Jornal Locomotiva 75

Page 1

Locomotiva Puxando o assunto, trazendo o debate, levando informação 14 de julho de 2012 - sábado - nº 75 - Distribuição Gratuita

Prefeitura quer vender áreas de R$ 10 milhões

Últimos terrenos públicos em local nobre da cidade têm cotação milionária | Pág 4

Reforma da Praça da Paradinha tem novo capítulo | Pág. 4

Ministério Público denuncia Marcio Cecchettini pela Aerofranco: espaço dos pilotos da região|| Pág . 6 5 sétima vez por improbidade administrativa

Memórias de um clube da Vila Bazú| .3 A luta de Sandra Rosa porPág sorrisos | Pág . 8


2

14 de julho de 2012 - sábado - nº75 Distribuição gratuita

NOS TRILHOS Abrem-se as cortinas A eleição começou e algumas projeções se confirmaram. Franco da Rocha terá apenas dois candidatos a prefeito: Kiko e Pinduca, confirmados pelo sistema de divulgação da Justiça Eleitoral.

Disputa apertada Em Mairiporã, temos o maior número de candidatos: seis tentam a prefeitura: Dú (PTB), José Hélio (PSOL), Leila (PSDB), o Homem da Chave (PMN), Marcio Pampuri (PV), e Fátima Lodi da Saúde (PRTB). Na disputa pelas 13 cadeiras da Câmara, 255 candidatos.

Câmara Municipal Para as 11 vagas de vereador se inscreveram 207 candidatos, sendo 88 em apoio ao candidato Kiko e 119 em apoio a Pinduca.

Cajamar Para prefeito temos 5 candidatos: Paula Ribas (PT), Ancelmo Aldon (PHS), Nene Gonçalves (PSB), Daniel Fonseca (PSDB), atual prefeito, e Rogerio Veterinário (PSOL). São 15 vagas de vereador com 209 candidatos.

Vizinho Em Caieiras, se registraram quatro candidatos a prefeito: Roberto Hamamoto (PSDB), José Carlos Miranda (PT), Nelson Fiori (PSB) e Névio Dártora (PSDB). Para as 10 vagas de vereadores se lançaram 209 candidatos.

Calmaria A primeira semana da campanha eleitoral foi muito calma, marcada por pouquíssimos momentos de emoção, sem ainda aparecer nas ruas. Grande parte da população nem percebe que já começou. Apenas algumas poucas representações, raros carros de som e quase nenhum folheto. Mas é por Morato Em Francisco Morato, pouco tempo. A temperatura vai esquentar rapidamente. o prefeito Zezinho Bressane (PT), tenta Tempestades a reeleição, contra a Na região há um prenúncio ex-prefeita Andréia de disputas jurídicas (PSDB) e Marcelo quentíssimas, com Cecchettini (PV), perspectivas de impugnação irmão do prefeito de candidaturas, o que de Franco. 239 alteraria o quadro, candidatos tentam ocupar as 12 vagas de principalmente em Caieiras e Francisco Morato. vereador.

Expediente Locomotiva é uma publicação

Tiragem: 50 mil exemplares

semanal da Editora Havana Ltda. ME.

Redação: Pedro Mikhailov e Thiago Lins

Circula em Franco da Rocha,

Projeto gráfico: Feberti

Caieiras, Francisco Morato,

Diagramação: Michelle Monteiro

Mairiporã e região.

Todos os artigos assinados são de responsa-

E-mail: jornallocomotiva@gmail.com

bilidade de seus autores e não representam,

Impressão: LWC Gráfica e editora

necessariamente, a opinião do jornal.

Locomotiva

Locomotiva

3

14 de julho de 2012 - sábado - nº75 Distribuição gratuita

EDITORIAL

N

os primeiros dias de campanha politica em Franco da Rocha, como de resto em qualquer cidade brasileira, pouco se nota o embate que está por vir. Os adversários se estudam e traçam suas estratégias para, segundo sua avaliação, seguir o melhor caminho que os levem à cadeira de prefeito neste ano de 2012. Especialistas em marketing político e advogados atentos ao menor descuido do oponente dão um toque especial ao pleito, transformando-o numa legítima batalha de idéias. Alguns usam os mais diversos estratagemas para tentar derrubar o adversário, um ponto percentual que seja.

