Gazeta Rural nº 274

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Director: José Luís Araújo

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N.º 274

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15 de Julho de 2016

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Preço 2,00 Euros

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Ficavouga 2016 com cartaz atractivo

5 vinhos do Dão receberam “Prémio Prestigio”

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Tradição a Norte


Sumário 20 Vinho Verde no centro das atenções durante quatro dias no Porto

22 UTAD reforça investigação com cinco novos projectos

04 Ficavouga 2016 apresenta “o melhor cartaz de sempre” em parceria 06 Proença-a-Nova promove Feira da Tigelada e do Mel 24 Universidade da Beira Interior lidera projecto para 07 Feira do Pinhal sensibiliza visitantes para as novas formas de exploração florestal

09 Feira de Actividades Económicas mostra potencialidades do concelho de Aguiar da Beira

10 Ministro da Agricultura inaugura XII Festival da Melancia

fortalecer sector agroalimentar

26 Pêssego da Covilhã passa a ter guia prático de produção 27 Município de Alvaiázere participa em projecto científico em torno do chícharo

Senhora da Ouvida

15 Cinco vinhos do Dão receberam o “Prémio Prestigio” 17 Marquês D’Almeida Grande Reserva Branco 2015 é o

28 Produtores de pera-rocha apostam no mercado chinês 30 Museu do Vinho exibe produtos inovadores de junco 32 Governo aprova centrais de biomassa no Fundão e Viseu 33 Nelas recebeu ciclo de conferências “Jovem Agricultor” 35 Ovar prepara a III Feira Agrícola e da Raça Marinhoa do

melhor DOC da Beira Interior

Concelho

em Idanha

12 Tradição e música popular animam Feira Anual da

18 Reguengos de Monsaraz apostada em ser Capital dos

36 Ponte de Lima no ranking International Congress and

Vinhos de Portugal

Convention Association

19 Vinhos de autor da UTAD foram apresentados ao

38 Concurso Nacional de Gelados Artesanais e Tradicionais

Presidente da República

Portugueses no CNEMA

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De 23 a 31 de Julho, em Sever do Vouga

Ficavouga 2016 apresenta “o melhor cartaz de sempre” Sever do Vouga é o palco da XXVI edição da FicaVouga`2016, que este ano apresenta um cartaz de luxo e que o presidente da Câmara local considera “o melhor de sempre”. O certame realiza-se de 23 a 31 de Julho, numa iniciativa da Câmara de Sever do Vouga, que assim proporciona um evento cultural de impacto regional, onde continua a agregar com igual distinção, as áreas económicas do concelho e da região, o artesanato e a gastronomia local. O cartaz de espectáculo Sever do Vouga oferece um naipe de artistas nacionais de renome da música pop, rock, blues e folk, à música tradicional portuguesa, que farão os gostos de todas as faixas etárias. Cabeças de cartaz como Ana Moura, Agir, Minhotos Marotos, Frankie Chaves, The Black Mamba, Deolinda, We Trust, David Fonseca e Diabo na Cruz, são alguns dos artistas animarão as noites do evento. Os D`Alva, Salto, Celina da Piedade, Nuno Prata, Throes + The Shine e Moullinex, entre outros, encontram-se numa segunda linha, considerada música mais emergente mas igualmente de grande qualidade artística. No seu conjunto, traduzem a ampla oferta musical e cultural

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que este ano atrairá a Sever do Vouga muitos milhares de visitantes. O cartaz também comporta os talentos locais, contando com a presença das Bandas de garagem local, com os Ranchos Folclóricos e Bandas Filarmónicas, as associações e colectividades locais, convertendo-se num evento de referência do cartaz cultural de âmbito regional, que cada vez mais se distingue pela qualidade e diversidade das ofertas. E porque se trata de um evento transversal, a boa gastronomia marca presença, através do XII Festival Gastronómico “Comeres de Se Ver“, que conta com a presença de alguns restaurantes locais, bem como os bares locais que, no seu conjunto, irão proporcionar um ambiente de festa e de convívio entre os severenses e os seus visitantes. Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Sever espera um grande evento, com “um cartaz fabuloso”. António Coutinho salienta que este evento “é uma mostra do que é hoje o comércio e a indústria do concelho, daquilo que por cá se faz e das suas dinâmicas de desenvolvimento económico”.

Gazeta Rural (GR): O ano passado disse que a Ficavouga 2015 tinha o melhor cartaz de sempre. Contudo, a edição deste ano não lhe fica atrás? António Coutinho (AC): Penso que vamos ter uma edição mais forte que a anterior. Em 2015 disse que tínhamos o melhor cartaz de sempre, mas atrevo-me a dizer que o deste ano é melhor. Temos um cartaz fabuloso. Em termos da feira propriamente dita, será idêntica à dos anos anteriores, pois o pavilhão está repleto e não leva mais expositores. A parte exterior é melhorada em termos de organização. Vamos ter mais um palco, em vez dos dois de anos anteriores. O terceiro palco ficará junto da zona dos expositores, pois alguns queixaram-se que ficaram à margem da parte cultural da Feira. A vinda do programa “Aqui Portugal” da RTP vai dar outra visibilidade ao evento e decorrerá nesse palco, de modo a que quem por ali passar se sinta motivada para visitar o pavilhão, os expositores de artesanato e as tasquinhas. Há uma organização diferente, dentro do mesmo espaço, que em 2015 surgiu renovado, e que é óptimo. Toda esta melhoria da organização proporcionará uma feira ainda melhor e com entradas livres. Este ano vamos introduzir um modelo de contagem do número de pessoas que visitam a feira, para que tenhamos uma ideia mais concreta dos visitantes que por lá passam. Em edições anteriores havia várias entradas e não era possível quantificar o número de visitantes. A estimativa que temos é que passavam pela feira entre 40 a 50 mil pessoas.


GR: O anfiteatro natural onde se realiza a feira é o local ideal? AC: Penso que sim, pelo menos para a parte cultural. É óptimo para quem vai à feira assistir aos espectáculos, para dançar ou simplesmente para se divertir. É o espaço onde ficam as tasquinhas e os bares. GR: A Ficavouga realiza-se um mês depois da Feira do Mirtilo, que é um evento temático. A Ficavouga é um certame mais amplo, que mostra o que é hoje o concelho de Sever do Vouga? AC: Basta ver pelo número de realizações. Vamos na 26ª edição. A Feira do Mirtilo é um evento temático, à volta de um produto que hoje é uma marca de Sever do Vouga, e que tem que ser feita na altura da colheita. Já se faz no fim de Junho para garantir que temos fruto. Por sua vez a Ficavouga é uma mostra do que é hoje o comércio e a indústria do concelho, daquilo que por cá se faz, das suas dinâmicas de desenvolvimento económico, com uma componente cultural fortíssima. São próximas no tempo, mas estamos a falar de coisas diferentes. Quando a Ficavouga surgiu tinha como grande objectivo acolher os nossos emigrantes, que nesta al-

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tura ainda são muitos, que nos visitam no Verão. Era, e é, uma forma de terem um grande evento quando visitam a sua terra e um ponto de encontro com os seus familiares. GR: A Ficavouga mostra uma outra realidade importante de Sever, onde a indústria tem um peso muito grande? AC: O início da Ficavouga foi a divulgação e promoção das potencialidades económicas do concelho. Hoje continua essa aposta de mostrar o tecido comercial e industrial do concelho, nomeadamente a metalomecânica que tem um peso significativo na nossa economia, mas também todo o nosso tecido empresarial, que tem crescido de uma forma significativa. GR: Sever do Vouga não é só mirtilo? AC: Naturalmente que não. O sector industrial, nomeadamente a metalomecânica, é o grande impulsionador da economia do concelho. O mirtilo é uma ocupação que cresceu bastante, numa altura de dificuldade em encontrar emprego, mas também para ocupação dos terrenos agrícolas. A Bolsa de Terras, os apoios comunitários, e outros, fo-

ram importantes no desenvolvimento do sector dos pequenos frutos, como o mirtilo, alavancar desenvolvimento económico e impulsionar a nossa economia. Porém, a grande força de trabalho é a metalomecânica, que emprega grande parte da nossa mão-de-obra. GR: Para alavancar tudo isto, falta uma ligação rápida à A25? AC: Essa é uma preocupação da Câmara de Sever há muitos anos. Não me cansarei de a reivindicar, pois é uma necessidade extrema, que tem a ver com o potenciar da nossa economia e a indústria, principalmente. Essa via é necessária para o acesso e para a mobilidade em Sever do Vouga, mas muito mais importante para a promoção e internacionalização das nossas empresas. O problema é o transporte de peças de grandes dimensões que algumas das nossas empresas cá fabricam. Essa ligação rápida é urgente e é uma forma de segurar cá essas empresas, pois corremos o risco, se não for construída, de as perder, pois poderão ter necessidade de procurar melhores localizações para escoarem de forma mais rápida os seus produtos, mas também para se tornarem mais competitivas no mercado.


Mostra Gastronómica decorre de 25 Julho a 8 Agosto

Arraiolos promove sopas e sabores alentejanos A vila de Arraiolos promove o aprazível e tradicional sabor das sopas alentejanas, de 25 Julho a 8 Agosto. No decorrer destes dias de “comes e bebes” será realçada a diversidade da gastronomia alentejana, ligada ao mundo rural, onde se poderão desfrutar os tradicionais sabores de uma simples e apurada açorda ao fresco gaspacho. Sopa de Beldroegas, Sopa de Tomate ou ainda Sopa de Cação são mais exemplos a degustar em Arraiolos. As portas dos 19 restaurantes aderentes estarão abertas para receber todos os que pretendem gozar de uma ementa aprumada em que se realça o azeite, as ervas aromáticas e o alho. À disposição também estarão um conjunto de outros pratos regionais, como migas e ensopado de borrego, bem como outros produtos regionais, a serem completadas com os irrepreensíveis vinhos da região. A iniciativa é promovida pela Câmara Arraiolos que pretende proporcionar aos visitantes que gostam de boa gastronomia, o melhor da cozinha alentejana com produtos do concelho. A próxima iniciativa a realizar em Arraiolos é a XVI Mostra Gastronómica, bem como a Feira do Tapete de Arraiolos e o VIII Festival da Empada, de 30 de Outubro a 8 de Novembro.

