Artigo
A EXPRESSÃO DA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA Por *Ivan Ramos
A imprensa nacional publicou no início deste mês de dezembro, informações sobre o desempenho da economia brasileira, a redução do Produto Interno Bruto – PIB, o aumento da inflação, a elevação da taxa cambial e desaceleração da indústria nacional, além de outros pontos negativos ocorrido em nosso país em 2012, frustrando até mesmo algumas expectativas que o governo federal havia anunciando como previsões. Não poderia ser diferente, afinal o mundo todo está em recessão, e não seria o Brasil que estaria imune a essa situação. Mas o curioso das notícias está em um editorial do Jornal Folha de São Paulo, onde é enfocado o resultado do setor agropecuário. Aliás, o jornal citou informações, que nós do setor já sabíamos. Apenas alguns segmentos da economia, e até mesmo do governo é que ignoravam ou faziam de conta que não os conheciam. Vale a pena destacar aqui, para que todos nós quando formos inquiridos sobre o que representa a
agropecuária e o agronegócio para o país, possamos reforçar que mais uma vez estamos salvando a pátria na economia. Diz o jornal que enquanto nos últimos três meses o PIB no setor de serviços foi de crescimento zero e a indústria cresceu 1.1%, a agricultura cresceu 2,5%. A safra de grãos em 2013 deverá atingir 170,9 milhões de toneladas, com crescimento de 5,1% em relação a 2012. O saldo positivo entre importações e exportações - balança de pagamentos - para o setor agropecuário, pulou de US$ 25 bilhões em 2004 para US$ 104 bilhões em 2011 e deve repetir o valor em 2012. A cadeia produtiva primária representa hoje de 20 a 25% do Produto Interno Bruto do país. Isto é, de tudo o que se produz na economia brasileira, a agropecuária faz de 20 a 25% do valor. O ganho em produtividade agrícola é o que mais impressiona. Nos últimos 20 anos a produção de grãos cresceu 178% enquanto a área plantada aumentou apenas 37%, mostrando que houve aumento de
volume em menor área ocupada. São todos dados positivos para o Brasil, diante da crescente demanda de alimentos que o mundo precisa, especialmente agora, após frustrações de safras ocorridas em diversas partes do mundo, reduzindo a oferta de alimentos a uma população crescente. Portanto, ao que parece, estamos com a faca e o queijo na mão nos nossos negócios. Temos área, temos tecnologia, temos mão de obra e teremos mercado. Falta apenas consciência dos governantes a estimular ainda mais a agricultura e resolver os pontos fracos que são relatados quase todos os dias, como exemplo o mais recente de não querer subsidiar o preços do milho para transportar do centro oeste para abastecer as agroindústrias do sul, evitando quebradeira de agroindústrias e produtores, investimentos de valor pouco representativos para os cofres públicos se forem comparados com o que o setor oferece ao país. Pense nisso! Ivan Ramos é Diretor Executivo da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina – Fecoagro. Contatos: Telefone | (48) 3878-8154 E-mail | ivan@fecoagro.coop.br
Editorial
Potencialidade no agronegócio Campos Novos ocupa o merecido lugar entre os 100 maiores Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio do país – alcançando o 62º lugar no Ranking do IBGE. Isso se deve a produção e altos investimentos no setor agropecuário, cada dia mais tecnológico e competitivo, afinado com o que há de mais moderno em produção agropecuária. A tecnologia chegou pra valer no campo, e o empresário rural deve estar cada vez mais atento as novas técnicas disponíveis no mercado, seja na agricultura ou na pecuária. Campos Novos e região vivem este momento, onde o campo está cada vez mais moderno, mais potente, com colheitadeiras de grande porte agregando tecnologia de ponta, plantadeiras com computadores de bordo e censores ligados a satélite, possibilitando um maior potencial produtivo. Além disso, sementes, fertilizantes
e agrotóxicos estão cada vez mais aprimorados, tudo a disposição do produtor para um melhor rendimento nas propriedades. Por outro lado, os bons preços das commodities agrícolas no mercado internacional, também são responsáveis pelo bom desempenho do agronegócio. Essa grande mola propulsora de nosso município chamada agronegócio, se deve ao homem do campo, que busca alternativas para poder produzir mais e melhor em harmonia com o meio ambiente, respeitando a natureza e buscando ferramentas de alta tecnologia, fazendo com que a produção seja maior e de melhor qualidade. Muitas cooperativas e produtores estão fazendo altos investimentos no agronegócio para que tenhamos um produto de melhor qualidade, evitando desperdícios. Desde o início de nossa colonização até os dias atuais, a agropecuária sempre teve um papel de destaque na economia brasileira, sendo que ela foi e ainda continua sendo de fundamental importância para a geração de riquezas e o aumento do bem estar social, além de abastecer o mundo com alimentos. Ao longo dos anos, o nosso agricultor, mesmo sacrificado por medidas governamentais inadequadas e pelas intempéries do tempo não desanima. Só neste ano, foram três grandes estiagens e geadas fora de época, o que ocasionou perdas na agricultura, da mesma forma na pecuária e na fruticultura. Mas a boa notícia para o setor são os preços dos produtos que continuam em alta no mercado e deverão se manter. Com todos esses fatores, o município mostra sua força de Celeiro Catarinense, mantendo alta produtividade e rendimento. Não é a toa que Campos Novos figura como destaque nacional no setor agropecuário - é a persistência do homem rural imprimindo sucesso ao setor do agronegócio.
Alexandre Di Domenico Diretor
Ed. 3 | Dezembro 2012
Expediente Diretor: Alexandre Alvadi Di Domenico Coordenação Geral: Gisiane Agostini Projeto Gráfico e Diagramação: Herton Farias – MTB 4198/SC-JP Reportagens: Gisiane Agostini – MTB 4440/SC-JP Francieli Parenti – MTB 4513/SC-JP Colaboração: Camila Bebber Gomes – Assessoria de Imprensa Coocam Felipe Götz – Assessoria de Imprensa Copercampos
Contato: celeiro@brturbo.com.br Fone/fax: (49) 3541 0597 Marechal Deodoro, 355, centro, Campos Novos (SC) CEP: 89 620-000 Gráfica: Tipobel Tiragem 3 mil exemplares A Revista O Celeiro do Agronegócio é um produto do Jornal O Celeiro, com tiragem anual.
Sumário Capa
Tecnologia no campo: Campos Novos aplica tecnologia de ponta em equipamentos e se destaca como produtor de sementes
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Entrevista
A Presidente da CNA, Kátia Abreu, diz as perspectivas para 2013 são promissoras
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Cerveja artesanal
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Ferrovias
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Clima
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Turismo Rural
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Pecuária
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Vinicultura
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Cooperativismo
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Bebida ganha nova roupagem com a fabricação caseira
Aliadas no desenvolvimento do agronegócio
Estação Metereológica de Campos Novos completa 100 anos
Produtores rurais agregam o turismo nas propriedades
SC deverá aderir ao Programa Carne Angus Certificada
Produção de vinhos finos de Campos Novos é destaque no Brasil
Cooperativas agropecuárias apresentam seus resultados
entrevista
por
O cenário agrícola
kÁtia Abreu
Presidente da CNA diz que as perspectivas para 2013 são promissoras
O
Brasil tem uma das maiores, melhores, mais baratas e mais sustentáveis agriculturas do mundo, contribuindo para a geração de renda e emprego em todo o País. Garante, também, a produção de excedentes exportáveis, vendas que influenciam positivamente o saldo da balança comercial brasileira, colaborando, assim, para o equilíbrio econômico do País. Por isso, apresentamos uma entrevista especial, com a Senadora e Presidente da Confederação Brasileira de Agricultura (CNA), Kátia Abreu. Ela fala sobre vantagens e opções de políticas públicas, sobre os desafios enfrentados na área do agronegócio entre outros assuntos relevantes como o Código Florestal Brasileiro, assim como os investimentos nas propriedades em tecnologias, isso tudo aliado ao espírito empreendedor dos produtores e pecuaristas. Acompanhe:
O Celeiro do Agronegócio - Senadora Kátia, inicialmente gostaria de saber sua opinião, em relação ao agronegócio brasileiro. Quais são as vantagens e opções de políticas públicas direcionadas aos produtores, em especial, os principais desaf ios do governo e dos produtores e pecuaristas, enfrentados neste setor?
rurais brasileiros, garantiram o crescimento sustentável da agropecuária nacional. A produção de grãos e fibras cresceu 247,13% nos últimos 35 anos, permitindo que o País deixasse para trás a condição de importador de grandes volumes de comida cara, comprada de países que ficam distantes daqui, e se transformasse num grande exportador Kátia Abreu: O Governo federal sabe de soja, carnes, milho, etanol, entre da importância do setor e por isso outros produtos, sem comprometer tem elaborado políticas cujo foco é o a preservação de 61% do território crescimento sustentável da produção nacional conservado com florestas brasileira, com respeito ao meio nativas. Além disso, o Brasil é um ambiente. Além de medidas pontuais, dos poucos países que mantém Áreas como o Plano de Preservação Agrícola e Pecuário Permanentes 2012/2013, que (APPs) nas prevê a liberação de margens dos rios, R$ 115,2 bilhões em condição que A demanda crédito para plantio, não é vista em investimento e nenhum lugar do externa por comercialização mundo, inclusive na atual safra, em países que produtos brasileiros o Governo tem competem conosco continuará aquecida, no mercado adotado medidas estruturantes internacional. Esse pois os Estados para solucionar é, sem dúvida, o problemas antigos grande diferencial Unidos, grande que comprometem da agropecuária fornecedor mundial a competitividade brasileira, motivo da agropecuária. de orgulho para de commodities A infraestrutura nós. de transporte, por agrícolas, exemplo, é um nó ainda estará se que começou a ser O Celeiro do desatado com o recuperando da pior Agronegócio Plano Nacional de A integração Investimento em seca dos últimos lavoura/pecuária Logística, lançado também está em 40 anos, registrada pela presidente total crescimento, Dilma Rousseff em neste ano. fator importante agosto. nesta busca de sustentabilidade, porém, as altas O Celeiro do cargas tributárias Agronegócio dos produtos acabam Tanto na agricultura como na pecuária, prejudicando os produtores. Quais medidas as ferramentas para incrementar o devem ser tomadas para que o homem agronegócio são inúmeras, o investimento do campo não se decepcione e continue se em tecnologias é um exemplo. Com isso, a dedicando ao setor primário e fundamental produção brasileira cresceu cerca de 50% a toda nação? nos últimos anos e a busca constante de conhecimento, com produtores mais atentos Kátia Abreu: É preciso, de forma com as mudanças do setor, também eleva o geral, estabelecer marcos regulatórios Brasil – que é considerado um país exemplo firmes, garantidores de segurança no desenvolvimento tecnológico. Sua jurídica, porque só assim os produtores opinião sobre esse aspecto? rurais poderão continuar investindo e produzindo comida de qualidade e Kátia Abreu: Os investimentos em barata em apenas 27,7% do território tecnologia agropecuária, aliados ao nacional. O novo Código Florestal, espírito empreendedor dos produtores
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aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela Presidência da República, é um exemplo dessa carência. Até a edição da nova lei ambiental, em outubro deste ano, muitos produtores viviam o pior dos mundos porque não tinham clareza sobre a real situação deles. Mas agora os produtores conhecem seus direitos e suas obrigações em relação à questão ambiental e por isso podem investir em novos modelos agropecuários sustentáveis de baixa emissão de carbono, como a integração lavoura-pecuária-floresta, o plantio direto e a recuperação de pastagens degradadas, práticas incentivadas por meio do Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (Programa ABC).
O Celeiro do Agronegócio - Cumprir as regras ambientais é uma necessidade e dever de todos os cidadãos, a intenção de estar de acordo com as exigências existe e, para que o cumprimento dê certo é preciso entendimento. O Código Brasileiro Florestal é um avanço para solucionar o problema? Em sua opinião, quais os pontos positivos e os pontos negativos do novo Código Florestal? Kátia Abreu: A preservação ambiental é responsabilidade de todos e os produtores rurais têm consciência dessa obrigação, pois, mais do que ninguém, dependem do meio ambiente equilibrado e da oferta de água para continuar produzindo. O novo Código Florestal foi construído a partir do entendimento característico das discussões que têm como cenário o Congresso Nacional, onde as opiniões de todos os setores da sociedade são ouvidas e consideradas. O Brasil tem agora uma legislação ambiental que não é ambientalista e nem ruralista, mas sim uma lei moderna, fruto do debate profundo e democrático. O principal avanço do novo Código Florestal é garantir segurança jurídica e justiça social, sem prejuízo da preservação ambiental. Nesse sentido, é positivo o fato de os produtores poderem recuperar o dano ambiental, transformando a recomposição em ativo ambiental, como estabelecido no novo Código. Essa condição põe fim a uma política equivocada, baseada apenas na punição. A obrigatoriedade para recomposição de faixas mínimas de proteção, de acordo com o tamanho
da sua propriedade e a largura do rio, também é um avanço. Mas ainda serão necessários alguns ajustes, revendo pontos como o da obrigatoriedade de averbação das áreas de reserva legal em cartório. Com o novo Código, o registro da área averbada volta a ser condicionante para que os produtores tenham acesso aos financiamentos oficiais, o que é uma enorme burocracia.
O Celeiro do Agronegócio - Ainda sobre o Código Florestal Brasileiro, mesmo sendo um dos assuntos, envolvendo o agronegócio, mais comentado neste ano de 2012, ainda geram dúvidas entre agricultores e um dos pontos mais polêmicos é o conjunto de regras sobre Áreas de Preservação Permanente (APPs) em margens de rios. Como a senhora analisa esses alterações, tanto para o grande, médio ou pequeno produtor? Kátia Abreu: O novo Código Florestal inova ao instituir um critério objetivo para o cálculo das APPs ripárias nas pequenas, médias e grandes propriedades rurais. Se antes a APP era computada a partir das margens de rios e cursos d´água pelo nível mais alto do período de cheia, ou seja, um critério variável, agora elas serão calculadas a partir do leito normal desses fluxos. O novo Código também recupera a possibilidade de utilização das várzeas como área produtiva, a exemplo do que acontece no mundo inteiro. Outra inovação é que a APP passa a ser exigida somente para margens de rios e cursos d´água naturais, excluindo os efêmeros. Esta definição impede que a fiscalização feita em período de cheias ou de chuvas confunda um curso d´água eventual com um perene ou intermitente.
O Celeiro do Agronegócio - Segundo o relatório Situação da Terra, divulgado no mês de outubro desse ano, com a concentração da terra na mão de estrangeiros, produção agrícola passa a ser focada na exportação e a produção local f ica marginalizada. Não seria hora de o governo intervir, através de mais programas e incentivos para a agricultura? Kátia Abreu - As imposições impostas, em 2010, pelo Governo federal à compra de terras por estrangeiros, limitaram a participação desses grupos no agronegócio nacional. Estima-se que, em função desta decisão, cerca de R$
76 bilhões deixaram de ser investidos na produção de grãos, especialmente soja e milho, algodão, etanol, papel e celulose. Mesmo para os estrangeiros que investiram aqui antes dessa determinação, o abastecimento do mercado interno sempre foi prioritário, pois o brasileiro é o principal consumidor dos produtos agropecuários produzidos no País. O mercado interno absorve 70% de toda a produção de grãos e carnes. Sendo assim, é equivocada a avaliação de que o volume produzido tem crescido para atender apenas à demanda do mercado externo. Exportamos somente os excedentes que não são consumidos aqui, vendas que não comprometem o abastecimento interno. O Celeiro do Agronegócio - A desatualização da legislação nacional sobre a venda de terras para estrangeiros e falhas no cumprimento da lei são, segundo a organização não governamental (ONG) ActionAid, os maiores gargalos para avaliar a real situação no país. A senhora concorda com essa af irmação? Kátia Abreu - Os cálculos indicam que as restrições do Governo federal devem gerar, em 2011 e 2012, prejuízos de cerca de US$ 15 bilhões ao agronegócio. Para desbloquear esses recursos e garantir a permanência do capital estrangeiro produtivo, será preciso uma nova regulamentação, que considere, especialmente, os fatores econômicos da participação estrangeira. Além disso, é preciso estabelecer critérios para monitoramento constante deste processo.
