16/05/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.130

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BENTO GONÇALVES

Sábado

16 DE MAIO DE 2015 ANO 48

N°3130

R$ 3,00

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BRUNA MARIA DE MOURA

Educação

A leitura como agente de formação

Escolas públicas promovem atividades para desenvolver nos pequenos o gosto pelos livros, tentando salvar uma geração cada vez mais voltada às tecnologias Páginas 26, 27 e 28

Setor moveleiro

Retomada do crescimento só em 2017 Presidente da Movergs, Ivo Cansan, afirma que indústrias dificilmente vão recuperar as perdas

Páginas 18 e 19


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Opinião

Sábado, 16 de maio de 2015

EXPEDIENTE

Henrique Alfredo Caprara henriquecaprara@gmail.com

SEDE Wolsir A. Antonini, 451 Bairro Fenavinho - Caixa Postal 126 95 700.000 - Bento Gonçalves - RS ESCRITÓRIO CENTRAL Mal. Deodoro, Centro, 101 Galeria Central - Sala 501 DIRETOR PRESIDENTE HENRIQUE ALFREDO CAPRARA DIRETORES ANA INÊS FACCHIN HENRIQUE ANTÔNIO FRANCIO

JORNALISTA RESPONSÁVEL HENRIQUE ALFREDO CAPRARA Registro Prof. DRT 3321 Circulação Quartas-feiras e sábados Somos filiados à ADJORI / RS Este jornal não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados e não devolve originais que não foram publicados.

FALE COM A GENTE Telefones: Central/Fax: 3455.4500 Escritório Centro: 3452.2186 Rádio - Estúdio: 3455.4530 Rádio - Coordenação: 3455.4535 Noi - 3455.4513 ou 9923.1411 Atendimento ao assinante: 3055.3073 ou 9971.6364 E-mails: classificados@jornalsemanario.com.br jornal.semanario@italnet.com.br radio@radiorainha.fm.br revistanoi@revistanoi.com.br Sites: www.jornalsemanario.com.br www.radiorainha.fm.br www.revistanoi.com.br REPRESENTANTE EM PORTO ALEGRE Grupo de Diários Rua Garibaldi, 659, Conjunto 102 Centro - POA - Fone: (51) 3272.9595 e-mail: fernanda@grupodediarios.com.br

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VISÃO E VISITA Gosto muito de Santa Tereza, Monte Belo e Pinto Bandeira. Deplorei muito que tivessem se emancipado. Mas, emancipados, respeitei, como democrata, a soberania popular, passei a torcer para que dessem certo, que a emancipação se traduzisse em conquistas maiores do que as que vinham sendo obtidas como distritos. Só o fato de continuarem a ser localidades de rara beleza, de sustentável característica italiana, livres da migração incontrolável, dos bolsões de miséria e bairros carentes de tudo, já é uma conquista. Vejam Bento, estamos perdendo, ou já perdemos, nossa característica italiana em decorrência da continuada e incontrolável migração, temos bairros nos quais aniversário de traficantes são festejados com o espetáculo de fogos e artifícios, a marginalidade e a prostituição crescem assustadoramente, bairros carentes de inclusão social, condição que nenhum Prefeito gostaria de herdar e administrar. Milhares de quilômetros são percorridos, filas imensas são enfrentadas, dificuldades de toda ordem são superadas para se visitar, no mundo inteiro, localidades de característica turística e histórica, como a que se tem em Santa Tereza, de uma beleza impar, emoldurada por prédios históricos e preciosos e o rio que a contorna. Falta-lhe, no entanto, um bom hotel ou pousada, um atraente restaurante e um plano turístico e promocional, investimentos que, a rigor, deveriam ser subsidiados pelo Poder Público. Paralelamente a isso seria preciso uma consciência popular do quanto isso seria importante para o município e, nisso, a Igreja poderia ajudar, assim como está ajudando os Haitianos, por exemplo. Para ajudar nisso, Santa tem um Santuário, ou Igreja, belíssima, histórica. Monte Belo carregou, junto com a emancipação, parte do Vale dos Vinhedos e sua importância turística, econômica, social. Também lhe falta um bom hotel e um restaurante de características turísticas. Santa Tereza, Monte Belo e Pinto Bandeira, deveriam proporcionar condições plenas de atrair os bento-gonçalvenses para passeios, visitas, com muito maior intensidade, desviando-os um pouco das atrações dos shoppings de Caxias e seus lazeres e de Caravaggio, com suas peregrinações. E temos Pinto Bandeira, bem Pinto Bandeira, São Pedro, Santo Antoninho, Barracão, estas localidades ficavam “do lado de lá” quando eu era guri. Vejam no que São Pedro se transformou. E Pinto Bandeira se emancipou. Mas o que fizeram com Pinto Bandeira, após emancipação, na tentativa de reverter a situação, não se faz, essas ações deixaram sequelas que vão perdurar por gerações. É preciso sempre respeitar a vontade do povo, porque tem sido assim, ou se satisfaz o povo, ou temos que nos submeter a ele, veja o que acontece em Bento com suas viradas eleitorais históricas, , fruto da insatisfação popular. Hoje em dia exige-se de um administrador público, mais do que simpatia e “dar tapinha nas costas”, exige-se competência, quando o povo chega a conclusão de que o “tapinha nas costas” representava apenas um “tapinha nas costas”, vira tudo. Milton Rosa, o

top dos prefeitos de Bento, tinha simpatia, era bom gestor (endurecia mas sem jamais perder a ternura) e tinha a seu favor o Padre Manica (que era de partido opositor), Moisés Michelon (que era de partido opositor) e que presidiu a Primeira Fenavinho. E, como se não bastasse esses dois gigantes, tinha a seu favor com atuaçao intensa a mulher, símbolo máximo de mulher simpatia, dinâmica, realizadora, Rosa ficou anos no poder. Recentemente, esteve visitando o SISTEMA S o prefeito de Pinto Bandeira, João Feliciano Menezes Pizzio, que se fazia acompanhar do Secretário do Desenvolvimento Danio Marchioro Nichetti e do Assessor de Imprensa, Voltencir Fleck. Com o carisma de ex-policial, Pizzio é focado, rigoroso, determinado, mas não vende lá muita simpatia. Sua obsessão é ser o Prefeito que Pinto Bandeira precisa e não, propriamente, o prefeito que Pinto Bandeira quer, bem isso, seria preciso aguardar a próxima eleição e não só levar em conta o que a oposição diz. Pizzio tem contra si a ira de quem entende que não é valido ocupar-se a área de campo de futebol para a construção de um complexo educacional, esportivo, cultural e social, da maior importância para o Município. Vale ressaltar que, por aqui, o Prefeito Pasin vai ocupar a área do Estádio Municipal para a construção da nova Prefeitura e não se vê uma viva alma da oposição abrir a boca, se é que temos, há controvérsias, oposição por aqui além da natural oposição do PT, partido vencido nas urnas. Pizzio disse que Pinto Bandeira sofre a “maldição do pêssego”, quer dizer, os que ganham dinheiro não se envolvem com as questões e interesses do Município como deveriam, bem, isso tem muito por aqui também, não é novidade. Ele tem excelentes ideias e concepções, eu diria que “está sobrando” para Pinto Bandeira. Lamenta que o povo não compreenda, na essência, onde ele quer chegar. Sugeri que ele pedisse ajuda ao Padre, que não pode se omitir, que visitasse as casas junto com o Padre, enquanto o Padre dava a benção ele faria a pregação, único jeito de os gringos entenderem melhor como um município deve se agregar em torno dos interesses do município, social, cultural, e educacionalmente. Por aqui nós temos o Padre Chico, que ajuda a todos, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, e chegou até a eleger um Vereador. E a gringada daqui se sente melhor com o Pe. Chico. E o padre de Pinto Bandeira, faz a sua parte? Vamos gente pintobandeirense, a Pinto que eu concebo deve ter um Museu Histórico resgatando a tradição do Município, deve ter um bom hotel, deve ter um excelente restaurante, deve ter a romaria de Nossa Senhora do Rosário, e outros eventos. E, fundamentalmente, as obras públicas que o Município precisa. Prefeito eleito é Prefeito que tem que dar certo, o lugar pra contrariar, se é que tem que, é nas urnas. Bah, ocupei toda a página 2, e não consegui falar dos festeiros da Igreja Cristo Rei, tem um Geremia no meio deles, isso é certeza de sucesso, Darwin foi um ótimo mestre. Será que eu vou ser Campeão da Libertadores?


Opinião 3

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Painel

DIVULGAÇÃO

HUMOR

Feira de adoção Moacir Arlan

Acontece hoje, das 9h às 16h, a Feira de Adoções de Cães e Gatos. A ação será realizada no estacionamento das Lojas Benoit, na rua Marechal Deodoro, número 108, no Centro. Além de adotar um bichinho de estimação, a comunidade

A pergunta que não quer calar Você vai ir à Audiência Pública de terça-feira, 19, na Câmara, sobre o Plano Diretor, ou vai lavar as mãos, como Pilatos, e deixar que sacrifiquem o rio Barracão?

CLEUNICE PELLENZ

José Carlos Baseggio, do bairro Santa Marta, teve uma surpresa no dia 7 de maio: no terreno aos fundos de sua casa, ele colheu uma batata doce de aproximadamente sete quilos. Baseggio comenta que é a primeira vez que isso acontece. “Nunca tinha visto e muito menos colhido uma batata deste tamanho”, revela. No local, ele planta diversos alimentos para subsistência da família e, quando está de folga, conta que sente-se feliz em mexer na terra. Outro diferencial dessa batata em relação às demais é o formato. “Lembra um pato”, afirma Baseggio.

sofreram maus-tratos ou que precisem de auxílio. A ação é uma parceria entre as Lojas Benoit e a ONG Patas e Focinhos. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (54) 3452.5833 ou pela página facebook.com/lojasbenoit.

Sartori na ExpoBento

Envie sua sugestão de pergunta no e-mail: redacao@jornalsemanario.com.br

Surpresa na hora da colheita

também pode colaborar doando sacos de ração e demais acessórios para os animais. Ainda no mesmo dia, será realizado um brechó beneficente, cuja verba arrecadada será utilizada nas despesas com animais atropelados, que

O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, afirmou aos presidentes do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC/BG), Leonardo Giordani,

Dia do Desafio Realizado anualmente na última quarta-feira de maio, o Dia do Desafio deste ano cairá no dia 27. Nesta edição, Bento Gonçalves enfrenta a cidade de Araucária, do Paraná, com 130 mil habitantes. A mobilização, coordenada pelo Sesc, tem o objetivo de incentivar a prática regular de exercícios e propõe que as pessoas interrompam suas funções rotineiras para praticar 15 minutos de atividade física.

e da ExpoBento 2015, Laudir Miguel Piccoli, que participará da cerimônia de abertura da feira. A confirmação foi dada pelo chefe do Executivo Estadual durante visita fei-

ta por Giordani e Piccoli, que entregaram o convite oficial a Sartori. A cerimônia será realizada dia 4 de junho, às 9h, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves.


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Geral

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Rodovias

BR-470 terá trânsito bloqueado neste sábado

AntônioFrizzo antoniofrizzo@italnet.com.br

Conferência Municipal da Saúde Nesta quarta-feira, dia 13, o Conselho Municipal da Saúde, com o apoio da Secretaria Municipal da Saúde, promoveu a V Conferencia Municipal da Saúde. Em nenhuma das edições anteriores a sua realização foi em momento tão oportuno. Estamos vivendo o mais grave momento desde que a Constituição de 1988 determinou que “a saúde é um direito de todos e dever do Estado”. Mas, esse grave momento se deve exclusivamente à falta de dinheiro para custear a saúde. Certamente, não é desconhecido pelos governos Estadual e Federal que as prefeituras estão além do limite de suas responsabilidades e isso foi muito bem esclarecido na Conferencia.

Há solução? No meu entender, não! E o motivo é elementar: não há como os três entes federados – municípios, estados e União – destinarem mais verbas para a saúde, mantida a atual situação. Caso eles decidam fazer com que todos os impostos que a população paga sejam, efetivamente, recolhidos aos cofres públicos, aí sim haverá dinheiro. Imaginem que os mais de 600 bilhões de reais relativos às multas por infrações fiscais (notadamente sonegação) sejam pagos; imaginem que os “recursos” utilizados por empresas junto a COAF sejam eliminados, os corruptos que vendem facilidades sejam presos; imaginem que o “sonegômetro” criado pelos procuradores da Receita Federal, que de janeiro até quinta-feira já registrou fantásticos 190 bilhões de reais sonegados sejam recolhidos também. Só com esses valores sobrariam muitos bilhões, mesmo depois de serem investidos todos os valores necessários para manter a saúde, educação e segurança pública. Como esse combate à sonegação é utopia, não há solução viável.

Inacreditável! No início de fevereiro, quando houve a volta das contribuições do PIS e Cofins, postos de combustíveis de Porto Alegre deitaram e rolaram aumentando até R$ 0,73 ao litro, passando de R$ 2,86 para R$ 3,59 – “módicos” 25,5%. Flagrante abuso do poder econômico, verdadeiro saque contra o bolso dos consumidores. Mas, como tal absurdo não tinha sustentação – não dava mais para culpar o governo -, eis que os preços chegaram a baixar, em alguns postos, a valores semelhantes aos anteriores aos aumentos. Só que, inacreditavelmente, sem que houvesse qualquer aumento pela Petrobrás, postos decidiram aumentar novamente os preços. Vários passaram de R$ 2,96 para R$ 3,29, ou seja, mais de 11%, sem a menor justificativa. Mas, eis que, nesta quinta-feira, constatei que o posto localizado na saída de Bento Gonçalves, o último posto antes da entrada para a Vila dos Eucaliptos, estava vendendo gasolina a R$ 2,99. Aproveitemos, portanto. Gasolina mais barata em Bento do que Porto Alegre é algo fenomenal e deve ser prestigiado.

E a mãe deles? O assunto é o mesmo: sinalização de rodovias. A RS-122, entre Scharlau, São Leopoldo, e São Vendelino continua com largos trechos sem sinalização e outros parcamente sinalizados. E isso já há muitos, muitos meses. E a RS-444, entre a Vila dos Eucaliptos e o entroncamento com a RS-453, está com zero, zerinho de sinalização. E tudo afrontando o artigo 88 do Código de Trânsito Brasileiro. Mortes já aconteceram em alguns desses trechos e, pelo que se vê, nada sensibiliza os responsáveis. Creio, portanto, que se eles fossem obrigados a transitar por essas rodovias com os filhos, a esposa, a sogra e a mãe a bordo de seus carros, em dias de chuva e/ou neblina, à noite, certamente eles tomariam providências. O primeiro – antes eu entendia que era o Tarso, agora é Sartori – que fizesse isso daria um jeito nelas. Ou não?

ÚLTIMAS Primeira: O Hospital Tacchini, atendendo a mais uma solicitação do governo do Estado, decidiu manter aberta a UTI Pediátrica até segunda-feira, dia 18; Segunda: O Governo se comprometeu a publicar no Diário Oficial do Estado, até o dia 18, o acerto para pagamento das verbas para manutenção da UTI Pediátrica. É esperar para ver; Terceira: Nesta terça-feira, dia 19, na Casa das Artes, haverá audiência pública sobre o Plano Diretor de Bento Gonçalves. Como vou estar em viagem, não comparecerei. Mas ficarei torcendo para que alguém lute pela preservação dos nossos mananciais; Quarta: Aliás, chama a atenção o fato de terem marcado essa Audiência Pública do Plano Diretor exatamente no mesmo dia e horário em que a Abraçaí promove o evento “Eles na Passarela”; Quinta: Pois é, sabidamente muitas lideranças importantes estarão no evento “Eles na Passarela”. Por que será que a Audiência Pública foi marcada para o mesmo dia e horário? Sexta: O evento “Eles na Passarela” é beneficente e marcará o seu décimo aniversário. Será realizado no Parque de Eventos, pavilhão E, nesta terça, às 19h45min, com jantar para mil pessoas; Sétima: Pelo que se nota, do Grêmio só saem notícias ruins para a torcida. Até quando, meu Deus! Oitava: Já no Inter tudo segue em mar calmo, sereno, tudo azul, rumo ao tri da Libertadores. Administração é tudo, inclusive no futebol.

O fluxo de veículos terá bloqueios intercalados na BR470, em Garibaldi, na manhã deste sábado. Em razão da gravação de cenas do longa “O Filme da minha vida”, do diretor e ator Selton Mello, o trânsito será bloqueado entre os quilômetros 226,4 e 227,5. Como alternativa de desvio para os motoristas, quem estiver trafegando no sentido Porto Alegre/Carlos Barbosa até Bento Gonçalves, é preciso acessar a RSC-453, nas proximidades do trevo do Parque da Fenachamp, no Km 227,5 e seguir até o trevo próximo ao bairro Alfândega. Entrando em Garibaldi pela Rua Buarque de Macedo, após passar o Cemitério Municipal e seguir

até o acesso norte, uma saída secundária da cidade dará acesso à BR-470. Para quem vem de Bento Gonçalves, a alternativa é utilizar o acesso secundário a Garibaldi, na altura da empresa Chandon, no Km 224,2, e fazer o caminho inverso, pela Buarque de Macedo, retornado até a RSC-453. Agentes da Polícia Rodoviária Federal estarão no local para controlar o bloqueio e orientar motoristas, a fim de evitar acidentes. Os responsáveis pela filmagem não informaram o período que a rodovia ficará bloqueada, porém, a expectativa é que a liberação para o tráfego de veículos aconteça após o meio-dia.


