2 minute read
Produtora de fisális aumentou a produção e já agrega 15 agricultores
from Gazeta Rural nº 408
by Gazeta Rural
Projeto Baga d’Ouro, em Sever do Vouga
Sandra Figueiredo iniciou a produção de fisális em 2015, numa altura em que a ‘febre’ do mirtilo e do maracujá era grande. Sete anos depois a mentora do projeto Baga d’Ouro, com sede em Presas, no concelho de Sever do Vouga, ampliou a produção, com estufas que lhe permitem a produção de fruto o ano inteiro, e já agrega 15 outros produtores.
Advertisement
Em entrevista à Gazeta Rural, Sandra Figueiredo destaca o aumento do consumo em Portugal e a estabilidade nos preços. A exportar para França desde a primeira hora, a produtora prepara-se para entrar no mercado em Inglaterra.
Gazeta Rural (GR): Como tem corrido o projeto de produção de fisális?
Sandra Figueiredo (SF): Tem corrido bem. Nos últimos anos crescemos em termos de grupo de trabalho, porque agregámos 15 produtores. Neste momento, eu já não existo apenas produtora, mas como intermediária de fisális, dando também apoio aos produtores que temos agregados ao projeto.
Temos tentado ter um crescimento sustentado ao longo destes anos. Aumentámos a área de produção no campo, mas também com estufas, o que nos permite produzir ao longo de todo o ano. No campo conseguimos produzir fisális de Agosto a Abril, o que é muito bom nesta zona, que penso ser a única no país onde isso é possível.
GR: Entretanto, o fisális passou a ser um fruto conhecido e muito utilizado pelos chefs de cozinha?
SF: Sim. Inicialmente nós vendíamos, no mercado nacional, 200 a 300 kgs por semana. Neste momento, em pico de produção, consigo colocar uma tonelada de fruto e ele é consumido.
GR: Qual é a capacidade de produção?
SF: Em termos de grupo, no pico da produção (durante três meses por ano), conseguimos duas toneladas por semana, metade para exportação, sendo a restante consumida no mercado nacional. No mercado internacional exportamos para França e este ano, lá para Agosto, vamos também fazer Inglaterra. Se tivéssemos fruto já estaríamos a enviar para lá. Neste momento a produção que temos é a das estufas, que ocupam uma área de dois mil metros quadrados. No campo temos um hectare e meio.
GR: Como está a produção de fisális em termos nacionais?
SF: A produção tem vindo a crescer. Iniciei o meu projeto em 2015 e até 2018 a produção era oriunda de pequenos produtores, que se lançaram na produção de fisális sem apoios, em áreas pequenas, para complemento do seu rendimento. Hoje já há projetos maiores, de um e dois hectares por produtor, a nível nacional. No último PDR entraram mais alguns projetos para produção deste fruto.
GR: Houve alguma ‘fuga’ à ‘febre’ do mirtilo?
SF: Sim, do mirtilo e do maracujá. Houve muita gente que me contactou para obter mais informações sobre a produção de fisális e que o seu foco era a produção de maracujá ou mirtilo. Com um maior conhecimento e a estabilidade no preço do fisális, que ainda se mantém, acabaram por se virar para a sua produção.