O Celeiro do Agronegócio - Expectativas para o agronegócio brasileiro em 2013? Kátia Abreu - As perspectivas para 2013 são promissoras. O Brasil vai colher no início do ano que vem uma safra recorde que pode chegar a 182 milhões de toneladas, segundo estimativas oficiais, produção que vai manter o ritmo de exportações, especialmente para os países da Ásia. A demanda externa por produtos brasileiros continuará aquecida, pois os Estados Unidos, grande fornecedor mundial de commodities agrícolas, ainda estará se recuperando da pior seca dos últimos 40 anos, registrada neste ano. No mercado interno, a demanda continuará aquecida e os produtores terão tranquilidade, principalmente sob o ponto de vista ambiental, para continuar produzindo.
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cerveja artesanal
JÁ PROVOU ESSA?
nova ja ganha e v r e c a , em os Novos caseira, b o ã ç Em Camp a ic r b com a fa z sucesso a f e ” a ro u p a g e m d gela da “loira e t n e os r e if d s de amig n a s ro d a
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O empresário Arno Rui Schaly é adepto da produção caseira.
N
ova-iorquino filho de napolitanos, Al Capone se tornou um dos gângsteres mais lendários de Chicago. E, por ironia, não foram os assassinatos que o levaram à cadeia. Na primeira metade do século 20, tempo de Lei Seca nos EUA, meteu-se no contrabando de bebidas. A sonegação de impostos levou Al Capone à prisão. Não só o mafioso fez malabarismos para driblar a lei que impedia o consumo de alcoólicos. As pessoas foram para o fundo de suas casas preparar ali drinques turbinados, com acréscimo de ingredientes que escondiam o gosto dos destilados clandestinos e... produzir cervejas. Neste ano, também foi divulgado em diversos meios de comunicação que o presidente reeleito dos EUA, Barack Obama, comprara com recursos próprios um equipamento caseiro para produção de cerveja artesanal na Casa Branca, e que teria produzido uma cerveja com mel, a White House Honey Ale, a qual fora servida ao ex-sargento Dakota Meyer, agraciado com a Medalha de Honra por atos de bravura no front do Afeganistão. Mas Barack Obama não foi o primeiro presidente dos EUA a produzir sua própria cerveja, George Washington, Thomas Jefferson, entre outros, também tinham o hobby de fazer cerveja. Recentemente que essa prática ganhou espaço (e até certo frisson) no Brasil. Com acesso facilitado à matériaprima e aos equipamentos para montar uma minifábrica básica, mais gente
tem investido no hobby. O empresário camponovense Arno Rui Schaly, por exemplo, é um adepto da produção caseira de cerveja - fabrica cerca de 40 litros da bebida a cada dois meses. Ele conta que faz a cerveja nas horas livres, para servir aos amigos e familiares e que aprendeu os primeiros passos, com o amigo Cristiano Nascimento, Engenheiro Agrônomo, que já fabricava a cerveja. O empresário sempre nutriu a curiosidade em saber como se fazia a bebida, porque sua avó trouxe da Alemanha a paixão pela cerveja e produzia para a família a cervejinha caseira, mas já não lembrava a receita. “Essa era uma ideia antiga, até para resgatar as tradições das origens da família que são alemãs, e por acaso, conheci o Cristiano que fazia a cerveja e me deu as primeiras dicas. Pesquisei, me aprofundei no assunto e tomei a atitude de montar uma minicervejaria”, explica Arno, que das histórias contadas pelos familiares passou a prática. Pensar em cerveja caseira, fresca, livre de aditivos e conservantes, com diversidade de aromas e sabores não é tarefa das mais fáceis para a maioria das pessoas. Tal dificuldade talvez seja explicada pelo fato de termos sido colonizados por um país sem tradição cervejeira, além da nossa história com a bebida fermentada mais consumida no mundo ser bastante recente, tendo crescido em uma época onde a cerveja pareceu uma bebida sem alma, “estandardizada” e fruto das grandes indústrias.
As cervejas artesanais são opções ricas em sabores e variedades. Se você conhece apenas as “estupidamente geladas”, prepare-se para se surpreender. Há uma grande variedade de estilos, características e sabores tão grande quanto a dos vinhos. É um produto com o qual o cervejeiro busca agradar o paladar do bebedor, ser fiel a um estilo e não buscar somente massificação, como as cervejas comuns, porque a qualidade vem em primeiro lugar. “Na produção artesanal, a cerveja tem um sabor bem característico, mais maltada e encorpada, um sabor que só experimentando para
Pesquisei, me aprofundei no assunto e tomei a atitude de montar uma minicervejaria.
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poder distinguir. A cerveja comercial é feita para atender o paladar do maior número de pessoas, um paladar de consumo e não de qualidade”, destaca o empresário. Ao contrário do que pode parecer, fazer cerveja artesanal em casa é simples, embora o processo seja bastante trabalhoso. Gerada por um processo espontâneo da natureza, no qual cereais que entram em contato com a água
podem ser germinados e submetidos à ação de levedos (fungos microscópicos) encontrados no ambiente, a cerveja é uma das bebidas alcoólicas mais antigas da humanidade. Com registros de pelo menos 6.000 anos, quando a humanidade já cultivava cereais e os estocava, a cerveja hoje é a bebida alcoólica mais consumida no mundo. E foi nos monastérios, durante a Idade Média, que ganhou força. Era equivalente ao pão
“uma das necessidades vitais”, segundo “O Livro da Cerveja”, “fornecia calorias rapidamente e como era fervida, era uma bebida mais segura que a água”. Para quem pensa em transformar o hobby em negócio, a comercialização da cerveja artesanal ainda não está regulamentada no Brasil, ela ainda está no limbo da economia, mas já existe um debate para tentar regulamentar a venda no Ministério da Agricultura.
Arno fabrica cerveja nas horas livres, para servir para amigos e familiares.
Workshop ensinou a produzir cerveja artesanal
Aconteceu no mês de Junho de 2012 na sede da Coocam em Campos Novos (SC), o primeiro o Workshop Produção de Cerveja Artesanal da ACervA Catarinense (Associação dos Cervejeiros Artesanais de Santa Catarina). Trata-se de um evento voltado tanto para cervejeiros iniciantes quanto avançados, com dois eventos paralelos: uma oficina para quem quer aprender a fazer cerveja e um curso destinado aos mais experientes, bem como a confraternização de toda a comunidade cervejeira.
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Monte seu KIT básico Ingredientes: > Fermento; > Malte base; > Malte escuro; > Lúpulo.
Equipamentos: > Moinho; >Termômetro; > Panela de fervura; > Panela de filtração; > Pá cervejeira; > Balde fermentador; > Serpentina inox; >Máquinas para fechar garrafa.
COMO FAZER? Confira as principais etapas da produção caseira de cerveja: Montagem do malte
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Brassagem
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Fermentação/Maturação
Filtragem/fervura do mosto
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Engarrafamento
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Depois que a cevada é umedecida, inicia-se o processo de germinação, interrompido com o calor, antes de a planta nascer. Cria-se então o malte, que deve ser moído para que o núcleo dos grãos seja exposto e, dali, seja possível extrair suas propriedades.
O malte moído é misturado em água em temperatura controlada em torno de 66°C, para o calor não mate as enzimas, por cerca de uma hora. Nesta etapa, quebra-se o amido e posteriormente será fermentada.
Os resíduos sólidos são separados do líquido para, em seguida, acrescentar o lúpulo e iniciar o processo de mosturação, no qual ferve-se o mosto para esterilizar a cerveja e extrair as propriedades do lúpulo, que dá amargor e aroma à bebida.
Resfriamento
Na sedimentação forçada, esfria-se o líquido para decantar as partículas sólidas que ainda restam. Há dois caminhos principais: colocar a panela em contato com o gelo ou usar uma serpentina de inox que dispersa o calor.
Transfere-se o mosto refrigerado para fermentador com auxílio de uma bomba, acrescenta-se água para completar o volume desejado e, na sequência, adiciona-se o fermento. A mistura descansa por cerca de 14 dias, liberando CO2 por uma válvula.
Depois de envasada, a bebida passa pela segunda fermentação na garrafa por um período aproximado de 20 dias. Com o auxílio de uma máquina, é possível fechar garrafas com tampinhas de alumínio.
Tratores
Em Campos Novos, os clientes da Sperandio – concessionária Massey – tiveram oportunidade de realizar teste drive nos maquinários agrícolas de mais alta tecnologia que há no mercado
C
om apoio da concessionária Sperandio – concessionária Massey Fergusson de Campos Novos (SC) e região – produtores associados e colaboradores da Sperandio, receberam no mês de outubro, dias 17, 18 e 19, o Planeta Massey Ferguson. A marca promoveu exposição de tecnologia agrícola, incluindo os principais tratores, plantadeiras e implementos agrícolas disponíveis no mercado. Criado para ampliar a proximidade da fábrica com o produtor rural brasileiro, o Planeta Massey Ferguson iniciou sua trajetória no início deste ano e leva ao conhecimento dos produtores, as difusões das novas tecnologias dos maquinários agrícolas. Em Santa Catarina, Campos Novos foi um dos dois municípios a recebeu a caravana que percorre as principais regiões produtoras do Brasil. Astor Ricardo Kilpp, coordenador da Massey em Santa Catarina, observa que o Planeta Massey Ferguson fechou o ano de 2012 com visitas em 14
aproximadamente 30 regiões brasileiras. Segundo ele a proposta do evento é demonstrar em campo as soluções desenvolvidas pela Massey. De acordo com Alexandre Zanotto Fagundes, supervisor comercial da Sperandio, em Campos Novos, o espaço contou com área para teste drive e também demonstrações das recentes tecnologias para a lavoura, além de treinamento da equipe de colaboradores da Sperandio. Segundo ele, as tecnologias apresentadas nos maquinários da Massey são novidades no Brasil, em especial para a região de Campos Novos. “Nos últimos anos os produtores estão tendo oportunidade de adquirir maquinários com altas tecnologias, que resulta em maior produção. E o Planeta Massey Ferguson proporcionou aos produtores, momentos para conhecer e testar os últimos lançamentos da marca. São maquinários de mais alta tecnologia, disponíveis no mercado”. Entre as máquinas disponíveis para teste drive, o grande destaque foi o trator MF 8670 com duas plantadeiras MF513 unidas por tandem. Com 320cv de potência, a máquina é a única no país com transmissão continuamente variável (CVT, na sigla em inglês). Segundo Astor a inovação dá ao trator conforto e economia de combustível semelhante a
disponibilizada em carros de luxo que utilizam a tecnologia de transmissão CVT. O trator chegou ao Planeta Massey Ferguson equipado com as últimas novidades desenvolvidas pela marca no mundo em agricultura de precisão. Entre elas, destaque para o sistema de piloto automático System 150. Além da autopotência desse trator e que pode ser direcionada automaticamente, também não necessitando de troca de marchas. Os participantes do Planeta Massey Ferguson realizaram ainda, teste drive no pulverizador autopropelido MF9030 – com o exclusivo chassi flexível – que permite absorver as imperfeições do solo mantendo as barras de pulverização estáveis. Também em evidência, os tratores mais modernos produzidos no Brasil, da Série MF7000 Dyna-6. As máquinas possuem transmissão automática que permite selecionar automaticamente a marcha com a melhor relação entre economia e desempenho. Representando os implementos da marca, as semeadoras da Série MF500 com o modelo MF515 pneumática,
acoplado ao trator MF7415. Entre as principais características no portfólio para a semeadura está o plantio preciso que garante ganhos em produtividade. Na exposição estavam os tradicionais modelos da linha MF4200 com alguns dos tratores mais vendidos no país pela Massey Ferguson são eles MF4292, MF4283 e MF4290. Para a etapa da colheita a MF 9790 ATRII, colheitadeira axial classe VII com grande capacidade
de colheita (hectares/hora). A máquina apresenta alto rendimento com custos operacionais mais baixos e grãos de alta qualidade, sendo a opção ideal para as aplicações que requerem máquinas de grande porte com soluções tecnológicas avançadas, confiáveis e seguras.
Exposição em Campos Novos apresentou modelos mais vendidos no país.
Direto no campo
Com foco em assistência técnica, Cooplantio moderniza sede em Campos Novos
S
ementes, fertilizantes, agroquímicos e principalmente assistência técnica. Essa é a Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto, a Cooplantio, que chegou em 2004 a Campos Novos (SC) e, oito anos depois, se prepara para expandir os negócios com a construção de uma nova sede. “Comercializamos produtos como outras empresas, mas temos um diferencial: a assistência direta no campo”, afirma o gestor da filial, Laércio Zanchetta. Ao todo, são atendidos nove municípios da região, como Abdon Batista, Brunópolis, Campos Novos, Capinzal, Erval Velho, Ibiam, São José do Cerito, Vargem e Zortea. Uma das vantagens do produtor que se associa a Cooplantio é contar com o serviço de assistência técnica realizado por dezenas de Engenheiros Agrônomos e técnicos agrícolas. A área técnica da Cooplantio se dedica à aplicação prática de conhecimento útil na solução de problemas enfrentados pelos agricultores, além de introduzir estratégias que auxiliam na produtividade, com rentabilidade e qualidade. A região de Campos Novos se destaca pelas produções de soja, milho, trigo e feijão. A filial conta com produção de sementes de soja com a marca própria Cooplantio – por meio de parceria com 16
as Sementes Bess – que abastecem as outras 39 filiais da cooperativa. “Temos agrônomos e técnicos que acompanham os produtores desde o processo de escolha dos insumos até a colheita. Fazemos visitas às lavouras dos nossos associados”, destaca Zanchetta. A filial atua com os principais fornecedores agrícolas, como a Monsanto, Bayer, Sementes Agroceres e Microxisto. “Temos um atendimento diferenciado e contamos com toda a estrutura da Cooplantio”, diz o gestor. Em 2011, a cooperativa faturou R$ 795 milhões.
A Cooplantio se dedica à aplicação prática do conhecimento na solução de problemas enfrentados pelos agricultores.