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Feira do Livro Infantil

IGVariedades Itacyr Luiz Giacomello | italugi@yahoo.com.br | n° 1.976

Parceria - Simmme e Sebrae Expressivo e de conhecimento o evento realizado no dia 29 de abril, no café da manhã, Viverone Hotel, promovido pelo Simmme-Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Bento Gonçalves em parceria com o Sebrae através de seu coordenador Aldoir Bolzan de Morais que reuniu importantes nomes do setor empresarial de Bento Gonçalves e Região. O tema abordado foi boas práticas de gestão sendo fundamentais o planejamento. Encarando a crise, as dificuldades do momento e buscando caminhos para enfrentá-las fizeram-se ouvir empresários onde cada um expôs sua linha de ação e medidas de gestão quanto ao mercado e negócios. Uma mensagem de otimismo dos empresários – Ivo Cansan presidente da Movergs, Douglas Bordignon da Borttec e vice diretor RS Óleo e Gás, Carlos Bertuol diretor da Meber e Jaci Tasca professor da UCS. Na abertura e apresentação dos palestrantes o mediador empresário Juarez José Piva presidente do Simmme e diretor da Piva Comercio e Indústria foi enfático em afirmar que é preciso olhar para frente e que a ajuda e troca de experiências é o caminho para o sucesso. Valeu!

Expobento - a vitrine... Atrativos para todos os gostos vem aí a 25ª Expobento em Bento Gonçalves – RS promovida pelo CIC/BG de 4 a 14 de junho 2015, liderada pelo presidente Laudir Piccoli e equipe. A feira reunirá 450 expositores, 30 mil itens em produtos e público superior a 200 mil visitantes. Para o presidente Laudir Piccoli e diretor de comercialização José Carlos Zortéa a Expobento gera também negócios ao lado da gastronomia e o bom vinho. Fique ligado!

Laço Velho - formatura O patrão do CTG Laço Velho Antenor Rizzi e equipe alinhando os preparativos do grande Baile de Formatura do Curso de Danças de Salão dia 30 de maio de 2015 as 20h30min com animação do Conjunto Canto Charrua. O curso em questão é ministrado pelos professores Daiane e Leandro Magnaguagno e cerca de 70 casais serão diplomados que farão na ocasião apresentações artísticas. Traje social discreto ou pilcha tradicional. Fica o convite do patrão Antenor Rizzi para a grande noitada tradicionalista. Informações 3452 3586! Participe!

Eles na Passarela A ABRAÇAI promove nesta terça-feira dia 19 de maio 2015, às 19h45min no Pavilhão E da Fundaparque o tradicional Eles na Passarela, 10ª edição. Este ano além do desfile na passarela com a participação de inúmeros voluntários da nossa sociedade contará com Jantar Especial, preparado por 12 chefs. Informe-se 3453.3355. Participe!

Tacchini Buscando caminhos com metas pré-estabelecidas segundo Hilton Mancio Superintendente Executivo e Edson Zandoná presidente do Conselho de Administração e com o apoio da comunidade, o Tacchini continuará priorizando serviços e atendimentos com qualidade, para o bem estar e saúde da população! É o Hospital Tacchini fazendo sua parte!

Em Garibaldi Mas quem esteve em festa no sábado, 9 de maio 2015 foi o tradicionalismo da cidade de Garibaldi - RS quando o CTG Sentinela da Serra comemorou festivamente 34 anos de existência, fundado em maio de 1981. Tradicionalistas garibaldenses, naquela ocasião, reuniram-se na casa de Ercilio José Flores, seu 1º patrão e ao lado de Draito Allegretti e Omair Ribeiro Trindade impulsionaram o tradicionalsimo garibaldense e em 1985 inaugurado o galpão junto a Fenachamp. Por sua participação Draito Allegretti recebeu em 2010 o Troféu Giusepe Garibaldi-Exemplo de Gaúcho-. Prestigiado por autoridades, associados e convidados o jantar e fandango do 34º aniversário do CTG Sentinela da Serra, animado pelo Conjunto Estradeiro e enaltecendo a cultura gaúcha foi saudado pelo patrão Paulo Bota e prefeito Antonio Cetolin. Valeu!

A FRASE A boca mantém silêncio para ouvir o coração falar! (Alfred de Musset)

Atividades seguem até domingo A Feira do Livro Infantil encerra no domingo, 17. Mas, até lá, a comunidade pode participar de uma série de atrações e adquirir livros com 15% de desconto nos quatro espaços de comercialização. Apresentações artísticas, contação de histórias, shows, contribuem para atração do público infantil e adulto desde o último dia 13. As atividades ocorrem na praça Via Del Vino. A procura por títulos tem sido

grande, contam os expositores. Frozen, Diário de um Banana e Judy Moody são alguns dos mais procurados. A expositora Daniela Gobatto observa a busca maior por livros interativos. “Isso reflete o perfil das crianças de hoje. Elas buscam um contato maior, uma forma de sentirem que estão fazendo parte da construção do livro”, diz. Além das barracas de comercialização, há espaços alternati-

vos, onde o público pode ler ou descansar, desenhar e colorir. Há, ainda, uma área destinada ao Sistema Penitenciário de Bento Gonçalves, onde o público pode conferir conferirem os trabalhos artesanais desenvolvidos pelos apenados. Madeira, vidro, papel E.V.A, linhas, entre outros materiais, dão origem a diversas peças. O periódico trimestral desenvolvido pelos apenados também é distribuído no local.


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Ordem do dia

DenisedaRé denisedarebg@gmail.com

E a viagem continua... Aeroporto do Rio! Nenhum glamour. Nem a presença da Maria Betânea, que desembarcou com a gente; nem do Lázaro Ramos, que passou voando; nem de um jogador do Botafogo, que brincava com seus fones e fios (não do Botafogo de Bento, que este andava comigo), nem eles conseguiram deixar o ambiente mais interessante. O Galeão Antônio Carlos Jobim me pareceu uma grande rodoviária. Inclusive o carioquês, nos alto-falantes, era arrastado, monótono e incompreensível (Gente, como é que eles se entendem?) Mas o que importava mesmo era o frenesi da viagem internacional... Estávamos na fila de embarque, quando ouvimos um comentário que nos deixou alarmados: alguém falecera de mal súbito... O comandante? O copiloto? O controlador de voo? Que nada, me respondia o otimismo. Vai ver havia sido o urubu que andava rondando as turbinas do avião. Deve ter imaginado seu destino, caso ousasse invadir aquele potente ventilador, e teve um ataque cardíaco. Graças a Deus! Melhor ele do que eu! Enfim, no Air France! É verdade, na segunda classe, tudo apertadinho, mas seriam apenas onze horas de viagem! Passariam num tapa! As comissárias de bordo, que também não me pareceram glamourosas do jeito que eu fantasiara, falavam francês. E inglês, italiano, espanhol, mandarim, grego... Très chic! Quando o enorme pássaro de ferro alçou voo, foi uma sensação indescritível. Fiquei remoendo o tempo perdido fugindo dessa experiência fenomenal. Se bem que, em outras épocas, poderia ter embarcado numa gelada. Malucos, fanáticos, falhas mecânicas e humanas já estiveram em alta... Para ser bem sincera, estudei as estatísticas e escolhi a dedo: estávamos num período de “entressafra” de acidentes aéreos. Optei por não tomar nada para dormir, já que pretendia sentir todas as emoções do voo. E assim foi. Inclusive acompanhei pelo Google a nossa rota, na qual conferia altitude, velocidade, clima, nuvens, turbulências... tudo em tempo real. Mas para o avião avançar meio centímetro no mapa, que sufoco! Viagem intermináááááável... Boa para os gourmets, que abocanharam duas robustas refeições em curto espaço de tempo, em virtude da diferença de fuso horário. Ou seja, a gente jantou às 21horas (do Brasil) e tomou o café da manhã, cinco horas depois, às 2 da madruga (já 7, na Itália). E isso foi pesando... (Contarei nos próximos capítulos). De repente, a voz grave do comandante em todos os idiomas, até em aramaico... menos em Português, anunciando alguma coisa. Na qualidade de poliglota (ou seria “poligrota”?), entendi: estávamos sobrevoando Milão. -Dio Mio! Che cosa bella! - gritei, esbanjando meu italiano do “Babylon”. -Restez dans votre lieu, madame, bla-blá-blá, blá,blá,blá, blá-blá-blá... A comissária deve ter me advertido por desafivelar o cinto antes da hora, mas eu só ouvia “Madám”, “Madám”, Madám”... Que delícia ser “Madám”! No próximo capítulo, “Milão”!

Sete projetos previstos para votação na Câmara Sessão Ordinária acontece na próxima segunda-feira, 18, às 18h

C

om início às 18h, a sessão da Câmara de Vereadores acontece na segunda-feira, 18. Sete projetos de lei estão na pauta de votação da Sessão Ordinária da Câmara. Cinco deles foram protocolados pelo Poder Executivo municipal e dois são de autoria do vereador Moacir Camerini (PT). Na ordem do dia, os cinco primeiros projetos são de autoria do Executivo. A primeira proposta é o Projeto de Lei Ordinária (PLO) nº 59/2015. A matéria visa autorizar o Município a doar um terreno no bairro Planalto para a Superintendência do Patrimônio da União no Rio Grande do Sul. Na sequência, os vereadores deverão apreciar o PLO nº 60/2015. O projeto altera a redação do artigo 5º da Lei Municipal nº 4.840/2010. Outro projeto protocolado pelo Exe-

cutivo municipal é o PLO nº 62/2015, que autoriza o Município a firmar convênios para a cedência de 78 servidores, professores e estagiários municipais a 17 instituições públicas e privadas. Já o PLO nº 72/2015, solicita a abertura de crédito especial de R$ 43.117,05 para o Poder Público. A verba, proveniente do Fundo Municipal de Desenvolvimento Integrado, será utilizada para a “complementação das pistas de caminhada das academias de saúde em praças dos bairros Fátima e Vila Nova II”. A quinta e última matéria é o PLO nº 73/2015, que cria o Banco Municipal de Materiais de Construção. Estes cinco projetos tramitam em regime de urgência e devem ser apreciados pelos vereadores em votação única. As duas últimas matérias presentes na Ordem do Dia

foram protocoladas pelo vereador Moacir Camerini. A primeira delas é o PLO nº 41/2015, que obriga o Poder Executivo a divulgar, no site da prefeitura e em outros meios, uma lista com o nome e o endereço de estabelecimentos da cidade que contam regularmente com aglomerações de pessoas em seu interior e que estejam cumprindo as normas de segurança vigentes. Outro projeto do mesmo parlamentar que deve ir à votação é o PLO nº 47/2015. O texto pretende fazer com que o Executivo municipal incentive “a viabilização e o desenvolvimento de programas que visem o controle reprodutivo de cães e gatos e a promoção de medidas protetivas. Ambas as propostas de autoria parlamentar devem ser apreciadas pelos vereadores em primeira votação.


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Título de eleitor

Cartório cancela inscrição de mais de 500 pessoas

AssuntaDeParis

Situação implica em ser impedido de fazer identidade e passaporte

Coral Bento-gonçalvense comemorou 50 anos

Cristiane Grohe Arroyo LAÍS BELINSKI ROMAN, DIVULGAÇÃO

Todos os ex-coralistas foram convidados e juntos com o coral cantaram a musica do encerramento Aconteceu nas dependências do clube Aliança Bento Gonçalves, na noite do dia 7 de maio de 2015, às 20h30min., um concerto comemorativo aos 50 anos, do Coral Bento-gonçalvense, com as participações especiais do coro Municipal de Flores da Cunha e Grupo de flautas do projeto Mais Música- de Caxias do Sul. O coral Bento-gonçalvense foi fundado em 1º de maio de 1965, pelo professor e músico irmão Pedro Paganin, o coro chamava-se “Coral Polifônico Aparecida” A primeira apresentação aconteceu em 30 de outubro de 1965, por ocasião do Jubileu de Prata do Colégio Marista Aparecida. O grupo vocal passou a se chamar coral Bento-gonçalvense a partir de janeiro de 1968. Na década de 1970, o coral gravou quatro discos (LPs) com a participação do conjunto Arpége, de Bento Gonçalves- Que levou o nome de Arpége Internacional. Entre as músicas gravadas, estão os Hinos do Clube Aliança ( fundado em 1906)- e do clube Esportivo (fundado em 1919)- O hino do Município- Capital do Vinho- foi cantado pela primeira vez, durante a realização da 1ª Festa Nacional do Vinho- O Hino foi transformado em símbolo municipal, através da lei nº 1314 de 2 de outubro de 1885- O poema é da Profª Maria Frota e música de Rui Barros. Em 1980, a regência foi assumida pelo irmão Marista Samuel Pirolli. O coral Bento-gonçalvense teve ainda como regentes Sandoval Bontzy, Renato Filippini, Ricardo de Souza Melo, Cíntia de Los Santos, Cibele Tedesco, Juliano Volpato. A atual regência está a cargo de Josette Tesser Giovanini. Durante este período de uma feliz e contagiante existência, o Coral Bento-gonçalvense foi presidido por renomadas pessoas como: Irmão Pedro Paganin, Egídio Furlaneto, Domingos de Paris, Ildo lima, Antônio João de Paris, Ênio de Paris, Nanci Rech da Ré, Ricardo de Souza Melo, Delfina Fillipon, Jaime Tasca, Maria Ines Munari, Rosa Zechin dos Santos e, hoje na presidência a Sra. Lony Suzana Piccinini. “Conforme a regente, Josette Tesser Giovanini, que participa do grupo a muitos anos, são inúmeras as passagens marcantes, entre festivais e encontros de coros. O concerto da comemoração é, também, para homenagear todos os que se empenharam em apoiar a música e a cultura do nosso Município. Acrescenta, ainda, que a história do coral foi de ricas contribuições. JOSETTE enaltece reconhecimentos e agradece a todos, especialmente aos maestros regentes, aos presidentes, aos ex e atuais coralistas, ao Colégio Aparecida, que mantém o acervo histórico; ao Clube Aliança, à Paróquia Santo Antônio, à Prefeitura Municipal de Bento Gonçalves; entre outros que sempre foram grandes parceiros.” A música é um dom que enaltece quem a executa e encanta que a escuta.

geral3@jornalsemanario.com.br

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m Bento Gonçalves, 0,63% dos eleitores não votaram nas três últimas eleições. De um total de 84.672 pessoas, 565 não compareceram às urnas em três pleitos consecutivos (2012 e 2014, nos dois turnos) e tiveram seu título cancelado. O prazo para a regularização encerrou no dia 4 de maio. Depois dessa data, quem não regulamentou sua situação, teve seu título cancelado. De acordo com chefe do Cartório Eleitoral, Ricardo Abreu, o eleitor que não votou em três eleições consecutivas, sem justificar sua ausência e sem quitar a multa, tem a inscrição cancelada. Após seis anos, ele será excluído do cadastro de eleitores. Ele explica que além de perder o cadastro na Justiça Eleitoral, quem não regularizar a situação pode ser impedido de tirar passaporte ou carteira de identidade, receber salários de função ou emprego público, participar em concorrência pública ou ad-

ministrativa e obter certos tipos de empréstimos. “A não regularização também impede o cidadão de renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo, praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda, obter certidão de quitação eleitoral e obter qualquer documento perante repartições diplomáticas a que estiver subordinado”, relata. A regra não se aplica aos eleitores cujo voto seja facultativo (analfabetos, maiores de dezesseis e menores de 18 anos, e maiores de 70 anos) e aos portadores de deficiência física ou mental que requererem sua justificação pelo não cumprimento do voto. Segundo o chefe do Cartório Eleitoral, para regularizar a situação, o eleitor deve comparecer ao Cartório da 8ª Zona Eleitoral, em Bento Gonçalves, portando documento oficial de identificação e comprovante de domicílio. Na hipótese da existência de débitos com a Justiça

Eleitoral, o valor da multa, se aplicado, é arbitrado pelo juiz eleitoral. A Certidão de Quitação Eleitoral somente poderá ser obtida após a quitação do débito. “Não é possível fazer a regularização por outra pessoa, mesmo com qualquer tipo de procuração”, destaca.

Como saber se o título está em dia? O eleitor pode fazer a consulta da situação de seu título pelo site do TSE (www. tse.jus.br) no campo Situação Eleitoral, que será encontrado após o clique em “eleitor” e, posteriormente, em “serviços”. É necessário que sejam informados o nome completo do titular, a data de nascimento e o nome completo da mãe; ou o número do título, a data de nascimento e o nome completo da mãe.


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Plano Diretor

Audiência pública será na terça-feira A prefeitura de Bento Gonçalves promove na terça-feira, 19, a primeira audiência pública para debater a revisão do Plano Diretor do Município com os bento-gonçalvenses. A audiência será realizada no Anfiteatro da Fundação Casa das Artes, a partir das 18h30min. A revisão do Plano Diretor está na sétima das 12 fases: Prognóstico, Estratégia e Diretrizes. Em cinco meses de trabalho, foram concluídas as fases de Sensibilização, Consolidação de Dados, Análises, Consolidação do Diagnóstico e Compatibilização. O trabalho começou em outubro e é realizado pela Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faufrgs). É por meio do Plano Diretor que a administração municipal planeja com vai conduzir o cres-

cimento da cidade ao atrelar assuntos distintos como mobilidade urbana, construção de moradias e até meio ambiente, definindo as diretrizes para os próximos 10 anos. O diretor do Instituto de Planejamento Urbano (Ipurb), Luciano Cavallet, ressalta que nesta etapa a participação da população é muito importante. “O objetivo é aumentar a participação popular, democratizando o debate e oportunizando um meio para a manifestação de todos”, salienta. Mesmo para aqueles que não puderem participar da audiência pública é possível contribuir com o trabalho. A prefeitura disponibilizou um link no site da Prefeitura para quem quiser contribuir com sugestões. Neste canal de comunicação, a população também pode

responder um questionário, participar de um blog e visualizar as estatísticas do projeto. Para acessar o link, basta entrar no site www.bentogoncalves.rs.gov.br e clicar no banner Pano Diretor de Bento Gonçalves, que fica na parte superior direita ou diretamente através do endereço: https://planodiretorbentogoncalves.wordpress.com/ O Plano Diretor Municipal foi constituído em 26 de outubro de 2006 pela Lei Complementar nº103. É um instrumento de planejamento urbanístico, que tem por função sistematizar o desenvolvimento físico, econômico e social do território municipal, visando o bem estar da comunidade. Conforme o Estatuto das Cidades deve ser reavaliado a cada 10 anos.


