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Diz o presidente da Câmara de Serpa, Tomé Pires

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A Feira do Queijo do Alentejo

“é estratégica para a sustentabilidade da economia local”

AFeira do Queijo do Alentejo vai decorrer de 28 de Fevereiro a 1 de Março, no Pavilhão de Feiras e Exposições de Serpa, onde são esperados entre 40 a 50 mil visitantes, segundo a estimativa da autarquia local, entidade que promove o certame.

A feira vai contar com 117 expositores, desde produtores de queijos, produtos tradicionais artesanato, instituições locais, empresas relacionadas com produção de queijo e derivados e oito de tasquinhas. Os visitantes encontrarão queijos de várias regiões de Portugal e Espanha; produtos regionais e nacionais de referência, como enchidos, azeite, vinho, mel, frutos secos e artesanato, e deliciar-se com pratos e petiscos típicos da gastronomia alentejana nas tasquinhas.

À Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Serpa diz que a Feira do Queijo do Alentejo “é estratégica para a sustentabilidade da economia local”, cumprindo o seu principal objetivo, que “é divulgar e valorizar o Queijo Serpa” e todos os outros produtos tradicionais da região. Gazeta Rural (GR): O que representa a Feira para Serpa e para a região? Tomé Pires (TP): A Feira do Queijo do Alentejo, pela dimensão e prestígio que foi ganhando ao longo dos anos, é estratégica para a sustentabilidade da economia local, pela dinamização, pela valorização e promoção dos produtos endógenos e pela capacidade de atrair turistas, com os reflexos consequentes na restauração e hotelaria.

Esta Feira cumpre, assim, o seu principal objetivo, que é divulgar e valorizar o Queijo Serpa e todos os outros bons queijos aqui produzidos, para além de todas as nossas produções tradicionais, como os enchidos, o vinho, o azeite, o pão e, claro, os bons petiscos que cá se comem. Associado a isto, temos a promoção de Serpa como destino turístico a privilegiar, no qual o Cante Alentejano tem um papel fundamental. Porque a Feira tem a componente económica e tem a componente social, de reencontro, de animação que é igualmente muito importante. GR: Que expectativas tem para a edição deste ano? TP: As nossas expectativas são as mais positivas. A Feira já se consolidou enquanto certame de produtos de grande qualidade, onde a oferta é muita e diversificada, quer no queijo quer nos outros produtos em exposição. De igual forma, o programa de animação e as atividades paralelas, como as sessões técnicas e as oficinas de cozinha, são para todas as idades e gostos e complementam o certame.

E, para além da Feira, quem vem de fora quer conhecer a cidade, quer ir aos excelentes restaurantes, quer visitar o Centro Histórico e passear pelo concelho. Serpa é um nome, uma marca associada sempre a alguma excelência e tem, só por si, uma grande capacidade de atração turística. E a nossa Feira do Queijo estimula essa capacidade. GR: O que torna esta feira diferente de todas as outras do género? TP: O que diferencia a Feira do Queijo do Alentejo é a qualidade e diversidade dos produtos presentes, nos quais o queijo tem naturalmente um lugar de destaque, as atividades de animação e a oferta gastronómica das tasquinhas. Refere-se também o próprio espaço em que decorre, que não sendo grande em tamanho, acaba por proporcionar uma relação de proximidade entre todos. É uma Feira única, que já faz parte da identidade do concelho e é ponto de visita obrigatório. Se este concelho se distingue pela sua identidade e património, a Feira do Queijo tem um papel decisivo nesta matéria, porque está alinhada com a história, a cultura e a identidade local, é

moderna, mas respeita a tradição. E, também, porque é grande a sua ligação à cidade de Serpa e a todo o concelho, e o saber receber de toda a população, contribui, sem dúvida, para essa interligação, proporcionando experiências que perduram.

Esta Feira tem ainda um outro aspeto que é importante referir e que é o facto de ser pensada e erguida pelos serviços do município, ter parcerias locais fortes, que se conjugam num esforço coletivo e empenhado que contribui necessariamente para o seu sucesso.

GR: O que mudou no sector, e na região, com a realização deste evento? TP: Sobretudo, devemos falar de visibilidade, de promoção, de valorização do território. A Feira do Queijo é uma montra do que melhor aqui se faz, a começar pela qualidade dos queijos e nomeadamente do Serpa DOP.

É muito importante este tipo de iniciativas, porque o Queijo Serpa é um fator de dinamização económica local. A qualidade do nosso queijo é reconhecida a nível nacional e também já internacionalmente, havendo cada vez mais procura. O Queijo Serpa é, por si, uma marca e é sinónimo de qualidade e de excelência. E este tipo de produtos está em expansão, cada vez têm mais procura. Daí também a importância da estratégia de promoção de produtos de qualidade em que temos estado a trabalhar, quer a nível nacional, quer internacional, sendo de referir que em breve teremos a funcionar novamente o Mercado Municipal de Serpa, que integra o Centro Interpretativo do Queijo, e que se pretende que seja mais um centro de forte dinamização e promoção das produções do concelho. GR: Qual o estado atual do sector no concelho e na região? TP: A principal nota é a necessidade de fortalecer os setores do leite e do queijo, através da organização do trabalho coletivo, bem como da criação de políticas agrícolas que deem resposta às necessidades, valorizando as pastagens, os sistemas silvopastoris e todo o ecossistema do montado, fundamentais para o desenvolvimento da atividade.