Investimento em 2013 Em abril de 2013, a Filial Cooplantio de Campos Novos deve inaugurar uma nova e moderna sede. De acordo com Laércio Zanchetta, o local vai abrigar escritórios, depósitos de fertilizantes e defensivos agrícolas. “Será uma sede moderna e com fácil acesso dos produtores”, ressalta. A Cooplantio é distribuidora dos principais produtos voltados à agricultura moderna e sustentável. São 40 filiais espalhadas pelos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná que atendem 32 mil associados. São oito unidades de negócios com produtos e soluções para os associados: Agroquímicos, Grãos, Alimentos, Fertilizantes, Fertilizantes Especiais, Produção Animal, Máquinas e Sementes. Até 2016, a cooperativa espera ser a maior cooperativa do Brasil produtora de alimentos com rastreabilidade e certificação.
fÁBRICA DA cOOCAM
30 mil toneladas/mês de ração suína produzidas em solos camponovenses
O
dia mal amanheceu e os caminhões da Cooperativa Agropecuária Catarinense (Coocam) Transportes, que conduzem as rações suínas produzidas na Fábrica de Ração Coocam, em Campos Novos (SC), já estão em direção dos cooperados. São mais de 70 mil quilômetros percorridos semanalmente, por 20 caminhões, que entregam o produto que alimenta os suínos de mais de 600 propriedades rurais. A alimentação dos suínos é tratada com responsabilidade dentro dos corredores da Coocam e da Fábrica, que opera seis dias por semana, de segunda a sábado, sem qualquer intervalo, sendo a única unidade certificada na região para produção de ração suína com uso de medicamentos. Tudo, rigorosamente em conformidade com o exigido pelas regras do Ministério de Agricultura, que no ano de 2011 concedeu o Certificado de Unidade credenciada à Fábrica. Projetada para produzir até 30 mil toneladas de ração ao mês, a Fábrica tem atuado com capacidade máxima, haja vista, que atende a demanda de alimentação dos suínos da BRF das cidades que estão num raio de 250 km da sede da Fábrica - Campos Novos. São mais de 41 colaboradores envolvidos no processo, sob a coordenação do Gerente da Fábrica, Mauricio Rifel, que acompanha tudo de perto. Isso, levando em conta que a Fábrica é toda automatizada com equipamentos de última geração, um dos mais modernos do Brasil, que garante autonomia, rapidez e qualidade na fabricação das rações Coocam. Além dos colaboradores da Fábrica, o processo passa pelas mãos de outros 44 colaboradores da Coocam Transportes, que trabalham no sentido de garantir que a entrega seja feita com segurança, no prazo previsto e com responsabilidade. Um investimento de mais de 20
milhões de reais, inaugurado no ano de 2006, e o primeiro na área industrial da Coocam, a Fábrica de Ração, no ano de 2013 ganhará atenção especial por parte da Cooperativa, sendo que novos investimentos e um aumento da capacidade está sendo planejado. Conforme o Presidente da Coocam, João Carlos Di Domenico, a Fábrica de Ração é um negócio a parte dentro da Cooperativa, já que atua com especificidade no ramo de alimentação suína, prestando serviços para um das maiores empresas do ramo alimentício da América Latina. “Este é um negócio importante para a Coocam, que firmou uma parceria forte e eficiente com a BRF. O negócio tem dado tão certo que já passa por estudos de ampliações e no próximo ano deve ganhar ainda mais visibilidade dentro da Cooperativa e em nível regional”, explicou. Já o Gerente da Unidade, Maurício Rifel destaca que desde sua criação a Fábrica tem expandido em nível de produção e qualidade, através
de melhorias em equipamentos e treinamentos dos funcionários. “A Fábrica de Rações Coocam tem buscado a melhoria contínua, para garantir o padrão de qualidade e segurança alimentar de nossos produtos. A integração de maquinário de ponta com mão de obra qualificada, aliada a nossa parceria com a BRF, resulta em um conceito de fábrica limpa, processo enxuto e orguho de ser referência no setor de fabricação de rações animais.”, lembrou. Demonstrando o potencial gerador de receitas e investimentos da Coocam, a Fábrica de Ração é um dos ramos de negócio dessa cooperativa, que cresce a passos largos em solos camponovenses e regionais, demonstrando que através de ações cooperadas e de visão de mercado é possível construir uma história sólida em curto espaço de tempo. Afinal, em 2013 a Coocam completa seus 20 anos de atuação, semeando trabalho e colhendo os frutos do labor.
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sementes
Expectativas são de um aumento em no mínimo 25% na produção final da oleaginosa destinada a multiplicação
C
onhecido com o Celeiro Catarinense pela sua enorme e crescente produção de grãos, o município de Campos Novos (SC) é destaque também na produção de sementes de soja. A tecnologia aplicada para produzir torna a região referência no país quanto à qualidade em germinação e vigor da oleaginosa destinada a multiplicação. O caminho da semente passa pela responsabilidade dos agricultores, empresas sementeiras e pela eficiência tecnológica aplicada pelas empresas de pesquisa detentoras da biotecnologia do presente. O futuro é de alegrias e o presente é de resultados. Com cinco empresas produtoras de 18
sementes (Coocam, Coaccer, Sementes Bess, Coperboa e Copercampos), o município de Campos Novos produziu somente na safra 2011/2012, um volume superior a 1,6 milhão sacas/40kg de sementes de soja. A expectativa das cooperativas e empresas de Campos Novos, afiliadas a Associação de Produtores de Sementes e Mudas de Santa Catarina (Aprosesc) é de que para a safra 2012/2013 – que estará sendo semeada entre outubro e dezembro deste ano – a produção de semente seja superior em até 25%, chegando a marca de 2 milhões de sacas/40kg de soja destinadas a multiplicação. A semente de soja produzida na região tem os mais diferentes destinos comerciais. Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo e o vizinho país do Paraguai são alguns dos caminhos da tecnologia
multiplicada e produzida na região de Campos Novos. Somente a Copercampos produziu na safra 2011/2012, 1,3 milhão de sacas de sementes de soja, e de acordo com o Diretor Executivo da Copercampos Laerte Izaias Thibes Júnior os contratos firmados para a safra 2012/2013 já ultrapassam esta produção que foi recorde neste ano. “Temos na produção verticalizada e licenciada e a expectativa é de produzir mais de 1,6 milhão de sacos de sementes de soja na próxima safra. O grande diferencial da nossa região é a qualidade do produto destinado a multiplicação. O produtor que deseja investir em tecnologia visando produtividade deve escolher sementes com alto padrão de germinação e vigor e nós procuramos trabalhar com sementes de soja com níveis superiores a 90% de germinação e vigor, ou seja, é adquirir a semente e realizar o manejo adequado e contar com a colaboração clima que a cultura vai proporcionar bons retornos financeiros”, explica Laerte. Conhecida como uma região com características especiais para produção de sementes, Campos Novos têm no clima e na altitude diferenciais para a produção e os elevados padrões de qualidade das sementes são também
resultado da dedicação dos agricultores. Para o Presidente da Associação dos Produtores de Sementes do Estado de Santa Catarina (Aprosesc), Engenheiro Agrônomo Marcos Schlegel, a tecnologia aplicada na produção de sementes na região de Campos Novos, aliada à sensibilização realizada pela associação quanto à qualidade de sementes certificadas é que está proporcionando este crescimento da produção. “A Aprosesc está trabalhando para que a legalidade seja aplicada em todo o Brasil e as cooperativas e empresas sementeiras tem auxiliado neste processo de orientação sobre os diferenciais das sementes certificadas. A semente de soja certificada tem um padrão e a tecnologia informada em cada sacaria é realmente eficiente. Temos hoje diferentes variedades adaptadas para cada região e alto padrão nas sementes e por isso, o trabalho dos sementeiros tem agregado valor financeiro e tecnológico aos agricultores”, ressalta. E já que a produção de sementes de soja na região de Campos Novos se transforma em grande ferramenta para agregação de valor ao produto cultivado por inúmeros agricultores, a biotecnologia está cada vez mais
presente na cultura da soja, porém, a produção de sementes convencionais também é realizada no município. Somente na Copercampos, a produção de aproximadamente 30 mil sacas/40kg de semente convencional, ou seja, sem nenhuma mudança genética. O número se comparado a grande produção de semente é pequeno, porém, atende o mercado existente. A produtividade da soja convencional também é menor, contudo, o valor de comercialização é a recompensa pelos enormes cuidados tomados desde a semeadura até a colheita das variedades convencionais que são segregadas das sementes transgênicas. E a primeira tecnologia em sementes de soja se confronta com a última novidade do setor tecnológico em grãos. Isso porque os agricultores de Campos Novos também estarão plantando a soja com tecnologia Intacta RR2PRO, ou seja, a segunda geração de biotecnologia presente na cultura, porém, esta variedade ainda não será destinada ao mercado consumidor por questões burocráticas de países importadores da soja brasileira.
Campos Novos produziu somente na safra 2011/2012, um volume superior a 1,6 milhão sacas/40kg de sementes de soja.
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transporte
Ferrovias
Aliadas no desenvolvimento do agronegócio
Governo vem agindo para destravar um dos gargalos da agricultura brasileira que é a logística. O grande interesse é que o produtor agregue renda ao seu negócio
M
aior produtor e exportador de diversas culturas, as exportações brasileiras do agronegócio registraram recorde histórico em 2011, somando US$ 94,59 bilhões, valor 24% superior ao alcançado em 2010, quando atingiu a marca de US$ 76,4 bilhões. O bom desempenho fez de 2011 o melhor ano para a balança comercial do agronegócio desde 1997. A meta do governo federal para 2012 é ultrapassar US$ 100 bilhões, com estimativa de 5,7% de crescimento, segundo o Ministério da Agricultura. Os números são bons, mas, poderiam ser melhores, se não fosse o colapso logístico que o país enfrenta. Apesar do agronegócio no Brasil responder hoje por um terço do PIB nacional e representar 40% dos postos de trabalho, o setor passa por um momento de crise. Há deficiências em toda cadeia logística. Atualmente no Brasil, para os transportes de grãos chegarem a diversos pontos do país e aos portos de exportação, se enfrentam uma série de obstáculos, sendo o principal o sistema de transporte (58% do transporte de grãos). Problemas na infraestrutura portuária, rodoviária e hidroviária, são alguns dos obstáculos que prejudicam o escoamento da produção brasileira. A falta de terminais portuários encarece a cadeia logística. Fatores como as altas multas de navios em espera nos portos, o aumento do tempo nas estradas em função das más condições de conservação das rodovias, os fretes inflacionados, pesam na balança 20
comercial brasileira e no bolso do produtor rural. As rodovias, ferrovias e portos são os principais gargalos do agronegócio brasileiro. A maior vantagem do transporte rodoviário em relação aos outros, é que ele pode carregar suas cargas de ponto a ponto, sem a necessidade de transbordo, fato este que acarretaria possíveis perdas dos produtos, muito embora haja perda por uso de caminhões indevidos e não projetados para carregamento de grão. No Brasil, um dos problemas, é que maior parte deste escoamento é feito por meio de rodovias que é o meio de transporte mais caro. Fato que poderia ser evitado se fosse utilizado outros meios de transporte, como a malha ferroviária e também aproveitando a vasta extensão litorânea fazendo uso da cabotagem, porém o país enfrenta a decadência há décadas desses modais. Outro grande fator preponderante para a crescente perda de grãos no transporte se deve à má conservação das rodovias e estradas. Segundo o IBGE, a perda do Brasil chega a R$ 2,7 bilhões a cada safra com o derrame de grãos durante o transporte rodoviário, e a armazenagem representa uma perda de 10% da produção, exatamente 14 milhões de toneladas de grãos. Este valor aumenta mais ainda quando mencionamos a falta de silos e locais de armazenagem para toda produção agrícola. Diante de todo esse cenário que impacta o agronegócio diretamente, a boa notícia de 2012, foram os anúncios do governo sobre investimentos em modais alternativos, como é o caso do transporte ferroviário, muito utilizado pelo setor primário americano. O Programa de Investimentos em Logística anunciado em setembro, trouxe pela primeira vez desde Juscelino Kubitschek, um programa de investimentos em transporte com mais recursos para ferrovias do que para rodovias. Mais do
dobro na verdade: R$ 91 bilhões para as ferrovias e R$ 42 bilhões para as rodovias. Os objetivos do Governo com o programa, é a quebra do monopólio na oferta de serviços ferroviários, resgate das ferrovias como alternativa logística e redução de tarifas. O Brasil passou toda a segunda metade do século XX sem cuidar das suas ferrovias, que envelheceram e perderam para o transporte rodoviário e aeroviário boa parte do seu mercado. O concessionamento do final dos anos 90, permitiu o surgimento de organizações empresariais eficientes e modernas, que melhoraram muito o desempenho das ferrovias existentes, mas não foram capazes nem de construir ferrovias novas nem de atualizar milhares de km de linhas antigas sob sua gestão. O transporte de passageiros acabou a carga geral passou toda para o caminhão e os concessionários se concentraram – como seria de esperar – nos nichos mais lucrativos, representados pelo transporte de minério, soja e outros granéis de exportação. Com isso, dois terços da
malha ferroviária brasileira, já diminuta para o tamanho do território, ficaram subutilizadas. A ferrovia é um transporte mais barato, mais seguro e ambientalmente sustentável, além de desenvolver as regiões por onde ela vai passar. Através do programa, Santa Catarina passará a ser um dos estados brasileiros com melhor infraestrutura instalada de transporte de carga por trilhos, pois terá quatro novas ferrovias percorrendo o estado por meio do Programa de Concessões de Ferrovias e Rodovias. Duas delas confirmadas para passar por Mafra, com projetos que haviam sido divulgados em agosto. Outras duas, que vão partir ou passar por Chapecó, estão em fase de estudo pela Valec, empresa pública vinculada ao Ministério do Transporte, e devem ser concluídos este mês. A Ferrovia Norte-Sul é considerada uma obra essencial para a integração logística da Região Sul e seu traçado deverá atender o centro agroindustrial do meio-oeste, onde a produção de grãos (arroz, trigo, soja, etc.) terá suas exportações alavancadas.
Novas ferrovias em SC Já incluídas no Programa de Concessões de Ferrovias e Rodovias: //// Saindo de São Paulo, passando por Ponta Grossa (PR), Maf ra, Porto Alegre (RS) e chegando no Rio Grande (RS); //// Saindo de Maracaju (MS), passando por Cascavel (PR) e chegando até Mafra. Que serão incluídas no programa de concessões após f inalizados os estudos de viabilidade pela Valec: Chapecó até os portos de São Francisco do Sul e Itajaí — a chamada Ferrovia do Frango, neste caso, o traçado ainda será def inido pelo estudo, podendo passar pelo Vale do Itajaí ou por Mafra; A ferrovia passará no município de Herval D’ Oeste, Panorama (SP), Cascavel (PR), Chapecó, Erechim (RS) e chegando a Rio Grande (RS).
horticultura
e d r e v o tud plo m e x e é rniel a C s a r resce Verdu c e u q tura l u c i t r idor o m u s n da h o do c a c r e m e ganha
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Localizada na Linha Pacheco, interior de Campos Novos, a pequena propriedade, é exemplo de empreendedorismo e superação. Em sete mil metros quadrados são cultivados: couve-flor, brócolis, agrião, rúcula e algumas variedades de alface. O resultado atual é positivo, mas vem do trabalho e esforço diário de Roberto Carniel, da esposa Renita e também do irmão Ronaldo Carniel. Além dos integrantes da família, quatro colaboradores ajudam na horta de cultivos protegidos, conhecida também como estufas. Roberto iniciou a atividade no ramo, no ano de 1998 com mais 25 famílias, na época em que foi formada a Associação de Produtores de Horticultura no município. Devido às dificuldades enfrentadas, por ser um número expressivo de pessoas, o negócio não teve muito sucesso. Nesse intervalo, Roberto trabalhava com plantação de milho e feijão. Eram sete hectares de lavoura. Com resultados negativos, uma dívida grande com o banco de créditos e a necessidade de agregar valores, foi se destacando. Em 2000, recomeçou a atividade com uma pequena plantação de hortaliças. Ele conta que naquela época, onde o trabalho era todo braçal, as dificuldades eram muitas. Não tinha luz na propriedade e as inúmeras variedades de verduras e legumes eram plantadas perto de uma nascente. “Não tinha muita noção, apenas tinha feito um curso na Epagri, onde aprendi a teoria, mas na prática era leigo. Quando comecei a horticultura vendia as vacas de minha mãe para comprar adubo de galinha”, destaca Roberto.
