2018 - R$ 10,00 Ano 9 - Edição 9 Campos Novos/SC
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Celeiro do agronegócio
Mulheres no Agro Mulheres de Campos Novos mostram que não tem medo de liderar no agronegócio, um ambiente predominantemente masculino. Pág. 26
Celeiro do Estado Censo 2018 indica Campos Novos como grande ‘Celeiro’ de SC, cidade encabeça lista de maior produtora de grãos. Pág. 40
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SUMÁRIO GREVE DOS CAMINHONEIROS
COMEMORAÇÃO
Onze dias que abalaram um ano inteiro.
Coocam completa 25 anos aliando agronegócio e responsabilidade social.
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TRABALHO EM CONJUNTO
INVESTIR NO CAMPO
Cidasc, Epagri e Ceasa se reuniram para discutir potencial agropecuário.
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Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente realiza ações para fortalecer o Celeiro Catarinense.
FORMAÇÃO
CERTIFICAÇÃO
Unoesc fomenta a aprendizagem e presta serviços à comunidade.
Com Selo Aprosesc sementes certificadas garantem ao produtor safras de qualidade.
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EDITORIAL
O retrato do campo
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jornal O Celeiro completou 26 anos de história em Campos Novos, apesar de sempre ter dado destaque ao Agronegócio em suas páginas, desde 2010 o veículo criou mais uma ferramenta que colabora diretamente com o setor levando infomação aos agricultores e empresarios e a todos aqueles que tenham interesse neste seguimento, aliando mais conhecimento, história e retratando o campo. O próprio nome do jornal faz referência ao título que Campos Novos carrega de grande “Celeiro” de Santa Catarina. O investimento ascendente neste segmento importantíssimo para o estado e para o Brasil, nos levou nos últimos anos a construir mais esta ferramenta para potencializar e dar destaque as grandes empresas que apostam no agronegócio e contribuem para nossa economia. Durante todos esses anos acompanhamos o surgimento, o progresso e o crescimento dos empresários que acreditaram nos seus sonhos e trabalharam para deixar sua marca conhecida e reconhecida. Diante deste cenário, com a criação da Revista “Celeiro do Agronegócio”, já há 9 anos temos dado voz e foco as empresas e instituições que são vitrine no setor.
É com prazer que lançamos a 9° edição, onde reunimos os principais temas sobre as mais importantes empresas e assuntos contribuindo com as instituições que trabalham pelo bem de nossa região. Através das páginas desta revista vamos registrar nesta oportunidade a história de sucesso que vem sido escrita ao longo do tempo, elencamos os principais acontecimentos no ano de 2018. Vamos acompanhar a evolução das mulheres no setor do agronegócio quebrando os paradigmas deste segmento, a greve dos caminhoneiros que abalou o Brasil e também trazer as principais pautas das empresas que se destacam em Campos Novos e região. Nossa riqueza é fruto de muita dedicação, cooperação, confiança, união, perseverança e esforço de todos que fazem parte do setor. O trabalho que tem sido desenvolvido não pode ser escondido, as pessoas precisam ter conhecimento sobre as ações e potencialidades de todos que são comprometidos com o progresso local e a revista tem a responsabilidade de divulgar essas realizações, esse é o nosso objetivo. Enfim, desejamos que a cada ano possamos crescer juntos e que façamos parte da história um do outro nesta caminhada sempre em busca do sucesso.
Redação, Revista Celeiro do Agronegócio
EXPEDIENTE Diretor: Wilhiam Rodolfo Peretti Editora Chefe: Priscila Nascimento - RP: 0002761/PA Produção/Projeto Gráfico/Digramação Wilhiam Rodolfo Peretti Revisão: Antônia Claudete Martins - RP: 0006220/SC
Ed. 9 - Novembro de 2018 Revista
Celeiro do agronegócio
Colaboração e Agradecimentos Especiais: Anderson Canani, Aristides Cimadon, Beatriz Cadore, Claudemar Manfredi, Claudio Post, Cristiane A. Moro, Cristiane Gavazzoni Di Domenico, Delonei Picoli, Elisângela Schlager, Enanuelle Gomes de Queiroz, Fabiano Panisson, Ivan Ramos, João Carlos Di Domenico, José Adelar Carpes, Jair Noriler, Jailson dos Passos, Juliana Rosar, João Rodrigues, José Zeferino Pedroso, La Idea Comunicação, Laercio Zanchetta, Lucas Pietrobelli, Luiz Vicente Suzin, Marcelo Carlos Fortes Ribeiro, Mauro Maurina, Mauro Schuh, Prefeitura Municipal de Campos Novos, Roberto Richter, Silvio Alexandre Zancanaro, Tiago de Matia, Vera Lúcia Alves Henz, Vanessa Soccol, Valmir Pavesi.
Emails: Redação: redacaooceleiro@gmail.com Comercial: oceleirocomercial@gmail.com Contatos: Fone: (49) 3541.0597 Rua: Cel. Farrapo, 743 - Campos Novos-SC CEP: 89620.000 Impressão: Gráfica Sul Oeste Tiragem: 1500 exemplares
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*A Revista “Celeiro do Agronegócio” é um produto do Jornal O Celeiro com tiragem anual.
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ARTIGO
Cooperativismo catarinense se fortalece nos desafios Por Luiz Vicente Suzin, presidente da OCESC e do SESCOOP/SC
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posição do cooperativismo catarinense no Brasil vai muito além do seu destaque dentro do sistema. Reconhecido como um dos Estados mais cooperativistas do país, com mais de metade da população vinculada a uma cooperativa, Santa Catarina vê sua economia fortalecida por esse modelo de negócio, que, apenas em 2017, gerou mais de R$ 2,5 bilhões em tributos. Os ganhos gerados pelo cooperativismo não param por aí. As cooperativas catarinenses são propulsoras de mudanças e incentivos do Governo, tendo papel de protagonismo na elaboração de políticas públicas que se fazem valer em todo o país. Para o ramo agropecuário, por exemplo, que representa 63% do movimento econômico de todo o sistema cooperativista catarinense, as cooperativas participaram e participam ativamente das discussões com vistas a formulação de políticas voltadas à elaboração do crédito rural, e do Código Ambiental Catarinense, promovendo lucratividade e sustentabilidade ao negócio. No crédito, ramo que apresenta o maior número de associados e a segunda posição em movimento econômico no Estado, fica claro o papel das cooperativas na democratização do acesso ao crédito e no incentivo ao crescimento das comunidades em que estão inseridas. Com a sanção do PLP 100/2011, que autoriza as cooperativas de crédito a captarem recursos dos entes públicos municipais, essa característica fica ainda mais evidente, já que essas verbas estarão fixadas em suas localidades.
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Luiz Vicente Suzin Esses são apenas exemplos dos motivos que fizeram com que as cooperativas se mantivessem estáveis diante da crise econômica. As 263 cooperativas registradas na Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC), no ano passado, faturaram R$ 32,6 bilhões, apresentando um crescimento de 36,54% no quadriênio 20142017. O número total de empregados diretos aumentou 5%, passando a 60.532 colaboradores. Sem dúvida, a OCESC e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP/SC), contribuíram para esse cenário, que promete ser ainda mais positivo em 2019. A OCESC foi a articuladora da criação da Lei nº 16.834, de 16 de dezembro
de 2015, que institui a Política Estadual de Apoio ao Cooperativismo. Previsto na lei, o Conselho Estadual de Cooperativismo – CECOOP teve seus membros empossados neste ano e terá o dever de discutir iniciativas para fortalecer o sistema, sendo, também, a ponte do cooperativismo catarinense com o Governo do Estado. O SESCOOP/SC investiu nos últimos anos mais de R$ 29,1 milhões em ações de formação profissional, promoção social e monitoramento, atendendo mais de 163,5 mil pessoas, entre empregados, dirigentes e cooperados. São investimentos massivos para profissionalizar ainda mais a gestão das cooperativas, algumas com reconhecimento internacional. No campo ou na cidade, o sistema cooperativista catarinense mostra a sua força, muda cenários e promove desenvolvimento. Sabemos dos desafios que nos esperam, mas também sabemos dos diferenciais que carregamos na nossa essência.
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ARTIGO
Um caminho sem volta Por: José Zeferino Pedrozo Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC)
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Brasil está dando um exemplo ao mundo que detém uma agricultura moderna, eficiente e ecologicamente responsável. O País produz 7% do alimento do planeta e, ao mesmo tempo, ostenta a segunda maior cobertura florestal do mundo, 12% da água doce existente e 20% da biodiversidade conhecida. Os produtores e empresários rurais demonstram crescente consciência, interesse e adesão aos propósitos de uma agricultura sem emissões porque compreendem a gravidade do fenômeno: o aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera, ao reter o calor recebido do sol, é responsável pelo aquecimento do planeta. Praticamente todas as entidades do agronegócio aderiram às metas de redução da emissão de gases de efeito estufa estabelecidas pelo Programa ABC – Agricultura de Baixo Carbono – que busca reduzir a emissão de CO2, mantendo a alta produtividade agrícola e recuperando 15 milhões de hectares de pastagens degradadas. A consolidação de uma economia de baixa emissão de carbono na agricultura envolve uma série de ações, entre elas o financiamento para a recuperação de áreas e pastagens degradadas, implantação de sistemas orgânicos de produção agropecuária, melhoria dos sistemas de plantio direto na palha e de integração lavoura-pecuária, lavoura-floresta, pecuária-floresta ou lavoura -pecuária-floresta. Além disso, objetiva a implantação, manutenção e manejo de florestas comerciais, inclusive aquelas destinadas ao uso
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rio firmado pelo Brasil durante a Conferência da ONU sobre o Clima em Copenhague (dezembro de 2009) que estabeleceu uma série de ações de mitigação de gases de efeito estufa para o País. Por essa razão, as entidades do agronegócio reivindicam aos futuros governantes apoio à agricultura de baixo carbono, expandindo as ações públicas e privadas voltadas à assistência técnica, extensão rural e difusão de tecnologia em sinergia com outras fontes e mecanismos nacionais e internacionais. Pedem incentivos para a expansão agrícola e pecuária, bem como para a recuperação florestal, em áreas degradadas e de baixa aptidão agrícola por meio dos planos de investimento.
José Zeferino Pedroso industrial ou à produção de carvão vegetal; adequação ou regularização das propriedades rurais frente à legislação ambiental, recuperação da reserva legal, de áreas de preservação permanente e o tratamento de dejetos e resíduos, entre outros, além da implantação de planos de manejo florestal sustentável. O programa financia as práticas e tecnologias adequadas e sistemas produtivos eficientes que contribuem para a redução dos gases causadores do efeito estufa. Também garante ao produtor maior capacidade de pagamento, pois o crédito é oferecido com prazos de carência e de pagamento diferenciados, além de taxas de juros mais baixas. Essa medida é a primeira iniciativa do setor em larga escala e atende ao acordo voluntá-
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RECONHECIMENTO
Santa Catarina se destaca no Prêmio SomosCoop ‘Melhores do Ano’ As cooperativas foram destaque com três primeiros e dois segundos lugares entre as sete categorias da premiação em 2018.
