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THE FUTURE
’S = O futuro
IS EVERYONE
é de todos. 09/02/2018
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Agenda
Feiras Agrícolas De 19 a 21 de Outubro Feira da Maçã de Armamar Armamar promove a Festa da Maçã, um dos produtos de excelência que se produzem neste concelho duriense. Capital da “Maçã de Montanha”, Armamar realça o facto de nele se produzir um dos frutos mais consumidos a nível mundial, em circunstâncias muito especiais, com reflexos directos no produto final. De 19 a 21 de Outubro Rural Castanea A Rural Castanea - Festa da Castanha de Vinhais realizase anualmente no fim do mês de Outubro e tem a duração de três dias. Este evento pretende valorizar a castanha, promove-la gastronomicamente e potenciar a sua produção. A 21 de Outubro XXIII Feira da Maçã Bravo de Esmolfe O Centro de Exposições de Produtos DOC, em Esmolfe, recebe a XXIII Feira da Maçã Bravo de Esmolfe, uma iniciativa da Câmara de Penalva do Castelo e da Freguesia de Esmolfe, com a colaboração da Promoção de Frutas e Legumes da Beira Alta (FELBA). De 26 e 28 de Outubro Festa da Castanha de Sernancelhe A Terra da Castanha promove mais uma edição de um evento que promove e divulga um dos produtos mais ricos do seu património agrícola, que é a castanha e a variedade Martaínha. Eventos sectoriais A 21 de Outubro Maratona Serra da Estrela - Final da Taça de Portugal XCM Manteigas recebe a Maratona Serra da Estrela - Final da Taça de Portugal XCM de 2018, numa competição da Federação Portuguesa de Ciclismo. Este evento desportivo integra ainda o Troféu de Maratonas de Montanha da Associação de Ciclismo da Beira Interior e uma prova OPEN, aberta à participação de todos os amantes da modalidade. A 21 de Outubro Passeio de Outono em Meimoa A Associação Cultural e Desportiva dos Amigos de Meimoa (ACDAM) vai realizar o Passeio de Outono, que será realizado com partilha de merenda e a inscrição será paga em iguarias como rissóis ou pasteis de bacalhau, entre outros. A 26 de Outubro II Fórum Terras do Lince em Penamacor Penamacor é o palco do II Fórum Terras do Lince, uma iniciativa da Territórios do Côa - Associação de Desenvolvimento Regional, em parceria com os Municípios de Almeida, Sabugal e Penamacor, subordinado ao tema ‘Diálogos com a Raia Ibérica’. Esta iniciativa visa promover o debate e a partilha pela valorização turística sustentável do território de influência. 2
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De 26 e 28 de Outubro IX Feira da Caça de Mértola Gastronomia, conferências, concursos, exposições, animação musical e caçadas são algumas das actividades de um certame que, segundo a autarquia, “atrai milhares de amantes da actividade cinegética”. O certame terá no pavilhão desportivo da “vila museu”, numa organização da Câmara de Mértola Eventos Vínicos De 19 a 21 de Outubro Wine In Azores Está marcado para Outubro o maior evento vínico, gastronómico e empresarial dos Açores. Marcado para o Parque de Exposições de Santana, no Norte da Ilha de São Miguel, vai comemorar o décimo aniversário. A 24 e 25 de Novembro Vin&Cultura em Ervidel A edição de 2018 da Vin&Cultura, que vai decorrer na freguesia de Ervidel, tem como objectivo revitalizar o mundo rural, promover os produtos agrícolas do concelho e especialmente o vinho que se produz nesta freguesia e em todo o concelho. Eventos Gastronómicos Nos fins-de-semana de Outubro VII Rota do Cabrito de Sever do Vouga É já uma tradição que se repete todos os anos nesta altura. Sever do Vouga, no mês de Outubro, promove a “Rota do Cabrito”, uma especialidade que poderá ser apreciada durante todos os fins-de-semana de Outubro nos 16 restaurantes aderentes. A 20 e 21 de Outubro Arcos à Mesa com “Pica no Chão” O Município de Arcos de Valdevez, no âmbito da dinamização dos Ciclos Gastronómicos com destaque para a divulgação da “Gastronomia e Vinhos”, vai realizar a “V Edição dos Ciclos Gastronómicos”. Arroz Pica no Chão, Cozido à Minhota e Rojões & Papas de Sarrabulho, pratos tradicionais desta região, estão à disposição dos todos quantos demandarem esta região do Alto Minho. De 27 a 30 de Outubro ‘So Veggie So Good’ A Exponor serve as últimas novidades em alimentação de base vegetal, uma tendência crescente em Portugal, onde o número de vegetarianos quadruplicou nos últimos 10 anos. Este evento acontece em paralelo com o “So Food So Good”, vocacionado para o sector da restauração, hotelaria e turismo. De 11 a 13 de Janeiro de 2019 Feira Gastronómica do Porco O município de Boticas prepara já a edição 2019 de um certame que vai na vigésima primeira edição e que se irá realizar de 11 a 13 de Janeiro de 2019, como habitualmente no Pavilhão Multiusos de Boticas.
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Momento A
Áustria olha para o futuro e dá o exemplo do caminho a seguir naquilo que deve ser a sustentabilidade do seu território, muito montanhoso, entre o rural e o urbano, entre a vida do campo e a cidade, onde as assimetrias pouco se notam. Sara Cruz fez a foto e foi a enviada especial da Gazeta Rural e a única jornalista portuguesa presente nesta acção da Comissão Europeia.
Sumário
05Santar recebe especialistas internacionais em conferência sobre Jardins Históricos 06Diário de uma viagem à Áustria rural! 10Penalva do Castelo promove Festa da Maçã Bravo de Esmolfe 12Festa da Castanha de Sernancelhe cumpre este ano 26 edições 14Produção de castanha em Vinhais em quantidade e em qualidade 16Associação RefCast não acredita que vespa cause redução da castanha em Portugal 17Vespa das Galhas dos Castanheiro foi detectada em 500 soutos de Vinhais 18Exponor estreia evento dedicado à alimentação vegetariana e vegan 19ACOS co-organiza I Congresso Luso-Espanhol de Pecuária Extensiva 22Aguiar da Beira promove VI Certame Gastronómico do Míscaro 23Adega da Casa da Passarella é uma das 100 melhores do mundo 26Investigadores dataram oliveira com 3.350 anos como a mais velha de Portugal 27Ciclovia com sete quilómetros vai unir Castelo de Vide e Marvão 28Coudelaria de Alter do Chão concessionada a grupo hoteleiro 30Cinzas não desmotivaram empresários de Oliveira de Frades e Tondela 31Opinião de Miguel Galante: O Pinhal do Rei 34Primeiro ‘hub’ digital português para a agricultura apresentado em Lisboa 35ANCOSE reforçou os rebanhos dos associados com 400 ovelhas 36Manteigas atrai amantes da fotografia de paisagem 37Prove Viseu Dão Lafões mostrou o melhor que a região tem para oferecer 38José Martino defende novo modelo de governação para o Douro 4
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Ficha técnica Ano XIII | N.º 326 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco e Sara Cruz Opinião: Miguel Galante | Paulo Barracosa Departamento Comercial: Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada Administração: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/ estatutoeditorial/ Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares Versão Impressa: 1000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.
Conferência da Associação Portuguesa dos Jardins Históricos decorre de 18 a 20 de Outubro
Santar recebe especialistas internacionais em conferência sobre Jardins Históricos
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Casa dos Condes de Santar e Magalhães, mos. Esta conferência pode ser um pontapé de saída para esse produem Santar, Nelas, vai receber nos dias 18, to”, sublinhou, por sua vez, Pedro Machado. 19 e 20 de Outubro a conferência de 2018 da Associação Portuguesa dos Jardins Históricos (AJH). A edição deste ano tem como tema “Os Um programa rico e completo Jardins Históricos nas Rotas Turísticas” e contará com intervenções de reputados especialisA conferência é antecedida por uma acção de sensibilização destas, que, ao longo dos três dias, irão partilhar os tinada aos proprietários e gestores de jardins históricos públicos e seus conhecimentos com os participantes. privados. Serão abordados assuntos como “O Jardim em Portugal”, A conferência surge numa parceria entre a As“Jardim Histórico Enquanto Património” e “Gestão e Manutenção de sociação Portuguesa dos Jardins Históricos - uma Jardins Históricos”. Haverá também um passeio pelo jardim barroassociação criada em 2003 e dedicada ao conheco, de finais do século XVII e do século XVIII, conduzido pelos procimento, divulgação, conservação e valorização prietários da Casa dos Condes de Santar e Magalhães, bem como de jardins, parques, quintas e outros sítios históuma prova de vinhos e um jantar de confraternização. ricos – e os proprietários da Casa dos Condes de O segundo dia destina-se à Conferência. A par das várias comuSantar e Magalhães, por sua vez impulsionadores nicações dos intervenientes, que enriquecerão o programa, serão do projecto Santar Vila Jardim. apresentadas, no final do dia, três Rotas dos Jardins Históricos. A conferência de imprensa de apresentação do No terceiro dia, o destaque vai para uma Volta das Quintas, em evento teve lugar no Salão Nobre da Câmara de Nequintas da região, acompanhada por quatro “urban sketchers”, las e contou com intervenções de José Borges da que desenharão os diferentes ambientes. Silva, presidente da Câmara de Nelas; Teresa AnO filósofo e jardineiro espanhol Fernando Caruncho, o urbadresen, presidente da direcção da Associação Portunista alemão Christian Gruessen, o engenheiro agrónomo suíço guesa dos Jardins Históricos; e Pedro Machado, presiEmanuel Trueb, a arquitecta paisagista e engenheira agrónoma dente do Turismo Centro de Portugal. Teresa Andresen, o professor António Ressano Garcia Lamas, o “Saúdo a organização desta conferência por ter economista José Luís de Melo de Vasconcelos e Sousa, os jorescolhido Santar para a sua realização. Esta região nalistas Paula Moura Pinheiro e Abel Coentrão ou o engenheiro de Viseu Dão Lafões e o Turismo do Centro ficam enJoão Marinho Falcão são alguns dos oradores da conferência, grandecidos por esta conferência se realizar aqui. O que tem como principal objectivo conversar sobre a conservapotencial que existe na região no que diz respeito aos ção e a protecção dos jardins históricos de Portugal, através jardins históricos é incomensurável”, frisou José Borges da sua rentabilização pelo turismo. da Silva. “Com esta conferência sobre Jardins Históricos podeA conferência destina-se aos associados da AJH, a todos mos estar a criar um produto turístico que vai além daos envolvidos na construção das rotas turísticas dos jardins quilo que são os produtos turísticos convencionais. Um históricos de Portugal e, naturalmente, a todos os que se inproduto que tem muito a ver com os desafios que estão teressam por quintas, parques, jardins e todo o património colocados ao país, e a nós enquanto região: um produto paisagístico. As inscrições estão esgotadas. turístico mais perene, que está para além dos imediatiswww.gazetarural.com
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Diário de uma viagem à Áustria! Reportagem de Sara Cruz
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A diversidade agrícola em áreas com restrições naturais
de outubro. A alvorada é antes das As cores do Outono, que em Viena já chegou e com força, tornam quatro da manhã, pois há um avião tudo mais bonito, espalhando tons de dourado e até, talvez, torne para apanhar e toda uma viagem de descobereste parque mais romântico. Contudo, esta não foi uma viagem para ta e aprendizagem prestes a começar. O desticonhecer a cidade, mas para conhecer a ruralidade e as dificuldades no? Áustria. Mas antes, seguimos do Porto para que o terreno montanhoso causa aos agricultores locais. Lisboa, numa viagem que dura apenas 40 minutos. Já em Lisboa, partimos às 8 da manhã com o “Férias na Quinta” destino definido, a adrenalina a percorrer o corpo e o entusiasmo de uma criança a manifestar-se 11 de Outubro. São 6 da manhã em Viena, menos uma em Porpor dentro. tugal, e é hora de preparar tudo e seguir para o primeiro destino. Três horas depois, aterramos em Wien (Viena) Biohof Ebenbauer, uma quinta orgânica fundada em 1250, localizae assim que o primeiro pé toca no chão a cabeda em Windhag. Desde 1673 que esta quinta passa de geração em ça fervilha a imaginar tantos cenários que podem geração, de pai para filho ou filha. Atualmente, a quinta pertence acontecer. Do aeroporto até ao hotel foi quase o a Angelika e Georg Wagner, ela filha de Gottfried e Rosina, que são tempo que demorou o primeiro voo. As paisagens quem toma conta e trabalham na quinta até se reformarem. Após são de uma beleza característica, montanhas, a reforma, a quinta ficará inteiramente ao cuidado da filha e do campos e a arquitetura de uma cidade histórica seu marido. A quinta Ebenbauer explora o turismo rural “Férias que ainda respira música clássica, não tivesse sido na Quinta” e tem nos seus 24 hectares uma casa de alojamento a Áustria o berço de Mozart. composta por três apartamentos turísticos. Para além deste nePercebe-se que este país consegue conjugar ruragócio, a quinta produz queijos de ovelha, sumos, pão, mel, carne lidade com a cidade, sem que sejam mundos à parte. e derivados, vinhos de fruta e ainda o tradicional “schnapps”, Hectares de campos agrícolas, fábricas, casas tradilicores. Todos estes produtos são feitos na quinta e vendidos cionais e muito mais, tudo nos arredores do aeroporexclusivamente para os hóspedes e visitantes. to e da cidade. Quando entramos no centro de Viena, temos como Centro de Investigação e Pesquisa Agrícola e de vizinho o rio Danúbio, que atravessa Viena como uma Educação - Raumberg-Gumpenstein artéria de vida. Percebi, neste dia, que os austríacos são algo diferentes dos portugueses. O tempo livre Terminada a visita à quinta, a próxima paragem é o Centro que sobrou do pós viagens, aproveita-se para passear, de Investigação e Pesquisa Agrícola e de Educação - Raumfazer um reconhecimento leve desta cidade. Num parberg-Gumpenstein. Este centro é o maior departamento do que, onde por acaso se encontra a Rektoratskirche St. Ministério Federal austríaco de Agricultura, Floresta, AmKarl Borromäus, mais conhecida como Karlskirche, uma biente e Gestão de Recursos Hídricos, dentro do Ministério igreja barroca do século XVII, há à sua frente uma fonde Sustentabilidade e Turismo, onde as principais compete que mais parece um lago e nas suas margens centetências passam pela pesquisa, estudos e ensino de técnicas nas de pessoas, jovens, idosos, famílias, turistas, locais, agrícolas. É composto por quatro institutos de pesquisa, banhavam-se com o sol, num dos sítios mais bonitos de divididos em quinze departamentos, onze unidades e três Viena. Uns depois de um dia de trabalho ou escola, ouconselhos de administração. Foi fundado em 1956, com as tros para levarem as crianças ao parque, onde passeiam, instituições separadas pela sua localização, Gumpenstein brincam, conversam, admiram e há até quem durma uma e Raumberg, fundidas em 2005. sesta num dos bancos, das dezenas disponíveis. O Centro é um modelo único, onde são aliadas a pesqui-
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sa, a investigação e o ensino. É a força motriz da economia sustentável na região. É especializado na pesquisa de sistemas agrícolas multifuncionais, análise de terrenos difíceis de forma a dar uma forma eficiente e sustentável da utilização dos recursos naturais. Fomos recebidos com uma apresentação do Centro pelo Diretor Adjunto e Chefe de Pesquisa e Inovação, Johann Gasteiner. Esta apresentação foi um sumário dos projetos e investigações que ali estão a desenvolver. Uma das inovações criadas é um dispositivo que é inserido no interior dos animais, vacas por exemplo, que fornece dados ao agricultor e ao centro. Estes dados permitem controlar vários aspetos no animal, como a temperatura corporal, desidratação, doença, entre tantos outros. Este aparelho transmite informações durante um prazo de quatro anos.