Neste mesmo período se casou e as responsabilidades aumentaram e a situação financeira ficou ainda mais difícil. Usando as mesmas palavras de Roberto durante a entrevista à reportagem: “Devia uma vela para cada Santo”. O esforço e a vontade de vencer profissionalmente fizeram com que, aos poucos, o pequeno produtor de hortaliças fosse obtendo os resultados positivos. A família optou por menos variedades para obter mais qualidade e consequentemente, conquistar o espaço no mercado. As dividas das plantações de milho e feijão, foram sendo quitadas com os lucros do cultivo de alfaces e de hortaliças. Já Ronaldo, irmão mais novo de Roberto, iniciou na atividade há quatro anos. Tem o irmão mais velho como exemplo, mas confessa que a dedicação de Roberto é muito superior a sua. “Meu irmão merece o resultado que está tendo, é muito dedicado no que faz”. Ronaldo tem um diferencial de Roberto,
planta salsa e cebola verde. “Sempre nos ajudamos, hoje eu entrego para alguns supermercados, mas sempre nos ajudamos”, explica Ronaldo. Quem visita as estufas da família Carniel não imagina que a carga horária de trabalho já chegou em 15 horas/ dia. “No ano de 2005 as coisas foram melhorando, construí uma boa casa e começamos levar uma vida melhor”, observando que há 13 anos, não sabe o que é férias. Renita completa o depoimento do esposo dizendo: “Quando vamos visitar minha irmã em Curitiba, saímos de Campos Novos no sábado e voltamos no domingo”. Os produtos da empresa Verduras Carniel são entregues duas vezes por semana em supermercados, restaurantes e em um dos sacolões de frutas e verduras de Campos Novos. Informações podem ser adquiridas pelo telefone (49) 8826-1349.
Agronegócio camponovense
em destaque
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Chico Camargo foi escolhido por representar a história de sucesso do agricultor que domina com perfeição o processo do agronegócio, do plantio à aplicação na bolsa de valores, percorrendo uma longa trajetória de aprendizado das coisas do campo. A primeira semeadura foi feita com um trator emprestado de seu pai e uma semeadeira de seu tio, há 30 anos. Reprodução “Catarinenses”
O
livro intitulado “Catarinenses” e publicado pelo Governo do Estado, com o objetivo de homenagear os cidadãos catarinenses que constroem esse próspero pedaço do território brasileiro traz em suas páginas coloridas a imagem de um camponovense, o produtor rural Francisco Antonio Camargo, que só vem afirmar o título do município de Celeiro de Santa Catarina. O livro retrata a tradição de trabalho e cultura de homens e mulheres de Santa Catarina em suas atividades corriqueiras, inseridos em suas cadeias econômica, social e cultural. Para realizar este trabalho, um recorte de diversas as atividades realizadas pelos catarinenses, quatro equipes de reportagem rodaram milhares de quilômetros, para ouvir e retratar a história de 60 profissionais em diversas regiões do estado. Nas duas páginas que falam de Chico Camargo, foi utilizada uma macroimagem de uma parte de sua lavoura, com as máquinas em processo de plantio e o produtor em destaque, em cima de um trator. O foco é a produtividade de milho, no qual o produtor desponta, superando em até duas vezes a média regional. Nas lavouras mecanizadas e amparadas em tecnologias a serviço da melhoria genética das sementes e da correção do solo, o rendimento obtido na área plantada é dos mais altos no plano nacional.
Em 2012, agricultura extensiva de Campos Novos foi destaque em meios de comunicação com circulação estadual e nacional.
cavalgada
1800 km a cavalo
E
spírito de aventura, paixão e curiosidade científica. Essas três forças, se uniram nessa empreitada, transformando uma viagem em um projeto inovador. A cavalgada Haide Cabanha Paulista 2012, iniciou em Uruguaiana (RS) extremo sul do país percorreu 1800 km, passando por diversos municípios do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo até chegar ao destino final: a Cabanha Paulista, na cidade de Itú (SP) cerca de 100 quilômetros da capital do estado. Foram cerca de 50 dias na estrada até completar a trajetória, isso, em cima do lombo de dois garanhões da raça crioula: Sorrito Paulista e Yancamil Huinca. Conhecido por sua resistência e rusticidade, o cavalo crioulo vem sendo testado ao longo do tempo em raides que marcaram história da equinocultura das Américas e que o tornaram reconhecido internacionalmente. Dentro desse espírito e disposta a confirmar que o Crioulo permanece com as mesmas qualidades nos dias atuais, a Cabanha Paulista de Paulo Sampaio de Almeida Prado, conseguiu finalizar esse desafio numa cavalgada de longa distância. Durante a viagem a equipe de profissionais coletou dados de ordem científica tais como batimentos cardíacos diários, peso e condições dos animais relacionando-os com clima e relevos encontrados ao longo do percurso e que possibilitem posteriores estudos acadêmicos sobre o seu comportamento durante a viagem. Tudo foi registrado, inclusive a passagem da equipe em 26
Projeto Haide Brasil saiu de Uruguaiana no RS, cruzou os três estados do Sul chegando em Itú, SP Campos Novos (SC). Chuva, sol, vento, entre outras intempéries da natureza ou qualquer fator ocorrido durante o percurso, não estão atrapalhando essa equipe formada por cavalos, cavaleiros e profissionais que acompanham o desenvolvimento dessa aventura. O trajeto envolve diversas culturas e cidades é sem dúvidas uma grande experiência aos cavaleiros. O cavalo Sorrito Paulista e o Yancamil Huinca são os personagens principais dessa grande experiência. “Lembramos que os grandes protagonistas dessa história são eles: Sorrito Paulista e Yancamil Huinca”, afirmou o coordenador do Haide, Rogério Lima Cardoso, durante a passagem da equipe por Campos Novos (15/10). Sorrito Paulista nasceu na Cabanha Paulista, há cinco anos; já Yancamil Huinca tem seis anos de idade e foi importado da Argentina. Ambos estão percorrendo o caminho dos tropeiros. Quem fez o percurso montada no Sorrito é Renata Zuchetti Simonnetto. Para ela a aventura foi uma experiência nova. “Desde pequena pratico prova de laço, então tenho bastante proximidade com os animais, mas nunca fiz uma viagem longa a cavalo e esta experiência foi sendo muito inovadora”, explica Renata que é natural de Videira (SC) e
mora em São Paulo desde que iniciou sua faculdade, há cinco anos. Há oito meses trabalha na Cabanha Paulista. Já Lucas Paiva Garcia é quem faz o trajeto montado no Yancamil Huinca. Conforme Lucas a recepção das pessoas, nas cidades que a tropa passa, está sendo inexplicável. “Passamos por vários locais com mudanças climáticas e mudanças de paisagem, mas o que mais impressionou foi a ótima recepção das pessoas. Em todos os lugares que passamos fomos muito bem recebidos”. Lucas trabalha com o zootecnista Raul Sampaio de Almeida Prado e mora em São Paulo, desde 2010. É natural do interior do Rio de Janeiro. Segundo Raul, o Yancamil Huinca é um cavalo comprado na Argentina pelo proprietário da Cabanha Paulista, Paulo Sampaio de Almeida Prado. “O Yancamil foi transportado até Uruguaiana e para subir até São Paulo, meu irmão teve a ideia de trazer o Sorrito para acompanhálo e assim, provar a resistência do cavalo argentino e do cavalo Sorrito”. Para o veterinário responsável pelo Raide, Marcos Sampaio de Almeida Prado, a experiência mostra a rusticidade do cavalo crioulo. Ele observa que existem muitas dificuldades, no entanto, a equipe atuou com muita bravura.
CAPA
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O
Brasil situa-se como um país em que o agronegócio se mostra com forte competitividade internacional, resultante, entre outros aspectos, das tecnologias aplicadas no campo. O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro cresceu 6,12% em 2011, alcançando R$ 822,9 bilhões. Apesar das incertezas para 2012, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê para este ano, um faturamento de R$ 318 bilhões, com crescimento de 7,98% em relação a 2011. Para esses bons resultados na agricultura, por ser uma atividade de alto risco financeiro, a aplicação de tecnologias se torna crucial porque definem o sucesso da produção agrícola. Desta forma, é fundamental ao moderno produtor rural ter eficiência na aplicação dos recursos tecnológicos disponíveis, como forma de assegurar o sucesso em sua atividade. De acordo com o pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri), o Engenheiro Agrônomo Milton da Veiga, quando se fala em tecnologia no campo, Campos Novos desponta sobre dois aspectos: produção de sementes e utilização de maquinários. Devido às boas condições climáticas e boas características do solo, o município é referência na produção de sementes de soja transgênica de alta qualidade e alto poder de germinação e vigor, chegando a mais de 50% do volume produzido do grão. A tecnologia do transgênico, sempre um assunto polêmico, é avaliada até o momento como adequada aos produtores, possibilitando características desejáveis para o manejo das culturas. “O melhoramento genético aplicado na soja, implantou a resistência a um grupo de herbicidas, que faz com que facilite o manejo das plantas daninhas nas lavouras, mas ainda não proporcionou uma melhoria na qualidade do grão em si como na cultura do milho, onde já foi introduzida na semente, tecnologia de resistência a uma praga muito comum que ataca as lavouras, que é o lagarto cartucho”, destaca o pesquisador. Na área de maquinários agrícolas, vários implementos estão sendo introduzidos pelos produtores e investidores do agronegócio, que têm recorrido a tecnologias e sistemas de informação cada vez mais avançados e sofisticados, exemplos disso, vemos em relação à automação do campo com máquinas pesadas e sistemas embarcados de posicionamento
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via satélite e mapeamento geográficos. “Esta tecnologia está acessível a todos os produtores, mais ainda não é possível utiliza-la na sua inteireza, por falta de tempo e de uma assessoria técnica especializada”, informa Milton. Um dos investimentos dos produtores camponovenses é na Agricultura de Precisão (AP), que destaca-se pela utilização de amostragem georeferenciada para o mapeamento da fertilidade do solo e posterior aplicação de corretivos e fertilizantes a taxa variável. Isto é, o produtor rural conhece bem cada metro quadrado da propriedade e sabe com precisão qual é a deficiência da área. A correção é pontual. O solo recebe a medida exata de nutrientes para uma boa produção, graças a adoção de tecnologias de informação. Estudos revelam que a aplicação dos princípios e técnicas da AP, possibilitam economia de 20% de insumos comparativamente ao manejo tradicional, no qual se utilizam dosagens uniformes em área total baseadas na condição média de fertilidade do talhão. Sobre o retrato da utilização desses equipamentos nas lavouras camponovenses, Milton ressalta que ainda é limitado, com os produtores utilizando mais o sistema de trilhas, onde o trator possui piloto automático, sempre seguindo o mesmo caminho, o que diminui o impacto no solo. Mas existem outros recursos, como os sensores de vazão que possibilitam a geração de mapas de produção das lavouras, que por falta de uma assessoria técnica mais especializada não estão sendo usados. “O interessante da AP é utilizar os princípios dela, fazer bem feito todas as práticas agrícolas, do plantio a colheita. Ela não pode ser entendida apenas por possuir um GPS”, avalia.
O pesquisador explica ainda que a combinação do sistema plantio direto com a AP poderá representar um novo avanço em busca de uma agricultura mais sustentável, através da racionalização do uso de insumos. No entanto, essa combinação ainda não está muito afinada no município, porque a maioria das máquinas são adaptadas a aplicação de insumos e sementes na superfície, sendo necessário preparar o solo antes, e também, porque os produtores preferem garantir plantio e colheita, investindo em seu próprio maquinário. “Precisariam máquinas que aplicassem o adubo e as sementes em maior profundidade, em doses variáveis, mas tudo isso custa dinheiro. O produtor poderá não conseguir comprar esse equipamento, mas a contratação de um prestador de serviço poderia ser uma solução, dimensionando melhor o potencial do maquinário”, destaca. Quanto ao uso da tecnologia a serviço da agricultura contra os efeitos climáticos, Milton ressalta que a pesquisa está voltada para o desenvolvimento de sementes mais resistentes às mudanças climáticas para as lavouras das regiões de extremos climáticos, como as regiões norte a nordeste, que não são compatíveis com as lavouras da região sul. A irrigação tradicional, que gera grande desperdício de água, somente seria viável, se a técnica for realizada de forma autossustentável. “A tecnologia que mais trás economia de água, ainda é o plantio direto, porque não revolve o solo, não evapora a água e mantém os índices hídricos. Até 20 dias as lavoras resistem, o problema são 30, 40 dias de estiagem”, ressalta o pesquisador. Parcelar o plantio dentro do período de zoneamento, pelo menos em três parcelas, é uma necessidade das propriedades rurais para enfrentar as estiagens cada vez mais constantes. “Ao contrário de países europeus e desérticos, que recebem subsídios do governo para produzir, nós aqui não contamos com esses investimentos, porque
A Agricultura de Precisão (AP) destaca-se pela utilização de amostragem georeferenciada para o mapeamento da fertilidade do solo.
existem muitos agricultores produzindo eficientemente sem subsídios e existem outros grupos que tem mais necessidade desses investimentos, como famílias de baixa renda”, destaca. O pesquisador considera positiva essa autossuficiência dos produtores, porque geralmente quando se tem amparo do governo, não se busca a melhor informação para produzir e porque dá brechas para os agricultores não profissionais. “Cito o exemplo, nos anos 90, época de escassez de recursos destinados para a agricultura foi o período que mais se desenvolveu o plantio direto. Não foi motivado pelos seminários para disseminar a técnica, e sim, porque naquele momento, era mais barato fazer plantio direto, que plantio convencional. Quando entram subsídios, entram os aproveitadores também”, explica. O êxito financeiro de uma empresa agrícola depende da sua capacidade de competir. No passado, essa capacidade dependia, fundamentalmente, da quantidade e da qualidade dos recursos naturais que possuía. Hoje não é mais assim. Tem mais êxito uma empresa agrícola que possui terras agrícolas, mas que utiliza modernas técnicas de produção, que outra, detentora de terras férteis, mas exploradas com baixo nível tecnológico. Por outro lado, um dos importantes entraves à competitividade dos agricultores é a utilização de tecnologias inadequadas. Em suma, o produtor rural conseguirá ser mais competitivo através do uso intensivo de insumos intelectuais, do que do uso de abundantes insumos materiais. Ao tempo que se reconhece a importância da tecnologia como fonte de competitividade e do setor agroindustrial como motor do crescimento
econômico nacional, é preciso avaliar o que melhor se aplica em cada propriedade. “Sempre é preciso por na ponta do lápis e calcular se vai trazer resultados financeiros para o agricultor, avaliando se, de fato, vai representar um acréscimo de renda ou se vai ser apenas mais um custo no futuro”, recomenda o pesquisador. Um dos desafios do produtor moderno está na gestão da propriedade para evitar crises. Custos de produção, queda de safra, ataque de pragas, juros e carga tributária, infraestrutura de transportes, preços internacionais, toda essa conjuntura impõe aos empresários rurais excelência na gestão dos negócios antes, dentro e depois da porteira. Na fazenda, o produtor rural tem que dar espaço ao empresário rural, cada vez mais planejando, buscando conhecimento, atento aos riscos, a fim que possam fazer com que a empresa cresça com sustentabilidade. Mais uma vez, as tecnologias da informação tem importante papel. Outro ponto muito discutido atualmente na moderna agricultura é a importância da comercialização, que se relaciona diretamente com o desempenho agregado do setor. São muito importantes os mecanismos de mercado globais de commodities, para gerenciamento dos riscos ligados às oscilações de preços da atividade agrícola. “O planejamento e monitoramento dos riscos é que vão possibilitar ao produtor crescer com segurança. Se for analisar a trajetória dos produtores consolidados de Campos Novos, eles foram muito econômicos em todo o período. Souberam usar bem os recursos e pensar no futuro, sempre trabalhando com reservas, fazendo rotação e plantio de diversas culturas num mesmo período”, finaliza.