Estou também a falar da própria arte de pastor, que deve merecer a maior das atenções e que deve ser reabilitada e organizada. É determinante a criação de instrumentos e de medidas para a defesa e proteção destas atividades e da produção local e é nesse sentido que temos vindo a trabalhar em conjunto com os produtores e entidades do setor, embora este seja ainda um processo demorado. GR: Como está o sector primário no concelho? TP: A agricultura e o setor agropecuário são fundamentais no desenvolvimento do concelho de Serpa, tal como em todas as regiões do interior. Aqui, apesar das muitas dificuldades – que são de vária ordem – o regadio de Alqueva tem permitido modificar um pouco o paradigma da agricultura, através de novos projetos, da diversificação das produções, da introdução de novas técnicas, de uma nova geração de agricultores, de uma nova consciência ambiental. As potencialidades são enormes e há que as fomentar, com forte enfase na agroecologia e na sustentabilidade.

É importante igualmente a aposta na internacionalização, na exportação, existe um caminho muito importante que está a ser feito e que é necessário melhorar. Porque temos aqui uma imagem muito boa de produção de qualidade, de produtos artesanais, que tem capacidade de alargar mercado e estão a surgir novas e interessantes dinâmicas, baseadas também nas vantagens das novas tecnologias. Para além do já referido Centro Interpretativo do Queijo, é importante salientar que o futuro Centro Tecnológico Agroalimentar do Alentejo, a instalar na Zona Industrial de Serpa, vai também ter um importante papel junto do setor.

Para produção de queijo DOP na região Centro

“Vale Pastor” vai premiar o leite de melhor qualidade

O“Vale Pastor +”, medida que visa premiar os produtores da fileira do queijo que apresentem leite de melhor qualidade para a produção de queijo DOP, admitiu 196 de um total de 228 candidaturas. Segundo os dados fornecidos pela InovCluster - Associação do Cluster Agroindustrial do Centro, a atribuição do “Vale Pastor +” enquadra-se no projeto “Programa de Valorização da Fileira do Queijo da Região Centro”, cujo objetivo é dar um contributo fundamental para a valorização económica dos queijos DOP.

Trata-se de um prémio pecuniário a atribuir a produtores de leite que cumpram com os cadernos de especificações para a produção de Queijo DOP e que apresentem o leite de melhor qualidade. O valor a atribuir é de 2.500 euros por candidato aceite, no fim do processo de avaliação, pelas quatro comunidades intermunicipais com responsabilidade administrativa no território de instalação dos projetos empresariais. Serão premiados com “Vale Pastor +” os candidatos aceites que evidenciarem uma qualidade do leite mais elevada, durante o período de Dezembro de 2019 a Maio de 2020.

Esta atribuição está dependente da verificação da qualidade do leite DOP produzido e do cumprimento das normas dos cadernos de especificações da DOP, durante esse mesmo período.

O Programa de Valorização da Fileira do Queijo da Região Centro envolve um investimento total de 2,7 milhões de euros, sendo que 2,3 milhões correspondem ao Programa de Valorização da Fileira do Queijo da região Centro, financiado em 85% pelo Centro 2020, e 428 mil euros dizem respeito à iniciativa Rota Turística e Gastronómica Queijos da Região Centro, financiada em 65% através do Valorizar.

Na totalidade, o projeto envolve um total de 14 entidades da região Centro, das quais quatro comunidades intermunicipais (Beira Baixa, Beiras e Serra da Estrela, Região de Coimbra e Viseu Dão Lafões), cinco associações do setor, dois institutos politécnicos (Castelo Branco e Viseu) e o Centro de Biotecnologia de Plantas da Beira Interior.

De 11 a 13 de Abril, em Constância

Fernando Daniel é cabeça de cartaz nas Festas da Boa Viagem

Ocantor Fernando Daniel é cabeça de cartaz nas Festas da Boa Viagem, que vão decorrer em Constância e onde são esperados muitos milhares de pessoas. As Festas do Concelho e em honra da padroeira local, Nossa Senhora da Boa Viagem, decorrem entre os dias 11 e 13 de Abril.

No último dia, que é também feriado municipal, cerca de meia centena de embarcações oriundas dos 22 municípios ribeirinhos do Tejo são esperadas no cais de Constância, numa cerimónia que visa celebrar as tradições históricas, culturais e religiosas locais. “É uma festa de encontros e reencontros, de afetos e de amizades, com a celebração de uma tradição secular e uma homenagem aos nossos antepassados que se faz ano após ano em Constância, numa manifestação religiosa única e singular”, afirmou o presidente da Câmara de Constância.

Sérgio Oliveira destacou que esta “é uma tradição secular, uma festa consolidada na região, e que junta todos os anos em Constância centenas de marítimos e milhares de pessoas para assistir à bênção dos barcos nos rios Tejo e Zêzere, lembrando os tempos em que quem vivia dos rios pedia a proteção a Nossa Senhora da Boa Viagem, padroeira dos marítimos, para enfrentar mais um ano de trabalho duro e muito perigoso, e em que os rios tinham fortes caudais e eram as estradas de então”.

O autarca afirmou também que “em termos culturais e religiosos as Festas da Boa Viagem são o momento maior em Constância”, sublinhou Sérgio Oliveira, que destacou o envolvimento das gentes, da comunidade escolar e das associações do concelho para o êxito de um evento que atrai milhares de visitantes, não só pelas embarcações que sobem o rio Tejo, mas especialmente pelas ruas da vila decoradas com milhares de flores de papel e plástico.

Para além destes atractivos, há também uma exposição no pavilhão principal da Câmara de Constância sobre as “potencialidades que o município oferece para quem queira viver ou investir” no concelho, os concertos de Fernando Daniel, P*Tadaloucura, banda do filme Variações, mas também a actuação de grupos de folclore, grupos de cantares populares e um espectáculo pirotécnico de encerramento. Destaque também para o XXXII Grande Prémio da Páscoa em atletismo, a mostra nacional de artesanato e doçaria, bem como espaços gastronómicos.

O custo das festas não varia muito de anos anteriores e andará entre 120 e 140 mil euros.

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