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Isabel Ferreira inaugura a Feira da Maça Bravo de Esmolfe 2022
from Gazeta Rural nº 416
by Gazeta Rural
No próximo dia 9 de outubro, em Penalva do Castelo
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A Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, inaugura a XXVI Feira da Maça Bravo de Esmolfe, que vai decorrer no Largo de Santo Ildefonso, em Esmolfe, no concelho de Penalva do Castelo, no próximo dia 9 de outubro.
O presidente das Câmara de Penalva do Castelo, em conversa com a Gazeta Rural, diz que a edição deste ano marca “o regresso à normalidade” deste evento, no pós-pandemia. Francisco Carvalho adiantou que este ano haverá uma alteração significativa, com a cerimónia de abertura a decorrer antes da visita aos stands. Do programa o autarca destaca o Concurso Delícia de Maçã Bravo de Esmolfe e a atuação de Augusto Canário & Amigos. Francisco Carvalho abordou também a questão da água, considerando urgente o desassoreamento da barragem de Fagilde. Gazeta Rural (GR): Há novidades na Feira da Maçã Bravo de
Esmolfe deste ano?
Francisco Carvalho (FC): A feira será inaugurada pela senhora Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel
Ferreira, e, na edição deste ano, retomamos o certame nos mesmos moldes de antes da pandemia. Contamos também com a presença do presidente do Turismo Centro de Portugal, Pedro
Machado, bem como diversos presidentes de câmara da região, entre outras entidades a quem endereçamos o convite para estarem presentes. Este ano a cerimónia de abertura está marcada para as 10 horas, antes da visita aos standes, ao contrário do que acontecia anteriormente.
Quanto ao programa do evento, destaco o Concurso Delícia de Maçã Bravo de Esmolfe, que foi interrompido devido á pandemia, e a atuação de Augusto Canário & Amigos.
GR: O número de expositores será o mesmo de edições anteriores?
FC: Sim. Para além dos produtores de maçã, marcarão presença as nossas associações, com os seus produtos, os nossos produtores de vinho, enchidos, queijo e outros. Esperamos que muitas pessoas nos visitem e seja um grande dia de promoção da maçã Bravo de Esmolfe, mas também dos nossos produtos locais e de Penalva do Castelo. Penso que será uma grande festa.
GR: O que tem ouvido dos produtores quanto à produção deste ano?
FC: Há diferentes versões. Há produtores que me dizem que não têm quebra de produção, enquanto outros dizem que, devido à seca, o calibre da maçã é mais pequeno. Há dias levei duas caixas de maçã para Lisboa e a qualidade, o calibre e o sabor eram iguais a anos anteriores. Diria que a produção, na generalidade, será igual a anos anteriores.
GR: Muito se falou este verão na questão da água. Qual é a situação neste momento?
FC: Na questão da água, segundo informações que recebi há alguns dias, é que a Barragem de Fagilde baixou a cota de armazenamento de forma significativa, o que é preocupante, não apenas para o concelho de Penalva do Castelo, mas para os cinco municípios por ela servidos.
Recentemente fiz uma visita a alguns açudes no concelho de Penalva que têm alguns problemas no armazenamento de água, um deles no rio Dão, que está ainda nos limites normais, mas tem uma fissura e está a perder água, que não se perde, pois ou fica na captação seguinte ou vai para a barragem de Fagilde.
Em princípio, a água que está armazenada naquele açude dá-nos alguma tranquilidade. Contudo, se tivéssemos uma Estação de Tratamento de Água (ETA) no rio Coja, que estará concluída no próximo ano, estaríamos ainda mais tranquilos, pois teríamos água potável nos rios Dão e Coja. Se a ETA do rio Coja já estivesse concluída, permitia-nos esvaziar o açude do rio Dão e proceder à sua reparação, o que deverá acontecer no ano que vem. GR: Esta situação da água é um problema global. Enquanto autarca de uma câmara do interior, como olha para esta questão? FC: A questão da água foi uma das nossas prioridades desde o início do mandato. Sabíamos que se não fizéssemos nada que alterasse a situação nos cursos de água do nosso concelho iriamos cair na situação de crise que estamos a viver. Ainda bem que Penalva do Castelo, há nove anos, encetou uma política diferente relativamente à água. Neste momento, entre recuperações e novas construções, temos 10 açudes nos rios Dão e Coja, porque sabíamos que as alterações climáticas não eram um assunto para cientistas, pois já as sentíamos nessa altura. Aliás, os efeitos das alterações climáticas neste território já têm muito mais de uma década. Portanto, em números gerais, o atual executivo autárquico já gastou cerca de 800 mil euros do orçamento municipal, sem qualquer ajuda comunitária, porque percebemos que a situação iria convergir para o momento que vivemos. Há um maior consumo de água, pois os hábitos das pessoas foram alterados. As famílias atualmente, como o mesmo agregado familiar, gastam mais 50% de água que há uma década. Na região a população está concentrada em Viseu, em primeiro lugar, e em Mangualde. Os outros concelhos servidos pela Barragem de Fagilde (Nelas, Penalva do Castelo e Sátão) estão a perder população. O consumo de água no concelho de Viseu aumentou de forma significativa. A barragem de Fagilde, e na altura os técnicos não me ouviram, precisa de ser desassoreada. Aumentaram a cota de armazenamento de água, com a colocação de ensecadeiras, mas, entretanto, a barragem vai diminuindo a sua capacidade de armazenamento, com a sedimentação das areias e outros detritos no fundo. Portanto, hoje, provavelmente a quantidade de água armazenada na barragem será bastante inferior ao que é espectável. O desassoreamento deveria ter sido feito em 2017 e este ano já se deveria ter começado com esses trabalhos. Basta ir às margens da barragem para perceber que esta obra é necessária. Se isso for feito, a capacidade de armazenamento de água da barragem será significativamente maior. De outro modo, continuamos a adiar o problema. Fala-se numa nova barragem, mas por mais vontade que o governo tenha na sua construção, nem daqui a oito anos estará pronta. E até lá?