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Conscientização

Número de autuações diminui 27% Departamento Municipal de Trânsito registrou 1.275 multas a menos em comparação ao mesmo período de 2014 CRISTIANO MIGON, ARQUIVO

Cristiano Migon geral4@jornalsemanario.com.br

O

fato da prefeitura de Bento Gonçalves estar entre as 10 que mais autuam no Estado em 2014 parece ter intimidado os motoristas da cidade. De acordo com dados da Secretaria de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana (Segimu), o número de autuações registrados no município em comparativo ao mesmo período do último ano diminuiu 27%. Segundo informações da secretaria, foram registradas 4.638 autuações entre janeiro e abril de 2014. Este ano, o órgão contabilizou 3.363 multas, caracterizando a diminuição no número. A explicação para o cenário, de acordo com o secretário Mauro Moro, é que apesar do motorista bento-gonçalvense ter sido criado em “moldes antigos”, os trabalhos de conscientização e reeducação no trânsito, realizados pela Segimu começam a surtir efeito. “O condutor do município não é educado no trânsito e isso é fato comprovado pelos números de autuações dos anos anteriores, porém, acredito que os motoristas estão começando a tomar consciência dos perigos e custos de infringir a regra na cidade”, explica o secretário. Segundo Moro, a queda no número de autuações não foi

Estacionar em local proibido é a penalização mais recorrente em 2015 proporcionada pelo aumento no quadro de agentes do DMT. “Estamos com 18 fiscais atuantes em três turnos, porém, esse é o mesmo efetivo com que passamos praticamente todo o último ano, quando a quantidade de multas aplicadas foi significativamente maior”, esclarece. De acordo com Moro, o número ideal de agentes para uma cidade com as proporções de Bento Gonçalves seria de 50 pessoas. Ainda não há prazo para a contratação de mais funcionários. Em contrapartida aos dados

do último ano, infrações cometidas por falta de cinto de segurança tiveram uma redução de 40%. Seguidas pelas multas por falar ao celular, que registraram diminuição de 18%. Com 726 motoristas autuados, estacionar em local proibido foi a infração de trânsito mais comum nos primeiros meses do ano. O descaso dos condutores no cumprimento das normas também fica evidente na segunda infração mais flagrada no período: não respeitar o tempo limite no estacionamento rotativo. “Infelizmente, o motorista ainda

não atingiu o nível de compreensão necessária para não deixar o automóvel estacionado mais de duas horas na zona azul, muito menos para não parar em local proibido. Para reverter o quadro, estamos intensificando a fiscalização nesta área, o que fica comprovado pelos números de multas aplicadas”, revela. Embora a queda significativa no número de autuações nos primeiros meses do ano seja animadora para os condutores, quem trafega a pé pelas ruas da cidade tem uma visão diferente do cenário. Para a enfermeira Janice Ferreira, de 53 anos, a sensação de insegurança ao passar pelas principais ruas do município ainda é a mesma. “Presenciamos diariamente diversas violações que colocam em risco a vida do pedestre, como não parar em sinal vermelho, porém, pouca coisa é feita para reverter o quadro e penalizar os infratores com mais severidade”, critica. O valor arrecadado com as multas retorna ao município de acordo com agente que publicou a multa. Quando a autuação é realizada por fiscais do DMT, 100% do valor é revertido para a cidade. Entretanto, quando a aplicação for efetuada por policiais da Brigada Militar ou agentes do Detran, o valor é reduzido para 50%.

Recuo de 6% nas CNHs suspensas Paralelo às infrações, o número de CNH suspensas e cassadas na cidade também apresentou recuo de 6% em comparativo ao mesmo período de 2014. Segundo dados do Detran, nos primeiros quatro meses do ano, a cidade registrou 95 suspensões do documento – valor 6% menor do que o ano anterior, quando foram detidas 115 carteiras. Embora o dado seja positivo, o processo completo para a recuperação do documento não vem sendo realizado. De acordo com a entidade, do total de CNHs apreendidas, apenas 25 carteiras foram entregues para o órgão, conforme prevê a lei. O dígito que representa a quantidade de motoristas que iniciaram o processo para recuperação do documento em Centros de Formação de Condutores (CFCs) é ainda menor: apenas 18 constam como integrantes do curso de reciclagem, que é exigido para reaver o registro. A suspensão da CNH está prevista no Código Brasileiro de Trânsito para qualquer condutor que cometer infrações de transito gravíssimas ou quando se soma 20 pontos na forma de autuações leves, médias ou graves. Os motoristas notificados da suspensão têm 30 dias para entregar o documento.


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Reforço na repreensão aos infratores

Principais autuações na cidade CRISTIANO MIGON

Como estratégia para reeducação no trânsito e diminuição no número de infrações cometidas, a Prefeitura, em parceria com a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP/RS), retomou as atividades do Balada Segura. O programa foi lançado na cidade em abril de 2014, porém, devido a entraves burocráticos, falta de efetivo policial e irregularidades com a logotipia do material educativo, as ações foram suspensas. Segundo dados da Segimu, entre os dias 13 de fevereiro e 9 de maio, foram efetuadas 298 abordagens, todas no bairro Planalto. De acordo com o secretário Moro, em 2015 a fiscalização irá ocorrer de forma regular. “Planejamos fiscalizações a cada 15 dias, assim manteremos a rotina de blitz educativa, no intuito de conscientizar o motorista bento-gonçalvense”, assegura. De acordo com ele, embora os números dos efetivos, tanto de agentes de trânsito, quanto policiais da Brigada Militar (BM), estejam abaixo do ideal, o programa está sendo tratado como prioridade e será mantido.

Entre fevereiro e abril, programa efetuou 298 abordagens no Planalto Para o estudante Wesleen Dallagnol, de 20 anos, frequentador assíduo da Planalto aos finais de semana, a volta da Balada Segura é uma segurança a mais para quem faz da rua, um ponto de encontro com os amigos. “Tem que saber se divertir, não abusar no volume do som nem passar dos limites. A presença da polícia não atrapalha em nada o andamento da noite”, afirma o veranense. Moro adverte que embora

as blitze tenham intuito educativo, a BM não irá se omitir diante da constatação do delito, aplicando todas as medidas corretivas necessárias para a situação. Durante os dois meses de fiscalização, foram efetuadas 128 autuações, sendo que 35 envolviam álcool e outras 93 de caráter diverso, como falta de habilitação, licenciamento vencido, habilitação suspensa e alteração de características do automóvel.

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2014 Conduzir sem cinto de segurança 1439 Conduzir falando ao telefone 557 Estacionamento rotativo 343 Ultrapassar sinal vermelho 235 Estacionar em local proibido 144 Conduzir sem CNH 29 Conduzir com licenciamento vencido 34 Conversão proibida à esquerda 42 Conduzir com luz alta 10 Transitar na faixa seletiva 24

2015 861 453 500 281 726 2 110 18 129 26

Autuações no primeiro trimestre no Estado 2014 2015 Transitar acima da velocidade 455,842 469,313 Violação da identificação do veículo 38,554 46,176 Estacionar em local proibido 40,351 38,730 Falta de uso de cinto de segurança 29,024 31,082 Licenciamento vencido 23,014 25,024 Conduzir sem CNH 40,056 44,435 Avançar sinal vermelho 14,035 18,355 Ultrapassar pela contramão 7,658 8.557 Conduzir sem documentação 6,050 7.541 Conduzir motocicleta sem capacete 3,575 4,687 Dirigir sob influência de álcool 2,161 1.657 Desacato à autoridade 3,635 1.587 Parar veículo sob faixa de pedestre 5,142 5,331


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Saúde pública

Pacientes não comparecem às consultas Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Saúde, uma em cada cinco pessoas atendidas faltam aos agendamentos m problema recorrente verificado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem ocasionado prejuízos à população e aos cofres públicos: o grande número de usuários do SUS com consultas agendadas nas diversas especialidades médicas que não comparecem e não desmarcam as consultas agendadas, como também daqueles que, após realizar exames, não os retiram. Um levantamento indica que este número representa 21,5% do total de consultas agendadas e de exames realizados. Além do prejuízo, essa atitude colabora para aumentar o tempo de espera em algumas especialidades. O percentual seria ainda maior não fosse à adoção, a partir de 2013, de novos procedimentos determinados pela atual gestão municipal, que incluem contatos antecipados com os pacientes. “Não é por falta de informação. Os pacientes recebem um aviso, são comunicados por telefone e mesmo assim não retiram”, explica Daiane da Campo, do setor de Regulação da SMS. Segundo dados do setor, do total de 225 consultas de Oftalmologia mar-

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Desistências de pacientes causam prejuízos ao serviço público de saúde e aumentam transtornos nas UBSs cadas em janeiro deste ano, por exemplo, 50% dos pacientes não comunicaram a desistência com a antecedência necessária para que outro usuário pudesse ser atendido. Somente no Posto de Saúde Zona Sul, localizado no Bairro Botafogo, em 2014, foram realizadas 24.859 consultas médicas para sete especialidades, incluindo Cardiologia, Clínica Geral, Pneumologia, entre outras. No setor de odontologia, em 2014, foram realizadas 20.085 consul-

tas. Além delas, outras quatro mil poderiam ser realizadas se os pacientes tivessem comparecido no horário marcado. Para o Coordenador Médico da SMS, Marco Antônio Ebert, as ausências podem ser compensadas se o usuário do SUS procurar, com antecedência, o Posto de Saúde de seu bairro para avisar que não poderá comparecer ao exame na data marcada. “Neste caso, é possível que sejam agendados outros pacientes. Isso poderia evitar

ou diminuir as filas”, salienta. Ao contrário das consultas, que mesmo com as desistências ainda é possível remarcá-las, os exames realizados e não retirados representam um desperdício financeiro que não tem volta. Entre os exames de imagem mais comuns está a Ecografia, que serve para visualizar em tempo real qualquer órgão ou tecido do corpo. A SMS registra por mês a realização média de 700 exames deste tipo. Deste total, cerca de 150 pacientes não

compareceram a data marcada ou não fizeram o preparo adequado para o procedimento. Quanto aos exames de Radio X, também comuns, somente na Unidade Central, cerca de 40% do total realizado não são retirados. O número também é considerado alto no caso dos exames de laboratório, como Hemogramas. Considerando apenas o mês de dezembro de 2014, foram realizados 148 exames na unidade, sendo que 50% não foram retirados. De acordo com a assistente administrativa Débora Salton, a média anual fica em torno de 20%. Com relação às consultas na Unidade Central, o número de desistências também é alto. Diariamente, cerca de 150 são agendadas em várias especialidades. “Alguns meses do ano, como em período de férias, pelo menos um terço dos pacientes não comparecem”, revela Débora. Segundo ela, os maiores índices de desistência são nas áreas de cardiologia, pediatria e oftalmologia. “Sem contar os testes de orelhinha e outros relacionados à saúde auditiva”, acrescenta.

Prejuízos com as faltas ultrapassam R$ 500 mil O prejuízo contabilizado pela SMS, considerando os valores destinados para a compra de exames em rede particular por meio do SUS e da SMS ultrapassa meio milhão de reais (R$ 578.172,06). Neste valor não estão contabilizados exames simples realizados nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), como também os custos do laboratório central e do setor de Raio-X, mantidos pela prefeitura. Para se ter uma ideia, um exame de raio-X realizado pela rede particular de saúde varia entre R$ 80 e R$ 100. Uma consulta, dependendo da especialidade, varia entre R$ 150 e R$250. O coordenador médico da SMS, Marco Antônio Ebert lembra, ainda que a Lei Orgânica Federal de Saúde (Lei 8080/90) prevê também a responsabilidade do usuário para com o SUS. De acordo com o artigo 2º, § 2º desta Lei,

o dever do Estado não exclui a responsabilidade das pessoas, das famílias, das empresas e da sociedade. A Política de Humanização da Assistência à Saúde implantada pelo governo municipal desde 2013 está ampliando o acesso da população aos serviços de saúde no município. Uma estatística da SMS revela que, em 2014, foram prestados 1.586,446 atendimentos no sistema de saúde pública de Bento Gonçalves. O que significa um acréscimo de 22% em relação a 2013, quando foram contabilizados 1,3 milhão de atendimentos. Já no primeiro trimestre deste ano, 60.426 consultas médicas foram realizadas o que equivale a 2,15 consultas por habitante/ano. O total de exames de laboratório chega a 59.032 e no número de procedimentos atendidos nos postos de saúde totalizaram 401.039.


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UTI Pediátrica

Tacchini dá ultimato para o Estado Após reunião na Secretaria Estadual de Saúde, direção do hospital estende o prazo para fechar o setor a partir de segunda CRISTIANO MIGON ,ARQUIVO

Cristiano Migon geral4@jornalsemanario.com.br

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resposta sobre o futuro da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Pediátrica do Hospital Tacchini foi novamente adiada. Após reunião entre a Secretaria Estadual de Saúde, representantes do Governo Municipal e a administração da instituição, foi decidido prorrogar o atendimento na Unidade até segunda-feira, 18. A expectativa é que o Estado faça o pagamento de parte da dívida na mesma data. Na segunda-feira, 11, o Tacchini fechou o setor para novos pacientes por problemas no recebimento de recursos do Governo, fazendo com que a região perdesse três leitos para atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O hospital já prorrogou o encerramento das atividades outras quatro vezes. A estimativa é que a dívida do

Cancelamento do serviço já foi adiado quatro vezes sob promessa de pagamento de repasses em atraso Estado com a instituição já ultrapassa os R$ 8 milhões. De acordo com o coordenador médico da Secretaria de Saúde, Marco Antônio Ebert, a certeza na continuidade do funcionamento da unidade é de 80%.

“Estamos convencidos que o estado compreendeu a importância da UTI e já esperamos uma reversão completa do quadro de fechamento. Entretanto, só teremos garantias na próxima semana, quando o repasse dos

recursos for publicado no Diário Oficial do Estado”, explica. Um novo comunicado da diretoria do hospital deve ser emitido na próxima semana, após o encerramento das negociações. Segundo a coordenadora re-

gional de Saúde, Solange Sonda, embora ainda não existam decisões concretas sobre o assunto, a reunião foi produtiva e o Governo está tratando a situação como prioridade. “O hospital apresentou proposta e o Estado ficou de analisar e dar uma resposta até segunda-feira (dia 18). Para nós, é um assunto de extrema importância, então, temos a garantia de que até a próxima semana, o hospital continuará com os leitos da UTI pediátrica em funcionamento”, afirma. Em contraponto à situação do Tacchini, o Governo do Estado efetuou, na quarta-feira, 13, o pagamento de R$ 93 milhões a hospitais filantrópicos e públicos, e a prefeituras que desenvolvem programas vinculados ao SUS. Os hospitais receberam um total de R$ 70,1 milhões, referente à produção de serviços, internações hospitalares e atendimento ambulatorial.


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Indústria moveleira

Recuperação do setor só em 2017 Presidente da Movergs, Ivo Cansan, estima ano de estabilidade e diz que dificilmente as perdas poderão ser revertidas CRISTIANO MIGON, ARQUIVO

Vitória Lovat projetos@jornalsemanario.com.br

N

ão é novidade que a economia brasileira passa por um momento difícil e estável, com os indicativos abaixo do que se previa. Assim, o setor moveleiro de Bento Gonçalves e de todo o Rio Grande do Sul também enfrentam as dificuldades impostas pelos índices econômicos, fazendo com que empresários busquem alternativas para manter seus produtos no mercado e evitar demissões. Os índices de juros e inflação, que tiveram um crescimento superior a 80% no último ano, projetam que as indústrias moveleiras ainda vão demorar para se recuperar. O presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), Ivo Cansan, afirma que o cenário deve se manter desta forma até, pelo menos, o segundo semestre de 2016, quando o poder de compra do consumidor deve retornar aos poucos e, com isso, a indústria também volte a crescer. Porém, Cansan explica que isso não significa que serão recuperadas todas as perdas que as indústrias estão tendo com a alta da inflação, juros e o ganho de massa salarial. “A partir do momento que as coisas voltarem ao normal, nós

explica que a classe moveleira esperou que todas as pessoas que tivessem comprado seus apartamentos e casas, iriam mobiliar em 2014, o que acabou não acontecendo.

Mão de obra

Os parques fabris, mesmo que muito modernos e de qualidade, nem sempre tem demanda de trabalho poderemos ver em qual ritmo o setor seguirá e aí sim verificar se haverá uma recuperação ou se apenas seguiremos trabalhando e esqueceremos do que foi gasto nestes anos”, afirma.