Nos dias 23 e 24 de Julho

Proença-a-Nova promove Feira da Tigelada e do Mel Proença-a-Nova fica mais doce no fim-de-semana de 23 e 24 de Julho com a realização da Feira da Tigelada e do Mel. O certame pretende promover o doce mais tradicional da região e ainda de artesanato e outros objectos feitos à mão, no âmbito do bazar, e conta com associações e expositores do concelho. Este ano,o certame inclui ainda a vertente do mel, um dos ingredientes das tigeladas, estando a participação alargada a produtores de mel sedeados na área da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa e da Pinhal Interior Sul. A Feira da Tigelada e do Mel decorre, na Rua de Santa Cruz, no sábado, das 18 às 02 horas, ) e no domingo das 12 às 18 horas. A tigelada é o doce mais típico de Proença-a-Nova e presume-se que tenha nascido na zona sul do concelho, com clima e vegetação mais propícias para a instalação de grande número de colmeias. O mel e o leite de cabra são dois dos ingredientes indispensáveis para se conseguir o sabor característico, sendo a cozedura feita em caçoulos de barro. Outro segredo está na temperatura do forno a lenha, que se quer bem aquecido. 6

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Em Oleiros, de 10 a 14 de Agosto

Feira do Pinhal sensibiliza visitantes para as novas formas de exploração florestal Procurar sensibilizar os visitantes para as novas formas de exploração florestal é um dos objectivos da edição deste ano da Feira do Pinhal, que decorrerá em Oleiros de 10 a 14 de Agosto, numa organização da autarquia local. Na apresentação do certame, o vereador da Cultura frisou que o certame “dá primazia à fileira florestal, assumindo-se como uma feira temática de enorme importância sócia-económica à escala nacional”. Paulo Urbano acrescentou que “a floresta é sempre uma marca dominante do evento e uma das nossas maiores prioridades”. Para além disso, a Feira é “uma ocasião de excelência para realçar o papel do sector florestal no âmbito da competitividade da região, mas também para afirmar todo o território do Pinhal”, referiu Paulo Urbano. A inauguração da Feira, a 10 de Agosto, contará com a actuação do grupo de bombos “Zés Pereiras”, do Centro Franco-Português de Saint-Doulchard,

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cidade francesa com a qual Oleiros está geminada e onde reside uma grande comunidade de oleirenses. Integrado no programa da Feira irá decorre um colóquio, este ano sobre caprinocultura, focando-se sobre a sua importância cultural, económica e turística. Este terá lugar no dia 11 de Agosto, pelas 17 horas, no auditório da Casa da Cultura. Para além da actuação de grupos locais, o cartaz da Feira conta com AGIR e Tiago Silva (dia 10); e Carolina Deslandes, Grupo “Sons do Minho” e Miguel Agostinho (dia 11). Uma aposta de referência são também os espectáculos multimédia a cargo da Luso Pirotecnia. Assim, no dia 12 de Agosto, em frente à Câmara Municipal, será exibido o espectáculo “Bells”, com a participação do maestro Paulo Neto e Nuno Caldeira. Como já tem acontecido em edições anteriores, este espectáculo será uma estreia absoluta a nível nacional e será composto

pelo maior carrilhão itinerante do mundo, um vibrafone e um gamelão. A Feira do Pinhal encerra no dia 14 (domingo) às 24 horas. Nessa noite terá lugar o espectáculo piromusical, a cargo da Pirotecnia Oleirense, “Um pouco mais de brilho”, para visionar no recinto de Festas de Santa Margarida. Segunda-feira, dia 15 de Agosto, celebra-se o Dia do Concelho, marcado por vários momentos e que termina com a actuação de Cuca Roseta pelas 23 horas. A festa continua noite dentro com os Karetus e o Dj Shark. O Município de Oleiros oferece, assim, um evento de excelência, com notoriedade consolidada que atrai anualmente milhares de pessoas ao concelho. O certame, que será inaugurado por um membro do Governo, vai contar com mais de uma centena de expositores, oriundo de vários pontos do país e terá um orçamento de 300 mil euros, menos 10% que na edição anterior.


De 28 a 31 de Julho em Aguiar da Beira

Feira de Actividades Econรณmicas mostra potencialidades do concelho 8

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É o maior evento anual do concelho de Aguiar da Beira e aquele em que a autarquia local mais aposta para promover e divulgar todos os sectores da actividade económica do concelho. A XV Feira de Actividades Económicas de Aguiar da Beira contará com a presença de cerca de uma centena de expositores e terá o secretário de Estado da Administração Local, Carlos Miguel, a presidir à cerimónia de inauguração. “É uma feira com tradição no nosso concelho”, referiu o presidente da Câmara de Aguiar da Beira, lembrando as 14 edição anteriores do certame. “Este evento é importante para a promoção e divulgação do nosso tecido económico”, afirmou Joaquim Bonifácio, destacando “pequenas inovações para valorizar a Feira”, pois “é ali que vão estar os nossos empresários a expor os seus produtos”. Para o autarca, o certame pretende “divulgar as actividades do concelho, mostrando a todos quantos nos visitam a dinâmica económica que procuramos imprimir, desde o sector primário, até à indústria”, refere Joaquim Bonifácio. Para além dos espaços exteriores, o certame conta com um pavilhão, com uma área de 500 m2, onde estará centrado o sector primário, com uma exposição agropecuária, com aves, ovinos, caprinos e bovinos, bem como a parte dedicada à flora, como a macieira e o castanheiro, “muito importantes no concelho de Aguiar da Beira”, lembrou o edil. Neste pavilhão estarão também presentes os parceiros que estão com a autarquia no evento, como a UTAD, o Gabinete Municipal de Apoio ao Agricultor, as Freguesias, bem como um stand dedicado à micologia e um expositor de queijo artesanal. “Queremos, com isto, divulgar e valorizar os nossos produtos do sector primário”, sublinha o autarca. Joaquim Bonifácio adiantou que espera que o certame seja visitado por mais de 10 mil pessoas, o que “é importante para Aguiar da Beira”, naquele que o autarca diz ser “o principal evento do con-

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celho”. Para atingir aquele número de visitantes, Joaquim, Bonifácio conta com os muitos emigrantes que nesta altura demandam a região para as suas merecidas férias. O cartaz de espectáculos da Feira tem como cabeças de cartaz as duplas Lucas & Mateus e Miguel Ângelo & Miguel Gameiro, bem como grupos locais.

Centro de Interpretação Vivo do Castanheiro e da Castanha de Aguiar da Beira? Do programa consta o balanço de um ano e meio de actividade do Centro de Interpretação Vivo do Castanheiro e da Castanha de Aguiar da Beira. “Ao longo deste ano e meio, com os técnicos da UTAD e o do Gabinete Municipal de Apoio ao Agricultor, temos promovido Dias Abertos, onde os produtores de castanha do concelho são informados de todos os cuidados a ter com os soutos”, referiu o presidente da Câmara, realçando a elevada participação nessas actividades, espelhada no “aumento de

produtores de castanha no concelho”. Neste âmbito, Joaquim Bonifácio destacou o papel do Gabinete Municipal de Apoio ao Agricultor nos esclarecimentos que presta aos interessados, bem como na elaboração de candidaturas a fundos comunitários.

Inauguração da estrutura de Apoio Municipal ao Desenvolvimento Económico A inauguração da Feira está marcada para o dia 28 de Julho, que será presidida pelo secretário de Estado da Administração Local, Carlos Miguel. O governante será recebido no salão Nobre da Câmara de Aguiar da Beira, inaugurando de seguida a nova estrutura de Apoio Municipal ao Desenvolvimento Económico, num edifício em frente à Câmara Municipal, onde ficarão instalados todos os serviços municipais de apoio ao desenvolvimento económico do concelho. E seguida decorrerá a abertura oficial da XV Feira de Actividades Económicas de Aguiar da Beira.


23 e 24 de Julho, no Ladoeiro, Idanha-a-Nova

Ministro da Agricultura

inaugura XII Festival da Melancia

Até dia 24 de Julho, em Setubal

Festival da Sardinha 2016 decorre em 25 restaurantes Está a decorrer em Setúbal, até 24 de Julho, o Festival da Sardinha, evento que conta com a participação de 25 restaurantes, que destacam aquele que é um dos peixes mais famosos da gastronomia da cidade sadina. A sardinha, eleita uma das 7 maravilhas gastronómicas de Portugal, é rainha da maioria dos pratos durantes os meses de verão e está em destaque nos restaurantes da cidade de Setúbal. Durante este período, vários estabelecimentos de restauração da cidade destacam a sardinha assada e promovem menus especiais em que este pescado é o ingrediente de eleição. Ao mesmo tempo, a autarquia quer, com este festival gastronómico, incentivar a promoção dos produtos regionais e dinamizar a restauração local. A iniciativa, organizada pela Câmara Municipal de Setúbal, tem os apoios da Makro e da Lallemand. No último dia do festival, a Casa da Baía apresenta o “Live Cooking – Aqui há Sardinha”, sob a direcção do chef Luís Filipe Casquinha. Esta sessão é aberta ao público mediante inscrição prévia, que pode ser feita até 21 de Julho. A participação tem um custo de 6 euros, a pagar no dia da iniciativa. Na demonstração, os participantes têm a oportunidade de ver de perto novas e diferentes formas de cozinhar esta espécie de pescado, que é uma das mais consumidas no nosso país durante os meses de verão. No final acontece uma degustação dos pratos elaborados. 10

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A freguesia do Ladoeiro, no concelho de Idanha-a-Nova recebe de 23 a 24 de Julho o XII Festival da Melancia, certame que este ano recebe a presença do Ministro da Agricultura, Capoulas Santos na abertura oficial do Festival. Organizado pela Câmara de Idanha-a-Nova e Junta de Freguesia do Ladoeiro este evento atrai anualmente milhares de visitantes, numa viagem pelos aromas e sabores mais frescos do verão. São dois dias de festa dedicados à melhor melancia nacional, cheios de animação, muita música, actividades diversas e uma feira com os melhores produtos e artesanato do concelho. A música é mais uma vez de luxo. Os cantores populares José Alberto Reis (domingo) e Luizinho de Portugal (sábado) são os cabeças de cartaz de um evento que conta ainda com uma noite de fados e a música tradicional de Idanha-a-Nova, Cidade Criativa da Música da UNESCO. Outras propostas irresistíveis são o Concurso de Escultura em Melancia (na tarde de domingo), a confecção ao vivo de várias iguarias, o amplo mercado de melancia, workshops para crianças e um peddy-paper pelas ruas do Ladoeiro (domingo de manhã). O XII Festival da Melancia insere-se na estratégia do Provere Beira Baixa e é co-financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Centro 2020, e pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.