Bobagem. O eleitor não é bobo e sabe muito bem quem representa melhor as suas ideias. O conceito de massa de manobra é algo absolutamente ultrapassado. Fora alguns pobres coitados que, por absoluta incapacidade de entender o que estão fazendo, vendem o seu voto, a população entende perfeitamente quais são as propostas de cada postulante. A busca neste momento tão especial da democracia deveria se centrar em mostrar suas propostas. Em se fazer entender e convencer. Ações judiciais levianas, servem apenas para dar trabalho aos serventuários da justiça. Que também já devem estar decidindo o seu voto.

Buracos do Jardim Progesso Tráfego de carros cria crateras no asfalto e danifica estrutura das casas

A má condição do asfalto na rua Gabriela Mistral, no Jardim Progresso, compromete a vida e residências dos moradores que ali vivem. O dano no asfalto é visível: é só olhar para a via e ver a quantidade de buracos que se formaram. “A situação aqui está muito ruim. Dá para ver o asfalto esfarelando como pão. Mas não é só isso. Com o tráfego dos carros na rua, algumas casas foram danificadas com o tremor. A minha mesmo teve paredes que racharam”, conta o morador Carlos José. “A nossa sorte é que por aqui não passa ônibus. A linha municipal passa na Washington Luiz aqui na rua de baixo. Se passasse o ônibus em nossa rua, a situação seria bem pior”, completa.

Problema de luz resolvido!

Os moradores do bairro também reclamam que a manutenção não é feita no local, e que eles mesmos precisam fazer melhorias para que a rua não fique ainda mais danificada. “Aqui nós já ligamos, já fomos até a Prefeitura pedir melhorias, mas nunca nada é feito para nos ajudar. Quando o buraco está muito grande nós mesmos que consertamos, senão algum morador pode se acidentar ou até danificar o veículo”, revela o morador Agenor Batista. “Se fizessem um asfalto de qualidade a nossa situação estaria resolvida. Quase não passa veículo pesado pela nossa rua. É um lugar bem tranquilo e é só isso que a gente pede, não é muito”, completa Agenor.

Asfalto é pela metade, mas riscos são inteiros

Depois da matéria na ultima edição sobre o mau atendimento da Elektro deixar os moradores no escuro, a empresa acelerou o atendimento e cumpriu o prazo dado para o Locomotiva sobre a resolução

do problema. Agora as ruas Donald Sabazoni e Búlgaria podem comemorar o conserto dos problemas. Mas apesar de colocar as luminárias, a empresa ainda não tirou os postes antigos. Esse caso

monstra como é importante para os cidadãos denúnciarem os problemas e lutarem pelos seus direitos. Envie você também os problemas do seu bairro para locomotivafranco@gmail.com.

Apenas com metade da rua asfaltada, bastante esburacada e uma parte ainda sem receber pavimentação, a vida é complicada para os moradores da rua Tróia, no Jardim Rosemeire. A via, segundo eles, consta como toda asfaltada, mas é só ir ao local para constatar que essa não é a realidade do local. “Aqui nesse pedaço que eu moro nós não temos asfalto, o esgoto corre ao lado de nossas casas. Já cansamos de reclamar, de pedir melhorias, mas nunca somos atendidos. Sempre dizem que vão arrumar, mas nunca aparece ninguém”, conta a moradora Isabel Aparecida, de 49 anos. No pequeno trecho moram mais de dez famílias. “Em dia de chuva temos que sair de botina de casa para não escorregar. Além disso, os ratos vêm do esgoto e entram nas casas. Tive que colocar uma tela para evitar a invasão”, conta Valéria Claudiano de 37 anos. O local também não tem nenhum tipo de limpeza, e muito mato toma conta da rua e das calçadas. “Aqui só não está pior porque os moradores no bairro se juntam e fazem a limpeza, mas tem gente desistindo de morar aqui,

porque as coisas nunca melhoram”, conta Francisco Ferreira, de 27 anos. Um dos trechos da parte asfaltada cedeu e o que antes era uma rua tornou-se uma pequena trilha que os moradores utilizam para chegar ao ponto de ônibus, próximo da Vila Santista. “Já tem mais de nove anos que a rua aqui se tornou esse buraco e ninguém conserta. Quem não conhece o local acaba se acidentando. Já caíram carros, motos e até pessoas nesse buraco. O poste aqui também não funciona a iluminação direito e durante a noite o risco é ainda maior”, conta a moradora Daiane Pereira, de 24 anos. Outros serviços também não chegam ao local, mesmo onde recebeu asfalto. “Se nós precisamos de uma perua escolar para levar nossas crianças ao colégio, nós precisamos ir até a rua Peloponeso, porque aqui nenhum motorista quer entrar”, conta Bruna Keli, moradora de 25 anos. “Até ambulância não quer vir aqui. Outro dia meu sobrinho se machucou e pedimos pelo socorro. O motorista não queria entrar na rua. Tive que ameaçar chamar a polícia para que o menino fosse socorrido”, completa indignada a moradora.