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CLIMA
Estação Metereológica completa 100 anos Em janeiro de 2013, a Estação Metereológica da Epagri de Campos Novos completa 100 anos coletando dados meteorológicos para a previsão de tempo e para o monitoramento climático da região
A
atividade agrícola é dependente de fatores climáticos, como temperatura, pluviosidade, umidade do solo e radiação solar. A variação climática leva a redução e mudança de áreas de cultivo de alimentos e dos níveis de produtividade. A seca é a principal causa das perdas na agricultura da região nos últimos tempos. Em dez anos, a região passou por oito grandes estiagens, duas só em 2012. No último verão, 132 municípios de Santa Catarina decretaram situação de emergência. Em algumas propriedades, a queda na produção já chega a 30%. Em frente às adversidades climáticas que afetam diretamente a agricultura, um fator primordial para enfrentá-la é a informação. Santa Catarina conta hoje com um sistema de monitoramento ambiental formado por cerca de 200 estações, entre automáticas e convencionais, gerido pela Epagri/Ciram. Em Campos Novos (SC), encontrase uma estação capaz de medir dados de temperatura, precipitação, umidade relativa do ar e radiação solar, com três observações sinóticas ao dia. Operando com três observadores metereológicos, a Epagri realiza a leitura dos dados climáticos às 9, às 15 e às 21 horas, diariamente, há 25 anos. Anteriormente, o Ministério da Agricultura era quem realizava a coleta de 32
dados de precipitação pluviométrica, e de acordo com o observador metereólogico, João Alves de Carvalho, a Estação completará 100 anos em Janeiro de 2013. Com base nesses dados históricos, o observador conta que o ano de 1983, ano que o município foi vitimado por uma enchente, não foi o ano com a maior precipitação registrada, e sim, o período de 1928 a 1930. “Essas informações são muito úteis para o desenvolvimento da pesquisa agropecuária e para auxiliar o agricultor na lavoura”, destaca João, que atua há 25 anos como observador na Estação de Campos Novos. Essas variáveis ambientais são enviadas via internet, para o banco de dados do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram) onde são usadas para monitoramento e previsão do tempo, além de embasarem pesquisas científicas sobre o clima da região. A importância da Estação Metereológica de Campos Novos está em localização estratégica, e se torna um ponto de referência não só para os estado, mas para o mundo. Os dados do clima colhidos são encaminhados ainda a municípios como Porto Alegre para o monitoramento do clima da Região Sul e
a mais de 50 países. “As informações são uma ferramenta de auxílio aos produtores, para que eles possam ter melhores resultados e evitar prejuízos na lavoura”, destaca. Em duas horas, os dados estão disponíveis para consulta. A Estação pertence ao seleto grupo de estações escolhidas pelo Brasil para integrar a Rede Sinótica Mundial e fazer parte da Vigilância Meteorológica Mundial da Organização Meteorológica Mundial (OMM), com sede em Genebra, Suíça. A escolha significa que seus dados são de boa qualidade e, por essa razão, são disseminados na rede meteorológica mundial para que os 189 países membros da OMM os utilizem no monitoramento meteorológico e na realização de pesquisas sobre tempo e clima, contribuindo assim para a segurança e o bem-estar de pessoas em todo o mundo e para o benefício econômico das nações. A meteorologia da OMM aplica-se a aviação, navegação, problemas de água, agricultura e outras atividades humanas. Essa é mais uma característica que torna a Estação Metereológica de Campos Novos uma das mais representativas do estado.
Agricultura e aquecimento global
Tendência de estiagem para 2013 O ano de 2012 foi caracterizado por chuva abaixo da média. O mês mais seco foi agosto e o mês de dezembro deve ter um número maior ainda de dias secos. O impacto na agricultura é a dificuldade em plantar as culturas de verão, mas por outro lado, foi favorável a colheita. O clima, que já não tem sido tão favorável como se previa para a safra de verão, deve continuar ameaçando o desenvolvimento das plantações de soja e milho na região. Para o inicio de 2013, o produtor ainda pode perder o sono com as tendências do clima divulgadas pelo Ciram: chuva dentro a abaixo da média climatológica em SC. Essa
previsão implica em períodos de estiagem para alguns municípios e impacto na agricultura e abastecimento de água no estado. Em janeiro e fevereiro, o regime de verão já está estabelecido e as “chuvas de verão” ocorrem com maior frequência entre a tarde e noite. A média mensal será entre 180 a 200mm. Ainda nos meses de janeiro e fevereiro, há risco de temporais e granizo, mas podem ser menos frequentes neste verão do que o normal para a época do ano. Há ainda a previsão de verão mais quente do que o normal. Pelo menos até três ondas de calor são esperadas no primeiro bimestre de 2013, podendo quebrar recordes.
O aquecimento global pode pôr em risco a segurança alimentar no Brasil nos próximos anos. Essa é a previsão de um estudo feito por pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). De acordo com o trabalho, o aumento das temperaturas pode provocar perdas nas safras de grãos no valor de R$ 7,4 bilhões já em 2020 – quebra que pode saltar para R$ 14 bilhões em 2070 – e alterar profundamente a geografia da produção agrícola no Brasil. Segundo os pesquisadores, se nada for feito para mitigar os efeitos das mudanças climáticas nem para adaptar as culturas à nova situação, ocorrerá uma migração de plantas para regiões nas quais hoje não são cultivadas, pois os agricultores partirão em busca de condições climáticas melhores. Uma das consequências mais graves, é que a mandioca pode desaparecer do semi-árido. A região Sul, que hoje é mais restrita para culturas adaptadas ao clima tropical por causa do alto risco de geadas, deve experimentar uma redução desse evento extremo. Ela se tornará assim propícia ao plantio de mandioca, de café e de cana-de-açúcar, mas não mais de soja, uma vez que a região deve ficar mais sujeita a estresse hídrico. A cultura da soja, aliás, é que a deve ser mais afetada pela mudança do clima. O trabalho prevê uma diminuição de até 41% na área de baixo risco ao plantio do grão em todo o país em 2070, no pior cenário, gerando prejuízos de R$ 7,6 bilhões. Isso equivalerá à metade das perdas projetadas para a agricultura brasileira, daqui a seis décadas, como resultado do aquecimento global. 33
Turismo
s o v o N s o Camp o para a t desper
rural o m turis de s e r o t u d o r Como os p estão s o v o N s Campo mo no s i r u t o o agregand ral espaço ru
34
P
esquisas revelam que quase 85% dos brasileiros vivem na zona urbana. E quantas delas não gostariam de trocar a vida agitada da cidade por uma vida tranquila no interior, nem que seja por alguns momentos? Aproveitando essa vontade dos moradores urbanos de reencontrar suas raízes, de conviver com a natureza, com os modos de vida, tradições, costumes e com as formas de produção das populações do interior, ou mesmo sair um pouco do ritmo de vida atribulado da cidade, entra em cena o turismo ecológico rural, uma vocação natural do Celeiro Catarinense, que começou a ganhar corpo neste ano. Em 2012, o segmento vem despontando de forma promissora e com incontestável potencial. Algumas propriedades decidiram diversificar as atividades no campo, e planejam abrir as portas das fazendas e dos sítios para receber turistas. São muitas propriedades rurais que estão passando por capacitações de modo a consolidar o turismo rural como opção de lazer para o turista, mas também como uma importante e viável oportunidade de renda para o empreendedor rural. Algumas já estão incorporando atividades turísticas em suas rotinas e já estão recebendo turistas. A receita é simples: instalar-se numa fazenda, onde os fazendeiros são cordiais e recebem a todos como se fossem velhos amigos. Não há protocolo e o ambiente permite que todos se sintam em casa. Pela manhã é servido um café reforçado e ao meiodia um farto churrasco. Não falta o chimarrão e o visitante pode acompanhar
todo o trabalho do dia a dia numa fazenda. Para estruturar o setor, formouse um Núcleo de Empreendedores em Turismo (Netur), que por meio de parceria com o Sebrae e com a Associação Empresarial, Rural e Cultural Camponovense (Acircan), visam preparar e integrar os empresários em toda a cadeia produtiva, no processo de produção de riqueza e desenvolvimento proporcionados pelo setor de turismo. No início de setembro, o consultor em turismo do Sebrae, Roni Rodrigues, visitou 15 locais do município, entre propriedades rurais, hotéis, restaurantes e padarias. Em novembro, o técnico conversou individualmente com cada responsável no intuito de apresentar o levantamento técnico e as melhorias que precisam ser feitas nos locais para desenvolver o potencial turístico. Essa fase da consultoria é definida como estratégica, porque pretende tornar os locais, referência para destinos turísticos, mas que antes, precisam aperfeiçoar sua oferta turística e aproveitar as oportunidades de mercado. Outro momento está previsto, onde se iniciará um processo de envolvimento e sensibilização da comunidade,
demonstrando todo o potencial turístico econômico da região, buscando a participação de cada um, seja para agregar valor às atividades existentes, seja para organizar e construir novas atividades turísticas. Por conta de objetivos coincidentes, o projeto Circuito dos Lagos da Agência de Desenvolvimento da Região dos Lagos (Adrel) busca uma integração com as iniciativas que já estão sendo viabilizadas pelo Núcleo de Turismo. O Projeto Circuito dos Lagos, que está sendo implantado em Campos Novos, tem como propósito também identificar e capacitar famílias em propriedades rurais nos municípios da região, diagnosticando as potencialidades de atrativos culturais e naturais e roteiros turísticos. O benefício inicial do projeto é a formação de uma rede de leitos ao longo de toda região para formação de um circuito receptivo aos visitantes. Três proprietários rurais de Campos Novos já receberam os kits de hotelaria, composto por duas camas, aquecedor, ventilador, jogos de jantar, vestuários de cama, mesa e banho e até chuveiro elétrico. Os equipamentos são repassados
Lagos s o d o t i u c Cir O Projeto potencial o r a r t s n o quer dem gião. e r a d o c i t turís 35
sem custos aos proprietários rurais, em regime de comodato. O projeto ainda viabilizou a produção de um documentário de TV, para demonstrar o patrimônio histórico cultural e os atrativos naturais da região. O projeto conta com apoio da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte e recursos do Funturismo e SC Rural. De acordo com Eliane Lopes, gestora da Acircan, o ano de 2012 foi um ano de capacitação para todos os nucleados do NETUR, empresários de toda a cadeia produtiva do setor de turismo. Para 2013, o projeto vai ser ampliado a toda sociedade, com objetivo de criar um ambiente que estimule a atração de turistas durante o ano, fortalecendo o sentimento de comunidade, para aí sim, começar a trabalhar o turismo propriamente dito, abrindo a porta das fazendas e dos empreendimentos aos visitantes e turistas.
Termas se n e n eo L
ivo do turístico efet o de Como atrativo id ec el tab m fluxo já es no e -s m município, co caliza Leonense, lo as o m ic er át T u as aq s, arque visitante do Leão. O p ra s ai ar B rm e d te o cinas Distrit ra, com 9 pis tu u tr m es co la p ta n ainda co possui am ntis. O local ² de área de adultas e infa 0 .0 a de 40 0 m rc ce , s, te n ra au rest ras, banheiro , churrasquei as es a. m ad n m ca co e água en camping, ergia elétrica chuveiros, en
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Fazenda o v er C do
do Faversani, ervo de Arnal o de Campos C o d a d en A Faz s do Centr ropriedade 10 quilômetro á h a d za li stas, pois a p ca ri lo tu er b ce re apta a dos Lagos, Novos, já está a com o projeto Circuito plad Desde 97, o já foi contem os hoteleiros. it le es e d ão aç o às atividad com a instal o agroturism r ga , seu re as ri ag ce ta ar n ão de p aç produtor te rm fo a m jeto do agora, co etizar. O pro cr n da Fazenda e co se e d ipados próximo de chalés equ o objetivo está çã ru st n co vestir na s. “A nossa produtor é in er os visitante o com o b ce re a ar p vi com internet spede o conví ferecer ao ho o do, ovelhas, i ga va a m d co n a ze d li fa e u q a d i ma fazen O hóspede va dia a dia de u ca Faversani. ão ta aç es d rv , se s” re ra p u biente, a am cavalos, lavo o d ia n o a r a harm ura típica até poder conferi o da arquitet çã n te i. u n sa an er m av ambiental, a lvida pelos F utiva desenvo d ro p e ad id ativ
ão S enda z Fa Domingos
Albuquerque gos de Lôise in m o o D ão S , há 30 Km d A Fazenda bdon Batista A i a u ar ss p o a p l íd a sa rura localiza-se n propriedade A s. e vo e o d N u s aç o p ias, centro de Cam com araucárias centenár o sm ri tu as ad tes. O matas preserv plos horizon am e s te o an tr ber do ao encon paisagens exu volver está liga visitantes, en es d e d n te ue aos que pre natureza. “Q a m co priedade, em do hom entos da pro ev s o ar rv se o ob ticipar de seja permitid da e deles par vi e d lo ti es s origens ia, o a gastronom lica Lôise. A p ex ”, al ci fi ti mingos ão ar enda São Do uma forma n az F a n as ad serv valorizados. e a cultura pre s que vão ser vo ti ra at s n o algu eças antigas, também serã posição de p ex m co ta n e co tre outros. A propriedad ca, trilhas, en es p , lo va ca a passeios
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profissão
A agricultura em boas mãos
V
ocê já pensou que as técnicas de Agronomia acompanham o homem desde a pré-história e permitem sua existência no planeta? Ela foi fator fundamental para que o homem deixasse de ser nômade/caçador, para se tornar sedentário/cultivador de alimentos. A princípio, o mais importante era produzir o máximo de alimentos possível. Depois, passou-se a observar, também, a qualidade do que era produzido. Por fim, hoje em dia, a necessidade global alia a preocupação com quantidade e qualidade. É grande o desafio de alimentar toda a população mundial e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente. Por isso, conversamos com o Engenheiro Agrônomo Cristiano do Nascimento, reconhecendo a importância desse profissional. Campos Novos (SC) respira Agricultura e Cristiano orgulha-se de fazer parte deste cenário, sentindo-se recompensado em desenvolver sua carreira trabalhando diretamente com essa questão tão relevante para o mundo. Nativo da capital catarinense, o sotaque característico torna-se impossível negar suas origens, mas já amenizado pelos oito anos que reside e convive com o povo camponovense. Sua carreira profissional iniciou cedo, por 38
volta dos 15 anos, como Office-Boy da multinacional Xerox. Mas seu contato com a Agronomia aconteceu através do curso de Agrimensura feito na Escola Técnica Federal de Santa Catarina, aos 17 anos. Cristiano viajava bastante, realizando estudos topográficos para a abertura de estradas de rodagem. Essas experiências e encontros vivenciados pelo jovem, estreitamente ligados a Agronomia, foram o caminho natural para a escolha da atividade que queria desenvolver para o resto de sua vida. Ingressou aos 23 anos, no curso de Agronomia e, em 2001, no mesmo dia que se formou teve sua carteira assinada pela mesma empresa onde atuava como Topógrafo, agora como responsável técnico pelos projetos ambientais. “Mas algo me incomodava, não estava feliz”, confessa Cristiano, pois esse trabalho era desenvolvido no escritório, longe daquilo que mais gostava: o campo, a natureza, trabalhar a céu aberto. “Porque não tentar o mundo lá fora?”, essa indagação virou um impulso, que fez o Engenheiro Agrônomo chegar até Campos Novos, o maior produtor de grãos do estado. Trabalhou inicialmente como assistente técnico de vendas para fomentar um fungicida de uma multinacional, que tinha como cliente principal a Coocam - Cooperativa Agropecuária Camponovense e suas filiais. Depois atuou mais dois anos na SyngentaSeeds, na venda de sementes de milho, também focado na cooperativa e no atendimento de um terço do estado catarinense. O convite para se tornar funcionário efetivo da Coocam, veio do presidente João Carlos Di Domenico, conta Cristiano. Atualmente, o Engenheiro Agrônomo é o Responsável Técnico pela produção de sementes da cooperativa e presta assistência técnica a uma carta de produtores associados. “Passei de um vendedor para um recomendador técnico. Hoje minha missão não é mais provar que este ou aquele produto é bom, e sim recomendar aos produtores, que tem confiança no meu trabalho, qual o defensivo agrícola mais indicado para atender as necessidades deles”, resume Cristiano, sobre sua evolução profissional. No campo das habilidades, ele destaca que um Agrônomo precisa emprestar algumas de outras profissões: “ele tem que ser um pouco metereologista, mecânico, psicólogo, economista, além de entender de lavoura, é claro”. A agronomia tem a especificidade de permitir que o profissional alie o estudo a prática no dia a dia, e neste sentido, Campos Novos é uma verdadeira escola.