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Nos dias 2 e 3 de Agosto

Tradição e música popular animam Feira Anual da Senhora da Ouvida 12

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O recinto que envolve a capela de Senhora da Ouvida, na freguesia de Monteiras, em Castro Daire, volta a ser o palco da feira anual, que se realizará nos dias 2 e 3 de Agosto, que recebe anualmente centenas de feirantes, mas também muitos milhares de visitantes. Considerada uma das maiores feiras do país, reunindo o religioso com o profano, a feira da Senhora da Ouvida oferece às suas gentes muita vivacidade e animação. “Uma feira que trás sempre algo de novo, inovador, que abrilhanta esta festa e as suas gentes”, refere a organização do evento. Com um programa convidativo, marcado principalmente pela animação musical ao longo dos dois de folia, a feira inicia-se no dia 2 com animação pelas ruas da feira, com cantadores e tocadores

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de concertinas da região, seguindo-se a actuação do grupo “Amigos da Farra”. A noite, para os mais novos, termina com a actuação de um DJ convidado. A novena e romaria da Nossa Senhora da Ouvida terminam no dia 3 com missa e procissão, “momento mais marcante, para o qual vêm fiéis e peregrinos de diversas regiões para cumprir as suas promessas e agradecer pelos milagres concedidos”, como refere Américo Pereira da Silva, presidente da Junta de Freguesia de Monteiras. Durante a tarde a festa continua com cinco grandiosas lutas de bois, terminando com mais música, desta vez, com a actuação de vários cantadores ao desafio, com destaque para Carminda dos Arcos, Pedro Cachadinha e Lobo de Felgueiras. Durante todo o evento os visitantes

podem ainda apreciar e desfrutar da feira de gado, assim como de inúmeras ‘barraquinhas’ com os mais variados produtos, desde calçado, roupa, loiças, brinquedos, artigos de maquinaria agrícola e ainda produtos para o sector agrícola. E, porque onde há música, há comes e bebes, a feira da Senhora da Ouvida brinda os visitantes com o melhor da gastronomia regional. Tasquinhas onde se podem saborear pratos tradicionais como a posta de vitela Arouquesa, posta de bacalhau com grão e os mais variados grelhados, acompanhados de um bom vinho da região do Douro ou do Dão. Estarão também presentes as famosas casas de doçaria, o biscoito, as bolas de carne, o famoso fumeiro de Castro Daire e ainda a boa sardinha.


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No VII Concurso “Os Melhores Vinhos do Dão Engarrafados - 2016

Cinco vinhos do Dão receberam o “Prémio Prestigio” Cinco vinhos foram galardoados com o “Prémio Prestigio” no VII Concurso “Os Melhores Vinhos do Dão Engarrafados 2016, promovido pela Comissão Vitivinícola Regional do Dão. Casa da Passarela A Descoberta Branco 2015; Quinta da Alameda Reserva Especial Tinto 2012; Soito Rosado 2015; Adro da Sé Encruzado 2015 e Milénio Branco 2014 foram os vinhos que receberam a maior distinção do concurso. O júri foi composto pela presidente da Câmara de Provadores da CVR do Dão, por representantes das Câmaras de Provadores das CVR’s da Beira Interior, da C.V. da Bairrada, da CVR’s dos Vinhos Verdes, da CVR Península de Setúbal e dos Vinhos do Douro e Porto, por um representante da Confraria dos Enófilos do Dão e pelos jornalista Maria João Almeida e António Falcão, respectivamente da Revista Escanção e da Revista de Vinhos. O júri avaliou 119 amostras proveniente de 32 agentes económicos, havendo um pequeno aumento do número de vinhos a concurso, que na edição anterior teve 109 amostras. O aumento de participação demostra a importância que este concurso tem atingido de ano para ano. As amostras foram agrupadas nas categorias de vinhos brancos; tintos; rosados e monovarietais. COMISSÃO VITIVINÍCOLA REGIONAL DO DÃO

VII CONCURSO "OS MELHORES VINHOS ENGARRAFADOS DO DÃO" - 2016 LISTA DE PREMIADOS

PRÉMIO PRESTÍGIO EMPRESA /AGENTE ECONOMICO

MARCA COMERCIAL

O ABRIGO DA PASSARELA, LDA

CASA DA PASSARELA A DESCOBERTA

ALAMEDA DE SANTAR, LDA

QUINTA DA ALAMEDA

SOITO WINES, LDA

SOITO

UDACA - UNIÃO DAS ADEGAS COOPERATIVAS DO DÃO, UCRL

ADRO DA SÉ

ADEGA COOPERATIVA DE PENALVA DO CASTELO, CRL

MILÉNIO

DESIGNATIVO RESERVA ESPECIAL

ESPÉCIE

COLHEITA

CATEGORIA

BRANCO

2015

I

TINTO

2012

II

ROSADO

2015

III

BRANCO

2015

IV

BRANCO

2014

V

ESPÉCIE

COLHEITA

CATEGORIA

CASTA

ENCRUZADO

MEDALHA DE OURO EMPRESA /AGENTE ECONOMICO

MARCA COMERCIAL

UDACA - UNIÃO DAS ADEGAS COOPERATIVAS DO DÃO, UCRL

TESOURO DA SÉ

MAGNUM - CARLOS LUCAS VINHOS, LDA

RIBEIRO SANTO

SOCIEDADE AGRÍCOLA BOAS QUINTAS, LDA ADEGA COOPERATIVA DE PENALVA DO CASTELO, CRL O ABRIGO DA PASSARELA, LDA

CASA DA PASSARELA O ENOLOGO

GLOBAL LWINES, S.A.

CABRIZ

GLOBAL LWINES, S.A. ADEGA COOPERATIVA DE SILGUEIROS, CRL

DESIGNATIVO

CASTA

TINTO

2012

II

TINTO

2011

II

FONTE DO OURO

BRANCO

2015

IV

ENCRUZADO

ADEGA DE PENALVA

BRANCO

2015

IV

MALVASIA-FINA

BRANCO

2014

IV

ENCRUZADO

BRANCO

2015

IV

ENCRUZADO

CABRIZ

TINTO

2013

IV

TOURIGA-NACIONAL

MORGADO DE SILGUEIROS

TINTO

2014

IV

TOURIGA-NACIONAL

ESPÉCIE

COLHEITA

CATEGORIA

CASTA

GRANDE ESCOLHA

RESERVA

MEDALHA DE PRATA EMPRESA /AGENTE ECONOMICO

MARCA COMERCIAL

PASSARELA - SOCIEDADE DE VINHOS , LDA

SOMONTES

GLOBAL LWINES, S.A.

CABRIZ

SOITO WINES, LDA GLOBAL LWINES, S.A. LADEIRA DA SANTA , LDA

LADEIRA DA SANTA

ANTÓNIO CANTO MONIZ UNIPESSOAL, LDA

VINHA PAZ

VALADINHOS, LDA

LUDARES

GLOBAL LWINES, S.A.

CASA DE SANTAR

MAGNUM - CARLOS LUCAS VINHOS, LDA

RIBRIRO SANTO VINHA DA NEVE

ADEGA COOPERATIVA DE SILGUEIROS, CRL

DESIGNATIVO

BRANCO

2015

I

COLHEITA SELECCIONADA BRANCO

2015

I

SOITO

BRANCO

2015

I

VINHA DO CONTADOR

BRANCO

2013

I

BRANCO

2015

I

TINTO

2013

II

RESERVA

TINTO

2011

II

RESERVA

TINTO

2012

II

TINTO

2009

II

MORGADO DE SILGUEIROS

TINTO

2013

II

UDACA - UNIÃO DAS ADEGAS COOPERATIVAS DO DÃO, UCRL

TESOURO DA SÉ

TINTO

2011

II

CM WINES - SOCIEDADE VINÍCOLA, LDA

ALLGO

TINTO

2013

II

MAGNUM - CARLOS LUCAS VINHOS, LDA

RIBEIRO SANTO VINHA DA NEVE

TINTO

2011

II

VIRGÍNIA MARQUES BARBOSA FORMOSO

ADEGA DA CORGA

TINTO

2012

II

GLOBAL LWINES, S.A.

NATURE

CM WINES - SOCIEDADE VINÍCOLA, LDA

ALLGO

EMPREENDIMENTOS TURISTICOS MONTE BELO, S.T.R, SA.

CASA DA ÍNSUA

PETER ECKERT VINHOS, Lda

QUINTA DAS MARIAS

O ABRIGO DA PASSARELA, LDA

VILLA OLIVEIRA

QUINTA DO PERDIGÃO - SOCIEDADE UNIPESSOAL, LDA

PREMIUM

GRANDE RESERVA

TINTO

2013

II

ROSADO

2015

III

ROSADO

2015

III

TINTO

2014

IV

TOURIGA-NACIONAL

TINTO

2011

IV

TOURIGA-NACIONAL

QUINTA DO PERDIGÃO

TINTO

2010

IV

JAEN

UDACA - UNIÃO DAS ADEGAS COOPERATIVAS DO DÃO, UCRL

UDACA

TINTO

2012

IV

TOURIGA-NACIONAL

SOCIEDADE AGRÍCOLA BOAS QUINTAS, LDA

FONTE DO OURO

RESERVA ESPECIAL

TINTO

2014

IV

TOURIGA-NACIONAL

GLOBAL LWINES, S.A.

CABRIZ

MEIO-SECO

BRANCO

2013

V

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RESERVA

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Produtor no concelho de Valpaços, com a marca Persistente

Orlando Pardelinha aposta em vinhos de qualidade e na exportação

Orlando José Taveira Pardelinha é um pequeno produtor de vinho transmontano, que aposta na qualidade. A marca Persistente é a sua imagem de marca, que já se impôs no mercado como um vinho a descobrir. Com apenas oito hectares de vinhos, Orlando Pardelinha produz cerca de 10 mil litros e apenas engarrafa vinhos DOC Reserva. A sua produção vai, na sua maioria, para exportação, mas também no mercado nacional, com maior incidência na região transmontana. À Gazeta Rural, o produtor diz ter a expectativa que a colheita de 2015 seja “de excelente qualidade”. O produtor, que voltou a ser premiado no último concurso da Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes (CVRTM), destaca a evolução da região, defendendo a aposta em castas autóctones para marcar a diferença num mercado cada vez mais competitivo. 16

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Gazeta Rural (GR): Que expectativa tem para a colheita de 2015? Orlando Pardelinha (OP): Penso que vai ser um ano excelente, pelas provas que temos feito. Os vinhos ainda estão em cuba e outros em barricas de carvalho francês. Pela amostra vai ser um ano de excelente qualidade. GR: Recebeu mais um prémio no último concurso da CVRTM. Vem na sequência da medalha de ouro recebida no mesmo concurso em 2012? OP: O feed back que tenho do vinho de 2012 é muito positivo, tanto no mercado nacional como lá fora. Aliás, a maior parte do vinho que produzimos vai para exportação. GR: É muito selectivo nos vinhos que manda para o mercado? OP: Sim. Vinhos que não tenham qualidade não os engarrafo. Tenho uma média de produção de 10 mil litros, mas só engarrafo Reservas. GR: A região tem tido uma excelente evolução? OP: Sim. Tem sido um crescimento gradual. Não se fazem vinhos de qualidade com um estalar de dedos. Penso

que temos conseguido conquistar mercado, o que prova que a região tem crescido no sentido positivo. Os restaurantes e os bares da região têm apostado em vinhos transmontanos, o que também é muito importante para a sua divulgação. GR: A região passou por um período menos positivo, mas tem vindo a recuperar e a mostrar-se como produtora de vinhos de excelente qualidade e, principalmente, diferentes? OP: Trás-os-Montes, enquanto região produtora de vinhos, esteve, diria, parada, mas que nos últimos anos tem dados passos muito significativos na sua afirmação. O mercado dos vinhos não é uma tarefa fácil. Na região, na sua grande maioria, há pequenos produtores que enfrentam grandes multinacionais, mas acredito que nos vamos afirmar pela diferença. GR: A aposta nas castas autóctones da região é que vai marcar essa diferença? OP: Claramente. Temos castas, tanto nos tintos como nos brancos, que são da região e que aqui se dão muito bem, que marcarão pela positiva os nossos vinhos.