Alternativas para se manter Cansan diz que, em curto prazo, os empresários precisam continuar a buscar formas de manter as empresas em atividade. Para isso, muitas medidas já foram tomadas em 2014, quando a crise se tornava forte. “Nós tivemos sorte porque de-

tectamos a crise no seu início e ainda em 2014 os ajustes de gastos foram feitos. As demissões que precisavam ser feitas foram realizadas e os cortes possíveis também. Por isso, conseguimos começar 2015 no zero a zero, sem margens negativas”, destaca. As medidas que ele diz serem necessárias para o mantimento da indústria e dos empregos são os investimentos para que os produtos fiquem mais atrativos do que os da concorrência, com mais inovação, funcionalidade e design moderno. “É preciso que se fique atento

ao mercado, buscar diferenciação. As possibilidades são muitas, mas precisam ser rápidas e possibilitar que se perca o menos possível”, coloca. Cansan enfatiza que a capacidade industrial daqui é altíssima e de qualidade. “Quando falamos em investimento, precisamos analisar a qualidade dos parques fabris do município, que é alta e não perde para parques na Europa, por exemplo”, comenta. Os investimentos foram feitos graças aos indicadores crescentes do setor de construção civil nos últimos cinco anos. Cansan

O presidente da Movergs detalha que um trabalhador da indústria moveleira leva de seis a oito meses para estar preparado e produzir bem. Segundo ele, é necessário um nível aceitável de engajamento com a empresa para que este possa trabalhar, por isso é um funcionário caro. “Quando um trabalhador começa em uma indústria de móveis ele precisa entender a política da empresa, o processo de produção, para quem será vendido aquele móvel. Um processo lento, mas que o deixará pronto para atuar depois”, explica. Por esse motivo, os postos de trabalho terminaram quase zerados nos primeiros meses do ano. Cansan diz que um empresário, antes de demitir alguém, tenta reduzir custos de outra forma para que o aprendizado que aquela pessoa já teve não tenha sido em vão. “Às vezes é mais caro demitir e contratar outra pessoa do que reduzir custos e mantê-la produzindo”, completa.


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Parque de Eventos vira problema Exportações crescem e VITÓRIA LOVAT

Desde a chegada ao Rio Grande do Sul, os expositores e visitantes enfrentam problemas de logística e de infraestrutura dentro do Parque de Eventos. O presidente da Movergs, Ivo Cansan enfatiza que a estrutura do local está deteriorada ao ponto de comprometer os eventos que ali são realizados. Segundo ele, a precariedade tornou obrigatório um alto investimento de reforma para a realização da Feira Internacional de Máquinas, Matérias-primas e Acessórios para a Indústria Moveleira (Fimma 2015). O valor que foi investido em melhorias no local poderia ter sido utilizado em outros serviços que iriam satisfazer mais os visitantes e expositores, conforme Cansan. Ele enfatiza que o público não se importa com quem é o responsável ou quem não está cuidando bem da estrutura, só querem ver serviços de qualidade e locais com o mínimo necessário. “A cada edição que passa, os problemas se agravam no Parque de Eventos. Nós precisamos investir para que as condições

Cansan alerta para a possibilidade de feiras serem alocadas São Paulo mínimas sejam oferecidas aos profissionais do setor. Desde a recepção até muitos outros locais necessitaram de trabalhos que, em teoria, não nos dizem respeito”, desabafa. Cansan alerta que a precariedade pode ser um fator contribuinte na alocação das feiras e eventos para São Paulo. Segun-

do ele, os custos podem vir a se tornar inviáveis e isso, unido a demais situações – como a distância das capitais e a precariedade das estradas –, podem influenciar em negociações futuras. “Se continuar assim, o custo vai se tornar inviável e aí a realização de feiras aqui pode ser discutida”, alerta.

alternativa é ecommerce Após a alta do dólar e as incertezas no mercado externo, as exportações voltaram a crescer e seguem uma curva ascendente desde a segunda quinzena de março. Ivo Cansan explica que os principais mercados, no momento, são os Estados Unidos, países da Europa e América Central, que tem economia ascendente e estão importando cada vez mais. O presidente da Movergs aponta que as exportações estavam em queda nos últimos meses de 2014 e no início de 2015 devido à alta do dólar e à instabilidade do real diante dele. Com isso, os importadores sabiam que não era vantajoso realizar negociações a longo prazo (de seis meses a um ano), portanto as vendas começaram a ser mensais, fazendo as exportações despencarem. “Ainda bem as moedas estabilizaram e agora podemos voltar a vender para o mercado externo, porque a

situação de venda nacional é ainda pior”, afirma. No momento difícil, uma das alternativas é a venda pela internet. Cansan destaca que o ecommerce está crescendo cada vez mais e possibilitando um nicho de mercado que antes não era explorado. “Ocorrem dois fenômenos: um é a possibilidade que os consumidores estão tendo de comprar em casa. Quebrou-se o mito das vendas pela internet e a maioria passou investir sem medo. Outra situação é o barateamento, já que os pontos de venda precisam de ainda mais estrutura e investimento por parte da empresa”, adianta. As vendas pela internet também possibilitam os pagamentos por meio de cartões de crédito, onde o vendedor não sofrerá com a inadimplência. O comprador poderá devolver produtos defeituosos com menos burocracia do que um comprado na loja.


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Inadimplência

Dívidas ultrapassam R$ 8 milhões Em comparação ao mesmo período do ano passado, Bento Gonçalves registrou aumento de 12% no número de devedores CRISTIANO MIGON,

Cristiano Migon geral4@jornalsemanario.com.br

N

unca se consumiu tanto quanto nos dias de hoje. Entretanto, as facilidades de comprar a prazo e obter crédito no mercado, combinadas com a falta de planejamento, podem ser o início de um caminho tortuoso, levando ao endividamento. Essa é a situação de milhares de pessoas em Bento Gonçalves, de acordo com os dados da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), que registrou um aumento de 12% no número de inadimplentes em comparação ao mesmo período de 2014. Em abril, o segmento contabiliza R$ 8 milhões em dívidas. É o maior valor registrado pela instituição nos últimos anos. O motivo para o crescimento do número de endividados, de acordo com o presidente da entidade, Marcos Carbone, é o aumento no número do desemprego e a estagnação econômica. “Estamos enfrentando um período financeiro complicado, percebemos famílias cada vez mais endividadas e crédito cada vez mais fácil de conseguir. Esse cenário facilita o aumento da inadimplência. Por isso, esse é um momento de cautela para o lojista, exigindo mais ponderação na concessão de crédito”, avalia. Dados da CDL-BG revelam que as pendências referentes a compras com valores acima de R$ 2 mil são as que mais tiveram alta, com 14,63% em relação ao ano anterior. As pe-

altos juros cobrados, não consegui pagar as prestações em dia e estou fichada no SPC e provavelmente precisarei contratar outro empréstimo para quitar o primeiro”, conta.

Adultos devem mais

Em contraste a 2014, número de jovens endividados teve queda de 20% enquanto de adultos cresceu 5,9% quenas contas, por sua vez, de compras até R$ 100, tiveram queda de 6,90% no período. Os compradores inadimplentes com apenas um registro em seus nomes equivale a 56%, enquanto aqueles com média de dois a cinco ocorrências em atraso correspondem a 40% dos casos. Aqueles com mais de cinco registros totalizam 4% do total, um acréscimo de 9% com relação ao mesmo período do ano anterior. “Isso quer dizer que as pessoas estão devendo mais, ou seja, estão com mais ocorrências em seu nome, e devendo valores mais altos”, comenta Carbone. A forma de venda que mais

Perfil dos devedores Gênero 5% 41%

gera inadimplência ainda é o crediário, com 97%, os cheques correspondem a apenas 3% dos episódios. Carbone enfatiza que o número de devedores deve ser ainda maior, já que esse registro acontece apenas quando a loja aciona o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). “Estimamos que os R$ 8 milhões identificados em nosso banco de dados correspondam a uma parcela do valor real da inadimplência no município”, avalia. “Acreditamos que o prejuízo dos comerciantes seja ainda maior, por isso reforçamos tanto a importância de o comércio se valer dos instrumentos de

Estado Civil 54%

15%

consulta antes de conceder crédito”, reforça. O excesso de crédito disponível no mercado, em especial para aposentados, é outro causador do elevado número de devedores na praça. Um exemplo da situação é Verônica Martinez, de 62 anos. A aposentada fez um empréstimo consignado para quitar outra dívida, porém, devido a falta de planejamento financeiro, a situação acabou comprometendo sua renda. “Me endividei por descuido, eu tinha algumas contas para pagar e acabei acreditando no banco, que me convenceu que essa era a melhor alternativa. Devido aos

Idade

6%

17,28%

Ao dimensionar os números da inadimplência no município, os dados da CDL também informam o perfil dos devedores que, neste último ano, mudou. Jovens de até 20 anos representavam 2,35% do total dos devedores. Hoje ficam em 1,83% (uma redução de 20,45%). Enquanto isso, os adultos entre 31 a 40 anos estão mais endividados, com 28% de representatividade – um aumento de 5,96% em relação ao ano passado. Pessoas acima de 51 anos são as que mais tiveram destaque: o grupo teve alta de 7,88%, o equivalente a 17% do total. As mulheres ainda são as que mais devem, com 54%, enquanto os homens correspondem a 41%. No que se refere ao estado civil dos inadimplentes, os solteiros ainda são maioria com 79% do total no período, seguidos dos casados com 15%. O perfil médio do consumidor brasileiro inadimplente é de uma pessoa com o nome sujo há aproximadamente dois anos, que deve para 3,7 diferentes empresas, que adquiriu essas dívidas por meio do cartão de crédito e tem um débito total de R$ 21.676 junto às empresas credoras. Os dados são do SPC Brasil.

1,83%

16,92%

36,50%

79%

27,47% Não informado Masculino FONTE: CDL

Feminino

Solteiro

Casados

Outros

De 31 a 40 anos

De 21 a 30 anos

Até 20 anos

De 41 a 50 anos

Acima de 51 anos


Geral

Sábado, 16 de maio de 2015

Serasa registra aumento de 16% O cenário não é diferente no âmbito nacional. Segundo o Indicador Serasa Experian, o primeiro trimestre teve aumento de 16% no número de consumidores inadimplentes em comparativo a 2014. De acordo com o índice, quatro em cada 10 brasileiros estão em situação de débito no país. São 55,6 milhões de consumidores adultos, número que equivale a 37,9% da população entre 18 e 95 anos, impedidos de obter crédito. Somadas, as dívidas chegam a R$ 235 bilhões. Os dados mostram que 1,5 milhões de pessoas ingressaram no cadastro de inadimplentes em três meses. É o terceiro maior patamar de endividados registrado pela instituição desde junho de 2012, quando a empresa iniciou a série histórica. Dentre as modalidades de crédito, o cheque foi a alternativa mais utilizada pelos devedores, registrando aumento de 25,1%. Na sequência, estão os títulos protesta-

dos, com avanço de 25%. Na região Sul, a devolução de cheques em 2015 foi 4,5% do total de cheques compensados, maior que a devolução de 4,29% registrada no ano anterior. Conforme a pesquisa, o índice não subiu mais porque as dívidas não bancárias (junto aos cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água) e a inadimplência com os bancos apresentaram queda de 2,3% e 1,5%, respectivamente. O número de dívidas em atraso também apresentou alta, de 5,02% na variação anual e 2,83% na mensal, maior crescimento registrado em abril desde 2010. No mesmo mês, o indicador de recuperação de crédito sofreu a terceira queda consecutiva, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. O recuo foi de 7,4% e mostra a dificuldade do consumidor em pagar as contas em atraso. Ainda assim, em oposto a

situação do país, o percentual de famílias gaúchas endividadas apresentou recuo nos primeiros três meses do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. O índice passou de 54,4% para 44,8%, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC-RS). Considerando a média em 12 meses, o endividamento também apresentou queda, saindo de 56% em março de 2014 para 55,2% em abril de 2015.

SPC projeta melhora para 2016 De acordo com o SPC Brasil, o crescimento das dívidas em atraso neste mês ainda deve ser mais forte que o padrão dos anos anteriores. Entretanto, a instituição projeta melhoras até o final do ano, após a conclusão do ajuste fiscal e retomada da expansão econômica, o que levará a uma queda no número de inadimplentes em 2016.

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Como fazer o planejamento financeiro Faça um levantamento de tudo o que você recebe no mês e das compras que entende serem necessárias (das quais não pode abrir mão). Verifique quais compras fez a prazo. Elas se tornarão, nos próximos meses, parte das contas a pagar. Observe por quantos meses (número de parcelas) são essas compras a prazo e o que elas comprometerão da sua renda. Lembre-se que, nos próximos meses, terá que ser mais controlado, pois há uma parcela maior da renda que precisa ser destinada ao pagamento dessas contas. Compare as taxas de juros antes de tomar um empréstimo. Faça uma pesquisa nas lojas e nos bancos, e sempre busque a taxa mais baixa. Antes de fazer uma compra, confira o seu planejamento financeiro: ele lhe dirá o quanto ainda é possível gastar no mês. Não faça dívidas que superem 30% do total da renda mensal. Procure poupar pelo menos 10% de seus ganhos, que poderá ser útil em caso de emergência. Evite utilizar cheque especial e cartão de crédito, afinal, os juros dessas modalidades de crédito são altos.


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Sábado, 16 de maio de 2015

Cães e gatos

Pena de reclusão para maus-tratos Projeto de Lei que aumenta a detenção para quem comete violência contra animais foi aprovado, mas não deve ser a solução VITÓRIA LOVAT

Vitória Lovat geral1@jornalsemanario.com.br

N

a última semana de abril, o Projeto de Lei 2833/11, que aumenta a pena de detenção para quem comete crimes contra a vida, a saúde, a integridade de animais domésticos, exóticos e silvestres, foi aprovado pela Câmara dos Deputados. A proposta é do deputado Ricardo Tripioli (PSDB) e ainda precisa ser votada pelo Senado. A Lei Federal nº 9605/98 prevê que as agressões sejam tratadas como crimes desde a década de 1980, mas a pena detenção de um a três anos é enquadrada como menor potencial ofensivo, o que significa que dificilmente alguém será preso diante desta legislação. O novo projeto garante que exista a pena de reclusão de cinco a oito anos para quem matar um destes animais, mesmo sendo cometido por controle populacional ou de doenças. A não prestação de assistência ou socorro para cães ou gatos também pode gerar pena. Há exceção para eutanásia, se o animal já estiver em processo de morte irreversível. O deputado alegou que a Lei Federal não tem sido efetiva para inibir estes tipos de crime e que, com uma pena mais alta, pode vir a funcionar. O fiscal regional da Associação Rio-grandense de Proteção aos Animais e ao Meio Ambiente (Arpa), Jorge Acco, diz que, de fato, a aprovação do projeto de lei não mudará nada no trabalho que é realiza-

ção e afirma que não adianta aprovar uma norma se ela não obrigar os municípios a trabalharem. “Hoje não existe um mecanismo real para combater os maus-tratos de forma efetiva, por isso eu acho que nada vai mudar. A pena aumenta, que bom, mas o que precisa ser modificada é a cultura da população”, defende.

Caracterização do que é crime

Sargento Edjacson diz que é preciso diferenciar o que são maus-tratos do aqui no município. Segundo ele, a assistência para cães e gatos abandonados são feitos por poucos agentes pagos e por muitos voluntários. “O bem estar animal em Bento Gonçalves depende da boa vontade das pessoas que se identificam com os pets”, afirma. Acco defende que a pena maior não determinará um serviço direcionado especialmente os animais e diz que o ideal seria a construção de um canil e um gatil municipal

para que os animais recolhidos tenham um lugar onde ficar. Entretanto ele lembra que é um projeto que precisa ser tratado com muita cautela, já que tende a virar um depósito de animais. “Precisa ser um local digno porque os bichos não merecem ser recolhidos da rua e ser colocados em um espaço ainda pior”, completa. O secretário geral da Associação Ativista Ecológica (Aaeco), Gilnei Rigotto, destaca a complexidade da situa-

O responsável pelo Comando do 3º Grupo de Polícia Ambiental de Bento Gonçalves (GPA), segundo sargento Edjacson Rodrigues da Silva, destaca que é imprescindível saber diferenciar o que é, de fato, maus-tratos. Segundo ele, é trabalho da Polícia Ambiental atender ocorrências de crime ambiental, atendendo as normas legais. “Maus-tratos de animais é enquadrado como crime desde antes do decreto de Getúlio Vargas, mas as punições até o momento são enquadradas em menor potencial ofensivo e aí existem muitos recursos que podem ser utilizados pela defesa e é muito difícil uma prisão ser executada”, explica. Os oficiais do GPA não terão interferência no seu trabalho, mesmo se o Projeto de Lei for aprovado pelo Senado, já que a partir do momento em que o criminoso é encaminhado para a delegacia e a pena altera, não é mais trabalho da Polícia Ambiental. O GPA recebe denúncias diariamente de violência contra cães e gatos, mas o sar-

gento Edjacson lamenta que a maioria não seja verdadeira. O oficial diz que muitas ligações atendidas dizem respeito a animais que estão presos em coleiras ou sem comida por algum período, e que as pessoas precisam se conscientizar e saber realmente o que é crime ou não. “O que está havendo é uma humanização dos animais, muitas pessoas acham que porque um cachorro não está vestindo uma roupa já é violência. Não é. Os animais têm organismos diferentes dos nossos e nem tudo o que o pet shop oferece é dever do dono ter no seu cão”, ressalta. O sargento explica que rinha de animais, confinamento e abandono são considerados maus-tratos, assim como qualquer tipo de ferimento que for diagnosticado e não tratado. “Mas precisamos ter cautela. Estar em uma coleira grande que permite o animal se locomover não é confinamento, assim como dar comida uma vez ao dia e um pouco de água não é abandono”, completa. A incriminação de culpados por maus-tratos também é difícil, de acordo com o sargento, já que em casos de abandono dificilmente se sabe quem antes tomava conta daquele animal. “Quem faz uma denúncia precisa estar disposto até o fim do processo, anotar placas de veículos quando ver animais sendo jogados em vias públicas ou não ter medo de se indispor com seu vizinho, porque, com exceção de uma prisão em flagrante é difícil o crime ter um desfecho sem testemunhas”, finaliza.

