Edição do Centro de Estudos Adriano Xavier Cordeiro | n.º 12
Junho de 2017
| p 29
FOTO: Dr. Miguel Castelo Branco
Nesta edição «Um Rei, criado exclusivamente para amar o
O Rei morreu! Viv’ó Rei... Ou Rainha! | p 2
seu povo sem hesitações, dá o exemplo com
Zita, Imperatriz da Áustria e Rainha Apostólica da Hungria
com processo de Beatificação | p 19
a sua conduta e abnegação total pela Pátria.
Notícias da JMP | p 21
Este exemplo no “topo” do sistema político
Os su(b)ditos da res pública | p 23
faria maravilhas em Portugal...»
XXIII Congresso da Causa Real | p 30
Real Gazeta de Viana do Castelo entrevista Diogo Tomás | p 9
Reais conversas com... | p 34
1
O Rei Morreu! Viv’ó Rei… ou Rainha! Miguel Villas-Boas
Quando um Monarca morre, um novo Rei ou Rainha obriga-se,
por todos os Países da Commonwealth em 2015.
automaticamente, ao dever do trono e destino dos Reis: reinar
Na Suécia, a linha de sucessão ao trono é determinada pela Lei
sobre a morte de quem lhe deu vida! Essa sucessão pode ser
de Sucessão Sueca. Entre 1810 e 1980, no Reino da Suécia
com ou sem primogenitura igualitária!
vigorava a primogenitura agnática, ou seja, a Coroa seria
Presentemente, quase todas as Monarquias europeias utilizam na
herdada pelo primogénito do sexo masculino; mas, em 1980, o
linha de sucessão ao trono a primogenitura igual, que se traduz
Reino da Suécia aprovou a Primogenitura Igual, pelo que o filho
em que o filho mais velho do Monarca, independentemente do
mais velho do monarca, independentemente do género, tem
género, tem prioridade na linha de sucessão, ou seja a sucessão
prioridade na linha de sucessão.
é de primogenitura absoluta. De
facto,
hoje
em
dia,
No Reino da Bélgica, desde 1991 homens e mulheres têm os Monarquias
mesmos direitos de sucessão, começando a Primogenitura Igual
Constitucionais europeias a sucessão hereditária já não se
na
maioria
das
a vigorar para os filhos do Rei Alberto II. Antes de 1991, na
encontra em concordância com as regras de primogenitura
Bélgica vigorava a Lei Sálica, segundo a qual só podia suceder ao
cognática de preferência masculina, ao abrigo das quais os filhos
trono um príncipe do sexo masculino, excluindo completamente
sucederiam antes das filhas e a criança mais velha sucedia antes
as herdeiras do sexo feminino. Felizmente, mudou e hoje existe
das mais jovens do mesmo sexo, mas, correctamente, pela
completa igualdade entre géneros masculino e feminino.
sucessão que ocorrerá através de primogenitura igualitária de
A lei Sálica estipulava que nenhuma mulher poderia herdar
um príncipe/princesa herdeiro(a), ou seja, o herdeiro presuntivo do
trono
é
aquele
que
nasce
primeiro
no
propriedades imóveis e que todas as terras deveriam ser
tempo,
transmitidas aos membros masculinos da sua família. Mas mesmo
independentemente de o género ser masculino ou feminino.
quando ainda vigorava, esta norma raramente fora aplicada de
As Monarquias não cristalizam no tempo, progridem!
forma absoluta. A Lei Sálica depois foi aplicada à sucessão hereditária do Coroa e assim designava as regras de sucessão do
No Reino Unido a partir da Reunião da Comunidade Britânica
trono de França, que ulteriormente foram adoptadas pelas
(Commonwealth), que ocorreu em 28 de Outubro de 2011, na
outras Monarquias.
Austrália, com a presença de Sua Majestade a Rainha Elizabeth II, foram feitas mudanças à Lei de Sucessão, garantindo a igualdade
A razão para esta primogenitura masculina pura estava
de género na Linha de Sucessão ao Trono, sendo que as novas
relacionada com possíveis lutas pelo trono, para evitar uma
alterações serão unicamente aplicadas aos descendentes de
mudança dinástica e assim salvaguardar a independência nacional.
Carlos, Príncipe de Gales. As modificações foram ratificadas 2
De acordo com a Constituição dinamarquesa de 1953 os filhos
ascender ao Trono. Foi necessária uma alteração à Constituição
do sexo masculino tinham preferência aos filhos do sexo
espanhola para que Leonor, sendo mulher, pudesse ser a
feminino na sucessão ao trono, e depois, os mais velhos tinham
legítima herdeira. No entanto, há uma adenda: se nascer
preferência sobre os mais novos. Porém, o parlamento
entretanto um rapaz, será ele o imediato sucessor da Princesa
dinamarquês votou recentemente por unanimidade a favor de
Leonor e não a infanta Sofia, que é a segunda filha dos reis de
uma nova lei sobre o direito sucessório, que permitirá que o
Espanha.
herdeiro ao trono seja o primogénito de qualquer de ambos os
No Mónaco e no Liechtenstein ainda vigora a primogenitura
sexos, deixando de existir a preferência do sexo masculino,
cognata de preferência masculina: isto é, primeiro sucedem os
análogo ao que acontece na Noruega e Suécia.
filhos varões, os mais velhos e depois os mais novos; e segundo,
Em Espanha apesar de ainda vigorar a primogenitura cognata de
vêm as filhas varoas, as mais velhas e depois as mais novas. Ou
preferência masculina, esta primazia parece ter terminado, pois a
seja, as herdeiras mais velhas só sucedem ao Trono se a
Princesa Leonor é a Princesa das Astúrias – título que designa o
descendência masculina não existir, pois os filhos do sexo
Herdeiro presuntivo - e assim a primeira na linha de sucessão ao
masculino têm preferência aos filhos do sexo feminino na
trono. De facto, a partir do momento em que o Seu Augusto
sucessão ao trono.
Pai, Felipe VI, foi proclamado Rei, em Junho de 2014, Leonor de
Hoje, lamentavelmente, Portugal é uma república, mas quando
Todos Los Santos de Bórbon y Ortiz converteu-se na XXXVI
era o Reino de Portugal a lei sucessória era regulamentada
Princesa das Astúrias é preparada e educada para na altura certa 3
pela Carta Constitucional de 1826, em que os filhos do sexo
que se seguem: o Arcebispo de Braga, o Bispo de Viseu, o Bispo do
masculino tinham preferência aos filhos do sexo feminino na
Porto, o Bispo de Coimbra, o Bispo de Lamego, e as pessoas de nossa
sucessão ao trono.
Corte que se nomearão abaixo, e os procuradores da boa gente cada um por suas Cidades, convém a saber por Coimbra, Guimarães,
De acordo com o hábito e costumes portugueses o poder do
Lamego, Viseu, Barcelos, Porto, Trancoso, Chaves, Castelo Real,
Rei sempre adveio de um pacto com as Cortes - que no fundo
Vouzela, Paredes Velhas, Seia, Covilhã, Monte Maior, Esgueira, Vila
era um Congresso de Chefes – por isso o Rei de Portugal é
de Rei, e por parte do Senhor Rei Lourenço Viegas havendo também
Aclamado e não Coroado. Firmado esse pacto, o Rei seria assim
grande multidão de Monges, e de clérigos.
o primus inter pares entre os barões do reino. No caso particular de Portugal, e sempre tal aconteceu desde o próprio Rei
Juntámo-nos em Lamego na Igreja de Santa Maria de Almacave. E
Fundador Dom Afonso Henriques, o Rei é Aclamado e nunca
assentou-se o Rei no trono Real sem as insígnias Reais, e levantando-
imposto! Ou seja, apesar do Príncipe herdeiro suceder ao Rei
se Lourenço Viegas procurador do Rei disse:
falecido existe uma participação dos Pares do Reino e do Povo
“Fez-vos ajuntar aqui o Rei D. Afonso, o qual levantastes no Campo
que ratifica essa sucessão sendo que esse passo é o acto jurídico
de Ourique, para que vejais as letras do Santo Padre, e digais se
que verdadeiramente faz o Novo Rei! Assim, apesar de haver
quereis que seja ele Rei.”
uma imposição formal da coroa nos primeiros Reis, o Rei de Portugal não era Coroado, pois não era a Coroa que o fazia Rei,
Disseram todos:
mas a Aclamação. Aliás, depois de Dom João IV, não havia lugar
- “Nós queremos que seja ele Rei.”
à colocação da Coroa na cabeça do novo Rei, pois coube ao
E disse o procurador:
Restaurador a derradeira vez em que a Coroa dos Reis de Portugal foi cingida, uma vez que esse Monarca ofereceu a
- “Se assim é vossa vontade, dai-lhe a insígnia Real.”
Coroa de Portugal a Nossa Senhora da Conceição de Vila
E disseram todos:
Viçosa, pela protecção concedida durante a Restauração, coroando-a Rainha de Portugal – nas coroações de outros
- “Demos em nome de Deus.”
monarcas que haveriam de se seguir, durante a Cerimónia de
E levantou-se o Arcebispo de Braga, e tomou das mãos do Abade de
Aclamação a Coroa Real seria sempre acomodada numa
Lorvão uma grande coroa de ouro cheia de pedras preciosas que fora
almofada vermelho-púrpura (cor real) ao lado do novo Rei,
dos Reis Godos, e a tinham dada ao Mosteiro, e esta puseram na
como símbolo real, e não na cabeça do monarca. Desta forma,
cabeça do Rei, e o senhor Rei com a espada nua em sua mão, com a
nos 771 anos da Monarquia Portuguesa o Rei sempre reinou por
qual entrou na batalha disse:
delegação da comunidade portuguesa que reunida em Cortes o Aclamou e fez Rei.
- “Bendito seja Deus que me ajudou, com esta espada vos livrei, e
Na sessão da Assembleia convocada por Dom Afonso
pois me fizestes, façamos leis pelas quais se governe em paz nossa
venci nossos inimigos, e vós me fizestes Rei e companheiro vosso, e
Henriques que, na lenda, ficaram conhecidas como Cortes de
terra.”
Lamego reuniu-se a nobreza, o clero, assim como procuradores dos concelhos de todo o Condado Portucalense.
Disseram todos:
Nessa sessão, os representantes terão eleito o jovem Infante e
- “Queremos Senhor Rei, e somos contentes de fazer leis, quais vos mais quiserdes, porque nós todos com nossos filhos e filhas, netos e
regulado a sucessão dinástica do Reino de Portugal.
netas estamos a vosso mandado.”
Chamou logo o Senhor Rei os Bispos, os nobres, e os procuradores, e disseram entre si, façamos primeiramente leis da herança e sucessão do Reino, e fizeram estas que se seguem.
ACTAS DAS CORTES DE LAMEGO
Viva o Senhor Rei Dom Afonso, e possua o Reino. Se tiver filhos varões vivam e tenham o Reino, de modo que não seja necessário
‘Em nome da santa, e indivisa Trindade Pai, Filho, e Espírito Santo,
torná-los a fazer Reis de novo. Deste modo sucederão. Por morte do
que é indivisa, e inseparável. Eu, Dom Afonso filho do Conde D.
pai herdará o filho, depois o neto, então o filho do neto, e finalmente
Henrique, e da Rainha Dona Teresa neto do grande D. Afonso,
os filhos dos filhos, em todos os séculos para sempre.