Estiveram 81 vinhos no Concurso de 2016

Marquês D’Almeida Grande Reserva Branco 2015 é o melhor da Beira Interior O vinho Marquês D’Almeida Grande Reserva Branco 2015, produzido pela Casa Agrícola Roboredo Madeira (CARM), foi distinguido o Melhor DOC no IX Concurso de Vinhos da Beira Interior, promovido pela Comissão Vitivinícola daquela região. A entrega de prémios decorreu no Castelo do Sabugal e no concurso partici-

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param 81 vinhos, entre tintos, brancos ou rosés, vinhos espumantes e vinhos frisantes, certificados como DOC Beira Interior ou como Vinho Regional Terras da Beira, das colheitas efetuadas entre os anos de 1999 a 2015. O júri, composto por 15 especialistas na área, foi presidido pelo crítico de vinhos Aníbal Coutinho. Foram entregues neste concurso onze

medalhas de ouro e catorze de prata. Promovido pela Comissão Vitivinícola da Região da Beira Interior (CVRBI), o NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda e a Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB), o IX Concurso de Vinhos da Beira Interior decorre nos dias 17 e 18 de Junho no futuro Museu de Arte Sacra, na Guarda.


Depois de ser Cidade Europeia do Vinho 2015

Reguengos de Monsaraz apostada em ser Capital dos Vinhos de Portugal

O mundo vitivinícola é, há muito, a ‘imagem de marca’ de Reguengos de Monsaraz e, depois de ser Cidade Europeia do Vinho 2015, o concelho alentejano quer, agora, assumir-se como Capital dos Vinhos de Portugal. “Já registámos essa marca, porque consideramos que Reguengos de Monsaraz é, de facto, uma das grandes capitais dos vinhos de Portugal. Queremos assumir essa marca territorial, sem vergonha”, diz o presidente da Câmara local, José Calixto. Esta nova imagem promocional, já apresentada na edição deste ano da BTL - Bolsa de Turismo de Lisboa, surge depois de Reguengos de Monsaraz ter ostentado, durante um ano, o ‘selo’ de Cidade Europeia do Vinho 2015. O evento, de dimensão europeia e que terminou em Fevereiro, fez incidir sobre este concelho do distrito de Évora os ‘holofotes’ da atenção mediática nacional e internacional, evidenciando a importância local do mundo da vinha e dos vinhos. Segundo o balanço do município, no ano passado, muito por causa do evento, o número de turistas no concelho aumentou quase 20%, em comparação com 2014, tendo sido contabilizadas 160 mil visitas a museus, exposições, igrejas e postos de turismo. Foram realizadas cerca de 150 actividades e estabelecidas 120 parcerias com entidades, nomeadamente os produtores de vinho locais, diz o autarca, estimando que 3,5 milhões de pessoas tenham tido conhecimento da distinção e contacto com eventos organizados durante o ano, no país e no 18

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estrangeiro. A Cidade Europeia do Vinho, visitada por mais de 30 operadores turísticos estrangeiros e dezenas de jornalistas, “foi a aposta do município na valorização de um sector que é o motor da economia local e com impactos regionais”, frisa José Calixto. “Obviamente que nada será como antes. Tivemos um palco para promover o vinho de Reguengos de Monsaraz, a que jamais teríamos acesso, em várias frentes e em dezenas de locais por esse mundo fora”, reconhece. Mas, não é de agora que Reguengos de Monsaraz e o vinho “andam de mãos dadas”. A vinha é cultivada há séculos na região e a produção vinícola tem peso histórico. “Em qualquer lado do país, quando se fala de Reguengos de Monsaraz as pessoas associam ao vinho”, lembra o autarca, que lidera a Rede Europeia de Cidades do Vinho (RECEVIN). Miguel Feijão, presidente da Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz (CARMIM), a maior cooperativa vitivinícola do país e líder do mercado nacional de vinhos de qualidade, produz 65 referências, num total de cerca de 18 milhões de litros, salienta que a zona, “em termos históricos, sempre foi de muito vinho”. “Existiram sempre muitas vinhas e chegou a haver mais de 290 adegas grandes”, complexos onde “se fazia o vinho de forma artesanal, nas talhas de barro, e com um balcão de madeira, com cadeiras e bancos, para as pessoas irem fazer o seu petisco e beber o seu copo de vinho, ao fim da tarde”, recorda. Essa “mania do vinho”, como lhe chama Miguel Feijão, não se perdeu com o

passar dos anos, nem com a evolução do sector vitivinícola do Alentejo, muito pelo contrário. Hoje, de acordo com a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), Reguengos de Monsaraz é “a maior” das oito sub-regiões vitivinícolas do Alentejo e “uma das mais prestigiadas”, sendo também aquela “onde a propriedade se encontra mais fragmentada, com áreas médias de vinha reduzidas para as referências tradicionais alentejanas”. É no concelho, lembra o autarca, que se localizam “um dos maiores produtores privados do país, a Herdade do Esporão”, que fez a sua primeira colheita em 1985 e possui a vinha mais extensa da Europa (450 hectares), e 2a maior cooperativa vitivinícola de Portugal, a CARMIM”, que “nasceu” em 1971, com 60 associados, e que, hoje, tem mais de 850, dos quais 450 na área vitivinícola. “Há aqui uma concentração enorme, produzimos cerca de 30 milhões de litros de vinho de qualidade por ano e temos um total de nove produtores. O Alentejo produz 42 por cento dos vinhos engarrafados em Portugal e Reguengos representa um terço desse valor”, realça José Calixto. Segundo o presidente da CARMIM, os vinhos produzidos nesta sub-região “sempre tiveram qualidade” e “são conhecidos no mundo inteiro”, mas o presidente da Câmara argumenta que nem sempre foi assim, chegando a haver uma altura, no século passado, em que “a região importava vinho sem qualidade do oeste”. “Historicamente, não éramos uma região conhecida pela qualidade do seu vinho. Mas, nos últimos anos, a qualidade do vinho de Reguengos aumentou bastante e temos também as vinhas completamente certificadas, registadas e valorizadas por uma investigação técnica”, diz. O concelho, com cerca de quatro mil hectares de vinha, tem, pois, “uma imensa riqueza” e é este potencial no sector dos vinhos, em ligação com a história e o turismo, que a Câmara quer aproveitar: “É esse o grande objectivo estratégico, criar valor e potenciar os vinhos, a gastronomia, o enoturismo e o património”, conclui José Calixto.


No Centro de Excelência da Vinha e do Vinho, em Vila Real

Vinhos de autor da UTAD apresentados ao Presidente da República O Presidente da República visitou o Centro de Excelência da Vinha e do Vinho, situado no Regia-Douro Park, em Vila Real onde se realizou o encontro com uma nova geração de enólogos diplomados pela UTAD, baptizada por José da Silva Peneda como “Escola de Campeões”. Esta visita fez parte da agenda do programa “Portugal Próximo” de Marcelo Rebelo de Sousa na sua visita à região transmontana, onde conheceu e provou os primeiros vinhos alumni UTAD, um branco, da autoria de Jorge Moreira, um tinto de Jorge Serôdio Borges e um Porto de Francisco Olazabal e Francisco Ferreira, uma nova geração de enólogos e antigos estudantes da Universidade que têm contribuído para visibilidade internacional que se tem registado no sector vitivinícola. O projecto vinhos alumni UTAD preten19

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de que seja produzido um vinho em cada ano por um enólogo formado na UTAD, o qual indicará e passará o testemunho a um colega produtor no ano seguinte. Durante a visita do presidente foi ainda apresentada a Plataforma de Inovação da Vinha e do Vinho, um projecto de ambição internacional que pretende dar novas dinâmicas ao sector e que o Presidente designou de “uma grande visão” porque “tem tudo o que é importante para ter sucesso”. Este projecto multidisciplinar vai envolver investigadores de diferentes áreas e vai debruçar-se na investigação na área do solo e clima, da qualidade do vinho, da vinha e no domínio da competitividade. A investigação será desenvolvida de acordo com as necessidades do sector, estando prevista uma comissão de pilotagem exterior à Universidade. É precisamente

por causa desta ligação aos agentes da fileira, que Marcelo Rebelo de Sousa considera que o projecto está na “primeira linha do tipo de intervenção empresarial”. O Presidente elogiou ainda a participação neste projecto do presidente da Câmara, Rui Santos, que “à sua medida vai criando as condições necessárias” e também do Reitor da UTAD “porque preconiza espírito de mudança”. Marcelo Rebelo de Sousa finalizou o seu discurso afirmando que “esta plataforma é o futuro e que o Presidente está aqui para agradecer esse futuro em nome de Portugal”. A Plataforma da Vinha e do Vinho está instalada no Centro de Excelência da Vinha e do Vinho no Regia-Douro Park, tem uma dotação inicial superior a 5,3 milhões de euros para um período de três anos, financiada ao abrigo do NORTE2020.


De 21 a 24 de Julho na Alfândega do Porto

Vinho Verde no centro das atenções durante quatro dias no Porto O Vinho Verde Wine Fest (VVWF) regressa à Alfândega do Porto entre os dias 21 e 24 deste mês, durante os quais 30 produtores vão mostrar 150 vinhos, de acordo com um comunicado enviado hoje pela organização. “Com mais de 30 produtores representados, o VVWF será palco de apresentação de novas colheitas e de descoberta do vasto portfólio de vinhos brancos, tintos, rosados e espumantes da região. Provas comentadas por enólogos, produtores e oradores convidados garantem uma maior aproximação ao conceito de experiência vínica”, pode ler-se no comunicado sobre o evento organizado pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), que investiu cerca de 160 mil euros. De acordo com o mesmo documento, o programa vai procurar abranger o público infantil, com um conjunto de ações, no dia 23 até às 17 horas, “para pais e filhos que inclui ‘ateliers’ de plantação, provas de aromas e sabores para iniciação à descoberta sensorial, ‘workshops’ de culinária para a infância, entre outras atividades”. A organização realçou ainda que “as famílias que entrarem no festival até às 14 horas têm acesso a dois convites para adultos e as crianças com menos de 14 anos têm acesso gratuito durante os quatro dias”. O festival também aumentou de dimensão, com “mais zonas de convívio e de lazer junto ao rio Douro” e um reforço da praça da alimentação. Nas edições anteriores o registo de visitantes fixou-se, em média, nos 25 mil.