Trabalho voluntário de ONGs é solução temporária O presidente da ONG Patas e Focinhos, Alexandre Faccenda, diz que é importante ver a mobilização na Câmara dos Deputados porque mostra que ainda mais pessoas estão interessadas pela causa animal. Segundo ele, é fundamental que existam medidas de repressão. “Sabemos que existe uma grande diferença entre o que é aprovado pela Câmara e o que acontece, de fato. Nós torcemos para que ela também seja provada pelo Senado e que o que está prome-

tido no papel ocorra na prática também”, afirma. Segundo Faccenda, é difícil que ocorram punições para quem maltrata animais domésticos por dois motivos: a falta de uma equipe especializada e as denúncias que não procedem. “Existem dois fiscais que trabalham aqui na cidade e, por questões de outras funções, eles dedicam apenas a segunda-feira para verificar as denúncias. Como se perde muito tempo com o que não

tem procedência o trabalho não traz resultado”, explica. O problema, segundo o Faccenda, é que uma ONG não exerce poder legal, então não pode recolher animais contra a vontade dos donos, não pode realizar qualquer ação além de tratar animais machucados. “O nosso trabalho é prestar assistência para cães e gatos feridos e sem dono, porém nós não realizamos recolhimentos de animais de rua que estão saudáveis por não termos es-

trutura física para acolhê-los”, relata. A associação não possui sede física, por isso, os animais tratados pela agência são encaminhados para lares temporários, onde voluntários se prontificam a cuidar dos cães e gatos até que estes estejam saudáveis o suficiente para ir para adoção. “Nós procuramos fazer o trabalho de uma forma completa. Desde o recolhimento e o tratamento até o encaminhamento para uma

adoção responsável. Para isso, nós fazemos entrevistas com as pessoas que querem adotar o animal e visitas para verificar se ela tem condições de cuidar bem daquele pet”, resume. Faccenda diz que os interessados em ajudar podem entrar em contato com a organização por meio da página do Facebook “Ong Patas Focinhos”. “Precisamos de mais voluntários para lares temporários, mas qualquer ajuda é bem vinda”, completa.


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Ivanice é protetora dos animais no bairro Santa Helena VITÓRIA LOVAT

Há mais de 10 anos, a diarista Ivanice Flamia Bettiol cuida de animais abandonados no bairro Santa Helena, vítimas de maus-tratos. Ela tem 13 cães e 10 gatos dentro de casa, todos frutos de abandono ou algum tipo de violência, e cuida de mais outros 20 gatos que estão em um terreno baldio perto de sua casa. Ivanice afirma que toma conta dos pequenos com muito amor, mas com pouco dinheiro, já que todos precisam de comida e muitos também de remédios por estarem velhos e enfermos. A protetora dos animais relata que já viveu experiências de extremo ódio e violência contra cães e gatos no seu bairro, mas que isso não a desmotiva de tentar acolher todos que pode e dar uma vida digna, mesmo aos mais velhos e doentes. “A incidência de maus-tratos aqui no bairro é muito grande. Se não fosse, eu não teria tantos animais comigo. As pessoas não se dão o trabalho de dar um prato de comida para o bichinho que está ali passando fome em

Moradora pede ajuda da comunidade com doação de ração e remédios

frente a sua porta, mas se dão o trabalho de dar uma pedrada e gritar insultos no meio da rua”, desabafa. Segundo ela, algumas vizinhas a ajudam no cuidado, doando ração, medicamentos e até comida para manter os bichos. Contudo, a ajuda das amigas não é suficiente, principalmente quando se trata de remédios. “Eu vejo eles com dor, sem os medicamentos necessários e isso me deixa triste e impotente. Eu faço o que posso, sabe? Dou comida, água, um lugar quentinho para dormir e amor, mas talvez não seja suficiente. Eu tenho um cão cego, outro com problema mental, sem contar quando preciso tratar alguns ferimentos dos recém-chegados”, lamenta. A diarista ficou reconhecida no bairro por ser a protetora dos animais, o que faz com que ainda mais pessoas abandonem animais em frente a sua casa. “Tem pessoas que deixam seus animais aqui. Quando eu sei de quem são e vou devolver, ouço de tudo, inclusive

que se eu não cuidar do bicho, ele será envenenado”, relata. O que deixa Ivanice mais tranquila é saber que quase todos os animais são castrados e que os procedimentos foram realizados sem custo por meio do Poder Público Municipal. Segundo ela, só falta um fazer a cirurgia, que já está marcada para esta semana. “Sou muito grata por isso, mas o poder público ainda precisa avançar nos serviços de assistência aos animais”, declara. Ivanice conta que, em meio ao desespero, já tentou pedir ajuda para políticos, mas que poucos são os que estendem a mão. “Eu pedi ajuda para o vereador Gilmar Pessuto, queria ver se ele ou o Poder Legislativo podiam fazer alguma coisa por mim. Sabe qual foi a resposta que obtive? Ele disse que eu deveria abrir o portão e deixar todos irem embora. Simples assim”, lamenta. A diarista diz que qualquer ajuda é bem-vinda e que os interessados em auxiliar podem entrar em contato por meio do telefone (54) 9100.2010.

Projeto do Poder Público aposta na prevenção família sobre os bons hábitos que são necessários com os cães e gatos e a adoção responsável. Esta ação deve gerar resultados a longo prazo, as mudanças não são imediatas”, afirma. Cynthia lembra que a liberação de castrações é uma das prioridades da Prefeitura, já que inibe o crescimento de animais nas ruas e destaca que o número de procedimentos só tem aumentado nos últimos meses. “Junto destas duas ações, nós queremos fazer uma campanha publicitária com enfoque infantil, para que as crianças tenham ainda mais fixa a ideia que já foi repassada em sala de aula”, enfatiza. A campanha publicitária será desenvolvida no mês de outubro para que, junto das comemorações do aniversário do município, seja possível realizar a escolha do nome do mascote da campanha da primeira-dama. O canal para que as denúncias de maus-tratos sejam feitas para a prefeitura é apenas pelo telefone 0800.979.6866. Cynthia explica que a ligação será tratada como qualquer outra que chegar ao Poder Pú-

DIVULGAÇÃO

No segundo semestre de 2014, a prefeitura de Bento Gonçalves lançou o Grupo de Trabalho Cães e Gatos, um projeto do Gabinete da Primeira-Dama com o objetivo de fiscalizar e combater os maus-tratos, controlar a população de animais, enfatizar a ideia da adoção responsável, promover feiras de adoção e fazer um estudo sobre a situação dos animais abandonados e em vulnerabilidade no município. Nos três primeiros meses do ano, o projeto deu os primeiros passos, mas de acordo com a primeira-dama, Cynthia Pasin, só em outubro ele tomará a força desejada. Cynthia afirma que as ações educativas começaram junto com o ano letivo em Bento Gonçalves e que os profissionais estão passando nas turmas de terceiro ano para debater o assunto com as crianças. “Nós achamos importante começar pelas crianças porque são elas que levam os pensamentos e ideias para dentro de casa. Os pequenos vão ajudar a conscientizar a

O mascote da campanha ganhará nome em outubro, após concurso blico. Ela ressalta que a partir do momento que a denúncia é recebida, ela é repassada para o setor responsável que irá proceder de acordo com um protocolo. “Existe uma fluência de trabalho, existem as vistorias por parte de nossos fiscais e, se a denúncia proceder eles são notificados e todo o processo será seguido. Porém, é preciso que se tenha muito cuidado já

que a maioria das que recebemos aqui não procede”, destaca. Ela destaca que, quando as denúncias são caracterizadas como crime, o poder público recorre a Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram). Sobre a construção de um canil e gatil, a primeira-dama se mostrou totalmente contra, já que, para ela, esta é uma prática ultrapassada que não gera bene-

fício para o animal, tampouco para a sociedade. “Construir um lugar desses está fora de cogitação. Precisamos trabalhar em formas de prevenir que os animais estejam na rua e não, simplesmente recolhê-los”, salienta. Cynthia enfatiza que a participação das Organizações Não Governamentais e todos os voluntários que trabalham pela causa animal são de extrema importância para o município. Porém, ela diz que Poder Público se limita em ajudar estes órgãos, já que, de acordo com a legislação não é seu dever. “É preciso que se entenda o que é dever do Poder Público. Nós precisamos prestar contas de cada valor gasto aqui na Prefeitura e não podemos registrar um gasto com ração, por exemplo, quando não temos a possibilidade de enquadrar isso em um gasto público. Eu, assim como outras pessoas que trabalham pela cidade, já ajudamos as Ongs, de uma forma particular, porque é o único jeito que encontramos, mas é difícil tirar dinheiro do bolso sempre”, ressalta.


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Revitalização do Municipal

Obras podem ser interrompidas Empreiteira alega que não terá como continuar os trabalhos, caso o repasse de recursos não aconteça na próxima semana FOTOS LEONARDO LOPES

Marcelo Dargelio marcelo@jornalsemanario.com.br

A

s obras de revitalização do bairro Municipal correm um sério risco de serem interrompidas nos próximos dias. O bloqueio do repasse dos recursos para o projeto, feito pelo Governo Federal, deve fazer com que a empresa responsável pelos trabalhos paralise suas atividades até que seja realizado o pagamento de mais de R$ 600 mil que estão atrasados. A prefeitura corre contra o tempo para evitar este transtorno àquela comunidade. O diretor da empresa NCM Construções, responsável pelas obras no Municipal, Nielson Motta, revela que está preocupado com a falta de repasse dos recursos da obra. Ele informa que 42% dos trabalhos foram concluídos, porém, apenas 5% foram pagos à empresa. Mesmo assim, o diretor salienta que todos os compromissos estão sendo honrados com funcionários

Verbas não estão sendo repassadas e prefeitura corre atrás de recursos para continuar projeto no bairro e fornecedores. O proprietário garante que não tem mais como arcar com os custos da obra se não receber os valores devidos nos próximos dias. “Infelizmente estamos enfrentando este problema nos três estados do Sul que atuamos. Do jeito que está, teremos que

elencar prioridades e algumas obras terão que ser paralisadas para não comprometermos o caixa da empresa”, explica Motta. De acordo com o secretário de Governo, Enio De Paris, os recursos não estão sendo liberados na Caixa Federal,

por determinação do Governo Federal. Com isso, a prefeitura pagou a primeira parcela com recursos próprios e negocia com a empreiteira para o pagamento da segunda parcela e a retomada dos trabalhos no Municipal. Ele explica que a cada 20% do trabalho conclu-

ído, técnicos da Caixa fazem o levantamento do que foi feito e encaminham seus pareceres para a liberação do dinheiro, o que não vem ocorrendo, mesmo com a obra atingindo mais de 40% de conclusão. “O que está acontecendo é que o recurso federal não está chegando e a prefeitura está tentando resolver o problema, procurando a melhor solução e investindo recursos próprios para que a obra não pare”, afirma o secretário. A Caixa Federal confirma que estão sendo feitos bloqueios de recursos. Por meio de sua assessoria de imprensa, o banco informa que o Governo Federal exigiu que a liberação de verbas fosse realizada de forma mais criteriosa, sendo analisado caso a caso. As liberações continuam sendo feitas, mas de forma mais lenta e seguindo uma série de normas exigidas pelo governo. Mesmo os recursos que estão disponíveis não têm uma previsão de quando serão liberados.

Moradores denunciam abandono Os moradores denunciam que há vários problemas nas ruas do bairro e que o número de pessoas trabalhando foi reduzido drasticamente. Na terça-feira, 14, um ônibus do transporte coletivo ficou desgovernado e chocou-se contra uma residência, provocando sustos na vizinhança e também nos passageiros. Devido ao acúmulo de barro, mesmo trafegando por uma rua calçada, o veículo deslizou por cerca de 20 metros antes de colidir no imóvel. A casa atingida é do serviços-gerais Emerson dos Santos e Silva, de 22 anos. Ele relata que foi o terceiro acidente no mesmo local e que construiu um reforço junto a rua, o qual foi fundamental para segurar o coletivo. A dona de casa Clair Nunes, 21, vive um verdadeiro drama ao lado de sua família. O local onde vive com o marido, a mãe e o filho de um ano e três meses está sendo soterrado aos poucos. “O problema é que quando a construtora veio colocar os tubos na rua, tiraram toda a terra e colocaram para cima. Ao invés

de arrumar, deixaram ali. Com as chuvas, a terra veio por cima da minha casa, ela fica alagada e tudo vira um lamaçal. E outra questão é que os carros sobem esta rua patinando, imagina se um deles se desgoverna e invade a minha casa? Eu tenho meu nenê pequeno e durmo perto da rua. O medo é constante”, conta. O presidente da Associação de Moradores do Bairro Municipal, José Natalício dos Santos, o Zé da Gaita, afirma que faz mais de duas semanas que as obras nas ruas estão paradas. “A situação da rua Lajeadense está crítica, pois os funcionários da empresa responsável pela obra não aparecem por aqui faz duas semanas. Eles nos disseram que não receberam o dinheiro do governo e por isso não iriam continuar a obra”, salienta. A rua Lajeadense é a principal via de acesso ao Municipal e, devido às chuvas constantes e ao trabalho de colocação das tubulações, está praticamente intransitável. Nielson Motta, da NCM Construções, afirma que os traba-

lhos seguem acontecendo, mas de forma reduzida. Ele culpa o excesso de chuvas que caiu nas últimas semanas pela redução da mão de obra no bairro. “Sabemos que o pessoal quer ver as máquinas trabalhando, mas com o acúmulo de chuvas ficou impossível colocar o maquinário pesado para funcionar. Deixamos cinco funcionários fazendo pequenos reparos em alguns pontos até que o solo fique mais denso”, explica o diretor. O secretário de Viação e Obras Públicas, Sérgio Gabrielli, conta que houve reclamações dos moradores sobre a péssima situação das ruas. Na quinta-feira, 14, medidas paliativas foram tomadas para amenizar os transtornos. Gabrielli explica que cargas de brita foram colocadas nas ruas sem calçamento para melhorar o tráfego de veículos no bairro. “Não podemos fazer muita coisa, pois há uma empresa contratada trabalhando”, revela o secretário. (colaboraram Leonardo Lopes e Cleunice Pellenz)

Pedestres têm dificuldades para transitar pelas ruas do bairro

Clair Nunes acionou a Defesa Civil pois sua casa está sendo soterrada


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São Roque

Imigração vai ser tema de palestra Em conjunto com o 6º BCOM, aspectos diversos serão debatidos durante as missas do final de semana na Paróquia Cleunice Pellenz geral5@jornalsemanario.com.br

N

este final de semana, dias 16 e 17, as celebrações de missas na Paróquia São Roque terão a presença do 6º Batalhão de Comunicações (6º BCOM) ministrando palestras sobre imigração. Os militares irão relatar suas experiências no Haiti. Segundo o padre Celso Luís Ciconetto, o momento é oportuno para discutir esta questão, em vista a proximidade de Corpus Christi, da presença de haitianos no município e o período da Campanha do Agasalho. “Estamos trabalhando com a coleta de cobertores, o chamado tapete solidário. Mais do que doar, tem que ser criado um sentimento de irmandade e ver que a pobreza não é um castigo divino, mas tem causas sociais e políticas e que somente a solidariedade internacional pode vencer este e outros problemas. É necessária então a solidariedade”, reflete. De acordo com o tenente-coronel José Augusto Bognoni Lós Reis, do 6º Batalhão de Comunicações, será repassada a população a experiência dos soldados que foram para o Haiti. “Os que foram para lá vão palestrar sobre o tema para tentar ajudar a igreja”, salienta.

Imigração no Brasil Conforme a ONG Human Rights Watch, além da guerra civil de 2004, o Haiti foi atingido, em 2010, por um terremoto que destruiu a capital e deixou mais de 200 mil mortos, 300 mil feridos e aproximadamente um 1,5 milhão de desalojados. Nesse cenário, a imigração foi o caminho encontrado por milhares de haitianos. E uma alternativa foi a busca de oportunidades no Brasil. Eles chegaram ao país com o intuito de trabalhar e dar condições dignas aos seus familiares. Segundo a Associação dos Haitianos, Bento Gonçalves conta hoje com uma população aproximada de 1.700 habitantes haitianos.


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Literatura infantil

Criatividade no incentivo à leitura Escolas municipais de Bento Gonçalves desenvolvem diferentes formas de cultivar o hábito de ler desde a infância FOTOS BRUNA MARIA DE MOURA

Bruna Maria de Moura geral1@jornalsemanario.com.br

A

s crianças da era digital serão leitores no futuro? Esse é um questionamento bastante comum em meio a tanta tecnologia ao alcance das mãos dos pequenos. A leitura é uma motivação para o crescimento intelectual e é fundamental os pais e professores incentivarem o primeiro despertar para a literatura. Segundo estudiosos, a área do cérebro responsável pela linguagem está muito mais ativa na infância. Em Bento Gonçalves são realizadas várias atividades para influenciar desde cedo os alunos da educação infantil a tomarem gosto pela prática. A secretária de Educação de Bento Gonçalves, Iraci Luchese Vasques, acredita que o ensino começa ainda no berçário das escolas de educação infantil. “As crianças têm contato com a leitura, através do trabalho realizado pelos educadores infantis”, cita Iraci. Ela explica também que quando eles entram no Jardim A, com quatro anos, já frequentam o laboratório de informática para atividades lúdicas, além do trabalho realizado pelos professores regentes de classe e os professores da parte diversificada, realizando a literatura infantil dentro do laboratório. Outro projeto para cultivar a leitura é a “Contação de Histó-

Alunos apreciam os livros e revistas durante o trajeto para a escola

rias”, realizado pela pasta e o Congresso Brasileiro de Poesia. Eles contemplam visitas de escritores e professores nas escolas, para realizar leituras e durante a Feira do Livro os escritores vão para as escolas com atividades relacionadas à leitura e educação. “Não temos uma feira itinerante, mas a secretaria traz escritores, como a Leia Cassol este ano, para ir às escolas e, junto com os professores da rede municipal e particular, dar aporte às aulas de literatura infantil”, conta. Iraci também ressalta que as escolas estão oportunizando e incentivando o hábito para que tenham adultos leitores. A família também tem um fator determinante, pois pais leitores consequentemente criam filhos leitores. “Temos que ter a responsabilidade de oferecer para nossas crianças leituras de qualidade e mostrar a eles que o livro nos proporciona viajar e conhecer outras realidades. Além de melhorar a capacidade de escrita e interpretação”, explica.