Imperador das Espanhas, que pouco há que pela divina piedade fui sublimado à dignidade Rei. Já que Deus nos concedeu alguma
Se o primeiro filho do Rei morrer em vida de seu pai, o segundo será
quietação, e com seu favor alcançamos vitória dos Mouros nossos,
Rei, e este se falecer o terceiro, e se o terceiro, o quarto, e os mais
inimigos, e por esta causa estamos mais desalivados, porque não
que se seguirem por este modo.
suceda depois faltar-nos o tempo, convocamos a Cortes, todos os
Se o Rei falecer sem filhos, em caso que tenha irmão, possuirá o 4
Reino em sua vida, mas quando morrer não será Rei seu filho, sem
falso, se não falarem verdade aos Reis, se falarem mal da Rainha ou
primeiro o fazerem os Bispos, os procuradores, e os nobres da Corte
de suas filhas, se forem para os Mouros, se furtarem as coisas
do Rei. Se o fizerem Rei será Rei e se o não elegerem, não reinará.
alheias, se blasfemarem de nosso Senhor Jesus Cristo, se quiserem matar o Rei, não sejam nobres, nem eles, nem seus filhos para
Disse depois Lourenço Viegas Procurador do Rei, aos outros
sempre.
procuradores:
Estas são as leis da nobreza, e leu-as o Chanceler do Rei, Alberto, a
- “Diz o Rei, se quereis que entrem as filhas na herança do Reino, e
todos. E responderam: “boas são, justas são, queremos que valham
se quereis fazer leis no que lhes toca?”
por nós, e por nossos descendentes que vierem depois de nós.”
E depois que altercaram por muitas horas, vieram a concluir, e
Todos os do Reino de Portugal obedeçam ao Rei e aos Alcaides dos
disseram:
lugares que aí estiverem em nome do Rei, e estes se regerão por
- “Também as filhas do senhor Rei são de sua descendência, e assim
estas leis de justiça. O homem se for compreendido em furto, pela
queremos que sucedam no Reino, e que sobre isto se façam leis”, e
primeira, e segunda vez o porão meio despido em lugar público,
os Bispos e nobres fizeram as leis nesta forma.
aonde seja visto de todos se tornar a furtar, ponham na testa do tal
Se o Rei de Portugal não tiver filho varão, e tiver filha, ela será a
ladrão um sinal com ferro quente, e se nem assim se emendar, e
Rainha tanto que o Rei morrer; porem será deste modo, não casará
tornar a ser compreendido em furto, morra, pelo caso, porem não o
se não com Português nobre, e este tal se não chamará Rei, se não
matarão sem mandado do Rei.
depois que tiver da Rainha filho varão. E quando for nas Cortes, ou
A mulher se cometer adultério a seu marido com outro homem, e seu
autos públicos, o marido da Rainha irá da parte esquerda, e não porá
próprio marido denunciar dela à justiça, sendo as testemunhas de
em sua cabeça a Coroa do Reino.
crédito, seja queimada depois de o fazerem saber ao Rei e queime-se
Dure esta lei para sempre, que a primeira filha do Rei nunca case
juntamente o varão adultero com ela. Porem, se o marido não quiser
senão com português, para que o Reino não venha a estranhos, e se
que a queimem, não se queime o cúmplice; mas fique livre; porque
casar com Príncipe estrangeiro, não herde pelo mesmo caso; porque
não é justiça que ela viva, e que o matem a ele.
nunca queremos que nosso Reino saia fora das mãos dos
Se alguém matar homem seja a quem quer que for, morra pelo caso.
Portugueses, que com seu valor nos fizeram Rei sem ajuda alheia,
Se alguém forçar virgem nobre, morra, e toda sua fazenda fique a
mostrando nisto sua fortaleza, e derramando seu sangue.
donzela injuriada. Se ela não for nobre, casem ambos, quer o homem
Estas são as leis da herança de nosso Reino, e leu-as Alberto
seja nobre, quer não.
Cancheler do senhor Rei a todos, e disseram, boas são, justas são,
Quando alguém por força tomar a fazenda alheia, vá dar o dono
queremos que valham por nos, e por nossos descendentes, que depois
querela dele à justiça, que fará com que lhe seja restituída sua
vierem.
fazenda.
E disse o Procurador do senhor Rei.
O homem que tirar sangue a outrem com ferro amolado, ou sem ele,
– “Diz o senhor Rei. Quereis fazer leis da nobreza, e da justiça?”
que der com pedra, ou algum pau, o Alcaide lhe fará restituir o dano e o fará pagar dez maravedis.
E responderam todos:
O que fizer injúria ao Agoazil, Alcaide, Portador do Rei, ou a Porteiro,
- “Assim o queremos, façam-se em nome de Deus”, e fizeram estas.
se o ferir, ou lhe façam sinal com ferro quente, quando não 50 marevedis, e restitua o dano.
Todos os descendentes de Sangue Real, e de seus filhos e netos sejam nobilíssimos. Os que não são descendentes de Mouros ou dos infiéis
Estas são as leis de justiça e nobreza, e leu-as o Chanceler do Rei,
Judeus, sendo Portugueses que livrarem a pessoa do Rei ou o seu
Alberto, a todos, e disseram:
pendão, ou algum filho, ou genro na guerra sejam nobres. Se acontecer que algum cativo dos que tomarmos dos infiéis, morrer por
- “Boas são, justas são, queremos que valham por nós, e por todos
não querer tornar a sua infidelidade, e perseverar na lei de Cristo,
nossos descendentes que depois vierem.”
seus filhos sejam nobres. O que na guerra matar o Rei contrário, ou
E disse o Procurador do Rei, Lourenço Viegas:
seu filho, e ganhar o seu pendão seja nobre. Todos aqueles que são
- “Quereis que o Rei nosso senhor vá às Cortes do Rei de Leão, ou lhe
de nossa Corte, e têm nobreza antiga, permaneçam sempre nela.
dê tributo, ou a alguma outra pessoa tirando o senhor Papa que
Todos aqueles que se acharam na grande batalha do Campo de
confirmou no Reino?”
Ourique, sejam como nobres, e chamem-se meus vassalos assim eles como seus descendentes.
E todos se levantaram, e tendo as espadas nuas postas em pé disseram:
Os nobres se fugirem da batalha, se ferirem alguma mulher com espada, ou lança, se não libertarem ao Rei, ou a seu filho, ou a seu
- “Nós somos livres, nosso Rei é livre, nossas mãos nos libertarão, o
pendão com todas suas forças na batalha, se derem testemunho
senhor que tal consentir, morra, e se for Rei, não reine, mas perca 5
6
o senhorio.”
Entende-se pois, que de acordo com a Lei e o Direito Consuetudinário portugueses, Filipe III (IV de Espanha), sendo
E o senhor Rei se levantou outra vez com a coroa na cabeça, e
um Príncipe estrangeiro, não tinha direito ao trono português,
espada nua na mão falou a todos:
tanto mais que havia, segundo estas leis do País um candidato
- “Vós sabeis muito bem quantas batalhas tenho feitas por vossa
natural e legítimo Dom João II de Bragança, o 8.º Duque de
liberdade, sois disto boas testemunhas, e o é também meu braço, e
Bragança, neto de Dona Catarina, Duquesa de Bragança. Assim,
espada; se alguém tal coisa consentir, morra pelo mesmo caso, e se
já em 1580, extinta a Dinastia de Avis, com o falecimento do
for filho meu, ou neto, não reine”: e disseram todos: “boa palavra,
Cardeal-Rei Dom Henrique e a debandada de Dom António,
morra o Rei se for tal que consinta em domínio alheio, não reine”; e o
Prior do Crato, provocada pelos castelhanos, e o trono de
Rei outra vez:
Portugal passou para Filipe II de Espanha (I de Portugal) e que
- “Assim se faça, etc.”
originou a 3.ª Dinastia, em assentimento com a Lei que resultou das Cortes de Lamego e o Direito Consuetudinário portugueses havia um candidato natural e legítimo: Dona Catarina, Duquesa
Terá sido então proferido o famoso Grito de Almacave, em
de Bragança, e tal como Filipe I, neta d’ El-Rei Dom Manuel I.
latim:
Dona Catarina contraiu matrimónio com D. João I de Bragança e o seu primogénito D. Teodósio II, foi o 7.º Duque de Bragança,
Nos liberi sumus, Rex noster liber est, manus nostrae nos liberverunt
que por sua vez foi pai de Dom João II de Bragança que viria a
O que, em português, significa:
ser o Rei Restaurador Dom João IV de Portugal.
Nós somos livres, nosso Rei é livre, nossas mãos nos libertaram
Saliente-se que, por tradição e pela importância da Casa de
Até ao início do século XIX as Cortes de Lamego foram sempre
Bragança, os Duques de Bragança têm os seus nomes numerados tal como os Reis, mesmo quando a família ainda não
aceites por todos como um episódio incontestável da História de Portugal. Mas o historiador Alexandre Herculano dedicou-se
era a Família Real Portuguesa.
a ler cuidadosamente os documentos concernentes a estas
Recorde-se que a Sereníssima Casa de Bragança teve a sua
Cortes. No seu estudo deparou-se com a inexistência das actas
fundação em Dom Afonso I, filho natural de Dom João I e de
originais, e que a primeira menção a estas Cortes foram feitas
Inês Pires, uma mulher solteira. Tendo sido legitimado pelo Rei
numa cópia do século XVII, documento proveniente do
que lhe concedeu o título de Conde de Barcelos, Dom Afonso
scriptorium de
de
contraiu matrimónio com a filha de Dom Nuno Álvares Pereira,
Alcobaça.
Frei
António
Brandão,
do
Mosteiro
Mais ainda, Herculano constatou que, apesar da
Dona Beatriz Pereira Alvim. Mais tarde, já na regência do seu
importância das leis sucessórias definidas naquelas Assembleia,
meio-irmão Dom Pedro, foi por este concedido a Dom Afonso,
estas nunca tinham sido incluídas nas Ordenações Afonsinas,
o título de Duque de Bragança – que por ser uma Casa cujo 1.º
nem nas subsequentes. Além do mais, a primeira sessão de
duque era filho de Rei, os Duques têm numeração como os Reis.
Cortes em que figuraram os procuradores dos Concelhos foram
Assim a Revolta de 1640 não viria mais do que, pondo os pontos
as
nos is, repor a legalidade, pois Dom João IV era neto de Dona
Cortes de Leiria de 1254. Verificou, então, que nunca
houvera referência às Cortes de Lamego até 1641, ano seguinte
Catarina de Bragança.
à Restauração da Independência e desta forma Alexandre
A Lei Sálica, em Portugal, foi contestada na aclamação como
Herculano concluiu que fora forjado um documento para
Rainha de D. Maria I com direito de governar o Reino em pleno,
justificar e basear em premissas sólidas o direito que Portugal
depois existiu ainda mais uma Rainha: a Senhora Dona Maria II.
tinha a ser independente de Espanha, pois nessa lei, as mulheres
Assim nada obsta a que no futuro, uma vez restaurada a
tinham direitos de sucessão, mas não poderiam casar com
Monarquia Portuguesa, e salvaguardados os direitos adquiridos,
estrangeiros. Recorde-se que extinta a Dinastia de Avis com o
como assumpção de contemporaneidade, as Cortes deliberem
desaparecimento d’El-Rei Dom Sebastião na Batalha de Alcácer-
que a Lei sucessória passe a ser de Primogenitura Igual Absoluta.
Quibir, com o falecimento do Cardeal-Rei Dom Henrique e a
Como apontou o historiador francês Jacques Bainville: ‘A
debandada de Dom António, Prior do Crato, provocada pelos
Monarquia é o mais maleável dos regimes, o mais pronto a se
castelhanos, o trono de Portugal passou para Filipe II de
renovar, aquele que tem menos medo das ideias e o que menos se
Espanha, I de Portugal, e que originou a 3.ª Dinastia, a Filipina ou
encerra na rotina.’
dos Habsburgos. Filipe I de Portugal era filho de Dona Isabel de Portugal, irmã do Cardeal-Rei e de Dom João III, e portanto neto do Rei Dom Manuel I de Portugal. Dona Catarina contraiu matrimónio com D. João I de Bragança e o seu primogénito D. Teodósio II, foi o 7.º Duque de Bragança e foi pai de Dom João
II de Bragança que viria a ser o Rei Restaurador Dom João IV. 7
Editorial «Acto de inteligência a Monarquia é o princípio que resume os valores que a razão humana e a experiência dos povos revelaram um a um como possíveis na construção política do Estado».