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Num valor global de cerca de 12 milhões de euros

UTAD reforça investigação com cinco novos projectos em parceria

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A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) viu recentemente aprovados cinco novos projectos de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico, num valor global de cerca de 12 milhões de euros, através do Programa “Norte2020”, a implementar nos próximos três anos. Estes projectos abrangem áreas como a economia, recursos agroalimentares, desporto, saúde, micro e nano tecnologias e turismo, e foram submetidos em parceria com instituições públicas e privadas. “Trata-se de um conjunto de projectos estruturantes que, pela sua dimensão, irão mobilizar um conjunto vasto de recursos humanos internos e contratados, sendo por isso uma grande oportunidade para alavancar a investigação da UTAD e para a sua afirmação no âmbito regional, nacional e internacional”, afirmou o reitor da UTAD, Fontainhas Fernandes. São cinco projectos, com natureza dominantemente multidisciplinar e integrada e de diferentes perfiz. O Projecto INTERACT (Integrative Research in Environment, Agro-Chains and Technology) vai debruçar-se sobre as oportunidades e o potencial produtivo com base na economia local e regional, particularmente no domínio dos recursos agroalimentares assentes na produção de carne e leite, vegetais, frutas, azeitonas, nozes, vinho, floresta e flora nativa e plantas medicinais. Trata-se de uma abordagem integrada que visa implementar práticas de gestão que promovam o uso sustentável dos recursos existentes e aumentar a produção e a qualidade de produtos das principais culturas na região Norte, acrescentando-lhes valor. Envolve 70 investigadores da UTAD e vai proporcionar cerca de 40 ofertas de emprego científico. O projecto Deus ex Machina (Symbiotic Technology for Societal Efficiency Gains: Deus ex Machina) propõe-se encontrar respostas para enfrentar os desafios societais e criar uma relação simbiótica dos seres humanos com a tecnologia para obter ganhos de eficiência em diversas áreas e alvos específicos. Coordenado pela Associação Fraunhofer Portugal Research, tem como parceiros a UTAD e as Universidades do Porto e Minho. Na UTAD estão envolvidos investigadores do Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD), que vão monitorizar a actividade física em bombeiros e a actividade física e desportiva em crianças e jovens, e do 23

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Centro Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), que vão desenvolver aplicações tecnológicas para agricultura que permitam também a disponibilização adequada da informação. O Projecto NanoSTIMA (Macro-to-Nano Human Sensing - Towards Integrated Multimodal Health Monitoring and Analytics), é coordenado pelo INESC TEC - Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, com participação do Instituto de Telecomunicações, da UTAD, através do CIDESD, e da Universidade do Porto. Tem como objetivo explorar o desenvolvimento e a utilização de micro e nano tecnologias no processo de monitorização de parâmetros de saúde e bem-estar da população e envolve investigadores em ciências do desporto e em engenharias, que desenvolverão um programa inovador para enquadramento do processo de monitorização da actividade física e de programas de exercício físico em diferentes contextos. O projecto Dourotur (Tourism and Technological Innovation in the Douro) pretende aumentar o conhecimento sobre a oferta e procura de produtos e serviços turísticos do Douro, avaliar as

estratégias de comunicação e definir prioridades para o marketing digital. Está estruturado em quatro linhas: análise da oferta; estudo da imagem; conhecimento da procura e impactos; e desenvolvimento de ferramentas de marketing digital para suporte ao crescimento de um turismo responsável e sustentável. O projecto tem como proponente o Centro de Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento da UTAD, implicará um conjunto de cerca de 20 investigadores integrados e irá contratar 9 bolseiros. A Plataforma de Inovação da Vinha e do Vinho é um projecto multidisciplinar que envolve investigadores de diferentes especialidades (climatologia, solos, ecologia, viticultura, fisiologia, microbiologia, enologia, engenharia e economia) e contemplará as questões do solo e clima, viticultura, enologia e competitividade. A investigação será articulada com as necessidades do sector vitivinícola, estando prevista uma Comissão de Acompanhamento exterior à Universidade. Este projecto irá permitir a contratação de 36 investigadores, reforçando as competências da UTAD na área da vinha e do vinho e projectando-as a nível internacional.


Envolvendo sete entidades

Universidade da Beira Interior lidera projecto para fortalecer sector agroalimentar A Universidade da Beira Interior (UBI), sediada na Covilhã, vai liderar um consórcio que pretende criar soluções para melhorar a eficiência energética, a segurança e saúde no trabalho e a gestão da produção das empresas agroalimentares, anunciou aquela instituição. Em comunicado, UBI explica que o projecto “+Agro - Qualificação organizacional, energética e de segurança e saúde no trabalho da indústria agroalimentar” tem um financiamento aprovado superior a um milhão de euros, no âmbito do COMPETE 2020. “Este trabalho será feito em colaboração com cinco instituições de ensino superior portuguesas e uma associação do sector agroindustrial, e consiste no estudo dos subsectores da indústria da carne, hortofrutícolas, produtos lác-

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teos e de padaria de todo o país, mas sobretudo nas regiões do Norte, Centro e Alentejo, onde se localiza o maior número destas empresas”, especifica a informação. De acordo com o referido, as empresas vão ser analisadas e receber um conjunto de propostas para melhorar aquelas três vertentes da sua actividade. Citado na nota, o coordenador do projecto, Pedro Dinis Gaspar, explica que depois da caracterização detalhada dos processos de produção e das condições de segurança e saúde no trabalho serão propostas “soluções para que as empresas aumentem a produtividade/eficiência de processos e consumos energéticos e reduzam perigos e riscos”. “Vamos criar ferramentas de Tecnologia, Informação e Comunicação & Electrónica (TICE), que vão ficar dispo-

níveis, de livre acesso, para que qualquer interveniente as use para analisar a sua empresa e receber sugestões”, acrescenta. Segundo a UBI, o trabalho pretende “tornar as empresas mais competitivas e valorizadas através de boas práticas ambientais e sociais, em mercados mais sofisticados”. O consórcio começa a ter execução física a partir de Setembro e é composto pela UBI, Universidade de Évora (UÉvora), Instituto Politécnico de Castelo Branco - Escola Superior Agrária (IPCB-ESA), Instituto Politécnico da Guarda (IPG), Instituto Politécnico de Coimbra - Escola Superior Agrária de Coimbra (IPC-ESAC), Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) e Associação do Cluster Agroindustrial do Centro (InovCluster).


Segundo um relatório da FAO e da OCDE

Procura mundial de alimentos vai abrandar na próxima década A procura mundial de alimentos vai crescer a um ritmo mais lento entre 2016 e 2025, devido ao menor aumento populacional e à descida de rendimentos nas economias emergentes, segundo um relatório da FAO e da OCDE. De acordo com as Perspectivas Agrícolas 2016-2025, apresentadas em Roma, a queda de preços registada em 2015 para as principais produções agrícolas, produtos de pescado e gado, indicia que a era dos preços altos provavelmente acabou. O preço da carne caiu depois de ter atingido níveis recorde em 2014, o preço dos produtos lácteos continuou a queda iniciada em 2013 e 2014, enquanto o preço das produções agrícolas acentuou a descida depois do pico registado em 2012. Nestas previsões de longo prazo, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) analisaram os principais produtos alimentares básicos em 41 países e 12 regiões geográficas. A descida do preço dos alimentos é justifica, essencialmente, com o cresci-

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mento da oferta ao longo de vários anos, o enfraquecimento da procura devido à desaceleração económica global, queda dos preços do petróleo e acumulação de reservas abundantes. Até 2025, o menor crescimento da procura de alimentos vai ser também influenciado pela atitude dos consumidores, sobretudo dos sobrepovoados países emergentes, cada vez menos dispostos a gastar mais com alimentos básicos. No entanto, de acordo com o documento, a procura de carne, peixe e produtos lácteos vai continuar a crescer de forma relativamente forte, ao contrário da procura de produtos agrícolas para biocombustíveis, devido à descida dos preços da energia e às políticas “mais conservadoras” sobre o assunto em alguns países. Prevê-se ainda que, nos próximos dez anos, o aumento do consumo nos países em vias de desenvolvimento ajude a reduzir a percentagem de população que sofre de subnutrição de 11 para 8,0 por cento, diminuindo de 788 para menos de 650 milhões de pessoas, com excepção da África subsaariana. A má nutrição, por outro lado, vai con-

tinuar a afectar tanto os países desenvolvidos como os que estão em vias de desenvolvimento, onde a ingestão de açúcares, óleos e gorduras vai crescer a um ritmo mais rápido do que o dos alimentos básicos e proteínas, sobretudo devido ao aumento do consumo de alimentos processados. O comércio agrícola deve crescer a metade do ritmo da década anterior, abrandando de 4,3 por cento ao ano para 1,8 por cento. O facto de apenas alguns países disporem de abundantes recursos naturais fará com que o comércio assuma maior importância em termos de segurança alimentar, segundo as duas organizações, que apontam alguns constrangimentos a esta expansão como a desaceleração das economias emergentes e as medidas proteccionistas de alguns países. Os cinco maiores exportadores de produtos básicos vão representar, pelo menos, 70 por cento das exportações totais até 2025, uma concentração que é menos significativa do lado das importações, embora a China continue a ser um mercado importante para alguns produtos como a soja, os lácteos e determinados grãos.


O primeiro guia destinado aos produtores

Pêssego da Covilhã passa a ter guia prático de produção

O Pêssego da Covilhã já tem um guia prático de produção, patrocinado pela Câmara da Covilhã. O Salão Nobre dos Paços do Concelho da Covilhã foi o palco da apresentação do livro “+ Pêssego – Guia Prático de Produção”, obra que se constitui como o primeiro guia destinado aos produtores de pêssego na região da Cova da Beira. O pêssego da Covilhã é o grande protagonista deste livro, coordenado pela professora Maria Paula Simões, no qual se define um perfil do produto, se caracteriza a produção deste fruto, se dão instruções e conselhos para garantir que este produto endógeno continua a ser considerado um dos melhores do país. O “Guia Prático da Produção” é um manual de procedimentos técnicos e conhecimentos que se debruça por vertentes como a manutenção dos solos, a rega da cultura do pessegueiro, as principais

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doenças e pragas que assolam o pêssego da Covilhã com os métodos para as combater. Para Vítor Pereira, ´presidente da Câmara da Covilhã, “o lançamento deste livro enquadra-se no plano promocional do pêssego da Covilhã, que a autarquia tem levado a cabo nos últimos anos, sendo mais um passo na valorização deste produto excelente e que é nosso”. O autarca realça “o ineditismo desta obra, realizada com rigor e métodos científicos que lhe conferem qualidade”. Vítor Pereira espera que iniciativas como esta contribuam “para dinamizar a produção e consumo do pêssego da

Covilhã”. Juntamente com a apresentação do livro “+ Pêssego – Guia Prático de Produção”, decorreu no Salão Nobre daquela autarquia uma conferência subordinada ao tema “Investigar para Empreender – O Papel das Escolas Agrárias e das Quintas Experimentais no Desenvolvimento da Agricultura Regional” que contou com a presença de vários oradores.


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Para quebrar dependência do Brasil

Produtores de pera-rocha apostam no mercado chinês

Os produtores de pera-rocha estão a apostar no mercado chinês para se libertarem da forte dependência do Brasil, que representa 40% do total exportado, disse o presidente da associação empresarial Portugal Fresh.

