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“Acentuou-se a procura de produtos para uso em modo de produção biológico” diz Fernando Assunção Diretor Geral da DEIBA
from Gazeta Rural nº 389
by Gazeta Rural
Fernando Assunção, administrador da Adubos Deiba
No último ano “acentuou-se a procura de produtos para uso em modo de produção biológico”
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A Estratégia do Prado ao Prato, apresentada no Pacto Ecológico da Comissão Europeia, quer reduzir a utilização de pesticidas em 50% e reforçar a área de agricultura biológica em 25% até 2030. As metas parecem ambiciosas, mas o administrador da Adubos Deiba, Fernando Assunção, acredita que “a tecnologia ao serviço da agricultura, através da digitalização e da agricultura de precisão, vai permitir dar um grande passo no sentido dos sistemas agrícolas serem mais eficientes. Se conseguirmos dar este “salto” tecnológico na agricultura, poderemos ficar mais perto das metas propostas”.
Em entrevista para as revistas Agricultura e Mar Actual e Gazeta Rural, Fernando Assunção diz mesmo que no último ano se verificou “uma acentuada a procura de produtos para uso em modo de produção biológico. Os agricultores procuram obter maior valor acrescentado das suas produções, e a conversão para este modo de produção tem sido a opção para alguns dos agricultores, embora ainda em pequeno número”.
A empresa, que vai estar presente na AgroGlobal, a maior feira agrícola ibérica dedicada aos profissionais, que se realiza de 7 a 9 de Setembro, em Valada do Ribatejo, conseguiu, apesar da pandemia, aumentar o seu volume de negócios em 2020 em cerca de meio milhão de euros, para 47,5 milhões de euros. Em 2021 espera um volume idêntico aos dois anos anteriores.
Gazeta Rural (GR): Como está a Deiba a ultrapassar esta pandemia? O que teve a empresa de alterar?
Fernando Assunção (FA): A Deiba tem passado por esta pandemia com uma adaptação constante ao ‘novo normal’. Tomámos todas as medidas possíveis para evitar os contágios, nomeadamente teletrabalho sempre que possível, equipas a trabalhar em espelho, distanciamento físico dos funcionários que operam na empresa, testagem regular, entre outras medidas que foram aconselhadas pela DGS. Felizmente o nosso Plano de Contingência surtiu os melhores efeitos, pois não tivemos problemas importantes com a Covid-19.
GR: As vendas de adubos desceram? Ou, como a agricultura não pode mesmo parar, mantiveram-se?
FA: As vendas de adubos mantiveram-se no decorrer da pandemia. Operamos num sector que não parou e que, com grande esforço de todos, se manteve em actividade para produzir alimentos.
GR: Quem são os grandes clientes da Deiba?
FA: Na Deiba consideramos que todos os clientes são importantes, pelo que não os catalogamos por volume de negócios. Nas regiões e culturas em que operam, todos os nossos clientes são, para nós, grandes.
GR: Têm sentido uma alteração de comportamento por parte dos agricultores optando mais por fertilizantes biológicos?
FA: No último ano verificámos que se acentuou a procura de produtos para uso em modo de produção biológico. Os agricultores procuram obter maior valor acrescentado das suas produções, e a conversão para este modo de produção tem sido a opção para alguns dos agricultores, embora ainda em pequeno número.
GR: Que produtos têm disponíveis para o Modo de Produção Biológico (MPB)?
FA: Dentro do nosso portfólio actual, temos oito produtos que podem ser utilizados em MPB. Os produtos que temos disponíveis são o Starcal, Patentkali, Kalisop, Estakieserita, Solusop 52 Organic, Epsotop, Epsocomitop e Epsomicrotop. Continuamos empenhados em aumentar a nossa oferta de produtos utilizáveis em MPB, pois estamos convictos que este mercado irá continuar a crescer.
GR: O que oferece a solução logística da Deiba?
FA: Prestamos serviços logísticos a muitas empresas multinacionais que actuam no negócio dos fitofármacos. Mas também prestamos esses serviços a outras multinacionais, por exemplo, do ramo das tintas para automóveis e de outros produtos. Prevemos ampliar a nossa oferta logística, com os nossos investimentos a focarem-se na criação de condições para acolher outras empresas no nosso parque logístico. de armazenagem e serão estes que se manterão nos próximos anos, tendo em vista a ampliação do negócio logístico.
GR: O que pensa da Estratégia do Prado ao Prato e do Pacto Ecológico?
FA: No nosso entender, a adopção desta estratégia, e o seu aprofundamento, vem dar continuidade ao percurso que a Europa tem vindo a fazer. Pensamos que se esta estratégia for bem adoptada, desde a produção de alimentos até ao consumidor, poderá trazer ganhos muito relevantes para todos. A forma como produzimos os alimentos deve ser cada vez mais sustentável, tendo em conta o ambiente e os recursos naturais, e a escolha dos consumidores será também determinante para o sucesso deste caminho. Se o consumidor entender esta estratégia, vamos assistir a uma maior procura de alimentos de proximidade que são produzidos de acordo com os mais exigentes critérios ambientais e com mais elevada segurança alimentar.
GR: Que investimentos fez a empresa recentemente?
FA: Os investimentos que temos em curso são essencialmente em estruturas
GR: Acha que as metas definidas para a redução de pesticidas e de aumento da área cultivada em modo de produção biológico são possíveis de serem atingidas?
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FA: Quando estamos focados na realidade que actualmente conhecemos, essas metas parecem-nos muito ambiciosas e difíceis de atingir. No entanto, acreditamos que a tecnologia ao serviço da agricultura, através da digitalização e da agricultura de precisão, vai permitir dar um grande passo no sentido dos sistemas agrícolas serem mais eficientes. Se conseguirmos dar este “salto” tecnológico na agricultura, poderemos ficar mais perto das metas propostas.
GR: Este ano a Deiba vai voltar à AgroGlobal?
FA: Sim, vamos estar presentes na AgroGlobal, pois fazemo-lo desde a feira inaugural. No entanto, no contexto de pandemia que ainda vivemos, decidimos reduzir o espaço do nosso stand marcando a nossa presença de uma forma mais institucional. No ano corrente não vamos estar presentes noutras feiras.
GR: As feiras são um ponto de encontro com os clientes ou um local de negócio?
FA: As feiras são um grande ponto de encontro com os nossos clientes, distribuidores e agricultores. Permitem-nos, num curto espaço de tempo, o contacto directo com um grande número de utilizadores das nossas soluções. O negócio não acontece directamente nas feiras, podemos até dizer que está presente de uma forma muito secundária, sobretudo na nossa área de negócios.
GR: Que impacto teve na Deiba o cancelamento de quase todas as feiras?
FA: O cancelamento dos eventos retirou-nos alguma proximidade com os consumidores finais, partilha de experiências e problemas por parte de quem usa as nossas soluções. Contudo, encaramos esta situação como uma fase, consequência da pandemia que estamos a viver, e que, estamos certos, rapidamente passará.
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