Ainda no centro, fomos visitar um projeto que conecta os pastos e o clima, “Projecto de gestão de pastos e do clima – ClimaGrass”, onde são estudados os efeitos das alterações climáticas no crescimento e desenvolvimento dos pastos, procurando dar resposta aos agricultores que sofrem de pastos secos ou pastos de manuseamento difícil. De seguida foi a vez do projeto do estábulo para vacas leiteiras. Este estuda como as condições do estábulo afetam as vacas e a produção de leite e de que forma cada raça pode ficar mais tempo no campo a produzir leite antes da chamada para o matadouro.
O último projecto visitado na localização do centro foi o celeiro onde são criados porcos. Este celeiro é diferente de todos os outros. Tem um sistema de filtração e limpewww.gazetarural.com
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za do ar dentro do celeiro, melhora a qualidade do ar para os animais e ainda um sistema que elimina os compostos tóxicos dos dejectos e os cheiros. Tudo isto através de máquinas com filtros e microfiltros, conjugados com o filtro natural composto por lascas de madeira e água, que por sua vez criam algas que eliminam os odores da criação de suínos. Este é um projeto que tem como objetivo a possibilidade da criação de porcos em qualquer localização, acabando com as queixas de maus cheiros e sujidades.
lometros por entre a floresta que reveste as colinas e encostas. No cimo, espera-nos Michael Leitner, proprietário e o actual gestor da Bauernhof (Quinta) Leitner. Esta quinta foi construída em 1680 e era originalmente dividida em duas, que, em 2005, foram fundidas numa só. Ali produz-se madeira de forma sustentável, que é colhida nos 103,75 hecatres de floresta e que tem certificação PEFC, e carne de vaca. Os animais pastam durante a maioria do ano nos 23 hectares de pasto que a quinta dispõe. A quinta “Plotschenbauer” (uma erva daninha da Áustria), precisa de pagamentos compensatórios ou subsídios para sobreviver. O terreno que compõe a área da quinta é considerado pelo Ministério austríaco como uma área de constrangimentos naturais, como o clima, a inclinação das encostas, a elevação sobre o nível do Bio Betrieb Moarhof mar e pelos preços de mercado da carne de vaca que não cobrem os custos de produção. Ainda parte integrante do centro, mas a 10 minuO Ministério da Sustentabilidade e do Turismo austríaco criou tos da sede, a Bio Betrieb Moarhof foi a última visita uma legislação de apoio económico para os agricultores que do dia. Esta é uma quinta biológica onde os estutenham as suas quintas nas designadas LFA – Less Favoured dantes do Centro Raumberg-Gumpenstein põem em Areas, (Áreas Menos Favorecidas), e onde cerca de 81% do terprática o seu conhecimento agrícola. Ali são produritório austríaco está inserido. Estas áreas são assim designazidos os alimentos consumidos pelos alunos do cendas e requerem apoios aos agricultores pelas dificuldades que tro, desde produtos lácteos até às carnes e derivados. apresentam, como a inclinação dos terrenos, a acessibilidade Nesta quinta também é levado a cabo um projeto de às quintas, a manutenção dos acessos, as condições meteoroinvestigação dos pastos, recorrendo à análise do creslógicas, a altitude, entre outros. Estes parâmetros fazem parte cimento dos mesmos quando recebem determinados de um quadro de avaliação e cotação da situação de cada minerais e suplementos naturais. quinta e é através dessa cotação que é feito o pagamento Nesta visita tivemos uma mostra e degustação dos destes subsídios aos agricultores. produtos produzidos pela quinta, como queijos (camembert e tradicional de vaca de montanha), produtos A quinta “Plotschenbauer” de fumeiro e ainda fruta e frutos secos. Terminada a degustação e esclarecidas todas as questões, estava na A visita pela quinta “Plotschenbauer” foi esclarecedora, hora de rumar ao hotel para uma noite de descanso. pois quase todo o trabalho é manual ou com a utilização de animais, por ser demasiado perigoso manusear veículos O último dia no “país das maravilhas” nestes terrenos inclinados. Depois de Michael nos explicar todos os processos de maneio, tratamento e colheita dos 12 de Outubro. O último dia no “país das maravilhas”. seus produtos, levou-nos ao estábulo. Este nasceu 6 anos Começamos a jornada com uma subida à montanha, 8 quidepois da criação da quinta, em 1686, mantendo-se até
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hoje original. Dentro deste antiquíssimo edifício estava uma vaca “mãe” a alimentar-se e numa divisão do estábulo, a 2 metros da mãe, estava um bezerro. Michael explicou que este bezerro tinha nascido nessa semana e que por isso não poderíamos demorar para não causar stress em nenhum dos dois animais. Subimos para o piso superior do estábulo, onde para além de estar o armazenamento da palha para o gado, nos esperava um lanchinho composto por produtos da quinta. Deliciados pelo que foi servido, seguimos viagem para a próxima e última paragem. Última paragem: Adega Heinrich A Adega Heinrich, em Gols, foi a última visita desta viagem e não poderia ter sido de outra forma. Gernot e Heike Heinrich são os proprietários e fundadores desta adega, que pratica uma viticultura biodinâmica. Incorporaram a simbiose entre o tradicional e a inovação, tendo em consideração as condições locais e regionais, o solo, ou “terroir”, e o microclima da região. Gernot optou por produzir vinhos “naturais”, onde o que prevalece é o verdadeiro sabor da uva. A quinta tem cerca de 100 ha de vinha e produz anualmente cerca de 500 mil garrafas de vinho, entre branco, laranja, rosé ou tinto, a maior parte para exportação. Cerca de 32% da produção é exportada para a China, Escandinávia, Suíça e EUA. As técnicas usadas no maneio e tratamento das vinhas passam pelo uso de rebanhos de ovelhas e de vacas, que “limpam” as ervas. A adega é dividida em três pisos abaixo do solo, utilizando a gravidade como método de fermentação e maturação do vinho. A visita terminou com uma prova de vinhos, selecionados pelo produtor, onde foi apresentado um moscatel branco, de cor turva e com sedimentos que, segundo Gernot, impedem que o vinho oxide e mude de côr. Nota final A Gazeta Rural foi o único meio de comunicação social nacional a participar nesta iniciativa promovida pela Comissão Europeia. www.gazetarural.com
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Festa decorre a 21 de Outubro no Parque de Exposições de Santo Ildefonso
Penalva do Castelo promove Festa da Maçã Bravo de Esmolfe
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Parque de Exposições de Santo Ildefonso, na freguesia de Esmolfe, recebe a Festa da Maçã Bravo de Esmolfe, uma iniciativa da Câmara de Penalva do Castelo que visa promover um dos produtos de excelência do concelho. O evento vai receber, também, outros produtos da época, mas também o vinho do Dão, o queijo, o fumeiro e a doçaria associada. À Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Penalva, Francisco Carvalho, diz que apesar do atraso na maturação, haverá maçã com fartura, prevendo que sejam transaccionadas no certame cerca de 10 toneladas de maçã Bravo de Esmolfe, sendo esperadas cerca de seis mil pessoas durante aquele dia. Gazeta Rural (GR): Como se encontra a campanha deste ano de maçã? Francisco Carvalho (FC): Este ano a maçã acusa algum atraso na maturação. Os agricultores dizem que há um atraso de cerca de 30 dias, daí se termos adiado em oito dias A Festa da Maçã Bravo de Esmolfe. A Cooperativa Agrícola de Mangualde também está preocupada com este atraso e está já a receber maçãs. Contudo, esta situação veio perturbar um pouco a nossa festa. Os agricultores tinham previsto iniciarem a colheita uma semana antes, mas o fruto está assegurado no evento. Não há qualquer problema, com as maçãs porque com mais 15 dias ficaram no ponto e estão no estado de maturação ideal para serem colhidas e transaccionadas. GR: Qual o numero de produtores previsto? FC: Teremos sensivelmente o mesmo número do ano passado. Estarão também presentes as Escolas e as IPSS do concelho. No evento, prevemos que serão transaccionadas mais ou menos dez toneladas de maçã Bravo de Esmolfe. Quando promovemos um produto aliamos sempre a trilogia de excelência, como a maçã, o queijo e o vinho, onde os produtores engarrafadores marcarão presença. Os vendedores ambulantes de petiscos, comidas e bebidas também estarão presentes, para que os visitantes que
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vierem à Feira possam almoçar no recinto e ficar para a animação da tarde. Em termos de animação, temos um grupo de música diferente, mas do mesmo género, o duo ‘Artur e Márcia’, bem como outros grupos locais de música tradicional, como a Escola de Música de Esmolfe e o Rancho Folclórico de Penalva do Castelo. Penso que estão reunidas as condições para que este certame mantenha o mesmo nível dos anos anteriores, não só a exposição e venda de maçã, mas também a animação está assegurada. Este ano, vamos dividir o evento em duas partes. Uma direccionada para as cerimónias oficiais e recepção das entidades oficiais que nos irão visitar e a parte da tarde com mais animação para a população penalvense e para quem nos visitar. Esperamos um número aproximado aos dos anos anteriores, entre 5 a 6 mil pessoas marcaram presença no recinto Santo Ildefonso.
GR: A maçã está atrasada, mas a sua qualidade está assegurada? FC: Os agricultores dizem que sim. Há um atraso na maturação do fruto, mas esse facto ‘empurrou-a’ para o período normal da colheita. Nos anos anteriores, devido ao calor excessivo no Verão, a colheita adiantava, porque a maçã Bravo Esmolfe, desde que me lembro, era colhida no Outono, já depois das vindimas. Este ano teve um processo mais natural, adequado a sua qualidade e que vai ficar colhida e saboreada na sua plenitude, em Outubro.
GR: As questões do clima estão a provocar estas alterações, atrasos ou avanços. No vinho tem ideia de como foi a campanha no concelho? FC: Por aquilo que me foi dado saber, as vindimas acabaram e a quebra rondou os 20%, menos que o esperado.
