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Município de Mértola quer realizar uma Feira da Caça “normal”

Décima segunda edição decorre de 22 a 24 de Outubro, no Pavilhão Multiusos

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O Pavilhão Multiusos Expo Mértola vai receber de 22 a 24 de Outubro a XII Feira da Caça, evento organizado pela Câmara de Mértola, que visa celebrar e promover o património cinegético do concelho assim como as suas potencialidades turísticas e económicas. Este ano retornam os habituais espetáculos e a secção de gastronomia, ainda que condicionados às regras atuais em vigor e às recomendações da DGS.

O presidente da Câmara de Mértola, em entrevista à Gazeta Rural, salientou a importância da atividade cinegética para o concelho. Jorge Paulo Rosa promete uma feira “mais liberta”, mas condicionado ao momento que vivemos. O autarca diz que a caça “é um setor e muito importante para o concelho de Mértola e uma atividade económica que proporciona emprego e gera riqueza”.

GR: Mértola vai promover a Feira da Caça, numa altura de abertura das restrições?

Jorge Paulo Rosa (JPR): Vamos fazer esta feira de uma forma mais liberta, sem os condicionalismos do Covid, apesar de não estarmos ainda livres da pandemia. Fizemos a última Feira da Caça de forma muito condicionada, com uma precaução muito grande e com tolerância 0 ao Covid. Deste vez, pensamos poder liberalizar um pouco. A população está vacinada, a pandemia está controlada, e sabemos que precauções devemos ter, pelo que, acredito, teremos uma feira próxima do normal.

Apesar de tudo, estamos a preparar toda a logística e organização da feira, bem como o espaço novo, de uma forma diferente e tentar proporcionar uma feira normal a todos os expositores, bem como a toda a população de Mértola e a quem nos quiser visitar naquele fim de semana.

GR: Este é um evento direccionado para o setor cinegético, mas que é também uma mostra das potencialidades do concelho?

JPR: A Feira da Caça é o evento que visa juntar não só os amantes da caça, mas, de uma forma geral, o mundo rural, a conviver e a trocar ideias sobre as questões que afetam a caça, mas também mostrar todas as potencialidades de negócio do setor cinegético no concelho.

Vamos ter artesãos com utensílios de caça, teremos os clientes, que neste caso serão os caçadores, as empresas que comercializam caça e que podem proporcionar programas de caça, juntamente com os seus clientes. Para além disso, o certame será também uma mostra dos produtos de excelência de Mértola, como o vinho, o pão, o mel, os enchidos, o presunto, o queijo, bem como ervas aromáticas e outros.

Digamos que este é um certame direccionado para o setor da caça e para quem gosta desta atividade, mas acaba por estar sempre direccionado para todo o comércio local e para o setor empresarial do concelho. Além disso, será também uma mostra da nossa riquíssima gastronómica, pois contamos com os sectores da restauração e hotelaria, que são uma componente muito importantes destes nossos eventos. São todos estes sectores que pretendemos abranger com este evento.

GR: O que representa a caça para o concelho?

JPR: É uma atividade muito importante para este território, que cria riqueza, que dá emprego, que proporciona, durante sete a oito meses, ocupação na hotelaria e na restauração do concelho, que faz também com que os coutos turísticos, e a sua gestão, tenham trabalho e que desenvolvam a sua atividade e criem riqueza. Diria que a caça é um setor muito importante para o concelho de Mértola e uma atividade económica que proporciona emprego e gera riqueza.

Num concelho do interior, como é o nosso caso, de baixa densidade populacional, onde não há indústria e onde outro tipo de atividades escasseiam, haver esta dinâmica associada à caça, e ao mundo rural, é para nós importantíssimo. Somos um concelho de caça, a Capital Nacional da Caça e queremos continuar dentro desta lógica, tendo esta responsabilidade, mas assumindo também, cada vez mais, esta centralidade e importância dentro da atividade cinegética.

GR: Tendo em conta que o turismo é muito importante para o concelho, este está preparado para receber o novo turista, como os nómadas digitais, e para quem hoje prefere o teletrabalho?

JPR: Somos, como disse, um território vocacionado para o turismo e para o aproveitamento turístico, nas suas mais diversas vertentes. Falámos do setor cinegético, mas também do turismo gastronómico, enoturístico, de natureza, patrimonial e arqueológico. Somos um concelho com uma variedade de mais valias e potencialidades e podemos desenvolver bastante mais esta componente turística, tendo em conta a variedade de produtos e de

“a caça é uM SEtoR E Muito iMpoRtantE paRa o concELho dE MéRtoLa E uMa atividadE EconóMica quE pRopoRciona EMpREGo E GERa RiquEza”

capacidade que referenciei. Dentro deste ponto de vista, estamos preparados e avalizados para receber todo o tipo de turista.

Contudo, a questão negativa no nosso território tem a ver com as acessibilidades digitais. Não estamos com uma boa capacidade de infra-estruturação digital, pois temos alguns pontos do concelho com deficiente cobertura de rede móvel e onde a internet tem constrangimentos e, por via disso, não somos um território de muito fácil acessibilidade digital. De resto, tirando esta questão, estamos preparados e temos todas as condições para receber bem os turistas e também os novos residentes que cá se queiram fixar. Somos um concelho com segurança e com excelentes condições ao nível da educação e em medidas sociais.

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