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Produção de cereais no norte do vale do Tejo com redução de cerca de 15%
from Gazeta Rural nº 415
by Gazeta Rural
A produção de cereais no norte do vale do Tejo tem este ano uma redução de 10% a 15% em relação a 2021, com “muito menos impacto” do que noutras regiões, como o Alentejo.
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O diretor-geral da Agrotejo - União Agrícola do Norte do Vale do Tejo (que abrange uma região que vai de Abrantes a Alpiarça, incluindo os concelhos de Golegã, Chamusca, Torres Novas, Santarém, Entroncamento e Vila Nova da Barquinha) afirmou que as culturas de outono/inverno, cujas colheitas estão em fase de conclusão, registam uma diminuição, embora “não muito significativa”, quando comparado com o que aconteceu noutras zonas do país.
Mário Antunes disse que a redução esperada nestas culturas, especialmente nos trigos e cevadas, da ordem dos 10% a 15% relativamente ao ano passado, é idêntica à quebra estimada para as culturas de primavera/verão (hortícolas, fruta, milho), com a ressalva de que 2021 “foi um ano excecional” em quase todas estas culturas. O responsável da organização, que conta com mais de 1.000 associados (entre produtores e organizações coletivas), salientou que os impactos da seca “não são iguais em todo o lado”, mesmo na região abrangida pela Agrotejo, a qual inclui zonas de aluvião, de bairro e de charneca, e beneficiou do facto de a chuva, apesar de pouca, ter ocorrido “em momentos certeiros”.
Num momento em que se aproxima a instalação das culturas de outono/inverno, Mário Antunes afirmou que a principal preocupação se coloca no “acréscimo significativo que houve nos custos de produção”, em concreto nos fertilizantes e na energia.
Por outro lado, apontou a “volatilidade que existe nos mercados”, com “oscilações de preços ao dia, consoante há ou não há boas ou más novidades dos cereais da Ucrânia ou do mercado”. “Pode haver aqui algum risco de muitas parcelas, pelo acréscimo de custo que tiveram e pela redução da produção que possam vir a ter, com um abaixamento dos preços no mercado, de virem a ficar abaixo da linha de água”, afirmou.
Segundo o representante, “uma luta antiga da produção” é con-
seguir que se façam repercutir os acréscimos ou a Agrotejo e a Agromais, têm feito nos últimos 10/15 anos para diminuições dos preços “em toda a cadeia e não aumentar a eficiência e o uso racional dos recursos naturais, nosó no agricultor”, um trabalho que “ainda não está meadamente da água. feito”. “O que acontece é que, quando as coisas “A redução do consumo de água por tonelada produzida tem correm mal, é no agricultor que param e isso não é sido uma evidência demonstrável ano após ano e essa redução bom, porque muitas das explorações agrícolas, se está muito associada à utilização de novas tecnologias, em que não tiverem uma linha de sustentabilidade, depois se incluem, além da sonda de monitorização de humidade e a quando entram em insolvência já não é fácil recupe- rega de acordo com as reais necessidades da cultura, a utilizararem”, declarou. ção de plataformas informáticas com imagens de satélite, com
Questionado sobre a existência, ou não, de especu- resposta das culturas”, explicou. lação nos preços praticados junto dos consumidores, A tecnologia, acrescentou, tem sido fundamental para que, Mário Antunes limitou-se a constatar que, quando apesar das dificuldades, as produções médias tenham tido o vai aos mercados da região, encontra hortícolas que acréscimo registado nos últimos anos: “Admitimos que possa saem do campo a 10 cêntimos a serem vendidos “a ter sido à volta dos 15%/20% e isto sempre com uma maior quatro, cinco vezes esse valor”. “Fico preocupado, por- eficiência na utilização dos recursos naturais.” que, fazendo parte de organizações de produtores, te- Os produtores da região têm vindo também a apostar na nho a certeza de que essa margem também não fica produção de energia solar, disse o representante, lamentannas organizações. Não queria chamar especulação, do as dificuldades com que se defrontam no licenciamento, mas se calhar é o nome que lhe devemos dar. A descul- já que não existe diferenciação entre pequenas e grandes pa da logística e dos combustíveis não será suficiente produções. “Tem de haver uma diferenciação clara e tem para esta diferença tão grande de preços”, disse. de haver uma aposta na simplificação dos licenciamentos
Para o responsável, a capacidade produtiva da região destas pequenas unidades”, bem como no acesso a fundos explica-se pela fertilidade dos solos, mas também pela comunitários, defendeu. aposta que os agricultores e as suas organizações, como