Bolsa de livros

Os pequenos aproveitam o intervalo para conhecer mais histórias

Uma atividade bastante criativa é a da Escola Municipal de Ensino Fundamental Tâncredo de Almeida Neves, que teve a ideia da criação de uma “bolsa de livros”. A diretora da escola, Nelita Zanovello, firmou parceria com a empresa que realiza o transporte dos

alunos, colocando no ônibus bolsos com livros e revistas que podem ser apreciados pelos alunos durante o trajeto de ida e volta para a escola. Esse mesmo bolso também foi confeccionado especialmente para ser colocado atrás das portas das salas de aulas, para eles lerem nos intervalos. Outro incentivo da escola é o projeto “Leitura e Escrita: Compromisso de Todos”, que tem como objetivo estimular de forma criativa a descoberta do prazer de ler. A diretora explica que eles oferecem condições sistemáticas para desenvolver melhor as competências de leitura e escrita por meio da compreensão dos diversos gêneros textuais. “A escola tem o hábito de reservar meia hora semanal para isso e após o término os alunos tem uma ficha, onde respondem questionários sobre o livro lido. E a biblioteca também disponibiliza livros para eles levarem para casa”, ressalta. Adriane Anghebem Litelven, professora de português do colégio, conclui que a prática da literatura para todas as disciplinas é fundamental. “A partir do momento que formamos bons leitores, eles conseguem resolver questões de matemática, entender história e todas as outras disciplinas. Eles adquirem mais conhecimento, tem mais argumentos, vocabulário, transformamos pessoas mais autônomas”, salienta.


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“É uma construção em conjunto: família, escola e sociedade”

Bibliotecária Eloisa busca formas criativas de contar histórias às crianças

JS - Como bibliotecária, de que forma você vê o incentivo à leitura, na infância e na adolescência? Eloisa - O bibliotecário pode trabalhar justamente com essa área de incentivo, e é o que eu mais gosto. Os jovens estão lendo muito pouco, principalmente a população brasileira, pois os valores dos nossos livros são mais caros do que em outros países que têm um número maior de leitores. Mas temos ótimas bibliotecas públicas em condições de atender a população.

JS- Qual o sentido de cultivar o hábito da leitura na sua visão? Eloisa - A leitura nos humaniza, informa, diverte, faz com que tenhamos interação com as pessoas, repassando a informação ou discutindo com os amigos sobre o que acabou de ler. Ela nos faz viajar e nos apaixona. Mas além de tudo, ela nos deixa mais inteligentes e conscientes. Precisamos da leitura para tudo no cotidiano. O incentivo é importante para que todos compreendam a necessidade dela. É necessário

DIVULGAÇÃO

Formada em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Eloisa Dálmas Guerra trabalha com foco no incentivo à leitura para crianças. O tema também foi explorado por ela na sua pesquisa de conclusão de curso. Para criar o hábito nos mais jovens, ela busca , por exemplo, formas criativas para a contação de história e salienta que a participação da família é fundamental neste processo.

que se torne um hábito prazeroso e não uma obrigação. JS – Existe dificuldade nesse processo de incentivo? Quais as formas que poderiam ser usadas para provocar mais, principalmente na infância? Eloisa - Eu trabalho muito com o incentivo, faço 11 horas do conto por semana, atendendo todas as turmas do turno da tarde. Estamos sempre trabalhando e pensando em formas diferentes de fazer essa conta-

ção, para cativar os alunos para esse mundo, principalmente nessa fase da infância, que é quando se formam os leitores com mais facilidade e que serão assim para a vida toda. Temos o Clube da Leitura, uma ação feita com os alunos dos 5º e 6º anos do Ensino Fundamental, e estamos nos organizando para iniciar algo com o Ensino Médio, no sentido de trabalhar as leituras obrigatórias do vestibular e demais leituras que sejam prazerosas. Para ambas as ações, trabalhamos em conjunto na escola, bibliotecária, professoras, coordenação e direção. JS – Qual o sentido desse trabalho para a sua vida? Eloisa - É um trabalho que deve ser feito com amor e dedicação. Acho que nós temos que ser o exemplo. Eu amo ler, passaria o dia lendo, desde que aprendi, com quatro anos. O que tento fazer é passar para os alunos essa minha paixão por cada história, por conhecer coisas novas, por me encantar com cada personagem e entrar no mundo deles.

JS - Numa visão de futuro, qual a prática que seria ideal para formar leitores conscientes no amanhã? Eloisa - É um trabalho de formiguinha, vamos cativando um a um e passando essa corrente. Acho que o acesso à informação é fundamental, pois leitura não é somente literatura, mas também de jornais, revistas, entre outros. A questão do digital auxilia muito sim, mas o contato com o livro, com o suporte papel é fundamental para pegar o gosto por ele e pela leitura. Contar histórias e proporcionar momentos de leitura são fatores importantes e a família se insere nesse contexto. É preciso ter o momento de leitura para o filho. A pessoa vai relacionar o momento gostoso que teve com seus pais e familiares com a leitura. É uma construção em conjunto: família, escola, sociedade, município. Podemos explorar textos divertidos e que incentivem a reflexão para assuntos atuais e os valores que são essenciais na vida do ser humano, mas que às vezes, infelizmente, acabam se perdendo.


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Ações buscam envolver pais e alunos Dificuldade é maior FOTOS DIVULGAÇÃO

A “sacola literária” tornou-se um atrativo na escola Aurélio Frare

Professores usam a leitura para desenvolver aptidões nas crianças atividade que envolve leitura e confecção de brinquedos. Alunos do berçário foram incentivados a confeccionar peças com base no livro “Saco de Brinquedos”, de Carlos Urbim. Enquanto escola, temos a responsabilidade, junto às famílias, de desenvolver o gosto pela leitura e isso ficou bem evidenciado no trabalho que viemos desenvolvendo ao

longo destas semanas. Ver a empolgação das crianças ao chegarem na escola, com os brinquedos feitos por eles com o auxílio dos pais, foi maravilhoso. As crianças ficaram felizes em compartilhar com os colegas, professoras e auxiliares de educação infantil o que tinham feito e puderam brincar e explorar isso de forma prazerosa,” lembra a diretora.

nas regiões periféricas Muitas escolas municipais têm como objetivo cultivar o hábito da leitura, porém algumas enfrentam grandes dificuldades para atingir essa meta. Criatividade e força de vontade são algumas características dos professores na hora de incentivar os alunos, mas o primeiro tropeço vem quando necessitam de apoio financeiro e oportunidades para levá-los aos eventos na cidade. Na Escola Municipal Fenavinho, o trabalho é realizado durante todo o ano letivo. A diretora, Vania Arcari Orso, diz que procura incentivar as crianças dentro das condições que a escola oferece, mas enfrenta muitas barreiras. A instituição conta com ajuda financeira do Círculo de Pais e Mestres (CPM) e do governo para poder comprar livros e abastecer a biblioteca. É dessa forma que também são arrecadados fundos para levar os alunos em feiras e eventos que incentivam a leitura. “Inclusive neste ano não tivemos como ir à Feira do Livro Infantil do Sesc porque isso gera custos, os quais não pudemos arcar”, lamenta a diretora. Vania conta que os alunos

estão empolgadíssimos com o projeto “Alice no País das Maravilhas”. A ação envolve todo o corpo docente, que se reúne para desenvolver trabalhos durante o ano, baseados nessa história. “Disciplinas como literatura e musicalidade fazem ações diferenciadas em cima do conto. São trabalhados os capítulos, eles desenham, escrevem, tudo relacionado a isso. E no final do ano a gente faz um espetáculo com teatro, dança, e as crianças se apresentam”, explica. Ela também salienta que a escola tem uma biblioteca e que os alunos podem pegar os livros uma vez por semana para ler em casa. A supervisora, Suelen Minuscoli, também relata que esse projeto envolve todas as turmas, desde o jardim A ao quinto ano. “O nosso objetivo é incentivar a leitura e, neste ano, também trabalhar os valores, como o medo através desse clássico da Alice no País das Maravilhas”, conta. Ela ainda afirma que por conta da tecnologia, os alunos não tem o hábito da leitura, que é preciso chamar a atenção de forma diferente para conseguir prendê-los ao livro. BRUNA MARIA DE MOURA

Escolas do munícipio estão empenhadas em construir um trabalho para conseguir aproximar os alunos cada vez mais da literatura. A criatividade, segundo as diretoras, é a peça fundamental para realização para atingir esse objetivo. Na escola municipal Aurélio Frare, não é diferente. A diretora, Stael Machado Invernizzi, diz que existem dois projetos em andamento. Um deles, chamado “Leitura dá Asas à Imaginação”, é um programa semanal, onde todas as terças-feiras as crianças tem trinta minutos de leitura. Além disso, as professoras tem a “sacola literária”, que contém livros e revistas que os alunos podem levar para casa podendo dividir o momento literário no ambiente familiar. “Um grande objetivo da escola é trazer a comunidade para se aproximar de nós, podendo envolver os pais dos alunos nesse incentivo e eles poderem ajudar a criar o hábito em suas casas também”, explica. A professora Eva de Andrade diz que o projeto desenvolvido nos 3º e 4º anos é diversificado, montando um ambiente que desperte a imaginação e o conhecimento. “Levamos a literatura às suas casas, colocando dentro da sacola literária vários tipos de livros e revistas. Se construirmos bons leitores, teremos bons escritores”, comemora a professora. Na Escola Municipal Infantil Recanto Alviazul, no bairro São João, os professores também envolvem os pais na magia da literatura. Segundo a diretora Bruna Bertuol, recentemente foi realizada uma

Alunos da Fenavinho não foram à Feira do Livro devido à falta de verbas


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Estratégias para levar a feira mais longe O diretor de marketing, Rafael Fantin, fala sobre o trabalho de divulgação nos últimos dias antes da abertura do evento VITÓRIA LOVAT

Vitória Lovat projetos@jornalsemanario.com.br

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pouco mais de duas semanas da abertura da 25ª edição da ExpoBento, a diretoria está empenhada nos últimos ajustes e na divulgação do evento pela cidade e região. O trabalho de marketing foi desenvolvido com base nos principais shows e projetos que ocorrerão no Parque de Eventos. Isso além dos atrativos que o município de Bento Gonçalves oferece e toda a representatividade da imigração e cultura italiana presentes aqui. O enredo da campanha homenageia a cidade não apenas em toda a identidade visual desenvolvida, mas também no discurso de convite ExpoBento. O trabalho, segundo o diretor de marketing, Rafael Fantin, é divulgar a ExpoBento como se não houvesse fronteiras e fazer com que o evento chegue ao maior número de pessoas possível. “Eu gostaria de trabalhar sem limitações de cidades ou Estados e dizer para todas as pessoas possíveis que aqui é um bom lugar de se conhecer e melhor ainda quando se pode desfrutar de um evento do porte da ExpoBento”, afirma. O desenvolvimento da edição deste ano começou logo após a finalização da 24ª edição, entretanto o planejamento de marketing começou a ser determinado no início de 2015 e ganha cada vez mais força a medida que a feira se aproxima. “Nós, de certa forma, dependemos da comercialização dos estandes para começar o trabalho, porque o marketing precisa dos recursos financeiros disponíveis para poder atuar nas mídias e fazer a divulgação planejada”, coloca.

Ingressos à venda Os ingressos para a ExpoBento estão a venda pelo site da Blueticket, nas Lojas Benoit, Papirus e Escola Infoserv. Na compra de ingresso para qualquer um dos shows, o consumidor ganha a entrada da feira. 4/6 às 16h: Frozen e Lobo Mau e os 3 Porquinhos 5/6 às 23h: Jota Quest 6/6 às 20h: Show beneficente Padre Ezequiel Dal Pozzo 9/6 às 22h30min: Teatro do Pretinho Básico 12/6 às 23h: Universo Alegria Serra (Jorge & Mateus, Lucas e Felipe, Guilherme & Santiago e Hugo & Tiago) 13/6 às 23h: César Oliveira e Rogério Melo e Luiz Marenco

Rafael Fantin diz que os projetos que ocorrerão junto aos estandes são importantes para atrair o público

A feira em todos os lugares Na semana passada, Fantin, junto do presidente Laudir Piccoli e representantes da assessoria de imprensa Conceito Com, visitaram os principais órgãos de imprensa da cidade para enfatizar que, em breve, o Parque de Eventos abrirá suas portas. “Nós precisamos investir nas mídias tradicionais já que é por meio delas que a maioria das pessoas fica sabendo do evento. Nós também apostamos nas mídias regionais, entretanto, estamos mais criteriosos com estas, avaliando o alcance de público e o retorno que pode nos gerar em números de visitantes”, explica. Outra aposta do planejamento de divulgação é a

atuação em mídia alternativa, como o site e as mídias sociais. No site do evento, as informações completas sobre a programação e projetos que ocorrerão ao longo da feira darão lugar também a uma cobertura em tempo integral do que está acontecendo durante os períodos de visitação. Os eventos no Facebook ajudam a unir o público de cada show específico, sendo um lugar para discutir sobre o evento e trocar informações sobre os artistas. “Acreditamos que a divulgação na internet é fundamental para o sucesso da ExpoBento, já que atinge um público diferente e que pode ficar sabendo com mais agilidade das novidades”, destaca. As tecnologias, como tablets e smartphones possibilitarão que o visitante tenha informa-

ções sobre o evento a qualquer momento e em qualquer lugar, podendo, inclusive interagir e publicar suas participações na feira. “As tecnologias possibilitam que nosso planejamento seja fortalecido e vamos usar isso a nosso favor”, completa. Além disso, os expositores também terão uma nova tecnologia disponível, com a criação do Wobller, um display que percorrerá estabelecimentos já confirmados e que se somarão à divulgação tradicional, estabelecendo uma conexão entre a empresa, a feira e os visitantes. “A ExpoBento está presente em todos os canais. O desafio é incrementar nosso público com potencial comprador, gerando negócios aos nossos expositores. Para isso, vamos seguir inovando, investindo em nossos parceiros e

apostando em novas possibilidades”, comenta. O diretor Fantin diz que o trabalho é ainda mais intenso nestas últimas semanas, mas que ele é feito de forma cautelosa. “Estamos trabalhando com os pés no chão, sem inventar nada de extraordinário, mas buscando trazer o resultado dentro daquilo que é garantido”, salienta. A expectativa, segundo ele, é ultrapassar a marca dos 200 mil visitantes e ver, no fim da ExpoBento, que a estratégia utilizada foi bem sucedida. “Espero que saia tudo dentro do que foi planejado. Estou vendo os primeiros passos da montagem dos estandes, a feira está ganhando forma e o trabalho dos últimos meses está saindo do papel. Tomara que tenhamos sucesso”, finaliza.


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Geral

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Sepultamentos

Serviço de cremação não está sendo utilizado Opção está disponível desde dezembro, mas não é divulgada à população FERNANDO SANTOS/PREFEITURA, DIVULGAÇÃO

Mateus Formolo falou com representantes de funerárias, hospitais e polícia sobre o novo sistema

Bruna Maria de Moura geral1@jornalsemanario.com.br

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ento Gonçalves está oferecendo, desde o início do ano, a possibilidade de cremação gratuita, para pessoas de baixa renda ou que não possuam um local para sepultamento e queiram realizá-lo no cemitério público. Estão autorizadas até 400 cremações por ano, sem custo para as famílias, mas, até o momento, o serviço não foi utilizado. A implantação do novo sistema visa auxiliar a redução de sepultamentos nos dois cemitérios públicos da cidade, que estão quase no limite de sua capacidade. De acordo com o assessor de direção do Grupo L. Formolo, responsável pelo crematório, Mateus Formolo, este serviço já está disponível para a população de Bento Gonçalves desde que a empresa ganhou a licitação da Prefeitura, ainda no mês de dezembro do ano passado. “Qualquer funerária

pode solicitá-lo para a pessoa interessada. Em Caxias do Sul já funciona muito bem este procedimento”, explica. Formolo acredita que a falta de divulgação do serviço para a comunidade é um dos fatores que provocou a inexistência dos interessados na cremação. O assessor explica que para solicitar este serviço é necessário que a família interessada entre em contato com a funerária que realizará o velório, para fazer a intermediação com a empresa responsável pelas cremações no município. Ele lembra que esta opção está sendo oferecida gratuitamente pela Prefeitura para famílias que optarem pelo procedimento e que comprovem renda mensal de até três salários mínimos. O assessor destaca que a cremação é realizada no Cemitério São José , em Caxias do Sul. As cinzas são devolvidas aos familiares após 15 dias da concretização do trabalho. Segundo o titular da Secretaria de Gestão Integrada e

Mobilidade Urbana, Mauro Moro, desde o ano passado, vem sendo realizada uma campanha permanente de recadastramento nos dois cemitérios municipais (Central e São Roque), onde há um número expressivo de sepulturas abandonadas ou ocupadas irregularmente. “Devido à falta de vagas, o Poder Público tem sido obrigado pela lei a locar carneiras em cemitérios particulares para suprir a demanda”, informa o secretário. Moro revela que outra tentativa para minimizar o problema foi realizar uma reunião com todos os órgãos envolvidos em sepultamentos da cidade, funerárias, hospitais, secretarias do município e polícia. O objetivo do encontro foi para deixá-los cientes da importância de divulgar o serviço de cremação. O secretário espera que a partir deste mês, a opção comece a ser apresentada aos familiares e que as cremações passem a acontecer de forma mais acentuada até o final do ano.


