que qualquer organização possa crescer e atingir seus objetivos. Dentro dessa visão financeira, é necessário olhar e projetar o negocio a curto, médio e longo prazo, concentrando a busca por técnicas operacionais ligadas sempre aos fatores financeiros. Dessa maneira, essa administração desejável, faz desenvolver modalidades para que as empresas rurais consigam obter indicadores, informações e principalmente controle do retorno econômico-financeiro gerado. Sendo assim, o BPO Financeiro,

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Douglas Rayzer que significa (Business Process Outsourcing), é a Terceirização dos Processos de Negócio, traz uma tendência em ter empresas parcerias, com retorno benéfico para todos os tamanhos de propriedades rurais, como um pilar no gerenciamento nas tomadas de decisões, oferecendo assim, uma proximidade cada vez maior entre as contas contábeis e os relatórios gerados, sendo fluxos de caixa, controles financeiros, patrimoniais e mostrando como o seu negócio pode funcionar. Sendo que essa necessidade visa cada vez mais

desenvolver uma estrutura melhor, evidenciando a dificuldade na organização e gestão financeira de forma eficiente. E ainda quando a propriedade ou a empresa rural começa a desenvolver falta de processos, começando a gerar problemas como erros constantes nos movimentos e nos registros, com a falta de informações e projeções de como vai o negócio. Com isso, os serviços gerados com o BPO, são adaptados como a necessidade e realidade de cada cliente, gerando um caminho interessante na humanização do processo, desenvolvendo planos e pacotes com opções na personalização do fluxo de caixa, gestão de contas a pagar e receber, conciliação bancária, análise de crédito, entre outras ferramentas e atividades geradas pelo setor financeiro. Todos esses resultados operacionais são possíveis e executáveis de uma forma mais clara e objetiva, então arrumando a casa, organizando os fluxos, padronizando os processos, pode-se fazer com que os resultados financeiros sejam alcançados e facilitados com a apresentação mais detalhada dos mesmos.

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A agricultura depois da pandemia *Foto e Artigo/MB Comunicação/Faesc

Por: José Zeferino Pedrozo Presidente da FAESC e SENAR/SC

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inda é cedo para conhecer a dimensão dos estragos humanos e econômicos da pandemia no Brasil. Ainda não se sabe tudo sobre o novo coronavírus nem sobre a doença que ele causa, a Covid-19. Existem muitas incertezas no presente e no horizonte de curto prazo. Uma das poucas convicções produzidas pelo episódio que estamos vivendo é: nada mais será como antes. Muitas mudanças e transformações ocorrerão em todas as áreas da atividade humana, seja pessoal, familiar, empresarial ou social. A agricultura não ficará de fora. Embora imprescindíveis, as medidas de combate à pandemia – especialmente o isolamento social – têm profundos efeitos econômicos: inviabilizam empresas, impedem atividades ocupacionais formais e informais, destroem empregos e derrubam a atividade econômica. O desafio crucial dos gestores públicos é definir medidas de proteção à saúde pública sem desmantelar a economia. Quando esse quadro de dificuldade estiver superado saberemos o real tamanho de nossas insuficiências em termos de rede básica de saúde, hospitais de média e alta complexidade, indústria nacional de fármacos e insumos médico-hospitalares etc. É provável que todo o sofrimento de milhares de famílias em face da perda de entes queridos amadureça a sociedade para um exercício mais consciente da cidadania. No setor primário da economia – agricultura, pecuária, pesca, fruticultura exploração mineral etc. – a presença da ciência e da tecnologia se intensificará, bem como o crescente emprego de recursos digitais. O desempenho da agricultura vem sendo definido há décadas pelo conhecimento científi-

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José Zeferino Pedroso co, mas não são todos os estamentos de produtores, trabalhadores e empresários rurais que têm acesso a ele. Políticas públicas devem ser criadas nessa direção. E nessa área vislumbramos grandes oportunidades de interação entre ações de entes públicos e privados. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e as Federações estaduais de agricultura, junto com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), têm grande contribuição a dar – como estão dando há mais de duas décadas para a modernização do campo. Um fator novo e alvissareiro é o surgimento de centenas de startups com projetos que melhoram a gestão e otimizam o aproveitamento dos recursos humanos, técnicos e naturais dos estabelecimentos rurais de pequeno e médio porte. Nosso otimismo reside na expectativa de que o envolvimento articulado e cooperativo de todos esses agentes – Senar, CNA, Faesc e startups – com o apoio estatal através do Ministério da Agricultura representará geração, transmissão e difusão de tecnologias acessíveis que acelerarão o desenvolvimento do campo.

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A evolução na gestão dentro e fora do campo *Foto: Divulgação

Por: Fernando Semin Empresário Contábil e Coach

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profissionalização da gestão nas propriedades agrícolas é tão essencial quanto nas empresas. Nos dias de hoje com toda essa informação e tecnologia é essencial saber administrar suas produções, saber gerir seus ativos e também saber lidar com as pessoas. Ter conhecimento do custo e do lucro é muito importante, mas agora o homem do campo dos dias de hoje, necessita também estar ligado em todas as variáveis que envolvem a produção e a venda. Na hora de colocar tudo na ponta da caneta deve haver mais dedicação, todos precisam estar mais ligados ao mercado, saber a hora certa de vender e comprar, saber controlar seus custos e ter uma gestão fiscal bem alinhada e, é claro, estar sempre atento para pagar seus impostos adequadamente. Nesta área eu particularmente vejo que muitos produtores estão jogando dinheiro fora, e isso acontece na maioria das vezes por falta de organização. O produtor de hoje dentro da gestão no campo, tem que saber de administração e, além disso, ter o conhecimento técnico para gerir sua produção ou criação, ele precisa conhecer e se aprofundar em ferramentas gerenciais, estar ligado não somente a tecnologia agrícola, mas também a tecnologia que lhe dará dados para uma melhor rentabilidade. A gestão de pessoas é um ponto primordial, a cada dia a mão de obra dentro de propriedade está mais especializada e estes profissionais estão cada vez mais raros no

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Fernando Semin mercado, por isso estas pessoas, na maioria das vezes, não estão somente motivada por dinheiro, elas precisam acreditar no seu futuro, no crescimento da propriedade e querer também proporcionar um ambiente de desenvolvimento e valorização rural. Quem está no campo, bem como quem tem empresas na cidade, não pode mais ficar esperando que tudo aconteça, o empresário rural, pequeno ou grande produtor, precisa buscar o crescimento como gestor, mesmo que para isso ele precise contratar uma empresa ou funcionários que gerenciem suas propriedades, o que também é válido e muito importante para ajudar no conhecimento e auxiliar na tomada de decisões. Porém, a última palavra tem que ser do Líder, mostrando o caminho, e para que isso aconteça é preciso de conhecimento, atitude e habilidade.

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Lições do cooperativismo na pandemia *Foto: Divulgação/Ocesc

Por: Luiz Vicente Suzin Presidente da OCESC

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pandemia do novo coronavírus colocou à prova muitos modelos de organização e a capacidade de reação humana. Adaptação foi a palavra de ordem. Rigorosa observância das práticas de profilaxia, higiene e conduta de segurança sanitária foi a senha para sobreviver. Nesse ambiente de atenção e preocupação destacaram-se, mais uma vez, os diferenciais do cooperativismo. As cooperativas foram criativas e inovadoras, propondo e protagonizando ações nas esferas do individual e do coletivo tanto para a manutenção das atividades profissionais e empresariais, quanto no apoio aos setores vulnerabilizados pela pandemia. Ações sociais e assistenciais ditadas pela solidariedade no atendimento a idosos, doentes, deficientes e crianças em situação de risco se misturaram às atividades de proteção aos negócios locais. Pequenos, porém, importantes encadeamentos produtivos do universo local e regional foram beneficiados com ações e campanhas de cooperativas para fortalecimento do pequeno comércio e demais atividades profissionais e empresariais que gravitam no entorno das cooperativas. A capilaridade e a extensão dessas ações fortaleceram o tecido social, aumentaram o sentido do pertencimento e mitigaram os custos humanos da pandemia. Empregos foram mantidos e famílias não caíram na miséria. Aqui aflora um efeito periférico das sociedades e empresas cooperativistas que é a evolução da sociedade locorregional envolvente, transformando-as em comunidades ativas, humanas, solidárias, libertárias e pluralistas que não esperam a ajuda do Es-

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Luiz Vicente Suzin tado: elas sabem que vencer o imobilismo e propor ações práticas no contexto do microcosmo dão muito mais resultados do que esperar que a máquina do Poder Público se mova em socorro aos cidadãos. Esse fenômeno é particularmente notável nas regiões do hinterland catarinense e brasileiro, onde a mão do Estado não alcança. Ali, a congregação de esforços em vários formatos (cooperativa, sindicato, clube, associação) viabilizou melhorias como água, energia elétrica, escola, posto de saúde, salão comunitário e outros equipamentos sociais. A simples leitura desses cenários leva a constatação de que, efetivamente, as cooperativas elevam o índice de desenvolvimento humano (IDH) dos municípios onde atuam. As cooperativas conferem protagonismo

aos cooperados e os tornam partícipes do processo comunitário. Contribui para isso o ideário que sustenta e anima o movimento cooperativista, tanto quanto os recursos materiais e tecnológicos colocados à disposição para prestação de serviços e estímulos à produção e/ou comercialização. As emergências que vieram no bojo da crise sanitária tiraram muitos cidadãos do imobilismo à medida que as estruturas públicas de saúde foram se aproximando do colapso, sem capacidade de atender a inusitada explosão de casos graves em tempo recorde. Vidas foram salvas na razão direta da taxa de solidariedade dos concidadãos. O que se confirmou na pandemia, em face de milhares de ações e campanhas exitosas dentro e fora das pequenas e grandes cooperativas, é que o ser humano nas condições extremas pode controlar o atávico instinto de preservação e estender a mão ao semelhante. A pandemia vai passar, mas essas lições ficarão, indeléveis.

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O Impacto da LGPD no Agronegócio Por: Danielle Di Domenico Bacharel em Direito

*Foto: Divulgação/Ocesc

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Sócia R&B Assessoria e Consultoria Ltda.

principal objetivo da Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD, é estabelecer regras sobre a coleta, armazenamento, e compartilhamento de dados pessoais, elencando a possibilidade em que poderão ser realizados, bem como o rol de direitos dos titulares de dados pessoais. Pela lei, o conceito de dados pessoais é toda e qualquer informação que identifique uma pessoa. A lei se aplica a todas as pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado que tratem dados de outras pessoas, afetando assim, todos os setores da economia, inclusive o agronegócio, que hoje representa 21,4% do PIB brasileiro. É comum em pequenas e médias propriedades haver um banco de dados dos funcionários, colaboradores e clientes, ficando armazenados em planilhas ou livro de registros, sendo utilizados para diversas finalidades e nem sempre para aquela em que foi coletado o dado. O Agricultor agora deverá ter cuidado de como esses dados serão utilizados e compartilhados com terceiros. A lei regulamenta não somente os dados físicos, mas também os dados digitais. Com a era da globalização digital, os dados se tornaram o principal ativo das empresas. Hoje eles têm uma grande importância para o nosso modelo de mercado atual, pois é através dos dados que as empresas conseguem informações que se transformam em conhecimento a respeito de produtos, perfil dos consumidores, o que os torna elemento essencial para o desenvolvimento da economia. O setor do agro também acompanhou toda essa evolução, trazendo para o campo uma revolução tecnológica com a

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Danielle Di Domenico modernização dos maquinários agrícolas e a busca incessante por eficiência na produtividade. Desta forma, surgiu um novo modelo de negócio no setor chamado de agropecuária de precisão, que através de tecnologias, coleta grande quantidade de dados, possibilitando realizar o mapeamento da produtividade, extração de dados sobre qualidade do solo, seleção das melhores sementes e monitoramento da safra. Porém, toda essa facilidade e evolução traz preocupação quanto a segurança desses dados, para evitar o seu vazamento ou compartilhamento indevido para outras finalidades ou instituições. Hoje, por exemplo, tornou-se possível o gerenciamento agrícola utilizando os parâmetros de espaço e tempo por meio de sistemas de geolocalização, que coletam e compartilham instantaneamente os mapas de produtividade. Tais sistemas possibilitam o armazenamento de um grande volume de dados, e estes, por exemplo, quando associados a coordenadas de uma pro-

priedade rural registrada em nome de uma pessoa física (já que as legislações brasileiras não exigem registro na Junta Comercial daqueles que exercem atividade rural) podem identificar uma pessoa e este processo está sujeito à LGPD. É muito importante que o empresário rural se atente aos contratos de fornecimento dessas tecnologias para que sejam claros e objetivos, descrevendo quais tipos de informações os fornecedores de tecnologia terão acesso, demonstrando que a sua finalidade está limitada ao acesso de tecnologias ofertadas e não à transferência de informações. Desta forma, traz uma segurança ao empresário de que todos os dados e informações estratégicas advindas do seu conhecimento de anos de experiência, o seu know-how, seja compartilhado ou acessado indevidamente. Dessa forma, é possível que os empresários rurais possam aproveitar todas as facilidades e benefícios que a tecnologia no agronegócio pode oferecer sem fragilizar seus conhecimentos técnico-negociais que lhe conferem vantagem competitiva, ou seus dados pessoais, eventualmente também coletados no curso da aplicação da solução tecnológica em questão. Quanto mais transparente e responsável este cenário, melhores serão as condições para empresas continuarem cumprindo suas missões.

