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Serra da Estrela

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Dirigente faz balanço

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“dramático” da situação

Produtores de queijo de

Castelo Branco com quebras de 50% nas vendas A Associação dos Produtores de Queijo do distrito de Castelo Branco (APQDCB) queixou- -se de quebras de 50% nas vendas de queijo e fez um balanço “dramático” da situação que o sector está a atravessar.

“O balanço é dramático. As vendas de queijo diminuíram mais de 50%. Aquilo que me tem chegado ao conhecimento é que há gente muito próximo de fechar as portas, sobretudo ao nível dos fabricantes”, explicou Carlos Godinho, da APQDCB.

Este responsável sublinhou que a situação que se vive desde o início da pandemia da covid-19 é muito grave e tem um efeito de cascata, ou seja, se não se vende queijo, não se pode comprar leite. “Os produtores estão muito apreensivos. Não sabem o que devem fazer ao leite e ao queijo. A maior parte não sabe o que vai acontecer. É uma alteração muito grande na vida das pessoas”, frisou.

Já quanto a apoios ao sector, Carlos Godinho explicou que, para as queijarias, os bancos concedem linhas de crédito para apoio à tesouraria: “Para a parte da produção, ainda não ouvimos nada. Espero que venham a dar apoios”. Para já, este responsável adiantou que a única solução passa por pedir que haja uma diminuição na produção, “para ver se se consegue aguentar”.

A Associação dos Produtores de Queijo do Distrito de Castelo Branco é responsável pelos queijos de Denominação de Origem Protegida (DOP), queijo de Castelo Branco, Amarelo da Beira Baixa e Picante da Beira Baixa. Preço do leite também baixou drasticamente Queijo do Rabaçal com perdas acentuadas na produção A produção de leite e de queijo do Rabaçal, concelho de Penela, produto de Denominação de Origem Protegida (DOP), está a sofrer quebras na ordem dos 40% com a situação criada pela pandemia da covid-19.

Alice Pereira, proprietária da Serqueijos, uma das duas grandes queijarias daquela freguesia do distrito de Coimbra, disse que a produção diária de queijo baixou 50%. A produtora considera que houve uma redução do consumo pelo facto de as grandes superfícies comerciais não terem o queijo tão exposto no período em que as famílias portuguesas se abasteceram de produtos de primeira necessidade para um longo período de tempo.

A redução na produção teve consequências imediatas na produção de leite, sobretudo no de ovelha, que é utilizado na produção do Queijo do Rabaçal DOP juntamente com o de cabra. O presidente da Associação de Produtores do Rabaçal (APRORABAÇAL), Fernando Brás, diz que a produção de leite de ovelha reduziu mais de 40% e o preço baixou drasticamente, baixando de 1,20 euros por litro até aos 70 cêntimos.

Com cerca de 1.300 ovelhas, Fernando Brás diz que, neste período, “é trabalhar para aquecer, porque as rações estão ao mesmo preço e tem de se alimentar o gado, embora não seja como era”. No entanto, alerta que os produtores “não aguentam mais do que dois ou três meses” nesta situação.

Fernando Brás lamenta, contudo, que muitos dos produtores de queijo estejam a utilizar muito leite de cabra e vaca numa zona de DOP. “Os produtores do queijo de cabra não estão a sofrer tanto”, salienta o produtor, que critica a inexistência de medidas para o setor. “Somos obrigados a trabalhar e não podemos fazer ‘lay-off’, porque não dá para fechar os portões e deixar o gado sozinho lá dentro”, enfatiza o dirigente associativo.

O Queijo Rabaçal DOP é um queijo curado de pasta semidura a dura, branco-mate, produzido de forma artesanal a partir de uma mistura de leites de ovelha e cabra por ação do coalho de origem animal.

Cerimónia decorreu em Oliveira do Hospital

Ministra da Agricultura inaugurou a primeira Feira Digital do Queijo DOP

Aministra da Agricultura inaugurou a primeira Feira Digital do Queijo DOP e defendeu uma aliança entre a tradição e a inovação para responder aos desafios do setor face à pandemia da covid-19, dando o exemplo da primeira feira digital do queijo DOP.

Após ter visitado uma exploração de leite, em Castelo Branco, e uma queijaria, em Oliveira do Hospital, por forma a acompanhar o escoamento destes produtos, Maria do Céu Albuquerque esteve em Oliveira do Hospital no lançamento da primeira Feira Digital no âmbito do setor da agricultura. Na sua intervenção a ministra da Agricultura salientou que a iniciativa resulta de “uma parceria feliz”, entre diferentes entidades, para “colocar à disposição de todos um produto que faz parte” da identidade nacional.

A primeira Feira Digital do Queijo com denominação de origem protegida (DOP) visa ajudar produtores de diferentes queijos certificados do Centro de Portugal. “Temos de responder rapidamente às mudanças de hoje, já a pensar no amanhã”, afirmou a ministra da Agricultura, numa cerimónia nos Paços do Concelho de Oliveira do Hospital que foi transmitida em direto por plataforma digital. Na sua opinião, as iniciativas digitais nesta área para vencer as restrições sociais de combate à pandemia constituem uma experiência que, também no futuro, pode contribuir para “aproximar os produtores dos consumidores”.

Ao defender a importância de a retoma da economia poder “acontecer de forma mais célere”, Maria do Céu Albuquerque insistiu na necessidade de “promover os produtos nacionais” de qualidade, como os diversos queijos DOP das comunidades intermunicipais (CIM) da Região de Coimbra, Região das Beiras e Serra da Estrela, Região de Viseu, Dão e Lafões e a Região da Beira Baixa.

As novas tecnologias e a inovação são “a maior arma para vencer” as dificuldades colocadas pela atual pandemia, mas igualmente, em geral, os desafios que a economia nacional vier a enfrentar no futuro, disse.

A ministra expressou “todo ao apreço” aos empresários e trabalhadores do setor agroalimentar, que se mantêm em laboração para “garantir que nada falte na mesa” dos portugueses. “A agricultura não pode parar, para benefício de todas e de todos”, sublinhou.

Na sessão inaugural da primeira Feira Digital do Queijo DOP, intervieram ainda João Bento e Gaspar d’Orey, das duas empresas parceiras na iniciativa, CTT e Dott, respetivamente, além de José Carlos Alexandrino, presidente da CIM da Região de Coimbra.

O também presidente da Câmara de Oliveira do Hospital salientou a “riqueza” da região, evidente na montra online já disponível, destacou o papel das autarquias e a importância do trabalho em parceria, designadamente com as empresas e com o Governo, e louvou o apoio e a resposta do Ministério da Agricultura. “Temos de resolver os problemas recorrendo à proximidade e, assim, estaremos a apoiar os nossos produtores e os nossos agricultores. Os nossos queijos são produtos de excelência e, graças a este projeto, passarão a poder chegar às casas do nosso país. Temos de valorizar o que é nosso. E as vendas que já realizámos através da plataforma são um bom sinal”, sublinhou José Carlos Alexandrino.

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