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Bairros

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São Vendelino

Hora do recreio fica mais divertida Escola Municipal Doutor Tancredo Neves possibilita aos alunos um aprendizado diferenciado através da pintura do pátio DIVULGAÇÃO

Cleunice Pellenz geral5@jornalsemanario.com.br

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stímulos às crianças são necessários para que elas possam crescer e se desenvolver de forma saudável. Em sala de aula, o aprendizado é constante, mas para continuar aprendendo, diversas brincadeiras podem ser realizadas com esse intuito. Exemplo disso é o que acontece em uma instituição de Bento Gonçalves, no bairro São Vendelino, onde a hora do intervalo ficou mais divertida após pintura no pátio. A Escola Municipal de Ensino Fundamental Doutor Tancredo de Almeida Neves investe na ação para promover atividades lúdicas nos horários de intervalo. A escola atende aproximadamente 400 alunos do Jardim A até o 9º ano e através do Círculo de Pais e Mestres (CPM) investiu na pintura do pátio. Dessa forma, durante os momentos de recreação, os estudantes aprendem as letras, a tabuada e os números que foram desenhados no chão e na parede da quadra esportiva. A atividade foi realizada no dia 1º de maio, feriado do Dia do Trabalhador, e foi apoiada pelos professores desde o início. A diretora, Nelita Maria

Crianças se divertem nos horários de intervalo e continuam aprendendo fora das salas de aula

Zanovelo, relata a importância da pintura para os alunos. “Os momentos de ludicidade são essenciais para que a aprendizagem aconteça de forma significativa e os desenhos do

pátio externo são representações dos conteúdos estudados em sala de aula”, ressalta. Além disso, a diretora comenta que o nome da instituição também será desenhado. “Esta-

mos realizando também a pintura do nome da escola na parte lateral do prédio, para melhorar a identificação do local, tendo em vista que muitos não o enxergam agora”, salienta.

Atividade conta com apoio da comunidade De acordo com o presidente do CPM da escola, Gilson Faccin, desde que a equipe assumiu a presidência, sempre foi prioridade dar a oportunidade para o aprendizado das crianças. “Tudo que pudermos pode fazer para melhor isso a gente faz, pois as crianças são o futuro do Brasil. Conversamos sempre com os pais, temos o retorno por parte deles, colocamos o porquê da contribuição espontânea, para que serve e no que vamos investir e depois mostramos os resultados. Um deles é a pintura que já está sendo utilizada”, relata. Os alunos, por sua vez, apreciam os momentos de brincadeira ao chegarem a instituição, durante o lanche e também quando aguardam o transporte para ir para casa. Assim, segundo a diretora, a escola oferece mais segurança aos estudantes. “Quem depende do transporte pode aguardar a chegada do mesmo no pátio ao invés da calçada da rua. Aqui elas estão em segurança e podem se divertir com as atividades disponíveis”, finaliza.

Humaitá

Escola Mestre realiza doação de cabelos à Liga zação foi realizada durante a Tertúlia – evento que ocorre na semana Farroupilha, onde cada turma monta uma apresentação tradicionalista. A turma 31M de 2014 refletiu sobre o que poderiam fazer em prol do colega e a professora Caroline Machado deu o pontapé inicial. “Começamos na Tertúlia, onde eu doei meus cabelos. A atividade foi realizada na sexta-feira à noite e eu cortei meus cabelos na tarde daquele dia. Poucas pessoas sabiam que eu faria isso. Foi uma surpresa para todos”, relata.

Campanha reativada Além disso, a professora salienta que a campanha retornou neste ano e mais de 20 pessoas, entre alunas e professoras da escola, realizaram a doação de cabelos para confecção de perucas. A entrega foi realizada na manhã de quinta-feira, 14, onde estiveram presentes os alunos, representantes da Liga de Combate ao Câncer, professoras e funcionárias da Escola. O Mestre conta com o apoio do Centro de Beleza Cira, que realiza o corte gratuito dos cabelos que são doados.

CLEUNICE PELLENZ

Nos dias 13 e 14 deste mês, a Escola Estadual Mestre Santa Bárbara, no bairro Humaitá, recebeu a Liga de Combate ao Câncer. O objetivo da visita foi palestrar sobre os cuidados para prevenção de doenças. Além disso, na ocasião também aconteceu a doação de mechas de cabelo à entidade, as quais serão usadas para confecção de perucas para pessoas em tratamento. As atividades iniciaram no ano passado, quando um aluno se recuperava de um tratamento contra o câncer. Devido a isso, uma mobili-

Alunas e professoras entregam as mechas para a entidade no dia 14


Regional

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Monte Belo do Sul

Pavimentação e escola são prioridades Zona urbana e rural são beneficiadas com as obras que irão melhorar o acesso nas comunidades e transporte da produção FOTOS ESTEFANIA V. LINHARES

Estefania V. Linhares regional@jornalsemanario.com.br

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Município de Monte Belo do Sul está executando quatro obras importantes para a comunidade. Duas delas se referem à pavimentação asfáltica e uma à construção de uma escola. A expectativa é que o serviço de revestimento das ruas seja concluído ainda neste ano. A principal obra em andamento é o asfaltamento de 1.622 metros na comunidade de Santa Bárbara – Capela Nossa Senhora da Saúde, que liga à localidade de Santa Rita. As máquinas iniciaram os trabalhos na segunda-feira, 11. O prefeito de Monte Belo do Sul, Lirio Turri, explica que “é uma obra muito importante para a população, pois é um trecho que está localizado entre duas outras partes que já possuem asfalto”. Por esta estrada, são transportados cerca de 40 milhões de quilos de uva por safra. O prefeito esclarece que essa é a primeira etapa de pavimentação e que, na sequência, mais localidades serão contempladas com o serviço. “O projeto iniciou em um local onde se constatou que há mais trafegabilidade e se concentra mais produção. Foi necessário estabelecer alguns critérios, porém outras comunidades também serão contempladas”, afirma. A obra está orçada em R$ 1.328.161,36 e estão sendo aplicados recursos do município. A próxima rua a receber a pavimentação é a Sagrada Família sentido à comunidade Pedernei-

Prefeito Lirio Turri detalha os investimentos feitos no município

ra. Esta é uma obra considerada cara e para executá-la, o Município recebeu recursos de uma emenda parlamentar do deputado federal Luiz Carlos Busato (PTB) no valor de R$ 700 mil. Porém, o serviço está orçado em R$ 1.149.125,14. Turri explica que é uma via com uma extensão de cerca de 600 metros na zona urbana, onde está previsto o asfalto e a construção de uma calçada de acordo com as questões legais estabelecidas pelo Ministério das Cidades e obedecendo aos critérios da acessibilidade. “É uma obra cara porque vai envolver água, luz, esgoto e asfaltamento. Vamos ter uma rua que parte da Casa Canônica e segue no sentido Santa Tereza, passando pelo Campo Municipal e será uma avenida”, detalha. Outro investimento se refere a rua Oreste Franzoni localizada ao lado ao Campo Munici-

Nova escola A obra de construção de uma nova escola municipal de Ensino Fundamental já está em andamento. O terreno está

localizado próximo colégio estadual e ao Campo Municipal. Na área, está sendo realizada a terraplanagem. Os recursos foram articulados pelo deputado federal Luiz Carlos Busato com o Governo Federal. O custo previsto é de R$ 1.018.483,70. Porém, a estimativa é que ultrapasse a R$ 1,5 milhão. “Primeiro é construída a escola, mas após será preciso adequar o entorno e os acabamentos, e estes não se enquadram no recurso federal. Assim, o Município terá que investir”, ressalta. O trabalho passará a ser centralizado na instituição de ensino. O Município fechou o caixa com mais de R$ 5 milhões. Esses recursos são resultado de uma economia, mas estão comprometidos. “Estão sendo realizadas as obras porque já temos o dinheiro no banco. O recurso

tem que existir”, esclarece. Algumas obras precisam de recursos de contrapartida. “No futuro, se quisermos fazer e não tivermos recursos, pelo menos não estaremos endividados”, comenta.

Projetos futuros Em Monte Belo do Sul, existe o problema de quase 150 quilômetros de rede de água em condições precárias. “O material utilizado é de péssimas condições, mas devagar será necessário custear tudo e substituir por itens aprovados pela Corsan. Vai custar um afortuna para fazer essa troca”, analisa. A rede possui 12 poços em funcionamento e três funcionários que realizam a manutenção. No momento, o Município está buscando recursos federais em Brasília para ter uma rede de água adequada.

Carlos Barbosa

Caxias do Sul

Horti Serra Gaúcha inicia na próxima quarta-feira O 6º Horti Serra Gaúcha, que acontece de 20 a 22 de maio no Centro de Eventos da Festa da Uva, em Caxias do Sul, proporcionará ao público discussões sobre o agronegócio, seu potencial e futuro, tendo como temas centrais o desenvolvimento sustentável na vitivinicultura, fruticultura, horticultura e floricultura. Haverá palestras com

pal e contempla a Escola Estadual de Ensino Médio Pedro Migliorini, frequentada por aproximadamente 200 crianças e adolescentes. O investimento é de R$ 248.195,18. “É muito importante, pois é uma via de chão batido e agora vem o inverno e as crianças contarão com um melhor acesso”, afirma. Segundo o prefeito, é necessário fazer uma gestão prevendo o hoje, o amanhã e o depois de amanhã. “Para assim vermos o que acontece, porque daqui a pouco teremos um Município endividado sem poder atender o mínimo das necessidades”, observa.

Terreno onde será construída a escola está sendo terraplanado

especialistas do setor, oficinas, dinâmicas e feira tecnológica. Os temas da quarta-feira, 21, serão: perfil setorial e tendências dos mercados de hortaliças e frutas, mudas de qualidade e sustentabilidade da viticultura, poda antecipada da videira, com depoimento de produtor, e aspectos fisiológicos do manejo da poda antecipada.

Ação conjunta premia consumidores Segunda data de maior movimento no comércio, perdendo somente para o Natal, o Dia das Mães levou um grande número de barbosenses aos estabelecimentos da cidade, que não deixaram passar em branco o segundo domingo de maio. Este ano, as compras para homenagear as mães ganharam um estímulo ainda maior: em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas, a Associação do Comércio, In-

dústria e Serviços de Carlos Barbosa (ACI), promoveu uma campanha envolvendo mais de 90 estabelecimentos. O sorteio ocorreu na sede da entidade na segunda-feira, 11. Com grande adesão, a campanha se mostrou um sucesso. Ela é a primeira das várias iniciativas que a CDL está preparando para movimentar e unir o comércio da região. Para a presidente da CDL e vice-presidente do comércio da

ACI, Silvânia Cislaghi, o primeiro sorteio foi um sucesso. “Conseguimos atingir a nossa meta de estabelecimentos participantes. Durante o mês, os clientes perguntavam sobre a campanha e hoje, no sorteio, os lojistas foram muito participativos. Já estamos preparando a próxima, para o Dia dos Namorados”, pontua Silvânia. A lista completa de ganhadores está no site da ACI: www.acicb.com.br


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Farroupilha MARGÔ SEGAT, ARQUIVO

Linha Ferri

Família Toesca aposta na fabricação de cachaça Bebida artesanal é fabricada pelo casal Ismael e Cibriane na localidade ESTEFANIA V. LINHARES

Estefania V. Linhares regional@jornalsemanario.com.br

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família Toesca se dedica há gerações na produção de cachaça de forma artesanal. Atualmente, a responsabilidade é do casal Ismael e Cibriane Toesca, que residem na localidade de Linha Ferri, Distrito de Faria Lemos. A produção deste ano iniciou logo após a conclusão da colheita da uva. A agricultora Cibriane revela que é realizado na propriedade todo o processo desde o cultivo da cana-de-açúcar até o engarrafamento da cachaça. O primeiro passo é preparar o fermento para que ocorra a fermentação do líquido. “Cortamos a cana, moemos e o suco é depositado em caixas que comportam cerca de 250 litros”, afirma. A produtora esclarece que é necessário que o caldo fique límpido antes de ser depositado no alambique. Próximo a ele, um tanque de água para manter a temperatura. O primeiro produto que sai é um álcool que acaba sendo utilizado na fabricação de sabão. Quando a bebida é produzida com funcho é necessário depositar a semente dentro do alambique. O processo de produção de oito garrafões pode durar até oito horas. O teor alcoólico também é monitorado.

Mais de 17 mil motociclistas participaram da edição do ano passado

Três eventos encerram as pré-romarias em Caravaggio

Agricultora frisa que todo o processo é desenvolvido na propriedade “A cachaça é retirada quando alcança o teor de 18%. Eu fico medindo até chegar à porcentagem certa”, ressalta. Segundo a agricultora, a bebida é produzida em grande quantidade, pois o casal para de fabricar no período em que é feita a poda dos parreirais. “A cachaça é depositada em pipas e armazenada no porão, pronta para o consumo”, ressalta. Após, concluída a fabricação, o alambique é aberto para lavar. A cana utilizada é cultivada na propriedade da família. A fabricação de cachaça iniciou com os bisavôs de Cibriane,

após seus pais se dedicaram, e agora ela e o esposo. “São mais de 30 anos que produzimos para o consumo próprio”, destaca. A produtora afirma que produzir cachaça exige muito trabalho. “A cana tem que ser cortada todo dia. Algumas pessoas vêm conhecer como é fazer a bebida e comentam que é fácil, mas para quem faz não é. Tem que cuidar tudo tem que ter a quantia certa”, analisa. Recentemente, a família investiu na compra de um novo alambique e construiu uma nova estrutura.

A programação das pré-romarias ao Santuário de Caravaggio encerra neste final de semana, com a realização hoje, 16, da 6ª Caminhada e Corrida da Fé e da 1ª Romaria das Crianças e Adolescentes; e amanhã, 17, será realizada a 37ª Romaria dos Motociclistas. A Caminhada e Corrida da Fé – Cada um no seu ritmo, todos com a mesma devoção, contou na edição passada com 3.500 pessoas. Para este ano, se o tempo ajudar (em caso de chuva a caminhada será cancelada, mas a corrida permanece), os organizadores estimam uma participação ainda maior. A missa ocorre às 10h30min, celebrada pelo frei Mauri Francescato. A 1ª Pré-Romaria das Crianças e Adolescentes inicia às 14h, com concentração no início da avenida Dom José Ba-

rea (em frente ao Santuário) seguida de uma celebração e animação diferenciada. Uma programação diferenciada foi elaborada e o evento pretende reunir o público da catequese da Diocese de Caxias do Sul, participantes de projetos sociais e famílias que queiram levar seus filhos para passar uma tarde especial no Santuário. Amanhã, 17, será a vez da 37ª Romaria dos Motociclistas, com missa às 11h, celebrada pelo idealizador da atividade, Pe. Roque Grazziotin. No ano passado, mais de 17 mil motociclistas rodaram até o Santuário. A expectativa é de que esse número seja superado nesta edição pelo grande volume de motocicletas que existem atualmente, mas principalmente pela tradição de agradecer e pedir proteção à Nossa Senhora de Caravaggio.

Garibaldi

Escoteiros arrecadam agasalhos REPRODUÇÃO

O Grupo Escoteiro Almirante José de Araújo Filho de Garibaldi, antecipando a chegada do frio, promove hoje, 16, e amanhã, 17, a Campanha do Agasalho de 2015. Os donativos podem ser entregues no Museu Municipal. Os itens arrecadados irão atender a população carente. Durante este período, será feito um acampamento modelo no pátio do museu. A ação integra a programação dos 45 anos de fundação do grupo e tem como tema “140 anos da Imigração Italiana”.

Grupo Almirante José de Araújo Filho completa 45 anos de fundação


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Falecimentos

LUIZ CARLOS PANDOLPHO, no dia 05 de Maio de 2015. Natural de Guaporé, RS, era filho de Alcy Pandolpho e Thereza Domingas S. Pandolpho e tinha 50 anos. ADÃO RODRIGUES DE VARGAS, no dia 07 de Maio de 2015. Natural de Triunfo, RS, era filho de Adão Vargas da Rosa e Manoela Maria Joaquina da Rosa e tinha 74 anos. REGINA PAZ FOLETTO, no dia 03 de Maio de 2015. Natural de Oeste - Guaporé, RS, era filha de Luiz Foletto e Annunciada Corbari Foletto e tinha 79 anos. GABRIELE SALVADOR, no dia 08 de Maio de 2015. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filha de Gilmar Jorge Salvador e Nilva Brusamarello Salvador e tinha 23 anos. LENIRA NARDES DILL, no dia 09 de Maio de 2015. Natural de Ijui, RS, era filha de Odila Nardes Dill e tinha 44 anos. LEONILDO FIORIN, no dia 09 de Maio de 2015. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filho de Pasqual Fiorin e Albina Piovesana Fiorin e tinha 68 anos. RUFINA ANTUNES DA SILVA, no dia 10 de Maio de 2015. Natural de Santana do Livramento, RS, era filha de Acacio Rosado da Silva e Marculina da Silva Antunes e tinha 72 anos. PEDRO SOSNOSKI, no dia 06 de Maio de 2015. Natural de Antônio Prado, RS, era filho de Vicente Sosnoski e Maria Sosnoski e tinha 88 anos. MERCEDES PRIMIERI NEGRI, no dia 06 de Maio de 2015. Natural de Vacaria, RS, era filha de Francisco Primieri e Herminia Zanella Primieri e tinha 70 anos. JOSEPHINA SANCHES TABORDA, no dia 11 de Maio de 2015. Natural de Veranópolis, RS, era filha de Francisco Sanches e Maria Fachini e tinha 85 anos.