Francisco de Sousa Tavares
Em defesa da monarquia: Notas soltas Um dos argumentos mais usados pelos detractores da monarquia é de que este regime é antagónico ao conceito de liberdade pelo facto de, em monarquia, existir uma pessoa - Rei ou Rainha - e uma família, que pelo lugar que ocupam, se encontram em situação diferente do resto dos cidadãos. Mas isto não quer dizer que os outros cidadãos não tenham liberdade. Aliás, basta olhar para todos os países monárquicos da Europa (Bélgica, Dinamarca, Espanha, Grã-Bretanha, Holanda, Luxemburgo, Mónaco, Noruega, Suécia) para verificar que é nesses países onde os povos são mais livres. Pelo contrário, em França, assim como em Itália, Alemanha, Áustria ou mesmo em Portugal, a classe dirigente, a classe politica, destaca-se em poder e privilégios, cavando um fosso, com o resto do povo desses países. A Monarquia não tem por finalidade assegurar a uma família a posse de um bem, mas sim a continuidade do poder político e a unidade e integridade do país, para o bem comum. A Monarquia não é inimiga da liberdade é antes uma garantia de que o Rei é uma pessoa competente, em virtude de ter sido educado desde o berço para servir o país e o seu povo e, é sem dúvida alguma, um obstáculo contra a corrupção. Ainda que, por determinado período tempo, se possa pensar que determinado país tenha ficado beneficiado com a implantação de um regime republicano, a verdade dos factos prova precisamente o contrário. A Grã-Bretanha, nos primeiros dias da república de Cromwell, que vigorou entre 1649 e 1653 e a França, imediatamente a seguir à Revolução Francesa, e Portugal, após 1910, pareciam ter lucrado com substituição de um regime pelo outro. No entanto, como se sabe, a realidade foi bem diferente. A GrãBretanha mergulhou no caos económico até à restauração monárquica e a França, para além de ter vivido um período de terror, continua, progressivamente, a declinar-se e actualmente, como país, não tem, na comunidade internacional, o poder e a importância que alcançou sob o regime monárquico. Em Portugal, a 1.ª república foi o que se viu - um grande período de instabilidade governativa, de assassinatos políticos e fortes perseguições, até que surgiu a 2.ª república, que governou, ditatorialmente, durante 48 e agora esta 3.ª república, que originou uma nova aristocracia, baseada na filiação partidária e em sociedades secretas, que, por mais de uma vez, levou o país à banca rota. Enquanto o apogeu de uma nação ocorre sob o regime monárquico, a decadência é obra do regime republicano.
Será que alguém, no seu perfeito juízo, pode afirmar que a Europa está melhor por ter derrubado o regime monárquico nalguns países? Não raras vezes ouvimos, que a Monarquia é pouco importante nos nossos dias. Todavia por que será que os povos que a conservam, a defendem com “unhas e dentes”? Se a Monarquia é, nos nossos dias, uma realidade nesses países é porque é de grande utilidade para os povos; caso contrário não teria o apoio que tem, quer a nível popular que a nível partidário. A Monarquia traz a dignidade à chefia do Estado e a lealdade de um passado histórico que a república não possui. A Monarquia é a História nacional em permanente actualização. É a História de um povo que se reconhece e sintetiza na Instituição Real, que com ele e para ele nasceu. E o nascimento de um Príncipe, representa a continuidade mais natural, que se pode dar na grande família que é o Povo. Não há Monarquia sem consenso popular. Só o Rei dos Portugueses, que está ao serviço do bem comum (res publica), simboliza a unidade do Povo, no respeito por todas as suas diferenças e para além dos seus antagonismos, encarna a História de Portugal. A sua função é de carácter duradouro e contínuo, já que, garante deste modo, a estabilidade nacional perante a alternância dos governos e a rotatividade das pessoas. E o que fazem os Monárquicos portugueses? Ao invés de mostrarem as deficiências do regime republicano, de tentarem conquistar militantes para a sua causa, de se reunirem em torno do Rei dos Portugueses, lamentam-se com a recordação de vãs glórias que já lá vão; padecem de um complexo de inferioridade, pois olham mais para o passado do que para o futuro; preferem recordar o apogeu do império colonial, por exemplo, e servem e servem-se da república. E o vento e a maré estão de feição: é preciso passar da defensiva à ofensiva, usando a força da nossa convicção para que o triunfo da causa monárquica seja uma realidade nos nossos dias. Para salvar a civilização portuguesa será necessário voltar-se à Monarquia Hereditária, que não é um privilégio, mas antes uma conquista da erudição dos povos, pois a república não conseguiu resistir aos infortúnios do tempo, bem sabendo nós que a argúcia política da geração actual vai ser sentenciada no porvir, pela atitude que tomar em relação à restauração monárquica. Viva o Rei!
José Aníbal Marinho Gomes 8
Presidente da Direcção da Real Associação de Viana do Castelo
Um Rei, criado exclusivamente para
amar o seu povo sem hesitações, dá o exemplo com a sua conduta e abnegação total pela Pátria. Este exemplo no “topo” do sistema político faria maravilhas em Portugal. 9
RGAM - Antes das actuais funções, que ocupa como Tesoureiro e na Direcção da Causa Real, foi durante muitos anos Presidente da Direcção da Juventude Monárquica Portuguesa. Quais as principais recordações que guarda desses tempos em que a audácia juvenil, sempre mais insubmissa, levava ao combate temerário pelo ideal da Monarquia?
tiveram um papel fundamental na formação patriótica de todos nós. Mas na verdade o ser monárquico vem depois de ser português. Foi isso que me ensinaram, com o exemplo da bravura no serviço a Portugal, e é isso que faz sentido para mim. Primeiro apaixonei-me muito por este fado que é ser português e depois percebi que só a Instituição Real tem as condições para nos representar legitimamente ao nível da chefia de estado.
DT - Tenho dito repetidas vezes, sempre que tenho a honra de estar com a JMP, que esta instituição deu-me muito mais a mim do que eu lhe dei. E digo isto porque esta casa ajudou-me a crescer enquanto homem. Ensinou-me a ultrapassar obstáculos que se iam pondo no nosso caminho, principalmente na fase em que lutámos pela autonomia dos jovens monárquicos, e nesse caminho fiz as melhores amizades. Identifiquei-me com cada um que vinha por bem, com a abnegação no coração.
Estando activo no movimento monárquico é forçoso que procure formar-me para poder defender aquilo em que acreditamos. Faço isso hoje e continuarei a fazer.
E foi bebendo do pensamento de tantos patriotas (e monárquicos), que facilmente concluí ser a monarquia o sistema que melhor se adapta à realidade portuguesa.
É um enorme privilégio poder estar numa organização em que a maior parte das pessoas não procura lucrar com a filiação, mas sim servir Portugal e o Rei.
É a estabilidade política proporcionada pela chefia de estado real que permite a uma sociedade crescer em harmonia e sem sobressaltos. Sujeitar o povo a dividir-se para escolher o que deverá uni-lo, sim é mesmo um contra-senso, não faz qualquer sentido. A suposta igualdade entre cidadãos no acesso à presidência da república, como se de um cargo administrativo se tratasse, é um argumento que cai por terra quando todos percebemos que a chefia de estado está sempre entregue à mesma oligarquia, já para não falar que a eleição não é único processo de legitimação em democracia (veja-se o caso dos tribunais que representam um órgão de soberania).
Foi para mim muito impressionante ver raparigas e rapazes abdicarem de tantos e tantos prazeres que o tempo em que vivemos oferece, para se dedicarem à luta pela restauração da monarquia (vista pelos arautos do pensamento único como uma impossibilidade natural). Eu, que tantas vezes pensei não haver solução para os jovens deste mundo, fiquei coberto de esperança nesses tempos em que servi na JMP. Agradeço, uma vez mais, a todos os que caminharam comigo. Jamais esquecerei.
Se o importante é garantir que a chefia de estado represente Assim, mais do que uma recordação de um momento específico, ficou a marca bem viva de que só existimos Diogo Tomás nasceu no Porto e actualmente reside em Lisboa, onde trabalha verdadeiramente quando nos damos aos outros, servindo numa companhia de seguros e finaliza a licenciatura em Direito. Tem três irmãos até ao último suspiro. e 4 sobrinhos. É solteiro, mas quer deixar de ser rapidamente. Gosta muito de comer carne, preferencialmente de touro bravo, e tem um gosto
RGAM - E ‘nasceu’ Monárquico ou foi aprendendo a sêlo, descobrindo, conhecendo, que este é, inquestionavelmente, o melhor dos regimes e que um Rei como Chefe de Estado é um plus para a Democracia, até porque sete dos dez Países com maior índice de democracia são Monarquias Constitucionais e, ao contrário, das 135 repúblicas que existem no Mundo apenas 53 são democracias?
especial pela vida no campo. Iniciou a actividade política na Juventude Lusitana com 14 anos, tendo sido responsável por essa estrutura na cidade do Porto. Nessa mesma altura inscreveu -se na Real Associação do Porto. Mais tarde aderiu ao Partido da Nova Democracia, onde desepenhou funções na
Direcção Nacional e como líder das Novas Gerações. Nesse âmbito foi candidato à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu, mas também a Presidente da Junta de Freguesia de Leça da Palmeira quando tinha 21 anos. Permaneceu no partido até à sua extinção. Tanto no âmbito partidário como associativo, sempre defendeu a integridade e dignidade da Vida Humana desde a concepção até à morte natural.
DT - Bem, se tivesse nascido republicano teria sido logo Foi fundador da Juventude Monárquica Portuguesa e ocupou o cargo de candidato, contra os meus três irmãos, a mandar lá em Presidente entre 2012 e 2016. Anteriormente tinha sido Presidente do Conselho Nacional da Juventude casa! Monárquica, já extinto.
Sou monárquico desde que penso em política. Ajudoume muito o exemplo do meu avô e seus antepassados que dedicaram toda a vida ao serviço de Portugal, uns como militares e outros na política, não esquecendo as mulheres da família, que sendo mais “silenciosas”,
Nas eleições Legislativas de 2015 foi cabeça de lista do PPM pelo círculo eleitoral de Aveiro, como candidato independente. Ainda nesse ano passou a fazer parte, como vogal, da Direcção da Real Associação de Lisboa, até estes dias.
Hoje, é Tesoureiro e responsável de comunicação da Causa Real.
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todos sem excepção e consiga arbitrar o jogo político com verdadeira imparcialidade, então deixemo-nos de teorias políticas ultrapassadas e abracemos a Instituição Real.
RGAM - Para que não sobejem dúvidas e não pairem hesitações, quais são para si as vantagens de um regímen de Monarquia face ao modelo republicano? DT - As vantagens são muitas, mas escolho dois “blocos” que me parecem os mais relevantes.
RGAM - Parece existir uma agenda dos média, desses/as senhores/as das redacções do sistema, e que só pode ser fruto do desespero ou melhor da desesperança perante o modelo republicano falido que continuam a defender sem procuração, em, intencionalmente, evitar qualquer tipo de cobertura das actividades e eventos monárquicos, mesmo daqueles em que participa a Família Real. A esta aflição republicana em esconder, não é estranha, naturalmente, a acção do movimento da Causa Real que tem demonstrado as virtudes e vantagens de se voltar a chamar o Rei e a preocupação dos primeiros com o carinho que se pode constatar que o Povo tem pela Família Real Portuguesa. Que se pode fazer para contornar esta malintencionada censura?