Esgoto a céu aberto infesta casa de ratos


4

14 de julho de 2012 - sábado - nº75 Distribuição gratuita

Locomotiva

Novela da Praça da Paradinha tem novo capítulo com reunião pública Prefeitura convoca reunião, mas não explica atrasos e nem dá prazo para finalização das obras

Em dias de chuva, situação fica caótica na praça

No dia 5 de julho, a Prefeitura convocou a população que mora no entorno da Praça da Paradinha para apresentar o novo projeto da obra, que está em reformas há um ano e meio. Mas não apresentou motivos para a demora, nem deu novos prazos. A Prefeitura perdeu o dinheiro do Ministério do Turismo para a obra, mas isso também não foi justificado. “Em três a quatro meses as obras para o novo posto policial já serão iniciadas”, disse o prefeito Marcio Checchetini durante a reunião. Disse também que inúmeros erros foram encontrados no projeto anterior e que serão corrigidos nesse, como acessibilidade para cadeirantes, por exemplo. Para o vereador George (PT), a reunião deixou a desejar. “Discutiram coisas importantes, como o novo posto policial, que já foi licitado, e garantiram que uma viatura ficará no local em

“Não tem nenhuma placa que informe o valor da obra” tempo integral, mas não explicaram a questão dos atrasos e da demora”. O vereador também frisou a falta de transparência da obra. “Não tem nenhuma placa que informe o valor da obra. E isso é obrigatório para dar transparência e publicidade a informação a quem interessa e financia a obra, que é a população”. Para George, a atitude do prefeito de dar as caras a frente de um problema é uma novidade. “Normalmente o Márcio se esquiva da população e da imprensa, soa até ousadia da parte dele ir até lá e conversar com todos”.

Terrenos que Prefeitura quer vender no centro têm avaliação milionária Os dois terrenos públicos que a Prefeitura de Franco da Rocha possui na rua Basílio Fazzi, no centro, podem chegar juntos ao preço de R$ 10,2 milhões. Em cotação com imobiliárias da cidade, o valor do metro quadrado na região onde fica o terreno foi avaliado entre mil e três mil reais. Os terrenos medem 1.850,66m2 e 1.563,78m2 e seus preços variam entre R$ 1,85 milhão a R$ 5,5 milhões e R$ 1,5 milhão a R$ 4,7 milhões, respectivamente. “É hoje uma das áreas mais valorizadas de Franco da Rocha”, explica Antonio Carlos Lanzelotti, da Imobiliária Franco, localizada no centro da cidade. Segundo o imobiliário, o preço dos terrenos varia de acordo com formato e tamanho. “O metro quadrado já chegou a ficar mais caro do que na região da Avenida Paulista, na cidade de São Paulo, há 6 anos atrás” diz Miro, da Imobiliária Olinda. Recentemente, uma carta enviada para a Câmara Municipal pedia

autorização de venda dos dois terrenos para a iniciativa privada. A alegação do pedido é de que nos anos anteriores a chuva castigou a cidade e a Prefeitura teve que gastar mais do que o orçamento previa para fazer as obras de reparação dos problemas causados pela enchente em diversos bairros. Sem dinheiro, a Prefeitura decidiu se desfazer dos terrenos para angariar dinheiro e conseguir pagar as contas. O pedido de venda foi feito mesmo com os governantes sabendo da escassez de áreas públicas na cidade. A má aplicação do dinheiro público pode fazer com que a cidade perca propriedades, ao invés de adquirir. Nas ruas, a medida tem gerado discussões. “Em vez de amenizar um problema, a Prefeitura quer se livrar da responsabilidade”, diz a moradora do centro Sandra Rocha, administradora de 37 anos. “Toda vez que transborda aqui vira um caos.É um absurdo”, diz o ambulante Marcelo Silva, de 43 anos.