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Colégio CEM da Cooperativa Magna de Concórdia ficou com o primeiro lugar na categoria Comunicação e Difusão do Cooperativismo, a Unimed Brusque venceu na categoria Cooperativa Cidadã e o Sicoob Creditapiranga SC/RS foi primeiro lugar na categoria Cooperjovem. Já a Cooperativa Ailos de Blumenau e a FECOAGRO de Florianópolis ficaram com o segundo lugar nas categorias Comunicação e Difusão do Cooperativismo e Intercooperação, respectivamente. Ao todo, 21 cooperativas tiveram suas boas práticas reconhecidas nacionalmente. O prêmio mostra como as cooperativas de todas as regiões do país promovem ações para o desenvolvimento social por meio de um modelo econômico mais justo e sustentável. A entrega da premiação ocorreu em 30 de outubro em Brasília e contou com a participação de lideranças cooperativistas, autoridades políticas e outros parceiros do movimento. “Ficamos muito felizes com a conquista das cooperativas e sabemos que a premiação é um reflexo do trabalho de excelência que vem sendo desenvolvido há muito anos pelas cooperativas do Estado. Estão todas de parabéns. É um orgulho para nós
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fazermos parte de um sistema reconhecido nacionalmente”, comenta o presidente da OCESC e do SESCOOP/SC, Luiz Vicente Suzin. Os jurados analisaram 437 projetos de 267 cooperativas de 20 estados brasileiros, o que representa um aumento de 25%
do número de inscrições em relação à última edição. Dos 13 ramos que englobam o sistema cooperativista, destacam-se os projetos ligados ao agropecuário, crédito, saúde e trabalho. Minas Gerais e Santa Catarina lideraram a participação por estados.
Conheça os ganhadores da 11ª edição do Prêmio SomosCoop ‘Melhores do ano’: uComunicação e Difusão do Cooperativismo 1º. Lugar: Colégio CEM (SC): Vivenciando a cultura cooperativista na minicidade cooperativista; 2º. Lugar: Ailos (SC): Mudança na estratégia de marca do Sistema Ailos; 3º. Lugar: Coopeafa (PE): Promoção do cooperativismo na agricultura familiar.
uCooperativa Cidadã 1º. Lugar: Unimed Brusque (SC): Programa viver bem na escola; 2º. Lugar: Sicredi Vale do São Francisco (PE): Camerata Sicredi Vale do São Francisco; 3º. Lugar: Sicoob Carlos Chagas (MG): Projeto Sicoob de olho no futuro.
uCooperjovem 1º. Lugar: Sicoob Creditapiranga SC/RS (SC): Cooperjovem 2º. Lugar: Sicredi União MS/TO (MS): Cooperjovem;; 3º. Lugar: Sicoob Fluminense (RJ): Cooperjovem.
uDesenvolvimento Sustentável 1º. Lugar: Coonap (PB): Dessalinizador solar de baixo custo; 2º. Lugar: Cocamar (PR): Fios sustentáveis e moda consciente; 3º. Lugar: Coopatos (MG): Revitalização do córrego do limoeiro - estação ecológica coopatos e projeto recriar.
uFidelização 1º. Lugar: Languiru (RS): Inclusão social e produtiva no campo; 2º. Lugar: Unimed Federação Minas (MG): Programa de relacionamento com o cooperado; 3º. Lugar: Coagru (PR): APP – Coagru “fidelização pela satisfação”.
uInovação e Tecnologia 1º. Lugar: Sicoob Credigerais (MG): IFISI: incluindo vidas pela educação criativa; 2º. Lugar: Coopeavi (ES): Condomínio avícola; 3º. Lugar: Unimed Vitória (ES): Inovação nas condutas da atenção integral à saúde prestadas às gestantes.
uIntercooperação 1º. Lugar: Coopatos (MG): Consórcio cooperativo; 2º. Lugar: Fecoagro (SC): Central de compras Fecoagro; 3º. Lugar: Rede Alternativa (DF): Escritório de gestão e comercialização em rede: desenvolvimento das cooperativas de catadores do distrito federal e entorno.
Modelo da Fecoagro
Projetos Inovadores
Com 32 colaboradores, 974 fornecedores, mais de 66 mil itens cadastrados e a presença de 11 cooperativas filiadas, a Central de Compras da FECOAGRO se tornou um enorme atacado. E para fazer o processo andar, a estrutura funciona como um relógio, sempre no ponto. Só em termos de economia, comprando diretamente das indústrias, a Central gerou R$ 19 milhões em ganhos reais no ano de 2016, passou para quase R$ 25 milhões em 2017 e no primeiro semestre de 2018 já bateu na casa dos R$ 11 milhões. Essa economia, repassada às cooperativas participantes, é oriunda de um faturamento de R$ 740 milhões, ainda este ano a previsão é alcançar R$ 800 milhões. A adesão à Central de Compras é voluntária, mas quando houver o acerto a cooperativa tem que participar ativamente. Nesses últimos anos a Central de Compras da FECOAGRO estabeleceu como meta melhorar o desempenho do sistema integrado. Feito isso, a operação do dia a dia teve um ganho de eficiência significativo. Só entre as cooperativas integrantes o volume negociado passou dos R$ 150 milhões.
Dentro da Central estão projetos que tem o objetivo de melhorar o desenvolvimento dos negócios das cooperativas. Entre os quais: “Troca-Troca” do governo catarinense: Há 20 anos a FECOAGRO coordena a compra de insumos e repassa às cooperativas que atendem os mais de 80 mil agricultores. O pagamento é feito apenas na safra seguinte, com o produto da colheita. O subsidio também é feito pelo governo, que aplica, anualmente, mais de R$ 50 milhões no incentivo à compra de sementes de milho de alta tecnologia, calcário para corrigir o solo e também o kit de insumos para forrageira. Horta Santa: Também em parceria com o governo do estado, estimula a produção e comercialização dos hortigranjeiros que posteriormente são adquiridos pela Central e repassados aos supermercados das cooperativas. Atualmente todos os produtores contemplados pelo programa Horta Santa são associados de cooperativas filiadas á FECOAGRO. A proposta no futuro é diminuir o volume de produtos que vem de fora. Hoje 80% da demanda vêm do CEASA doRevista Paraná, onde a FECOAGRO possui boxes exclusivos. Mas o objetivo com o Horta Santa é diminuir esse volume, aproveitando a produção na própria região.
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PECUÁRIA
Exposições e Leilões marcam o ano de 2018
ExpoCampos, Feira do Terneiro, Feira da Primavera e Remate Destaque Angus foram alguns dos eventos que movimentaram Campos Novos
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odo ano Campos Novos registra grandes acontecimentos que fomentam e geram rendam ao município. Entre os principais eventos ocorridos em 2018 podemos citar a 13° ExpoCampos que aconteceu de 18 a 20 de maio, nesta mesma data aconteceu a Feira do Terneiro e da Terneira, meses mais tarde foi realizada a 29º Feira da Primavera que aconteceu no dia 15 de setembro, e no dia 23 o Leilão Destaque da Fazenda Renascença. Lazer, turismo, e bons negócios foram proporcionados pela realização desses importantes eventos. O clima chuvoso não impediu as pessoas de comparecer a Expo Campos para curtir as atrações, shows e as exposições que aconteceram no Parque de Exposição Leônidas Rupp. A Feira do Terneiro e da Terneira, promovida pelo Sindicato dos Produtores
Rurais, aconteceu paralela a ExpoCampos. O evento que já está na sua 35° edição gerou quase um milhão em negócios, tendo 100% dos animais comercializados. No total foram negociados 560 animais com faturamento de R$ 946.415,00. De acordo com Luiz Sérgio Gris, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, o leilão teve um ótimo resultado. “No leilão superamos as nossas médias, que é uma das mais altas do estado”, afirmou. Os negociadores de animais são em sua maioria de Campos Novos, significando que o dinheiro movimentado retorna para a cidade através de investimento dos próprios produtores. No mês de setembro o Sindicato dos Produtores Rurais realizou mais um evento voltado para a comercialização de animais, a Feira da Primavera, realizada no Parque de Exposições. Na ocasião a chuva também não deu trégua, mas mesmo assim o evento foi bem-sucedido, movimentando R$ 498.490,00. Gris afirma que o sindicato está orgulhoso das marcas que tem alcançado através do evento e relata que eles provavelmente irão atingir a meta de comercialização de R$ 3 milhões em venda dentro do parque de exposição durante este ano, demonstran-
do que Campos Novos têm crescido e se fortalecido também no segmento da pecuária apresentando um gado de qualidade com excelente genética e que tem atraído muitos produtores. A fazendo Renascença de propriedade do Dr. Nelson Serpa também promoveu o 9° Remate Destaque Angus, em que foram comercializados cerca de 120 animais. Dr. Nelson garante que o investimento na raça Angus é uma ótima escolha. “Um animal com essa qualidade e genética é muito atrativo. As fêmeas são de alto padrão genético, estão todos em condições muito boas. O caminho mais curto para melhorar o criatório é incorporar a genética Angus porque são animais adaptados para o clima da região sul do país”, destacou. Campos Novos tem apresentando um avanço constante no setor da pecuária, evidenciando os investimentos feitos pelos produtores para aprimorar os plantéis em vista do mercado competitivo e das tecnologias utilizadas no incremento da criação de gado, fazendo com que os animais apresentem excelentes qualidades que favoreçam sua comercialização. E este é um setor que tende a crescer ainda mais nos próximos anos. Revista
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GREVE
Onze dias que abalaram um ano inteiro Greve dos caminhoneiros mostrou a força da classe e mobilizou o país. Paralisação ainda tem reflexos na economia.