O primeiro está directamente relacionado com a classe política e o sistema político. Como já disse anteriormente, a questão está em saber se consideramos, todos nós – republicanos e monárquicos, que o chefe de estado deve ser verdadeiramente imparcial e independente. Respondendo sim a esta questão, então não podemos aceitar um sistema que promove a escolha de alguém que vem dos grupos mais interessados em ter um chefe de estado controlável, logo ferido na sua independência. Um presidente vindo dos partidos, e já nem me refiro a outros grupos de pressão a que
DT - É verdade que há muita gente nas redacções que não tem simpatia por nós. Negá-lo seria sinal de autismo. No entanto, não podemos desculpar-nos permanentemente com essa aparente antipatia. É necessário que a Causa Real, e a Casa Real, saibam promover as suas acções e “namorar” os jornalistas. Bem sei que muitos de nós não querem correr atrás da comunicação social e não aceitam que nos sujeitemos aos seus parâmetros. Mas a verdade, única, é que sem os média não vamos conseguir levar a mensagem aos nossos compatriotas. Outra solução, como bem diz o Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, é ter “5 minutos para falar com cada um dos portugueses”. Poderia ser suficiente, mas é certamente impossível. Se queremos que a Família Real seja, efectivamente e não só legitimamente, a família de todos os portugueses, então é necessário que os Príncipes entrem em casa dos cidadãos, seja pela televisão ou internet. Estou à vontade para falar sobre este assunto, pois sou responsável de comunicação da Causa Real e não empurro o problema com a barriga. Mas sublinho, com força, que o nosso principal problema é a forma como não chegamos aos portugueses. Temos tudo para vencer: uma Família Real bonita, transparente e inquestionável. 11
poderá estar ligado, jamais poderá ser o árbitro do jogo político, porque a qualquer momento vai revelar as suas simpatias e também terá de pagar “favores” (e rapidamente, pois tem no máximo 10 anos).
a estropiar-nos o resto do que somos. Substituí-lo [a monarquia] por um regímen que, além de não ser nacional de modo nenhum, continuava as mesmas tradições (estas sim!) de gatunagem e de incompetência, agravando, se talvez não a gatunagem, por certo que a incompetência - eis uma cousa para a qual não valia a pena ter derramado sangue, perturbado a vida portuguesa, criado maior soma de desprezos por nós do que os que já havia no estrangeiro.
Ainda neste “bloco”, é importante reflectir sobre a questão da corrupção, tão metida no sangue de parte da nossa classe política.
(...) A situação de Portugal, proclamada a República, é a de uma multidão amorfa de pobres-diabos, governada por uma minoria violenta de malandros e de comilões. O constitucionalismo republicano, para o descrever com brandura, foi uma orgia lenta de bandidos estúpidos.»
Um Rei, criado exclusivamente para amar o seu povo sem hesitações, dá o exemplo com a sua conduta e abnegação total pela Pátria. Este exemplo no “topo” do sistema político faria maravilhas em Portugal. Tempos houve em que este amor pelos portugueses custou a vida do Rei e do Príncipe da Esperança. Eram a única ameaça ao poder instalado das oligarquias do horror…
Quer comentar?
Repare-se, também, que hoje não temos um único órgão do Estado que esteja desligado da oligarquia política. O Rei tem a força da imparcialidade e o poder da arbitragem, porque não esta “amarrado” a qualquer grupo de interesses. É esta a chave para moralizar o nosso sistema político.
DT - Bem, esta pergunta vem mesmo na continuidade do que acabei de dizer. Fernando Pessoa estava coberto de razão. A república é um corpo estranho ao país, mas que se tem conseguido manter, já indo na sua terceira experiência que naturalmente também vai falhar. É uma questão de tempo.
O segundo “bloco” dedico aos afectos, tão em voga nos últimos tempos.
O problema da república é que não se consegue manter estável por muito tempo, pois, na sua essência, é promotora da instabilidade.
De facto, é forçoso reconhecer que o actual presidente da república humanizou a chefia de estado, como se de um Rei se tratasse, e tem conseguido aumentar o nosso sentimento de pertença comum. Nota-se que as pessoas gostam de Marcelo e sabe-se que a sobrevivência da república precisava de Marcelo.
A loucura da primeira república levou ao garrote da segunda e esta ao desvario da terceira. São ciclos de grupos que se vão alternando no poder, tudo mudando, de tudo fazendo tábua rasa. O Portugal intemporal e permanente sofre muito com estas convulsões.
No entanto, esta onda de afectos, tão necessários numa sociedade estropiada como a nossa, tem prazo de validade curto – no máximo 10 anos. Não merece Portugal mais?
É muito impressionante verificar que aquela “gatunagem” das décadas finais da monarquia, conseguiu manter-se a pilhar o país até aos dias de hoje. Como já tive oportunidade de dizer, o Rei era o único que lhes podia fazer frente, por ser dos pouco que estava ao serviço sem esperar nada em troca.
A tão necessária humanização da chefia de estado, que nos une e faz sentir pertencentes a uma mesma e só Pátria, só é possível com a restauração da monarquia e o regresso da Família Real ao seu legítimo lugar.
Nos tempos da JMP sempre defendi que Portugal é um país e não uma república e que restaurar a monarquia é restaurar Portugal. A república é um regime e a monarquia é um nome que se dá ao sistema natural de organização de um povo em torno do seu primeiro servidor.
Haverá melhor forma de humanizar a política que não passe por ter uma Família, tão como as nossas, ao serviço dos Portugueses? Não somos nós o povo das famílias e que vê nessa célula uma “teia” de afectos e ajuda inesgotáveis? É isto que queremos no nível mais alto das estruturas do Estado.
É muito bonito olhar para as bandeiras de Portugal, mesmo para esta que nos tem representado, e verificar que as armas dos Reis de Portugal estão lá sempre. A monarquia é isso mesmo, está entrosada no ser português.
Os portugueses merecem que o seu futuro não seja interrompido de 5 em 5 anos. Merecem não ser divididos para escolher aquele que nos deve representar a todos. Merecem a ponte permanente entre o passado, presente e futuro, que um presidente da república não pode, naturalmente, construir e manter.
RGAM - É notório o aumento do número de simpatizantes pelo regime da Monarquia, que vão muito além dos associados das organizações monárquicas oficiais. Que medidas pretende a Causa Real implementar para captar esses monárquicos, já que o nosso movimento para crescer e se tornar incontornável, tem que ser, absolutamente, inclusivo?
RGAM - Até porque, como escreveu Fernando Pessoa in ‘O Jornal’, em 1915: «Resta saber se lhes substituímos qualquer coisa nova que seja de criação portuguesa. É assim? Qual é essa cousa? Os princípios em que assenta esta cousa a que se chama República Portuguesa: estes princípios são franceses. Não há Portugal: há uma mistura ignóbil de «estrangeiros do interior» a governar-nos e 12
DT - Ainda esta ano vai ser inaugurado um novo método de inscrição na Causa Real que permitirá cativar todas essas simpatias. Até aqui a Causa Real, a nível central, não podia receber inscrições ou fazer campanhas de angariação de novos sócios. A inscrição só era possível através de uma Real Associação. Infelizmente nem todas as Reais Associações têm capacidade para dar apoio ao processo de inscrição. Apesar de parecer algo simples, a inscrição implica alguém que a processe, registe na base de dados, cobre quotas, etc… Numa organização sem profissionais, com base em voluntariado, é tudo muito mais difícil se estiver disperso.
Constitucionais no mundo contemporâneo, a Executiva e Cerimonial e dentro desta última o Monarca pode ter funções estritamente cerimoniais ou possuir poderes de reserva, o chamado Poder Moderador. Qual o modelo de Monarquia que defende para Portugal?
Além disso, facilmente se percebe que no tempo em que vivemos não é viável ter uma organização política que não pode receber associados!
É importante que o Rei tenha um poder moderador, mas sempre com uma distância do poder político que o mantenha longe do fogo cruzado.
Assim, a Causa Real entendeu centralizar as inscrições. Será possível fazer a inscrição através do preenchimento de um
Nesta era da modernidade é muito perigoso atribuir poderes executivos ao monarca, pela simples razão de que se tornaria
formulário muito simples na página da Causa Real. Os associados receberão um cartão de associado, todas as novas edições do Correio Real e informação actualizada e permanente. Também está a ser montado um secretariado mais eficaz na sede da Causa Real.
mais um agente político e sujeito a ataques do seus pares.
Como exemplos do nosso imenso potencial posso referir os quase 30.000 seguidores na nossa página do facebook, que não são associados, e a possibilidade de reencaminharmos qualquer pessoa para a inscrição na nossa página.
Não nego que a formação do monarca lhe poderá dar competências para governar bem, mas a sua principal função é ser aquela força viva da Nação que todos move. Se é de todos e para todos, não pode tomar decisões que o coloquem junto de qualquer “parte”.
DT - O modelo português. Quando chegar esse dia glorioso em que as Quinas serão encimas pela Coroa Real, não podemos cair no erro de voltar a copiar modelos que nada nos dizem.
O valor da Instituição Real, principalmente neste tempo em que precisamos de referências como de pão para a boca, é muito alto para a sujeitarmos a ser atacada por políticos com más intenções.
É fundamental que a militância monárquica ganhe o fulgor de outros tempos. A seguir às prioridades políticas, esta segue com uma grande prioridade da Causa Real. Vamos crescer e vencer!
RGAM – Um dos argumentos republicanos contra a Monarquia, e que urge desmitificar, é de que os ‘Reis gastam muito!’, ora parece que é exactamente o contrário: as Famílias Reais são bem mais aforradas e poupadas. Acareando o custo das mais
RGAM - Existem vários modelos de Monarquia: a orgânica e pelo menos dois tipos diferentes de Monarquias 13
diversas Casas Reais com o Orçamento de Funcionamento da Presidência da generalidade das Repúblicas, conclui-se que estas últimas custam, no mínimo, quase o dobro das primeiras. Parece que, afinal, a ideia era: o Rei que ande a pé que eles vão de carruagem?
de parar.
DT - Parece que sim. Eu não gosto muito de utilizar este argumento como uma das vantagens da monarquia, apesar de o ser.
Ora, se a chefia de estado for o poder agregador que defende os valores patrióticos de todos, já não se torna necessário optar por escolhas políticas que podem ser muito perigosas.
É importante perceber que alguns países que não têm este reduto dos valores patrióticos, têm enveredado por escolhas políticas mais radicais. Os cidadãos começam a fartar-se do relativismo que paira um pouco por todo o mundo ocidental e usam o voto para se manifestarem.
O custo com a chefia de estado, monárquica ou republicana, pode justificar-se mais alto ou mais baixo conforme o país e as suas especiais circunstâncias.
RGAM - Ora se o regime republicano se petrificou ao consagrar na alínea b) do Artigo 288.º da Constituição da república portuguesa que «as leis de revisão constitucional terão de respeitar a forma republicana de governo», pelo que esta cláusula de imposição impede um referendo nacional sobre esta matéria, e, também, como lembrou Joseph Pulitzer, que de tão sábio mereceu dar nome a um consagrado Prémio homónimo «com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma», será que a restauração da Monarquia é ainda possível para um futuro próximo?
Uma monarquia cara é sempre melhor que uma república barata. No entanto, os factos têm dito que as monarquias são mais baratas. Penso que há uma razão simples: as monarquias foram muito escrutinadas porque tiveram cortes gastadoras. É normal que no tempo da democracia sejam mais contidas. É mais um exemplo de serviço exemplar. Por outro lado, nas Casas Reais a rotatividade de pessoal é menor. Nas repúblicas as equipas mudam a cada mandato e isso provoca mais custos.
DT - Sim. No entanto, a Causa Real percebeu que a estratégia política seguida não estava a funcionar.
Também é importante falar dos lucros. Ainda há pouco tempo foi noticiado que a Casa Real Britânica tem aumentado os seus rendimentos, não através dos impostos, mas sim do proveito do seu trabalho. A título meramente exemplificativo: nenhum turista quer levar para casa uma fotografia do Marcelo, mas já da Rainha Isabel II…
Nesta fase estamos a investir muito na ideia de que o Senhor Dom Duarte é Rei dos Portugueses, mesmo enquanto Portugal continuar a viver amarrado a um regime usurpador. O Rei existe para servir, independentemente do regime ou dos governos. Essa é a essência do que defendemos.