Locomotiva

5

14 de julho de 2012 - sábado - nº75 Distribuição gratuita

Secretário envolvido em corrupção denuncia PT por propaganda antecipada Envolvido em um escândalo de corrupção em junho de 2009, secretário alega que bandeiras em frente à convenção caracterizam pedido de votos

O secretário de governo Marcelo Tenaglia da Silva, popularmente conhecido como Nêga, acionou a Justiça Eleitoral contra o PT alegando propaganda antecipada. Segundo a denúncia, as bandeiras com o número do partido na frente do local da convenção já fariam menção ao candidato do partido, Kiko, que estaria sendo referendado naquela ocasião.

Segundo nota do advogado do PT, “é só uma alegação de que teria ocorrido propaganda antecipada na convenção do partido. Pode acarretar uma pena em forma de multa. Estamos defendendo que não houve a propaganda para qualquer candidato, e sim propaganda partidária, o que é permitido nos arredores do local do evento. As provas produzidas na representação eleitoral (a ação) produzidas pelos

proponentes não são capazes de demonstrar a alegação de propaganda antecipada”. Nega entrou representando o partido PRB, o qual é preside com pouca representatividade política no cenário franco-rochense. Nos próximos dias, caberá a Justiça Eleitoral definir quem tem razão.

Marcelo Tenaglia é peça-chave para campanha do tucano Pinduca Pariz Quando o escândalo de corrupção explodiu, o promotor recomendou o afastamento do secretário. Márcio Cecchetini disse em entrevista recente sobre os escândalos ao SPTV da Rede Globo que seguiu a recomendação do promotor, mas ele continua trabalhando normalmente na prefeitura, como principal secretário de governo.

Nega também é presidente do PRB, partido coligado em Franco da Rocha com o PSDB, e principal articulador na campanha do candidato Pinduca para suceder Márcio Checchetini na Prefeitura da cidade. Além disso, Nega é um dos coordenadores da campanha a prefeito na cidade de Mairiporã, no Partido

Nega cordena campanha de Pinduca em Franco

Verde, e em Francisco Morato na campanha de Marcelo Cecchettini, irmão do prefeito francorrochense, também pelo PV. Isso demonstra que há problemas na relação do grupo representado por Tenaglia e o partido tucano, já que nas duas cidades ele coordenada candidaturas que se opõe a candidatos tucanos.

Relembre o caso

Em dias de chuva, situação fica caótica na praça Dinheiro encontrado em gavetas de secretários na Prefeitura

Nega ficou muito conhecido na cidade porque, segundo o Ministério Público, Marcelo Tenaglia estaria envolvido em um esquema de desvio de verba pública na Prefeitura, denunciado em julho de 2009. A “blitz” que envolveu vários agentes públicos, encontrou cheques (veja foto) de fornecedores da Prefeitura e dinheiro em espécie dentro de gavetas dos envolvidos. Houve ainda a apreensão de uma agenda que listava muitos nomes relacionando-os com o esquema. O esquema envolveria também nomes importantes do PSDB, como o presidente e atual prefeito da cidade, Márcio Cecchetini, seu vice e candidato do partido para essas eleições, Pinduca Pariz, e o vereador e candidato a vice, Zé Panta. Além deles, fariam parte das fraudes 10 dos 11 vereadores, vários deles candidatos à reeleição em 2012.

O esquema teria desviado R$ 2 milhões e movimentaria R$ 200 mil por mês. O prefeito Márcio Cecchettini (PSDB) não respondeu ao Locomotiva sobre os indícios levantados pelo MP à época. Em julho de 2009, limitou-se a divulgar uma nota, sem papel timbrado e sem data: “A Prefeitura Municipal já determinou a abertura de sindicância para a apuração dos fatos de sua responsabilidade, afastando, temporariamente, os servidores cujos nomes foram apontados; Após a conclusão de sindicância serão adotados (sic) as providências cabíveis”. Os documentos apreendidos demonstrariam que o esquema teria desviado mais de R$ 2 milhões dos cofres públicos. Se os envolvidos forem condenados, terão de devolver aos cofres públicos mais de R$ 6 milhões, incluindo multa de 200%.