INFORMAÇÃO APÍCOLA

A cresta consiste na recolha por parte do apicultor do mel produzido pelas abelhas melíferas, e é uma prática que deverá ser realizada quando pelo menos cerca de 85% favos estiverem operculados. Nesta operação começa-se por retirar da colmeia as alças com os res-

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“Temos de quebrar esta dependência e encontrar alternativas”, destacou Manuel Évora, durante a visita de uma delegação chinesa à empresa de comercialização de frutas Luís Vicente, em Torres Vedras. A comitiva chinesa, liderada pelo vice-ministro da Agricultura, Bi Meijia, visitou indústrias de carne e do sector frutícola de Mafra e Torres Vedras, a convite do ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, que está a negociar a abertura da China à pera-rocha e à carne de porco. O presidente da Portugal Fresh, uma organização que representa 88 empresas do sector das frutas, legumes e flores, salientou que os produtores querem “entrar na China no segmento ‘premium’ da pera-rocha” e adiantou que os pêssegos, ameixas e kiwis serão os dossiers seguintes. Mas, para já, “é preciso fechar o [dossier] da pera-rocha”, que ainda está pendente da aprovação das autoridades

sanitárias chinesas. “Temos de valorizar as nossas frutas e na China já existe uma classe média que pode premiar esta qualidade diferenciada”, destacou Manuel Évora. A pera-rocha tem sido considerada a “rainha” das exportações de fruta nacionais, mas em 2015 os campeões de vendas ao estrangeiro foram os pequenos frutos (dos quais 90% de framboesas), em termos de valor, e a laranja, em termos de tonelagem. Um “fenómeno” que Manuel Évora considerou positivo, pois significa que “a oferta não está só concentrada na pera”. Além da China, está a ser negociada a entrada da pera-rocha noutros mercados, como o México ou o Peru, tendo sido liberalizada recentemente a exportação para a Colômbia. A concretizar-se a liberalização do mercado chinês, a pera-rocha será a primeira fruta portuguesa a ser exportada para a China.

A cresta do mel pectivos quadros com mel, sacudindo as abelhas para o ninho. A extracção divide-se nas seguintes etapas: 1 - Desoperculação – eliminação da camada fina de cera que tapa os favos de mel, através de facas, garfos ou outros dispositivos desoperculadores. 2 - Centrifugação – através de movimentos tangenciais ou radiais, o mel é expelido para o tambor do centrifugador 3 - Filtração – retirada de partículas que não fazem parte da composição do mel, tais como resíduos de cera e fragmentos de abelhas. Este procedimento é normalmente executado com recurso a dois filtros, um maior que retém as partículas mais grosseiras e outro mais

fino que retém outras de menor dimensão. Contudo, deve ter-se o cuidado de não realizar uma filtração excessiva que retire ao mel uma quantidade significativa de pólen e outros componentes, que afectem a sua qualidade. 4 - Decantação - o mel é recolhido em depósitos, geralmente, de aço inoxidável onde algumas partículas que não ficaram retidas nos filtros sobem até à superfície do reservatório. 5 - Embalamento – armazenamento do mel em bidões revestidos por substâncias inócuas que não propiciem alterações das características naturais do mel, ou em embalagens mais pequenas como frascos de vido, plástico, entre outras.


Revelou o presidente Vasco Cordeiro

Governo dos Açores pondera novas medidas para ajudar fileira do leite O Governo dos Açores pretende antecipar, de novo, o pagamento de ajudas comunitárias aos agricultores açorianos, bem como promover alterações à atribuição do prémio aos produtores de leite no âmbito do POSEI, revelou o presidente Vasco Cordeiro. “Temos de, permanentemente, ajuizar aquelas que são medidas que podem ajudar a satisfação das necessidades que existem” na agricultura e, nesse sentido, o Governo dos Açores decidiu operacionalizar estas duas medidas, que necessitam do consentimento das instâncias comunitárias, afirmou Vasco Cordeiro. O responsável pelo executivo açoriano, que falava na inauguração da Feira Agrícola Açores 2016, que decorre, este ano, nas Lajes do Pico, referiu que para além destas medidas está já em condi-

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ções de apresentar a Bruxelas uma alteração, que tem sido trabalhada em articulação com a Federação Agrícola dos Açores, aos critérios de pagamentos do prémio aos produtores de leite, dando a garantia que o produtor não é penalizado duas vezes. “Ou seja, que o agricultor não é penalizado quando tem de reduzir a sua produção e, depois, novamente penalizado no prémio que tem como critério essa mesma produção. No fundo, trata-se de um critério que possa servir os agricultores no sentido de garantir que não há essa dupla penalização”, disse Vasco Cordeiro. Salientando na inauguração do certame que o sector, em especial a fileira do leite vivem um “momento particularmente desafiante” devido ao embargo russo aos produtos lácteos, a extinção do regime de quotas leiteiras e a retrac-

ção a nível mundial de consumo de leite, Vasco Cordeiro considerou que “há condições, sobretudo neste momento de maior desafio, para colocar em prática medidas que vão até ao limite da nossa capacidade, da nossa competência e dos nossos recursos financeiros”. O governante apontou como exemplo o programa PRORURAL+, que está em velocidade de cruzeiro e disponibiliza mais de 300 milhões de euros de fundos comunitários ao sector. Vasco Cordeiro apontou, ainda, as medidas estruturais já implementadas, e o sistema de incentivos que, na área dos transportes, acaba, também, por contribuir para dar uma resposta bastante satisfatória em relação às necessidades de circulação de bens entre as ilhas e ao reforço da capacidade exportadora da região.


Exposição estará patente de 19 a 30 de Julho

Museu do Vinho exibe produtos inovadores de junco promovidos pelo projecto Coz Arte O Museu do Vinho de Alcobaça inaugura no próximo dia 19 de Julho a exposição “Junco”, uma mostra de trabalhos inovadores elaborados por alunos da Escola Superior de Artes e Design (ESAD), das Caldas da Rainha, no âmbito do projecto COZ´ART. A partir do estudo da técnica de tratar, corar e tecer o junco, ainda hoje utilizada pelos artesãos de Coz, no concelho de Alcobaça, e dos tradicionais tapetes e ceiras coloridas e padronizadas, os alunos da ESAD receberam o desafio lançado pela Câmara de Alcobaça para, através do projecto COZ´ ART, propor novas tipologias de produto, novos materiais e técnicas de produção. “Junco” foi a resposta destes alunos ao desafio proposto. Lançado no final de 2015, COZ´ART é um projecto do Centro de Bem Estar Social da Freguesia de Coz que visa, entre outros objectivos, a revitalização de uma arte centenária da freguesia, formando novos artesãos. Com esta aposta, de uma nova geração dedicada aos teares de 30

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junco, procurou-se encontrar inovação e conciliação de produtos, para além de novas formas. Foi então celebrado um protocolo promovido pela Câmara de Alcobaça e que proporcionou a cooperação entre o Centro de Bem Estar Social (CBES) da Freguesia de Coz e o Instituto Politécnico de Leiria, o qual integra a ESAD, com vista à recuperação das antigas tradições de manufacturação de esteiras e ceiras de junco. Visa sobretudo fomentar o empreendedorismo social, criando condições de inclusão social e laboral para os elementos da comunidade que desejem integrar a formação que terá inicio proximamente. As propostas apresentadas em “Junco” pretendem ser material e tecnicamente exequíveis, correspondendo a necessidades identificadas e sustentando uma ideia de negócio para todos os envolvidos na sua produção, sob a marca COZ´ART. Os três melhores produtos serão distinguidos com um prémio de 1000€, 750€ e

500€ respectivamente. Para o presidente da Câmara de Alcobaça, “esta exposição é uma etapa de consagração de um projecto que pretende manter perene as memórias e as técnicas do trabalho em junco, conferindo uma nova vitalidade e actualidade a produtos que estavam em risco de desaparecer. Tenho a certeza que este projecto irá gerar um renovado interesse pelo trabalho em junco e criar novas oportunidades de negócio”, referiu Paulo Inácio. O junco é uma planta que cresce perto de cursos de água, lagoas, terrenos alagadiços e zonas húmidas. De cor verde e muito flexível, o seu caule, de forma cilíndrica, chega a ter metro e meio de comprimento. É com este caule, do qual se aproveitam cerca de 80cm, que depois de seco, tratado e tingido, se fabricam as cestas, também conhecidas como “ceiras”. A exposição será inaugurada a 19 de Julho, e estará patente até 30 de Julho, das 10 às 13 e das 14 às 17 horas.


Conduzido pelo Instituto de Tecnologia Química e Biológica

Município de Alvaiázere participa em projecto

científico em torno do chícharo O município de Alvaiázere está a participar num projecto científico em torno do chícharo e destacou a criação de um campo experimental onde estão instaladas 150 variedades desta leguminosa. Naquele que é o Ano Internacional das Leguminosas, a Câmara de Alvaiázere colabora num projecto científico centrado nas qualidades do chícharo, recurso endógeno deste concelho do distrito de Leiria, referiu a autarquia. O projecto pretende identificar variedades de chícharo e as suas características, sendo conduzido pelo Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) da Universidade Nova de Lisboa e integra ainda outros parceiros nacionais e internacionais, nomeadamente a maior produtora de chícharo portuguesa, sediada em Alvaiázere, sublinhou a Câmara. Os resultados da investigação, financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), poderão levar a um

programa de melhoramento da espécie, de forma a responder “às principais dificuldades sentidas pelos agricultores” no cultivo da leguminosa, referiu a Câmara. No concelho, foi criado pelo município um campo experimental na vila, onde estão instaladas 150 variedades tradicionais de chícharo, provenientes de países como o Irão, Afeganistão, Índia, Polónia, Canadá ou Espanha, para além de várias regiões de Portugal. Foi já realizada uma visita ao campo experimental “com o objectivo de se avaliarem quais as plantas que apresentavam as características mais interessantes para o cultivo, tais como o porte da planta, produtividade, cor e tamanhão de grão, entre outras”. O projecto encontra-se na fase final do seu primeiro ano de ensaio de campo, esperando-se que continue durante mais dois anos. “Ao apoiar o desenvolvimento deste estudo científico, o município

de Alvaiázere pretende contribuir para o desenvolvimento da cultura do chícharo e da diversificação de produtos alimentares à base desta leguminosa, explorando métodos de processamento inovadores e aplicando-os em formulações mais atraentes”, enfatizou a Câmara.

Montante da ajuda passa de 500 para 600 euros

Governo aumenta apoio aos pequenos agricultores na próxima campanha O Ministério da Agricultura aumenta na próxima campanha, que se inicia a 15 de Fevereiro de 2017, o montante da ajuda no âmbito do Regime da Pequena Agricultura de 500 para 600 euros. Em comunicado, o Ministério da Agricultura diz que o Governo já comunicou a Bruxelas um conjunto de alterações do sistema de pagamentos, com o objetivo de discriminar positivamente os pequenos agricultores. De acordo com ministério, será tam-

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bém atribuída uma majoração de 50 euros aos cinco primeiros hectares de todas as explorações. O Regime de Pagamento Base (RPB) médio por hectare em Portugal situa-se próximo dos 100 euros. Na próxima campanha será também introduzido um limite máximo para o valor do pagamento base de 300 mil euros por exploração. Estas medidas concretizam os compromissos assumidos no Programa do Governo, refere o ministério.