GR: Penalva do Castelo foi uma das dezoito autarquias que não vai sacrificar o orçamento municipal. Uma concorreram e que viram aprovado o apoio à limpeza florestal. vez que vivemos num território de baixa denO que pretende fazer com essa candidatura? sidade, em que lutamos todos os dias contra a FC: O número reduzido teve a consequência do atraso com que desertificação, é justo que aqui seja investido foi feito o aviso para essa candidatura, quase espontânea. Talvez dinheiro. muitos municípios tenham sido apanhados desprevenidos com essa A autarquia de Penalva do Castelo já fez muilinha de crédito outros terão presumido que não valeria a pena to e este ano, mais uma vez, esperamos chegar candidatarem-se, porque os montantes envolvidos eram baixos, na ao fim da época de incêndios e congratularmoordem dos 50 milhões, que não daria para todos. Outro motivo tal-nos, porque fomos muito mais longe na limpevez tenha sido o de não verem grandes vantagens nesta linha de za das florestas. Tomámos a iniciativa de fazer a crédito. prevenção e a vigilância com custos municipais No entanto, tive conhecimento, também por informação dos téce de algumas freguesias que se associaram, bem nicos, que haveriam muitos proprietários que não iriam fazer a como os populares que aceitaram o desafio de limpeza da floresta e que teria que ser autarquia a substituí-los. mantermos, mais uma vez, o nosso concelho verFoi nesta linha de pensamento que se entendeu que não se devede. ria sacrificar o orçamento municipal com obras que dizem respeiA aposta de Penalva do Castelo passa pela nossa to aos munícipes de Penalva do Castelo para defesa da floresta. trilogia de excelência, pela agricultura, mas, tamUma vez que o Governo disponibilizou essa linha de crédito, em bém, pelo turismo. Se apresentarmos um território que havia um ano de carência e nos outros anos a ausência de protegido dos incêndios, torna-nos num concelho juros, ou seja, concluiu-se que deveríamos utilizá-la. A proposta mais atrativo para quem nos visita. Se aliarmos a foi levada à reunião de Câmara e à Assembleia Municipal, foi nossa paisagem à oferta hoteleira, que privilegia o aprovada, para estarmos em condições de fazer essa candidaHotel Portas do Dão, mas também o nosso ex-libris, tura, que foi aprovada. Naturalmente que fico satisfeito, poro Hotel Charme Casa da Ínsua, temos mais hipóteses que vamos investir na limpeza da floresta, com dinheiro que de atrair turistas ao nosso concelho.
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De 26 a 28 de Outubro, em Sernancelhe
Festa da Castanha cumpre 26 edições num bom ano de produção
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Festa da Castanha de Sernancelhe, que vai ocorrer de 26 a Gazeta Rural (GR): Há alguma novidade na 28 de Outubro, cumpre este ano 26 edições. É o certame com Feira da Castanha deste ano? maior longevidade deste concelho do norte do distrito de Viseu, Armando Mateus (AM): Não lhe chamaria uma festa da tradição e da identidade, um evento que alia a culnovidade, mas sim uma consequência do que se tura à economia, o saber ancestral às novas dinâmicas do sector vem verificando nos últimos anos, que é um auagrícola, promovendo o concelho como um espaço de referência mento do número de visitantes após ano e isso na produção de castanha da variedade Martaínha no nosso País. quase que nos obriga a ter que criar maiores áreas Desde 1992 a Festa da Castanha tem conhecido uma evolução de disposição e para acolher quem nos visita. Este extraordinária, mantendo sempre o objectivo inicial, que passa ano iremos criar uma zona fora do Exposalão, conpor ajudar a promover a castanha de Sernancelhe, ser uma montiguo à entrada, a que chamámos tenda das boastra para produtores e empresas, potenciar a venda deste fruto e -vindas, onde incluiremos os parceiros mais directos de todos os produtos da terra, impulsionar o artesanato, a cultuna execução da Festa da Castanha 2018 e que são o ra e as suas gentes. 26 anos depois o resultado é assinalável e Município Sernancelhe, com um stand de acolhimenSernancelhe tem como marca diferenciadora a “Terra da Castato, e que habitualmente estava no interior e noutro nha”, fruto que homenageia todos os anos. patamar, e depois os nossos parceiros de há longos A edição de 2018 conta novamente com a parceria da RTP, anos e que tem sido fundamentais para que o número através do programa “Aqui Portugal”, e o lançamento do livro visitantes também cresça, que são a Escola Profissio“Sernancelhe, o castanheiro e a castanha”, um projecto do Munal de Sernancelhe (ESPROSER), com um stand onde nicípio em colaboração com a Universidade de Trás-os-Montes reforça a vertente gastronómica, trabalhando a castae Alto Douro. nha nesta vertente e dar-lhe uma imagem que a torna ainda mais convidativa em questões de paladar; a AsUm bom ano de castanha sociação Comercial e Industrial de Sernancelhe (ACIS), que está com o projeto “Castanha com todos e todos Este é, previsivelmente, um bom ano de produção de cascom a castanha” e que lançou um excelente receituário tanha, depois do ano atípico de 2017. Em conversa com a com receitas dos vários concursos do melhor doce de Gazeta Rural, o vereador com o pelouro da Cultura e Turiscastanha dos últimos anos - um livro que vai ser promomo da Câmara de Sernancelhe espera “um bom ano de casvido no stand da ACIS, - e a Confraria da Castanha portanha, em quantidade e em qualidade”. Armando Mateus que leva esta marca da castanha, tanto na área gastrodestacou o aumento do número de visitantes que anualnómica como cultural, para todo país e além-fronteiras. mente passa pelo evento, o que fez com que houvesse neSão estes, sem dúvida, os parceiros na defesa do nome cessidade de criar outros espaços para receber os muitos “Terra da Castanha”. milhares de pessoas que são esperados. Depois irá manter-se a zona expositiva, dentro do Exposalão.
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Teremos também a tenda gastronómica, este ano aumentada, capaz de dar resposta a quem pretender fazer uma refeição durante a edição da festa. No exterior, teremos a Expomáquinas, com um aumento do número de expositores, direccionada para a produção da castanha. GR: Na abertura do evento, há o lançamento de um livro? AM: Sim. A abrir a Feira da Castanha, teremos o lançamento de um livro, que é o registo do trabalho desenvolvido, ao longo de dois anos, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) com um grupo de cerca de 100 produtores de castanhas, em que foram feitos vários trabalhos e campos de ensaio, para melhorar o cultivo dos soutos e a produção de castanha, com ensaios com a inclusão das abelhas na polinização dentro dos soutos, das melhores formas de maneio dos souto, se deve haver intervenção no solo, se devem ser relvados ou se devem ser impermeabilizados. Penso que é uma excelente forma de abrir esta edição da Feira.
alguma pluviosidade, o que vem favorecer a hidratação do fruto e do próprio ouriço, para depois soltar a castanha. O que se pretende é um bom ano de produção de castanha, que esta se solte naturalmente e que tenha qualidade. Se a tudo isto estiver associado um bom calibre, isso faz o sucesso da colheita. Quando se verifica o contrário é muito penoso e foi o que se verificou no ano passado. Penso que estão reunidas as condições para um bom ano para a castanha.
GR: 2017 foi um ano atípico para a castanha, teve consequências ou, este ano, o feedback que lhe chega é de uma colheita normal? AM: O único feedback que nos chega dos produtores, e também da nossa técnica florestal, é de que a produção está um pouco atrasada. Quanto à quantidade, prevê-se um ano normal, de boa colheita, embora com algum atraso. Por norma este atraso costuma ser vantajoso, o quer faz com que a castanha seja mais sadia e de melhor qualidade. A temperatura está a baixar, prevê-se www.gazetarural.com
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De 19 a 21 de Outubro, município promove Rural Castanea
Produção de castanha em Vinhais em quantidade e em qualidade
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epois do “mau ano” de 2017, a produção de castanha no concelho de Vinhais voltou ao normal. A autarquia transmontana promove a Rural Castanea – Festa da Castanha, de 19 a 21 de Outubro, e as previsões são de um bom ano, “em quantidade e em qualidade”. A garantia foi dada por Carla Alves, responsável pela organização do evento.
te desportiva temos os percursos pedestres, para todos quantos gostam da vertente desportiva ligada à natureza, com rotas nos soutos lindíssimos que temos no nosso concelho, mas também a Rota do Javali, para os amantes do todo o terreno. Temos, em resumo, um programa variado e muito interessante, numa feira que realça o mundo rural, onde haverá um pouco de tudo. Para além da castanha e do mel, haverá algum fumeiro, doçaria, vinho, queijo e outros produtos de época.
Gazeta Rural (GR): Que Rural Castanea teremos este ano, depois de 2017 ter sido atípico? Carla Alves (CA): Vamos ter um certame numa data normal, no penúltimo fim de semana de Outubro. O ano passado foi um ano atípico e atrasamos a realização da Feira, por essa razão. Nota-se que, este ano, a produção está um pouco atrasada, mas até ao evento, e com a previsão de chuva que se avizinha, penso que vamos ter castanha, especialmente das variedades temporãs. GR: Quais as previsão para este ano? Depois há o facto desta ser a primeira castanha a cair, o que torna CA: As previsões são muito superiores às do ano esta feira mais apetecível, pois nesta altura do ano chega sempre a passado, em quantidade e em qualidade. 2017 foi vontade de provar castanhas. atípico e muito mau. Este ano, a única questão é o Por isso temos um cartaz muito semelhante aos outros anos, com atraso da castanha e isso deve-se ao facto de não destaque às questões ligadas à castanha e à sua produção, com chover há algum tempo, com um Setembro quente. as XVI Jornadas Técnicas do Castanheiro. Este acompanhamento O que se prevê é que na terceira semana deste mês é importantíssimo, porque tem sido uma produção muito afectaas variedades temporãs, como a Boaventura, a Aveda por algumas doenças, como a Vespa, a Tinta e o Cancro, ao leira, a Galega, estão a cair em força. Por sua vez a longo dos últimos anos, pelo que nunca é demais focarmo-nos Longal e a Judia são as variedades mais atrasadas, nestas questões técnicas que são essenciais para alertar e ajudar mas também as mais valorizadas: O que se prevê é os nossos produtores. que haja castanha de boa qualidade e em quantidade, Este é um evento que engloba outros produtos da terra, nopróxima do que é habitual. meadamente as colheitas de Outono, como o mel, que é um produto que estamos a valorizar e a promover nesta feira, com GR: O programa contempla um conjunto de acumas jornadas e um concurso. Há cada vez mais apicultores, tividade associadas ao mundo rural e à região. que também precisam de atenção, porque também vão tendo Há uma preocupação e a necessidade de um olhar os seus problemas, como doenças e ataques de espécies invamais atentos para estas questões ligadas ao clima? soras. CA: Esta é uma feira rural, que deve ter como preocuEste ano, como novidade, vamos abordar um tema que estapação uma abordagem para vez sobre o que nos preomos a acarinhar, ligado à preservação do lobo Ibérico, com um cupa no mundo rural e na região. Há cuidados e atenprojecto e a assinatura de um protocolo sobre esta questão. ções que devemos ter em determinados sectores, como Por tudo isto, esta é uma grande feira do mundo rural, poro das raças autóctones, cuja preservação devemos ter que além destes temas que marcam a agricultura da região, em atenção. Por exemplo, a Cabra Preta de Montesinho e porque é um evento muito visitado por agricultores e genesteve quase extinta nesta região e a sua preservação é tes da terra, teremos outras actividades. A Rádio Brigantia muito importante, para além da atenção que tem que lhe faz o magusto, com milhares de ouvintes da Família do Ti ser dada, e deve ser partilhada pela Câmara de Vinhais. João. E podem fazer este magustão, porque temos aqui o Sempre demos uma atenção especial às raças autóctones maior assador de castanhas do mundo, um dos atractivos da nossa região, como o porco bísaro, por alturas da Feira da nossa feira, mas também a presença do programa ‘Aqui do Fumeiro. Aliás, teremos uma exposição das raças autócPortugal’ da RTP, que trás muita gente e que promove a tones que existem na região na Feira, para que quem nos região e o concelho de Vinhais, em particular. Na vertenvista as conheça.
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Segundo José Laranjo, à margem do III Simpósio Internacional no IP de Bragança.