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ANÁLISE

O agronegócio e a safra 2020/2021 Presidente da Coocam,

Comunicação/Coocam

João Carlos Di Domenico

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comenta cenário atual e futuro.

lgumas características vão marcar a próxima safra de verão do Brasil, entre elas o mercado aquecido para as principais culturas. Projeções já apresentam resultados positivos, conforme foi mostrado pelos especialistas e autoridades do setor durante a abertura do plantio de safra 2020/21, no final do mês de setembro, em Minas Gerais. Isso comprova mais uma vez a importância da eficiência, persistência e do trabalho do produtor rural brasileiro – profissional responsável por grande parte do desenvolvimento da economia mundial. O presidente da Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam), João Carlos Di Domenico, lembra que na região Sul, nos municípios de atuação da cooperativa, a safra 2020/21 de soja foi semeado nos últimos dias e já está com o mercado futuro praticamente garantido, com grande volume já negociado, 55% da safra, mais que o dobro da média do período do plantio. Efeitos como preços recordes na hora da comercialização dos grãos é uma injeção de ânimo aos produtores rurais. O presidente da Coocam comenta que os sojicultores já estão fazendo mercado para a safra 2021/22. O mercado mundial tanto da soja quanto do milho está atrativo, compartilha João Carlos. “O mercado mundial está muito atrativo, principalmente por causa da alta do câmbio nos últimos meses. Temos algumas previsões de La Niña e isso pode gerar alguns problemas nas lavouras, mas, espera-

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Se tem um povo com coragem e com vontade de vencer é o produtor, que nunca deixou de trabalhar”.

Crescimento

João Carlos Di Domenico mos uma grande safra, estamos trabalhando para isso. Acho que vamos ter novamente, uma produção de soja excepcional e o milho acabou entrando nesse mesmo canal de produção e comercialização”, comenta Di Domenico, completando que o Brasil além de ser o maior produtor mundial de soja, se tornou um grande player internacional de milho. Para o presidente da Coocam, o produtor ganhou dinheiro com a agricultura nos últimos anos, devido a agilidade econômica e a busca constante pela informação em todas as fases do processo, sabendo a hora certa de comprar/vender/negociar. “A gente precisa de parâmetros e conhecimento para saber onde teremos uma estabilidade maior”. João Carlos lembra que o agronegócio está sustentando a economia nacional. “Se tem um povo com coragem e com vontade de vencer é o produtor, que nunca deixou de trabalhar”.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê crescimento de 8% na produção de grãos, aproximadamente 278,7 milhões de toneladas, consequentemente haverá crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário. Somente a soja, conforme a publicação da Conab deve apresentar safra de 135 milhões e o milho deve chegar 112,9 milhões de toneladas.

Cooperativismo De acordo com João Carlos Di Domenico, o sistema cooperativista está cada vez mais necessário, sendo um balizador de preço com importante papel na economia e contribuindo com a redução da desigualdade. “Cooperativa é uma empresa, tem que sobreviver, tem que ter margem, lucros, mas, não é exploradora, é um balizador de mercado”. O setor cooperativista faz uma grande diferença na agropecuária, proporcionando saúde na economia e em diversas esferas do desenvolvimento do Brasil.

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ARTIGO

O setor agrícola além do trabalho no campo *Foto: Jornal O Celeiro

Por: Thiago W. Fagundes Empresário Contábil

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este momento de crise em todos os setores produtivos, a agricultura tem sido novamente de grande importância como mantenedora da economia brasileira. Tendo como aliado a tecnologia, que já é uma realidade nas lavouras, ela vem cada vez mais, aumentando a produtividade e tornando as áreas territoriais grandes e pequenas, ainda mais produtivas, o que é muito positivo, já que ano a ano a população aumenta, levando a pensar que em pouco tempo a questão territorial pode ser um problema a se enfrentar. Se a economia brasileira é baseada na exportação de commodities agrícolas, é fato que o mercado externo influencia fortemente o setor, e o produtor rural que é atento a estes fatores se destaca no mercado, além de também, a questão tributária e financeira influenciar no negócio rural, do pequeno ao grande produtor. Com tantos fatores externos a influenciar no agronegócio, se o produtor não tiver o devido controle tanto na produção, quanto da parte financeira, seu negócio pode dar prejuízo. Na questão financeira é preciso que o produtor aumente a receita, mas tenha formas de controlar junto as despesas. Já que a falta de cuidado com elas pode piorar inclusive sua lucratividade, ou ainda gerar prejuízos de maior escala. Na questão tributária, é preciso visualizar que os produtores rurais que exercem atividade na pessoa física, tributam imposto no REGIME DE CAIXA, que significa que o imposto a ser pago se dá através da diferença da receita, menos as despesas e investimentos, o que pode ser ainda pela presunção de 20% sobre a receita, respeitando

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Thiago W. Fagundes sempre o que consta na legislação. Ainda outra forma é o agricultor constituir um CNPJ e tributar como uma empresa. Sempre ouvimos falar que a tributação no CPF é mais barata que no CNPJ, mas não é bem assim, depende o volume negociado, o produto vendido, a margem de lucro, a forma da negociação, e diversos outros fatores, ou seja, cada caso tem que ser analisado, como isenções de produtos e benefícios que existem nas legislações. O produtor deve se atentar que, além de fazer um planejamento tributário que vise o pagamento de menos impostos, é necessário ainda o controle mensal do seu negócio para fazer um planejamento financeiro, aonde tenha um controle das suas contas a pagar, receber, despe-

sas e custos fixos e variáveis do negócio. É comum produtores levarem seus documentos para os contadores apenas na hora da declaração. Porém um trabalho de assessoramento do negócio rural, garante não apenas o simples meio de campo entre produtores e governo, mas também a profissionalização e crescimento do negócio rural em quaisquer escalas. Vale lembrar que o pequeno produtor deve se ater a controlar seu fluxo de caixa porque qualquer perda pode fazer falta na hora de pagar as contas. Já para o grande produtor, uma pequena porcentagem reduzida no custo pode trazer o aumento expressivo na margem de lucro. Hoje temos a disposição sistemas apropriados para fazer estes controles, que auxiliam no controle financeiro e orçamentário, gerando um fluxo de caixa para que o produtor consiga planejar suas compras e investimentos com mais segurança. Esses sistemas possibilitam a integração inclusive dos controles bancários para maior controle e separação das despesas operacionais das não operacionais, gerando uma DRE GERENCIAL que possibilita a análise de índices que ajudam na tomada de decisões assertivas e focadas no aumento da lucratividade.

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ENTREVISTA

Advocacia e Atuação Jurídica Pós Pandemia

*Fotos: Wilhiam Peretti/O Celeiro

Convidamos nosso colunista (Jornal O Celeiro), advogado e especialista em Direito Ambiental para falar como está vendo a sua atividade após a pandemia.

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r. Fabricio Carvalho é advogado atuante na nossa região há 20 vinte anos, sócio majoritário do escritório que leva seu nome (FABRICIO CARVALHO ADVOGADOS ASSOCIADOS), contará com sua experiência de advogado, como esta classe – que também, como tantas outras, teve reflexos diretos e indiretos com a pandemia, bem como aproveitará para falar um pouco da atividade jurídica no Agronegócio. Acompanhe: “Agradeço o convite para escrever nesta prestigiada revista, que vem colaborando todo ano com a divulgação do agronegócio não somente aqui de Campos Novos, mas em tantas outras regiões, já que nossa cidade é tida como o Celeiro Catarinense, não por acaso, mas principalmente por décadas de

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atuação de nossos produtores, sem nenhuma distinção, que hoje estão equiparados a empresas, movimentando consideradas cifras, e, como se sabe, também, sendo um dos principais setores da nossa economia, pilar de sustentação neste difícil momento de crise. Iniciando sobre os desafios da advocacia com a pandemia, não resta dúvida alguma que no início todas as pessoas – não somente os advogados – ficaram receosos de como conduziríamos nossas vidas e profissões com esta crise que iniciou sanitária e está se tornando uma verdadeira crise econômica e, também, em muitos casos, de saúde mental. Quanto ao ramo da advocacia, como está diretamente ligado aos clientes e também aos Tribunais, o primeiro deles (clientes) foi normal uma queda na busca pe-

los nossos serviços, esteja o profissional atuando em qualquer uma das áreas do direito. Contudo, aos poucos, tudo está voltando a normalidade, como já estamos vendo alguns reflexos. Como dito, a esperança é que tudo normalize, contudo, como podemos observar de comentários das mais diversas especialidades, este normal é que irá mudar, tal como, uma evidente e clara necessidade de informatizarmos este normal, buscando maior segurança nas atividades do dia a dia, talvez, pensando em preparar-se para algo que parecia estar tão distante, mas, com a pandemia, aproximou-se assustadoramente, tal como relações virtuais de negócios. E, quanto aos Tribunais, logicamente, que também foram tomados de surpresa, tendo, ainda assim, na medida do

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possível, buscado dar a melhor agilidade ao sistema, pois, a exemplo de Santa Catarina, nossos processos, com raríssimas exceções, já estavam informatizados, tramitando de forma eletrônica. Assim, em decorrência da pandemia, muitas audiências estão ou foram feitas de forma virtual, e, na grande maioria das vezes alcançaram seu objetivo. Muitos atos foram cancelados e agora – por atuação incisiva da Seccional da OAB de SC – estão sendo retomados, mesmo que de forma parcial, mas estão iniciando sua marcha. Os processos que ainda se encontram na forma física em alguns Tribunais de outros Estados, que são muitos (realidade diferente da nossa em SC), estavam suspensos e aí, realmente, houve um certo atraso no seu andamento, infelizmente. Mas, devemos reconhecer que isso foi um problema mundial e não apenas local. O dia a dia de um escritório de advocacia no quesito qualificação profissional melhorou a meu ver, pois o lado bom do “isolamento”, do trabalho remoto, é que pudemos ter acesso a muitos cursos, inclusive gratuitos, colaborando na qualificação do profissional da advocacia. Precisaremos, por outro lado, investir um pouco mais na informatização, e, logicamente, aumentará custos, o que demanda para muitos, um esforço maior, pois deverá investir na atividade em um momento difícil em que busca a retomada das suas atividades normais. Entretanto, não é diferente de nenhuma outra atividade onde a força de vontade, dedicação e laborando seu mister com amor e zelo, não tenha uma retomada certa e garantida. Certamente que sairemos dessa até mais fortes do que entramos, e quem efetivamente gosta da sua atividade e faz com prazer – não estará livre de dificuldades -, mas terá sabedoria para enfrentá-las. Empreender no Brasil é para quem, como diz o ditado popular, “tem nervos de aço”, e isso aqueles que atuam a frente do agronegócio sabem “de cor e salteado”, “de frente para trás e de trás para frente”. Apesar de o Brasil possuir uma das legislações mais rigorosas do mundo em matéria ambiental, é uma verdadeira potência no agronegócio, o que trouxe ao nosso agricultor uma associação muito boa entre a preservação e o de-

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Dr. Fabricio Carvalho, Advogado

senvolvimento de suas atividades, demonstrando que é perfeitamente possível conciliar esses dois fatores. Não existe nenhuma atividade no Brasil hoje que preserve mais o meio ambiente do que a produção rural, ao contrário do que erroneamente muitos pensam, e na nossa região isso é facilmente constatado. A área preservada do Brasil é mais que o dobro da média mundial. Agricultura brasileira tem 10% de ocupação do total da área nacional. E mais, quem já teve a possibilidade de negociar uma área rural ou aqueles que possuem intimidade com a seara cartorial do Brasil, em especial a registral (Ofício de Registro de Imóveis) sabe que ninguém consegue a transferência de uma área vendida se não estiver com o CAR – Cadastro Ambiental Rural – devidamente cadastrado. A agricultura Brasileira é sinônimo de sucesso mundo afora. Para os leigos do ponto de vista jurídico, é tolerável a falta de compreensão quando o Poder Público incentiva o empreendedor a abrir ou expandir seus negócios, e o outro setor – do mesmo Poder Público – atua com rigorismo, muitas vezes deixando de lado qualquer atenção a alguns princípios

da própria seara jurídica, que estão dispostos na nossa Constituição inclusive – princípio da razoabilidade e proporcionalidade. E aí reside uma queixa não só da comunidade jurídica – em especial a classe dos advogados – mas, também, do cidadão cumpridor de regras, que é uma total insegurança jurídica que nos traz essa extraordinária quantidade de leis, normas, resoluções, portarias, que disciplinam o trato no dia a dia da atividade ligada ao meio ambiente. A classe da advocacia busca, sem dúvida alguma, acelerar ou pelo menos manter o ritmo célere dos processos, para que o próprio Estado dê a devida prestação aos seus jurisdicionados. A pandemia antecipou muito sobre a tecnologia em todas as atividades, incluindo, também, a do agronegócio, exemplo disso são as “empresas paperless” (sem papel), onde contratos são assinados em questões de minutos, sem reconhecimento de firma, arquivos são localizados rapidamente. Essa é a era digital! Contudo, a base do conhecimento continua sendo o pino de centro, o fiel da balança, para que se mantenha sempre como o condutor ao êxito em nossas profissões ou empresas.