Num investimento global de cerca de 100 milhões de euros.

Governo aprova centrais de biomassa no Fundão e Viseu A Secretaria de Estado da Energia anunciou a aprovação do licenciamento de duas centrais térmicas a biomassa florestal, uma no Fundão e outra em Viseu, que representam um investimento global de cerca de 100 milhões de euros. Um comunicado do governo refere que o investimento para cada uma das centrais ronda os 50 milhões de euros e que a potência instalada será de 15 megawatts (mw) por central, sendo a construção destas unidades de produção da responsabilidade das sociedades Central de Biomassa de Viseu e a Central de Biomassa do Fundão. “Os promotores estimam que o arranque destes dois projectos permitirá a criação, no conjunto, de 60 postos de trabalho directos e 320 indirectos, a tempo inteiro”, refere a Secretária de Estado de Jorge Seguro Sanches. As centrais derivam dos concursos

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públicos lançados em 2006 para centrais de biomassa florestal residual, no âmbito do qual foram atribuídos vários lotes. É o caso do Lote 9 (5 MW -- Viseu), Lote 13 (10 MW -- Portalegre), Lote 5 (11 MW - Vila Real/Alijó) e Lote 11 (10 MW Castelo Branco). “Com base no Decreto-Lei n.º 166/2015 de 21 de Agosto, os promotores das centrais chegaram a um entendimento no sentido de proceder à fusão das potências afectadas aos Lotes 9 e 13 e aos Lotes 11 e 5, visando a instalação de centrais de 15 MW, em Viseu e Fundão”, acrescenta a nota de imprensa. A informação também refere que o processo foi acompanhado pela transferência das respectivas posições contratuais às sociedades Central de Biomassa de Viseu e Central de Biomassa do Fundão, respectivamente, tendo este novo promotor assegurado os fi-

nanciamentos necessários à construção. “Foram ainda cumpridos os requisitos previstos no já referido decreto-lei para obtenção do licenciamento, nomeadamente a apresentação dos contratos para construção das centrais, os contratos de compra do equipamento, contrato de financiamento e a entrega de uma caução adicional à ordem da Direcção Geral de Energia e Geologia”, especifica. A Secretaria de Estado da Energia sublinha igualmente que os projectos se inserem “no quadro dos objectivos nacionais e comunitários para a área das energias renováveis e das políticas climáticas, estimulando a criação de emprego e o desenvolvimento regional, contribuindo igualmente para a prevenção de incêndios florestais e para a promoção da actividade florestal em Portugal”.


No Auditório do Edifício Multiusos

Nelas recebeu ciclo de conferências “Jovem Agricultor” Os factores que determinam o sucesso dos Jovens Agricultores estiveram em debate no Auditório do Edifício Multiusos de Nelas, numa iniciativa promovida pela Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP), em parceria com a Câmara de Nelas e com o Crédito Agrícola de Terras de Viriato. A sessão de abertura contou com a presença do presidente da Câmara de Nelas, José Borges da Silva; da Directora Regional de Agricultura e Pescas do Centro, Adelina Machado Martins; do presidente da CVR Dão, Arlindo Marques Cunha; do presidente da AJEPC e vice-presidente da Federação Sino PLPE, Alberto Carvalho Neto; do vice-presidente do Crédito Agrícola de Terras de Viriato, Américo Loureiro; da CA Seguros, Lino Viegas Afonso; e do presidente da AJAP, 33

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Eduardo Morais Almendra. O presidente da Câmara de Nelas agradeceu à AJAP e a todos os parceiros por esta iniciativa, destacando o Compromisso Municipal assumido para o desenvolvimento económico e criação de emprego no sector agrícola, que ocupa uma grande percentagem de território no concelho de Nelas e que, felizmente, tem atraído cada vez mais grandes projectos empreendedores nas áreas de exploração dos produtos endógenos. Realçou ainda o apoio que a Câmara Municipal tem conferido aos jovens empreendedores, nomeadamente com a realização anual do Seminário do Empreendedorismo, terminando com uma abordagem sobre a importância da ocupação dos territórios agrícolas para a prevenção do risco de incêndios.

Numa perspectiva de abertura de novos mercados, Alberto Carvalho Neto, presidente da AJEPC- Associação de Jovens Empresários Portugal-China, salientou as oportunidades de exportação dos produtos agrícolas portugueses e da estratégia de promoção levada a cabo por esta associação que agrega jovens empresários de Portugal, China, Brasil, Angola e Moçambique, enquanto Américo Loureiro, do Crédito Agrícola de Terras de Viriato, realçou o forte investimento realizado nos últimos anos pelos agricultores da região na promoção de iniciativas que promovam a agricultura. A sessão prosseguiu com o painel “Ser Jovem Agricultor – Factores que determinam o sucesso”, onde foram oradores especialistas de diversas áreas.


Reivindicada pelo Clube de Monteiros do Norte

Abertura de Delegação de Homologação de Troféus no Norte discutida no II Conselho Nacional de Caça O Clube de Monteiros do Norte (CMN) reivindica a descentralização e uma rápida reforma da Comissão Nacional de Homologação de Troféus (CNHT). Esta é uma das reivindicações que o CMN já fez chegar à entidade responsável pela CNHT diversas vezes, mas até ao momento nada foi feito. O assunto será novamente posto em cima da mesa, no próximo dia 19 de Julho, no II Conselho Nacional de Caça onde vão ser ouvidas todas as entidades ligadas à actividade, entre elas o CMN. “Consideramos que os caçadores do Norte sempre estiveram em desvantagem no acesso aos serviços da Comissão Nacional de Homologação de Troféus a funcionar a menos de 40 km da grande Lisboa e a quase 400 km do centro da região Nor-

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te. Esta situação, agravada actualmente pelo aumento brutal de troféus cobrados de caça maior, configura claramente um acto de desigualdade e discriminação que prejudica gravemente os direitos dos caçadores nortenhos, condicionando o acesso aos referidos serviços pela desproporção de custos, injustiça essa que urge reparar”, refere o presidente do CMN, Nelson Cadavez, acrescentando que um caçador do Norte do país se quiser homologar um troféu “tem que se deslocar a Mafra onde funciona a CNHT num dia, entregar aí o seu troféu e depois de homologado voltar noutro dia para o levantar, ora isto é perfeitamente impraticável e inaceitável pelos custos e tempo que acarreta. Mirandela pela sua localização e acessibilidade oferece uma boa

solução para a abertura da delegação no Norte”. A funcionar sob a responsabilidade do Clube Português de Monteiros, a CNHT tem a missão de proceder à avaliação, à classificação e à homologação de troféus de espécies de caça maior recorrendo às normas que emanam do Conselho Internacional da Caça e da Conservação da Fauna. A CNHT, entre outras obrigações, tem de facultar ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) a informação necessária à manutenção e à actualização do cadastro nacional de troféus de caça maior. O CMN considera, por uma questão de justiça, imprescindível proceder rapidamente à abertura de serviços de homologação na região Norte.


De 12 a 15 de Agosto, em Válega

Ovar prepara a III Feira Agrícola e da Raça Marinhoa do Concelho Válega vai receber, de 12 a 15 de Agosto, a Ovarural 2016 – III Feira Agrícola e da Raça Marinhoa do Concelho de Ovar. Depois do sucesso das duas primeiras edições, a Câmara de Ovar e a Cooperativa Agrícola do Concelho de Ovar voltam a promover um evento que tem como principais objectivos a valorização da raça marinhoa, característica desta região, e a promoção da actividade agrícola e pecuária do concelho de Ovar. “É um local de encontro e de muito convívio para a população, bem como de partilha de saberes para os agricultores. É um evento que queremos aprofundar, uma oportunidade para a valorização deste sector e para o desenvolvimento económico da região”, referiu o presidente da Câmara Ovar, Salvador Malheiro. Ainda no capítulo do apoio e incentivo ao sector primário, Salvador Malheiro adianta que a Câmara Municipal se encontra a ultimar as diligências necessárias para a criação do Gabinete de Apoio ao Agricultor, previsto no plano de acção municipal, prevendo-se a apresentação e entrada em funcionamento deste Gabinete durante a Ovarural. Assim, nesta terceira edição, pela mão de produtores locais, a Ovarural pretende apostar nas demonstrações ao vivo e nas degustações de produtos do concelho de Ovar, englobando um Pavilhão Gastronómico com a presença de restaurantes locais, com espaços para fabrico e comércio de artesanato e de produtos agrícolas, com expositores de empresas e de organizações agrícolas, com venda de produtos alimentares locais e regionais, havendo ainda uma exposição de animais, um desfile e um concurso de bovinos da raça marinhoa.

Ainda nesta edição, destaca-se a realização de um colóquio dedicado ao tema da criação de bovinos da raça marinhoa e à Nova Política Agrícola Comum 2015-2020, a fim de serem prestados esclarecimentos aos agricultores e a todos os interessados sobre as regras, os incentivos e os apoios do Governo para a criação desta raça autóctone. Haverá ainda animação musical, pretendendo-se transformar este espaço num local de proximidade da população e dos agricultores da região, coincidindo com os tradicionais festejos em honra de Nossa Senhora do Amparo, Padroeira de Válega. Uma festa de cariz religioso e, simultaneamente, uma festa popular, que atrai milhares de visitantes à freguesia nestes dias. “A Ovarural é também um contributo relevante para dinamizar a freguesia de Válega, por isso conta com todo o nosso apoio”, refere ainda o presidente da autarquia. De referir que, a fim de possibilitar a organização e a realização da III Feira Agrícola e da Raça Marinhoa do Concelho de Ovar já foi aprovado, pela Câmara Municipal, o protocolo de colaboração a celebrar com a Cooperativa Agrícola do Concelho de Ovar, o qual define as formas, os termos e as condições de cooperação entre os dois outorgantes, sendo que a comparticipação financeira a atribuir pela autarquia à Cooperativa Agrícola é de 15 mil euros. O desafio é fazer com que Ovar seja reconhecido como “cidade onde se produz e come carne Marinhoa”, conclui Salvador Malheiro, afirmando que “estamos a trabalhar nesse sentido e a realização desta terceira edição é disso exemplo”.