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ia 21 de maio de 2018 os caminhoneiros autônomos resolveram se unir para realizar uma greve que pegou a população brasileira de surpresa. A classe se manifestava contra o preço do combustível, os reajustes constantes, o fim da cobrança de pedágio por eixo suspenso e o fim do imposto do PIS/Cofins sobre o diesel. Poucos acreditaram que a greve iria durar muito, mas os caminhoneiros resistiram e provocaram o bloqueio de rodovias em 24 estados e até no Distrito Federal,
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impedindo a circulação de itens essenciais a população, como alimentos e remédios para hospitais, além de causar a falta de gasolina nos postos. A paralisação durou onze longos dias, e teve reflexos em todos os setores, levando alguns municípios a decretarem situação de calamidade pública devido o desabastecimento. A situação do Brasil, que já não era muito boa, ficou ainda pior, os cofres públicos sofreram um enorme prejuízo. O caos no Brasil foi tamanho que chamou a atenção da imprensa internacional, e o fato foi noticiado nos principais meios de comu-
nicação do mundo. O movimento a cada dia ganhava mais espaço na mídia. As aulas na maioria dos estados foram suspensas, as frotas de ônibus diminuíam, e as filas nos postos que ainda tinha combustível dobravam as ruas, e, claro, o preço aumentou bastante. Os caminhoneiros, por meio da paralisação, mostraram a importância do seu trabalho para o Brasil. A greve trouxe um prejuízo muito grande para as empresas. A região sul, que tem o agronegócio como um setor de grande importância, vivenciou dias de grandes
perdas e desperdício. Apesar de todos os problemas instalados pela paralisação, os caminhoneiros foram ganhando o apoio da população. Em Campos Novos e região os trevos das rodovias foram tomados pelos caminhoneiros, que mesmo com o frio se abrigaram debaixo dos tetos improvisados ao redor de uma fogueira que os aquecia. No período em que durou a greve apenas carros comuns eram liberados para trafegar nas rodovias O jornal O Celeiro esteve presente fazendo a cobertura dos acontecimentos e conversando com a classe que bateu o pé e disse que só iria acabar com a greve se o presidente Michel Temer atendesse as reivindicações deles. Foram momentos tensos que provocaram inúmeros sentimentos nas pessoas. Nos momentos de raiva, confusão e dúvidas muitos procuraram achar culpados em todos os lugares, a princípio até mesmo os postos de combustíveis foram apontados como vilões dos impostos. De acordo com a tabela da Federação Nacional do Comércio de Combustível e Lubrificantes (Fecombustíveis) os tributos federais chegam quase a R$ 0,70, os tributos estaduais chegam quase a R$ 1,0 e a CIDE, Pis/Cofins e o ICMS juntos chegam quase ao valor de R$ 2,0, e estes valores oscilam bastante. O aumento contínuo pesa no bolso da população que precisa do combustível. Com esta confusão até mesmo os postos de combustíveis aderiram a paralisação em apoio a classe e exigindo menos impostos nos combustíveis. O que começou apenas com a classe de caminhoneiros ganhou grandes proporções e apoio ao levantar causas que estão além da alta no valor dos combustíveis. “Não é pelo dinheiro, e sim pelo desrespeito e corrupção que estão por trás dos impostos”, resumiu um dos manifestantes. A movimentação moveu o povo a buscar um país menos corrupto. Em Campos Novos postos de combustíveis, empresários e até as grandes cooperativas aderiram a greve, mesmo significando prejuízos aos próprios. O diretor da Coopercampos, Luiz Carlos Chioca, que esteve presente em algumas paralisações, reiterou seu apoio à causa, e mesmo ciente
das perdas, ele vê a luta dos caminhoneiros como justa. “O Brasil está passando por um momento difícil, não da pra continuar como está, o brasileiro preciso abraçar esta causa. As perdas para a empresa são grandes, mas a causa é justa, depois corremos atrás do prejuízo”, diz. Alguns manifestantes chegaram a pedir a intervenção militar, acreditando que um golpe seria o único jeito de mudar a situação da corrupção no Brasil. No mesmo dia em que os caminhoneiros iniciaram as paralisações o Governo Federal anunciou que iria reunir com ministros para analisar a situação. No dia 24 de maio o Presidente Temer se reuniu com alguns representantes dos grevistas e afirmou acordo de trégua. Mas no outro dia, a paralisação seguiu firme. Diante do descumprimento do acordo o presidente Temer fez dois pronunciamentos durante a semana, no primeiro ele chamou os manifestantes de minoria radical e exigiu o cumprimento do acordo que daria fim as manifestações pelo período de 15 dias. Temer afirmou o acionamento das forças militares para desobstruir as estradas, no entanto, mesmo em tom ameaçador, os caminhoneiros não cederam e continuaram a paralisação. O segundo pronunciamento aconteceu no dia 27 de maio, mas desta vez o presidente, mais calmo, apresentou novas propostas aos caminhoneiros. Uma das medidas foi retirar o PIS/Cofins e a Cide, garantindo a redução R$ 0,46 por litro do óleo diesel, e esse valor ficaria congelado
durante 60 dias e não mais durante 30 dias, como foi previsto no acordo. A proposta do governo federal enfim agradou os caminhoneiros. Enquanto as negociações e reuniões de governo estava sendo organizadas, o país continuava sofrendo com a falta de mantimentos. O setor agropecuário sofreu bastante, pela falta de combustível, os animais ficaram sem alimentação correta, um número muito grande de animais morreram, ovos e leite foram desperdiçados causando muito prejuízos aos produtores rurais. Em Campos Novos, o prefeito Alexandre Zancanaro se reuniu com produtores rurais, Defesa Civil, Secretaria de Agricultura e após diagnóstico de impactos, decretou situação de atenção. Após a aplicação das medidas tomadas pelo governo federal, representantes dos caminhoneiros autônomos afirmaram que a categoria deveria encerrar a greve assim que as medidas fossem oficialmente publicadas. Após esse acordo, os caminhoneiros ainda tentaram resistir alguns dias. No dia 30, décimo dia do movimento, o Brasil inteiro se mobilizou em favor da causa e foi realizada mais uma paralisação geral, em que todos os setores pararam e foram para as ruas em busca de melhores condições para o país. Mas no dia seguinte, aos poucos as rodovias federias foram sendo liberadas, e a rotina foi voltando a sua normalidade.
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A vida continua... Brasileiros voltaram a sua rotina, mas greve deixou um rombo nas empresas do agronegócio.
Cooperativas de Campos Novos e região ainda trabalham com impactos da paralisação.
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esmo depois de meses do fim da greve dos caminhoneiros, os reflexos ainda são sentidos. As cooperativas agropecuárias de Campos Novos ainda vivem os impactos da greve. O setor agropecuário foi diretamente afetado por algumas decisões tomadas pelo Governo Federal para que a greve tivesse fim. Pequenas, médias e grandes cooperativas reclamam que as decisões resolveram a situação dos caminhoneiros, mas prejudicou os demais setores que
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contribuem para a economia nacional. Em Campos Novos, representantes e empresários do agronegócio tem se empenhado para compensar as perdas. Uma das queixas unânime é em relação à tabela de frete estabelecida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que tem cobrado valores absurdos. Neste processo os produtores rurais são os mais afetados porque não lucram o equivalente ao que foi investido na produção. A reportagem conversou com representantes de algumas cooperativas de Campos Novos para ouvir as queixas e atitudes no pós-greve. A equipe da Cooperativa Agropecuária do Celeiro Catarinense (Coperacel) diz que a greve trouxe muitos transtornos. Hoje o que dificulta o trabalho da Coperacel são os fretes estabelecidos pela ANTT que, segundo a cooperativa, estão
muito acima do que vinha sendo praticado. Este fator tem influenciado na negociação principalmente dos fertilizantes para a próxima safra. O grupo reclama que o governo atendeu a demanda das transportadoras e caminhoneiros, instituindo um tabelamento de frete sem consultar os demais setores envolvidos na atividade produtiva, não avaliando a extensão dos danos causados ao agronegócio como um todo. Mas apesar dos impactos da greve, o grupo tem honrando todos os contratos, afirmando que a adoção desta tabela onera os custos de produção trazendo prejuízos diretos ao produtor rural. O gerente comercial da Copercampos, Rosnei Soder, relata que em consequência da greve a cooperativa tem passado por uma experiência similar com prejuízos consideráveis. Além dos dias parados em decorrência da greve, a empresa também fi-
cou parada por mais dez dias em função dos valores da tabela da ANTT que impossibilitaram a embarcação de algumas mercadorias. Hoje a transportação tem sido feita, mas em volume bem abaixo do esperado pela empresa. Somente as operações de frete vão custar cerca de 3 milhões a mais para a cooperativa. Esta situação também causou atraso nas entregas impedindo o pagamento das tradings para a cooperativa, já que o valor só é creditado quando as mercadorias são entregues. No caso dos contratos assinados antes da greve o prejuízo calculado girou em torno de R$25,00 por tonelada, valor que a própria Copercampos teria que arcar com a nova tabela. Nos contratos pós-greve foi fixado um frete mais alto por conta do aumento. Porém independentemente da alteração no mercado, Rosnei garantiu o cumprimento dos contratos mesmo com atraso e que os associados e produtores estão sendo pagos em dia para que ninguém saia ainda mais prejudicado. A Copercampos conta com frota própria, com quase 40 caminhões, mas mesmo assim ainda se faz necessárias verbas para custear um veículo, sendo que esta frota consegue atender menos de 10% da demanda. As questões levantadas até o momento não envolvem apenas bens pecuniários, a cooperativa também trabalha com se-
res vivos, como os suínos, que passaram dias sem alimentação correta causando perdas que demoram a ser recuperadas. “Isso leva tempo para se normalizar. É difícil prever uma data para recuperar o que foi perdido, talvez entre seis a sete meses. Só o tempo e muito trabalho para colocar a casa em ordem”, diz Rosnei, reiterando ainda que a greve durou apenas onze dias. A Cooperativa Agropecuária Camponovense (Cocam) também compartilha de algumas dessas realidades. Riscala Fadel Junior, vice-presidente da cooperativa relatou que as perdas foram expressivas afetando toda a cadeia produtiva e levará um tempo até a empresa se recuperar de todos os impactos sofridos. Ele pontuou sobre a importância do transporte terrestre nas atividades agropecuárias e que a ausência afetou todas as etapas de produção, desde o início até a fase de entrega. Sem o transporte o trabalho é impedido de ser realizado prejudicando todos os demais setores da empresa. Por exemplo, hoje apesar de estar operando normalmente, a Cocam ainda precisa trabalhar com os animais que passaram por um período de estresse devido à falta de alimentação adequada e perderam peso, neste caso levará tempo até a recuperação completa. “A agropecuária não é como uma indústria
que você desliga as máquinas e vai embora, aqui lidamos com seres vivos que precisam ser cuidados”, explicou Riscala, ao falar sobre a situação da cooperativa e seus esforços em manter os trabalhos em dia. O vice-presidente também ressaltou o que as demais cooperativas disseram, com relação ao fato do governo solucionar o problema dos caminhoneiros, mas provocar uma problemática a mais sobrecarregando toda a população e empresas através de impostos que visam pagar a conta dos prejuízos. “No Brasil é difícil sobreviver com esta carga tributária, os caminhoneiros tem razão, mas outros setores deveriam também se mobilizar. As empresas não aguentam mais a carga tributária”, comenta ao se posicionar sobre a situação da crise, observando que as perdas são significativas não só para Campos Novos, mas também para o Brasil, acrescentando que os efeitos podem impedir o crescimento do Produto Interno Bruto. Apesar das consequências e desafios, as cooperativas de Campos Novos estão operando normalmente com as culturas de verão em andamento. Mesmo com perdas as empresas conseguiram manter seu quadro de funcionários e esperam que em breve possam operar com margem de lucros suficientes para que todos sejam beneficiados.
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Celeiro
眀眀眀⸀ 漀爀挀愀琀攀愀 ⸀挀漀洀⸀戀爀 do agronegócio
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Viva uma experiência financeira diferente e completa. Crédito
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Ouvidoria: 0800 725 0996 (Atendimento Seg. a Sex. - 8h às 20h) | www.ouvidoriasicoob.com.br | Deficientes auditivos ou de fala: 0800 940 0458
FUTURO
Sicoob Previ. Presente no futuro dos seus cooperados. Com a menor taxa de gestão do mercado a cooperativa oferece qualidade de vida e rentabilidade líquida na Previdência Privada.