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FERTILIZANTES

Investimento em crescimento no campo

*Fotos/Imagens e Informações: ASCOM/Fecoagro

Cooperativas da Fecoagro aprovam investimentos de R$ 20 milhões nas fábricas e foca na produção de fertilizantes especiais

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s fábricas de fertilizantes da Fecoagro, localizadas em São Francisco do Sul, terão novos investimentos de R$ 20 milhões para modernização de equipamentos, para melhoria da qualidade e agilidade na produção na indústria. A decisão foi tomada em reunião conjunta dos Conselhos de Administração e Fiscal da entidade realizada em São Francisco do Sul com a participação remota de três dos seus integrantes direto do Oeste; e os demais membros que representaram todas as cooperativas associadas presencialmente na Unidade de Fertilizantes. A reunião foi prestigiada com a presença do Secretário da Agricultura do Estado Ricardo de Gouvêa e do representante do Ministério da Agricultura, André Vallim. Os investimentos, cujos

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recursos estão sendo buscados junto ao BRDE, dentro do Prodecoop do Plano Safra, devem iniciar no final deste ano para aproveitar o período de entressafras da produção de fertilizantes, haja vista que deverão ser substituídos equipamentos hoje em operação que estão necessitando de modernização por tecnologia de produção mais atual. Além da aprovação dos investimentos, a reunião de São Francisco também possibilitou que as cooperativas visitassem as novas instalações do laboratório de análise de adubos e as ampliações administrativas e técnicas na fábrica. O presidente da Fecoagro, Claudio Post, explicou o que foi aprovado e os objetivos desses novos investimentos: “Depois de muito tempo, mesmo seguindo os protocolos exigidos pela pandemia, nos reunimos

em São Francisco do Sul, onde diversas lideranças cooperativistas foram conferir as últimas reformas e adequações que a indústria fez, e também aprovaram um plano de investimento para o próximo ano na ordem de R$ 20 milhões de reais. A fábrica de fertilizantes da Fecoagro está há mais de 15 anos em atividade num sistema bastante corrosivo: as máquinas estão depreciadas e precisam de investimentos; também a modernização para obter maior produtividade, visando custos menores. Foram decisões muito importantes. Além disso, nós tivemos o prestígio da presença do fiscal do Ministério da Agricultura, André Vallim, que fiscaliza a produção dos nossos fertilizantes e deu a certificação para o nosso moderno laboratório que temos na indústria, laboratório credenciado pelo Mapa para fazer as análises químicas dos di-

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versos produtos que nós manipulamos, bem como, das demais empresas de Santa Catarina. Também tivemos a importante presença do secretário de Agricultura de Santa Catarina, Ricardo de Gouvêa, que foi conhecer in loco a grande indústria de fertilizantes, como todo processo funciona e confirmando a parceria que tem com a Fecoagro. Prestigiou também o presidente da Ocesc, Luiz Vicente Suzin, que já foi presidente da Fecoagro, e trouxe importantes contribuições para o enriquecimento da nossa reunião. Portanto, agradecemos todo o corpo de diretores, gerentes da nossa Fecoagro e todos os dirigentes cooperativistas que estiveram presentes na reunião prestigiando e conduzindo o futuro da nossa Fecoagro”.

Selo Algen Sempre preocupada em oferecer alternativas de fertilizantes com mais tecnologia para aumentar a produtividade no campo, a Fecoagro lançou neste ano mais dois novos produtos em Santa Catarina. Fertilizante NOBRE e COOPERPASTO com ALGEN e O COOPER N +. As linhas de fertilizantes NOBRE e COOPERPASTO apresentam em sua composição além dos nutrientes básicos como nitrogênio, fósforo e potássio os micronutrientes essenciais, contribuindo para o melhor aproveitamento pela planta. Para aumentar ainda o potencial, a Fecoagro em parceria com a empresa Oceana Minerals, disponibilizou no mercado o FERTILIZANTE NOBRE com ALGEN e COOPERPASTO com ALGEN.

LINHA DE FERTILIZANTES ESPECIAIS

Plantio

O fertilizante NOBRE e COOPERPASTO com ALGEN melhora o aproveitamento dos nutrientes aplicados no solo, fornece cálcio e magnésio e um balanço de mais de 70 nutrientes minerais e orgânicos de alto aproveitamento das culturas e assegurando assim maior produtividade. As formulações disponíveis com exclusividade nas cooperativas da Fecoagro são para pastagens, soja, milho, feijão e hortifrutigranjeiros. É o cooperativismo catarinense inovando e preocupado em oferecer produtos de qualidade e de alta produtividade para aumentar os resultados dos agricultores cooperativados. A empresa produtora do ALGEN, a Oceana Minerals, está disponibilizando à Fecoagro um profissional técnico com objetivo de dar

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suporte às cooperativas na geração de demanda por meio de treinamentos, divulgação técnica e ações no campo sobre o novo produto. O Algen é produzido 100% com alga marinha Lithothanmium, agregando valor através de nutrientes equilibrados e que melhoram as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, promovendo uma nutrição com mais qualidade gerando maior produtividade em todas as culturas. A Fecoagro possui formulações especiais com matéria prima de alta qualidade visando gerar grandes resultados agronômicos, atendendo de forma mais completa as necessidades das plantas e, com isso, aumentando a rentabilidade das lavouras.

Cooper N+ O novo produto COOPER N+ já disponível nas cooperativas, é uma ureia aditivada com dupla proteção, o inibidor de urease N-(n-butil) tiofosfóricotriamida (NBPT) e de nitrificação dicianodiamida (DCD) que minimizam as perdas de nitrogênio (N), garantindo maior proteção e aproveitamento do nitrogênio pelas plantas, conferindo maior produtividade e rentabilidade no campo. É mais um produto diferenciado produzido pela Fecoagro. Mais informações podem ser obtidas com a área técnicas das cooperativas ou consultores da Fecoagro.

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EDUCAÇÃO

Unoesc mantém fazenda e atividades para a comunidade em funcionamento Apesar da pandemia, a Unoesc Campos Novos permaneceu atuante, prestando serviços a toda região, além de seguir com as aulas teóricas por meio das tecnologias remotas.

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ste ano foi de grandes desafios e muitas mudanças para todos, a pandemia instaurada pelo novo Coronavírus afetou todos os setores e a Educação foi um deles. Nesse contexto, a Unoesc Campos Novos, se reinventou e adaptou-se ao “novo normal”. Sempre atenta aos seus valores e a sua missão, se reorganizou para que seus estudantes não fossem prejudicados, nem a comunidade ficasse sem os serviços oferecidos. Um dos serviços imprescindíveis para a comunidade regional, disponibilizado pela Universidade, é a análise de solo, conforme explica o Diretor da Unoesc Campos Novos, professor Diego Gadler. O Campus seguiu atendendo os agricultores durante todo o ano, sob a coordenação da professora doutora, Analu Mantovani. “Com número de colaboradores reduzido e as entregas on-line nos adapta-

mos a atual realidade do país, mas não deixamos de realizar as análises e entregar esses, que são importantes resultados, para correção do solo e adubação”, enfatiza Gadler. Já a Fazenda Experimental, continuou com suas atividades de manejo de solo e animais com a vacinação dos ovinos e também a reprodução dos mesmos, acompanhadas pelo professor Fábio Gomez, coordenador do curso de Medicina Veterinária, juntamente com o professor Gustavo Khral e sua equipe de acadêmicos que, intercalando turnos e atividades, não deixam a fazenda desassistida. Outra boa novidade foi o setor de ovinocultura implantado para atender a demanda de aulas práticas para os cursos de Medicina Veterinária e Agronomia e cumprir um papel de desenvolvimento técnico da ovinocultura de corte para a região. Conforme relata o professor, foi implantado

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a avaliação de diferentes cruzamentos entre raças de ovinos para o desenvolvimento de uma fêmea ovina cruzada, que apresente maior incidência de partos duplos e que tenha habilidade materna. O plantel é composto por 50 fêmeas das raças Texel, Ille de France, Hampshire Down e Crioula, e três machos das raças Lacaune, Hampshire Down e Crioula. Nesta estação reprodutiva já ocorreu o nascimento de 40 cordeiros, que irão compor o plantel de avaliação de desempenho produtivo e reprodutivo para determinar o melhor cruzamento. A colheita do milho para fabricação de silagem e subsequente alimentação dos animais foi outra atividade que se manteve durante o ano sob a supervisão do professor doutor, Rafael Mergener e outros dois pesquisadores da graduação, que colheram o cereal e encaminharam as parcelas de milho para análises de produtividade, trilhando as amostras para obtenção dos dados científicos.

Ainda referente à Fazenda Experimental, o Diretor destaca que a próxima etapa será a compra de bovinos, devido a evolução das atividades práticas dos cursos e da pastagem, além dos piquetes estarem prontos, aguardando a chegada dos animais. Uma criação de codornas e outra com coelhos foi iniciada, voltadas para atividades práticas. Quanto a virtualização das aulas

teóricas, o diretor da Unoesc Campos Novos, enfatizou que os professores de todos os cursos estão trabalhando muito e recebendo todo o apoio para que as aulas aconteçam, não prejudicando a formação dos acadêmicos. “Parabenizo os professores, acadêmicos e colaboradores que estão sendo muito prestativos e se auxiliando mutuamente”, finalizou o professor. *Fotos: Divulgação/Unoesc

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AVALIAÇÃO

Epagri lança publicações sobre o desempenho do Agronegócio

Em evento online foram apresentados alguns resultados alcançados pelo setor em Santa Catarina.

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Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) lançou em junho duas importantes publicações sobre o desempenho do agronegócio referentes aos anos de 2018 e 2019, são elas: a ‘Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina 2018/2019’ e o ‘Indicadores de Desempenho da Agropecuária e do Agronegócio de Santa Catarina 2018/2019’. As publicações apresentam uma análise descritiva do setor nos últimos dois anos, enfatizando a importância de sua atuação para a economia e desenvolvimento socioeconômico, principalmente na geração de emprego e renda. O evento foi realizado online pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola – Epagri/Cepa, unidade especializada em informação e planejamento para o desenvolvimento agrícola, pesqueiro e florestal de Santa Catarina. A Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina 2018-2019 está em sua 40ª edição e analisa o mercado catarinense inserindo-o nas perspectivas mundial e nacional. Valor bruto da produção da agrope-

cuária, desempenho das exportações do agronegócio, crédito rural e desempenho da produção vegetal são algumas das análises que compõem do documento. Já a publicação ‘Indicadores de Desempenho da Agropecuária e do Agronegócio de Santa Catarina’: 2018 e 2019 reúnem dados que refletem os resultados mais relevantes alcançados com os cultivos e criações de Santa Catarina, em termos produtivos e mercadológicos. Ambos já estão disponíveis para consulta no site da Epagri. Na reunião não houve uma apresentação de todos os dados, mas foram apresentados alguns números que foram destaque. Reney Dorow, gerente do Cepa, avalia a importância das publicações para ajudar os envolvidos no agronegócio. “Tanto para o agente público, quanto para o agricultor ou para o pesquisador, temos uma rique-

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*Imagens: Divulgação/Epagri, Gov-SC

za de dados e informações que podem auxiliar na melhor tomada de decisão relativa aos agronegócios em Santa Catarina”, descreve o gerente. Ele conta ainda que os lançamentos estavam agendados para março, como acontece anualmente, mas a agenda precisou ser adiada em virtude da pandemia da Covid-19”, afirmou. O secretário de agricultura do estado, Ricardo Gouveia, participou e falou que o lançamento e os bons resultados mostrados são uma boa noticia em meio a tantas notícias ruins relacionadas a pandemia. Edilene Steinwandter, presidente da Epagri, também se pronunciou sobre a importância deste projeto: “Essas publicações expressam o compromisso de excelência que a Epagri tem agricultura de Santa Catarina.”

Síntese anual e Indicadores de desempenho mostram a realidade do campo e da produção no estado de Santa Catarina

Agronegócio registrou crescimento

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As publicações foram elaboras e coordenadas por engenheiros agrônomos que atuam na Epagri e fazem estudos e avaliações dos acontecimentos do agronegócio. O agrônomo Luiz Toresan, um dos coordenadores do projeto, apontou alguns dados dos Indicadores de Desempenho e mostrou um crescimento nos últimos anos, apesar de haver também registro de quedas. “A perspectiva para 2020 foi de uma queda de valor na produção da pecuária e que será compensado pelo aumento de valor das lavouras e das frutas. Este ano está sendo um ano bom de preço dos produtos vegetais, mas não sabemos como vai fechar o ano. Cerca de 60% do nosso agro está baseado na pecuária. Suínos e frangos são classificados como os mais importantes no estado, representando quase 40% do valor da produção. Depois de 19 anos os suínos superam o valor do frango. O suíno está tendo uma expansão significativa puxado pelas exportações”, declarou. Quanto a exportação houve um salto significativo e que havia sido previsto também para 2020, conforme explicou o agrônomo. “Monitorando desde 2013 vemos uma evolução agrega-

da do índice de produção e do índice de preços. A produção se elevou e os preços tiveram queda. Em termos de área e produtividade observamos que desde 2016 há uma pequena redução de área cultivada, mas aumentamos em produtividade. No comércio exterior, historicamente o peso do agro no volume em dólares exportado pelo estado sempre ficou acima de 60%, nos dois últimos anos este índice subiu para 68%. O agro vem crescendo em importância na pauta de exportação de Santa Catarina. Nos cinco primeiros meses de 2020 a participação do agro subiu para 71% com destaque para o frango, representando ¼ do valor global da exportação do estado. A soja no ano passado não teve um desempenho grande no valor das exportações, mas esse ano teve um crescimento expressivo de mais de 50% ganhando espaço na exportação do agro”, destacou. Santa Catarina detém participação efetiva na exportação, no global o estado é responsável por 6.4% do valor exportado pelo agro brasileiro, segundo o coordenador este é um número expressivo.