6

14 de julho de 2012 - sábado - nº75 Distribuição gratuita

Locomotiva

Amantes dos céus Aeroclube de Franco da Rocha reúne apaixonados por voar

Cerca de 25 amantes da aviação se reúnem aos finais de semana na Estrada da Caixa d´água no Palmares, sempre que as condições climáticas permitem, para passear pelos céus da região. Eles são o grupo Aerofranco Modelismo, criado há cinco anos. Antes as decolagens eram do Campo da Aviação, mas após a criação do Parque Ecológico tiveram de mudar de local. “Não entendemos ainda hoje o por quê, já que a prática não causa nenhum dano ao meio ambiente”, garante Celso Barata, um dos fundadores. “A ideia é desmistificar que o aeromodelismo é coisa de rico, hoje em dia com menos de R$ 700 já dá pra voar”, diz o apaixonado pelos ares. O grupo de aeromodelistas tenta apoio da prefeitura para construir uma pista oficial para poder realizar campeonatos. Além dos voos, o clube

AQUI TEM

Locomotiva

Memórias de um clube de futebol na Vila Bazú Hoje sem expressão no esporte, ali existiu um dos maiores times de Franco

também oferece aulas para iniciantes. Entre os aviões do Aerofranco, têm com rádio controle, VCC (Voo com Cabos Controlados), aviões a gasolina, aviões glow (combustível especial) e também os elétricos, aviões que alçam voo utilizando baterias recarregáveis, além de Helicópteros e Tricópteros. Celso Barata ressalta que o aeromodelismo pode ser um hobby, mas é coisa séria. “O aeromodelismo não é um brinquedo, dadas às proporções são construídos no parâmetro de um avião de verdade, tem toda uma engenharia atrás.” Página do facebook: https://www.facebook. com/AerofrancoModelismo Página da COBRA: http://www.cobra.org.br/ Endereço: Estrada da caixa d’água sem número (próximo ao antigo lixão) Vila dos Palmares, Franco da Rocha. Para mais informações: 77506615

7

14 de julho de 2012 - sábado - nº75 Distribuição gratuita

Na penúltima reportagem da nossa série sobre o futebol da região, contaremos a saga do Vila Bazú, clube que teve três grandes gerações de futebolistas do bairro, que duraram por quase 40 anos. O clube começou em meados da década de 50, quando uma reunião de amigos que moravam por ali formou o Sociedade Esportiva Vila Bazú. Luis Carlos do Prado, 57 anos, o Luisinho da Bazú, começou a frequentar o campo ainda garoto, aos cincos anos, quando descia sozinho de casa e ia até o campo. Naquela época, Franco da Rocha não tinha violência nem o fluxo caótico de carros de hoje, nem violência, e sobravam campeonatos de vilas contra vilas na cidade. O primeiro campo do Vila Bazú foi no centro do bairro, em meados de

1960. De lá pra cá, foram três campos perdidos: o primeiro virou um loteamento, assim como o terceiro, e hoje os terrenos estão cheios de residências. Já no local do segundo foi construído o ginásio do bairro. Hoje não tem nenhum campo por lá. A sede do clube foi criada na década de 70, mas acabou virando uma creche na década de 90. “Tinham bailes de carnavais homéricos! Era o lugar onde as gerações de futebol da Bazú se encontravam para conversar”, lembra Luisinho. “A primeira geração era mais peladeira, o pessoa ia mais para se divertir, mas a segunda era formada por verdadeiros craques”, completa. O time da Vila ganhou títulos importantes ao longo de sua história. Foi campeão municipal e

campeão da Copa Grêmio, que reunia times de Morato, Mairiporã, Caieiras e Franco da Rocha, quase um intermunicipal. E era um celeiro de craques. “Era mais uma seleção do que um time. Ninguém devia nada pros profissionais de hoje. Muita gente disse não a clube grande, como Palmeiras e Ponte Preta. Iam buscar os caras em casa, e eles diziam não”, recorda. Para Luisinho, os melhores jogadores que vestiram a camisa do time foram Neguinho, meia esquerda, Nazaré, ponta direita, e Belém, quarto zagueiro. “Passaram muitas pessoas boas por lá, vários presidentes bons. Dionisio Bovo, hoje nome da escola do bairro que chegou a ser vice-prefeito, Leitero, Miquim, Lamartine, Paulinho da Bazu, Betinho, Cachoeira... dá muita saudade”.

Em dias de chuva, situação fica caótica na praça

Esta nova seção do Locomotiva é dedicada ao comércio de Franco da Rocha, o mais forte da região. Em cada edição, vamos mostrar um produto ou serviço que é prestado aqui, do lado de casa.