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que você faria se tivesse a oportunidade de fazer um grande negócio? Realizar seus sonhos sabendo que a sua renda está garantida? Bem, isso é possível, e pode ser encontrado através do Plano de Previdência Privada oferecido pelas agências Sicoob. Esse sistema é uma opção para quem busca uma reserva financeira complementar, possibilitando ao associado um padrão de vida melhor. Seja para estudar, empreender ou aposentar com segurança no futuro. De acordo com Juliana Rosar, Superintendente do Sicoob de Campos Novos, “A hora de pensar na Previdência Privada é agora, hoje em dia as pessoas precisam colocar em prática seus planos e conquistar sua carreira, com um Plano de Previdência o cliente pode salvar seus investimentos e garantir a qualidade de vida dos seus familiares. O sistema previdenciário brasileiro vive momentos de crise e por isso sempre é bom planejar e pensar nos sonhos e na aposentadoria”. Juliana comenta que quanto mais cedo as pessoas pensarem em algum tipo de plano, menor será o tempo de contribuição. “O “Sicoob Previ” é uma opção de serviço oferecido pelo Sicoob exclusivamente aos associados que participam de um dos maiores sistemas de cooperativismo de crédito do país, isso facilita ainda mais, pois ele possui uma taxa de gestão de 0,275% ao ano que é um número atrativo para quem busca maior lucratividade no mercado. Outro ponto relevante desse plano é a rentabilidade líquida,
Para se aposentar, empreender, estudar ou fazer o que quiser.
Previ
que é repassada em 100% para reserva do participante, sendo possível acrescentar também a contratação de cobertura de risco por invalidez ou morte”. Clientes Sicoob e pessoas que não são clientes podem passar em um Ponto de Atendimento Sicoob e fazer a análise do seu perfil com um atendente. Na região a agência atua com sede em Campos Novos e unidades nos municípios de Brunópolis, Capinzal, Curitibanos, Monte Carlo e Zortéa. “Somos preparados para cuidar da sua previdência e de outros 14 mil cooperados, as características socioeconômicas, tais como, idade, tempo estimado para aposentadoria, composição familiar, entre outras, assim que analisadas, geram a proposta de um plano ideal para sua renda. Quem participa do plano e deseja resgatar seu dinheiro pode optar pelo pagamento único ou 12 parcelas mensais. Associados que optam pela aposentadoria, recebem a 13ª renda” afirma Juliana. O Sicoob Previ é administrado pela Fundação Sicoob de Previdência, que oferece opções diferenciadas de mercado.
Todos seus recursos são administrados pela Bancoob DTVM e seguem as regulamentações do Conselho Monetário Central (CMN) e Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Conheça melhor esse e outros produtos. O Sicoob possui uma carteira completa para sua necessidade. POR QUE FAZER UMA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR? PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL – INSS A SITUAÇÃO DOS APOSENTADOS
1% 25% 46% 28%
Dependem de familiares
Dependem de caridade
São obrigados a trabalhar
São independentes
*FONTE: IBGE
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MULHERES NO AGRO
Empoderamento Feminino:
O agronegócio também é coisa de mulher!
Mulheres de Campos Novos mostram que não tem medo de responsabilidade e acreditam que muita coisa ainda pode mudar neste cenário predominantemente masculino
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ão é segredo que a economia do município é movimentada principalmente pelo agronegócio. Também não é novidade que o setor é liderado na sua maioria por homens e eles estão de parabéns pelo trabalho que executam. Mas a cada ano este cenário tem se misturando e já vemos mulheres inseridas no mercado dos negócios. Aos poucos, elas estão deixando de ser coadjuvantes, conquistando participação efetiva nas empresas. Em Campos Novos elas realizam seu trabalho de forma exemplar. Nunca ouvimos tanto a expressão empoderamento feminino quanto agora. Revista
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Talvez isso se dê porque a classe feminina tem conquistado a igualdade de direitos e percebido que são excelentes administradoras, não apenas do lar, mas também nas empresas. O discurso do empoderamento nada mais é do que a busca pelo poder de participação social das mulheres, garantindo a igualdade entre os gêneros. É digno de nota que o município de Campos Novos é o único no estado que tem uma cooperativa presidida por duas mulheres, um avanço significativo da participação feminina no mundo do agro local. Aos poucos o mundo vem conhecendo a força e a coragem da mulher, que mesmo sendo culturalmente ensinada a ficar
a sombra dos homens, tem batido de frente com esta realidade que insistiu em predominar, não só no Brasil, mas no mundo. A ousadia feminina lhes rendeu críticas e enfrentamentos, mas a união fez a força, e juntas, elas foram adiante e continuam na luta para garantir seu espaço. Não adianta fazer vista grossa e ignorá-las, elas estão conquistando e impondo sua presença com firmeza e segurança. A redação da Revista O Celeiro do Agronegócio entrevistou algumas das várias mulheres que trabalham em diversos setores em Campos Novos, mulheres que são exemplos de liderança em grandes empresas. Elas relatam que o caminho a percorrer ainda é longo, mas que começa com pequenos pas-
sos. Todas concordam que um dos motivos de haver essa porcentagem maior de homens no agronegócio e demais setores é a questão cultural. Mas tabus foram feitos para serem quebrados e elas, por meio de suas experiências, comprovam a competência e a qualidade da liderança feminina. Elisângela Schlager, presidente da Cooperativa Agropecuária do Celeiro Catarinense (Coperacel), responde por um cargo bem pouco representado por mulheres. Ela sabe que ainda são poucas as mulheres que assumem essa posição dentro do agronegócio, mas acredita que essa realidade mudará com o passar do tempo. “As mulheres estão a cada dia conquistando seu espaço e sempre realizam suas ações com sucesso”, comenta, frisando que no agronegócio ainda causa surpresa ver uma mulher em posição de líder. A presidente da Coperacel relata que ao participar de fóruns e viagens a negócios alguns ficam perplexos com a situação. “Este setor é quase que predominantemente masculino, então pessoas ficam surpresas ao me verem como presidente”, afirma. Elisangela que também é mãe, diz que consegue assumir as duas responsabilidades de forma equilibrada. “Ser mãe não nos incapacita de trabalhar, pelo contrário, nos ajuda a ter mais habilidades na gestão e na administração de empresa”, declara. Rita Canuto, responsável pela contabilidade da Cooperativa Regional Agropecuária de Campos Novos (Copercampos), é outra mulher de destaque nesse cenário. Ela assumiu o setor contábil da cooperativa há mais de 10 anos e neste período ela conseguiu se dividir entre ser mãe, a carreira e a especialização. Ela admite que não é tarefa fácil, mas garante que é possível ter inúmeras responsabilidades e uma carreira bem-sucedida. “A mulher é tão capaz e competente quanto o homem, ela só precisa se esforçar para buscar seus sonhos e suas metas”, encoraja. No entanto, Maria Rita pondera que o fator cultural influencia negativamente as mulheres fazendo com que algumas deixem de acreditar em si e não busquem seus objetivos.
Outra mulher empoderada, que tem mostrado sua atuação feminina no agronegócio é a gerente administrativa da Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam), Cristiane Moro, que explica que na cultura regional o homem sempre ficou a frente da gestão dos negócios, pois a regra previa que ele deveria ser o sucessor nos negócios de família. Porém, avaliou a gerente, novas tecnologias foram inserindo as mulheres neste setor. “A evolução do setor agro foi revolucionada pela tecnologia e para acompanhar este desenvolvimento foi necessário que o produtor incluísse nas tarefas e na gestão da propriedade os filhos e esposa”, exemplifica Cristiane, ressaltando que muitas mulheres camponovenses estão em evidência no agronegócio. Entretanto, ela também pontua que ainda existe um discurso machista de que a mulher não seja tão capacitada para atuar no setor. Para ela ainda falta empoderamento feminino, permitindo que a mulher acredite em sua capacidade. Demonstrando confiança e positividade, Vera Lúcia Alves Henz, diretora executiva da Associação Empresarial, Rural e Cultural Camponovense (Acircan), acredita que o empoderamento feminino é gradativo, mas crescente e que as mulheres estão aos poucos conquistando espaço e assumindo funções que antes só eram exercidas por homens. Para Vera, as mulheres apresentam atributos que as qualificam para assumir posições de liderança. “Se tratando de Campos Novos, o agronegócio tem se mostrado aberto para mulheres atuarem em funções de chefia, como não víamos anteriormente”, afirma. Apesar dos avanços e das conquistas femininas, alguns dos tabus enfrentados pelas mulheres também são internos, ou seja, além da mulher lutar contra o patriarcalismo cultural, ela precisa combater sentimentos de insegurança que a fazem duvidar de si. Embora sejam exemplos de autoconfiança, as entrevistadas ainda percebem que existem mulheres resistentes, com medo de assumir posições de responsabilidade, receosas de falhas ou críticas. “É normal o homem errar,
mas quando a mulher erra as críticas sempre acontecem”, diz Elisângela. “Ao assumir um cargo de gestão somos muito cobradas, com isso ficamos inseguras na tomada de decisão, fazendo com que não acreditemos no nosso potencial e ficamos com medo de novas responsabilidades”, reitera Cristiane Moro. Entretanto, a insegurança não impediu a classe feminina de ficar na retaguarda dos homens. “As mulheres devem lutar pelos seus sonhos, devem agir e se esforçar para buscar o que querem”, afirma Rita. A insegurança e o medo são alguns obstáculos a serem superados com trabalho, dedicação, e determinação, aliás, essas são qualidades que não faltam às mulheres. Vera ressalta que as mulheres exercem uma performance empresarial que evidencia qualidades femininas como a prudência e a percepção, que tendem a ser mais apuradas após a maternidade. “A atuação da mulher tende a crescer. Costumamos ser prudentes e buscamos ser assertivas”, disserta. As mulheres possuem características naturais que a destacam no setor dos negócios. Para que as mulheres se vejam valorizadas por si e pela sociedade ainda faltam mais ações que as incentivem e as capacitem para ampliarem seu conhecimento. As entrevistadas destacam a importância de promoção do desenvolvimento profissional, capacitando as mulheres, tanto as pequenas produtoras do meio rural, quanto as que estão à frente de importantes decisões. Apesar da busca pelo empoderamento, as mulheres ressaltam que não há uma rivalidade ou um discurso de exclusão do homem, mas sim, uma luta por igualdade de direitos, assim como deveres. Os exemplos citados evidenciam o poder da mulher em qualquer esfera de negócios e as incentivam a acreditar em si, no seu potencial e competência. Todas as entrevistadas apontaram a insegurança como um fator limitante e até paralisante, mas as mulheres devem manter a luta para combater o preconceito e enfrentar o medo.