Por isso, as monarquias além de gastarem menos, geram mais lucros.
Aqui ganha especial importância o trabalho meritório que o Rei dos Portugueses tem feito, tantas vezes longe dos holofotes da fama. Gosto sempre de realçar a excelência das embaixadas do Senhor Dom Duarte para onde quer que vá, principalmente no que diz respeito aos nossos povos irmãos espalhados por todo o Mundo Português.
RGAM - Ser Monárquico é, para além de defender a Causa do Rei, também, defender Portugal, porque a Monarquia hereditária sempre foi símbolo da identidade portuguesa e afiançadora da existência da Nação. Perante esta crescente perda de Soberania da Nação, quer política quer financeira, para entidades e instituições estrangeiras, não será o Rei o maior garante da continuidade de Portugal?
A blindagem da república é o sintoma do seu medo. A república sabe que não é natural ao país e por isso tem de se agarrar a mecanismo legais para se ir mantendo. O medo é real e faz sentido que o seja.
DT - Não é só o maior garante, é o único.
No dia em que os portugueses pensarem de cabeça limpa e deitaram para trás o preconceito de que restaurar a monarquia é voltar a andar de coche, por certo vão optar por aquele que está disposto a dar a vida por todos nós e não só por si próprio.
Este é um daqueles pontos em que o Rei deve intervir, alertando a Nação para o risco de perder o controlo da banca e dos poderes políticos fundamentais. A verdade é que faz pouco sentido ter um Rei numa Nação esvaziada de soberania. Contudo, também aqui reside uma vantagem forte do regresso da monarquia, ou seja, a restauração fará com que os valores patrióticos fiquem a salvo na esfera da chefia de estado, enquanto os políticos vão vendendo o país. Não é o ideal, mas é um mecanismo de defesa relativamente a um processo que avança sem forma
Um dia disseram-me que a Cruz está por Cima da coroa porque o Rei está disposto a crucificar-se pelo seu povo. Jamais esquecerei essa frase e enquanto Deus me permitir lutarei para que na nossa bandeira volte a brilhar essa coroa de serviço. Entrevista realizada por Miguel Villas-Boas para a Real Gazeta do Alto Minho da Real Associação de Viana do Castelo
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Ponte do Mouro Medieval 2ª Edição | 2 a 4 de junho de 2017 Sandra Raquel Vieites Rodrigues Pel´Organização do Ponte do Mouro Medieval
Mais uma edição Ponte de Mouro Medieval e à semelhança da anterior foi um evento que relembrou toda a envolvência do encontro de D. João I com o Duque de Lencastre em 1386, no lugar da Ponte do Mouro, freguesias de Barbeita/Ceivães, Concelho de Monção. Esta II edição da "Ponte do Mouro Medieval" teve início na sexta-feira dia 2 de Junho, estando presente na sessão de abertura Sua Alteza Real D. Duarte Pio, Duque de Bragança. Dom Duarte, elogiando esta iniciativa, referiu que se tratava de um grande contributo para a divulgação da cultura do concelho e do país. Na sessão de abertura esteve também, presente o Chefe Hélio Loureiro em representação da Causa Real, assim como o Dr. José Aníbal Marinho Gomes e a Dr.ª Mariana Magalhães Sant’Ana, respectivamente Presidente e Vice-Presidente da Real Associação de Viana do Castelo. 15
Após a abertura solene pelo Duque de Bragança, teve lugar a Conferência intitulada “D. Filipa de Lencastre, a noiva escolhida por D. João I”, a cargo da Professora Doutora Manuela Santos Silva, docente da Universidade de Lisboa, com vários trabalhos publicados sobre D. Filipa de Lencastre. Um deles é “A Rainha Inglesa de Portugal - Filipa de Lencastre”, edição do Círculo de Leitores, livro que faz parte da Coleção “Rainhas de Portugal”, tendo colaborado recentemente também na edição “Casamentos Reais - Casamentos da Família Real Portuguesa”. A conferencista, contextualizou toda a época do encontro e das relações entre Portugal e Inglaterra, tendo referido detalhadamente a importância da rainha D. Filipa de Lencastre nos destinos de Portugal.
A edição deste ano, trouxe a grande novidade de recriar a ceia que ocorreu entre D. João I e o duque de Lencastre, através da disposição das mesas e dos lugares para os participantes. Foi o momento alto do evento Ponte do Mouro Medieval, e decorreu no coração do lugar da Ponte do Mouro, revivendo-se um dos principais momentos de convívio dos tempos medievais, com características únicas e de um grande realismo e criatividade.
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Os cerca de 200 participantes usufruíram de um repasto em tudo semelhante ao teve lugar há 600 anos atrás. Pelas mesas passaram a sopa, prato de carne e uma variedade de frutas. No decorrer da ceia, várias actuações musicais, danças do ventre e a recriação do encontro entre D. João I e o duque de Lencastre que se pautou pela originalidade e pelo facto de ter retratado de forma fidedigna o que aconteceu naquela época. Na mesa reservada às figuras mais ilustres do nosso tempo, o Executivo Municipal de Monção marcou presença. “Foi um jantar sublime. Lembra-nos o passado, sobretudo para quem gosta de História”, afirmou Augusto Domingues, presidente da Câmara de Monção, referindo ainda que: “É de louvar o trabalho de toda esta gente da Buraca da Moura. Foi um jantar-espectáculo, com actores que nos fizeram rir... sobretudo a aia do rei D. João”. Ao seu lado encontrava-se a Vice-Presidente da Câmara, Conceição Soares.
A recriação do encontro entre D. João I e o Duque de Lencastre ocorreu no domingo, dia 4 de Junho e à semelhança da edição anterior, os visitantes participaram em todo o cenário deste encontro, que foi uma verdadeira lição de história.
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Nos dias em que decorreu o evento, a animação foi um reviver constante da época, com mercadores, músicos, artesãos, malabaristas, jograis, almocreves, cavaleiros, lutadores, bailarinas, nobres, mendigos. Realizaram-se torneios diários, a pé e a cavalo. A música medieval não foi esquecida, assim como o teatro, os bobos, saltimbancos, dançarinos e restantes actores, que criaram pontos de entretenimento e fizeram as delícias dos visitantes. O recinto contou com exposição de armas de guerra e instrumentos de tortura, acampamento militar, animação, música e artes circenses, cortejo medieval, parque infantil e um mercado medieval com produtos da época.
Sendo este um artigo pessoal, não quero terminar sem antes enaltecer o companheirismo, a amizade, o profissionalismo e alegria desta equipa, que com garra vai ultrapassando obstáculos, trazendo inovação e atravessado pontes da história de Portugal. E se a equipa é fulcral, os patrocinadores também o são, pois acreditaram desde o primeiro momento que este projeto seria uma mais valia para o concelho transportando-o para o mundo. Nesta edição contámos com o apoio do Município de Monção, juntas de freguesias de Barbeita, Ceivães e Badim, empresas e instituições locais e distritais, da Real Associação de Viana do Castelo, da Causa Real e da Casa Real Portuguesa, parceiros imprescindíveis para o sucesso deste evento e que marcam a diferença de tantos outros idênticos a este.
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Zita, Imperatriz da Áustria e Rainha Apostólica da Hungria com processo de Beatificação Carlos Aguiar Gomes
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Depois do Seu marido, o último Imperador da Áustria e Rei da Hungria, Carlos de Habsburgo, ter sido declarado Beato (os seus restos mortais estão guardados e venerados em território português, na Madeira), chegou a vez da Esposa, Zita de Bourbon Parma, Habsburgo pelo casamento, ter o seu processo para ser beatificada já aberto. (A Imperatriz Zita, que tive o grande privilégio de conhecer), é neta do Rei Dom Miguel, pois Sua mãe foi a Princesa Maria Antónia de Bragança que era filha daquele Rei) 1.
da sua Fé, educou sempre tendo como modelo o Pai com os olhos postos na misericórdia de Deus.
As Guerras Mundiais perseguiram esta Família, o que obrigou a Imperatriz Zita antes e depois da viuvez, a pedir sucessivos lugares de exílio (Portugal, Espanha, Canadá, Bélgica e Estados Unidos). De uma piedade extraordinária, viveu os seus dias de exílio sempre com muito poucos recursos económicos mas sempre com uma grande serenidade de espírito e uma Fé profunda e inabalável. Morreu em 14 de Março de 1989 e a 1 de Abril seguinte foi sepultada com honras imperiais em Viena de Áustria.
A Imperatriz Zita nasceu em 9 de Maio de 1892 e casou-se a 21 de Outubro de 1911 com o Arquiduque Carlos de Habsburgo. Carlos tornou-se o herdeiro directo do Imperador reinante, de quem era sobrinho-neto, após o duplo assassinato de Serajevo e, assim, foi proclamado, em plena convulsão da I Guerra Mundial, Imperador do vasto Império Austro-húngaro onde reinou com justiça e sempre buscando, infrutiferamente, a paz para uma Europa de divisões e ódios. Esta busca incessante e por todos meios da paz trouxe-Lhe a incompreensão e o ódio de políticos e de seitas secretas. Reinou dois anos e terminou os seus dias na Madeira na pobreza e na doença, no dia 1 de Abril de 1922.
Depois da beatificação do Imperador Carlos por S. João Paulo II em 11 de Março de 2004, em 2008 a causa para a beatificação da Imperatriz Zita foi autorizada pela Congregação da Causa dos Santos, cujo processo se abriu na Diocese de Mans. Para apoiar a causa de beatificação de Zita, Imperatriz e Rainha, servidora de Deus, da Sua Justiça e Bem, foi fundada a ASSOCIAÇÃO PARA A BEATIFICAÇÂO DA IMPERATRIZ ZITA (Abbaye de Solesme – 1 Place Dom Guéranger – 72 300 SOLESMES – França).
Em todos os dias que viveram juntos, Zita foi a Mulher prudente e sábia, corajosa e determinada. Consciente, como católica fervorosa e praticante, sempre apoiou o Marido nas actividades de busca da paz e de socorro aos pobres e, sobretudo, dos soldados martirizados pelos assassinos políticos que queriam a guerra.
Para informações mais rápidas: association.zita@gmail.com ou www.beatification-imperatrice-zita.org (… Quando será aberto o primeiro processo de beatificação de um presidente da república? Sê-lo –á alguma vez?)
Este santo casal teve uma fé viva e vivida. Exemplar. E desta união nasceram oito filhos que Zita, na pobreza material, mas na riqueza
NOTA DA REDACÇÃO: A Imperatriz Zita, de seu nome completo Zita Maria da Graça Aldegunda Micaela Rafaela Gabriela Josefina Antónia Luísa Agnes de Bourbon-Parma, (em italiano: Zita Maria delle Grazie Adelgonda Micaela Raffaela Gabriella Giuseppina Antonia Luisa Agnese di Borbone-Parma), nasceu a 9 de Maio de 1892 em Viareggio, Villa Pianore, Toscana, Itália e faleceu a 14 de Março de 1989 em Zizers, Distrito de Landquart, Grisões, Suíça e está sepultada na Cripta Imperial em Viena, Áustria. Era filha de Roberto I, Duque de Parma e de D. Maria Antónia de Bragança (Maria Antónia Adelaide Camila Carolina Eulália Leopoldina Sofia Inês Francisca de Assis e de Paula Micaela Rafaela Gabriela Gonzaga Gregória Bernardina Benedita Andrea de Bragança), infanta de Portugal e Duquesa de Parma, filha de el-Rei D. Miguel I de Portugal e da Princesa Adelaide Sofia Amélia Luísa Joana Leopoldina de Löwenstein -Wertheim-Rosenberg, princesa de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg. A Imperatriz Zita, era portanto prima co-irmã de Sua Alteza Real o Senhor D. Duarte Nuno de Bragança e segunda prima de Sua Alteza Real, o Senhor Dom Duarte Pio.