Associação RefCast não acredita que vespa cause redução da castanha em Portugal
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presidente da RefCast, a Associação Portuguesa da Casta“Temos, actualmente, estima-se cerca de 35 mil nha, José Gomes Laranjo, defendeu que há maiores riscos hectares, o sector estima que se estejam a planpara a produção de castanha em Portugal do que a praga da Vespa tar mais de 200 mil castanheiros por ano”, indidas Galhas do Castanheiro. cou. “Globalmente, não sentimos que a vespa venha trazer uma Há, porém, “uma dificuldade que é alimentar a quebra na produção de castanha. Há outros factores que, neste fileira com castanheiros de qualidade para planmomento, mais contribuem para a redução da produção e para tação” aquelas variações anuais”, afirmou José Laranjo à margem do III “Este é um dos grandes problemas que nós teSimpósio Internacional da Castanha, que decorreu no Instituto mos, é uma das grades dificuldades, há a questão Politécnico de Bragança. das doenças, das pragas que vão aparecendo, mas No mesmo evento foi revelado que a praga foi detectada em este também é um problema: a falta de castanheiro 500 soutos do concelho de Vinhais, um dos maiores produtode qualidade”, considerou. res portugueses. Ainda assim, o presidente da RefCast defende Esta realidade leva muitas vezes os produtores a que há outros factores que pesam mais na diminuição da proadquirirem árvores para novas plantações sem o cerdução como a falta de chuva ou a doença da tinta. tificado de qualidade, nomeadamente recorrendo ao Há vários anos que a doença da tinta dizima soutos, apeestrangeiro. sar de, como disse, existirem soluções “para mitigarem, para A RefCast estima que Portugal produza “na ordem prevenir e para as novas plantações”. “Hoje é possível plandas 45 mil a 50 mil toneladas de castanha”, o que “retar novos castanheiros com resistência à doença da tinta”, presenta qualquer coisa na ordem dos 90 milhões de sublinhou. euros só em termos de valor de castanha pago ao proRelativamente à Vespa das Galhas do Castanheiro, afirmou dutor”. que “está profundamente espalhada e com ataques fortes Trás-os-Montes concentra “dos 80, 85% da área de fora de Trás-os-Montes, nas áreas que produzem castanha”. produção de castanha” e é, segundo José Gomes LaranA Trás-os-Montes chegou no ano passado e “há zonas jo “talvez uma das regiões mais importantes do mundo onde o impacto pode reduzir para metade a produção”, em termos de castanha”. como reconheceu o presidente da RefCast, que entende, contudo, que a praga provoca uma quebra a nível global na produção. A associação surgiu há dez anos para “puxar pela fileira e pelos investimentos” e neste período constata que “a área da castanha aumentou e está numa fase de aceleração e no aumento da plantação de novos soutos”.
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Adiantou o director do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos
Vespa das Galhas dos Castanheiro foi detectada em 500 soutos de Vinhais
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praga da Vespa das Galhas do Castanheiro foi detectada em 500 soutos do concelho de Vinhais, que, junto com Bragança, concentra a maior produção de castanha em Portugal, com um volume negócios de 20 milhões de euros. O balanço da progressão da praga que mata os castanheiros foi feito por Albino Bento, director do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos, no arranque do simpósio internacional da castanha, que decorreu no Instituto Politécnico de Bragança. Estas instituições estão envolvidas no combate biológico à praga, tendo sido feitas as primeiras largadas de um parasitóide, o Torymus Sinensis, na Primavera, concretamente 52 largadas em Vinhais e seis em Bragança. Nessa ocasião, a vespa tinha sido detectada em 180 soutos do concelho de Vinhais, um número que subiu para 500, depois da conclusão do levantamento neste concelho, segundo Albino Bento. O responsável prevê que no próximo ano sejam feitas muitas mais largadas, entre 180 a 200, em Vinhais, e 20 ou 30 em Bragança. “As largadas vão ter de acompanhar a praga, consoante vai invadindo novos soutos”, indicou, antevendo que serão necessárias “nos próximos anos largos” novas acções do género para se instalar o parasitóide, um outro insecto que mata a vespa. Albino Bento lembrou que, em Itália, onde a vespa dizimou a produção de castanha, foram necessários “sete anos” para controlar a praga. Os resultados das largadas já realizadas estão a animar os investigadores que observaram que o parasitóide se estabeleceu nos locais onde se realizaram as acções, o que significa que ali não será necessário repetir e o insecto irá reproduzir-se naturalmente. “Num primeiro ano após as largadas, aquilo que se obtém basicamente é presença. Gradualmente, em cinco, seis, sete anos, o parasitóide vai-se estabelecendo”, explicou. Albino Bento é também investigador nesta área e deixa um alerta aos produtores no sentido de evitarem práticas que afectem este trabalho. Segundo indicou, em sítios onde são feitas as largadas, os agricultores não podem destruir as galhas. Podem fazer poda, mas não levar mais do que os ramos grossos para fora dos soutos. Não devem também lavrar antes do final de Abril, porque uma parte importante dos parasitóides estão nas folhas, que caem ao solo, e se a terra for lavrada, enterram as folhas e podem impedir o desenvolvimento do insecto que combate a praga. Não devem ainda aplicar pesticidas no período antes de Abril até meados de Junho, para não matarem o parasitóide. www.gazetarural.com
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‘So Veggie So Good’, de 27 a 30 de Outubro
Exponor estreia evento dedicado à alimentação vegetariana e vegan
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e 27 a 30 de Outubro, a Exponor serve as Segundo Oriana Noronha, directora do evento, “o So Veggie vai últimas novidades em alimentação de base acrescentar aos profissionais do sector da restauração e hotelaria vegetal, uma tendência crescente em Portugal, conteúdo indispensável sobre a alimentação vegetariana e vegaonde o número de vegetarianos quadruplicou nos na. De facto, existe uma necessidade real do sector se adaptar últimos 10 anos. Este evento acontece em paralelo às novas tendências e a um consumidor cada vez mais informado com o “So Food So Good”, vocacionado para o sece exigente em relação à sua alimentação, como a origem dos tor da restauração, hotelaria e turismo. produtos, o equilíbrio nutricional e todas as questões éticas, amA alimentação vegetariana e vegan tem vindo bientais e de saúde relacionadas”. a conquistar cada vez mais adeptos em Portugal, Os últimos estudos comprovam que o vegetarianismo tem vino que criou oportunidades e desafios ao sector da do a crescer em Portugal. Na última década, o número de porrestauração e hotelaria. Os espaços especializados tugueses vegetarianos quadruplicou para os 120.000, segundo multiplicaram-se e os restantes incorporam cada vez um estudo da Nielsen de 2017. mais opções de base vegetal. Também o estudo da empresa americana HappyCow, a pediAtenta a esta tendência, a Exponor apresenta a do da Associação Vegetariana Portuguesa (AVP), indica que o primeira edição do “So Veggie So Good”, de 27 a 30 número de lojas e restaurantes vegetarianos aumentou mais de Outubro, integrado no “So Food So Good”, evento de seis vezes nos últimos dez anos, passando de 28 estabeledirigido aos profissionais dos sectores da panificação, cimentos em 2008 para 172 em 2018. Um terço surgiu entre restauração, hotelaria e turismo. Mas o público pode 2016 e 2017. A AVP acredita que este crescimento está tamtambém saborear as novidades no primeiro dia. bém relacionado com o turismo, uma vez que muitos dos visiA iniciativa pretende dar a provar as últimas tendêntantes estrangeiros partilham e procuram este estilo de vida. cias da alimentação vegetariana e vegan, entre as quais À semelhança do evento simultâneo, o “So Veggie So os produtos biológicos e as dietas especializadas, como Good” está vocacionado para profissionais do sector agroa alcalina, celíaca ou à base de produtos sem lactose. -alimentar, nomeadamente panificação, restauração, hoteO evento terá à semelhança do “So Food So Good” uma laria e turismo, em geral. área de exposição de produtos, equipamentos e serviços e uma forte componente prática, com showcookings e acções de degustação em que alguns Chefes de renome, nutricionistas e outros especialistas irão partilhar receitas e conselhos práticos.
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Partilhar informação e ganhar escala para defender potencialidades do sector
ACOS co-organiza I Congresso Luso-Espanhol de Pecuária Extensiva
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bordar e dar a conhecer a importância ambiental, territorial, económica e social do sistema de produção pecuária em extensivo, reflectir sobre as suas práticas e desafios, as mais-valias para a preservação da biodiversidade e de acção contra incêndios, assim como o alargamento dos circuitos de comercialização dos produtos, são alguns dos propósitos do I Congresso Luso-Espanhol de Pecuária Extensiva, a decorrer em Sevilha a 8 e 9 de Novembro. A organização do Congresso está a cargo de uma parceria alargada de que faz parte a ACOS – Associação de Agricultores do Sul, a União dos Agrupamentos de Defesa Sanitária (ADS) do Alentejo, as cooperativas agro-alimentares da Andaluzia e a Federação dos Agrupamentos de Defesa Sanitária Animal desta última região. Realizado à escala ibérica, o Congresso tem como objectivos abordar potencialidades, oportunidades, constrangimentos e desafios que são comuns a ambos os lados da fronteira. Conta com a participação de um leque alargado de especialistas conceituados em diversas áreas, desde a sanidade animal, passando pela acção ambiental e territorial do montado/dehesa, até à comercialização. O montado português e a dehesa espanhola são ecossistemas caracterizados por actividade agro-pecuária no interior de sistemas florestais tipicamente mediterrânicos, com uma grande biodiversidade, tanto de fauna como de flora. São habitats únicos no mundo, que importa reconhecer e salvaguardar, razão pela qual se juntaram, na organização do evento, entidades de ambos os lados da fronteira para ganhar dimensão tanto de trabalho conjunto, como de capacidade reivindicativa junto dos decisores políticos nacionais e comunitários, com especial importância nesta fase determinante do delineamento da Política Agrícola Comum pós 2020. O maneio de gado no sistema de produção em extensivo apresenta como vantagens a sua acção de protecção contra incêndios, de prevenção da perda de solo, de absorção de dióxido de carbono (CO2), de barreira frente às alterações climáticas, entre outros contributos que importa ver reconhecidos e remunerados pela sociedade.
De acordo com a Direcção da ACOS “é urgente reforçar a cooperação, com ganhos de escala, tanto a nível da produção, como de investigação aplicada, com trabalho conjunto a nível sanitário, técnico e económico”. Todos os interessados em participar, tanto produtores, empresários, como técnicos e especialistas e de áreas ligadas directa ou indirectamente à pecuária em extensivo deverão inscrever-se no Congresso. O link do site, que está em português e em espanhol, é o seguinte: https://www.congresoganaderia.es/pt/cobrir/
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De 15 a 17 de Novembro, no Centro Nacional de Exposições, em Santarém
Tecfresh’18 recebe Cerimónia de Entrega de Prémios de Concursos Nacionais
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Tecfresh’18 – Feira Tecnológica para Frutas e Hortícolas, evento que decorre no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, de 15 a 17 de Novembro, vai ser palco no dia 17 da cerimónia de entrega de prémios dos Concursos Nacionais que decorrem no CNEMA em Outubro, como o VII Concurso Nacional de Doces de Fruta Tradicionais Portugueses (23 Outubro), o VII Concurso Nacional de Frutos Secos Tradicionais Portugueses (24 Outubro) e o III Concurso Nacional de Aguardentes não Vínicas Tradicionais Portuguesas (24 Outubro). Estas iniciativas, que o CNEMA realiza em conjunto com a Qualifica/oriGIn Portugal, têm como objectivo estimular a produção de qualidade, dar a conhecer os melhores produtos nas diferentes regiões do país, incentivar o seu consumo, promover o encontro de produtores, empresas, técnicos e apreciadores. Com a realização destas actividades o Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas pretende premiar, promover, valorizar e divulgar a qualidade, especificidade e a diversidade dos produtos portugueses. Tecfresh’18 – Uma feira para profissionais A Tecfresh’18 é uma feira orientada para um público profissional, cada vez mais informado e exigente, que busca constantemente soluções inovadoras e de maior produtividade.
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Representa uma oportunidade para as empresas e demais organizações partilharem com os seus actuais e potenciais clientes os produtos e serviços de que dispõem, informação actualizada e optimizar negócios. O evento tem como público alvo profissionais como Agricultores, Fruticultores, Horticultores, Empresários Agrícolas, Engenheiros Agrónomos, Estudantes do Ensino Profissional e Ensino Superior, entre outros ligados ao Mundo Rural. O objectivo é divulgar e mostrar as evoluções tecnológicas que acontecem no sector agrícola, promover o encontro de profissionais e ser uma ponte para estabelecer relações comerciais entre empresas, avaliar a estratégia definida para o futuro e promover parcerias técnico/profissionais.
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Intervenção ascende a um valor superior a 850 mil euros
CIM Viseu Dão Lafões lança concurso para reabilitação da Ecopista do Dão
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Nos dias 24 e 25 de Novembro
Aguiar da Beira promove VI Certame Gastronómico do Míscaro
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Câmara de Aguiar da Beira vai promover a VI edição do Certame Gastronómico do Míscaro, evento que decorrerá nos dias 24 e 25 de Novembro, destinado a promover uma iguaria de excelência - o míscaro amarelo - e a gastronomia local, bem como a valorizar e incentivar a utilização dos produtos endógenos na restauração concelhia e a arte da culinária. O certame terá lugar no pavilhão gimnodesportivo de Aguiar da Beira, “com espaço gastronómico e o mercadinho agrícola, onde os visitantes poderão degustar e comprar os nossos cogumelos silvestres e os nossos produtos da época, não faltando as doçarias e o artesanato locais e da região”, refere a autarquia. Nesta edição não faltarão o habitual passeio micológico (com triagem e exposições micológicas incluídas); o já famoso Trail do Míscaro; os Workshops temáticos; os Livecookings e as provas gastronómicas, bem como o magusto comunitário e muita animação musical. Enquadrado neste certame, decorrerá o IV Encontro Nacional de Formadores e Técnicos de Micologia, para análise e discussão temáticas, concentrando especialistas portugueses (académicos, técnicos, formadores, colectores e aficionados) na área da micologia, como tem vindo a acontecer nos anteriores encontros, promovidos pelo Gabinete de Micologia da Câmara de Aguiar da Beira.