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UNIÃO DE TRABALHO
Encontro de Dirigentes promove fortalecimento do setor agropecuário
Departamentos da Secretaria de Agricultura se reuniram em Campos Novos para discutir sobre potencial agropecuário estadual e local
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‘Celeiro Catarinense’, assim é reconhecido Campos Novos no estado. O título evidencia o município como o maior produtor de grãos de Santa Catarina. Além da produção de grãos, atualmente a produção de leite também tem ganhado destaque na região. A riqueza gerada no agronegócio local não tem passado despercebido e por isso Campos Novos sediou, nos dias 2 e 3 de agosto, o Encontro de Dirigentes da Agricultura, importante evento promovido pela Secretaria de Agricultura e Pesca e os órgãos que a compõe: Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e a CenRevista
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tral de Abastecimento do Estado (Ceasa). O evento teve por objetivo o fortalecimento do setor do agronegócio na região, tendo presença do Secretário Estadual de Agricultura e Pesca, Airton Spies, presidente da Epagri, Luiz Ademir Hessamann, Secretário Adjunto, Athos de Almeida Lopes Filho, presidente da Cidasc, Luiz Alberto Rincoski Faria, o Secretário Executivo da 8° ADR, Jairo Luft, além de representantes da Diretoria de Cooperativismo e Agronegócio, Diretoria de Politica da Agricultura Familiar e de Pesca e do Núcleo de Inovação Tecnológica para Agricultura Familiar. Em seu discurso de abertura, Airton Spies apresentou um resumido histórico de crescimento de Santa Catarina, fato que o coloca em evidência no setor mundial
como um estado geograficamente pequeno, mas com representação econômica expressiva. Conforme o Secretário, o encontro em Campos Novos promoveu a integração das empresas vinculadas à pasta da agricultura. “Somos a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca que atua nestes quatro eixos, pesquisa, extensão, defesa e fomento e o dinheiro público é gasto com isso. Quanto mais entrosados, menos desperdícios e vamos fazer mais com menos. Nós queremos conhecer melhor, saber o que cada um faz e dar conhecimento aos demais, como que funciona, somos um governo só, o governo do estado”, afirmou. As iniciativas visam propiciar melhores condições para o produtor rural, o trabalho e os investimentos são voltados à
promoção de novas tecnologias que facilitem o trabalho e a qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelos produtores. Os avanços nas pesquisas viabiliza a aplicação de novas tecnologias que melhoram a produção e causam menos impactos financeiros e ambientais. E o resultado desse trabalho tem beneficiado não apenas o setor produtivo, mas também os consumidores, com acesso a produtos de qualidade. Spies fez referência à crise econômica que o Brasil tem enfrentado nos últimos anos e ressaltou que mesmo diante das dificuldades o país não passou fome em virtude da força do agronegócio, com a oferta de alimentos em abundância e a um custo muito baixo. “Graças a eficiência das cadeias produtivas o país tem passado por essa crise, mas não ficamos sem alimento”, ponderou. Além dos órgãos do governo do estado, a secretaria conta com a parceria do setor privado, das cooperativas, agroindústrias e produtores rurais. De acordo com Spies essas parecerias tem contribuído para Santa Catarina se consagrar em 6° lugar na economia do país. “Quando o governo do estado faz essa alavancagem e trabalha em parceria com o setor privado, com as cooperativas, com as agroindústrias e com os produtores rurais no final somos bem-sucedidos em ter mais alimentos a disposição. O governo não faz nada sozinho”, complementa. O Governo do Estado investe cerca de R$ 700 milhões anualmente nas políticas de manutenção das atividades com pesquisas de extensão, defesa e qualidade e programas de fomento. “A agricultura multiplica dinheiro”, afirma Spies ao justificar o investimento feito. “O imposto que o cidadão paga vira uma política pública agrícola, na verdade ele retorna multiplicado para o cidadão, que tem mais alimento, de melhor qualidade e mais acessível”, enfatiza, reforçando os benefícios do agronegócio para o estado. “Todos saem ganhando quando temos uma agricultura forte, conseguimos alimentar o nosso povo e ainda temos alimento para mandar ao exterior, ajudando a alimentar outras populações do mundo. Isso cria empregos, renda e opor-
Secretário Estadual de Agricultura e Pesca, Airton Spies falou aos presentes da importante integração Epagri, Cidasc e Ceasa tunidades aqui dentro. Só conseguimos ser competitivos com o mercado global quando adotamos tecnologias de ponta e nos organizamos bem”, pontua. O secretário adjunto, Athos de Almeida Lopes Filho, que também participou do encontro de dirigentes em Campos Novos, compartilha do mesmo pensamento e afirma que as ações empreendidas buscam um objetivo em comum que é fortalecer a agricultura no estado. “Precisamos unificar esforços com ações coordenadas que tenham a participação dos órgãos envolvidos. Buscamos a melhoria do sistema de produção catarinense e nossa agricultura está muito forte, resultado do trabalho desenvolvido”, diz. Para tanto a Epagri e a Cidasc desempenham um trabalho que tem contribuído para incrementar este setor. “A Epagri que atua na extensão rural e a Cidasc que atua na defesa sanitária e fiscalização visam melhorar o sistema de produção catarinense e é isso que buscamos. A agricultura está ficando muito forte, resultado do trabalho conjunto e também devido o produtor estar aberto a mudanças, adotando novas tecnologias”,
completa, reforçando que as parcerias entre os órgãos públicos e privados também tem contribuído com este crescimento. Municípios fortes transformam seu estado. Campos Novos tem grande contribuição para Santa Catarina ser a 6° economia do Brasil. O secretário adjunto chamou Campos Novos de vitrine do estado e elogiou seu potencial agropecuário. “A produção de grãos é um modelo a ser seguido no estado e país. No município é possível encontrar produtores e técnicos altamente capacitados atuando no setor”, disse. O presidente da Epagri Luiz Ademir Hessamann afirmou que o trabalho que é feito no município é ímpar. Na ocasião o presidente lembrou o investimento na Estação Experimental para implantar a unidade demonstrativa de bovinocultura de leite. O Secretário Executivo de Desenvolvimento Regional da 8ª ADR, Jairo Luft, declarou que o encontro foi realizado no lugar certo, observando que Campos Novos é um território de grande potencial e que o agronegócio tem grande importância para a economia catarinense. Revista
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COMEMORAÇÃO
Cidasc celebra 39 anos Entidade celebra grandes conquistas na agropecuária catarinense.
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Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina - Cidasc, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, celebra 39 anos de história e grandes conquistas para os catarinenses. Desde que foi criada, em 27 de novembro de 1979, a Cidasc trabalha para promover o agronegócio catarinense e o desenvolvimento das cadeias produtivas por meio da sanidade animal, vegetal e inspeção de produtos de origem animal, com o objetivo de garantir a excelência sanitária dos rebanhos e lavouras do estado. De lá para cá, muitas conquistas marcaram a sua trajetória. Destacam-se os dois certificados internacionais, concedidos pela Organização Mundial de Saúde Animal - OIE, como Área Livre de Febre Aftosa sem vacinação e de Zona Livre de Peste Suína Clássica – PSC, status que possibilitaram aos produtos de origem animal catarinenses alcançarem os mercados mais exigentes do mundo em termos de sanidade animal O Presidente da Cidasc, Luiz Alberto Rincoski Faria, destaca que, além da responsabilidade, é um grande desafio presidir a Companhia responsável pela defesa agropecuária em um estado como Santa Catarina, referência nacional e mundial no assunto. “Temos o compromisso de manter a credibilidade que a Companhia adquiriu ao longo dos anos em função de uma equipe técnica qualificada e dedicada. Precisamos manter e ampliar o status adquirido pelo estado, em que o setor agropecuário é responsável por 29% do Produto Interno Bruto e o de carnes, 60% desse PIB. Cerca de 17% do Revista
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PIB catarinense refere-se a proteína animal. Esse indicador está diretamente relacionado às ações da Cidasc durante todos estes 39 anos de trabalho”, ressalta. Em 39 anos de atuação em todo o estado de Santa Catarina, a Companhia criou um modelo de trabalho para resguardar o produtor rural e a saúde da população. Por meio de orientação, promoção de ações de combate, controle e prevenção de doenças e pragas que acometem os setores da agropecuária, assegura-se a condição sanitária diferenciada do estado como referência nacional e internacional. A qualidade dos rebanhos e pescados de Santa Catarina têm atraído continuamente a atenção de vários países, impulsionando a economia e fortalecendo o agronegócio. Os benefícios econômicos obtidos pelos resultados dessas conquistas fomentam a economia do estado, geram emprego, renda e a abertura dos mercados mais competitivos do mundo. De acordo com o Secretário de Estado da Agricultura, Airton Spies, o trabalho que a Cidasc desenvolve é de fundamental importância para a política sanitária no Estado. “São 39 anos de muita dedicação, tanto do Governo do Estado, Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, quanto de todos os empregados da Companhia e produtores
rurais. Avançamos muito, somos referência em sanidade animal, vegetal e inspeção, favorecendo os produtores e a agropecuária catarinense. Hoje os nossos produtos são destaque nos mercados interno e externo e a Cidasc tem um papel primordial nesse processo”, afirma o secretário. Santa Catarina é um estado diferenciado no processo de controle e fiscalização da inspeção de produtos de origem animal. As parcerias entre instituições privadas, poder público e o exercício profissional têm propiciado à inspeção chegar em todos os estabelecimentos. O trabalho conjunto com as prefeituras, de papel fundamental, merece destaque por convênios com a Cidasc, visando adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal - SISBI e ao Serviço de Inspeção Estadual - SIE. Na área vegetal, o sistema constitui-se num trabalho estratégico e sistemático de monitoramento, vigilância, inspeção e fiscalização da produção e do comércio de plantas, partes de vegetais ou outros produtos de origem vegetal veiculadores de pragas que possam colocar em risco o patrimônio agrícola e a condição socioeconômica de Santa Catarina. “A implementação do sistema e-Origem é outra conquista da Cidasc no que se refere à identificação de origem e rastreabilidade dos produtos que chegam à mesa das famílias catarinenses. O programa possibilita a inserção do pequeno produtor no mercado de produtos com origem identificada, de forma gratuita. Fator diferencial para a produção e distribuição de frutas e hortaliças”, destaca o presidente da Companhia, Luiz Alberto Rincoski Faria.
Estrutura Para atender as demandas de aproximadamente 500 mil produtores rurais, a Companhia conta com 1.500 colaboradores distribuídos nas unidades presentes nos 232 municípios do Estado, com 19 Departamentos Regionais, um escritório central, um Terminal Graneleiro em São Francisco do Sul e 63 barreiras sanitárias fixas.
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INVESTIR NO CAMPO
Foco nos produtores rurais!
Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente realiza ações para fortalecer o Celeiro Catarinense
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om o intuito de melhorar as condições dos agricultores do Celeiro Catarinense, a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente realiza ações, projetos e programas a fim de prestar assistência e apoio aos produtores rurais. Outro compromisso da pasta é oferecer uma melhor infraestrutura para os agricultores, realizando trabalhos porteira adentro, como: aterros, terraplanagens, entrega de calcário, patrolamento, silos, rolamentos de estrada, cascalhamentos, escavações diversas, transporte de águas, fossas, dentre outros. Sendo que de Janeiro de 2017 a Agosto de 2018 mais de 1.100 propriedades foram atendidas, totalizando mais de 5.000 horas de serviços. Além disso, para a Secretaria de Transportes, Obras e Urbanismo a
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manutenção constantes das estradas vicinais é a prioridade, garantindo o escoamento da produção agrícola e a segurança para quem trafega nas localidades do interior. Em 2017, mais de 1000 km foram executados e de Janeiro a Agosto de 2018, mais de 600 km. O prefeito Silvio Alexandre Zancanaro ressalta que as ações da pasta vêm ao encontro das necessidades dos agricultores. “A Secretaria trouxe uma renovação muito grande no que diz respeito a assistência para os pequenos e médios produtores. São inúmeros projetos desenvolvidos pensando neles, com o objetivo de proporcionar continuidades nos trabalhos, baixando o êxodo rural, além de oferecer condições para as famílias na sucessão do campo. Ressalto também a importância de envolver demais secretarias e entidades como Epagri, Coplasc, Unoesc, Cidasc, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sindicato dos Produtores Rurais, Amplasc, Associações, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, entre outros, pois esse trabalho em conjunto engrandece as ações e só reforça o nosso título de ‘Celeiro Catarinense’”, pontuou.
