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Festas da Adiafas celebra fim da colheita das frutas e as vindimas

No Cadaval, de 15 a 23 de outubro

Festa das Adiafas celebra o fim da colheita da fruta e das vindimas

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O Campo da Feira, no Cadaval, recebe de 15 a 23 de outubro a Festa das Adiafas e Festival Nacional do Vinho Leve, evento que celebra o fim das colheitas e, ao mesmo tempo, homenageia as ancestrais tradições rurais do concelho.

O certame “Festa das Adiafas e Festival Nacional do

Vinho Leve” reúne gastronomia, exposições, espetáculos e atividades equestres. A isto, juntam-se diversos espaços de conversa acerca do setor produtivo, bem como o anual Concurso de Vinhos Leves de Lisboa.

O termo “adiafa” significa, o tradicional banquete que os antigos proprietários vinhateiros ofereciam, em tempos remotos, aos seus trabalhadores no fim de cada ano de campanha, pretendendo festejar o final das colheitas ou agraciar o ano agrícola. A passagem para o plural do termo, em 2002, por parte do município, destinou-se a abarcar a celebração de outras “adiafas”, nomeadamente a da colheita frutícola, a par das restantes vertentes da economia local.

Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da Câmara do Cadaval diz que este ano foi reforçado “o programa de animação nos dias de menor afluência do público”, de forma a atrair mais visitantes nesses dias. No que às colheitas diz respeito, José Bernardo Nunes

com eventos a acontecer em paralelo, essencialmente aos fins de semana. Por isso as expetativas são altas.

GR: O que representa este evento para o concelho?

JBN: Este evento tem um significado muito especial para nós, pois a Adiafa é uma tradição muito forte no concelho e na região, pois significa, para o mundo rural onde nos inserimos, o culminar de um ano de trabalho com a colheita das frutas e as vindimas.

No fundo é a celebração de uma etapa que termina e a partida para um novo ciclo que se inicia agora e que voltará a ver o seu fim com a colheita seguinte. É o ciclo da natureza.

Do ponto de vista social é muito importante, porque conjuga esta vertente das tradições com a vertente económica, sendo também um momento de reunião dos principais atores económicos locais e de apresentação de serviços e novidades.

mostra-se preocupado, pois “a qualidade da fruta é elevada”, mas de “menor calibre e com uma quebra de produção significativa”. Quanto ao vinho, “será decerto um ano de boa qualidade, mas as quantidades vão influenciar negativamente o rendimento dos produtores”, sustenta o autarca.

“As expetativas são altas”

Gazeta Rural (GR): Que novidades apresenta este ano a Festa das Adiafas e Festival Nacional do Vinho Leve?

José Bernardo Nunes (JBN): Este ano reforçámos o programa de animação nos dias em que normalmente a afluência do público é menor, uma vez que essa era uma das questões que os nossos parceiros nos colocavam.

Teremos também almoços todos os dias dos fins de semana e o programa será muito diversificado nestes dias, com eventos a acontecer no recinto e fora dele, por exemplo através de passeios temáticos que dão a conhecer o concelho. GR: Dado que esta festa é o culminar do final das colheitas, como foi o ano agrícola no concelho e quais as maiores dificuldades que atravessou? JBN: Como é sabido, devido essencialmente às condições meteorológicas, nomeadamente à falta de chuva e a alguns dias de picos de calor, as colheitas foram afetadas negativamente o que se traduziu em menor quantidade de fruta, cerca de metade do ano passado, e menor quantidade de uvas. Para além do clima, o ano agrícola foi também severamente afetado pelo aumento exponencial dos custos de produção, nomeadamente combustíveis, energia elétrica, adubos e produtos fitofármacos. Embora a qualidade da fruta seja genericamente elevada no que respeita a sabor e doçura, os calibres dos frutos foram em média muito baixos, o que pode influenciar a sua valorização comercial, o que é também um problema. Já quanto ao vinho, será decerto um ano de boa qualidade, mas as quantidades vão influenciar negativamente o rendimento dos produtores. Existe, no entanto, outro fator que me preocupa para o futuro, que é o problema da falta de água, que urge resolver pois será determinante para a competitividade da nossa agricultura.

GR: Tendo em conta os efeitos da pandemia, que expectativa tem para a edição deste ano?

JBN: As pessoas estão ávidas de convívio e animação, sentimos isso durante o verão com as festas nas aldeias e estou certo de que nas Adiafas acontecerá o mesmo.

Julgo que o programa de animação também contribuirá para trazer pessoas ao certame, nomeadamente nos dias que normalmente são mais fracos, como a segunda e terça-feira, em que apostámos em artistas que à partida trazem mais público.

No que respeita aos expositores também houve uma forte adesão e teremos um programa de atividades muito preenchido

GR: Quais as principais dificuldades que os produtores do concelho lhe reportaram?

JBN: Atualmente o principal constrangimento mais evidenciado é o aumento brutal dos custos de produção, mas existem duas questões que preocupam os produtores, que é a questão da água, que já referi, e a da mão de obra, que está cada vez mais difícil de recrutar.

Da parte da autarquia estamos atentos e fazemos a pressão que é possível para ajudar a resolver estes problemas, aproveitaremos também este evento para passar essa preocupação do setor para as entidades que já convidámos a estar presentes.

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