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INOVAÇÃO

Genius investe forte para oferecer tecnologia aos produtores *Foto: O Celeiro

Descompactador lançado na empresa agrega valor a lavoura e promove maior produtividade

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homem do campo tem se beneficiado com todo o aporte tecnológico que vem surgindo ao longo dos anos. As inovações trouxeram e ainda trazem soluções que aumentam a produtividade e rentabilidade das famílias, refletindo no crescimento da agricultura, que é referencia no estado. Hoje o trabalho braçal tem sido substituído por máquinas potentes. Em Campos Novos, a Genius lançou o Descompactador Status, maquinário que ajuda a preparar o solo com alta eficiência. A novidade surgiu para cuidar e dar vida ao solo, que muitas vezes é o mais afetado e menos cuidado na plantação. O Descompactador Status é um produto da Genius que promete inúmeros benefícios ao solo e a lavoura. O portfólio do produto diz que ele descompacta o solo de maneira completa em sua estrutura sem revolver as estruturas das raízes. Além disso, ele garante homogeneidade nas linhas e entre elas, permitindo que os corretivos de PH e a água de chuva atuem em todo o perfil do solo. O maquinário foi fabricado em aço reforçado e com sistemas que permitem fácil e precisa regulagem de altura do sulco, sendo possível variar a profundidade de trabalho das hastes através de calços. As hastes são montadas com sistema de desarme para a proteção do equipamento contra impactos. Seu desenho e ponteiras foram projetados em material nobre para serem usados nos mais variados solos. Os discos de cortes foram projetados com maior capacidade de

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Eduardo Zortéa na apresentação a campo do Status corte de solo. A aplicação é feita com alta eficiência em solos compactados, sistemas de regulagem de altura e flexibilidade no movimento do giro do sistema. Eduardo Zortéa reconhece a importância da tecnologia, e relata a eficiência deste maquinário, visto que o solo é degradado, mas não recuperado. “Fomos percebendo que não estávamos conseguindo recuperar o solo a altura de sua necessidade. E isso não nos faz um bom produtor. Precisávamos fazer mais. Utilizamos tecnologia em fertilizante, em biológicos, mas esquecemos da matéria mãe que é o solo. Nos lembramos do solo e do quanto precisamos dele, mas não estamos cuidando dele com carinho. Estamos dando vida ao solo novamente. Temos um descompactador que remove uma camada de cinqüenta centímetros de solo. Ele eleva o solo sem tirar sua estrutura. Não mexe na raiz. O agricultor vai fazer uma coisa consciente e bem feita e a rentabilidade será uma conseqüência do investimento. A lavoura irá ganhar qualidade”, afirmou. O empresário comentou ainda que alguns métodos de trabalho realizados nas lavouras são prejudiciais ao solo. “Antigamente tínhamos os pés de pato que causava

um dano imensurável e as grades também fazem mal ao solo. Isso não é bom para a agricultura. Não estamos dando condições para as culturas. Usamos muitos biológicos e isso facilita a vida estrutural, mas também precisamos ter por onde caminhar dentro do solo para poder sobreviver e dar as condições necessárias para ele. Nossa região é destaque na agricultura e nossa busca foi trazer coisas diferenciadas e que fossem melhores para o agricultor. Nosso equipamento supre essa necessidade”, completou. O Descompactador Status é mais um aliado ao agricultor que quer garantir qualidade as suas atividades. Equipamentos como este colaboram para levar a agricultura a um nível de excelência. O Brasil e a região Sul, que é referência como grande produtor de alimentos, investe sem medo para ter o melhor em suas atividades. “A máquina apresenta subsoladores que vão ao subsolo com uma haste e faz apenas um risco sem movimentos entre as linhas do solo. É completamente diferente de qualquer um que existe no mercado. Queremos dar isso ao produtor. Ela proporciona ao produtor mais sucesso nas suas atividades e de forma diferenciada”, garantiu Eduardo Zortéa.

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TECNOLOGIA

Pix sem mistério é inovação para associados do Sicoob *Imagem e informações: Sicoob/Campos Novos

Método de pagamento chega até instituições financeiras para facilitar a vida dos clientes

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riado pelo Banco Central do Brasil o Pix é uma solução que está chegando aos clientes do Sicoob de uma forma diferente, ele é uma solução desenvolvida para realizar pagamentos e transferências de forma instantânea e barata. A partir de 16 de novembro de 2020 a ferramenta facilitou a rotina de milhares de brasileiros com transações que podem ser realizadas 24 horas, todos os dias do ano, inclusive nos sábados, domingos e feriados. Além de rápidas e seguras, as transações entre diferentes instituições, financeiras e de pagamento, ocorrerão em até dez segundos, uma inovação no que se refere a este tipo de transação. Tanto o Sicoob quanto outras instituições já iniciaram o auxílio a clientes/associados no cadastramento. Quando cadastrado cada cliente terá a sua ‘Chave Pix’, que aparecerá no aplicativo Sicoob, ela é a identificação dos dados do cliente na instituição financeiram, ou seja, não precisa informar número e nome da cooperativa, número da agência, entre outros, fácilitando o acesso intuitivo e rápido. Uma das vantagens para o associado utilizar o Pix é o fato de enviar e receber quantias monetárias instantaneamente, a partir de diversos meios, inclusive através de smartphones. Outra vantagem é que pessoas físicas não terão custo para realizar as transações. Já para as pessoas jurídicas há um valor a cada recebimento, mas, os valores são muito abaixo do que o previsto em outros meios de pagamento, outra diferença é que o Pix traz a liberdade do uso ilimitado ao realizar transações de qualquer tipo e valor.

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As transferências e pagamentos podem ser: uEntre pessoas, no caso de transferências; uEntre pessoas e estabelecimentos comerciais, incluindo comércio eletrônico, por exemplo na compra; uEntre estabelecimentos, como pagamento de fornecedores; uPara ente governamental, no caso de pagamentos de taxas e impostos; uPara pagamentos de salários e benefícios sociais e de convênios e serviços.

Métodos No aplicativo Sicoob, é possível registrar até cinco chaves no Pix Pessoa Física e vinte chaves Pessoa Jurídica, utilizando os

seguintes dados: endereço de e-mail, número do CPF ou CNPJ, número do telefone celular e chave aleatória (gerada pelo app com números, letras e símbolos). As transações são realizadas com autenticação digital e passam pela Rede do Sistema Financeiro Nacional do Banco Central. uVai pagar? Os pagadores poderão realizar um Pix por pelo menos três formas diferentes: Chave, NFC e QR Code. uVai receber? Cada recebedor poderá escolher livremente qual ou quais tipos de pagamento instantâneo ele aceitará: Chave Pix e QR Code Estático ou Dinâmico. uQuer saber mais? Procure o Sicoob e faça seu cadastro! Daqui para frente, transferir, pagar e receber será diferente! Leva menos de um minuto. Cadastre seu Pix!

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SEGURANÇA

Aprosesc relata denúncias de sementes piratas Secretário executivo do órgão desabafa sobre prejuízos e necessidade de combate a prática

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Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do estado de Santa Catarina (APROSESC), representa e defende o setor sementeiro, no estado de Santa Catarina e nesta função trabalha a questão do uso nos plantios para produção de grãos, firmes na argumentação de que semente é semente e tem certificação, fora deste contexto é grão, como define o secretário executivo do órgão, Engenheiro Agrônomo Valmir Pavesi. Para a cadeia produtiva do AGRO a semente é o insumo básico, o maior e mais forte dos alicerces, o mais importante na implantação das lavouras. Tem muita tecnologia envolvida na criação e pesquisa dos programas genéticos de desenvolvimento das variedades. Nos campos de reprodução, tem Responsável Técnico (RT) com credenciais junto ao Registro Nacional de Sementes e Mudas – (RENASEM- MAPA). O seu escopo comercial é passível de rastreabilidade, desde a origem até a colheita. E mais, as garantias mínimas previstas em lei, de pureza genética e qualidades fisiológicas para os parâmetros de germinação e vigor, e sabidamente tem nome, portanto sua origem é conhecida. “Safra após safra nos deparamos com denuncias de produção e comercialização de GRÃO. Como assim? Nos moldes de saco branco, travestido de sementes. Surpresa não nos causa, mas provocam ações no intuito de informarmos as autoridades do Ministério da Agricultura, quando nos deparamos com esta situação. Informações da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM), dão conta de índices alarman-

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tes no Brasil, quando tratamos de semente de feijão, e o seu uso, apontando a 90% o pirateio. Na soja inferiores a 30%, e milho com menor intensidade chega ao patamar de 8%. Para as forrageiras, aveia e avezem, somos inundados com ofertas de grão a volumes estratosféricos, uma preocupação constante porque sabemos que sempre o perdedor é o produtor que compra este grão”, desabafa o secretário. Considerando que o mercado de sementes no Brasil é de R$ 9 Bilhões, baseados nos percentuais de ilegalidade colocados acima, pode se chegar a R$ 3,3 Bi, pactuado entre o que deixa de circular com impostos não recolhidos, pagamentos de royalties, empregos não gerados e diminuição de divisas ao setor sementeiro ,multiplicadores e obtentores. Santa Catarina, importador de outras tantas sementes sente um grande problema quando nos deparamos principalmente com as forrageiras (Aveia/Azevem). Anualmente somos inundados com ofertas de grão a volumes estratosféricos, uma preocupação constante porque sabemos que sempre o perdedor é o produtor que compra este grão. A soja, com o valor agregado maior e demanda, os valores ultrapassam R$ 300 milhões. Numa breve

análise vê-se pelo estado afora, que há micro regiões de produção de soja onde a ilegalidade pode estar nos colocando numa faixa de cerca de 30% de grão pirateado como semente. A partir de janeiro de 2021 a APROSESC, junto com demais entidades estaduais estará nos eventos agrícolas divulgando a campanha “SEMENTE PIRATA ESPANTA A PRODUTIVIDADE”, uma forma de esclarecer aqueles produtores desavisados sobre a necessidade de adquirir SEMENTES CERTIFICADAS. “O uso de semente salva é uma pratica legal prevista em lei permitindo ao produtor salvar este grão para plantar na sua própria área na próxima safra desde que siga as normas e procedimentos estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, e junto a este prestar conta dos volumes e tamanho de área, mas vejam o que não o habilita ao comércio. Não podemos ser ingênuos também ao ponto de que saco branco é boa coisa? Para finalizar, semente é o que se planta para produção, e grão é o que se consome. SEMENTE É UM SER VIVO”, completou.

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MEIO AMBIENTE

Política Estadual de Defesa Sanitária Vegetal foi implementada no estado A Lei tem a intenção de preservar a sanidade vegetal e a produção de alimentos no Estado.

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s normas são para impedir a entrada de pragas ou doenças que possam causar prejuízos aos agricultores catarinenses. A Lei, construída pelo Governo do Estado em harmonia com o setor produtivo, foi sancionada pelo governador Carlos Moisés da Silva em dezembro de 2019. Com a Política Estadual de Defesa Sanitária Vegetal, Santa Catarina terá normas adaptadas para a sua realidade e não mais seguindo apenas as diretrizes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os catarinenses poderão elencar quais as pragas prioritárias para o estado e quais as medidas para se prevenir. O secretário adjunto da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Ricardo Miotto, explica que o marco regulatório traz mais segurança não só para o produtor rural, mas também para toda a sociedade. “Esta é uma política pública moderna, dinâmica e extremamente atual, construída em parceria com o setor produtivo e que irá atender as necessidades dos agricultores catarinenses. Uma vitória para Santa Catarina porque colocamos a sanidade vegetal em outro patamar, assim como já fizemos com a sanidade animal. É uma grande vitória de todo setor agropecuário catarinense e que traz benefícios também para toda sociedade”, ressalta. Segundo o gestor do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal, Alexandre Mees, a nova legislação traz um novo

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cenário para a defesa agropecuária de Santa Catarina. “Agora poderemos ter um cuidado ainda maior com as ações específicas de Santa Catarina. Essa é uma demanda também

dos produtores rurais que pedem mais rigor no combate à irregularidades que possam trazer pragas e doenças para o estado”, destaca.

Penalidades O Governo do Estado em parceria com o setor produtivo parte agora para a construção do Decreto Regulamentador da Política Estadual de Defesa Sanitária Vegetal, além da criação da Câmara Setorial da Defesa Sanitária Vegetal – que servirá de fórum para discussão e elaboração de políticas voltadas para o setor produtivo. Em Santa Catarina, as ações de defesa sanitária vegetal são executadas pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, em harmonia com as diretrizes do Ministério da Agricultura e do próprio setor produtivo. Segundo o gestor do Departa-

mento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal, Alexandre Mees, a nova legislação traz um novo cenário para a defesa agropecuária de Santa Catarina. “Agora poderemos ter um cuidado ainda maior com as ações específicas de Santa Catarina. Essa é uma demanda também dos produtores rurais que pedem mais rigor no combate à irregularidades que possam trazer pragas e doenças para o estado”, destaca. A Política está focada no monitoramento, vigilância, inspeção e fiscalização da produção e do comércio de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal no estado. A intenção é preservar a sanidade vegetal e a produção de alimentos, dando mais segurança para os produtores rurais, consumidores e autonomia para a fiscalização de irregularidades.

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REPORTAGEM DE CAPA

Tecnologia e comunicação no campo em meio à pandemia O processo de informatização no campo acelerou neste período de isolamento para que a comunicação e os negócios fossem mantidos.