pecuária
SC quer aderir ao Programa
Carne Angus Certificada
O trabalho em cadeia entre produtor, indústria e varejo deve ser o diferencial para o sucesso do Programa A assembleia para implantação do Programa Carne Angus Certificada aconteceu no mês de setembro, no Centro de Treinamento da Regional da Epagri de Campos Novos (Cetrecampos). O encontro foi de iniciativa do Núcleo Catarinense de Criadores de Angus, sediado em Lages (SC), contou com a presença de autoridades como o Presidente da Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Luiz Hessmann; o Presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Enori Barbieri; o Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedroso; criadores de doze municípios do estado catarinense e também proprietários de dois frigoríficos, do Rio Grande do Sul, interessados na industrialização da carne Angus de Santa Catarina. O Programa Carne Angus Certificada tem como principal objetivo a valorização da carne de animais Angus e suas cruzas, que hoje vão para a vala 40
comum, conforme lembrou o criador de Angus e Presidente do Núcleo de Criadores de Angus em Santa Catarina, Nelson Antonio Serpa. Ele ressalta que desde a criação do Núcleo Catarinense, no ano de 2010, há uma força tarefa para trazer a certificação ao estado. “Não basta ter qualidade é preciso valorizar e essa valorização garante premiação integra à cadeia produtiva e ainda, leva à mesa dos consumidores, um produto diferenciado”, lembrou. A Associação Brasileira de Angus foi criada em 2001 e tem sede no RS. A raça Angus é conhecida internacionalmente por sua qualidade de carne relacionada a maciez, precocidade de terminação de seus exemplares e a facilidade com que depositam gordura intramuscular, o chamado marmoreio. “O Angus tem dado excelente resultados em termo de fertilidade, rusticidade, precocidade sexual e de terminação, eficiência no cruzamento industrial, complementando as raças zebuínas”, disse o Gerente Nacional da Associação Brasileira de Angus, o Médico Veterinário
Fabio Schuler Medeiros. De acordo com Medeiros, as perspectivas do mercado para carne de qualidade e o levantamento preliminar do número de bezerros Angus produzidos e terminados em Santa Catarina, bem como projeções do potencial do estado em aumentar a produção destes animais são satisfatórias. “O Brasil é o maior exportador de carne do mundo e SC, por ser o único estado livre de febre aftosa sem vacinação, tem um grande potencial para entrar no mercado internacional”. Fabio Schuler Medeiros foi um dos primeiros criadores de Angus certificado, iniciou em 2003 dois anos após a certificação do Angus no Brasil. Durante a reunião em Campos Novos (SC), ele sensibilizou e motivou os produtores catarinenses a investirem em genética Angus, apresentando as perspectivas para expansão do Programa Carne Angus no estado. “Esse primeiro contato fez com que os produtores avaliem a disponibilidade de animais para a certificação, que inicialmente serão necessários 400 animas/mês”,
Carne Angus Certificada destaca o Médico Veterinário. Durante a apresentação, Medeiros repetiu por várias vezes, a importância do trabalho em cadeia, entre produtor, indústria e varejo. Um fórum será feito com produtores e interessados na certificação da carne Angus. Nelson Serpa está animado com o resultado do Encontro da última semana. O próximo passo será o levantamento de quantos bezerros Angus tem nos confinamentos. “Tenho certeza, vamos encontrar animais para abastecer, pois, temos muito mais de 400 cabeças por mês, que é o requisito que o frigorifico estabeleceu para se ter a regularidade e o fornecimento. Feito isso a gente está praticamente consolidado”. O desafio é que em 2013, o Programa Carne Angus Certificada esteja implantado em Santa Catarina. No Brasil, existem seis indústrias parceiras que comercializam carne angus certificada, entre elas está a multinacional McDonalds e a empresa Seara.
Em expansão
Vinicultura
OdoSabor vinho brasileiro
A cultura da uva em Campos Novos conquistou produtores e possibilitou o despertar de uma potencialidade no agronegócio camponovense. Neste contexto a produção de vinhos finos de altitude já é destaque no Brasil.
A
cidade de Campos Novos (SC) é conhecida nacionalmente como referência na produção de grãos, com produtores atentos na aplicação de tecnologias na lavoura, fazendo o município despontar como “Celeiro Catarinense”. Mas uma vocação do município estava adormecida – a produção de uva. Situada há 960 metros acima do nível do mar, a região de Campos Novos apresenta condições topográficas ideais, levemente ondulada, e clima próprio para o desenvolvimento de vinhedos, contando com a mais alta média de dias de sol em toda a região, compensada pelas horas/frio, necessárias a boa maturação da fruta. A estas qualidades uniu-se o talento de um grupo de empreendedores locais para produzir os primeiros vinhedos e mais tarde, para iniciar a produção de vinhos finos de altitude, denominação que já é sinônimo de vinhos com riqueza de extrato e concentração de sabor. A abertura da Cooperativa de Produção e Processamento de Frutas do Planalto Sul Catarinense, a Vinicampos, marca o despontar de uma nova região de produção vinícola no estado de Santa Catarina. Tudo começou em 2003, quando diversas lideranças agropecuárias
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do município, juntamente com a equipe técnica da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), se reuniram para identificar novas alternativas para o agronegócio local. Nesta consulta, três mereceram destaque: a atividade leiteira, a fruticultura e o mel. As três se desenvolveram desde então. Dentro da fruticultura, ficou definida a cultura da uva, para a posterior produção de vinhos finos e sucos. Ideias para negócios surgem a todo o momento. As oportunidades reais são poucas. Elas surgem quando os empreendedores descobrem uma necessidade e quando chegam ao mercado no momento certo. Esse é o início, o marco de onde tudo começou para a Vinicampos, a identificação de uma oportunidade. O caminho seguro para o despontar desses empreendedores foi pesquisar e estudar para começar a produção de uvas viníferas e híbridas para suco em Campos Novos. Nos meados do século XX, o plantio de uva foi uma atividade expressiva no município, voltada para o consumo in natura e fabricação de vinhos coloniais, mas devido a pragas que acometeram os pomares, essa cultura foi se extinguindo, dando lugar a outras formas de produção agrícola. Um dos pioneiros para o retorno dessa atividade foi o Desembargador aposentado Edison Ubaldo, no ano de 1982, elaborando os primeiros vinhos nobres (Riesling Itálico e Merlot) em 1986, com auxílio do enólogo Jean Pierre Rosier, na Cantina Experimental da Epagri de Videira. Conhecedores dos vinhedos plantados por Doutor Edson Ubaldo, a equipe foi buscar informações junto a ele e também, junto ao Engenheiro Agrônomo da Epagri de Videira, Enio Schuck, um grande conhecedor e pesquisador da cultura de videiras. Com esses subsídios, implantouse um pomar experimental dentro da Epagri, para saber quais as variedades mais produtivas para a região. O próximo passo foi organizar os produtores e iniciar o plantio dos parreirais. Antes os produtores participaram de diversos eventos sobre a vinicultura, realizaram visitas a diversas propriedades, pomares e cantinas em várias partes do estado, do Brasil e do exterior. Seguros quanto ao processo, no início de 2006 já existiam 20 hectares de vinhedos plantados, onde após a colheita, as uvas eram processadas em cantinas da região. Em fevereiro de 2008, foi constituída a Cooperativa de Produção e Processamento de Frutas do Planalto Sul Catarinense, a Vinicampos, com objetivo de receber as uvas dos associados, para iniciar o processamento da fruta. A fundação da
cooperativa permitiu obter recursos do governo para construção da sede própria, localizada às margens da SC 455, KM 125, na saída para Tangará (SC), bem como, a aquisição de equipamentos para o beneficiamento da uva, para transformá-la em vinho.
A indústria vinícola de Campos Novos está paulatinamente desenvolvendo ações para estimular a demanda e criar oportunidades de mercado.
No mercado A partir de 2010, os vinhos da Vinicampos já estavam disponíveis no mercado, com produção inicial de 10 mil garrafas. Atualmente essa produção, foi triplicada, com previsão de processar 50 mil garrafas por ano num futuro próximo. A indústria vinícola camponovense está paulatinamente desenvolvendo ações para estimular a demanda e criar oportunidades de mercado. Uma delas são os investimentos em publicidade e participação da cooperativa na Associação Catarinense dos Produtores de Vinhos Finos de Altitude (Acavitis), onde viabilizou a presença dos vinhos finos camponovenses em diversas feiras nacionais, ampliando a prospecção da marca junto aos clientes. A Acavitis é a primeira associação de produtores de vinhos finos, em vinhedos acima de 900 metros de altitude e reúne 35 empreendimentos e cerca de 160 produtores das regiões catarinenses de São Joaquim, Caçador e Campos Novos. Juntos, eles
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representam mais de 300 hectares em produção no estado. Essa associação está montando diversas franquias, com intuito de levar ao público das grandes cidades, todas as marcas de vinhos finos das cantinas dos seus associados. Com suas personalidades marcantes e únicas, o Barão de Demétria (Cabernet Sauvignon), o Campanello (Merlot e Cabernet Sauvignon), o Identitá (Sauvignon Blanc e Moscato), Flor de Rocío (Merlot Rosê) e o Campos Novos (Lorena, branco e tinto), são os vinhos finos produzidos com uvas de pequenos vinhedos produzidos pelos 32 sócios da cooperativa. Eles representam o autêntico e muito apreciado sabor do vinho do Planalto Sul Catarinense. Neste mês de dezembro foi apresentado o primeiro Espumante da Vinicampos, baseado na uva Chardonnay, o Luna Chiara. Novas variedades estão sendo introduzidas nos parreirais da Vinicampos, com objetivo de melhorar a marca e consolidar os produtores.
Produção A produção do vinho começa com o cuidado das vinhas, que recebem atenção direta e detalhada dos produtores. Com clima ameno e sol em abundância, as uvas alcançam o perfeito ponto de maturação que resulta em vinhos únicos e especiais. A colheita é uma ocasião festiva para todos os produtores, programada para acontecer no período exato em que as uvas alcançam o ápice do sabor, em fevereiro ou março. A Vinicampos utiliza as técnicas tradicionais para a produção de vinhos finos: a fruta é colhida à mão e as uvas são fermentadas em barricas de carvalho, em pequenos lotes, em um processo quase artesanal. Todo o processo de fabricação do vinho é feito na cantina da Vinicampos, dirigido pelo enólogo Marcel Salante, desde a elaboração, até o engarrafamento e aplicação do rótulo.
Vinhos s po Vinicam 100 s entre o res o h l me il do Bras
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A edição de fevereiro deste ano da Revista Prazeres da Mesa, trouxe uma bela notícia a Vinicampos e por conseguinte, aos camponovenses. A revista, considerada a bíblia da enogastronomia, premiou um rótulo da Vinicampos, o Barão de Demétria 2007 (Cabernet Sauvignon), entre os 100 melhores vinhos brasileiros, escolhidos por um júri formado por dez especialistas, entre enólogos, someliers e chefs. O resultado é a somatória do trabalho dos vitivinicultores de Campos Novos, que desde a inauguração da Vinicampos, em fevereiro de 2008, vem fazendo um trabalho excelente e imprimindo uma nova força para o agronegócio camponovense.
talento
A arte de r a f a r g o t o f animais O gosto pela fotografia e pelos animais fazem de Zé Guilherme um profissional realizado
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ara se tornar um fotógrafo profissional é preciso conhecer fotografia e ter espírito empreendedor. E é isso que aconteceu com José Guilherme Martini, fotógrafo profissional de bovinos, com ênfase na fotografia de equinos, quando optou pela arte de fotografar animais. Sua trajetória na fotografia de animais iniciou em 1999, na Gazeta do Povo, em Curitiba. Antes disso Zé Guilherme era criador de cavalos. “Comecei fotografar por hobby e o proprietário do Jornal Gazeta do Povo, Mariano Lemanski, viu meu trabalho, gostou e me oportunizou para fazer fotos para anúncios e catálogos de animais. Através desses trabalhos outros criadores foram conhecendo meu trabalho e hoje só faço isso”, destaca. Desta forma Zé Guilherme iniciou uma série de trabalhos, especialmente no sul do país. O volume de trabalho
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fez com que o fotografo fosse buscar profissionalização e após uma prova, se filiou ao Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul e os cursos presenciados, lhe trouxeram mais experiências na área. Natural de Campo Largo, 30 quilômetros da capital do Paraná, o fotografo se dedica a fotografia de animais, atuando em diversos estados brasileiros, além de trabalhos realizados nos países como: Chile, Argentina e Uruguai. “A grande maioria dos criadores de cavalos me conhecem através dos catálogos que faço, mas sem dúvidas, a internet e uma grande ferramenta onde consegui ampliar meu leque de atuação. As redes sociais são meios essenciais para divulgação dos meus trabalhos”. Na opinião do fotógrafo, o grande segredo da profissão é atuar na área em que gosta, ou seja, trabalhar não apenas por necessidade, mas pela satisfação. Zé
Guilherme é fotografo de grandes eventos como Freio de Ouro, acontecimento mais importante da Raça Crioula. Assim como é um dos fotógrafos oficiais das provas da Cabanha São Rafael, no Paraná, uma das atividades mais competitivas do Brasil. Numa área competitiva como a fotografia, conhecer técnicas modernas significa estar um passo a frente da concorrência, seja fazendo fotos melhores, seja gastando menos para fazer o mesmo trabalho e, portanto, ganhando mais. Para ele o dom e a percepção são peças fundamentais na área. “Comprar uma câmara e se intitular fotografo, não é o suficiente para trabalhos de qualidade. É preciso profissionalismo e dedicação”, observa. O fotógrafo de animais deve estar preparado para obter grandes resultados, pois, nem sempre os bichos estão dispostos a cooperar, já que os animais também tem personalidade. Este comportamento individual deve ser levado em consideração antes de uma sessão de fotografias.
O fotógrafo de animais deve estar preparado. Nem sempre os bichos estão dispostos a cooperar.
empreendedorismo
Empreender no Agronegócio Como os princípios do empreendedorismo aplicados no agronegócio, determinaram o sucesso do produtor Francisco Camargo
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odos concordam que o sucesso no agronegócio passa pela redução de custos aliada ao aumento da produtividade, uma vez que, o setor agrícola é um dos mais dinâmicos e com maior crescimento mundial. Porém os desafios encontrados ao longo dos anos são inúmeros levando os produtores a investirem em novas tecnologias e acordos de cooperação para o fortalecimento da agricultura no mundo. O consumo de alimentos está cada vez maior, mas a produção ainda é insuficiente se comparada a essa demanda. A cidade de Campos Novos (SC) possui um território para produção que coloca a região numa situação privilegiada em relação à produção de alimentos, por isso é conhecido como o Celeiro Catarinense, colocando o município do Meio Oeste como destaque no cenário estadual na produção de grãos e dentro do ranking dos 100 municípios com maior Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário brasileiro. O panorama promissor garante o desenvolvimento na agricultura e melhor qualidade de vida nas áreas rurais. Mas esse resultado positivo acontece graças ao empenho dos produtores, que mesmo 48
com as dificuldades como intempéries naturais ou mesmo as altas cargas tributárias, continuam firme na lida diária. Prova disso é o trabalho feito pelo produtor de Campos Novos, Francisco Antonio Camargo, 51 anos de idade, dos quais 34, dedicado à atividade agrícola. Seu pai, Gentil Camargo, era pecuarista e desde os 12 anos de idade, Chico o ajudava na fazenda. O incentivo do pai fez com que percebesse a importância de trabalhar no meio rural. “Eu me criei dentro de uma fazenda e gosto disso e penso que o profissional de qualquer área precisa estar satisfeito e fazer o que gosta”, comenta. Chico Camargo começou plantando 20 hectares, com um trator e uma semeadeira. Os maquinários eram emprestados de seu pai e de seu tio. Hoje Chico planta em 900 hectares, têm seis tratores e duas colheitadeiras, todos maquinários de ponta. Para isso conta com ajuda de oito colaboradores, desde faxineira até Engenheiro Agrônomo. A Fazenda Ouro Verde ainda é procurada por jovens acadêmicos que buscam mais conhecimentos práticos com o produtor. “Tivemos na fazenda, a presença de um estagiário da Universidade Federal de Santa Catarina. Ele ficou noventa dias aprendendo e nos ensinando, teorias e práticas”, conta.