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Conselho Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões aprovou, por unanimidade, a abertura de um procedimento concursal para a reabilitação da Ecopista do Dão, após os trágicos incêndios de Outubro de 2017. Esta intervenção ascende a um valor superior a 850 mil euros e visa a reposição desta importante infraestruturas turística da região Viseu Dão Lafões. Segundo Nuno Martinho, secretário executivo da CIM Viseu Dão Lafões, “após os incêndios florestais que afectaram a região, a Ecopista do Dão ficou com graves danos estruturais ao nível do pavimento, da sinalização e das guardas de segurança, pelo que esta intervenção destina-se à reposição desta infra-estrutura intermunicipal, que é hoje, no âmbito do Turismo de Natureza, uma importante porta de entrada no nosso território”. O secretário executivo da CIM Viseu Dão Lafões acrescentou que a intervenção “será feita entre os troços de Tondela e Santa Comba Dão”, justificando que a “a empreitada para reabilitação só agora é lançada pois só no passado mês de Setembro foi publicada a legislação e consequente concurso para apresentação de candidaturas ao Fundo de Solidariedade da União Europeia (FSUE)”.
Wine & Spirits Top 100 Tasting decorreu em São Francisco
Adega da Casa da Passarella é uma das 100 melhores do mundo
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Wine & Spirits distinguiu a Casa da Passaconhece e acompanha de perto o trabalho desenvolvido percebe o rella como uma das 100 melhores adegas porquê de não estar surpreso”. do mundo. O evento que apresentou a lista das Para Paulo Nunes, enólogo da Casa da Passarella, foi a “conadegas seleccionadas – o Wine & Spirits Top 100 sistência do trabalho desenvolvido nos últimos cinco anos” que Tasting – aconteceu na cidade de São Francisco, Eslevou a adega pela qual é responsável a integrar uma das listas tados Unidos da América. mais importantes na área dos vinhos. “Estamos muito felizes porPor terras do Dão a Casa da Passarella dispensa que é um reconhecimento do trabalho que desenvolvemos nos apresentações. É um dos produtores mais antigos últimos anos e que espelha a nossa vontade de produzir vinhos do país e a sua história com os vinhos começou a ser de extrema qualidade e de honrar a verdadeira elegância do escrita muito antes de 1908, ano em que a região Dão”, acrescenta. do Dão se tornou demarcada. Este ano, celebra um A lista das melhores adegas foi apresentada no evento “Wine importante feito ao figurar na lista das 100 melhores & Spirits Top 100 Tasting”, organizada pela publicação ameriadegas do mundo da revista Wine & Spirits, ao lado cana. A selecção é realizada anualmente e tem como base as de mais cinco adegas portuguesas – Aphros Wine, classificações dos vinhos provados pelo painel de críticos da Brandy’s. Kopke, Soalheiro e Wine & Soul. revista. Este ano, na lista estão presentes adegas de países Arlindo Cunha, presidente da Comissão Vitivinícola como Argentina, Itália e França. Portugal tem seis adegas em Regional do Dão (CVR Dão), enaltece e parabeniza este destaque e a Casa da Passarella é a única do Dão. feito da Casa da Passarella. “A Wine & Spirits é um meio de referência, muito importante no mundo dos vinhos. Com esta distinção os vinhos do Dão estão mais uma vez nas bocas do mundo pelas melhores razões e não poderia estar mais orgulhoso. No entanto, reconheço que esta nomeação não me surpreende totalmente. A qualidade dos vinhos do Dão é impar e a Casa da Passarella tem feito um percurso exemplar, pelo que quem www.gazetarural.com
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Enoturismo é tema de destaque e novidade este ano
‘Grandes Escolhas Vinhos & Sabores 2018’decore de 26 a 29 de Outubro na FIL
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maior feira vínica do país está de volta de 26 a 29 de Outupreferências do mercado. Os resultados são bro, em que todos os caminhos vão dar ao ‘Grandes Escolhas revelados numa cerimónia própria, no primeiro Vinhos & Sabores’ (GEVS), evento organizado pela revista Grandes dia do evento, a 26 de Outubro. Escolhas e que este ano volta a ter lugar na Feira Internacional de Lisboa. O lado didáctico das Grandes Escolhas Chamada obrigatória para enófilos, grandes aficionados e provínicas fissionais do sector, onde vão poder provar milhares de vinhos de centenas de vinícolas de todas as regiões de Portugal, e também Um dos pontos altos são as ‘Provas Especiais’, de outros países, para além de contactar directamente com promomentos de partilha, de aprendizagem e de dedutores e enólogos. gustação de vinhos, muitas vezes raros, orientaSão mais de 6.000 m2 onde não vão faltar os deliciosos ‘Sabodas por críticos de prestígio ou por produtores de res’, este ano com mais oferta e presença reforçada. referência. No dia 26, o Opus One, o icónico vinho Porque as novidades apimentam relações, mas também evende Napa Valley, e o Reserva Especial da Casa Ferreitos, o ‘GEVS’ de 2018 aposta no ‘Enoturismo’, com um espaço rinha fazem parte de duas conversas distintas, com dedicado em exclusivo a esta vertente do negócio. São cada início às 18h30 e às 19h00, respectivamente. No dia vez mais os produtores que fazem do turismo do vinho um dos 27 é a vez de falar de ‘Casa de Saima, a expressão eixos da sua estratégia e comunicação. Os números falam por de um terroir da Bairrada’; da ‘Quinta de Sanjoanne, si e é impressionante o crescimento que o enoturismo tem reo carácter de um Vinho Verde diferente’; dos ‘Tesougistado nos últimos anos. ros dos vinhos da Madeira Wine Company’; da ‘Magia Nota ainda para a alteração no que toca ao horário de sádas vinhas velhas, por Luís Lopes’; e do ‘Porto Kopke: bado e domingo, agora das 15 às 22 horas. No primeiro dia as 380 anos, uma história maior’. portas abrem às 18 e encerram às 22 horas. A segunda-feira No domingo é tempo de ouvir o enólogo Carlos Lucas é dia dedicado, em exclusivo, aos profissionais, entre as 11 e falar e dar a provar os seus vinhos topo de gama; de as 18 horas. perceber como se deu o regresso do Tapada de Chaves, um grande clássico, agora nas mãos da Fundação Concurso de Vinhos “A Escolha da Imprensa” Eugénio de Almeida; de enaltecer a classe e a sofisticação dos espumantes Murganheira; de provar uma selecEste é um evento que envolve largos meses de preparação de vinhos de 2008, na companhia do grande mestre ção. O pontapé de saída oficial acontece no dia 18 de OuJoão Paulo Martins; e de dar palco à Bacalhôa e aos seus tubro, com a realização do ‘Concurso de Vinhos A Escolha elegantes Moscatel de Setúbal. da Imprensa’, competição que põe em prova cega perante Menos exclusivas e abertas a todos os visitantes são as cerca de 50 jurados – oriundos da comunicação social, blo“provas rápidas”, que decorrem num pequeno anfiteatro gosfera e também do comércio – algumas centenas dos “instalado” no meio do recinto e onde variadíssimos provinhos que vão estar no ‘GEVS 2018’. A ideia é eleger os dutores vão para fazer apresentações sucessivas de dois melhores do evento, não apenas aos olhos de especialisdos seus vinhos. Uma iniciativa que tem o sugestivo nome tas de vinho, mas considerando o gosto do público e as de “Prove Connosco”.
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No Parque de Exposições de Santana, de 19 a 21 de Outubro
Wine in Azores celebra décimo aniversário e premeia os melhores rótulos de vinhos
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maior evento vínico das Ilhas portugueCoutinho Costa, mentor do evento, que “já conquistamos, definitisas, comemora o décimo a aniversário e vamente, lugar de destaque no mundo vínico, trazendo à ilha de vai celebrar o vinho ao mais alto nível. A orgaSão Miguel muitas pessoas e empresas, numa perfeita aliança entre nização do Wine in Azores está preparada para negócios e prazer”. a maior O evento vínico vai novamente integrar um concurso de design afluência de sempre. Serão mais de 2.000 vide rótulos de vinhos. O Wine in Azores Design Awards 2018 vai prenhos em prova, 15 chef’s de cozinha reconhecimiar os vinhos (tranquilos, efervescentes e fortificados) que mais dos, o Bar Festival in Azores, muita animação e surpreendam pela imagem global. Todos os vinhos, presentes no ainda a segunda edição do Wine in Azores Design evento serão considerados em concurso e avaliados pelo júri, que Awards, um concurso inovador que avalia criatinesta segunda edição é constituído por Leonor Almeida, Marco vidade e conceito da imagem de todos os vinhos Valente, Maria Helena Duarte, Pedro Canto Brum e Victor Almeipresentes no certame. da. Vão ser três dias de copo na mão. O Wine in AzoA garrafa e o rótulo são o primeiro convite à prova de um vinho, res é o maior evento empresarial e o foco de todas espumante ou aguardente vínica. Um primeiro contacto visual, as atenções em São Miguel no mês de Outubro, um é fundamental para a decisão da compra, diferenciando cada trabalho contínuo, que este ano celebra décimo a marca. Avaliar a criatividade, inovação, conceito, legibilidade da aniversário com uma edição muito especial. O evenmensagem e a qualidade dos rótulos de todos os vinhos preto vínico realiza-se nos dias 19, 20 e 21, no Pavilhão sentes no Wine in Azores, edição de 2018, será a missão dos de Exposições da Associação Agrícola de São Miguel, jurados seleccionados, todos relacionados com a temática. O na Ribeira Grande. Wine in Azores Design Awards 2018 vai atribuir um prémio ao O certame contempla o Bar Festival in Azores; um primeiro, segundo e terceiro classificados, bem como cinco atractivo programa de provas comentadas e de proMenções Honrosas para os rótulos dos vinhos que mais se vas cegas; as sempre muito aguardadas demostrações destaquem. gastronómicas apresentadas por 15 reconhecidos chef’s de cozinha como Joe Best, Rui Martins, Rui Paula, António Loureiro, Renato Cunha, Paulo Mota e Francisco Gomes, por exemplo; há as irresistíveis tasquinhas; propostas de produtos gourmet; decoração temática... Para além de tudo isso, vai reunir mais de 2.000 vinhos em prova e contar com a segunda edição do Wine in Azores Design Awards. A Gorgeous Azores, empresa organizadora, está de parabéns e assume através de Joaquim www.gazetarural.com
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A “oliveira do Mouchão”, em Abrantes
Investigadores dataram oliveira com 3.350 anos como a mais velha de Portugal
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nvestigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) identificaram a “oliveira do Mouchão”, em Abrantes, como a mais velha em Portugal com 3.350 anos, uma árvore que continua a produzir azeitonas. José Luís Louzada, investigador UTAD, lidera uma equipa que criou um método científico capaz de datar oliveiras antigas e que, desde 2011, já datou cerca de 200 árvores com cerca de 2.000 anos em Portugal e no estrangeiro. Segundo o responsável, a academia transmontana, em cooperação com a empresa Oliveiras Milenares, identificou aquela que é, até ao momento, considerada a oliveira mais velha do país, ao ser classificada com a idade de 3.350 anos. Esta árvore situa-se no concelho de Abrantes, onde é conhecida como a “Oliveira do Mouchão”. O investigador afirmou que a árvore ainda produz azeitona. “A oliveira está bem adaptada ao nosso clima mediterrâneo, e por isso atinge uma notável longevidade”, salientou José Luís Louzada. O especialista disse que “há centenas de oliveiras portuguesas que já ultrapassam a idade de Cristo”, as quais se encontram especialmente a sul do Mondego. “É sem dúvida um dos seres vivos que mais resiste ao tempo, pela sua grande capacidade de rejuvenescimento. Um pedaço de tronco, por mais velho que esteja, tem a capacidade de voltar a rebentar e a oliveira continuar a produzir azeitona”, frisou. José Luís Louzada sublinhou que, “em teoria, a oliveira pode viver uma eternidade, ultrapassando a idade das inúmeras gerações que passem pelo mesmo território”. “Não é em vão que, em muitos territórios nacionais, quem é dono das terras não é dono das oliveiras. Estas estão doadas, desde há séculos, a instituições que garantam a longevidade do seu uso, como sejam algumas irmandades religiosas ou as próprias misericórdias. E o azeite produzido é, muitas vezes, para sustento das igrejas e capelas, ou para alumiar nas lamparinas”, contou. Segundo a UTAD, as oliveiras mais velhas foram identificadas, por exemplo, em Santa Iria de Azóia (2.850 anos), várias em Monsaraz (uma delas com 2.450 anos), em Estremoz, Montemor-o-Novo, Lagoa, Beja, Vila Moura, Évora, Parque de Serralves do Porto, entre outros pontos do país. Também no estrangeiro tem sido solicitada a intervenção da universidade, que classificou já oliveiras em Bordéus, Girona, Málaga e na Ilha de Menorca, onde classificou uma oliveira com 2.310 anos. O método de datação das árvores milenares foi desenvolvido pela UTAD e a patente registada em nome da academia transmontana e do empresário André Soares dos Reis, proprietário do Grupo “Oliveiras Milenares”. A datação de árvores relativamente jovens é, de um modo geral, fácil, sendo neste caso normalmente utilizados métodos ópticos para a avaliação da sua idade, como a contagem dos anéis de crescimento. No entanto, a utilização deste sistema em árvores muito antigas era “impraticável” pois, na maioria dos casos, a parte central das árvores e que corresponde à sua zona mais velha fica oca. Com o método da UTAD, o cálculo é feito através de um modelo matemático que relaciona a idade com uma característica dendrométrica do tronco, como seja o raio, diâmetro, a altura ou perímetro do tronco. A nova metodologia não provoca a destruição da árvore, pois não obriga ao seu abate, permite a sua utilização em árvores ocas e não provoca lesões que comprometam a sua sanidade.