Programas destaques executados pela Secretaria Um dos maiores destaques da Secretaria foi a inauguração dos Trailers da Agricultura Familiar, com as Feiras Itinerantes, projeto piloto no país, que tem servido de exemplo para outros municípios, pois visa a consolidação da sucessão familiar no campo e repaginou a feira do produtor rural. De acordo com o Secretário da pasta, João Batista Ramos de Almeida, em 8 meses de implantação, quase 100 feiras foram realizadas em 5 locais diferentes da cidade. “O investimento foi de R$ 140.000,00 realizado com recursos próprios e em menos de um ano de trabalho o valor já se pagou, com a agregação de valor e geração de renda às famílias da agricultura familiar do município, e trazendo para a cidade produtos acessíveis, nutritivos e fiscalizados”, explicou.
Patrulha de Fenação Outro projeto destaque que marcou o avanço de mais um passo na agricultura no município foi o Programa “Patrulha de Fenação”, que oferece aos pequenos e médios produtores a estocagem de feno em suas propriedades, para que na troca de estações, ou nas entressafras, períodos onde há falta de pastos, o gado de leite e de corte tenha alimentação nutritiva. O conjunto de fenação contém
2 tratores e teve o investimento de R$ 375 mil reais, que foram adquiridos através de emenda parlamentar. Sendo que uma enfardadeira, uma segadeira e um enleirador, foram adquiridos com recursos próprios da Secretaria. Momentaneamente a Secretaria possui apenas uma patrulha de fenação, mas já se encontram em fase de licitação mais duas enfardadeiras, com o objetivo de compor mais duas patrulhas, buscando dessa forma atender a expressiva demanda.
Secretaria oferece atendimento veterinário e agrônomo à campo Atendendo um anseio que há anos vinha tribulando os produtores do rebando bovino do município, a Secretaria de Agricultura em março de 2018 passou a contar com o trabalho in-loco de um médico veterinário que presta assistência técnica destinada a pequenos e médios produtores percorrendo as comunidades do interior, sendo composta por uma Médica Veterinária e um Engenheiro Agrônomo. Nesse período foram realizados mais de 70 atendimentos clínicos e cirúrgicos e no mínimo 500 visitas aos produtores de gado de corte e leite e produtores de queijo artesanal. A equipe tam-
bém presta assistência aos demais animais de grande porte.
Atendimento Médico-Veterinário na cidade A profissional tem atuado e auxiliado no controle de zoonoses, no Controle Populacional de Cães e Gatos e tem realizado Inspeção municipal, com as visitas semanais nos entrepostos dos Supermercados Superviza, Copercampos Centro, Fábrica de Derivados de Carnes Torri (Acompanhamento da produção, vistorias, aprovação de rótulos e memoriais descritivos).
Projeto Fomento Mulher (Decreto Federal 9.424/2018)
Associações de Produtores Rurais
Projeto aplicado e fiscalizado pela Secretaria de Agricultura, através do “Termo De Cooperação Prefeitura Municipal Incra Sr 10”, e tem como foco as mulheres assentadas pela reforma agrária. O valor aplicado por família é de R$ 5.000,00, totalizando R$750.000,00 e abrangendo 150 beneficiárias. O objetivo é incrementar a renda familiar, além de fomentar o comércio local, bem como valorizar a mulher do campo.
As 49 associações de produtores rurais do município, vêm recebendo frequentemente a assistência, orientação e o acompanhamento da Secretaria de Agricultura para o seu bom funcionamento. Além disso, a Secretaria realiza
diversos outros serviços, buscando sempre auxiliar de maneira uniforme todos os agricultores do município, com várias frentes, seja em gãos, pecuária, mel, peixes, ovos, entre outros. São programas que têm o intuito de fomentar e valorizar os produtores rurais de Campos Novos.
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FORMAÇÃO
Unoesc fomenta a aprendizagem e presta serviços à comunidade
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Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) tem por missão promover a formação humana e profissional mediante cursos presenciais e a distância, como também por meio da pesquisa e da extensão, gerando conhecimento e prestando serviços, propiciando o desenvolvimento regional sustentável. Atenta ao meio em que está inserida, a universidade atua gerando benefícios não apenas aos acadêmicos, como para diversos setores da comunidade. A Unoesc Campos Novos fomenta o crescimento da região por meio da geração do conhecimento. Na educação a oferta do Curso de Pedagogia com valor mensal acessível a toda a comunidade e bolsa de estudo de 50%. Na área de gestão de empresas, conta com o Curso de Administração respeitando as características dos empreendimentos regionais, além do aprendizado no agronegócio gerado nas graduações de Agronomia e Medicina Veterinária, que buscam impulsionar resultados e profissionalizar a gestão nas propriedades rurais, viabilizando ainda, aos acadêmicos, várias possibilidades de atuação profissional. Isso tudo é complementado pelos cursos de especialização que potencializam as habilidades dos alunos. “O corpo docente é formado majoritariamente por professores mestres e doutores, que visam trabalhar teoria e prática, tornando as aulas muito mais atrativas e proveitosas”, comentou o Diretor da Unoesc Campos Novos, Professor Diego Gadler.
Investimento em laboratórios e na prestação de serviços O agronegócio ocupa posição de destaque na economia de Santa Catarina, contribuindo para o crescimento do Produto Revista
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Interno Bruto (PIB) e fortalecendo os pequenos municípios do Estado. Campos Novos destaca-se por sua produção agropecuária, ostentando o título de Celeiro Catarinense. E, por isso, as atividades nos cursos ligados ao setor disponibilizados na Unoesc Campos Novos, capacitam os profissionais visando à sustentabilidade, ao uso de novas tecnologias e ao empreendedorismo, melhorando processos e expandindo ações. O Curso de Agronomia, por exemplo, teve início no ano 2006 e proporciona aos acadêmicos, além das atividades teóricas, práticas de laboratórios e de campo, visitas técnicas e viagens de estudos buscando uma formação diversificada, observando as tendências do mercado de trabalho. Estão
à disposição dos alunos os Laboratórios de Biologia, Química, Anatomia Animal, Química do Solo, Física do Solo, Fitossanidade e Sementes, onde são desenvolvidas inúmeras pesquisas. “Recentemente os laboratórios didáticos foram estruturados com recursos da Unoesc e também receberam um upgrade para a realização de pesquisas e prestação de serviços por meio de projetos de pesquisa, financiados principalmente pela Fapesc”, relatou o Coordenador do Curso de Agronomia, Milton da Veiga. A Fapesc é a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina, que tem por objetivo fomentar projetos de pesquisa de desenvolvimento científico, tecnológico e inovação que visem
contribuir significativamente para a formação de recursos humanos. Outra novidade é que o Curso de Agronomia terá em breve a construção de uma casa de vegetação, que irá impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento de novos projetos envolvendo professores, acadêmicos e empresas da região em seus mais variados experimentos. Por intermédio do Curso de Agronomia, a população também é beneficiada por serviços de alta qualidade. Desde 2010, o Laboratório de Solos da Unoesc Campos Novos realiza análises de solos, plantas e outros materiais para terceiros. Desde então, são oferecidas análises de solo que podem ser de química básica (necessidade de calcário e teor de matéria orgânica, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e alumínio), química completa (básica + micronutrientes) e física (granulometria). As análises de plantas se constituem na determinação da concentração de elementos químicos no tecido vegetal. A análise de outros materiais (corretivos, adubos orgânicos e resíduos) é focada na determinação de potencial corretivo, teor de nutrientes e de potenciais contaminantes. “O cliente pode confiar totalmente no trabalho realizado em nosso laboratório. Os resultados obtidos são certificados pelo selo de qualidade da Rede Oficial de Laboratórios de Análise de Solo (ROLAS). Importante destacar, ainda, que não concorremos com a iniciativa privada, mas apenas procuramos complementar os serviços existentes, ofertando mais uma possibilidade aos clientes que necessitam”, reiterou a Professora Analú Mantovani, responsável técnica pelo Laboratório de Solos.
Unidade de Atendimento Veterinário Campos Novos e região contam, desde o dia 25 de junho deste ano, com serviços na área de atendimento veterinário. Com moderna estrutura e profissionais especializados, a Unidade de Atendimento Veterinário (UAV) da Unoesc foi inaugurada. Cães e gatos são atendidos tanto para uma simples consulta, quanto para cirurgias mais complexas. Entre os serviços oferecidos, Raios X, ultrassonografia, toda a parte de cardiologia e cirurgias especiali-
zadas, além de exames histopatológicos e necropsia, análises clínicas, microbiologia e parasitologia. Para os Raios X, a UAV possui um aparelho portátil, que facilita o exame, principalmente, em grandes animais, podendo ser realizado na propriedade do cliente. A médica veterinária responsável pelos atendimentos é a doutora Helena Mondardo Cardoso, especialista em Cardiologia. Há também uma equipe de apoio, com anestesista e especialista em cirurgias. Para os atendimentos ou cirurgias em aula prática, é cobrada uma taxa diferenciada. Nesse caso, os acadêmicos fazem todos os procedimentos, sendo monitorados pelos professores do curso. Futuramente, o objetivo da Unidade de Atendimento Veterinário é receber animais silvestres e exóticos. Os serviços de clínica e cirurgia para animais de grande porte estão previstos para iniciar em 2019. Porém, as aulas práticas já estão sendo realizadas em propriedades, desde o início deste semestre, por meio da disciplina de Clínica de Grandes Animais. O horário de funcionamento é das 8h às 12h e das 13h às 17h. As consultas podem ser agendadas por meio do telefone (49) 3551-2100. Também está à disposição o WhatsApp da clínica (49) 9 9973 1702. Clínicas e médicos veterinários autônomos, bem como colaboradores e acadêmicos da Unoesc, têm desconto especial nos atendimentos. “Apesar do pouco tempo de funcionamento, já podemos afirmar que estamos no caminho certo para atingir nossas metas e objetivos, que estão voltados ao atendimento diferenciado e especializado, contribuindo, assim, com o desenvolvimento regional”, afirmou a coordenadora do Curso de Medicina Veterinária, Antonella Cordi. E, diante dos avanços e dos investimentos, de acordo com o Diretor da Unoesc Campos Novos, Professor Diego Gadler, a universidade seguirá na busca para desenvolver a região por meio da educação de qualidade. “A expectativa para o final deste semestre e início do próximo é que recebamos um número expressivo de acadêmicos, os quais estarão estudando e se profissionalizando utilizando de estrutura e professores excelentes, à disposição em todos os cursos que a Unoesc Campos Novos disponibiliza”, concluiu o diretor.