Antenado na cidade Ivan Moreira Abade Gama tinha 17 anos quando instalou pela primeira vez uma antena em sua vida. Hoje aos 36 anos e com muito mais experiência ele é proprietário da Saturno Casa das Antenas existente desde 2008, mas que há pouco mais de um ano atende os clientes de Franco da Rocha e região na Rua Doutor Hamilton Prado. A loja funciona de segunda a sábado das 9h às 18h. Instalação e manutenção de antenas em geral são serviços procurados com mais frequência. “Eu atendo em média umas 60 antenas por mês, entre parabólicas e outros tipos”, conta Ivan, que tem a ajuda do irmão Domingos para tocar a loja. A manutenção também é feita pelo comerciante. “No começo foi na raça mesmo, mas depois eu fiz curso no Senai, e sempre faço cursos e treinamentos em vário lugares. Já fiz na TVA e na NET”, explica. Entre os produtos de balcão que a loja oferece, os campeões de vendas

são receptores e antenas parabólicas, tanto o produto nacional como o importado, mas todo tipo de acessórios, como controles e cabos são oferecidos pela Saturno. O número de clientes na loja não para de aumentar “Estamos conseguindo uma clientela boa, todo mundo que vem até aqui sempre volta. Acredito que o nosso bom atendimento e a transparência com os fregueses é a grande responsável por essa crescente no mercado”, revela Ivan Gama. A loja trabalha com várias formas de pagamento para facilitar a vida dos clientes. Cartões de crédito com parcelamento em até seis vezes e cheques, em até três parcelas são aceitos no estabelecimento comercial. Rua Hamilton Prado, 601 - Centro O contato pode ser feito através dos telefones : 4444-0324 ou 4811-7269 e também pelo e-mail: ivantecsat@gmail.com

1ª geração 1950 até 1965 Don Rodrigues, Miguelzinho, Pedrão, Dito Saboeiro, Alcino Prado, Zé da Silva, Donato, Nório, Waldemar do Compadre, Wilsão, Luisinho

2ª geração 1965 até 1985 Lopes, Nazaré, Capitãozinho, Joel, Belém, Picolé Capitãozão, Neguinho, Cerpa, Luisinho, Titi

3ª geração 1985 a 1995 Teco, Tuco, Missa, André, Jairzinho, Ivan, Ilson, Carlos, Tonhão, Tico, Arnaldo


8 NOSSA GENTE

14 de julho de 2012 - sábado - nº75 Distribuição gratuita

Locomotiva

Nesta seção vamos registrar as histórias, os “causos”, a vida dos homens e mulheres que fizeram e fazem, a cada dia, a nossa cidade.

Tião do Vitória, driblando até a idade Sebastião Soares já jogava futebol na rua quando aos 12 anos começou a bater uma bola pelo Real Paulista, clube do bairro da Brasilândia, Zona Oeste de São Paulo, pela categoria dente de leite. Nascido em Dourados, no Mato Grosso, veio com a família para Franco quando o pai comprou um terreno no Parque Vitória. E foi lá que ele jogou a maior parte da vida, pelas agremiações do bairro. Na adolescência, passou pelo Vitória Futebol Clube, o Esporte Clube Cruzeiro, Associação Geneci e o XV do Parque. “Esse período foi muito especial. Todo tempo que tinha livre já corria para o campo”, lembra o hoje vendedor das lojas Marabraz. Mais velho, jogou pelo Beira do Balcão FC, Expedicionários, Vitória, Aliança FC, Jundiaí FC, Estrela do Parque, Laranjeiras, Dharma FC e Inajar de Souza. Muitos desses clubes já não existem mais. “ Hoje o futebol é escasso na cidade, sem apoio e esquecido pelo povo. Há 10, 15 anos o futebol local era

o que mexia com o coração de todo mundo”. Sempre foi meia direita, mas já foi zagueiro, volante, centro avante, ponta e até goleiro. E nessa posição, com a camisa do Expedicionários que fez o que considera seu gol mais importante. “Defendi uma bola, coloquei ela no chão e fui driblando todo mundo, até o goleiro adversário, antes de fazer o gol. Foi lindo”. Atualmente, “Tião”, como é conhecido nos campos, joga pelo Milan, de Jundiaí. “Sou o jogador mais velho do clube, com meus 48 anos. Não tem nenhum jogador de 35 anos lá, só molecada”. A vontade de jogar é o que faz seus pulmões encherem e soltarem de ar. O que o atrai no esporte além das quadro linhas e da bola é a reunião dos amigos, que seguem vidas diferentes mas se encontram aos domingos para jogar.“ O futebol é minha paixão. Nunca parei de jogar e se deus permitir, vou morrer jogando bola”, declara o amante do esporte.

Compro, troco e vendo livros usados Bar Deprec (Bar do Zé) Rua Cavalheiro Angelo Sestine, 11 Centro Franco da Rocha


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.