Num investimento de 500 mil euros
Ciclovia com sete quilómetros vai “unir” Castelo de Vide e Marvão
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s municípios de Castelo de Vide e de Martorino, considerou que a iniciativa intermunicipal é uma “mais-valia” vão, no distrito de Portalegre, pretendem em termos turísticos, uma vez que os dois concelhos “não vivem um lançar um projecto de 500 mil euros para a criasem o outro”. ção de uma ciclovia que ligue os dois concelhos, Sublinhando que os dois territórios estão situados em pleno Parnuma extensão de sete quilómetros. que Natural da Serra de São Mamede, o autarca de Marvão disse A ciclovia para ligar a vila de Castelo de Vide à haver necessidade de “dar condições e de proporcionar uma oferta aldeia de Portagem, no concelho de Marvão, devariada” a todos aqueles que visitam ambos os concelhos. “Teverá estar concluída em 2021, segundo os presimos uma boa oferta em termos de hotelaria e restauração, mas dentes dos dois municípios do Alto Alentejo. precisamos deste tipo de projectos como de pão para a boca”, “Actualmente, estamos numa fase inicial, a faacrescentou. zer os trabalhos preliminares e os contactos insLuís Vitorino adiantou que já solicitou uma reunião ao ministro titucionais, para depois apresentarmos uma cando Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, para disdidatura a financiamento comunitário”, explicou o cutir o projecto, uma vez que o traçado prevê a passagem pelo presidente da Câmara de Castelo de Vide, António “túnel das árvores fechadas” e a criação de um troço alternativo Pita. para o trânsito automóvel. Na opinião do autarca, o projecto vai proporcionar “A pista iria passar no ‘túnel das árvores’ e poderia ser uma a oferta de um itinerário “seguro” entre dois pontos solução para aquele espaço, com a criação de uma estrada alcom “importância estratégica” e de “grande interesternativa, mas se assim não for a ciclovia vai passar num passase” turístico. diço entre o túnel e o campo de golfe de Marvão”, disse. Além de uma via que promova a circulação pedestre e velocipédica, os dois municípios prevêem um “percurso panorâmico de inusitado valor paisagístico e turístico”. O traçado previsto contempla, a partir de Castelo de Vide, a passagem pela Estrada da Circunvalação, Prado, Estrada Nacional (EN) 246, Escusa, Caleiras e o “túnel das árvores fechadas”, constituído por freixos centenários, até à aldeia de Portagem, em Marvão. “Se tudo correr bem, este projecto poderá estar implementado em 2021. Vamos trabalhar para isso”, acrescentou o autarca de Castelo de Vide. Por sua vez o presidente da Câmara de Marvão, Luís Viwww.gazetarural.com
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Hotel deverá ser inaugurado em 2020, num investimento de oito milhões de euros
Coudelaria de Alter do Chão concessionada a grupo hoteleiro para dinamizar turismo equestre
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difícios da Coudelaria de Alter do Chão foram concessionados distribuídos pela Casa de Campo, pelas antigas por 50 anos ao grupo Vila Galé para a reconversão num hocavalariças, pelo edifício administrativo e pelas tel de quatro estrelas, que pretende dinamizar o turismo equestre antigas pocilgas. O hotel vai dispor de ‘spa’ e resneste concelho do distrito de Portalegre. taurante com aposta na gastronomia regional e Segundo o contrato, a concessão é feita por 50 anos e o invesutilizará a enoteca e o lagar em eventos temátitimento total para a recuperação do edificado está estimado em cos. oito milhões de euros. O hotel deverá ser inaugurado em 2020. O Revive é um programa conjunto dos minisEste é considerado “um projecto âncora de dinamização turístitérios da Economia, Cultura e Finanças, que preca e económica do interior” e levou à cerimónia, que decorreu no tende valorizar e recuperar o património sem uso, Ministério da Agricultura, em Lisboa, os ministros da Agricultura, reforçar a atractividade dos destinos regionais e o Capoulas Santos, das Infra-estruturas, Pedro Marques, e da Ecodesenvolvimento de várias zonas do país. nomia, Manuel Caldeira Cabral, além da secretária de Estado do A Coudelaria de Alter do Chão, fundada em 1748 Turismo, Ana Mendes Godinho, e do presidente da Câmara de Alpor D. João V, desenvolve trabalhos de selecção e ter do Chão, Francisco dos Reis, além dos signatários do acordo. melhoramento de cavalos Lusitanos e possui uma A concessão pretende “afirmar ainda mais Alter do Chão unidade clínica dotada com todos os meios para o como um dos principais centros de turismo equestre em Poracompanhamento e tratamento médico dos animais, tugal”, destacar o potencial da Coudelaria para o turismo da acolhendo, nas suas instalações, entre outras valênregião, para o emprego e para a projecção do cavalo Alter Real, cias, o Laboratório de Genética Molecular. salientaram os ministros. A coudelaria, que emprega cerca de 30 pessoas, De acordo com Capoulas Santos, falta agora “criar condipassou a ser gerida, em Março de 2007, pela Fundação ções para que tudo aquilo que é património de Alter e que Alter Real (FAR), após a extinção do Serviço Nacional actualmente está disperso por várias entidades possa ser utiCoudélico, no âmbito do Programa de Reestruturação lizado”. da Administração Central do Estado. Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia, destacou Após a extinção da FAR, em Agosto de 2013, a Comque, ao abrigo do Revive, oito edifícios já foram alocados a panhia das Lezírias assumiu a gestão da coudelaria, caconcurso até agora, estimando o Governo que até ao final do bendo a gestão do Laboratório de Genética Molecular à ano cheguem aos 16. O próximo a ser lançado é o concurso Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária. de concessão da Casa de Marrocos (Idanha-a-Nova). O contrato de concessão foi assinado pelo presidente e O presidente do Grupo Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, pela vogal da Companhia das Lezírias, pelo subdirectorafirmou que o projecto para a Coudelaria de Alter está pra-geral de Tesouro e Finanças e pelo presidente do Grupo ticamente pronto, deve ser apresentado dentro de um mês Vila Galé. e ser concretizado 19 meses após a aprovação do projecto. O Grupo compromete-se a construir um “hotel temático de quatro estrelas, com aproximadamente 76 quartos”,
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Afectados pelos incêndios de 2017
Cinzas não desmotivaram empresários de Oliveira de Frades e Tondela
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s cinzas deixadas há um ano pelas cha“O sentimento entre todos mudou. Não nos conhecíamos e, é bem mas, em Oliveira de Frades e Tondela, verdade, andávamos entretidos na nossa vida. Agora, estamos mais no distrito de Viseu, não desmotivaram os emdespertos para os outros”, admitiu, acrescentando que se apoiam mupresários, que lutaram para reerguer as suas tuamente, numa vertente humana que “tem sido muito positiva” e que empresas, algumas das quais a partir do zero. acredita que “não vai morrer”. Em Oliveira de Frades, as cerca de 50 empreNo concelho de Tondela, os incêndios de Outubro de 2017 consusas da zona industrial afectadas pelos incêndios miram “centenas de viaturas, uma farmácia, aviários, oficinas, armade 2017 deram “a volta por cima” e nos seus zéns e unidades industriais”, recordou o presidente da Câmara, José responsáveis surgiram sentimentos de partilha António Jesus. “Só empresas danificadas pelos incêndios de Outubro e de solidariedade. “Nós caímos, mas soubemos do ano passado, de diferentes dimensões e um pouco por todo o conlevantarmo-nos”, frisou Salete Costa, porta-voz celho, foram cerca de 70”, frisou. dos empresários de Oliveira de Frades. Também neste concelho foi visível a determinação dos empresáSegundo a empresária, toda a gente que passa rios: “na indústria, comércio e serviços, os danos chegaram aos 15 pela zona industrial e fala com os empresários diz milhões de euros, mas, apesar do período difícil por que todas estas que se nota que “as pessoas têm perseverança, empresas passaram, não temos conhecimento de que alguma tetêm coragem”, o que confirma ser verdade. nha entrado em insolvência ou esteja próxima disso”. “Soubemos dar a volta por cima e tenho a cerSegundo José António Jesus, algumas das empresas “até melhoteza de que vamos ficar melhor equipados, com raram as condições de trabalho ou aumentaram a sua actividade, mais capacidade, com mais resiliência. Saiu-nos do como foi anunciado pelo grupo Valouro, que brevemente irá procecorpo, é um facto, mas vamos ficar melhor, com der à inauguração das novas instalações”. mais capacidade de sermos bem-sucedidos”, reveNo que respeita ao sector da agricultura, “mais de 2.700 agrilou, confiante. cultores apresentaram declarações de prejuízos causados pelos De acordo com Salete Costa, de todos os empreincêndios”, sendo que, destes, 2.300 tiveram apoios por parte sários afectados só um decidiu que não reergueria o do Ministério da Agricultura (a grande maioria de montante inseu negócio, mas os “cinco ou seis empregados que ferior a 5.000 euros). “Estes apoios, manifestamente insuficienficaram no desemprego arranjaram logo trabalho”, tes, levaram a uma procura de soluções que permitam que uma porque há muita falta de mão-de-obra qualificada. actividade fundamental para a manutenção do nosso território “Nenhuma empresa parou de funcionar. Algumas não caia em abandono”, referiu. Na sua opinião, “recuperar as tiveram de abrandar por motivos logísticos, enquanto condições de exercício desta actividade é fundamental, tendo se reorganizavam, houve outras em que o trabalho sido mobilizadas algumas acções que possibilitem reunir alera externo e nunca deixaram de laborar a 100%. Ouguns apoios”. tras ficaram com menor ritmo, mas nunca pararam”, As consequências dos incêndios de há um ano alteraram com excepção da que não reabriu, lembrou. a agenda das prioridades que tinham sido desenhadas para A empresária contou também que “houve empresas este novo ciclo político. “Depois das respostas mais emerque perderam tudo, e tudo é mesmo tudo”, e “tiveram gentes que esta calamidade impôs, foi necessário concentrar que comprar desde uma caneta ao papel, para se reertodas as atenções na reconstrução das habitações permaguerem completamente do zero” neste último ano. “Na nentes atingidas, a par do apoio às indústrias e serviços que grande maioria, os clientes e os fornecedores foram também tiveram de instruir as suas candidaturas ao progracompreensivos e, em alguns casos, foram colaborantes”, ma Repor”, explicou. realçou. O autarca admitiu que “ainda há muito por fazer, visto que Na sua opinião, a tragédia de 2017 “deu para ver que a está em curso uma grande empreitada que prevê a reconsparte boa dos negócios também existe”, porque, como os trução de 74 habitações, depois de já estarem concluídas empresários se encontravam todos no mesmo patamar, algumas dezenas de habitações que sofreram danos infe“olharam uns para os outros de maneira diferente”. riores a 25 mil euros”.