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o ler as páginas desta edição da revista Celeiro do Agronegócio você vai se deparar muitas vezes com a expressão tecnologia, reinvenção e superação. Estas foram algumas das palavras que marcaram 2020, um ano inesquecível e cheio de dificuldades devido a explosão de uma pandemia que há anos o mundo não presenciava. Mas as pessoas e os negócios se reinventaram e estão lidando bem com as dificuldades apresentadas. Para evitar o contágio da Covid-19, a medida de isolamento social foi praticada em quase todos os países, prejudicando a economia mundial de forma absurda. Neste ínterim, a tecnologia e a informatização foi o portal para a comunicação e interação entre familiares, amigos e para relações de negócios. Os encontros e

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reuniões pessoais passaram a ser virtuais e em na reta final de 2020 a população mundial já se acostumou a interagir pela internet. O processo de informatização já era uma previsão, mas a pandemia acelerou este processo e hoje a população tem se tornado cada vez mais dependente das ferramentas tecnológicas e podemos concluir que imergimos na era digital. Mas o que tudo isso tem a ver com o agronegócio? Tudo. Atualmente as ferramentas digitais disponíveis ajudaram a resolver os negócios e a promover a comunicação no campo em tempos de pandemia. Entre o plantar, o colher e a chegada até o consumidor final existem fases, entre elas a comunicação e a informatização, que são essenciais neste processo. Antes de adentrar este cenário atual vale fazer uma retrospectiva de como a tecnologia vem sendo empregada no meio rural auxiliando no desenvolvimento e crescimento do agronegócio. O trabalho iniciado e construído por mãos humanas se viu aos poucos sendo tomado por máquinas e tecnologias empregadas para acelerar a produtividade e renda do produtor. O progresso no campo conseguido através de novos implementos, novos manejos inovou e elevou o agronegócio no Brasil e no mundo. A modernidade promovida pelas tecnologias empregadas que permitiram que o agricultor deixasse de ser colono e se tornasse um grande empresário e as propriedades deixaram de ser lavouras familiares para tornarem-se empresas firmadas. Hoje a tecnologia vai além e passa a ser fundamental para a interação e relações virtuais de negociações e comunicação entre os produtores. Recentemente a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) realizou uma pesquisa para avaliar o cenário da agricultura no meio digital no Brasil. O uso de ferramentas digitais para comercialização, soluções digitais, infraestrutura de conectividade e falta de conhecimento sobre as tecnologias disponíveis foram alguns tópicos levantadas com cerca de 750 pessoas que participaram da pesquisa, entre produtores rurais, empresas e prestadores de serviço sobre tendências, desafios e oportunidades para a agricultura digital no Brasil. O trabalho foi uma parceria entre a Embrapa, o Ser-

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Drones, celulares, aplicativos, tablets, através de tudo isso o produtor entra cada vez mais na tecnologia para acompanhar de perto a sua lavoura de forma digital viço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e revelou que 84% dos agricultores brasileiros já utilizam ao menos uma tecnologia digital como ferramenta de apoio na produção agrícola. O resultado apontou que as facilidades proporcionadas pela internet permitem que o produtor tenha acesso a novas tecnologias. A Embrapa divulgou em seu site algumas informações sobre os resultados da pesquisa. “Mais de 70% dos produtores rurais que responderam à pesquisa disseram que acessam a internet para interesses gerais sobre agricultura. Já as redes sociais, como o Facebook, e os serviços de mensagem, como o WhatsApp, foram apontados por 57,5% deles como meios utilizados para obter ou divulgar informações relacionadas à propriedade, comprar insumos ou vender sua produção. Cerca de 40% dos produtores disseram que vêm usando essas novas tecnologias como canal para a compra e venda de insumos e da produção e, ainda, em torno de um terço deles utiliza soluções digitais com o objetivo de mapear a lavoura e a vegetação e para a previsão de riscos climáticos. A pesquisa mostra um retrato atual de como esses produtores rurais estão utilizando a internet, aplicativos de celular, drones, entre outras tecnologias, e também um panorama das suas expectativas e dificuldade.

A empresa também participou no último mês de um seminário, realizado virtualmente, com representantes do setor agrícola e do setor de comunicação e tecnologia para debater e levantar o avanço nesta área. Silvia Massruhá, pesquisadora da Embrapa destacou diversos recursos tecnológicos já disponíveis no Brasil, que atendem tanto a produtores rurais de grande porte como agricultores familiares. Algumas ferramentas apresentadas interconectam produtores rurais, profissionais do setor e entidades governamentais, melhorando o fluxo de informação. Silvia lembrou que o uso cada vez mais disseminado de smartphones e de aplicativos segmentados para o setor tem transformado a aceitação da tecnologia por parte dos produtores. Outro fator é a mudança no perfil do agricultor, mais jovem, e do consumidor, mais exigente sobre a transparência no processo de produção. Já quanto à pandemia, ela acredita que serviu como um acelerador para a importância dada às Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). “O lado positivo da pandemia é que ela tem funcionado como um acelerador de futuro, por meio das tecnologias digitais. O que talvez levasse décadas para ser incorporado, especialmente em um setor conservador como o agro, os produtores de pequeno e médio porte têm procurado cada vez mais a tecnologia”, afirmou.

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Campos Novos, com toda sua vocação agropecuária, hospeda importantes empresas cooperativistas que atuam de forma exemplar nesta pandemia, mantendo suas atividades em dia. Para tanto essas tecnologias se tornaram importantes para realização de reuniões, encontros, e orientação. Acompanhamos pela imprensa local o esforço empreendido e as ações virtuais promovida durante estes meses. O diretor-presidente da Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam), Paco, confirmou o que a informatização proporcionou. “Houve muitas benesses. Com a pandemia aprendemos a utilizar a tecnologia disponível de comunicação, isso agilizou e os negócios não pararam. Hoje temos muitas reuniões por vídeo”. Porém, Paco destaca que apesar de ter sido uma solução em meio a pandemia, este processo pode ter o lado ruim. “Perdemos o contato pessoal que é uma coisa importante. Eu gosto do contato com as pessoas para cumprimentá-las pessoalmente. O contato pessoal é importante nos negócios. Sinto muita falta disso. Este processo distante torna tudo muito frio. Não temos outra opção, para dar andamento nos negócios tivemos que utilizar as ferramentas tecnológicas disponíveis para nos comunicar e continuar o trabalho das empresas”. Os produtores mais experientes também são alcançados pela tecnologia, e visto que ela se faz necessária eles têm aprendido a manuseá-las. “Sempre temos um jovem por perto para resolver problemas. E as dificuldades do celular hoje estão quase zeradas. Por exemplo, o celular se tornou um dispositivo de fácil manuseio. O grande sucesso do celular está no fato dele ter simplificado o simples. E a parte da comunicação é ainda mais fácil”. Mesmo com o fim da pandemia o uso das tecnologias de comunicação vai continuar sendo aproveitado, já que por meio deste recurso as distâncias foram diminuídas e a busca por soluções se tornou mais acessível. “As facilidades não costumam voltar para trás. Nós evoluímos e vamos ter cada vez mais tecnologias e mais informatização e vamos também precisar de gente para lidar com este cenário. Quem faz o agro precisa ter esse conhecimento”, completou Paco, que também recordou uma dificuldade

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que o agro na região ainda tem relacionado a tecnologia de comunicação nas máquinas modernas usados no campo. “As máquinas deixaram de ser manuais e passaram a ser comandadas por computador e ainda termos dificuldades para lidar com isso. A maioria dos proprietários treina seu próprio operador, mas uma qualificação voltada para isso não temos. Além do custo por falhas técnicas, temos problemas com o equipamento devido à falta de conhecimento”, desabafou.

Epagri e Cidasc Dois órgãos estaduais importantíssimos para o agronegócio de Santa Catarina são A Empresa de Pesquisa e Extensão Agropecuária (Epagri) e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola (Cidasc). A postos para promover a qualidade e excelência visando tornar o agronegócio do estado referência no mundo, ambas atuam para facilitar a vida do produtor. Para tanto as empresas criaram aplicativos que permitem o acesso a serviços online via smartphone. A Cidasc esta aceitando as Guias de Trânsito Animal – GTAs em formato digital (smartphone ou outro meio digital), dispensando a necessidade de impressão. A medida vale para trânsito de animais dentro e fora do estado e para todas as finalidades, obedecendo as orientações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Da mesma forma a Epagri desenvolveu em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca o aplicativo InfoAgro que reúne informações estratégicas da agricultura catarinense. Novos e modernos recursos facilitam e agilizam a vida do produtor rural permitindo a otimização do tempo e o avanço do setor que foi o carro chefe do Brasil nesta pandemia. Dificuldades sempre vão existir, mas a tecnologia sempre vem em auxílio do homem do campo permitindo que ele se reinvente, evolua e se supere a cada ano. Vida longa ao agronegócio.

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O progresso no campo conseguido através de novos implementos, novos manejos inovou e elevou o agronegócio no Brasil e no mundo. A modernidade promovida pelas tecnologias empregadas que permitiram que o agricultor deixasse de ser colono e se tornasse um grande empresário e as propriedades deixaram de ser lavouras familiares para tornarem-se empresas firmadas.

Trecho da Reportagem

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O lado positivo da pandemia é que ela tem funcionado como um acelerador do futuro, por meio das tecnologias digitais. O que talvez levasse décadas para ser incorporado, especialmente em um setor conservador como o agro, os produtores de pequeno e médio porte têm procurado cada vez mais a tecnologia. Embrapa

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GESTÃO

*Foto: Felipe Götz

Custos de Produção:

Campos Novos reduz produtividade, mas preços compensam Evento virtual realizado em agosto apresentou dados da safra 2019/2020. Campos Novos apresentou melhora no preço de grãos.

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écnicos e produtores de grãos (milho, soja, trigo e feijão) de Campos Novos participaram do evento virtual para apresentação de levantamento dos custos de produção regional. A atividade integra o projeto Campo Futuro, desenvolvido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) com o objetivo de oferecer informações para os produtores sobre o merca-

do, auxiliando-os nas tomadas de decisões nos negócios. A conclusão que chegaram: O aquecimento nas exportações, a valorização do dólar e o incremento da comercialização no mercado interno salvaram a safra 2019/2020 dos produtores de grãos na região de Campos Novos que registrou queda de produtividade, porém os preços compensaram as perdas. Qual o motivo desta baixa? De acordo com os dados a queda se deu devido à estiagem que tem atingido a região desde o final de 2019 e ao aumento nos custos e nos preços praticados. A produtividade

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da soja reduziu em 21% em relação à safra anterior, atingindo 54 sacas por hectare. Os produtores tiveram 7% de aumento nos custos operacionais, mas compensaram as perdas com a alta de 22% no preço da soja para comercialização. O mesmo aconteceu com o milho, que reduziu em 3% a produtividade, com acréscimo de 13% nos custos e evolução de 42% nos preços. O feijão não perdeu produtividade na safra e teve melhora nos preços de 17%, porém, os custos efetivos aumentaram no mesmo percentual. O trigo apresentou cenário diferente. Os custos operacionais efetivos caíram 13% na safra em relação à anterior, mesmo percentual de queda na produtividade. O saldo positivo foi registrado nos preços de comercialização, com alta de 11%. O assessor técnico da CNA, Thiago Rodrigues, disse que os dados levantados serão checados pela equipe do CEPEA junto ao mercado, compilados pela CNA e repassados aos produtores da região. O presidente do Sindicato Rural de Campos Novos, Luiz Sérgio Gris Filho, ressaltou a importância do projeto no desenvolvimento regional e como as informações disponibilizadas serão uteis. “Colocando na ponta do lápis os detalhes da produtividade, custos e preços, os produtores conseguem gerenciar melhor a propriedade e planejar a próxima safra para ampliar a rentabilidade. Isso faz com que todo o setor evolua na região e no Estado. Os dados auxiliarão a CNA a postular políticas públicas junto ao governo visando maior lucro e desburocratização do setor. Em nome do SPRCN agradecemos a participação das cooperativas e dos produtores neste evento”, afirmou Gris. O município, que é conhecido

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como o Celeiro de Santa Catarina, por ser o maior produtor de grãos, foi reconhecido pelo vice-presidente da Faesc, Enori Barbiere, que destacou a importância de Campos Novos na economia estadual. “A região é um verdadeiro celeiro de produção de alimentos, especialmente de grãos e cereais, e tem no setor agrícola uma referência nacional. Os produtores estão investindo em novas tecnologias e percebendo a melhora nos preços, fator que incrementa a renda e fortalece o setor”, declarou Barbieri. O diretor-presidente da Coocam, João Carlos Di Domenico, o Paco, tem testemunhado o aumento nos custos de produção nos últimos anos, ele cita os tratamentos nas lavouras como um dos fatores que encareceram o trabalho. “Tivemos uma grande evolução que permitiu uma mudança no plantio, mas avançaram também os custos, porque para a gente produzir tem que fazer vários tratamentos, há 25 anos não fazíamos”, disse. Paco também falou sobre os entraves ao município. “Na região estamos chegando num limitador que é a terra. O Estado é pequeno, Campos Novos é o maior município produtor do estado e tem 95 mil hectares, tem fazenda em outros estados com este tamanho. Esta é nossa realidade, mas temos consumo, estamos perto do Porto, são facilidades que podemos usar para continu-

ar crescendo. Não é só a produção do campo que faz a economia girar, a agropecuária tem esta vantagem, ela produz no campo, agrega valor na cidade criando emprego, industrializando e fazendo a economia girar”, completou.

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HISTÓRIA

*Foto: O Celeiro

Emílio, Mário e Vladimir

Napalha 25 anos:

Uma história de persistência e desenvolvimento Diretores destacam a atuação da Napalha como um divisor de águas para o desenvolvimento da agropecuária na região.