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FAMÍLIA NO CAMPO
Incentivo à sucessão familiar Filho do produtor rural precisa de incentivo para dar continuidade aos negócios de família
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“Meu pai é meu chefe. Eu sempre me empenho nos negócios da família e a responsabilidade é maior porque é algo que vem de gerações”. Estas são palavras do jovem João Alexandre Di Domenico que trabalha junto com familiares na gerência dos negócios. João é apenas um exemplo que mostra que os filhos de produtores rurais estão assumindo a responsabilidade de dar seguimento ao empreendimento familiar. Assim como ele, muitos jovens buscam uma formação superior em outras cidades e voltam para que possam atuar como sucessores de seus pais no setor agropecuário. Recentemente foi divulgada uma matéria apresentando dados do Censo Agropecuário 2017 indicando uma queda de 12,8% no número de produtores rurais de Santa Catarina. Os dados mostram que o estado passou de 571 mil agricultores, em 2006, para 497 mil no ano de 2017. A redução pode ter sido causada pela diminuição da presença de jovens no campo, em 38,7% neste período. A reportagem apresentou a opinião de especialistas que apontam duas possíveis causas: a diminuição da taxa de natalidade e o êxodo rural. Estes dados são um alerta entre os produtores rurais que já se preocupam com quem serão seus sucessores frente às empresas familiares. Com relação a Campos Novos, apesar de haver apenas os dados preliminares do Censo, é possível perceber que não houve uma diminuição tão considerável no Revista
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município em relação ao número de jovens envolvidos na produção rural. No entanto, o agronegócio vislumbra um futuro em que os filhos dos produtores, seus herdeiros, irão participar ativamente dos negócios e não irão migrar para outros setores, deixando os negócios nas mãos de terceiros. O secretário de agricultura de Campos Novos/SC, João Batista Ramos de Almeida, diz que essa é uma preocupação para o município. “A reponsabilidade de produzir para o mundo é grande e essa responsabilidade é desta geração de jovens. Eles deverão produzir para os próximos anos alimentos para grandes populações que estão cada vez mais seletivas e exigentes”, relata. Várias medidas podem ser tomadas para promover os subsídios aos filhos de
produtores rurais, sejam grandes ou pequenos, garantindo as ferramentas de trabalho necessárias, com recursos avançados e de forma profissional. “Queremos ‘tecnificar’ o filho do agricultor rural para que ele fique no campo. Através dos cursos profissionalizantes os jovens têm a possibilidade de aprenderem novas técnicas e movimentarem sua propriedade de maneira diferenciada e mais profissional”, prossegue. Todo o empenho voltado ao fortalecimento do agronegócio tem apresentado bons resultados, atualmente já é possível ver que muitos jovens alimentam o desejo de permanecer no campo e garantir que os negócios da família prosperem. Hoje os negócios em família são vistos como empresas, profissionalizando a atividade.
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PUJANÇA
Censo Agropecuário 2017 indica que Campos Novos se mantém como o Celeiro Catarinense. Município encabeça a lista de maior produtor de grãos do estado.
N
o mês de agosto desse ano o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados preliminares sobre o Censo Agropecuário das regiões aonde é possível conhecer o perfil do produtor rural e das culturas agrícolas predominantes. Iniciada no ano de 2017, a pesquisa foi aplicada em mais de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários em todo território nacional, levantando informações sobre áreas, produção, características de pessoal e uso de agrotóxicos. Através dos dados é possível acompanhar o progresso dos estados e municípios neste setor tão importante para o país. Mesmo com informações preliminares é possível concluir que o município de Campos Novos se Revista
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mantém como o maior produtor de grãos de Santa Catarina, cabendo-lhe perfeitamente o título de Celeiro Catarinense. Até o final do ano todos os dados atualizados e completos serão disponibilizados para consulta pública. Por seu potencial produtivo, Campos Novos também pode ser chamado de Celeiro do Agronegócio. O município é vitrine no estado por sua pujança, a menina dos olhos de Santa Catarina no desenvolvimento da agropecuária. Prova disso são os eventos que acontecem na cidade, realizados pelo governo do estado por meio da Secretaria de Estado de Agricultura e Pesca. O secretário de estado de agricultura, Airton Spies, constantemente tem vindo ao município para participar de encontros e reuniões que tratam sobre o desenvolvimento da região e
discutir medidas de fomento ao setor. Em uma dessas visitas. Spies não poupou elogios para Campos Novos e destacou o município como sendo de grande importância para a economia do estado. Com base nos resultados preliminares do Censo Agropecuário do IBGE, o município de Campos Novos possui cerca de 150.380,115 hectares de terra ocupados por 1.670 estabelecimentos agropecuários, sendo que destes, 1.419 pertencem à produtores individuais e 236 são pertencentes a consórcio e união de pessoas. Predominantemente masculina, a agropecuária do município tem 1.441 homens a frente dos negócios e apenas 214 mulheres. O uso do agrotóxico também é presente na maioria dos estabelecimentos, dos 1.670, 1.049 responsáveis afirmam fazer
uso de defensivos agrícolas. E como já era de esperar, a grande maioria dos estabelecimentos trabalha com parentes, comprovando que a agricultura familiar é o modelo predominante na agropecuária. São 1.654 estabelecimentos que usam mão de obra com laços de parentesco e apenas 409 ocupando pessoal sem vínculos familiares. As lavouras existentes em Campos Novos são de culturas diversificadas, é possível encontrar plantações de uva, erva-mate, figo, pêssego, ameixa, alho, amendoim, arroz, abóbora, mandioca, melancia, tomate, fumo, entre outras, mas o que se destaca na agricultura é a produção de grãos, como milho, soja, trigo e aveia, alcançando, aproximadamente, 73.936,864 hectares de área colhida. Este fator é o que define Campos Novos como o grande Celeiro Catarinense. As produções colhidas abastecem o Município, o Estado, outras partes do Brasil e o exterior. A pecuária do município também é destaque, abastecendo o mercado local, nacional e internacional. Em Campos Novos encontram-se estabelecimentos de criação de perus, patos, gansos, marrecos, assim como a criação bovina, bubalina, caprina, suína, asinina, equina e galinácea. O número de estabelecimentos de criação de frangos chegou a quase 1000 e somam 2.051.710 aves, com produção aproximada de 7.503,962 dúzias de ovos/ano. A criação bovina chega a 57.462 cabeças, produzindo anualmente 27.951.656 litros de leite. Mas a criação com mais representatividade são a suína e a galinácea, juntos somam 2.268.036 animais. Os números representam um grande crescimento em relação ao censo passado, aplicado no ano de 2006. Neste período, de mais de dez anos, ocorreram alterações significativas, além das mudanças na economia. Os dados são de grande importância na definição de ações voltadas ao crescimento do setor agropecuário, servindo de base na implementação de políticas públicas que visam fomentar o setor que tende a crescer ainda mais. O avanço e crescimento municipal do agro contribuem para alavancar a economia de Santa Catarina e o colocam em uma situação privilegiada se comparado aos demais estados brasileiros. O estado tem se dedicado a investir em ações que promovem o avanço dos pequenos, médios e grandes produtores. Em visita a Campos Novos o Secretário de Estado da Agricultura e Pesca, Airton Spies, conversou com o jornal O Ce-
leiro, não economizando elogios ao município. “Campos Novos é um exemplo em produção, um celeiro da produção do alimento, principalmente de grãos e de cereais. Temos a conversão disso em proteína animal. Hoje 29% do PIB de SC é do agronegócio e 60% desses 29% é proteína animal. Isso permite agregar valor, criar densidade econômica. Campos Novos é um exemplo magnifico disso. A produção agrícola vai muito bem e a conversão da produção primária em proteína animal também vai muito bem. O potencial ainda é muito grande e pode melhorar, tem espaço para expandir, gerar mais empregos, mais oportunidades e desenvolvimento. O município é um exemplo para o estado e o Brasil. Precisamos manter o estado e os 295 municípios nessa trilha do desenvolvimento continuado”, explanou Spies.
“Pequenas propriedades, grandes negócios” A produção de Santa Catarina é inversamente proporcional a sua extensão territorial, um dos menores estados do Brasil apresenta a 6° economia do país. São apenas 95 mil quilômetros, representando cerca de
1,12% do território nacional, sendo o 21° em área e a 12ª em população. No entanto, os números e o tamanho não definem a economia do estado. Airton Spies afirma que o mundo todo enxerga o estado como exemplo de competividade e competência. “O estado se tornou o maior produtor de suínos, de maça, de cebola e de pescado. Somos o segundo maior produtor de frangos, de arroz e de tabaco, e quarto maior produtor de leite no Brasil”, ressalta. Diante deste cenário, representantes de Santa Catarina já foram inúmeras vezes convidados a dar palestras em outros países para falar sobre a trajetória crescente da economia do estado. O secretário Spies também apontou a evolução da agricultura familiar, que deixou de ser sinônimo de agricultura pobre. Hoje o agricultor tem sido bem-sucedido em se conectar com as cadeias agroindustriais de mercado. Este avanço, segundo Spies, é decorrente dos investimentos feitos no setor. “Não foi da noite para o dia que isso aconteceu, há uma história de desenvolvimento, de investimento em pesquisa, em extensão e em tecnologia. Isso nos permitiu ter acesso aos mercados globais porque temos produtos de qualidade”, relatou.
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EMPRESARIAL
ExpoAcircan e Bazar superaram expectativas Evento visa promover o desenvolvimento e fortalecimento empresarial
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ExpoAcircan 2018 foi realizada no mês de setembro no Salão Paroquial, em Campos Novos. O evento está em sua quarta edição e já se tornou oficial no calendário anual da Associação Empresarial, Rural e Cultural Camponovense (ACIRCAN). A cada ano o engajamento do empresariado e público vem consolidando a ExpoAcircan. Considerada uma feira multissetorial, teve seu início com a adesão da ACIRCAN ao Bazar da Moda, ação do Programa de Acesso a Mercados realizado pelo SEBRAE. A feira movimenta diferentes segmentos em que os empresários têm a possibilidade de comercializar seus produtos e incrementar seu capital de giro. A missão da ACIRCAN é promover o desenvolvimento e fortalecimento da classe empresarial e a geração de novos negócios. Participaram da cerimônia de abertura do evento em setembro o Prefeito de Campos Novos Sílvio Alexandre Zancanaro, o Vice-Prefeito Gilmar Marco Pereira, Prefeito de Abdon Batista Lucimar Salmoria, Vereador de Campos Novos Darcy Rodrigo Pedroso, Presidente da ACIRCAN Laércio Zanchetta e Vice-Presidente Ilceu Machado Coutinho, Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Lucas Cesa, Presidente DEL/FACISC. Luiz Angelo Fornara, Diretor de Mercados SEBRAE, Carlos Alberto Kinchescki, entre outras autoridades. De acordo com Laércio Zanchetta, presidente da ACIRCAN, o objetivo é fortalecer o comércio. “Um evento bastante moviRevista
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mentado, com a participação de 25 empresas locais que comercializaram seus produtos com até 70% de desconto. Com uma estrutura montada, o consumidor pode encontrar artigos de qualidade em variados segmentos, do vestuário, moda adulta, infantil, masculina e feminina, moda íntima, acessórios, decoração, presentes, imóveis, alimentação, entre outros”, explicou. Além de fortalecer o empresário, esta ação conta com o patrocínio da FACISC, BADESC, SICOOB e Bruno Industrial. Eliane Lopes representante do SEBRAE, destacou a importância do evento. “O trabalho coletivo e o engajamento das pessoas fortalecem as conquistas e melhoram os resulta-
dos onde a cada ano possibilitamos a geração de negócios de modo expressivo nesses dois dias”. Na edição de 2018 a ExpoAcircan contou com a participação da Loja 3M, Outlet Maison 45, Audácia Modas, New Up, Elô Modas, Duello Ela & Ele, Anne Modas, Jujubinha Cereais, Doces e Festas, Framber Modas, Via Ouro Boutique, Wine House Gastronomia, Vinhos e Cozinha, A.S Bazar, Espaço By Taléia Aimone, Fofuchos Baby, JV Casa da Eletricidade, APROVIDA, Fênix Modas, LaLuh Artesanatos, Kloset Modas, Marcos Bellincanta Corretor de Imóveis, Renata Mello Brigadeiros Gourmet, Alícia Modas, Maria Bonita Pedrarias e Acessórios, Maria Maria e Splendor Modas.