Oração para pedir graças e a canonização da Serva de Deus Zita de BourbonParma Deus, nosso Pai, Vós redimistes o mundo com a humilhação do Vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele, que era rei, fez-se servo e deu a Sua vida por todos. E, por isso, Vós o exaltastes. Dignai-vos agora permitir que a Vossa Serva Zita, Imperatriz e Rainha, seja elevada aos altares da Vossa Igreja. Nela, Vós nos dais um exemplo admirável de fé e de esperança nas provações, bem como de uma confiança inquebrantável na Vossa divina Providência. Nós Vos pedimos que, juntamente com o seu esposo, o Beato Imperador Carlos da Áustria, Zita se torne, para os casais, um modelo de amor e de fidelidade conjugal e, para as famílias, uma mestra da educação cristã. Que para todos nós, ela possa ser um exemplo de serviço e de amor ao próximo, ela que, em todas as circunstâncias, soube abrir o seu coração a todos, especialmente aos mais pobres. Pela sua intercessão, atendei a nossa súplica (fazê-la aqui). Nós Vo-lo pedimos por Jesus Cristo, Senhor Nosso. Amén. Pai Nosso, três Avé Marias, Glória ao Pai.
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01/04/2017 Direcção
Decorreu no passado Sábado, dia 1 de Abril a Assembleia Geral da JMP Porto com a presença dos seus Associados e de todos os membros da Direcção Nacional da JMP.
Mesa da Assembleia-geral
Presidente: Jorge António Ferreira Araújo Vice-Presidente: Patrícia Lencastre Cardia Lima Carneiro Vice-Presidente: Carlos André da Silva Alves de Sá Secretário: Pedro Jorge Ramalho de Sousa Vogal: Manuel Ascensão Marques Pinto de Rezende Rodrigues Vogal: Ricardo António Monteiro Mourão
Presidente: Carlos Jorge Cambey Galante Vice-Presidente: Nelson Filipe Marques Nascimento Secretário: André da Costa e Sousa
A Direcção Nacional dá os Parabéns à nova Direcção da Juventude Monárquica Portuguesa do Porto.
Esta era uma Assembleia Geral Electiva pelo que a JMP Porto tem neste momento uma nova Direcção:
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29/04/2017
No dia 29 de Abril a JMP promoveu um convívio entre Jovens na Ganaderia J. ROSA Rodrigues, no concelho da Chamusca. O dia foi preenchido com um almoço campestre, uma tenta de novilhos e um passeio pelo campo entre as vacas e os bezerros. A JMP agradece, de forma muito sentida, a enorme simpatia com que foi recebida e toda a dedicação da família Rosa Rodrigues para proporcionar, a todos, um dia absolutamente memorável!
19/05/2017
No dia 19 de Maio a Juventude Monárquica Portuguesa de Lisboa promoveu mais um jantar tertúlia em Cascais, tendo como convidado o Prof. António Sousa Lara, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, que nos falou sobre "Os Monárquicos no final da II República e no início da III".
01/06/2017 A JMP marcou presença nas Festividades do Dia da Criança em Tomar, sob o tema o Berço dos Descobrimentos. Agradecemos à Real Associação do Ribatejo e ao Bruno de Castro, Presidente do Núcleo em Tomar, pelo convite.
03/06/2017 A Direcção da JMP na Sé Catedral de Braga com S.A.R. o Príncipe da Beira o Senhor Dom Afonso de Bragança.
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Os su(b)ditos da res pública Lamas Pacheco
O que tem sucedido nos últimos anos em Portugal mostra que apesar dos arautos da proclamada liberdade, a ética republicana de que se dizem orgulhosos representantes, não tem nada a ver com ética, porque sendo esta, no ocidente, de raiz grecoromana e judaico-cristã não precisa de qualquer adje(c)tivo que a qualifique. Ética é ética, a não ser que sirva para um desfile carnavalesco de mascarados.
Quem aguenta estes desmandos? Os su(b)ditos da república, essa mulher que enfiou um barrete na cabeça e colocou os seios de fora (Efígie da República Portuguesa, aquando da Proclamação da República), para mais facilmente alimentar os seus predile(c)tos res públicos imbuídos da tal ética própria de que se reclamam? O SIRESP não funcionou? Funcionou, mas em função de um contrato celebrado. Se queriam melhor, havia, mas mais caro. Há uma solução estatal melhor? Talvez segundo foi veiculado, mas não possibilitava que se mostrasse a ética republicana destes res públicos.
Desta máscara republica fica-nos que em todas as circunstâncias que envolvam res públicos ligados ao que está estabelecido pela cultura política, como alta finança, estados maiores partidários, dos que estão no chamado “arco do poder”, nada do que acontece os pode responsabilizar na sua a(c)tuação de res públicos, mais preocupados em manter o estado das coisas a que a Res pública foi levada do que respeitar e lutar pelo bem-estar do povo, os cidadãos da Res pública e o bom nome da Pátria.
Fica caro o serviço militar obrigatório? E agora, são baratas as consequências daquilo que aconteceu? Para quando um ordenamento do território que atenda às cara(c)terísticas territoriais e populacionais do país? O último foi no século XIX, mas nesse tempo o símbolo da Pátria era uma senhora toda vestida, sem ter enfiado o barrete.
Dizem-nos que o Estado somos nós, ora o que nós sabemos é o estado em que estamos, sem responsabilidade nisso, e sem responsabilização por quem de direito. A desresponsabilização é tal que um poder instituído, independente, pode ausentar-se de o exercer, por meio do exercício da greve. Ó senhores res públicos em geral, não querem seguir o exemplo deste caso particular? Pode ser que os su(b)ditos da Res pública arranjem uma solução para vos su(b)stituir.
Parafraseando: Foge Zé, que isto é sinistro! Para onde, se me fazem ministro?
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Natureza na actualidade Algumas considerações sobre a conservação e preservação da Natureza André Lopes Cardoso Secretário-geral da JMP
O conceito de Ecologia, é desde há muito tempo, uma das preocupações cimeiras do dito ideal monárquico e é revelador, claro está, da qualidade de vida no nosso planeta. Existem vários exemplos que podia abordar sobre plantações e formas de preservação da Natureza que evidenciam ou demonstram uma preocupação com as temáticas da Ecologia e da Biosfera.
utilizada como matéria-prima ou como adjuvante na produção de energia tanto pelas indústrias, como no próprio aquecimento das habitações. Outro marco de sucesso no campo da Ecologia foi o Parque da Serra de Sintra que ainda nos dias de hoje nos oferece magníficas paisagens e um enquadramento holístico e místico à vila de Sintra. O apogeu da plantação do Parque da Serra de Sintra aconteceu durante o reinado de D. Fernando II (Saxe-Cobourg-Gotha), em pleno século XIX, após a compra do Palácio Nacional da Pena. Esta plantação surge em resultado da ideia de enriquecer toda a envolvente do palácio, numa experiência de recriação do Castelo de Neuchwanstein na Alemanha, plantando-se para o efeito, nas escarpas da Serra de Sintra árvores raras e exóticas, criando em simultâneo fontes, cursos de água e lagos. Para além desta nova plantação, o monarca tratou de replantar a floresta já existente, nomeadamente com carvalhos, e pinheiros mansos indígenas, ciprestes mexicanos, acácias da Austrália, entre várias outras espécies.
Como sabemos, o Pinhal de Leiria, ou Pinhais Reais de Leiria, foi um grandioso projecto iniciado pelo rei D. Afonso III (1248-1279), com o qual se percebe a importância da Ecologia, enquanto tentativa de travar o avanço e degradação das dunas, protegendo também a cidade de Leiria e toda a área/região agrícola circundante à cidade. Durante anos, o corte de árvores foi seguido de replantação, mantendo-se o pinhal intacto e rejuvenescido. Foi no reinado de D. Dinis que o pinhal assistiu ao seu maior crescimento. A sua manutenção era assegurada pelo Guarda-Mor dos Pinhais de El-Rei, o Guarda e Couteiro das Matas dos Pinhais do Rei, responsável pela segurança de toda a área. Além de garantir a preservação das dunas no litoral e proteger a cidade dos efeitos da erosão, anos mais tarde o pinhal teve também um importante papel, para os Descobrimentos Marítimos, com a utilização da madeira do pinho na construção de embarcações. Também nos séculos XVIII e XIX, contribuiu enquanto impulsionador das indústrias da construção naval, vidreira, metalurgia e de produtos resinosos. A madeira era
Todo este legado de uma refinada preocupações com as plantações vem sendo descurada ao longo dos últimos anos. Planta-se desordenadamente, debaixo de uma cultura hegemonicamente capitalista e desordeira, de que é exemplo a aposta na quase monocultura do eucalipto que se vem revelando uma verdadeira praga. O drama dos incêndios que vêm ocorrendo no nosso país, 24
não é alheio a um deficiente ou ausente planeamento territorial que implica estratégias ao nível de espécies arbóreas, desmatação e limpeza de terrenos a par de um trabalho continuado de vigilância e protecção da floresta. Embora esta seja uma temática da actualidade que está em cima da mesa, as soluções tardam a ser apresentadas. Se pensarmos que, durante o Governo de Salazar existiam dois grupos profissionais que asseguravam o bem da qualidade florestal, podemos questionar se a nossa “evolução” tem sido feita da melhor maneira; refiro-me aos cantoneiros que asseguravam o tratamento e limpeza dos caminhos em áreas particularmente rurais e aos guardas-florestais, que, tal qual o nome indica, são os guardadores das nossas florestas, da nossa Natureza. Sabe-se que com estes dois “preventivos” sistemas, o risco de incêndio e de outras tantas contaminações seria reduzido.
espécies. Fundamental também, não menosprezar a presença do homem e o contacto com a natureza enquanto mais-valia para evitar calamidades ou mesmo no seu combate ao poderem mais rapidamente ser identificadas situações de desordem territorial. O ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas tem feito um óptimo trabalho neste sentido com a contribuição para a conservação da Natureza e das espécies que nela habitam. É fundamental assimilarmos que a Natureza tem de ser controlada, vigiada, a isto denomina-se preservação. É com base neste espírito que a Juventude Monárquica Portuguesa, organiza anualmente um evento dedicado à vida campestre. O Dia de Campo do ano corrente teve lugar na Ganadaria J. Rosa Rodrigues, na Chamusca, num extraordinário ambiente de convívio, com almoço, tenta de vacas bravas e uma visita guiada aos campos da região. Este evento permite às camadas mais jovens perceberem a interiorização da Agricultura, da Ecologia e das mais variadas temáticas ambientalistas, sensibilizando-as para a preservação e conservação das mesmas, indispensáveis à afirmação da verdadeira cultura de sustentabilidade comprometida com o bem-estar das gerações actuais e vindouras.
Também o rito da caça assume o seu contributo como medida de preservação de espécies num contexto de Ecologia. No caso do javali, animal que se encontra no topo da cadeia alimentar e também em regime de praga (principalmente na zona arraiana), terá de ser controlado sob risco de exterminar as espécies que estão abaixo na cadeia alimentar, como é o exemplo dos coelhos ou mesmo, de arruinar terrenos agrícolas, como milharais. Esta caça não passa por ser apenas um desporto, chamo-lhe actividade de controlo venatório, na medida em que controla a praga e elimina os animais doentes e transmissores de doença a outras 25
Reis de Portugal D. João II Nascimento 3 de Maio de 1455, Lisboa Morte 25 de Outubro de 1495 (40 anos), Lisboa. Está sepultado no Mosteiro da Batalha, Batalha, Leiria Reinado 1º reinado: 11 de Novembro de 1477 a 15 de Novembro de 1477
Coroação: 11 de Novembro de 1477 2º reinado: 28 de Agosto de 1481 a 25 de Outubro de 1495
Consorte D. Leonor de Avis (D. Leonor de Portugal, Leonor de Lencastre) Dinastia Avis Cognome O Príncipe Perfeito Títulos, estilos e honrarias
“Sua Alteza, o Príncipe Herdeiro de Portugal” (3 de Maio de 1455 – 10 de Novembro de 1477); “Sua Alteza Real, o Rei” (10 de Novembro de 1477 – 15 de Novembro de 1477); “Sua Alteza, o Príncipe Herdeiro de Portugal” (16 de Novembro de 1477 – 28 de Agosto de 1481);
da Guiné, incluindo as possessões portuguesas que se estendiam pelo Golfo da Guiné, o estilo passou a ser: “Pela Graça de Deus, João II, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, e Senhor da Guiné”.