De 29 a 31 de Julho, em Penamacor

Capital do Granito “aproxima o produto do cliente”

Feira Terras do Lince promove produtos locais e o território Promover os produtos locais e o território, particularmente o património histórico, é o objectivo da realização da Feira Terras do Lince, que se realiza em Penamacor de 24 a 26 de Julho. O certame reedita o figurino já ensaiado em 2014, de forma a conciliar a promoção e venda dos produtos locais bem como a promoção do território. Daí que o “Cimo de Vila”, designação por que localmente é conhecida a antiga zona medieval, volte este ano a receber um dos dois palcos da Feira por onde desfilarão os muitos grupos que animarão os três dias de festa. Dos produtos locais que estarão em exposição no certame, destaque para a azeitona e o azeite, fileira que será objecto de um colóquio marcado para a manhã do dia 25, a decorrer no auditório do ex-Quartel, e também para o mel, que irá ter um quiosque promocional expressamente desenhado para o efeito, na forma de um pote de mel. Destaque para o programa de animação, que contempla vários géneros musicais para satisfazer os vários tipos de público que visitará o certame. 35

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Vila Pouca de Aguiar estreia “Expogranito” A Capital do Granito volta a abrir portas de 29 de Julho a 10 de Agosto com um evento que pretende dinamizar as unidades de indústria do concelho de Vila Pouca de Aguiar que apostam neste produto tão importante para a socioeconomia local. A ExpoGranito, na praça João Paulo II, pretende focar-se nos negócios das empresas locais, em especial com venda de produto transformado.A Câmara local promove a Expogranito visando, segundo o presidente do Município, Alberto Machado, “aproximar o produto do cliente”. Este evento corresponde aos anseios de muitos industriais locais e de visitantes, em especial emigrantes que regressam à sua terra natal. A venda de produto e a promoção das empresas são os principais objectivos dos expositores que marcarão presença neste certame económico, que pode ser visitado durante 13 dias, entre as 16 e as 23 horas. Os visitantes que se desloquem ao centro urbano de Vila Pouca de Aguiar, onde vai decorrer o evento (junto ao palacete Silva), poderão apreciar o trabalhar do granito ao vivo e aplaudir as associações do concelho que vão animar esta iniciativa que também contribui para dinamizar a Capital do Granito.


Relativamente ao ano de 2015

Ponte de Lima no ranking International Congress and Convention Association Ponte de Lima integra o ranking mundial das localidades que acolheram o maior número de eventos homologados pela International Congress and Convention Association (ICCA), no ano de 2015. A ICCA é uma organização comercial, sem fins lucrativas que visa criar oportunidades de negócio, procurando em simultâneo dinamizar e incentivar a actividade turística, empresarial e económica. A integração de Ponte de Lima neste conjunto de cidades que acolhem mais eventos homologados pelo ICCA deve-se a uma estratégia de desenvolvimento integrado e atractivo, que passa pela promoção das suas potencialidades naturais em eventos de carácter internacional. Sendo Ponte de Lima uma referência a nível nacional e internacional no que respeita à singularidade e qualidade do seu património paisagístico, recorde-se a realização em Ponte de Lima, em 2015 do Congresso Mundial de Parques e Jardins Inteligentes, que assinalou o nascimento da World Urban Parks, evento que marcou a transição da International Federation of

Parks and Recreation Administration (IFPRA) para uma organização mundial de espaços verdes urbanos. Com a presença de mais de 220 congressistas de 25 países, registou-se uma forte presença dos países nórdicos da Suécia, Noruega e Finlândia, e representantes de diversos outros países, como a Alemanha, a Suíça, o Luxemburgo, a França, Irlanda e Espanha. Referência ainda para o grande número de participantes da Ásia e Pacífico, com a presença da China, Austrália, Nova Zelândia, Singapura, do Médio Oriente com Israel, Turquia, Emiratos Árabes Unidos, da América do Norte e do Sul, com o Brasil, a Colômbia, os Estados Unidos da América e Canadá, com a forte representação africana, como Marrocos, Guiné-Bissau, Angola, e Moçambique. No Ranking Cidades da ICCA, a nível nacional, Portugal subiu três posições e ocupa o décimo segundo posto no Ranking mundial. Do distrito de Viana do Castelo estão incluídas no Ranking Ponte de Lima e Vila Nova de Cerveira, com a organização de dois e um congresso, respectivamente.

Ano XII | N.º 274 | Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) | jla.viseu@gmail.com | 968044320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda | Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel Galante Departamento Comercial: Coordenação Filipe Figueiredo Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada | Administração José Luís Araújo | Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 | E-mail: novelgrafica2@gmail.com | Rua Cap. Salomão 121, 3510-106 Viseu Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

FICHA TÉCNICA

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Breves Centro de Interpretação de Montemuro e Paiva abre portas em Castro Daire

Já abriu o Centro de Interpretação de Montemuro e Paiva, em Castro Daire, numa cerimónia presidida pelo presidente da Câmara de Castro Daire, Fernando Carneiro. Este Centro de Interpretação está instalado no Solar dos Mendonças, junto aos Paços do Concelho, num edifício reconvertido e recuperado para o efeito. O Centro pretende ser um cartão de visita do concelho de Castro Daire, permitindo a todos os visitantes ficar a conhecer melhor o território castrense, bem como as inúmeras potencialidades que o concelho tem, com especial destaque para a Serra de Montemuro e o Rio Paiva, dois ex-libris desta região. Com aplicações multimédia, aliadas a conteúdos e informações de diversas áreas do concelho, os visitantes podem ali experimentar e conhecer o que de bom se pode encontrar em Castro Daire, sendo também um importante lugar de aprendizagem e de transmissão de conhecimento para o público em idade escolar. Agora de portas abertas, o Centro de Interpretação de Montemuro e Paiva está disponível para o público em geral com visitas guiadas, de instituições ou grupos, ou de turmas em idade escolar. Festival “L Burro I L Gueiteiro” de 27 a 31 de Julho

O “L Burro I L Gueiteiro” é um festival itinerante que decorre, de 27 a 31 de Julho, nas aldeias de Genísio, Especiosa e São Martinho de Angueira, no concelho de Miranda do Douro. O festival surge como um esforço de revitalizar e valorizar dois elementos chave da cultura mirandesa – o Burro de Miranda e o tocador de Gaita-de-Fole -, bem como enfatizar a relação tradicional existente entre ambos – era o primeiro quem transportava o segundo até aos arraiais que este ia animar pelas diferentes aldeias do Planalto Mirandês. Assim, este Festival planeado ao longo de meses toma forma em cinco dias de itinerância pelas aldeias de Miranda, levando burros, gaiteiros, teatro, dança e música ao encontro das populações locais, geralmente desprovidas deste tipo de evento cultural. É um evento a pensar em todos - miúdos e graúdos – os que gostam de caminhadas por percursos bonitos, de refeições apetitosas, de sestas burriqueiras, de oficinas instrutivas, de boa música e de muita festa. Por tudo isto, é ainda um festival familiar e relaxado, como se de um longo e preguiçoso domingo em família, entre burros e ao som da gaita-de-fole se tratasse. Feira de Caça em Alvite com várias actividades

No fim-de-semana de 30 e 31 de Julho, Alvite, no concelho de Moimenta da Beira, promove a VI Feira de Caça, cujo programa inclui largada de pombos, demonstrações de caça em voo com aves de rapina, provas de trabalho de cães coelheiros e exposições de matilhas de caça maior, com mais de 500 cães expostos. Esta é uma iniciativa que encara esta actividade como 37

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elemento cultural (e pedagógico) de uma sociedade cujos adeptos e simpatizantes acreditam que uma boa gestão cinegética contribui para melhorar os ecossistemas, revigorar a economia e também fazer crescer o emprego ligado a esta área desportiva sociocultural e de ócio. A organização é da Associação de Caçadores de Alvite, com o apoio da Câmara de Moimenta da Beira, Junta de Freguesia local, Ascop e Valbom SportCaça. A 23 e 24 de Julho, na região de Moimenta da Beira Retiro na montanha com percursos na natureza e meditação

Duas amantes da essência da natureza propõem um fim-de-semana em ambiente de montanha, entre serranias, casario, cursos de água e paisagens únicas de altitude bravia. Pelo meio provam-se as iguarias gastronómicas locais, feitas com produtos naturais produzidos na região (vinhos, espumante, queijos, pão…). O percurso é feito em território de dois concelhos que se ligam: Moimenta da Beira e Sernancelhe, com visitas ao Colégio e Igreja da Lapa, uma caminhada pelas margens do rio Távora e visita guiada à Fundação Aquilino Ribeiro. Todas as actividades são em contacto com a natureza e acessíveis a todos, incluindo as pessoas com mobilidade reduzida. E todas as acções programadas (caminhada, bem-estar, lifestyle e desenvolvimento pessoal) serão acompanhadas por profissionais. Olga Santos e Paula Rodrigues, as duas promotoras do “Retiro na Montanha”, que se realizará a 23 e 24 de Julho (as inscrições estão abertas e devem ser feitas pelo contacto telefónico 914 348 990), querem que o contacto com a natureza, no seu estado mais puro, contribua para os caminhantes conhecerem “recursos para encontrar o equilíbrio interior dentro de cada um; tomarem consciência do que faz sorrir o coração; encontrarem energia, motivação e determinação para delinear objectivos de vida e fazer acontecer aquilo que realmente desejam nas vidas”. A estratégia a utilizar para “fazer sorrir o coração” dos participantes, passa por reuniões de dinâmica de grupo, meditação e integração com a natureza, definições de objectivos de vida, usando o método ou a programação neurolinguística, uma espécie de ciência focada no alcance da excelência, ou seja, no auxílio à pessoa a atingir os resultados que deseja na sua vida, criando modelos a partir de atitudes de sucesso. XIX Feira de Artesanato e Gastronomia Pampilhosa da Serra

Pampilhosa da Serra recebe de 12 a 15 de Agosto a XIX Feira de Artesanato e Gastronomia, evento que é atualmente um marco irrefutável da cultura e das tradições não só deste concelho da região do Pinhal, mas também do país. Promover e divulgar o artesanato e a gastronomia, como forma de preservação da cultura popular, e incentivar o desenvolvimento destes dois sectores, pela importância que ocupam na estratégia de desenvolvimento sustentável da região, são pois os principais objetivos deste certame. Na Feira de Artesanato e Gastronomia participarão artesãos, associações, autarquias, organismos oficiais e entidades privadas que se enquadrem nos objetivos da Feira.


Em Santarém, a 21 de Julho

CNEMA recebe I Concurso

Nacional de Gelados Artesanais e Tradicionais Portugueses O Centro Nacional de Exposições, em Santarém, vai ser palco da primeira edição do Concurso Nacional de Gelados Artesanais e Tradicionais Portugueses a 21 de Julho, evento que o CNEMA realiza em conjunto com a Qualifica/oriGIn Portugal. O objectivo principal desta iniciativa é premiar, promover, valorizar e divulgar os gelados artesanais e tradicionais, genuínos e exclusivamente produzidos em Portugal. O concurso de gelados artesanais e tradicionais pretende ser uma forma de

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motivar os produtores para continuarem a respeitar os modos de produção e o uso dos ingredientes tradicionais que permitem manter a qualidade, a genuinidade e a diferença dos gelados artesanais e tradicionais portugueses, além de divulgar os gelados artesanais e tradicionais portugueses. Esta prova enquadra-se no âmbito de um conjunto de iniciativas promovidas pelo CNEMA, onde se incluem diversos Concursos Nacionais.


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