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Feira da Caça de Mértola mostra potencial do setor no concelho

A realizar de 21 a 23 de outubro, no pavilhão Multiusos

O pavilhão multiusos Expo Mértola recebe de 21 a 23 de outubro a XIII Feira da Caça, evento que pretende celebrar e promover o património cinegético de Mértola e as suas potencialidades turísticas e económicas.

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A Feira da Caça é uma referência a nível nacional e a autarquia de Mértola, nesta retoma à normalidade, está “a preparar um evento ainda maior e mais bem organizado”, como afirmou o presidente da Câmara à Gazeta Rural. Mário Tomé está apostado na promoção e atração do evento, este ano com a novidade de uma demonstração de fauna viva, “já de alguma dimensão e com a qual queremos dar um simbolismo ainda maior à Feira da Caça”.

Gazeta Rural (GR): Que expetativas tem para a feira deste ano, tendo em conta o pós-pandemia e o período de seca que vivemos? Mário José Santos Tomé (MJST): Estamos ansiosos pela realização da feira e as expectativas são as melhores e as maiores. A

Feira da Caça é, há muito tempo, um dos eventos mais importantes para o nosso concelho, pois transporta muito daquilo que é a nossa imagem, a nossa dimensão e o nosso património natural e isto é fantástico.

Infelizmente nos dois últimos anos, devido à pandemia, realizámos o evento com muitas restrições, pelo que a edição este ano é o retomar da normalidade. E porque o queremos fazer com pompa e circunstância, e digo-o de forma propositada, estamos a preparar um evento ainda maior, mais bem organizado, com uma variante muito interessante, que irá criar grande expectativa nos visitantes, que é uma demonstração de fauna viva, já de alguma dimensão e com a qual queremos dar um simbolismo ainda maior à Feira da Caça de Mértola.

GR: O que representa o setor da caça em termos económicos para o concelho? (MJST): Pesa muito, desde logo de forma direta na hotelaria e restauração, mas também naquilo que é a vertente económica do setor, desde logo com a intervenção privada neste processo, mas também naquilo que é indireto. O visitante não passa por Mértola apenas uma vez, retém aquilo que são as suas diversas dimensões, desde logo históricas e culturais, mas também o nosso património natural, que valorizamos muito e que damos a conhecer com o setor da caça. Estas são as variáveis económicas indiretas. A Feira da Caça é uma das variáveis que dá substância a tudo isto, ou seja, que ajuda às diversas dimensões que Mértola oferece, o que é a sua especificidade única, e que depois nos transporta para outra dimensão, nesta capacidade de captar visitação que o concelho oferece, com impacto indireto no nosso desenvolvimento económico.

GR: Importa salientar, também, a sustentabilidade do território? (MJST): Claro que sim, não só de sustentabilidade económica, mas também, e principalmente, ambiental. Nós não encaramos a cinegética como uma prática básica, como alguns a olham ou a querem fazer passar, na lógica do abate do animal. A caça é muito mais que isso.

A prática da cinegética em Mértola, com evidências práticas no terreno, é a regeneração de ecossistemas e é cuidar do meio ambiente e do nosso património natural. Isto é muito importante para o concelho, que é a valorização e preservação daquilo que é o nosso património natural e das suas características únicas, enquanto território. internacional. Mértola foi, do ponto de vista histórico, um sítio com uma dimensão muito grande. Depois, naquilo que é a evolução histórica da sociedade, perdeu essa dimensão e hoje foi-se reinventando e, em muitos primas, já tem essa capacidade. Em determinado momento, a grande alavanca de desenvolvimento e a componente estratégia de Mértola passava pelo seu património histórico, com a promoção, divulgação e aproveitamento do mesmo para esse nível. Tudo isto está num patamar de maturação muito bom, que transportou o nosso concelho para os níveis de promoção que todos conhecemos. Fomo-nos direcionando para este património natural, preservado nas suas gentes, para o potenciar e para o cuidar.

GR: A caça está diretamente ligada à gastronomia. O que Recentemente, a comissária Europeia Elisa Ferreira estem feito a autarquia para promover os diferentes produtos e teve presente no início da obra do centro de investigação, pratos associados? valorização e de transferência de tecnologia, denomi(MJST): Entre outras coisas, na feira há um conjunto de nado Estação Biológica de Mértola, que estamos a deeventos associados à componente da cinegética. A restauração senvolver numa parceria com a Universidade do Porto, tem uma ementa direcionada para esse efeito e o município dá o que diz muito da nossa estratégia de valorização do apoios diversos a esse nível, patrocinando uma parte da imagem património natural e da nossa biodiversidade. da restauração relacionada com a caça. Na vertente gastronómica, no programa da feira constam dois workshops com vista à GR: E o setor primário no concelho? promoção dos pratos associados à caça. (MJST): O setor primário tem sabido reinventar-se e ter a sua capacidade de se adaptar àquilo que são as

GR: Olhando para o concelho. O que é hoje Mértola? características muito difíceis do concelho e dar o seu (MJST): É um concelho que tem tido a capacidade de se rein- contributo para o desenvolvimento coletivo do nosso ventar e de se afirmar no panorama nacional e, nalguns casos, território.

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