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Opinião na recuperação da área ardida (onde se inclui a reflorestação) e na reabilitação das infraestruturas danificadas. Sobre o futuro do Pinhal do Rei, evidenciou-se uma excessiva dependência da programação da nova Mata Nacional de Leiria nos trabalhos decorrentes da Comissão Cientifica, redundando numa demissão da missão de planeamento do assou um ano que as chamas reduziram a cinzas o Pinhal do Rei. ICNF face ao património que tem sob gesNesse fatídico Domingo de 15 de Outubro de 2017, o fogo alimentado tão. De certo modo, constitui a certidão pelos ventos fortes do furacão Ofélia, percorreu mais cerca de 90% dos que atesta o grave estado de descapitali11 mil hectares da Mata Nacional de Leiria. Esse domingo trágico ficaria zação técnica e operacional em que se enmarcado pela devastação causada pelas chamas nas matas nacionais do contra hoje o ICNF. litoral, bem como por toda a região centro. Feitas as contas, naquele doA verdade é que a principal jóia da silvimingo negro, arderam 250 mil hectares e perderam a vida 50 pessoas, cultura portuguesa havia sido votada ao para além dos prejuízos ambientais e económicos de vários milhões de abandono de alguns anos a esta parte, coneuros causados nas habitações, na indústria e nas infra-estruturas roforme já havia sido evidenciado aquando do doviárias e de comunicações. grande incêndio ocorrido em 2003. A Mata No que respeita ao Pinhal do Rei, o Governo foi lesto na resposta. Nacional de Leiria encontrava-se condenada Passados apenas 5 dias, era publicado um despacho da Secretaria de a um lento definhar que, de certo modo, espeEstado das Florestas e do Desenvolvimento Rural que determinava lha a descapitalização a que têm sido votados que o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) elaos Serviços Florestais desde a extinção do Insborasse um relatório sobre o impacto dos fogos nas matas nacionais tituto Florestal em 1995. De sede de uma das que estão sob gestão direta do Estado e procedesse a uma avaliação mais importantes Circunscrições Florestais no rigorosa da execução dos planos de gestão florestal, bem como dos tempo do Estado Novo, a Marinha Grande, a acontecimentos e danos ocorridos no património florestal, natural e quando da ocorrência deste trágico incêndio, edificado. No prazo de quatro meses deveria, ainda, ser apresentado encontrava-se reduzida a um técnico florestal e um programa de intervenção nas matas nacionais afetadas, com a 9 assistentes operacionais… indicação das medidas de estabilização de emergência e de reabiliEm Dezembro do ano passado tive a oportutação de ecossistemas e o respetivo plano de financiamento. nidade de propor, numa conferência realizada O despacho do Governo era claro e concreto na orientação polísob a égide da Assembleia Municipal da Marinha tica da resposta aos acontecimentos. No entanto, mais uma vez, a Grande, a necessidade repensar o Pinhal do Rei, realidade veio a demonstrar que a determinação e vontade política honrando o legado de 800 anos de uma história dos governantes não é suficiente, por si só, para agilizar a pesada que se confunde com a História de Portugal. É nemáquina do Estado… Aliás, da consulta do site da Internet do ICNF cessário renascer das cinzas uma nova floresta, é evidente a falta de informação sobre as matas nacionais, numa uma Mata Nacional de Leiria - versão 2.0! ausência do dever de prestação de contas aos portugueses sob Dando espaço para que a Natureza faça o seu a gestão que aquele organismo faz ao património florestal que é trabalho, existe a oportunidade ímpar para testar de todos nós. novos modelos de silvicultura, de introduzir plantas Tendo presente a realização da conferência “Pinhal do Rei, um melhoradas pelos australianos a partir de exemano depois”, desloquei-me à Marinha Grande para conhecer, de plares de pinheiro bravo originários de Leiria, de viva voz, o plano de acção do ICNF para a Mata Nacional de Leidiversificar a composição florestal daquele espaço, ria. Antes, porém, aproveitei para percorrer a estrada nacional mas sem perder a identidade do pinhal bravo, de au242, que liga a Marinha Grande a Vieira de Leiria, e testemunhar mentar a fruição pela população para atividades de a demora na remoção do material lenhoso ardido. Madeira de recreio e de lazer. Acima de tudo, impõe-se que não qualidade, fustes com grandes diâmetros e que permanecem se perca a oportunidade de cumprir Lei n.º 108/99, de pé, queimados, mesmo ao lado da estrada, ao arrepio dade 3 de Agosto e fazer nascer no Parque do Engenho quilo que determina a legislação, como se o Estado não deveso tão desejado Museu Nacional da Floresta, um museu se dar o bom exemplo. que deve ser vivo e abarcar toda a extensão do Pinhal Também foi possível constatar da morte e da presença de do Rei. sintomas de declínio de pinheiros fogueados, tornando-se Concordo com o presidente do ICNF quando afirma pasto para ocorrência de insectos xilófagos e para o nemáque este “é um processo de décadas”, não “um assunto todo da madeira do pinheiro, negligenciando as boas prátique se resolva em dois ou três anos”. Mas para que seja cas silvícolas que se exigiam da parte do gestor da mata. bem sucedido nesse desígnio geracional é necessário De igual modo, conforme se previa, as espécies invasoras mais determinação e, sobretudo, mais ação no terreno. começam a surgir com força, num sinal claro da exigência e Dizem os chineses que “uma grande caminhada começa dos cuidados de controlo e erradicação das acácias que se com o primeiro passo”. Convém que esse passo seja um prevê no futuro. passo firme em frente, sabendo bem qual é o rumo e o Da apresentação do plano de trabalhos, que se centrou destino. no horizonte do curto prazo (2018-2022), fez-se eco do recente anúncio do Governo do reinvestimento da verba de Miguel Galante 15 milhões de euros obtida com a venda dos “salvados”, Eng.º Florestal
Pinhal do Rei, um ano depois
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Próxima será realizada no Porto, no Outono de 2020
Primeira Cimeira Europeia dos Rios realizou-se em Sarajevo
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pessoas de mais de 30 países participaram na I Cimeira para salvar os rios da Europa e parar a construção de barragens. Os participantes pediram à União Europeia (UE) e aos Chefes de Estado que parem de financiar a energia hidroeléctrica. Esta foi a primeira cimeira deste género e a próxima Cimeira Europeia dos Rios será realizada em Portugal, no Porto, no Outono de 2020, organizada pelo GEOTA.
O Neretva, na Bósnia e Herzegovina, é um dos últimos “hotspots” de biodiversidade de água doce, abrigando 14 espécies de peixes em risco de extinção. Está ameaçado pelas barragens. “Nós temos de parar esta obsessão por barragens. Os rios europeus há muito que pagam com a sua integridade pelo nosso estilo de vida sedento de energia. Os últimos rios intacSarajevo tornou-se, no final de Setembro, o centro dos ambientos devem permanecer livres”, diz Ulrich Eicheltalistas e conservacionistas europeus pelos rios e opositores às mann, Director da Riverwatch. barragens. Durante a primeira Cimeira Europeia dos Rios, cerAs centrais hidroeléctricas não destroem apeca de 250 pessoas discutiram como impedir a destruição de rios nas a biodiversidade dos habitats ribeirinhos, com empreendimentos hidroeléctricos, como proteger os últimos como também transformam a dinâmica dos rios rios livres a longo prazo e como restaurar os já destruídos. num corpo de água estagnado e monótono. Além Os participantes formularam uma lista de reivindicações diridisso, a energia hidroeléctrica não é sequer uma gidas aos decisores políticos e industriais. Nesta declaração, os fonte de energia neutra em carbono, pois os reconservacionistas dos rios europeus pedem à Comissão Euroservatórios das barragens são uma enorme fonte peia, à indústria energética, aos bancos internacionais e aos goemissora de metano, um dos piores gases de efeito vernos nacionais que parem de promover e financiar projectos estufa. Além disso, as barragens têm também terríhidroeléctricos como fonte de energia renovável ou ecológica veis custos sociais. Mundialmente, entre 500 a 750 e que reforcem os critérios ambientais. Estas exigências visam milhões de pessoas sofrem impactes, directos ou inajudar o sucesso da implementação da Directiva-Quadro da directos, das barragens. Água da UE, a fim de trazer os rios de volta a um bom estado “A energia hidroeléctrica é uma tecnologia destruecológico até 2027. tiva e ultrapassada que, hoje em dia, pode ser facilHoje, os rios são os habitats mais ameaçados da Terra. 81% mente substituída por fontes modernas de energia das populações globais de vida selvagem de água doce foram renovável, como a energia solar”, afirma Natasa Crperdidas - mais do que em qualquer outro ecossistema. De nkovic, presidente do Centro de Meio Ambiente da Bósacordo com o European Environmental Bureau (EEB), os curnia e Herzegovina. sos de água da Europa estão degradados ao ponto de não Felizmente, há uma região na Europa que ainda aloja conseguirem sustentar ecossistemas saudáveis. rios de fluxo livre: os Balcãs. No entanto, mesmo essas A principal ameaça à saúde dos rios é a expansão masúltimas jóias estão sob ataque maciço de cerca de 2.800 siva da energia hidroeléctrica, impulsionada pelo mito de barragens hidroeléctricas projectadas. que se trata de uma energia verde, alavancada por subsíCom o fim de redigir uma declaração contra essa desdios estatais e financiamento de bancos internacionais. Na truição, a primeira Cimeira Europeia dos Rios foi realizaUE, 25.000 barragens hidroeléctricas estão registadas, de da em Sarajevo. A partir deste ano, a Cimeira Europeia acordo com o EEB. Este número não inclui sequer as pequedos Rios será realizada a cada dois anos numa região nas centrais hidroeléctricas - o número real é, portanto, diferente na Europa. A próxima cimeira realizar-se-á em muito maior. Quase dois terços dos rios europeus estão Portugal em 2020. em mau estado ecológico.
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Reclamou a atenção “deste e de outros Governos para a região”
Autarca de Moimenta da Beira quer pacto de regime do regadio
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presidente da Câmara de Moimenta da Beira quer um pacto de regime para o regadio. Foi durante a abertura da Expodemo, com uma plateia onde estavam outros autarcas da região, mas também deputados na nação, que José Eduardo Ferreira, fez um discurso duro e pejado de reparos contra o centralismo e o abandono dos territórios do interior, o que, considera, “não pode ser uma fatalidade”. O autarca criticou “este e outros Governo” pelo “esquecimento” a que as regiões do interior têm sido votadas e reclamou o regresso “dos meios que nos foram tirados durante anos”. José Eduardo Ferreira pediu apoio dos outros autarcas da região, referindo não ser aceitável “que as duas regiões metropolitanas (Lisboa e Porto) concentrem 50% do poder de compra”, exigindo que os fundos comunitários de coesão não sejam desviados para as regiões mais desenvolvidas. “O que queremos é que haja condições de igualdade em Portugal”, reclamou o autarca, sustentando que “somos cidadãos do país e cidadãos da Europa, com os mesmos deveres e direitos”. Para os autarcas dos concelhos vizinhos e deputados, que estavam na plateia, José Eduardo Ferreira deixou a certeza de que irá lutar para reaver os apoios que foram retirados à região. Apelando à união, alertou os poderes regionais para o risco de “ficarmos fora dos programas de investimento do Portugal 20-30”. “Temos que reclamar o IC26 e a modernização da linha de caminho de ferro do Douro para podermos ser mais competitivos”, reforçou. Numa feira onde para além da maçã houve também uma mostra e provas de vinhos, o autarca lembrou que embora o concelho esteja inserido na região Távora Varosa, “temos que estar de mãos dadas com as regiões vizinhas do Dão e Douro”, salientou o autarca. A Expodemo representa “a energia de toda uma região” O presidente da autarquia moimentense, José Eduardo Ferreira, considera que a Expodemo representa o culminar de mais um ano de intensa actividade no concelho e sublinha a necessidade de afirmação dos seus produtos regionais, incluindo a maçã, o “produto mais importante” do município e que tem na exportação uma importante forma de escoamento, e o espumante. José Eduardo Ferreira afirmou mesmo que a Expodemo representa “o concentrar em três dias da energia de toda uma região”. Sara Cruz
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Iniciativa envolve mais de 15 entidades da cadeia agro-alimentar
Primeiro ‘hub’ digital português para a agricultura apresentado em Lisboa
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primeiro ‘hub’ português para a agricultura (Hub4Agri) foi com as autoridades regionais e nacionais para apresentado em Lisboa e pretende agregar soluções para promover a transformação digital do sector agrídesenvolver a competitividade dos sectores agrícola, agro-alicola”, sublinhou. mentar, florestal, produção animal e desenvolvimento rural. Coordenada pelo ISQ, a rede do Hub4Agri envol“O Hub4agri é uma iniciativa alinhada com as estratégias naciove também entidades como a Confagri, o Crédito nal e europeia para a digitalização da indústria. Envolve mais de Agrícola de Portugal, as universidades de Évora e 15 entidades que cobrem toda a cadeia de valor agro-alimentar, de Trás-os-Montes e Alto Douro, os institutos polivisa a criação de um ecossistema com soluções inovadoras para técnicos de Santarém, Viana do Castelo e Bragança o desenvolvimento da competitividade dos sectores agrícola, e o Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio. agro-alimentar, florestal, produção animal e desenvolvimento Fazem ainda parte da rede a Comissão Vitivinírural, capaz de dar uma resposta transversal aos grandes decola Regional Alentejana, o Pólo das Tecnologias de safios que actualmente se colocam”, disse, em comunicado, Informação, Comunicação e Electrónica, a AssociaPedro Matias, presidente do ISQ, que coordena a rede. ção para a Competitividade das Indústrias da Fileira Segundo o responsável, tanto a agricultura como o sistema Florestal, a Inova+, o Laboratório Químico e Microalimentar mundial são “desafiados a alimentar uma populabiológico, a Sociedade agro-pecuária e a ‘startup’ ção global estimada em quase 10 mil milhões de pessoas até Portugal. 2050, com a diminuição dos recursos terrestres e hídricos. Neste momento, segundo fonte oficial do ISQ, a rede A produção mundial de alimentos necessitará duplicar até já foi formalizada junto da União Europeia, para, mais 2050 para poder dar resposta a este crescimento populaciotarde, também ser convertida numa associação de nal, com exigências de mais produtos por parte dos consumodo a poder candidatar-se a apoios no âmbito dos midores”. programas Portugal 2020 e Horizonte 2020. De acordo com Pedro Matias, para fazer face a estes deA mesma fonte referiu que na Europa existem cerca safios é necessário adoptar tecnologia, digitalizar procesde 200 Digital Innovation Hub (DIH), 20 dos quais no sos e novos modelos de negócio, “baseados nas novas tecsector agrícola, enquanto, em Portugal, existem três nologias de informação e comunicação”. DIH, sendo o Hub4Agri um deles. Neste contexto, o Hub4Agri quer ligar a procura e as neA apresentação do Hub4Agri decorreu na sede da Concessidades dos produtores agrícolas com soluções e resfederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Porpostas tecnológicas para a digitalização da agricultura. tugal (Confagri) e contou com a presença do ministro da “O grande desafio é o de constituir e manter um ecosAgricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas sistema de inovação suportado numa rede de cooperaSantos, e da secretária de Estado da Indústria, Ana Lehção multissectorial e trabalhar em estreita colaboração mann.