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ladimir Roveda, Mário Luis Spengler e Emílio Roque Cassaniga, como grandes conhecedores da agrivultura, há 25 anos uniram forças e empreenderam um negócio de sucesso: a Napalha Comércio e Representações Ltda., hoje concessionária oficial da John Deere em Campos Novos. Os três profissionais perceberam que o setor da agricultura tinha muito a evoluir, por isso investiram na área dando ênfase na introdução do plantio direto nas propriedades e no auxílio ao produtor rural. Hoje a Napalha alcançou um status de con-

fiança e credibilidade. Em entrevista ao jornal ‘O Celeiro’, os empresários relembram a trajetória de trabalho que os trouxe até aqui. “Fomos um divisor de águas”, afirmaram os empresários sobre as mudanças provocadas com a atuação da empresa na região. Um paralelo entre o passado e o presente destaca a evolução e desenvolvimento vivido pelo setor na região, que teve grande contribuição da empresa. “Falar da Napalha é dividir a agricultura e a pecuária de hoje, e a agricultura e pecuária de ontem. Naquele momento fomos um divisor de águas. Nós buscamos tecnologia para fazer um plan-

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tio em que o produtor não perdesse tanto. Naquele tempo os custos de produção se tornaram altos, inviabilizando o produtor a plantar. Precisávamos empreender algo que trouxesse ao agricultor uma redução de custo e uma viabilização para continuarem na atividade. Não era fácil o acesso ao crédito, fazer o plantio gerava muitos riscos. Portanto levávamos a orientação técnica para o produtor aplicar e ter resultados positivos para que ele crescesse e se estabilizasse na propriedade e obtivesse maior produtividade. Dividimos a pecuária e a agricultura daquele momento para este momento atual”, declarou um dos diretores. Desenvolvimento, rentabilidade e produtividade aliada a tecnologia eram a meta dos empresários que se comprometeram em buscar o que havia de mais moderno para levar aos produtores, conforme afirmam: “Conhecíamos de outras regiões o plantio direto então pensamos em trazer para cá para integrar pecuária e agricultura. Com o início do plantio direto toda a sociedade da região passou a ver a importância da tecnologia. Tínhamos que trazer ao agricultor uma máquina que plantasse após o pisoteio do gado. Trouxemos tecnologias que favoreceram o plantio. Com a tecnologia que temos hoje conseguimos a maior produtividade do estado por hectare em Campos Novos. Temos as melhores tecnologias do Brasil. Há 25 anos produzíamos 45 sacas de soja por hectare, hoje o produtor produz até 80 sacas por hectare. Acompanhamos a evolução disso tudo e é gratificante para nós”. Mais do que vender equipamentos, a Napalha tem o compromisso de ajudar o cliente a alcançar os resultados no campo. A responsabilidade, a honestidade e a obtenção de resultados é um tripé mantido pelos empresários que os ajuda a ganhar a confiança do produtor garantindo sua fidelização. No entanto, outra característica que contribui para o sucesso da empresa e é um grande diferencial é o conhecimento técnico apresentado pelos diretores, que há anos trabalharam no ramo em contato direto com os produtores. “O grande diferencial da Napalha é a formação e conhecimento técnico dos diretores. Prezamos pela assistência ao produtor. Nós ajudamos o produtor a plantar. Nossa empresa é focada no compromisso

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Caçador

Macieira Salto Veloso

Vitor Meireles Arroio Trinta

Água Doce

Vargem Bonita

Rio das Antas

Joaçaba

Fraiburgo

Videira

Ibirama Presidente Getúlio

Tangará Ponte Alta do Norte

Ibiam Monte Carlo

Herval d´Oeste Presidente Castelo Branco

Lacerdópolis

Frei Rogério

Erval Velho

Taió Mirim Doce

Curitibanos

Rio do Sul

Presidente Nereu

Agronômica

Braço do Trombudo

Aurora

Trombudo Central

Agrolândia

Campos Novos

Piratuba

Laurentino

Pouso Redondo

Capinzal Ipira

Lontras Rio do Oeste

São Cristóvão do Sul

Brunópolis

Ouro Peritiba Alto Belo Vista

José Boiteux

Dona Emma

Salete

Pinheiro Preto Ibicaré

Luzerna Jaborá

Witmarsum

Rio do Campo

Lebon Régis

Iomerê Treze Tílias

Catanduvas

Ituporanga

Vidal Ramos

Atalanta Zortéa

Vargem Ponte Alta

Imbuia

Otacílio Costa Petrolândia Chapadão do Lageado

Palmeira

Abdon Batista Celso Ramos

São José do Cerrito

Anita Garibaldi

Correia Pinto

Alfredo Wagner

Bocaina do Sul Cerro Negro

Bom Retiro

Lages Campo Belo do Sul

Rio Rufino Capão Alto

Painel

Urupema Urubici

São Joaquim Bom Jardim da Serra

*Imagem: Divulgação/Napalha

com o cliente, não só em vender o produto, mas ajuda-los a usar o equipamento. Nosso sucesso se dá devido a essa parceria”, contaram. No entanto, nem tudo aconteceu rapidamente, antes de alavancar os negócios os sócios diretores enfrentaram barreiras, sobreviveram a fracassos e gradativamente foram agregando experiência e força de vontade para crescer. Os planos, as metas e os negócios foram aumentados. “No início havia uma grande necessidade de plantio direto que não havia em nosso município. Não foi fácil, levou tempo até o produtor entender os benefícios de partir para o plantio direto. Nossa forma de trabalhar naquele momento era com o objetivo de ajudar o cliente a crescer e se desenvolver. Já havia um Know How na parte de defensivos, mas tinha a questão das maquinas para realizar os trabalhos de plantio. A gente ofereceu essa tecnologia para o cliente iniciar o plantio direto. Já existia maquinário, mas os custos eram muito elevados, pois só haviam máquinas grandes, e o pequeno e médio produtor não tinham acesso a tecnologia, então disponibilizamos essa tecnologia. No início vendíamos os kits para serem implantados nas plantadeiras e dávamos a assistência”, explicaram. O projeto foi crescendo e logo no primeiro Dia de Campo realizado pela Napalha o público alcançado surpreendeu a todos. “Quando realizamos o primeiro dia de campo, em 1995, tínhamos uma expec-

tativa baixa de cerca de100 produtores, mas acabou vindo uma enxurrada de técnicos e produtores de outros municípios. Todos tinham a sede de desenvolver o plantio direto. Com isso alavancamos nossa empresa, fizemos uma parceria com uma empresa do Rio Grande do Sul que fabricava kits para colocar nas máquinas que o cliente já tinha para dar início ao plantio direto”, recordam. O potencial da Napalha chamou a atenção da multinacional John Deere que, em 2004, decidiu investir na empresa e torná -la a referência da marca da região. “De 1995 a 2004 trabalhamos com implementos diversos, e a partir de 2004 nos credenciamos a empresa e nos tornamos uma concessionária da marca. Fomos procurados pela própria empresa que viu nosso potencial na região. A John Deere está sempre na vanguarda na questão da tecnologia”, afirmaram. Com o nome consolidado no mercado do agronegócio a Napalha continua a investir na capacitação de seus colaboradores e na sua vitrine de máquinas e peças para sempre oferecer o melhor aos clientes. Atualmente a empresa conta com mais de 80 funcionários e quatro lojas: A matriz em Campos Novos, uma filial em Fraiburgo, Rio do Sul e em São Joaquim. Para o futuro os empresários mantem sua missão junto a seus clientes. “Vamos continuar a ser fieis a nossa origem de estar ao lado do cliente. Queremos sempre acompanhar a evolução do setor”, concluem.

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CLIMA

Cadê a chuva? Estiagem se prolonga e se torna a maior dificuldade do agronegócio em 2020 Durante o ano as notícias sobre a escassez de chuvas tomaram conta dos veículos de comunicação no Estado.

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uem gosta de se manter informado deve ter acompanhado nos jornais do Brasil as notícias sobre a estiagem que afetou principalmente a região Sul do país. A situação gerou dificuldades e tem durado mais tempo que o esperado. Em junho, com a chegada do inverno, a expectativa era de que tudo iria melhorar, mas não melhorou. Neste mesmo período a equipe do jornal ‘O Celeiro’, conversou com o setor de meteorologia da Epagri (Empresa de Pesquisa e Extensão Rural), e a previsão climática era de chuvas abaixo da média na região. Contraditoriamente, neste mesmo período do ano Minas Gerais e Espírito Santo viviam situação contrária ao que foi vivenciado no Sul. A meteorologista da Epagri, Thays Camassola, relatou um dos motivos

desta situação. “O clima sofre influência da zona de convergência do Atlântico Sul no verão que ajuda a trazer a chuva da Amazônia para esta região, mas que no momento se posicionou ao norte trazendo chuvas principalmente para Belo Horizonte e Espírito Santo”, afirmou. Além disso, a profissional conta que com o clima seco se forma uma bolsa de ar seco que impede as frentes frias de avançar para a região porque estão bloqueados, passando apenas uma umidade bem localizada formando esse padrão de verão que apresentam chuvas não uniformes que caem apenas em alguns lugares, e foi justamente isso que aconteceu. A Serra e o Oeste foram as regiões mais afetadas pela seca. Campos Novos tem sido um dos municípios menos afetados, os que mais sofrem com a estiagem são os municípios de Abdon Batista, Brunopolis, Celso Ramos e Monte Carlo. Desde o início

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do ano, a falta de chuva fez com que 107 municípios decretassem situação de emergência As culturas mais afetadas nessa região foram a da moranga cabotia em que as plantas na metade do ciclo acabaram morrendo; a uva, que em Celso Ramos murcharam; o fumo em Vargem foi prejudicado e também a plantação de milho em toda a região. A estiagem é comum em determinadas épocas do ano, o problema foi que a situação se agravou durante todo o ano, fazendo com que o inverno apresentasse temperaturas altas, atípicas para a estação. Segundo dados climatológicos da Epagri têm ocorrido uma baixa gradativa no volume de chuva. “No ano de 2019 as chuvas ficaram cerca de 30 ml a menos do esperado, daí a situação tende a se agravar com a aproximação do verão em decorrência do calor. Faltam alguns meses para o verão chegar oficialmente, no entanto o clima parece apressar a estação mais quente do ano, pois em plena primavera já verificamos uma temperatura de ‘rachar.’ O calor não é o único problema ocasionado pela alta temperatura e falta de chuvas, na verdade esta situação afeta significativamente os rios e as propriedades rurais, tendo reflexos na produtividade e rentabilidade dos produtores rurais. Devido a escassez de chuva, causando baixo volume de água no Lajeado Restingão, a população camponovense foi orientada a fazer uso consciente da água. Infelizmente a situação de estiagem atinge não apenas Campos Novos, mas todo o Estado. As regiões mais afetadas atualmente são o Meio-Oeste e o Extremo-Oeste, conforme relatou o extensionista da Epagri, Maykol Ouriques. Desde o início do ano a chuva está escassa, e mesmo com a passagem do inverno não houve melhoras no clima.

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*Fotos: Reprodução/Internet

Segundo Maykol a previsão continua negativa. “A estiagem volta a se agravar no estado. Das 21 estações hidrológicas que a Epagri monitora todas indicam situação de estiagem, sendo que 19 delas já estão em alerta e emergência para o nível dos rios. Ao analisar os dados, desde o início de 2020 vemos que de janeiro a outubro apenas no mês de junho tivemos uma chuva maior do que era esperado. A previsão continua sendo de poucos milímetros de chuva, o que agrava ainda mais, pois temos temperaturas muito altas, a chuva não consegue amenizar a situação que a gente vive hoje. Os efeitos estão sendo sentidos principalmente nas lavouras de milho que foram plantadas mais cedo. Alguns agricultores ainda aguardam para terminar seus plantios e esperam uma situação melhor de chuva. A falta de chuva também impacta muito as lavouras que estão no período de fazer adubação de cobertura, que é necessário ter umidade para que seja efetiva”, afirmou. Visto que a expectativa de mais chuvas não acontecerá como os produtores esperam, é preciso agir para amenizar os estragos causados. Como alternativa o

extensionista cita a construção de cisternas nas propriedades. “Com base nesse cenário é necessário que os agricultores pensem em estruturas de armazenamento de água nas propriedades para que passem por este período mais tranquilamente. A cisterna dá esse pulmão ao agricultor para que ele tenha água armazenada quando passar por períodos mais prolongados de estiagem. As cisternas são importantes porque elas podem tanto captar água coletada nos telhados, quanto armazenar água produzida na propriedade através das nascentes e poços. Os técnicos da Epagri podem orientar o produtor a fazer a proteção e preservação das nascentes em suas propriedades”, aconselhou. Com as perdas e entraves provocados pelo clima, os produtores podem contar com o auxílio financeiro para custear a armazenagem da água, para que a propriedade sobreviva. Existem programas governamentais atrelados aos produtores que acessam ao Pronaf. O Governo do Estado também disponibiliza, através do Programa Menos Juros o subsídio ou pagamento de juros para os produtores para construir seus reservatórios. A Epagri orienta como acessar esses recursos.

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DESENVOLVIMENTO

Políticas Públicas a favor do Agronegócio Auxílio tem promovido o desenvolvimento das propriedades Em épocas de crise os subsídios podem ser úteis para o desenvolvimento das propriedades.