O produtor acompanhou toda a trajetória da modernização no qual a agricultura passou nos últimos 30 anos. “Quando comecei na agricultura, eram tratores pequenos quase sem recursos, e eu mesmo trabalhava. Hoje as máquinas vêm com piloto automático, GPS, os pulverizadores com controle de vazão, a coisa mudou muito”. O produtor rural soube incorporar tecnologia ao processo produtivo da sua lavoura, e foi compensado com aumento na produtividade. Com os inventos dos transgênicos trazendo melhoramento genético das sementes, dos fertilizantes potentes, junto também a agricultura de precisão, o agricultor deu passos largos no crescimento, o que demonstra que o aprimoramento técnico é um fator determinante para o sucesso dos negócios no campo. Há 20 anos o produtor adotou
Fazenda Ouro Verde: empreendedorismo e agroneg贸cio de m茫os dadas
o sistema de plantio direto e prova o resultado da sua escolha: crescimento de produção nas áreas colhidas. “A diferença do plantio direto do plantio convencional é que, no plantio direto abaixou os custos dos combustíveis, mas aumentou os custos de aplicações, como fungicidas, herbicidas, inseticidas, isso porque o produtor criou um clima que aumenta a aparição de doenças e insetos. No entanto os resultados são visíveis com produtividade muito superior”. O primeiro plantio de milho, Chico Camargo colheu 60 sacas/ha. Após adaptar plantio direto e investir significativamente nas tecnologias disponíveis, já chegou a colher 12 toneladas, ou seja, 200 sacas/ha. Na soja quando colhia 50 sacas/ha era uma ótima safra, com o plantio direto, já conseguiu colher lavouras com 82 sacas/ha. As ferramentas tecnológicas utilizadas são inúmeras, porém, o clima é a incógnita que nenhum pesquisador conseguiu desvendar e criar mecanismos que ajude os produtores a diminuírem as perdas devido às intempéries naturais. “O único problema enfrentado pelos produtores é o clima. Ainda e o grande enigma do homem do campo”. Chico Camargo observa que os mesmos implementos utilizados no agronegócio de outros países, estão ao alcance dos produtores brasileiros. “Todas as oportunidades em tecnologias que os agricultores têm lá no exterior, nós temos aqui. A única diferença que temos são os altos impostos que temos que pagar. Uma máquina, por exemplo, é metade do preço pago no Brasil. Os impostos que recolhemos chega a 30, 40%, isso se torna um grande problema para o produtor rural”. Através das práticas de conservação do solo, é possível manter a fertilidade e evitar problemas comuns, como a erosão e a compactação. Esse conhecimento,
Chico Camargo aplica na lavoura e sabe que o uso e o manejo adequado do solo, visando a manutenção do equilíbrio ou recuperação, é uma regra que precisa ser seguida. O produtor planta apenas na safra de verão, dando condições adequadas para que o solo recupere seus nutrientes. No inverno o produtor faz cobertura no solo, a chamada adubação verde, prática pela qual se cultivam determinadas plantas, com a finalidade de incorporálas ao solo, proporcionado melhorias nas propriedades físicas, químicas e biológicas e também promovendo o enriquecimento com elementos minerais. O produtor planta somente as culturas de soja e milho, commodities mais estáveis e com melhor preço para comercialização. Os estoques de soja estão baixos e os preços estão lá em cima. A saca de 60 kg de soja está em torno de R$ 65 a R$ 70, enquanto a do milho está em torno de R$ 27 a R$ 29. O milho produz
o dobro do volume, então, dobrando o preço do milho, vai dar quase o mesmo preço da soja. Nas atividades desenvolvidas pelo produtor, é possível verificar o ciclo completo das culturas, desde a preparação do solo, o plantio, produção, estocagem, transporte e entrega da soja nos portos e do milho, aos produtores de carne, sem atravessadores. O produtor investiu em armazéns próprios, como suporte para a produção da fazenda o que propiciou ganhos na lucratividade. Nos Estados Unidos, 65% dos silos e armazéns se encontram nas fazendas. Para o produtor, ter um sistema próprio de armazenagem é a melhor maneira de maximizar receitas e minimizar custos. Ele consegue evitar picos de oferta, reduzir custos com o frete e melhorar a renda. Também pode separar os grãos convencionais dos transgênicos, uma exigência cada vez maior do mercado.
Plantio Direto Houve um grande avanço na produtividade das lavouras e redução de custos e mão de obra, com a aplicação do sistema de plantio direto. Trata-se do sistema de plantio que evita-se o revolvimento do solo com arados, grades ou outros implementos agrícolas, com o plantio direto na palha. Esta modalidade é uma das principais ferramentas no combate à erosão, além disso, mantém na terra os fertilizantes que, no modo convencional, contaminariam o solo e os rios com muita facilidade. No plantio direto, o aumento de absorção e retenção das chuvas pelo solo, além de causar menos alagamentos e enxurradas, propiciam o aumento de matéria orgânica no solo, auxiliando na retirada do CO² da atmosfera e, consequentemente, contribuindo para a diminuição de efeito estufa. Dessa forma, o cultivo das culturas em Campos Novos se orienta por um padrão ambientalmente responsável, ou seja, com o uso de práticas de agricultura sustentável, através de técnicas que permitem o uso intensivo da terra e com menor impacto ambiental, o que reduz a pressão pela abertura de novas áreas e contribui para a preservação do meio ambiente.
Máquinas
Rov Máquinas consolidada com o produtor rural
Parceria com marca de maquinários Stara enlaçam qualidade nos produtos com o bom atendimento ao homem do campo
Com objetivo de atender mais e melhor o produtor rural de Campos Novos (SC) e região que os empresários, Ronaldo Vanz Duarte, o Caxinha; Rubens Raimundo Antunes da Silva, o Soró e José Schenatto, o Juquinha; uniram-se e a cada dia que passa, conquistam seu espaço no mercado competitivo dos negócios. Neste ano de 2012 os proprietários da Rov Máquinas e Implementos Agrícolas iniciaram parceria com a Stara, uma das mais conceituadas marcas de Máquinas Agrícolas do Brasil. Por isso, a conquista foi comemorada com os parceiros e clientes numa festa de inauguração das novas instalações da empresa. De acordo com Ronaldo Vanz Duarte, a Rov optou pela Stara por ser uma empresa sólida e ter um
grande número de máquinas agrícolas no mercado, além de ser a empresa pioneira na agricultura de precisão no Brasil. “Com dedicação e eficiência a equipe da Rov está provando aos produtores a qualidade dos produtos Stara, estamos provando no campo, o que são as máquinas Stara e qual é o nosso trabalho”, enfatizou. A Rov surgiu em Campos Novos com a união dos três amigos e, segundo José Schenatto, a empresa se consolidou graças ao apoio dos agricultores que acreditam no trabalho dos sócios. “Optamos pela Stara devido sua diversidade tecnológica, especialmente nos maquinários destinado a agricultura de precisão”, ressaltou o sócio, lembrando ainda que a equipe da Rov recebe treinamento na fábrica da Stara. “A excelência da Rov é prestar
serviço de qualidade na venda e pósvenda”. O Gerente da Stare, Orlando Mandelli, observa que a empresa camponovense é uma grande representante da Stara na região. Ele observa também, que os empresários da Rov tem grande compromisso, especialmente no pós-vendas. “Vender é fácil, o problema e o pós-venda e a parte técnica, então a equipe da Rov tem grande responsabilidade”, alertou. Sobre a Stara, Orlando disse que a empresa está iniciando o trabalho com as concessionárias, ou seja, redes especializadas e autorizadas em seus produtos. Com um mix de equipamentos, a Stara oportuniza os produtores ter uma variedade de maquinários o ano todo. Desde 2011 avança e dá um dos mais importantes passos da sua história: incorpora tratores a sua linha de produtos, tornando ainda mais completo o seu portfólio. Essa melhoria se concretizou através da aquisição da tecnologia de uma indústria da argentina com vasto conhecimento do ramo. 51
capacitação
Essa é a meta da atual diretoria do Sindicato Rural de Campos Novos
C
om objetivo de capacitar os produtores dos municípios pertencentes ao Sindicato Rural de Campos Novos (Vargem, Brunopólis e Campos Novos), que o Presidente da entidade, Fernando Sérgio Rosar, além da Secretária Executiva do Sindicato, Jaqueline Schuwantes, a Supervisora do Senar/Meio Oeste da SC, Naidi Carmem Gabriel e os lideres das comunidades do interior de Campos Novos (SC) realizaram reunião de planejamento para 2013. O encontro aconteceu na Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) Unidade de Campos Novos, no final de mês de novembro. Os cursos profissionalizantes acontecem na região, graças à parceria entre Sindicato dos Produtores Rurais de Campos Novos, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) de Santa Catarina, com apoio da Unoesc de Campos Novos. Na última reunião do ano, os participantes avaliaram as atividades de 2012 e programaram as demandas profissionais para o próximo ano. Na avaliação da Supervisora do Senar/ Meio Oeste, as reuniões são importantes, pois, através delas é possível conhecer as demandas das comunidades. “Os lideres 52
de comunidades do interior de Campos Novos tem oportunidade de expor as necessidades dos grupos e ainda avaliam as demandas de atividades, além de tirar dúvidas dos cursos ministrados durante o ano”. Segundo dados do Sindicato Rural, a parceria das entidades resultou no ano de 2012, formação profissional de aproximadamente 1200 produtores nos 95 cursos ofertados nas áreas de Formação Profissional Rural e Promoção Social. “Estamos à disposição dos produtores para agendar os cursos, de acordo com a disponibilidade de cada comunidade, já que, nossa principal meta é atender esse importante setor, que é o meio rural”. As aulas práticas e teóricas são ministradas por instrutores credenciados na Faesc/Senar. Fernando Rosar reafirma que o resultado pode ser notado com a presença massiva dos lideres de comunidades nas reuniões realizadas. Ele observa que, de modo geral, as opções de cursos estão chegando ao público alvo. “Nossa meta, além de levar as informações referentes ao meio rural e defender a classe, é levar o conhecimentos aos produtores. E isso nós estamos conseguindo, levar conhecimento através dos cursos disponíveis para todos os integrantes das famílias rurais”. Rosar lembra que o objetivo da parceria das entidades, é mostrar as possibilidades de aproveitamento das propriedades e
consequentemente, aumentar a renda familiar. “Nas reuniões recebemos muitas sugestões de melhorias e dessa forma, todos ganhamos e crescemos”, destaca. Marli Terezinha Rucks de Matos de São Simão, interior de Campos Novos, observa que um dos pedidos de cursos para 2013, está direcionado à pecuária de gado leiteiro. “A maioria dos produtores de São Simão lidam com vaca de leite, por isso, buscamos para o próximo ano, cursos de pastagens”, esclarece. Marli enfatiza que as mulheres são peças fundamentais, já que são elas as incentivadoras para que os homens se reciclem. “Muitos pensam que sabem e quando chegam ao curso percebem que as técnicas utilizadas, estão ultrapassadas”, afirma. Eduardo Alves Carvalho, da Serraria Wass, já participou de mais de cinco capacitações, inclusive foi um dos concluintes do curso Empreendedorismo do Jovem Rural. Ele afirma que é notável seu crescimento e as melhorias que realizou na propriedade, ou seja, ganhou tempo e resultados. “Após as capacitações, meu pai passou a propriedade para eu administrar”, orgulha-se. Eduardo não utiliza os conhecimentos apenas para sua família, mas repassa também para os vizinhos de sua comunidade. “Para quem quer aprender, existem grandes oportunidades, os cursos não tem limitações”, finaliza.
crédito
Bancos liberaram R$ 39 bilhões em linhas do crédito rural este ano. O montante corresponde a 33,7% do total programado pelo governo nesta safra para a agricultura empresarial
P
ara a safra 2012/2013, estão previstos R$ 115,25 bilhões para financiamento da agricultura empresarial, o que representa um crescimento de 7,5% em relação à safra anterior, sendo que o aporte total de recursos para a agricultura, inclusive para o Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013 Familiar, é de R$ 133,2 bilhões, representando um aumento de 8,1% em relação à safra passada, quando foram disponibilizados R$ 123,2 bilhões. Os empréstimos para a agricultura empresarial alcançaram cerca de R$ 39 bilhões entre os meses de julho e outubro deste ano, segundo dados divulgados no final de novembro, pelo Departamento de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura. O número, referente à safra 2012/2013, representa uma alta de 25% sobre o mesmo período do ano passado – quando somaram R$ 31 bilhões. O desembolso no período significa 33,7% dos R$ 115,2 bilhões disponíveis para o ano-safra. Do total liberado, o destaque vai para o Programa ABC, que é responsável por R$ 936 milhões das liberações, valor 588% superior aos R$ 136 milhões contratados em igual período de 2011. Para o Ministério, as medidas aprovadas pelo Governo federal, sobretudo a ampliação de recursos e a redução dos juros das linhas de crédito 54
disponíveis para financiar a agricultura, além das melhorias nas condições de financiamento ao médio produtor rural, são determinantes para a ampliação da demanda por crédito rural. Para o Gestor Financeiro Marcelo Canto, a agricultura vive um momento ímpar de oportunidade de expansão. “O mercado de crédito está em expansão em função de um momento mundial que o agronegócio vive: a necessidade de expansão do mercado de alimentos. A crise de alimentos ainda existe, há uma demanda crescente no mundo. Oportunidade impar, vide a abertura dos mercados internacionais para os produtos agropecuários brasileiros”, destaca. Financiamentos de custeio concedidos por meio do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) chamaram a atenção por terem atingido a soma R$ 2,2 bilhões. Isso representa cerca de 40% do volume aplicado em igual período do ano passado. Outros R$ 417,7 milhões foram aplicados em operações de investimento
no programa, de um total de R$ 4 bilhões disponibilizados, com juros de 5% ao ano. Também são destaque no período as contratações no âmbito do Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), que estimula práticas agrícolas sustentáveis. Foram liberados R$ 600,6 milhões, um montante que representa 17,7% dos R$ 3,4 bilhões autorizados ao programa para 2012/13. Entre os financiamentos de investimento, merecem destaque as contratações registradas através do Moderagro (R$ 111 milhões) e do Moderinfra (R$ 58,8 milhões), ambos com juro de 5,5% ao ano. No que se refere ao meio ambiente, a política agrícola tem atribuído crescente ênfase aos critérios ambientais de sustentabilidade da produção, incluindo adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, com destaque para o Programa ABC. Esse Programa reafirma a convicção de que o setor agropecuário pode contribuir, relevantemente, para reduzir as emissões de gases poluentes, principalmente por meio da expansão das atividades agropecuárias e florestais em áreas degradadas ou em recuperação. “O ABC é uma linha que vem crescendo muito e permite que o produtor financie quase tudo o que ele precisa de maquinários na sua propriedade. Para a pecuária de corte e leiteira, o governo do
estado contribui com uma parcela dos juros e que o agricultor pode se beneficiar, contatando sua SDR”, informa Marcelo Canto. O Programa de Sustentação do Investimento (PSI-BK) contabilizou R$ 1,8 bilhão para a aquisição de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de armazenagem. O governo estabeleceu juros de 2,5% ao ano para as contratações no período de setembro a dezembro, no âmbito desse programa. Os programas de investimento, cuja oferta de recursos aumentou 24%, foram ajustados e melhoraram as condições de acesso com o objetivo de fortalecer as cooperativas e o médio produtor rural, aumentar a capacidade de irrigação e de armazenagem e reforçar as boas práticas agronômicas, em especial aquelas que proporcionam a mitigação dos gases causadores de efeito estufa. A política de apoio à comercialização, cujos instrumentos foram aprimorados no sentido de reduzir a intervenção do Governo no
mercado e a necessidade de recursos públicos, é de particular relevância para as regiões relativamente mais afastadas dos principais mercados consumidores e dos portos, cuja competitividade é fortemente afetada pelos custos de transporte. Para a safra 2012/2013 serão disponibilizados R$ 5,4 bilhões destinados a aquisições diretas de produtos e equalizações de preço.