“Sua Alteza Real, o Rei” (28 de Agosto de 1481 – 25 de Outubro de 1495); O estilo oficial até 1485 era: “Pela Graça de Deus, João II, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África”. Com a criação do senhorio 26
Como Rei de Portugal, foi Grão-Mestre das seguintes Ordens:
distinguiaõ no procedimento, e serviço. […] Nos divertimentos, e graças muy alegre; nas veras com mais gravidade, e prudencía […]. Estimou muito o segredo» (Sousa, III, p. 79)
Ordem Militar de São Bento de Avis Ordem Militar de Santiago.
Filhos D. Afonso, Príncipe de Portugal (Lisboa, 18 de Maio de 1475 — Santarém, 13 de Julho de 1491) filho único e herdeiro de D. João II e de D. Leonor. Morreu em Alfange, Santarém, à beira do rio Tejo, de uma queda de cavalo durante um passeio. D. João II em sua homenagem, baptizou de “Príncipe” a ilha mais pequena do arquipélago de São Tomé e Príncipe. Casou em 3 de Novembro de 1490, em Estremoz, com D. Isabel, filha dos reis católicos e que viria mais tarde a ser rainha de Portugal pelo seu casamento com D. Manuel I. Filho Natural De D. Ana de Mendonça (c. 1545), dama da princesa D. Joana, filha de Nuno Furtado de Mendonça, Fidalgo da Casa Real, etc., e de sua mulher D. Leonor da Silva, teve o seguinte filho: D. Jorge de Lancastre, (11 de Novembro de 1481, Abrantes, - 22 de julho de 1550, Setúbal), 2.º Duque de Coimbra (desde 1509), Grão-Almirante de Portugal, 13.º Mestre da Ordem de Santiago e 9.º Administrador da Ordem de Avis. Casou em 1500 com D. Beatriz de Vilhena, filha de D. Álvaro, irmão do 3 ° duque de Bragança, e de sua mulher D. Filipa de Melo.
Pai D. Afonso V Mãe D. Isabel de Portugal D. João II em pessoa «de grande animo, amigo de se naõ deixar senhorear de privados, inclinado a fazer mercês, e remunerar serviços. […] Foi homem de meia estatura, bem proporcionado» (Brito, pp. 81-83) «Teve EIRey D. Joaõ hum coraçaõ impavido, como mostrou em varios casos. Era dotado de hum entendimento superior, de grande engenho com memoria taõ feliz, que o que huma vez aprehendia, já mais lhe esquecia. Fallava com eloquencia, e propriedade, porém alguma cousa pelo nariz, e de vagar. Na Filosofia, e na Historia era bem instruído, e estimava a Poesia. Generoso para com todos: aos benemeritos premiava sem que lho chegassem a pedir: amava a verdade aborrecendo a lisonja, sendo mais estimados os que se 27
POETAS MONÁRQUICOS PORTUGUESES
JOÃO PENHA Um verdadeiro poeta inspirado e repentista João Penha (de Oliveira Fortuna) é, desta vez, o nosso poeta de referência, que Gonçalves Crespo considerara “um menino tímido e mimoso” que a Coimbra boémia das trupes, ceias e “fogueiras” não tardou a ver e a acotovelar. Nasceu em Braga a 29 de Abril de 1838, e na mesma cidade dos arcebispos desencarnou, pobre, surdo e esquecido, a 3 de Fevereiro de 1919, a cerca de três meses de completar 81 anos de idade. Foi um poeta, jurista e magistrado a quem é creditada a introdução do parnasianismo em Portugal, sendo que a sua poesia comunga de tais concepções, tendo muito contribuído para o rejuvenescimento do soneto em Portugal. Matriculou-se na Universidade de Coimbra em Teologia, passando depois para o curso de Direito, onde se formou em 1873. Juntou-se desde logo ao grupo dos estudantes boémios, tornando-se amigo de Gonçalves Crespo, Cândido de Figueiredo, Antero de Quental e Guerra Junqueiro, entre outros. Nos anos em que viveu em Coimbra fundou e dirigiu o jornal literário A Folha, publicado entre 1868 e 1873, onde colaboram grandes poetas como Antero de Quental e Guerra Junqueiro. Juntamente com Gonçalves Crespo, António Feijó e Cesário Verde é considerado um dos expoentes do parnasianismo português.
Amâmos o talento, a artista rara. Dá-nos um riso, mostra-nos a aurora; Não somos os Romeus e tu a Julia: Somos o sapo vil, que absorto adora O Sol que esplende na amplidão cerúlea. (In, Rimas, p. 145-146)
A UMA RABEQUISTA Regressado a Braga, exerceu a advocacia e ocupou o cargo de juiz ordinário do Julgado da Sé. Dirigiu, entretanto, a revista literária República das Letras (1875), de que saíram três números, e colaborou na Revista de Turismo iniciada em 1916. Publicou: Rimas (Lisboa, 1882); Viagem por Terra ao País dos Sonhos (Porto, 1898); Por Montes e Vales (Lisboa, 1899); Novas Rimas (Coimbra, 1905); Ecos do Passado (Porto, 1914); Últimas Rimas (Porto, 1919); e, a título póstumo, Canto do Cisne (Lisboa, 1923), uma colectânea das suas últimas produções, e que contou com o prefácio de Albino Forjaz de Sampaio. Após a sua morte, tal como acontece com os verdadeiros poetas, João Penha foi praticamente esquecido durante cerca de meio século pela cidade que o viu nascer, até que, mais ou menos pelos anos 30, a Câmara de Braga e alguns intelectuais resolveram prestar
Que bellas sensações, que brando anceio Produzes na platea enthusiasmada, Quando te mostras, do tablado em meio, Mulher, graciosa; e artista, sublimada! Eu dera um litro do meu sangue azul, (Oh meus avós, não fulmineis o hereje!) Só por beijar-te, no chapim taful, O pequenino pé, que orchestras rege! Mas se vibras a corda gemedôra Do violim, que um Apollo te afinára, Não amâmos a dama encantadora, 28
uma homenagem ao seu concidadão, levantando-lhe um busto no centro da cidade. Para isso foi escolhido um quarteirão do jardim do Largo de São João do Souto. E assim numa peanha em granito, rodeada por um murete, foi colocado o busto de João Penha, tendo a “seus pés” um espelho de água. Pronto o monumento, questões burocráticas, iam atrasando a data da homenagem que estava programada para ser efectuada com grande aparato. Passaram tempos e sempre adiada, continuava o busto coberto por uma grosseira serapilheira, até que um grupo de estudantes do Liceu Sá de Miranda, inconformados com os sucessivos adiamentos tomaram a peito fazerem eles a inauguração. Arrancaram a serapilheira e puseram a descoberto João Penha. Segundo o escritor bracarense Luís Costa, tempos mais tarde, durante o primeiro Congresso Nacional de Filosofia realizado em Braga em Março de 1955, “a Câmara quis homenagear Francisco Sanches, resolve apear o busto de Penha e no seu lugar colocar o do filósofo, professor e médico, Sanches, cristão-novo, que foi batizado na próxima igreja de São João do Souto. Para o busto de Penha escolheram, para sua nova morada, na Avenida Central, perto do Coreto, um lugar onde existe um poço de (...) água. Não contentes com esta acção, resolvem, tempos depois, levá-lo para o Largo do Rechisso, e nova afronta lhe fizeram – colocaram o busto sobre a Fonte do Rechisso, hoje aterrada, mas que lá está.” Esclarecida ficava a signa maldita de mais um poeta bracarense, que António Manuel Couto Viana vinculara a um numeroso grupo de amigos e admiradores, e que se mostrava, “súbito, na intimidade do convívio, um verdadeiro poeta inspirado e repentista, dando largas a uma túmida veia sarcástica, quase cínica, submissa a uma forma de perfeição lapidar.”
Porfírio Pereira da Silva
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S. A. R. o Senhor Dom Duarte recebido em festa em Banguecoque 11 de Junho de 2017 * Foi com uma grande festa que a comunidade luso-thai da paróquia da Conceição, em Bangkok, recebeu esta tarde o descendente dos reis de Portugal, SAR o Senhor Dom Duarte de Bragança, que ali lhes foi oferecer uma imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Em 1767, após a tomada e destruição de Ayutthaya pelos birmaneses, os portugueses que ali viviam instalaram-se provisoriamente em torno de uma ermida em Sam Sén, então uma pequena aldeia localizada a norte da actual Bangkok . Hoje, são cerca de 3000 aqueles que reivindicam a herança portuguesa. Resistiram durante séculos aos maiores desafios, mas permaneceram fiéis às suas raízes. Não, não se trata de gente de bandel, à margem e socialmente desclassificada. Neles não há qualquer vestígio do "português à solta" ou daquela praga de assomadiços que tão mal fizeram ao nome de Portugal em terras do Oriente. Usando a expressão portuguesa antiga, trata-se gente limpa, habituada à governança e ao comando de homens, com todos os traços distintivos de uma excelente educação, bondade de propósitos, orgulho e dignidade. Servidores da monarquia, continuam a ocupar postos no exército, na marinha, na força aérea ou no funcionalismo do Estado.
na Tailandia, pois recebemos das mãos de Vossa Alteza uma bela imagem de Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Nossa Senhora tem a lua a seus pés e quando a lua reflecte o sol, então a Virgem reflecte a glória de seu Filho Jesus Cristo. Numa das mãos, Ela segura um globo com a Cruz de Portugal, pois Ela é Rainha do mundo e Padroeira de Portugal desde o reinado de Dom João IV, o primeiro Rei da dinastia de Bragança. Esta nova imagem é uma réplica daquela existente numa igreja em Vila Viçosa. Vamos colocá-la com grande respeito em nossa Igreja da Imaculada Conceição, em lembrança do legado do patrocínio da senhora da Imaculada Conceição a Portugal e à Casa Real de Bragança".
