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TEMPERATURA DOS OCEANOS ATINGIU NÍVEL RECORDE EM 2022
Segundo pesquisadores, os mares chegaram ao ponto mais quente
em mil anos
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Por Renata Turbiani, da Época Negócios
A temperatura dos oceanos em 2022 foi a mais quente já registrada. O alerta consta em relatório elaborado por uma equipe internacional de cientistas, e divulgado nesta quarta-feira (11). Segundo o documento, os mares absorveram cerca de 10 zettajoules a mais de calor no ano passado do que em 2021, o que equivale a cada pessoa na Terra usando 40 secadores de cabelo o dia todo, todos os dias.
“Os ciclos de energia e água da Terra foram profundamente alterados devido à emissão de gases de efeito estufa pelas atividades humanas, levando a mudanças generalizadas no sistema climático”, apontaram os especialistas no relatório Another Year of Record Heat for the Oceans (Mais um Ano de Calor Recorde para os Oceanos, em tradução literal). Mais de 90% do excesso de calor retido pelas emissões de gases de efeito estufa é absorvido nos oceanos, e registros feitos a partir de 1958 revelam um aumento significativo da temperatura das águas, com aceleração após 1990. Ao que tudo indica, os oceanos agora estão em seu ponto mais quente em mil anos, e aquecendo mais rápido do que em qualquer outro momento nos últimos 2.000 anos, destaca o jornal britânico The Guardian.
“Medir a temperatura dos oceanos é a maneira mais precisa de determinar o quão desequilibrado está o nosso planeta. Estamos tendo um clima mais extremo por causa do aquecimento dos oceanos e isso tem consequências tremendas em todo o mundo”, afirmou o professor John Abraham, da Universidade de St. Thomas, dos Estados Unidos, e parte da equipe de estudo.
Eventos Clim Tico Extremos
O professor Michael Mann, da Universidade da Pensilvânia, também parte da equipe, complementou que “oceanos mais quentes significam que há mais potencial para eventos de precipitação maiores, como vimos no ano passado na Europa, Austrália e atualmente na costa oeste dos Estados Unidos”.
Segundo ele, a análise mostrou uma camada cada vez mais profunda de água quente na superfície do oceano. “Isso leva a uma intensificação maior e mais rápida dos furacões – algo que também vimos no ano passado – uma vez que os ventos não produzem mais ventos frios subáguas superficiais que, de outra forma, amorteceriam a intensificação”.
Como destaca The Guardian, as temperaturas da superfície do mar são uma grande influência no clima mundial. O que acontece é que oceanos mais quentes ajudam a sobrecarregar o clima extremo, levando a furacões e tufões mais intensos e mais umidade no ar, que provoca chuvas e inundações mais fortes.