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ara prosperar no campo é preciso muito trabalho e investimento por parte do produtor. Além de todo o esforço empreendido por parte dos proprietários, no decorrer dos anos as políticas públicas se tornaram essenciais para incentivar o agronegócio e torná-lo a grande potência que ele é hoje. A agricultura familiar, principalmente, se desenvolveu ainda mais com os subsídios disponíveis nas esferas estaduais e federais, permitindo a melhoria e os resultados alcançados que refletem na produtividade e rentabilidade. O responsável pelas políticas públicas da Epagri, Robson Mondardo, reconhece o papel importante desenvolvido pelos recursos disponibilizados. “O leque de políticas públicas é o ponto principal da evolução da agricultura no estado, principalmente da agricultura familiar, sem elas não teríamos este avanço. Mas ela tem que ser bem utilizada para que possa trazer os resultados esperados, por isso é preciso orientação técnica”, afirmou Robson. Através do fomento ao agronegócio é possível ajudar as famílias a permanecer no campo e dar motivação para que os jovens também continuem trabalhando nas propriedades evitando o êxodo rural. Com linhas de créditos a juros baixos, muitos produtores conseguem realizar sonhos, construir e aumentar suas propriedades e investir em produção, conseguindo profissionalizar o trabalho familiar. Além dessa situação, os eventos climáticos severos podem causar prejuízos demandando ainda mais investi-

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mentos. A região Sul vive uma estiagem prolongada e também foi vítima de ciclones que devastaram propriedades rurais. Com todas essas intempéries é fundamental que o produtor tenha um suporte financeiro. Com cotas limitadas o Estado de Santa Catarina liberou alguns programas e linhas de crédito voltados ao setor agropecuário. A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) surge como um intermediário entre os produtores rurais, não apenas por dar acesso aos programas, mas também, por direcionar e acompanhar os produtores avaliando o que pode ser benéfico para sua propriedade. Visando minimizar os efeitos da seca existem ações voltadas a captação e armazenamento de água. Por exemplo, foi lançado o programa ‘Solo Saudável’, com o objetivo de produzir plantas de cobertura. A Epagri também está com foco na construção de cisternas para captação de água, pois o produtor ganha um pulmão para o reservatório de água. Para atuar na questão da estiagem, além das políticas públicas, há a proteção de fontes, e há a construção de cisternas porque tem um custo baixo e dá uma segurança maior ao produtor, pois é possível que ele consiga armazenar água na própria propriedade. Uma cisterna de 100 mil litros pode abastecer um rebanho de até 80 cabeças por 15 dias, conforme explicou o extensionista Maykol Ouriques, que também afirmou que mesmo com a estiagem é baixa a procura por cisternas. Mas as intenções do produtor vão além dos problemas da estiagem, ele também vislumbra novos investimentos e melhoramento em sua propriedade. Para obter mais informações e orientações o produtor pode procurar o escritório da Epagri na região e conversar com um técnico e extensionis-

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ta que avaliará a situação da propriedade e fará as devidas recomendações. “A ideia do produtor precisa ser avaliada, pois, as vezes, a ideia dele pode não ser o que a propriedade precise. Após visita na propriedade, o extensionista vai listar o que precisa ser melhorado, se é preciso fazer o melhoramento de pastagem, ou se é fazer uma adubação, plantação de cultura de inverno, por exemplo. Com base nas necessidades encontradas veremos qual política pública disponível se encaixa a realidade dele. As políticas públicas são uma ferramenta de extensão aonde a gente vai avaliar a tecnologia que ele precisa, seus anseios, em qual ele terá menos juros e mais retorno”, explicou Maykol. Os eventos climáticos severos reforçam a necessidade de apoio aos produtores prejudicados, as eventualidades ocorridas durante o ano induziram a Secretaria de Agricultura a criar resoluções para auxiliar produtores que tem fonte de renda afetada por catástrofes naturais. O estado de Santa Catarina é um dos lugares no mundo com maior probabilidade de acontecer tornados e ciclones, isto se dá porque nos encontramos no corredor onde o fluxo de ar quente e úmido vindos da Amazônia muitas vezes se encontram com massas de ar frio. Por isso não é incomum que aconteçam severos eventos climáticos como os que presenciamos há poucos meses que devastaram algumas cidades na região Oeste e Meio Oeste. O ciclone -bomba ocorrido entre os dias 30 de junho e 1 de julho e o tornado ocorrido em 14 de agosto não só assustaram a população como foi responsável pela destruição de casas e propriedades rurais, afetando diretamente a renda de muitas famílias. Este ano foi desafiador para os produtores, além da pandemia e da estiagem que se estende por meses, estes eventos climáticos tornaram a situação ainda mais difícil. Nos últimos quatro anos o estado registrou eventos desse porte, indicando a necessidade de apoiar os produtores. Para tanto, a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e Desenvolvimento Rural, elaborou resoluções, através de Políticas Públicas, voltadas ao produtor prejudicado. Com as mesmas taxas de juros do ano passado, as políticas públicas podem ser consultadas e analisadas diretamente no escritório da Epagri. O agendamento pode ser feito por telefone.

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Conheça as politicas públicas disponíveis u1. Programa Terra Boa: São beneficiários todos os agricultores que se enquadram no Pronaf e outros produtores que invistam em melhoramento de pastagem. Limite de até 30 toneladas de calcário. u2. Programa Terra Boa, Kits Forrageiras: São beneficiários produtores rurais enquadrados no Pronaf e os demais produtores que possuam mais de 4 módulos fiscais os quais atendam aos critérios estabelecidos no Pronaf e que promovam em sua propriedade o melhoramento de paragem. O valor máximo é de até R$ 6 mil. Para jovens que fazem curso de empreendedorismo pela Epagri tem disponível o valor de até R$ 14 mil. Prazo de pagamento: 3 anos, vencimento da primeira parcela em 30 de maio de 2022. Pagamento em uma vez tem desconto. u3. Kit Solo Saudável: É um incentivo a aquisição de kits compostos por sementes de ao menos duas espécies ou cultivares de planta para adubação verde e insumos relativos a conservação de solo. Valor máximo de kits é de R$ 2 mil, poderá ser fragmentado em duas cotas de R$ 1 mil cada. Prazo de pagamento: 2 anos com vencimento da primeira parcela em 28 de fevereiro de 2021. Pagamento em uma só vez tem desconto ao produtor.

u4. Programa de Fomento e Apoio a Negócios Rurais e Pesqueiros: São beneficiários que se enquadram nas normas do Pronaf e outros que estão iniciando ou retornando as atividades produtivas no meio rural, desde que a renda não ultrapasse os limites estabelecidos nas normas do Pronaf. Sendo a prioridade para captação, proteção e armazenamento e distribuição de água para consumo humano e animal. Limite de até R$ 30 mil. Prazo: 5 anos sem juros. Cotas limitadas. u5. Programa Menos Juros Agricultura e Pesca: Subsidio de juros de 2,5%para financiamentos contraídos nos agentes financeiros pelas linhas de crédito do Pronaf Investimento. Valor de até R$ 100 mil. Prazo de pagamento de até 8 anos.

LINHAS uEstaduais: Captação, proteção, armazenamento e distribuição de agua para consumo humano e animal; Investimento em energias renováveis; e Inovação e produção limpa e diversificação com vistas para produção orgânica. uRegionais:Pecuária (Leite e Carne) em sistemas de produção a base de pasto; Agregação de valor; Grãos, Horticultura.

Novas resoluções aResolução 27: Projeto Menos Juros Recupera: Oferece investimentos para recuperação de infra-estruturas produtivas danificadas por eventos climáticos. Os beneficiados são produtores rurais que tenham renda anual de até R$ 415 mil e que tenham sofrido danos na estrutura de suas propriedades e no sistema produtivo. São subsídios de juros de financiamento contraídos junto a financiadoras de crédito. Uma subvenção de ate 4% ao ano pelo prazo de 8 anos com limite de R$ 40 mil. Esta resolução é para todos os municípios do estado. aResolução 29: Projeto ‘Reconstrói FDR’: (Disponível apenas para a região mais afetada pelo Ciclone), Visa a recuperação das estruturas destruí-

das pelos eventos climáticos para haja a continuidade dos processos produtivos e manutenção da condição mínima de moradia das famílias. Os beneficiários são produtores rurais e pescadores com renda bruta anual de ate R$ 415 mil, ou que tenham no mínimo 50% da renda oriundos de atividades agropecuárias nos municípios afetados e priorizados pelas regras contidas na resolução. Os pronafianos estão automaticamente enquadrados e os demais devem comprovar a renda a através de auto declaração de renda. O prazo de pagamento seria de 2 anos com 5 de carência com limite de até R$ 10 Mil reais por projeto. Esta resolução é um financiamento adquirido via Secretaria de Agricultura.

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EMPRESARIAL

*Foto: O Celeiro

ACIRCAN promove projeto para estimular, saúde e responsabilidade social Projeto “ABRACE” busca parcerias para revitalização da ala particular do Hospital Dr. José Athanázio

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questão da saúde no Brasil certamente é uma das mais complexas em um país já tão marcado por todo o tipo de demandas nas áreas: social, política e econômica. Nossa Constituição define que a saúde é direito de todos, porém, tem sido historicamente um direito difícil de ser atendido com plena qualidade pelos gestores. Com o intuito de buscar uma alternativa para ajudar o Hospital Dr. José Athanázio de Campos Novos, que atende também pacientes da região da AMPLASC (Associação dos Municípios do Planalto Sul de SC), o Conselho de Desenvolvimento Econômi-

co do DEL (Programa de Desenvolvimento Econômico Local), lançou o projeto Abrace visando fortalecer a parceria público/privada em prol das melhorias na referida ala. Esta ação prevê proporcionar melhorias e modernização dos quartos particulares do Hospital Dr. José Athanázio, estabelecendo uma padronização por meio intervenções como por exemplo: móveis, ar condicionado, serviços estruturais e de pintura (material e mão de obra, luminárias, persianas e quadros decorativos, entre outros, conforme análise dos ambientes, estruturas existentes e projeto humanizado). O projeto Abrace visa a reforma dos 14 quartos do Hospital Dr. José Atha-

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názio, por meio de parceria com a iniciativa privada, profissionais liberais e com pessoas físicas, proporcionando espaços mais humanizados e acolhedores para os pacientes e acompanhantes, além da padronização, que irá reduzir os custos futuros de manutenção. Cabe ressaltar que são ações de políticas públicas apartidárias. O projeto foi lançado em 03 de Outubro de 2019 e todas as doações estão sendo recebidas diretamente pela ACIRCAN, (Associação Empresarial, Rural e Cultural Camponovense), numa conta específica vinculada ao projeto Abrace. Este processo visa à transparência e a prestação de contas dos recursos arrecadados. De acordo com o presidente da ACIRCAN, Ilceu Luiz Machado, ‘Coutinho’, a saúde merece atenção prioritária, especialmente neste ano atípico em que todo o mundo está sofrendo com a Pandemia do Coronavírus. “A saúde é muito importante para Campos Novos. Nós estamos sentindo agora nesse momento, então porque não procurar melhorar nosso hospital? Ninguém está livre de ter que ir ao médico, ou um hospital. Tem muita coisa para melhorar, e este projeto é fundamental. Tem empresas que estão ajudando e pessoas físicas” declarou. A Consultora Eliane Lopes, responsável da ACIRCAN pelo acompanhamento do DEL em Campos Novos, enaltece a iniciativa empresarial e reforça que a ideia central do Programa de Desenvolvimento Econômico Local é a união de esforços em prol de uma cidade melhor, com mais qualidade de vida, onde todos os entes, sejam públicos ou da iniciativa privada trabalhem pelo bem comum. Atualmente estão confirmadas as doações das empresas Copercampos (um quarto), Sicoob (um quarto), Orcatéa Contabilidade, Cooperacel e Verdes Campos, e das pessoas físicas: Luiz Carlos Chiocca e Ilceu Luiz Machado. Os recursos obtidos serão investidos integralmente na reforma e melhorias dos quartos. A Campanha ainda está em curso e interessados em apoiar esta importante causa poderão entrar em contato com a ACIRCAN ou acessar www.acircan.com.br para mais informações.

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*Com informações: ASCOM/Acircan

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SUINOCULTURA

*Imagem: TRILUX FOTOGRAFIAS

O ano da suinocultura: Produção suína vive bom momento no Brasil Crise na china abriu a oportunidade para que o setor se fortalecesse na região.