Transcrevo a intervenção de Jirawach Dias, jovem que se expressa no melhor português e a quem coube dar as boas-vindas a SAR. "Alteza Real, em nome dos luso-descendentes da comunidade, eu Jirawach Dias,exprimo a minha grande satisfação por receber novamente Vossa Alteza. Ainda nos lembramos da última visita de Vossa Alteza, em Julho de 2014. Dela, guardamos as melhores lembranças. Nós, os luso-descendentes, somos muito orgulhosos da nossa herança e da nossa fé em Nossa Senhora da Imaculada da Conceição. Hoje é um dos maiores dias da história da nossa comunidade, dia memorável para todos os luso-descendentes, não só para a nossa comunidade, mas também para todas as outras existentes
* retirado, com a devida vénia, da página do Facebook do Dr. Miguel Castelo Branco (https://www.facebook.com/miguel.c.branco.5)
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XXIII Congresso da Causa Real Decorreu em Braga no dia 3 de Junho, no Centro de Congressos da Colunata eventos do Bom Jesus, o XXIII Congresso da Causa Real, onde foram discutidos vários pontos de interesse para o movimento, designadamente alterações aos estatutos, apresentação de Actividades e avaliação da situação do Movimento pela Causa Real e Reais Associações. Após a discussão destes pontos teve lugar uma conferência intitulada “Utilidade para Portugal da institucionalização do papel representativo da Casa Real Portuguesa”, que contou com a presença como oradores do Dr. Nuno Melo (Eurodeputado, e membro do CDS), do Dr. Paulo Teixeira Pinto (ExPresidente da Causa Real e empresário) e do Dr. Ascenso Simões (deputado do PS). A apresentação da conferência esteve a cargo do Eng.º Tomás Moreira e a moderação do Dr. António de SouzaCardoso, respectivamente Vice Presidente e Presidente da Causa Real. A primeira intervenção foi do Dr. Paulo Teixeira Pinto, que entre outros aspectos que enumerou, disse que só pela vontade do Povo e em democracia é que a Monarquia podia ser restaurada. O Dr. Ascenso Simões, referiu que se a Causa Real pretender ter um papel importante na sociedade, não poderá ser apenas de carácter simbólico, acrescentado ainda que o Senhor D. Duarte e a Família Real deverão assumir o seu papel na sociedade, um sentido próprio e uma voz moderna. O Dr. Nuno Melo fez uma exposição daquela que tinha sido a sua posição em 2006, aquando da revisão do protocolo de Estado, sendo plenamente favorável a inclusão do Duque de Bragança, no mesmo. 31
À margem do Congresso e no fim desta conferência, decorreu na Sé Catedral de Braga, com a presença de SS. AA. RR. o Senhor D. Duarte e a Senhora D. Isabel e de diversas autoridades civis e militares, uma Concelebração Eucarística presidida por S. E. R. o Senhor D. Francisco Senra Coelho, Bispo Auxiliar de Braga, durante a qual, Sua Alteza Real o Senhor D. Afonso de Santa Maria, Príncipe da Beira, foi investido solenemente na Real Confraria de Santa Maria de Braga. Momento que se revestiu de grande significado, pois o reforçou a aliança entre D. Afonso de Bragança e a cidade de Braga, que se engalanou a 1 de Junho de 1996, para receber na Sé Catedral, um baptizado real, pela primeira vez na história de Portugal e na cidade de Braga, o de D. Afonso de Santa Maria. Na altura, os duques de Bragança criaram, com D. Eurico Dias Nogueira, então Arcebispo Primaz, a Real Confraria, que o décimo Príncipe da Beira, D. Afonso de Santa Maria, deveria presidir ao atingir os 21 anos de idade, o que veio a acontecer este ano. À noite decorreu um jantar de encerramento do Congresso, que contou igualmente com a presença dos Senhores Duques de Bragança. Os membros da Juventude Monárquica Portuguesa, que tiveram uma considerável presença no Congresso, findo o jantar foram para a “Festa Azul e Branca”. A Real Associação de Viana do Castelo, apresentou a maior delegação no Congresso e convidou para assistir à conferência a Dr.ª Ilda Araújo Novo, deputada na Assembleia da República, pelo Círculo Eleitoral de Viana do Castelo.
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Como os republicanos preparavam as eleições A organização do acto eleitoral de 16 de Novembro de 1913 foi muito cuidada. Os governadores civis eram do partido democrático de Afonso Costa e os administradores dos concelhos que não eram afectos ao partido foram demitidos.
Meu ilustre amigo
Escrevi ao Dr. Queiróz Vaz-Guedes alvitrando que dirija ele, em pessoa, superiormente, a eleição dos Arcos (de Valdevez), a fim de que não falte nas urnas nem um só dos votos dos nossos amigos, qualquer que seja o grupo em que se encontrem. Peço-lhe que dê indicações nesse sentido, com as devidas atenções, ao Sr. Administrador do Concelho, que certamente dará toda a consideração ao meu alvitre, unicamente determinado pelos interesses do Partido e pela necessidade de não perdermos, por causas meramente formais, nem um só dos nossos votos. Demais, estando ele a dois dias de ser o nosso Governador Civil em Angra, decerto quererá dar-me mais este testemunho de boa-vontade.
Assim, Afonso Costa, ficou completamente à vontade para acenar com uma “cenoura” aos políticos locais, conseguindo desta forma uma grande “vitória”, obtendo 44% dos votos, contra 27% dos Evolucionistas, 24% dos Unionistas e de outros com 5%. No dia 12 de Novembro de 1913, Afonso Costa escreveu ao vianense Raimundo Enes Meira dando-lhe as últimas instruções para as eleições. Palavras para quê? Leia-se atentamente a carta!
Quando fui ao Porto, tive as melhores notícias do seu Distrito. Parece que as eleições dos deputados nos dois círculos não serão duvidosas. Esse sucesso tem muita significação numa região do país, em que o governo, o partido e a sua obra anti-clerical tem sido tão atacada e volta-se em saudação para Vexa, como digno Magistrado do Distrito. Peço-lhe que nos mande todos os informes úteis, não só desta eleição, mas das seguintes de 30, e acredite na minha consideração e amizade, como De vexas Correlegionário muito dedicado Afonso Costa Lisboa, 12 Nov. 1913 P.S: Tive muito prazer em renovar o empréstimo para Governo Civil, etc, desse distrito. Foi uma obra de justiça.
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"Reais Conversas com..." No dia 27 de Maio, teve lugar às 21h00m no Auditório da Casa da Terra, sito no Passeio 25 de Abril (antiga Cadeia das Mulheres), em Ponte de Lima, que se encontrava repleto, a primeira das tertúlias intitulada “Reais Conversas com…” tendo como tema a Feira de Ponte. A Real Associação de Viana do Castelo, convidou o Dr. Francisco Abreu e Lima e o Dr. Franclim Castro Sousa,
Na abertura das “Reais Conversas com…”, o presidente da Direcção da Real Associação de Viana do Castelo, Dr. José Aníbal Marinho Gomes, introduzindo o tema, começou por se congratular pela presença de um elevado número de pessoas, agradecendo em particular aos convidados. Abordou ainda a relação de Ponte de Lima com Feira, tendo referido que: «Ao tempo em que a Rainha Dona Teresa, concedeu foral, em 4 de Março de
Nota: A Direcção da Real Associação de Viana do Castelo, com mandato para o triénio 20172019, cumprimenta V. Exas, desejando desde já a continuação de um bom ano de 2017. A Real Associação de Viana do Castelo tem um plano de actividades e orçamento para 2017, aprovado em Assembleia Geral, que inclui diversas iniciativas relacionadas com o 5 de Outubro de 1143 (concursos escolares, etc.) e que se pretende sejam executadas com a participação de todos os associados, simpatizantes e entidades que entendam colaborar, com o intuito de contribuir e ajudar a dinamizar o ideal Monárquico que todos nós abraçamos convictamente. Atendendo à necessidade imperiosa que temos em angariar recursos financeiros necessários ao normal funcionamento da Real Associação, e tendo em conta que uma das competências da Direcção é a cobrança de quotas, eu, em nome da Direcção e na qualidade de Tesoureiro, venho por este meio solicitar a V. Exas. a regularização da QUOTA DE ASSOCIADO REFERENTE ao ano de 2017, no valor de 20,00 € (vinte euros), preferencialmente por transferência bancária, para:
Titular da Conta: Real Associação de Viana do Castelo Entidade bancária: Caixa de Crédito Agrícola personalidades sobejamente conhecidas na região, que contaram as suas histórias da Feira, algumas das quais foram passando de geração em geração ao longo dos séculos, e outras ocorridas em tempos mais recentes e actuais, e a moderação esteve a cargo da jornalista e escritora, Dr.ª Rosário Sá Coutinho. O ambiente proporcionou a todos os presentes, uma boa conversa. Ouviram-se histórias de namoricos, de carteiristas, de figuras populares, dos “propagandistas”, dos vendedores de limonada, dos fotógrafos de Feira e de um sem fim de vendedores ambulantes. A pedido do Dr. Franclim Sousa, irromperam algumas vezes, do meio da plateia, narrações e declamações sobre o tema pelo Dr. Dantas Lima e pela Dr.ª Joana Sousa. Que deliciaram os presentes, com os trechos escolhidos.
1125, Ponte de Lima era um centro económico de certo relevo, mercê da ligação que estabelecia entre Santiago de Compostela, Braga e Porto, facilitando não só a intensa actividade mercantil como a peregrinação jacobeia, então um êxito. Esta carta de foral atesta que a vila, para além de ser uma povoação de características militares e agrícolas, tinha igualmente um cariz comercial, sendo a sua feira a mais antiga, documentada em todo o território português. As feiras, representaram no final do século XI, o momento do ressurgimento do comércio na Europa. Aparecem as primeiras referências a feiras misturadas com alusões ao comércio, às festas religiosas e aos dias santos - a palavra latina feria, sinónimo de dia santo, feriado, deu origem à portuguesa feira, à espanhola feria ou à inglesa fair. Além de local de comércio a feira tinha, quase 35
Agência: Ponte de Lima IBAN: PT 50 0045 1427 40026139242 47 Número de conta: 1427 40026139242 SWIFT: CCCMPTPL
Caso seja possível, pede-se o favor de enviarem por e-mail (real.associacao.viana@gmail.com e pedrogiestal@gmail.com) informação da regularização da quota (ex: comprovativo), após o que procederemos de imediato à emissão do recibo de liquidação. Cordiais cumprimentos monárquicas,
e
saudações
Pedro Giestal Vice-Presidente da RAVC
Ficha Técnica TÍTULO:
Real Gazeta do Alto Minho
PROPRIEDADE:
Real Associação de Viana do Castelo
PERIODICIDADE: Trimestral
sempre, uma componente religiosa, de convívio e de diversão, coincidindo muitas vezes com uma peregrinação, uma romaria ou outra festa de carácter religioso. As feiras, são encontros periódicos, realizados no mesmo local, um dia por semana, quinzenalmente ou uma vez por ano, podendo, neste caso, durar uma semana ou mais. Elas permitiam suprir, principalmente, as necessidades das explorações económicas dos meios rurais mas, para além do contacto entre compradores e vendedores – desde o pequeno produtor que vem vender os seus produtos ao mercador profissional, itinerante, que percorre povoados e frequenta as feiras, com a sua besta carregada de mercadorias – era nas feiras que se
obtinham notícias do que se passava pelo «mundo», do resultado das colheitas das regiões circunvizinhas, se trocavam ideias, contavam histórias, lendas...». No final da tertúlia, foi aberto um período para interação com a plateia, tendo havido uma troca de opiniões muito interessante entre diversos intervenientes. A sessão terminou, não sem antes se terem cantado os parabéns ao Dr. Francisco Abreu e Lima, por ser o seu dia de aniversário. Estiveram também presentes, o Dr. Gonçalo Pimenta de Castro, presidente da direcção da Real Associação de Braga e o Dr. João Calheiros Lobo, vice-presidente da direcção da Real Associação do Porto.
Em visita de trabalho ao interior de Timor-Leste, só tardiamente tive conhecimento dos incêndios que destruíram tantas vidas e bens na região de Leiria. Com a minha Família peço a Deus que acompanhe as Almas das vítimas e dê esperança aos sobreviventes. Mas depois da ajuda imediata a quem precisa, teremos que tomar, com conhecimento científico e coragem política, as medidas necessárias para combater eficazmente estas tragédias que todos os anos atingem as populações e destroem as nossas florestas. Há anos que são conhecidas as causas e as soluções, mas as medidas de fundo não são aplicadas... O combate continua a ser heroicamente conduzido pelas nossas Corporações de Bombeiros, enquanto a maioria se lamenta mas não actua. Temos a obrigação de agir já, com iniciativas cívicas e políticas, práticas e eficientes. É preciso convencer os Governantes, por nós eleitos, a acabar com este estado de desordem do território e de abandono do mundo rural, bem como de frequente impunidade dos criminosos. Nós somos capazes de grandes feitos perante situações dramáticas; desta vez a morte e sofrimento de tanta gente não pode ser em vão! Dom Duarte de Bragança
Dili, 18 de Junho de 2017
DIRECTOR: José Aníbal Marinho Gomes REDACTOR: Porfírio Silva WEB:
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