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Caritas Arquidiocesana tem arrecadação recorde com a campanha SOS Litoral Norte

REDAÇÃO osaopaulo@uol.com.br

O temporal histórico que caiu na cidade de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, no m de semana do feriado de carnaval, ocasionou enorme destruição, com 65 pessoas mortas e mais de 3 mil desalojadas ou desabrigadas. Ao mesmo tempo, em resposta à tragédia, formou-se uma grande rede de solidariedade em favor dos que perderam amigos, entes queridos, animais de estimação, suas casas e objetos pessoais.

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A Arquidiocese de São Paulo, por meio da Caritas Arquidiocesana de São Paulo (CASP), seu braço social, lançou uma campanha para arrecadar recursos com o objetivo de auxiliar as vítimas das chuvas. A Campanha SOS Litoral Norte foi a de maior sensibilização e engajamento da história da CASP. Foram arrecadados R$ 233.892,24, de 20 de fevereiro a 10 de março, tempo que durou a ação. O montante foi resultado de 758 doações.

“A partir desta campanha exitosa, pediremos a Deus por todos os irmãos que, na fé da caridade, se sentiram tocados e movidos a ajudar as vítimas dessa tragédia. Essa campanha mostrou que juntos somos mais fortes para promovermos a solidariedade a quem mais necessita”, disse o Diácono Márcio Ribeiro, Diretor da CASP.

Os recursos foram encaminhados à Caritas diocesana e à Paróquia São Sebastião, ambas muito ativas desde que a tragédia se abateu sobre a região.

UM MÊS DEPOIS

Hoje, mais de um mês depois da catástrofe, os trabalhos na cidade entram em uma segunda fase e os recursos doados pela CASP têm ajudado as famílias a reconstruírem suas vidas.

“Na primeira fase da campanha, precisávamos mais de alimentos, produtos de higiene, galochas e pás. Eram itens de primeira necessidade. Hoje, as famílias que não perderam totalmente suas casas e caram alojadas em hotéis, pousadas ou moradias temporárias começam a retornar a seus lares para limpá-los e, por isso, precisam de ajuda para comprar o que perderam”, explicou Henriana Pessuto Cândido Lacerda, membro do conselho scal da Caritas da Paróquia São Sebastião, e que esteve à frente da coordenação do trabalho voluntário de apoio às vítimas.

Houve também a compra de freezers para as comunidades em que as pessoas estão abrigadas para guardar as marmitas recebidas de doações. “Esse dinheiro veio para ajudar nessa reestruturação, sen-

FORAM ARRECADADOS R$

233,8 MIL, EM UM TOTAL DE 758 DOAÇÕES. RECURSOS TÊM AJUDADO FAMÍLIAS A RECONSTRUÍREM SUAS VIDAS APÓS A TRAGÉDIA do muito importante para quem perdeu tudo”, disse.

Segundo Henriana, os voluntários da Caritas trabalharam diretamente no apoio à Defesa Civil, Exército e Polícia. “Aonde a Caritas entrava com o seu colete, recebia passagem. Trabalhamos também em parceria com várias igrejas, independentemente de serem católicas ou não”, comentou, frisando o esforço coletivo pelo bem comum.

Quem Sobreviveu

Padre Alessandro Henrique Coelho, da Paróquia São Sebastião, no centro do município, não estava lá quando o temporal da madrugada do dia 20 de fevereiro caiu. Mas, assim que chegou, foi a campo para acompanhar os sobreviventes no resgate de corpos de seus entes e/ou amigos. Depois, buscou levar conforto aos que velavam seus mortos nos velórios coletivos, em um clima de muito pesar.

As necessidades de quem cou são muitas e os recursos destinados pela CASP ajudarão a supri-las à medida que forem surgindo as demandas. “Há pessoas cujas casas caíram e vamos ajudar a reconstruí-las. Outras que pedem reforma, um fogão, ajuda para pagar aluguel, transporte para visitar um parente no hospital. Então, vamos administrando os recursos conforme os pedidos nos chegam”, disse o Sacerdote.

À medida que o tempo passa, segundo o Padre, os danos materiais vão sendo sanados diante da imensa rede de solidariedade que se formou. Contudo, o impacto emocional e psicológico provocado pela tragédia em quem sobreviveu é difícil de remediar.

“Dezoito crianças morreram na tragédia. Há crianças órfãs, pais que enterraram lhos. Uma criança de 9 anos que perdeu toda a família e, hoje, é cuidada por um tio. Um pai que, na tentativa de socorrer a lha de 12 anos, soterrada em casa quando uma árvore caiu sobre a sua perna, acabou perdendo seu bebê que estava no colo da avó. En m, são muitas histórias tristes e difíceis”, lamentou.

No meio dos escombros em que se transformou a região após as chuvas, houve também muitas histórias de fé, como a de uma senhora morta na tragédia, que trazia um Terço fechado nas mãos, encontrado quando seu corpo estava sendo preparado.

“Vimos muita gente trabalhando para trazer dignidade às vítimas, como uma enfermeira da Defesa Civil que recomendou que todos os corpos fossem lavados a m de que fossem enterrados dignamente”, recordou o Padre.

(CominformaçõesdaAssessoriadeImprensadaCASP)

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