Obituário/Publ. Legais 35


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Segurança

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Idosa desaparecida

Família vive cinco meses de angústia

Polícia procura por Jorgina Maciel de Oliveira, que sofre de Alzheimer e se perdeu no bairro Progresso ainda em dezembro

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s últimos cinco meses foram de angústia para a família de Elizângela Maciel de Oliveira. Desde o dia 4 de dezembro do ano passado, eles não possuem notícias da mãe, Jorgina Maciel de Oliveira, 61. Na manhã daquele fatídico dia, a idosa, que sofre de Alzheimer, saiu caminhando sem rumo pelo bairro Progresso. A 1ª Delegacia de Polícia investiga o caso. Quem tiver qualquer informação sobre o paradeiro de Jorgina pode entrar em contato pelo telefone 197. Jorgina é natural de Sapiranga. Devido ao seu estado de saúde, há três anos, ela veio morar com a filha Elizângela em Bento Gonçalves. Além do Alzheimer, que afeta sua memória e a desorienta, a idosa também possui dificuldades de caminhar e enxergar (é cega de um olho e de 40% do outro). “Ela nunca ficava sozinha, pois eu sabia que dava essas loucuras de sair

Elizângela mantém esperança de encontrar a mãe em algum abrigo caminhando. Só que a chave da porta tinha quebrado no dia anterior. O meu marido voltou do serviço, por volta das 8h, e eu estava com a nenê. Quando percebemos, corremos o bairro inteiro. Uns pedreiros viram uma senhora bem desorientada, mas nós não a encontramos mais”, lamenta a filha. Desde o ocorrido, Elizângela reveza entre cuidar das duas filhas, de cinco meses e

oito anos, e procurar a mãe. Para conter a ansiedade, ela toma remédios. “Eu tenho esperança. Quero encontrar ela viva. A gente vai quase toda a semana na delegacia, perguntamos nas ruas, colocamos cartazes. Pela saúde debilitada dela, eu não acredito que esteja perambulando por aí. Acredito que alguém a recolheu, que ela está em alguma casa. Sozinha ela não conseguiria ficar”, pondera.

Nono homicídio

Investigação complicada A falta de testemunhas e informações dificultam o trabalho da Polícia Civil. “Não recebemos nenhuma informação nova, de testemunhas ou que tenham visto ela em alguma. No início do ano teve uma informação de Santa Maria, mas que não se confirmou. No fim aguardamos alguma denúncia, pois está bem complicada a situação. Essa idosa tinha problemas para caminhar e se orientar, é um enigma como ela conseguiu sair de casa e poucos viram. Não temos nenhuma informação concreta que possamos apurar. É uma investigação bem difícil”, relata a delegada Maria Isabel Zerman. Até o momento está descartada a relação do desaparecimento com algum outro crime. “Trabalhamos com a linha de desaparecimento, não tem nenhum indício que tenha ocorrida algum outro crime, como homicídio ou suicídio”, afirma a autoridade policial.

Você viu Jorgina? ARQUIVO PESSOAL

FOTOS LEONARDO LOPES

Leonardo Lopes policia@jornalsemanario.com.br

A aposentada Jorgina Maciel de Oliveira desapareceu no dia 4 de dezembro do ano passado na rua Caetano Darolti, no bairro Progresso. Ela estava vestida com uma saia cinza escuro e uma blusa azul com estampas floreadas. Quem tiver informações pode entrar em contato com a família pelos telefones (54) 9681.9651 ou com a Polícia Civil pelo 197.

Acidente com vítima fatal em Barbosa CASSIANO PIANEZZOLLA/ESTAÇÃO FM, DIVULGAÇÃO

Homem é executado no Ouro Verde Um homem de 48 anos foi executado a tiros no bairro Ouro Verde final da tarde desta sexta-feira, 15. Ednaldo Vicente de Oliveira foi alvejado com, pelo menos, cinco disparos de arma de fogo. Os suspeitos seriam dois adolescentes. Este foi o nono homicídio de Bento Gonçalves neste ano. Conforme as informações da Brigada Militar, o crime ocorreu por volta das 17h20min em frente a um cabelereiro na rua Isidoro Cavedon. Testemunhas afirmaram ter ouvido cinco disparos. Um tiro atingiu o chão da varanda de uma residência próxima. Populares apontaram dois adolescentes como suspeitos. Oliveira era natural de Caiçara, na Paraíba, e não possuía antecedentes criminais relevantes. A Brigada Militar isolou a área até a realização da perícia. Sua morte será investigada pela 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP).

Ednaldo Vicente de Oliveira, 48 anos, foi alvejado com cinco tiros

Um acidente entre um caminhão e uma motocicleta deixou uma vítima fatal em Carlos Barbosa na manhã desta sexta-feira, 15. Daiane da Silva Flores, 31 anos, era moradora de Bento Gonçalves e deixa duas filhas. A colisão ocorreu por volta das 9h40min na estrada de Desvio Machado, que liga Carlos Barbosa a Farroupilha, em um trecho que está em obras. Os dois veículos trafegavam na mesma direção quan-

do o caminhão de uma empresa de concreto tentou dobrar para acessar o acostamento e acabou derrubando a motociclista. Os Bombeiros de Carlos Barbosa foram acionados, porém a vítima foi encontrada já em óbito. O motorista do caminhão não teve ferimentos. A vítima era natural de Cacequi. Até o fechamento desta edição, não estava definido onde ocorreria o sepultamento.


Segurança 37

Sábado, 16 de maio de 2015

Kickboxing

Lutador de Garibaldi vai parar na UTI

Valmir Erthal rompeu o intestino após combate contra argentino e família acusa hospital de negligência médica BRUNO NA BALADA, DIVULGAÇÃO

Geremias Orlandi esporte@jornalsemanario.com.br

O

lutador de kickboxing garibaldense Valmir Erthal, de 41 anos, o Garrincha, está internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital São Pedro desde segunda-feira, 11. Ele teve o intestino rompido em uma luta na tarde de sábado, 9. A família acusa o hospital de negligência com o esportista. Erthal participava do Desafio Internacional de Kickboxing, realizado no Ginásio Municipal de Esportes de Garibaldi. Ele fez a luta principal do evento, onde enfrentou o argentino Emmanuel Maciel. Até o sexto round, o experiente lutador dominava o combate contra o adversário, até que acabou levando dois chutes fortes na região abdominal. Achando que tinha fraturado uma costela, ele acabou desistindo da luta.

Valmir Erthal (D) lutou seis rounds até ter o intestino rompido, depois de levar dois chutes de seu oponente Segundo a esposa do lutador, Marisete Erthal, ele foi foi encaminhado ao Hospital Beneficente São Pedro, onde recebeu atendimento médico. Ela explica que o médico

realizou um exame de Raio-x, o qual não mostrou a existência de nenhuma costela quebrada. O lutador recebeu um remédio para dor e foi liberado. Na segunda-feira, 13, a

dor ainda não havia passado, e ficou mais intensa. Erthal voltou ao hospital, onde então teve novo atendimento, e dessa vez realizou uma ecografia, que apontou o vazamento de

líquidos no intestino. Na terça-feira, foi submetido a uma cirurgia, onde então os médicos constataram o pior: o intestino grosso havia rompido e as fezes haviam se espalhado por toda a região do abdômen, causando uma grande inflamação. Ele teve o intestino grosso removido. O lutador segue na UTI do hospital, mas respira sem o auxílio de aparelhos. De acordo com Marisete, o que a família questiona é a demora para ser dado o diagnóstico correto sobre o problema de saúde, que por pouco não levou o lutador à morte. Ela afirma que se o médico tivesse feito a ecografia ainda no sábado, poderia ter identificado o rompimento do intestino. A direção do Hospital São Pedro, enviou nota informando que Erthal foi atendido normalmente e que recebeu todos os cuidados possíveis ao chegar na casa de saúde.


38 Segurança

Sábado, 16 de maio de 2015

Menores em risco

Patrulha contra drogas nas escolas Denúncias de consumo no interior de instituições crescem. Parceria entre direções e Brigada Militar intensificará ações REPRODUÇÃO

Leonardo Lopes policia@jornalsemanario.com.br

O

s adolescentes são alvos preferenciais de traficantes, principalmente nas escolas. O trabalho das redes de proteção a criança e adolescentes sempre foram intensas neste sentido. Porém, o número de relatos e denúncias de drogas chamou a atenção da Brigada Militar (BM) nas últimas semanas. Com apoio da Patrulha Escolar, na quarta-feira, 13, um adolescente de 14 anos foi apreendido com maconha na mochila. O caso ocorreu no turno da manhã da Escola Estadual Pedro Vicente da Rosa, no Progresso. O aluno suspeito foi chamado para a sala da direção onde ocorreu a revista. Foram encontradas 12 pontas de cigarro de maconha. O adolescente foi apreendido e os pais chamados até a delegacia. A mãe afirmou não saber que o filho era usuário. A direção da escola acredita que este é um caso isolado. “Os pais inclusive elogiam pois na nossa escola conhecemos todos os alunos pelo nome. É uma escola pequena e que preza por este lado humano, que busca orientar e conversar. Infelizmente muita coisa foge ao nosso alcance. Por isso, temos a Patrulha Escolar como uma grande par-

Imagens em denúncia revelam grupo adolescente ostentando maconha

A BM nas escolas O Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) é uma ação de prevenção e conscientização dos jovens. A metodologia Caindo na Real busca auxiliar o jovem na hora de tomar decisões e se manter seguro. São quatro passos de reflexão: defina, analise, atue e avalie. Em Bento Gonçalves, os mesmos policiais qualificados pelo Proerd realizam a Patrulha Escolar, onde acompanham as movimentações de entrada e saída de alunos e conversam com diretores, professores e guardas sobre a segurança da instituição e o comportamento dos alunos.

ceira”, explica a vice-diretora Rúbia Predebon Beal. Compondo a direção há três anos, a educadora conta que a escola Pedro Rosa se preocupa com possíveis más influências aos seus alunos e ressalta que a Patrulha Escolar da BM é muito bem-vinda. “Estamos sempre de olho na entrada e saída. Se percebemos alguma movimentação suspeita, logo acionamos a Brigada. Cuidamos os entornos da nossa escola. Este foi um fato isolado, algo muito triste, que mexeu com toda comunidade escolar”, salienta Rúbia. O caso da escola Pedro Rosa não é único. Uma denúncia no dia seguinte, 14, levou a apreensão de dois adolescentes que estavam fumando maconha nas proximidades do Colégio Estadual Dona Isabel, no bairro Universitário. Foram apreendidas 8,7 gramas de drogas e os acusados conduzidos para a delegacia.

Escolas precisam denunciar O capitão Diego Caetano, comandante da 1ª Companhia do 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (3º BPAT), afirma que denúncias deste tipo se tornaram mais frequentes. Em uma delas, a BM recebeu uma série de imagens

(foto acima) de adolescentes ostentando maconha. “Percebemos este maior volume de denúncias relacionados ao consumo e tráfico de drogas em escolas e já foram feitas apreensões e registros de ocorrências em três escolas. Mas esta é uma questão que requer mais que a repressão. Precisamos de uma ação conjunta com participação do Conselho Tutelar e desta rede de proteção”, argumenta. O oficial ressalta a importância que os professores e diretores denunciem comportamentos suspeitos. “O registro de uma ocorrência resulta na repressão, por parte da Brigada, e uma investigação da Polícia Civil, que irá procurar inclusive os fornecedores dessa droga. É importante professores e diretores terem bons relacionamentos com seus alunos e os orientarem. Porém, quando perceberem que este aluno pode estar se envolvendo com crimes, tem que denunciar. Apenas a conversa pode caracterizar uma futura omissão”, ressalta o capitão Caetano. Justamente para facilitar esta inserção da BM nas escolas que existe a Patrulha Escolar. Além de fornecer apoio em situações de crime como estas, a presença dos policiais ajuda a inibir comportamentos violentos.

“Preocupação era o entorno, agora é dentro da escola” O Ministério Público e o Conselho Tutelar atuam em parceria com as escolas e a Brigada Militar, tanto na prevenção quanto no encaminhamento do infrator. O promotor da Infância e Juventude, Élcio Resmini Menezes, afirma que a preocupação das escolas têm aumentado. Ele explica que os casos são mais comuns na rede estadual, pois, no município, estas recebem uma faixa etária mais elevada e também o Educação para Jovens e Adultos (EJA). Os diretores costumam procurar o MP em busca de apoio.

“Há a preocupação sobre o assunto. E é fato que tem aumento o problema dentro das escolas. Antes a preocupação era maior com o entorno. São demandas que surgem e encaminhamos para a Brigada Militar, pois é uma atividade própria do policiamento escolar”, relata o promotor Élcio. O coordenador do Conselho Tutelar, Lauri Cunico, afirma que o órgão também possui grande demanda neste sentido. A atuação se restringe a uma provocação dos responsáveis das instituições de ensino e o acompanhamento

junto a rede de proteção. “Os fatos ocorrem em todas as escolas, pois é a idade mais condizente para (o traficante) entrar com a droga, atrair este ‘cliente’. Tem muitas drogas que circulam nas escolas, por isso os diretores e guardas procuram o Conselho Tutelar. A drogadição ocorre em todos os setores da comunidade e há uma facilidade ao acesso a droga”, lamenta. Por este cenário, Cunico exalta a importância da rede de proteção a criança e o adolescente existente em Bento Gonçalves. “A delegacia cos-

tuma nos mandar uma cópia da ocorrência e realizamos o encaminhamento deste menor para o Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas (Caps-AD), que faz um trabalho belissimo. Precisamos atuar na prevenção e estar pronto para receber este jovem, sempre aconselhando e orientando”, comenta. Apesar das inúmeras campanhas de conscientização e fácil acesso, os jovens continuam caindo no vício da droga. “É uma questão de curiosidade, pressão de grupos de amigos, as redes sociais tam-

bém influenciam. Mas devia existir uma consciência maior. Anos atrás parece que a droga assustava mais o adolescente. Hoje virou algo rotineiro”, enfatiza Cunico. Em semelhança, o promotor e o conselheiro tutelar percebem a falta de estrutura familiar como um facilitador. “Percebo a falta de apoio ao jovem. Quando se reúnem na rua para um papo, onde poderiam tomar um chimarrão, eles acabam fazendo em torno de bebida alcoólica e substâncias ilícitas”, debate o promotor Élcio.


Segurança

Sábado, 16 de maio de 2015

Maria Goretti

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Prevenção

Investigação intercepta entrega de 1kg de maconha LEONARDO LOPES

Polícia Civil apreende armas no Cohab e Municipal Mandados de busca e apreensão foram cumpridos durante a quarta-feira POLÍCIA CIVIL, DIVULGAÇÃO

Leonardo Lopes policia@jornalsemanario.com.br

O Um adulto e um adolescente foram detidos em flagrante com a droga R$ 1 mil acabaram apreendidos. A investigação ocorria há uma semana. A dupla foi indiciada por tráfico de entorpecentes. O adolescente, que completa 18 anos neste sábado, 16, poderá responder ao processo em liberdade. O adulto possui extensa ficha criminal com acusações de furtos e roubos. Ele estava cumprindo pena em regime semiaberto do Presídio Estadual de Bento Gonçalves desde o dia 28 de abril. O indiciado foi reconduzido para o regime fechado.

Farmácias assaltadas em Garibaldi e Barbosa Roubos a farmácias foram registrados em Garibaldi e Carlos Barbosa no início da noite de quinta-feira, 14. Conforme as informações da Brigada Militar, o primeiro crime ocorreu por volta das 19h50min na rua Jacob Ely, Centro de Garibaldi. Dois indivíduos abordaram a funcionária afirmando estarem armados e anunciando o assalto. Ele roubaram R$ 380 do caixa e fugiram em direção a avenida Rio Branco. Mais tarde, por volta das 20h30min, um crime parecido foi registrado em Carlos Barbosa. Dois assaltantes invadiram uma farmácia da rua 25 de Setembro, no Centro, e renderam a funcionária. Eles fugiram levando o dinheiro que estava no caixa.

ANTÔNIO SÉRGIO DE OLIVEIRA/DIFUSORA, DIVULGAÇÃO

A investigação da 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP) interceptou uma entrega de maconha no bairro Maria Goretti no início da tarde desta quinta-feira, 14. Um adulto, de 31 anos, e um adolescente, de 17, foram detidos em flagrante com 1,2kg de maconha. A ação ocorreu por volta das 13h na rua Celso Pazza. O adolescente, que estava de bicicleta, seria o responsável por entregar a droga para o adulto, que conduzia uma motocicleta. O veículo, um tijolo de maconha e

perações da Polícia Civil apreenderam três armas de fogo, nos bairros Cohab e Municipal, durante a quarta-feira, 13. Apesar deste tipo de investigação não chamar tanta atenção quanto outras ações da polícia, evitar a circulação de armas é considerada a melhor forma de prevenir de crimes. O primeiro mandado foi cumprido na rua Cristiano Fioravante, no bairro Cohab, por volta das 7h30min. Chefiada pela 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP), com apoio da 1ª DP, a ação apreendeu uma garrucha de calibre .36 e um revólver de calibre .38. Munições e uma cartucheira também foram localizados. Um indivíduo de 44 anos foi preso em flagrante. Ele possui antecedentes por posse de entorpecente e furto com arrombamento. “São investigações que fazemos sobre a circulação de armas de fogo na cidade. São estes indivíduos muitas vezes que fornecem armas aos assaltantes. Quando há denúncias temos que conferir e tirar de circulação. Como foi este caso com resultado positivo”, comenta o delegado Álvaro Pacheco Becker, titular da 1ª DP. Na parte da tarde os agentes da 2ª DP reforçaram uma ação

Uma garrucha calibre .36 e dois revólvers .38 foram encontrados Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) na rua Nunciante Antinolfi, no bairro Municipal. Um revólver calibre .38 e 27 munições foram apreendidos. Uma mulher de 32 anos foi detida, prestou depoimento e acabou liberado. O revólver seria de um familiar dela. A autoridade policial reforça que quem tiver uma arma de

fogo em sua posse precisa regularizar a situação junto a delegacia da Polícia Federal em Caxias do Sul. “Caso contrário pode ser denunciado e sofrer uma busca da polícia. Mesmo a pessoa sendo de boa índole, terá que responder por porte ilegal de arma. Se estiver raspada pior ainda, pois nem existe fiança”, explica o delegado Álvaro.


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Sรกbado, 16 de maio de 2015


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