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Para salvar queijo DOP Serra da Estrela
ANCOSE reforçou os rebanhos dos associados com 400 ovelhas
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Associação Nacional de Criadores de Ovidos pastores, “verificou-se um aumento da produção de leite” na nos Serra da Estrela (ANCOSE) reforçou última Primavera, novidade que pode ter resultado da pluviosidade os rebanhos dos associados com 400 ovelhas prolongada e do consequente renascimento dos pastos nas zonas e prevê duplicar essa reposição de efectivos ardidas, designadamente nos meses de Abril, Maio e Junho. até 2019. “Vamos reconstituir um pouco do que Apesar de a produção do queijo DOP Serra da Estrela ter sido havia” antes do fogo de 15 e 16 de Outubro de afectada pelos incêndios, este ano em geral “foi cumprida a respos2017, afirmou o presidente da ANCOSE, Manuel ta” às cadeias de distribuição que comercializam este bem alimenMarques. tar de qualidade reconhecida em Portugal e no estrangeiro. Admitindo estar “um bocadinho mais optimisManuel Marques entende, no entanto, que o Estado tem de “tota” do que nos meses que se seguiram à tragédia mar medidas que incentivem” a criação de raças ovinas da Serra que dizimou milhares de animais das raças auda Estrela, a fim de evitar o seu desaparecimento. Nesta matéria, tóctones, com cujo leite se produz o queijo com “os governos têm sido amorfos”, já que as ovelhas regionais podenominação de origem protegida (DOP) Serra da dem em média produzir dois litros de leite por dia, muito aquém Estrela, adiantou que “houve uma quebra de 20 da capacidade das raças exóticas, que chega a duplicar. a 30% na produção”. No entanto, “a qualidade do “Empobrecer alegremente já lá vai”, alertou o presidente da queijo DOP não foi muito prejudicada”, apesar da ANCOSE, ao esclarecer que as exóticas asseguram aos pastores escassez de pastos naturais associada à devastamaiores produções, “mas a qualidade do leite não é a mesma”. ção causada pelo fogo em vários municípios da reNa sua opinião, “o Governo tem de deitar mãos à obra, tem de gião demarcada, tanto nos campos de cultivo como tomar posições rápidas” para que este produto genuíno não se nos espaços florestais. Em muitos casos, os pastores extinga. tiveram de recorrer a palha e rações para alimentar Perante a baixa de produção do queijo DOP Serra da Estrela, as ovelhas das raças “churra mondegueira” e “bordageralmente ligada à pecuária familiar, não se verificou, desde leira Serra da Estrela” enquanto as pastagens não se 15 de Outubro de 2017, “um aumento exponencial” do númerecompunham. ro de projectos industriais concorrentes, referiu Manuel MarAté agora, a ANCOSE “já distribuiu cerca de 400 borques. regas desmamadas” para futura reprodução pelos asO incêndio que eclodiu há um ano no concelho da Lousã, sociados que perderam efectivos no incêndio ou que distrito de Coimbra, e alastrou a outros municípios da região pretendam aumentar os seus rebanhos. “E vamos repor Centro, dizimou milhares de animais domésticos e selvamais 400 entre 2018 e 2019”, adiantou Manuel Marques, gens, incluindo ovelhas e cabras, destruiu explorações agríexplicando que a este esforço da associação, com sede colas e florestais, indústrias, habitações e infraestruturas em Oliveira do Hospital, juntam-se idênticas iniciativas públicas. de outras entidades e dos próprios criadores. O presidente da ANCOSE revelou que, para surpresa www.gazetarural.com
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IMAGINATURE 2018 decore nos dias 27 e 28 de Outubro
Manteigas atrai amantes da fotografia de paisagem
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Município de Manteigas organiza, nos próximos dias 27 e 28 gação íntima entre a paisagem e o homem, entre de Outubro, o V Festival de Fotografia de Paisagem - IMAGIo ambiente natural e o fotógrafo. NATURE 2018, com entrada gratuita. A edição deste ano, centrada Das serras ao mar, da paisagem intocada à na temática ‘Paisagens Interiores’, traz como principais novidades ruralidade, passando pela forma como o próprio o passeio fotográfico, o debate sob o mote ‘Um Outro Olhar: A Muhomem é retractado na paisagem, todas estas lher na Fotografia de Paisagem’ e ainda a distinção do Fotógrafo abordagens estarão presentes. Um programa que de Paisagem do Ano. garante ver a paisagem como nunca se viu, através Em pleno Outono, esta é a época certa para os amantes da das emoções e das razões de quem se deixa tocar fotografia e da natureza visitarem a região da Serra da Estrela, por ela com uma câmara fotográfica na mão. pintada de dourado. Ao promover e valorizar o património paisagístico, a iniciativa atrai os amantes da fotografia de paisagem XXXII Concurso Fotográfico de Manteigas | e conta com a presença de 12 oradores de referência, incluindo Fotógrafo de Paisagem do Ano dois espanhóis. Entre exposição de fotografia, masterclass, palestras, pasEmbora o Festival de Fotografia tenha apenas cinseio fotográfico, concurso de fotografia e demonstração de co anos de história, o IMAGINATURE acolhe provavelequipamento, esta é a oportunidade perfeita para trocar mente o mais antigo concurso de fotografia nacional ideias e partilhar conhecimentos. de natureza, que este ano celebra 32 anos. A edição A edição deste ano do Festival terá como fio condutor a deste ano contou com mais de uma centena e meia de temática ‘Paisagens Interiores’. Este tema apaixonante, que participantes e próximo das 650 imagens. coloca o fotógrafo no centro da criação fotográfica, será o O Concurso Fotográfico de Manteigas irá reconhecer foco do IMAGINATURE 2018 - V Festival de Fotografia de Paios fotógrafos que se destacaram nos temas “Manteigas: sagem. Vale por Natureza’, ‘Paisagens Interiores’ e ‘Paisagens Com inúmeras publicações, grupos de discussão, formaNaturais de Portugal’. Uma das novidades é a distinção ções e actividades de lazer, a fotografia de paisagem é um do Fotógrafo de Paisagem do Ano. dos estilos de fotografia mais populares. Permite criar uma ligação ao meio natural e também ajudar a consciencializar para a importância de preservar a natureza, uma tendência iniciada pelos grandes fotógrafos naturalistas do século passado. Através de um leque multifacetado de fotógrafos, mas não só, o Festival apresenta diferentes abordagens da li-
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Centenas de visitantes passaram por Mangualde
Prove Viseu Dão Lafões mostrou o melhor que a região tem para oferecer
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melhor selecção de vinhos, gastronomia e produtos regioEspero que nos próximos anos, este evento connais da região Dão Lafões atraiu muitos visitantes à terceira siga consolidar projectos turísticos e projectos edição do Prove Viseu Dão Lafões, que decorreu em Mangualde. de fortalecimento de outros concelhos. É assim O Largo Dr. Couto foi o destino de centenas de pessoas para exque trabalhamos, é assim que vamos trabalhar”, perienciar o que de melhor existe no interior do país. declarou o presidente da Câmara de Mangualde “Os eventos hoje, mais do que nunca, assumem um importanJoão Azevedo. te papel nesta designação de produto turístico e na sua combi“O Prove Viseu Dão Lafões é uma oportunidade nação cruzada com o vinho, cultura, património, gastronomia e para podermos dizer ao país que o turismo, a actinatureza. O Prove Viseu Dão Lafões está identificado como um vidade turística, o desenvolvimento da actividade dos eventos âncora do nosso território no âmbito de produtos turística não fica refém apenas dos grandes centurísticos integrados de base intermunicipal e contribui para tros, das grandes áreas metropolitanas. Hoje, vero reconhecimento e notoriedade dos nossos produtos”, refere dadeiramente, ele existe, é de excelência em todo o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão o país, e muito particular nestes territórios. E é este Lafões, Rogério Mota Abrantes. exemplo que nós queremos trazer, dando este mote. O programa incluiu mercado gourmet, com a melhor selecSentimo-nos particularmente felizes nesta edição do ção do que a região e os 14 municípios têm para oferecer, Prove. A paisagem não podia ser melhor, a temperaincluindo vinho, queijo, fumeiro, mas, em especial, o Queijo tura foi escolhida a dedo, estiveram reunidas as conSerra da Estrela, o mel, os frutos vermelhos e secos, a doçadições ideias para que esta fosse uma grande edição, ria e os bordados certificados. com o contributo de cada um de nós para ampliar e No âmbito do evento, decorreram wine bars, conversas divulgar e cada vez captar mais gente para estes terrisobre vinho, a participação de restaurantes da região e tórios”, declarou, por sua vez, o presidente do Turismo teve a presença de reconhecidos chefes, como Chakall, do Centro de Portugal, Pedro Machado. Cristina Manso Preto e Diogo Rocha, em demonstrações A decorrer pela primeira vez em Mangualde, o Prove de cozinha. Viseu Dão Lafões foi uma organização da CIM Viseu Dão “A divulgação pela imprensa nacional, local, regional e Lafões, com produção da Essência do Vinho e os apoios até internacional é um estimulo muito importante para o da Câmara de Mangualde, Turismo Centro de Portugal, e trabalho que temos vindo a realizar e, com estes evenComissão Vitivinícola Regional do Dão. O projecto é cotos, os territórios serão mais fortes e mais competitivos. -financiado pelo programa operacional “Centro 2020”. www.gazetarural.com
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Quer que novas políticas tornem o IVDP mais ágil em defesa da região
José Martino defende novo modelo de governação para o Douro
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empresário e consultor agrícola José Martino defende que o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) está demasiado condicionado por um modelo de governação que não ajuda a desenvolver e potenciar o sector e a região. “É preciso dotar o IVDP de instrumentos de actuação mais céleres e ágeis, por forma a permitir-lhe colocar em prática as medidas definidas num estudo elaborado pela Universidade de Trás Os Montes e Alto Douro (UTAD) sobre uma estratégia futura para os vinhos do Douro e Porto, denominado “Rumo estratégico para os sectores dos vinhos do Porto e Douro”, defendeu José Martino. O consultor e especialista, defende, ainda, mais autonomia para o IVDP, que rompa as amarras que o prendem a um sistema burocratizado e submetido às directrizes governativas, sejam de esquerda ou de direita. O estudo referido é composto por dois volumes que enunciam medidas institucionais definidoras do rumo estratégico para o sector. Da análise da “Proposta de Plano de Acção/Medidas”, do referido trabalho, publicado em Maio de 2018, pelo que, conclui José Martino, “é preciso liderança política que inverta o estado das coisas na região”. Na página 39 do documento pode ler se que “não é económica, nem socialmente sustentável, continuar a basear o modelo de crescimento da DO (Denominação de Origem) Douro em preços de uvas abaixo do custo de produção”. Na mesma página diz-se que, “assumindo que existem falhas no mercado, relacionadas com o poder de mercado, com externalidades (nomeadamente ao nível da produção vitícola), bens públicos (relevando o facto do Alto Douro Vinhateiro ser Património da Humanidade) e assimetria de informação nos intervenientes da cadeia do valor, cabe à regulação estabelecer um sistema inteligente, em cuja “equação económica” sejam assumidos princípios fundamentais de compatibilidade entre as duas denominações de origem (Porto e Douro) e de sustentabilidade económica, social e ambiental, sem descurar a “demografia recessiva” do território”. Na página 47 acrescenta-se que “neste contexto, a inovação e competitividade do sector dos vinhos do Porto e Douro, apelam a um IVDP líder e interventivo na defesa das DO da Região Demarcada do Douro, a nível nacional, mas, sobretudo, no seio da União Europeia”. “Consequentemente, o modelo de “governance” do IVDP deve ser objecto de aperfeiçoamento estrutural e funcional para responder aos desafios de mercado, à inovação e à competitividade, funções, em parte, espelhadas nas medidas previstas nesta Proposta de Plano de Acção.” “Das 11 medidas propostas, cinco dependem directamente do IVDP, muitas delas precisarão de conforto da tutela para serem implementadas, três do IVDP + governo, sobretudo da decisão e vontade de Lisboa, uma IVDP, repartido com outras entidades, e duas de Entidades Privadas”.
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