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INOVAÇÃO
Verdes Campos investe em nova opção de trigo para silagem e pré-secado A Empresa Verdes Campos, em parceria com a Biotrigo e Sementes AgroZanchetta trazem para Campos Novos e região um novo conceito de pré-secado e silagem para a pecuária de corte e de leite.
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Biotrigo investe pesado no desenvolvimento e melhoramento de cultivares de trigo. Entre estas apresentamos o TBIO Energia I, um trigo especial, sem aristas, que é a primeira variedade de trigo brasileira exclusiva para silagem e pré-secado para a pecuária. As principais vantagens de investir nesta cultivar é a alta produtividade de biomassa por hectare, janela de plantio e por ser uma cultura de inverno que não atrapalha o plantio das culturas de verão, permitindo que sejam semeadas as culturas de soja e milho novamente nas mesmas áreas. Essa cultura atinge cerca de 26 a 28 toneladas por hectares de Biomassa, superior a silagem de aveia que, além de ter um custo mais alto, não oferece uma boa condição de biomassa. O investimento no TBIO Energia I é uma ótima opção para quem quer uma cultura de alta produtividade para o suprimento da demanda de silagem e pré-secado com maior sanidade e alta qualidade nutricional comparada a outros cereais de inverno. Vale ressaltar que esse tipo de trigo não pode ser colhido para grão. O proprietário da Verdes Campos, Laércio Zanchetta, apostou na cultura do TBIO Energia I devido as suas excelenRevista
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tes características agronômicas, nutricionais e por se enquadrar no clima da região. “O produtor colhe a soja em março ou abril e já pode plantar essa variedade. O benefício é aproveitar a área duas vezes, ou seja, libera as áreas mais cedo para as culturas de verão, aproveita a lavoura durante todo o ano e ainda aumenta os rendimentos na produção de leite e carne”, relata. Neste primeiro ano foram semeados 300 hectares do TBIO Energia I. O período de implantação é no começo de junho, o ponto de corte para o pré-secado é no final do emborrachamento - de 70 a 80 dias
após a germinação - e para silagem, o ponto de corte é no estádio de grão massa mole ou pastoso, ou seja, de 110 a 120 dias após germinado. A Verdes Campos está há um ano trabalhando com este trigo específico para silagem e pré-secado que tem como finalidade a produção de biomassa para suprir a necessidade de alimentação no período de inverno. Apesar de ser um produto novo na região, quem optou pela produção do TBIO Energia I já consegue ver os bons resultados e garantem que a escolha foi acertada. Confira depoimentos de produtores da região:
“
Waldomiro Panis
Custos de produção O custo médio de implantação, manejo e operação é baixo, cerca de RS 0,08 por kg de silagem, produzindo uma grande quantidade e com qualidade.
“Vimos no TBIO Energia I uma nova opção de silagem para nosso rebanho bovino não interferindo em nossa atividade principal que é a lavoura de verão. Foi nossa primeira experiência e ficamos muito satisfeitos com a sanidade das plantas. A produtividade girou em torno de 26 toneladas por hectare. Estamos muito felizes com a cultivar de trigo”.
Juliano Zortéa
“Essa variedade de trigo veio para alavancar e somar para nós pecuaristas. Obtemos uma ótima silagem com produção de 25 toneladas por hectare. Além disso, por ser muito precoce nos dá a oportunidade de semear milho na mesma área”.
Benefícios da produção de silagem: - Permite que seja mantido um maior número de animais por unidade de terra; - Auxilia em uma maximização ou manutenção da produção, em especial, em épocas de seca; - Com a realização do confinamento, permite ofertar animais bem nutridos quando o preço está mais elevado; - Proporciona uma armazenagem de grande volume de alimento em pouco espaço.
Insumos
Investimento por hectare
Sementes
R$ 450,00
Adubação de base
R$ 300,00
Adubação nitrogenada
R$ 200,00
Herbicidas
R$ 35,00
Inseticidas
R$ 50,00
Fungicidas
R$ 150,00
Máquina colheitadeira
R$ 850,00
Total
R$ 2.035,00
Qualidade nutricional TBIO Energia I Parâmetros
Pré-secado
Silagem
Matéria natural (kg/há)
30.000
31.495
Matéria seca (%)
25
38
Matéria seca (kg/há)
7.500
9.815
Proteína bruta (% MS)
18
12
FDN (% MS)
45
41
FDA (% MS)
23
23
TTNDF (% FDN)
54
41
CNF (% MS)
25.26
32.5
NDT (% MS)
71
65.1
ELI (Mcal/kg MS)
1.50
1.45
Kg de leite /kg MS
1.580
1.374
Kg de leite/ha
11.850
16.446
uRecomendação técnica Verdes Campos:
uSobre a Biotrigo Genética
- Densidade de população: 330 a 350 plantas finais por m². - Para altos rendimentos de biomassa, semear preferencialmente TBIO Energia I nas áreas com maior fertilidade. - Adubação de base N-P-K conforme necessidade e recomendação da análise de solo. - Adubação nitrogenada de 100 kg de nitrogênio/ha em cobertura (60% em pleno perfilhamento e 40% no emborrachamento). - Para manejo fitossanitário posicionar até 2 aplicações de fungicida pré-secado (perfilhamento e emborrachamento) e 3 aplicações para silagem (perfilhamento, emborrachamento e início floração) ou conforme incidência de doenças fúngicas.
Fundada em 2008, a Biotrigo Genética traz na bagagem um programa de melhoramento genético com mais de duas décadas e vêm incorporando as mais modernas tecnologias às cultivares Biotrigo (TBIO) com o objetivo de levar qualidade, segurança e maiores rendimentos ao produtor e a toda cadeia tritícola. Localizada em Passo Fundo, região Norte do Rio Grande do Sul, e com filial em Campo Mourão, no Paraná, a empresa atende a diversos estados do território brasileiro, além de exportar para países do Mercosul e América doRevista Norte. É detentora de mais de 70% de market share de trigo no Brasil e é líder na América Latina. Para saber do agronegócio mais sobre os melhores trigos do continente, visite: www.biotrigo.com.
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CERTIFICAÇÃO
Qualidade da semente de soja reconhecida Sementes certificadas garantem ao produtor safras de qualidade
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econhecida pela sua alta qualidade, a semente de soja de Santa Catarina acaba de ganhar uma nova ferramenta para competir no disputado mercado do setor: um selo que garante a origem do produto e sua excelência. Desenvolvido pela Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do Estado de Santa Catarina – APROSESC, o Programa “Sementes de Santa Catarina Qualidade Superior, Selo Vigor +” tem o objetivo de identificar os lotes de sementes com qualidade fisiológica superior. Após avaliação em laboratório, serão selecionados os lotes com padrões de qualidade acima da média, com altos índices de germinação e vigor. A garantia de excelência da semente garante ao agricultor as ferramentas necessárias para assegurar condições adequadas para o bom desenvolvimento da lavoura de soja, e, por consequência, a rentabilidade da safra. O engenheiro agrônomo, Marcelo Carlos Fortes Ribeiro, relatou sobre a história da semente no Brasil. “Fomos buscar a qualidade e a prova dessa nossa qualidade. Fomos aos institutos de pesquisa que temos em Santa Catarina, fomos ao laboratório de sementes e pedimos para fazer um trabalho de pesquisa, que provasse que a nossa semente tem essa qualidade. Partindo daí, conseguimos bons resultados e um selo de qualidade que preconiza em cima de um lote de semente”, afirma. A presidente da Aprosesc, Larissa Bones, também fez referência ao selo de qualidade e informou sobre a entidade e o cenário de sementes no Brasil. A Aprosesc é afiliada à Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) que comanda toda parte
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da produção de sementes no Brasil. Através da Aprosesc, os 28 associados do estado podem obter instruções e informações sobre o setor. A associação também trouxe cursos que antes não tinham no estado, como o curso de responsável técnico e mostrador de sementes. “Antes quem precisava fazer um curso como esse tinha de se deslocar até Minas Gerais, mas agora nós conseguimos trazer para Santa Catarina”, destaca. Larissa reforçou a importância das campanhas antipiratarias que beneficiam diretamente os agricultores. O setor de sementes é importante para a economia nacional e estadual. Segundo a Abrasem, o marcado de sementes no Brasil é responsável por movimentar R$ 10 bilhões, colocando o país na 3° posição em produção, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Em Santa Catarina entre 2017/18, os dados indicam 1.944 campos que representam uma área de 93.287 hectares, com uma produção de cerca de 8 milhões de sacas, sendo responsável por 4,4% da produção de soja do Brasil.
A soja se configura como o grão mais rentável nas produções. Diante deste fato, os produtores devem estar atentos e conscientes de que precisam investir em qualidade que garanta uma boa safra. Sementes certificadas dão ao agricultor mais tranquilidade, pois apresentam boas características e dão a certeza de que investiu em qualidade. “Estima-se que de 20 a 25% do mercado sementeiro é de sementes não certificadas, no RS chega a 50%. Comprar semente pirata é colocar a produção e o negócio em risco. Não há garantia de qualidade de procedência e a produção corre riscos. Em caso de tecnologia RR2Pro o agricultor tem o risco de pagar 7,6 % no valor da carga na entrega do grão, caso a mesma for identificada. É um risco para o desenvolvimento da agricultura, pois não contribui para o recolhimento de Royalties, nem de germoplasma e nem de tecnologia. Com a redução de Royalties, reduz o incentivo a pesquisa e desenvolvimento de novos cultivares e tecnologias e os agricultores acabam perdendo”, concluiu Larissa.
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VOCÊ
É O QUE CAMPOS NOVOS TEM DE
MAIS IMPORTANTE
Nenhuma cidade é boa se a vida dos seus moradores não for. A Administração Municipal acredita tanto nisso que só investe em projetos que melhoram de fato a vida do cidadão. É assim na saúde, na educação, na habitação e em toda obra que acontece no município. Em cada trabalho, uma homenagem para você: nosso maior patrimônio. Revista
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