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Eis o mistério da fé

trema de Jesus na sua paixão, que ele aceitou livremente, como um gesto de entrega e de amor “pelos seus que estavam no mundo”, que no início também era chamada “ceia do Senhor” (Jo 13,1). Por isso, a comunidade eucarística exclama e aclama: Mistério da fé! Que sublime, que profundo, que divino mistério da fé!

Os apóstolos entenderam bem o pedido de Jesus: “Fazei isto em memória de mim todas as vezes que o zerdes” (Lc 22,19). A celebração da Eucaristia, que nos primórdios da Igreja também era chamada “ceia do Senhor”, tornava presente o que Jesus fez pela humanidade na sua paixão, morte e ressurreição e, assim, a celebração proporcionava o encontro com o próprio Senhor ressuscitado, que prometeu: “Eu estarei sempre com vocês” (cf. Mt 28,20). Também hoje, celebrando a Eucaristia, a Igreja se reúne com Jesus, como os discípulos naquele tempo, e Dele recebe novamente a palavra da vida e o pão da vida. É sempre Ele o Grande Sacerdote que, pelo celebrante e a comunidade celebrativa, eleva ao Pai a adoração, o louvor, a súplica, a ação de graças. Ele mesmo continua sendo o Pastor, que exorta e conduz as ovelhas às fontes da salvação e da vida.

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A Eucaristia contém todo o bem da Igreja, pois ela é Cristo, com a riqueza da sua Boa Nova, seus dons e sua grande promessa. Por isso, a celebração da Eucaristia é o centro e o ponto mais alto da missão e da vida da Igreja. Dela, a Igreja recebe toda a sua força e vitalidade. Sem a Eucaristia, a Igreja perderia rapidamente a sua referência indissociável a Jesus Cristo e poderia cair na tentação da autorreferencialidade, de se tornar m em si mesma para ser, nalmente, uma organização meramente humana, talvez uma ONG religiosa, mas baseada apenas em si mesma. Na celebração da Eucaristia, a Igreja cresce na consciência de ser, ela mesma, parte desse “mistério da fé”, como a Igreja a rmou: “A Igreja faz a Eucaristia, mas é a Eucaristia que faz a Igreja” (Exortação Apostólica Ecclesia de Eucharistia).

Se alguém quiser saber o que é a Igreja, olhe com fé e procure compreender bem a comunidade eucarística. Na celebração da Eucaristia aparece o que é a Igreja: a comunidade dos discípulos de Jesus, com Ele, presidida por Ele, ouvindo-o, professando a fé, dando graças, glória, louvor e ado- ração a Deus, pedindo perdão e misericórdia pela humanidade, nutrindo a fé e enviando os discípulos em missão. A celebração da Eucaristia é, por isso, a “epifania da Igreja”.

Mas... que pena! Ainda são tão poucos os católicos que participam da celebração da Eucaristia, sobretudo aos Domingos! Será por desconhecer esse dom maravilhoso? Anunciemos a Boa Nova a eles! Será por nunca terem recebido um convite alegre e convincente? Convidemos, com toda convicção, respeito e amor! Será porque o jeito das nossas celebrações não corresponde à grandeza e beleza do mistério celebrado? Renovemos nossas celebrações a partir de uma verdadeira conversão diante de “tão sublime Sacramento”.

Uma das orientações do nosso sínodo arquidiocesano consiste, justamente, na maior valorização do Domingo, dia do Senhor e dia da Comunidade”, dia da Eucaristia. A tão desejada “comunhão, conversão e renovação missionária” e pastoral passa por uma nova valorização da celebração da Eucaristia dominical e, é claro, pela maior participação do povo nessa celebração, pela qual nos vem a grande Bênção de Deus.

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