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a edição de 2019 da revista ‘O Celeiro do Agronegócio’, a equipe do jornal ‘O Celeiro’, conversou com alguns produtores e conhecedores do agronegócio sobre as perspectivas de futuro no segmento e a maioria deles previu um salto na produção da carne de porco. E eles estavam certos. A crise vivida na China que começou quando a peste suína afetou o país em 2018 fazendo com que a produção do país despencasse. A previsão foi acertada e óbvia e até o momento o Brasil tem se beneficiado do mau momento da pecuária chinesa que tem se abastecido com a carne brasileira. Este fato tem contribuído

para o aumento nas exportações, que mesmo com a crise econômica causada pela pandemia se mantém com resultados positivos. Devido a este bom momento vivido na Suinocultura, produtores incrementaram a produção pensando no mercado externo. Porém, este setor precisa também pensar no potencial de crescimento do mercado interno. Atualmente o consumo na região sul ainda é pequeno, chegando a 14 quilos per capita por ano, porém, está previsto um aumento para 16 quilos nos próximos anos. O investimento é necessário para que a produção alcance excelência e ofereça um produto que se enquadre nas exigências do mercado internacional. Produção de quali-

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dade garante as exportações e atraem novos mercados externos. Em Campos Novos a Copercampos é uma empresa que acredita na abertura deste mercado e que ele deve perdurar por um tempo. A cooperativa está atenta a este cenário e já se antecipou como forma de atender a demanda. Recentemente a empresa inaugurou a granja que garante produzir cerca de 90 mil suínos por ano. Para atender e manter este mercado é preciso mais que oferecer o produto é preciso oferecer qualidade, afinal a tendência é que os países se tornam cada vez mais exigentes quanto a qualidade da carne. O gerente agroindustrial da Copercampos, Lucio Marsal Rosa de Almeida, comenta este bom momento da suínocultura no Brasil e região. “A suinocultura sempre foi uma atividade com altos e baixos. Devido ao problema que teve na China, o Brasil teve um grande aumento das exportações de proteína animal. Consequentemente começou a faltar animal provocando a elevação no preço. A gente acredita que os chineses estão tendo uma certa dificuldade para produção e acreditamos que vamos ter alguns anos bons para suinocultura brasileira. Mediante isso a cooperativa realizou investimentos numa granja nova. Estamos de olho no mercado. As exigências cada vez vão ficar maiores. Estamos trabalhando na restrição de uso de antibiótico porque é possível que o mercado externo exija isso logo, já estamos nos adiantando para oferecer um animal de boa qualidade”, detalhou Lucio. A ideia da granja de suínos foi pensada estrategicamente e com tempo hábil para chegar a este momento com uma quantidade suficiente de animais. A cooperativa conta com cerca de 100 produtores integrados que fazem o manejo e preparam o animal até que ele esteja pronto para o abate. O tempo médio para a criação e preparação do suíno é de 150 dias, neste ínterim o animal chega aos 128 quilos. Lúcio comenta a atividade no Brasil e região como sendo de qualidade, por isso a produção do país tem tido grande aceitação e o trabalho realizado pela Copercampos tem demonstrado esta qualidade. “No Brasil temos qualidade e bom preço. Acreditamos que com essa abertura para a China está

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começando a se abrir mercados para outros países que estão começando a querer comprar carga brasileira. Temos esperança que aumente a exportação ainda pela qualidade que oferecemos”, afirmou o gerente. O Secretário Municipal de Agricultura, Engrácio Alves de Carvalho, diz que a suinocultura tem sido o setor que mais tem crescido no município. “Os produtores estão investindo muito, fazendo novas unidades, trazendo inovações genéticas, e a produção de suíno está cada vez maior. A Copercampos está se destacando muito nesse seg-

mento. O município, por sua vez, tem feito todo o possível para ajudar os suinocultores, fazendo cascalhamento, melhoramento das estradas, sistema de agulhamento, alargamento e terraplanagens para construção de novas unidades. Desde o começo, a gente vem ajudando e não pretendemos parar de ajudar os suinocultures, é um incentivo pelo retorno que a suinocultura está dando para nosso município. Não seria muito dizer que, em breve, o município de Campos Novos vai ser um dos maiores produtores de suíno do estado de Santa Catarina”, declarou.

Rebanho de Santa Catarina segue como o maior do país, mesmo após queda Em menos de um ano exportação de carne suína supera todo o ano de 2019 Há anos o estado de Santa Catarina segue como o maior produtor de suínos do Brasil, mesmo após queda apontada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostra que o plantel do estado é de 7,6 milhões de cabeças. O segundo é o Paraná com 6,8 milhões e o Rio Grande do Sul, em terceiro, com 5,6 bilhões de cabeças. Os três estados representam a metade do rebanho nacional. A queda aponta redução de 382 mil animais. No entanto, a diminuição não abalou a exportação da carne que em menos de um ano superou os números do ano de 2019. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) levantou dados mostrando que as exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 764,9 mil toneladas nos nove primeiros meses de 2020, número que supera em 42,9% o total embarcado pelo setor no ano de 2019, com 534,9 mil toneladas. O mesmo desempenho também pode ser verificado no saldo em dólares das exportações. Entre janeiro e setembro, as vendas de carne suína do Brasil alcançaram US$ 1,677 bilhão, saldo que supera em 51,9% o resultado verificado entre janeiro e setembro de 2019, com US$ 1,103 bilhão. O desempenho acumu-

lado em 2020 também é maior que toda a receita obtida em 2019, de US$ 1,597 bilhão. Considerando apenas o mês de setembro, as vendas do setor totalizaram 86,5 mil toneladas, volume 33% superior ao efetivado no mesmo período de 2019, com 65 mil toneladas. Em receita, a alta mensal é de 34%, com US$ 188,5 milhões no nono mês de 2020, contra US$ 140,5 milhões em 2019. A Ásia segue como principal promotor das exportações setoriais em 2020 (janeiro a setembro). A China, maior importadora da carne suína brasileira, aumentou suas importações em 133% no total deste ano em comparação com 2019, chegando a 376,7 mil toneladas. Em segundo lugar, Hong Kong importou 131,6 mil toneladas (+14%). Cingapura, com 41,9 mil toneladas (+61%) ficou em terceiro lugar. Já o Vietnã aumentou suas importações em 205%, com 32,9 mil toneladas embarcadas em 2020. “Temos boas expectativas quanto à manutenção deste ritmo ao longo dos próximos meses. Os indicativos fortalecem as previsões da ABPA de alcançarmos número próximo de 1 milhão de toneladas exportadas em 2020. Isto, sem impactar na oferta de produtos para o consumidor brasileiro”, analisa Ricardo Santin, presidente da ABPA.

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UNIÃO

Mulheres fortalecem outras Mulheres: O agro sob a ótica feminina

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Encontro Nacional de Mulheres Cooperativistas reforça união e atuação feminina no agronegócio

Eu concordo porque essa frase compara as mulheres com os rios que quando se encontram se fortalecem. A partir do momento que elas começaram a despertar para a vida e para a importância do trabalho, e passaram a se agrupar elas perceberam que tem mais força. Lourdes Berwig Conselheira Fiscal da Copercampos

Precisamos ter consciência de que não somos concorrentes, e sim companheiras de jornada, a qual terá maior significado se percorrida de mãos dadas. No agronegócio defendo a ideia de que devemos ocupar o espaço que é nosso de direito, abrindo portas e oportunidades umas para as outras, inclusive nos postos de poder e decisão. Tânia Manfroi Cassiano Gerente de Compras da Coperacel

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Nós mulheres temos um poder muito grande de emponderar e influenciar umas as outras e quando temos a oportunidade de compartilharmos nossas histórias e vivências, acabamos inspirando muitas mulheres a fazerem coisas diferentes e assumirem novos desafios. Cristiane Moro Gerente Administrativa da Coocam

Reafirma a importância da participação das mulheres no cooperativismo e no agronegócio. Desfrutamos de depoimentos e palestras específicas sobre temas como liderança feminina e de mulheres que acreditam no seu potencial, superando barreiras e fazendo diferente. Elenice Maria Rigo Dementovis Gerente Financeira da COPERBOA

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ulheres são como águas, crescem quando se encontram. Esta foi a frase destaque do Encontro Nacional de Mulheres cooperativistas ocorrido em setembro. Mulheres de personalidade e sucesso participaram deste evento online que destacou a superação, sucessão familiar e gestão financeira da propriedade. Com suas experiências elas relatam que as mulheres são capazes de atuar em qualquer mercado, mesmo no agronegócio que até hoje é marcado pela presença masculina. Mas tabus estão sendo quebrados e elas mostram que coragem não falta para fazer e acontecer no campo. Os Desafios existem, mas quando existe disciplina e determinação é possível equilibrar todas as responsabilidades. “Quando a mulher tem vontade ela vê que tem possibilidades e capacidade para muito mais coisas. Quando a mulher quer, ela alcança”, declarou Lourdes. “Precisamos organizar o nosso tempo, dando sempre prioridade para aquela tarefa que foi planejada para tal momento. Acredito muito que nosso sucesso profissional e pessoal, é um grande equilíbrio do trabalho e da família. Por isso os dois precisam estar em boa sinergia para que um não atrapalhe o outro”, afirmou Cris Moro. “As mulheres foram educadas para assumir diversas funções, tanto no contexto social quanto doméstico. Aprendemos, desde cedo que nossas responsabilidades vão além do trabalho e da família, passam pelos cuidados com a casa, constante aperfeiçoamento profissional, planejamento, filhos, enfim. E, com toda a certeza, é um desafio equilibrar essas diferentes tarefas”, acrescenta Tânia. “Aceitei o desafio, com toda minha força de vontade. Fui fazer faculdade, e ao

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mesmo tempo eu ainda era filha, esposa e mãe. As coisas foram crescendo eu fui acompanhando tanto na cooperativa como na propriedade da família”, exemplificou Maria. Apesar do Potencial da classe feminina há poucas mulheres presentes nas cooperativas e no mercado do agronegócio. Este é um segmento que ainda vai ceder espaço para mais mulheres, e elas concordam com isso. Maria comenta o tabu ainda existente. “Sabemos que muitos tabus existiram quanto a participação da mulher, seja na execução ou no controle das tarefas do agro, mas vivemos em uma era onde a participação feminina é muito importante, nos tornamos capazes como eles, somos donas de uma organização ímpar, atuando como gestoras tendo uma grande responsabilidade gerindo a área administrativa, financeira e de recursos humanos”. Tânia acredita que seja possível aumentar esta participação. “A ampliação da participação feminina depende de múltiplos fatores, desde o fomento de políticas públicas de capacitação, empoderamento e estímulo, passando pela conscientização das cooperativas quanto a importância de oportunizar espaços igualitários para homens e mulheres, tanto nos quadros de associados quanto nos conselhos deliberativos, até o fortalecimento e divulgação daquelas empreendedoras que já são referencia no agronegócio”. “É preciso dar mais oportunidades para nós mulheres assumirmos novos papéis e também acreditarem mais no nosso diferencial competitivo, que na minha visão é a atitude e o poder da persistência. As cooperativas precisam criar mecanismos de inserção da mulher principalmente em espaços de decisão e poder, buscando a igualdade de gêneros e tornar todos os ambientes convidativos as mulheres, sejam eventos, palestras, reuniões ou treinamen-

tos”, acrescentou Cristiane. “Ainda tem muito a melhorar, o mundo cooperativista é um mundo de homens, mas isso vem mudando, e a nova geração não vai ter dificuldade em conquistar este espaço”, acredita Lourdes. A Luta por espaço precisa ser contnua. A igualdade de gêneros precisa alcançar todos os setores, conforme concordam as entrevistadas. “Dentro ou fora da porteira as mulheres vêm exercendo seu protagonismo e isso está impactando positivamente o agronegócio. É extremamente importante fomentar essa participação feminina, pois além de estarem oferecendo uma nova perspectiva de vida à outras mulheres, tem seu próprio rendimento, são independentes e dia a dia a demonstram que a força e a perseverança são qualidades que diferenciam cada trabalho e que move a união de mulheres na conquista de bons resultados, em todas as cadeias do agro”, destaca Cristiane. “Precisa ser crescente a participação das mulheres, seja como associada, funcionária, líder e até mesmo nos Conselhos das cooperativas, ou na própria propriedade como braço direito e até mesmo tocando sozinhas o agronegócio de hoje”, opina Maria. “Nós mulheres já somos mais de 50% da população brasileira. Temos demonstrado ao longo do tempo que somos capazes de atuar em qualquer ramo de atividade. Existem estudos que comprovam que ambientes onde homens e mulheres trabalham juntos são mais equilibrados, produtivos e tendem a ser mais harmoniosos. Desta forma precisamos de oportunidades para ocupar nossos espaços também nas cooperativas e na condução do agronegócio de maneira geral. Também precisamos pensar na questão da sucessão familiar, as mulheres devem estar preparadas para gerir os negócios da família”, reforçou Tânia.

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Compromisso com o

agronegócio Nós trabalhamos pelo futuro do campo. Aqui no Sicredi, unimos soluções financeiras para quem é pequeno, médio ou grande produtor rural. Nossa atuação junto a agricultura familiar e empresarial, bem como, em toda a cadeia produtiva do agronegócio fomenta o desenvolvimento econômico por meio da oferta de crédito e serviços, o que representa um impulso ao crescimento sustentável das economias locais e a consequente geração de renda e emprego, além da melhoria da qualidade de vida nas comunidades onde estamos presentes desde nossa fundação, em 1902.

Custeio Desde o início de nossas atividades, disponibilizamos a linha de custeio, com ela nossos associados financiam os recursos necessários para cobrir as despesas normais dos ciclos produtivos nas atividades agrícola e pecuária, tudo de um jeito simples, rápido e prático. Somente nesse último ano a Cooperativa Sicredi Altos da Serra contratou mais de 04 mil operações em custeio, totalizando mais de 260 milhões injetados na economia local, beneficiando indiretamente milhares de pessoas.

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Investimento Tão importante quanto produzir também é investir na propriedade, fazer melhorias que tragam mais qualidade de vida, agilidade e sustentabilidade aos negócios. Com as diversas linhas de investimento e industrialização que dispomos, nossos associados financiam construções e reformas, aquisição de animais, máquinas e equipamentos, correção de solo, equipamentos de energia renovável, entre outros. Somente no último ano disponibilizamos mais de 100 milhões em projetos rurais, com prazo de pagamento e taxas adequadas as necessidades dos associados.

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Comercialização Aqui no Sicredi também temos o crédito rural para comercialização. Essa linha visa assegurar aos nossos associados os recursos necessários à comercialização de seus produtos permitindo o armazenamento e a conservação para venda futura, em melhores condições de mercado. A comercialização é utilizada para cobrir despesas próprias da colheita da produção e também auxilia na venda de acordo com os interesses do produtor rural.

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Seguros Agrícolas e Patrimoniais

Pensando na tranquilidade para o produtor rural, afinal, a sua lavoura é uma empresa a céu aberto, além do Proagro, temos mais duas modalidades de seguros agrícolas: O Seguro Multirrisco Agrícola e O Seguro Granizo, sendo que o associado pode contar com subvenção federal subsidiando parte do custo de sua apólice. Possuímos também seguros patrimoniais que beneficiam os associados com coberturas completas, abrangendo toda sua propriedade, desde a infraestrutura física até suas máquinas e equipamentos.

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