O Gestor Financeiro Marcelo Canto é Superintendente do Banco do Brasil de SC.
MILHO
Coocam produz milho Nobre Cooperativa de Campos Novos é a única produtora da variedade Waxy em todo o estado catarinense
M
ilho Waxy. Uma variedade especial de hibrido onde a Coocam – Cooperativa Agropecuária Camponovense é a única produtora no estado de Santa Catarina. A produção envolve todo um preparo especial, já que o produto deve ser plantado, manejado, colhido e beneficiado de forma diferente e exclusiva, sendo que o contato com o milho comum interfere na característica desejada. E todo esse cuidado é justificável, levando em conta que o milho Waxy é empregado para a fabricação de produtos da Nestlé, Sadia, Perdigão, Batavo, entre outras marcas famosas que vão para a mesa de milhares de consumidores brasileiros. Com 99% de amilopectina que representa alto rendimento industrial, o Waxy permite reações químicas diferentes devido à composição do produto, e essa particularidade é utilizada largamente para a produção de amidos especiais, empregados na produção de molhos e bebidas. De acordo com o operador de compras da Corn Produts, Ivandel Dubiella, toda essa especialidade do produto também
já foi amplamente utilizada na produção industrial de rótulos de garrafas, já que o Waxy foi pioneiro na colagem de rótulos de forma que não deixava marcas nas embalagens. Porém, pelo alto valor agregado hoje é amplamente difundido no ramo alimentício. Desde 1994 a Coocam é parceira da Corn Produts na produção do Waxy, e com isso tem 100% da produção destinada à empresa. Uma produção que tem mantido seus padrões
Milho produzido em Campos Novos é empregado para a fabricação de produtos de marcas famosas como Nestlé, Sadia, Perdigão e Batavo. 56
em questão de volume e qualidade, já que a cooperativa absorve a demanda de produção de Santa Catarina da Corn Produts e entrega Waxy dentro dos padrões de exigência da Companhia. Isso se cumpre, pois, o clima da região é propício para a produção e desenvolvimento do produto que possui controle de qualidade rigoroso e é rastreado da produção à entrega.
cooperativismo
N
o Brasil existem cooperativas em 13 setores da economia. No setor agropecuário, o cooperativismo já está estabelecido em todo o território nacional. É o mais conhecido pela sociedade brasileira, participando significativamente nas exportações e, ao mesmo tempo, abastecendo o mercado interno com produtos alimentícios. Ele presta um enorme leque de serviços – desde assistência técnica, recebimento, armazenamento, industrialização e comercialização da produção de seus cooperados. Para assegurar eficiência, a cooperativa também promove a compra em comum de insumos com vantagens que, isoladamente, o produtor não conseguiria. As cooperativas agropecuárias formam, hoje, o segmento economicamente mais forte do cooperativismo brasileiro. É um dos ramos com maior número de cooperativas e cooperados no Brasil. O leque de atividades 58
econômicas abrangidas por esse ramo é enorme e sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) em quase todos os países é significativa. Essas cooperativas geralmente cuidam de toda a cadeia produtiva, desde o preparo da terra até a industrialização e comercialização dos produtos. Só em 2010, as exportações intermediadas por cooperativas no Brasil somaram US$ 6,1 bilhões. No Celeiro Catarinense, as cooperativas respondem por grande parte da movimentação econômica. E o papel do cooperativismo é justamente este, de oferecer às pessoas uma alternativa empreendedora de inserção no mercado de trabalho, de geração de renda. Consciente da importância da cooperação para o sucesso do cenário mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou 2012 como o Ano do Cooperativismo. A cooperação é a união de esforços entre pessoas que buscam, em uma ação coletiva, a realização de ações e resultados dificilmente alcançáveis individualmente. Por outro lado, cooperativismo é a ferramenta pela qual a sociedade se organiza, por meio da ajuda mútua, para resolver diversos problemas comuns relacionados ao dia a dia. Em Campos Novos (SC), a maioria dos grandes e pequenos produtores estão ligados a uma cooperativa agropecuária. Atualmente, cinco empresas atuam no município e região. A pioneira delas, a Cooperativa Regional Agropecuária de Campos Novos (Copercampos), com 42 anos de existência, é a segunda maior cooperativa de Santa Catarina.
Entre armazéns, lojas agropecuárias, granjas de suínos, indústria de rações, indústria de fertilizantes, frigorífico, supermercado, unidades de beneficiamento de sementes e posto de combustíveis, já são mais de 37 unidades distribuídas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Foi eleita neste ano, entre as 30 melhores empresas na gestão de pessoas, categoria 501 a 1000 funcionários. Dentro das metas da Copercampos para 2013, está a inauguração de um novo supermercado, em Campos Novos e no município de Otacílio Costa (SC), além da ampliação do setor de sementes da filial de Curitibanos (SC). “A produção em 2012 foi prejudicada pela estiagem logo no início do ano, mas os produtores não sentiram muito os reflexos das perdas porque houve uma melhora significava nos preços, pela queda na produção mundial. Quanto a cortes na cultura, há uma diminuição na área de plantio de feijão e milho neste ano. A maior liquidez e versatilidade na comercialização neste ano estão com a soja”, avaliou o Presidente da Copercampos, Luiz Carlos Chiocca. Para Chiocca, os papéis preponderantes das cooperativas são: incentivar a tecnologia no campo e por meio de assistência técnica mostrar esses caminhos ao produtor e lutar pela implementação de políticas públicas eficientes para o sistema de seguro agrícola e para leis ambientais e trabalhistas mais justas. “Apesar de todos os problemas que a agricultura enfrenta com as adversidades climáticas, a alavanca para o desenvolvimento da nossa região é o agronegócio, e acreditamos que vai ser por muitos anos ainda, porque há falta de alimentos no mundo”, destaca. A Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam) ruma aos 20 anos em 2013, entre as cinco empresas camponovenses que mais geram arrecadação para o município e estima faturamento 30% maior que no ano passado. A Coocam conta com aproximadamente 250 colaboradores em quatro unidades, proporcionando condições de escoamento para a 59
produção e melhores condições de atendimento aos produtores cooperados de Barracão (RS) e dos municípios catarinenses: Lebon Régis e Curitibanos, além dos produtores da matriz. A atuação da cooperativa está no armazenamento de cereais, produção e comercialização de sementes, venda de defensivos e insumos agrícolas, produção de rações e transportes. Novos investimentos foram anunciados e com isso a atuação da cooperativa se expande cada vez mais. Para 2013 o foco será o aumento da produção e venda de insumos, busca de novas tecnologias na área de grãos, ampliação da atuação da cooperativa no ramo de sementes, novos investimentos
e aumento de produção na Fábrica de Ração, conclusão da segunda etapa da construção da filial de Lebon Régis e inauguração do posto de combustíveis. A Coocam também lançou neste ano, projeto piloto de plantio de Canola, com grandes expectativas. O preço equiparado à soja é motivo de satisfação para os produtores que investiram na cultura. De acordo com o Presidente da Coocam, João Carlos Di Domenico, a melhor definição para agricultura, é uma empresa como outra qualquer, só que a céu aberto. Ele avalia a produção em 2012, com as adversidades climáticas de alguns períodos: “neste ano a safra de verão foi boa, com preços bons, uma safra sem muitos problemas. Já não podemos falar a mesma coisa da safra de inverno, onde uma geada fora de época prejudicou
muito as culturas, com perdas no trigo ultrapassando 60%. Na safra 2012/2013, a estiagem prejudicou o término do plantio e deve prejudicar as culturas”. As perspectivas da safra de verão são positivas, com os preços mantendo-se elevados. “Temos uma perspectiva boa de preços. Se o clima voltar ao normal, vamos ter uma safra boa. Com preços bons, o produtor recupera a condição de ganho na sua lavoura”, explica João Carlos Di Domenico. Com a missão de aumentar a competitividade com outras empresas, objetivando melhores preços e uma melhor qualidade de produtos e serviços, a Cooperativa Agropecuária Boa Esperancense (Coperboa), localizada na saída para Monte
Relatório das últimas safras das Cooperativas de Campos Novos
Fonte: Cooperativas – Dados apurados em 12/12/2012
Coperboa
Copercampos
coocam
Plantio Safra 2011/2012
Plantio Safra 2011/2012
Plantio Safra 2011/2012
Produto
Quant. (Ha)
Produto
Quant. (Ha)
Produto
Quant. (Ha)
Soja
5.800
Soja
28.000
Soja
6.500
Milho
1.800
Milho
12.000
Milho
2.500
Feijão
3.000
Feijão
5.500
Feijão
3.000
Trigo
2.000
Trigo
6.000
Trigo
2.100
Cevada
500
Canola
150
Produção recebida em 2012 Produto
Quant. (saca 60kg)
Produção recebida em 2012
Produção recebida em 2012
Soja
280.000
Produto
Quant. (saca 60kg)
Produto
Quant. (saca 60kg)
Milho
260.000
Soja
2.068.965
Soja
1.288,000
Trigo
60.000
Milho
4.384.460
Milho
1.083,000
Feijão
15.000
Trigo
307.000
Trigo
272.000
Plantio Safra 2012/2013
Feijão
66.000
Feijão
6.451
Produto
Quant. (Ha)
Cevada
60.000
Soja (projeção)
7.000
Milho
2.000
Plantio Safra 2012/2013
Plantio Safra 2012/2013
Feijão
2.000
Produto
Quant. (Ha)
Produto
Quant. (Ha)
Soja (projeção)
30.000
Soja (projeção)
7.500
Milho
11.000
Milho
2.000
Trigo
4.500
Trigo
1.500
Cevada
1.000
Canola
500
Feijão
5.500
Feijão
3.000
Coperacel Plantio Safra 2011/2012
60
Produto
Quant. (Ha)
Soja
2.780
Milho
1.103
Feijão
550
Carlo (SC), foi fundada em 1999, com 23 associados ativos. Entre os serviços realizados pela Coperboa, merece destaque suporte em agricultura de precisão, produção de sementes de soja, trigo, feijão, aveia e azevem, assistência técnica, aproximando o produtor das informações tecnológicas mais recentes, além de receber a produção e comercializar insumos. A Cooperativa Agrícola Catarinense de Cereais (Coaccer) foi constituída em 2003, com o objetivo de promover o estimulo, o desenvolvimento progressivo e a defesa de suas atividades econômicas
de caráter comum. O ano de 2006 foi o marco para a cooperativa. A Coaccer entra no mercado de comercialização de sementes, produzindo e certificando sementes de produção própria e de terceiros. Há dez anos em atividade em Campos Novos e região a Coaccer vem crescendo, fazendo investimentos e priorizando tanto na estrutura física quanto no atendimento aos seus clientes, fornecedores e colaboradores. Em 2008 a Coaccer inicia o processo de expansão, com inauguração da 1ª filial situada no município de Capinzal (SC), às margens da SC 248, um ponto estratégico de comercialização
de insumos agrícolas e recebimento de grãos. No ano de 2011, aconteceu a abertura da 2ª filial no município de Tapurah (MT), mantendo o planejamento de crescimento da cooperativa. A Cooperativa Agropecuária do Celeiro Catarinense (Coperacel), a mais jovem das cooperativas de produção agrícola de Campos Novos, é administrada por duas mulheres, Tânia Manfroi e Elizangela Schlager, seguindo a tendência mundial de participação da mulher no desenvolvimento da economia. As mulheres são apontadas pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), como “o futuro do movimento cooperativista”. A Coperacel foi fundada em 2010, e está construindo sua unidade de recebimento de grãos. Na safra anterior os associados entregaram a produção em outras cooperativas. A expectativa é de receber a primeira safra em fevereiro/março de 2013.
investimentos
Secretário da Agricultura visitou Campos Novos João Rodrigues afirmou que os investimentos na grande região Oeste, nos próximos dois anos, será prioridade do Governo do Estado
Em visita ao Celeiro Camponovense, neste segundo semestre de 2012, o Secretário de Estado da Agricultura, João Rodrigues, falou sobre seu trabalho na pasta e sobre os investimentos do Governo de Santa Catarina para o setor agropecuário. Segundo ele, seu foco está voltado para a agricultura familiar, isso por que o estado tem 90% do seu território, ocupado pela agricultura familiar. “Nosso projeto hoje é voltado única e exclusivamente à agricultura familiar, sem desviar os olhos dos grandes produtores que são extremamente importantes e necessários para que Santa Catarina continue tendo 62
esse crescimento na balança comercial”, disse. Na avaliação de João Rodrigues, neste ano, o governo do estado atuou fortemente no setor agrícola, destacando os investimentos feitos nestes dois primeiros anos do atual Governo. Conforme o Secretário foram repassados aos produtores rurais – através do Programa Juro Zero – mais de R$ 200 milhões sem juros. Além disso, ocorreu o troca-troca de sementes, distribuição de calcário, equipamentos e máquinas para vários municípios. Para os próximos dois anos, a previsão da Secretaria da Agricultura
de Santa Catarina é investir cerca de R$ 600 milhões no setor. “Inicialmente, só na agricultura, vamos investir R$ 60 milhões em ações de combate a estiagem, construção de cisternas, perfuração de poços artesianos, açudes, equipamentos para irrigação para propriedades de até dois hectares de lavouras da agricultura familiar e uma série de outros investimentos”, garante. João Rodrigues ressaltou ainda, que Santa Catarina terá mais de R$ 200 milhões de investimentos, fruto de um financiamento para o Pacto por Santa Catarina, com recursos do BNDS. “Esse valor será investido no Programa Caminhos para o Desenvolvimento. Serão pavimentações rurais em estradas municipais que através da Secretaria de Estado da Agricultura, faremos um levantamento pelo estado, naquelas comunidades que tem um índice de produtividade elevado e um numero elevado de moradores que estão na zona rural, o estado vai levar um trecho de aproximadamente cinco quilômetros de pavimentação, ou asfáltica ou em lajotas paver, muito utilizado em várias cidades”, promete. Desse montante, 30% serão investidos no grande oeste catarinense – incluindo Campos Novos (SC) – e os demais 70% serão distribuídos para o restante do Estado. Sobre o Programa Mais Alimentos do Governo Federal, Rodrigues acredita que é um forte aliado ao pequeno agricultor. “Esse Programa existe para propiciar ao produtor melhorar os equipamentos, como a compra de tratores e outros investimentos. Agora é importante que o produtor busque o financiamento se ele realmente precisar, deve analisar se é importante para sua produtividade. Não é buscar porque o dinheiro está ali, porque esta divida vai ter que ser paga, não sai de graça”, aconselha João Rodrigues, Secretário de Estado da Agricultura.