JOTA VILANOVA
“Niggers was the ones on the rope, hanging off the thing; niggas is the ones with gold ropes, hanging out at clubs.” -TUPAC SHAKUR-
“I wanna be anarchy and I wanna be anarchy. Oh what a name! I wanna be an anarchist Get pissed! Destroy!” -SEX PISTOLS-
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JOTA VILANOVA 21 anos, Estudante do curso de Design da Universidade Federal de Pernambuco. Atua tanto na área gráfica quanto na de moda. Trabalha no Laboratório de Tipografia do Agreste(LTA), e já participou do núcleo de Cultura Pop do G-COMO: Grupo de Pesquisa em Consumo de Moda. Coordenado pela Profª Dra. Ana Paula de Miranda e o Profº Dr. Amilcar Bezerra. Participou dos desfiles da Passarela Fenearte junto com a UFPE durante dois anos consecutivos. Expôs suas peças na COMTEX (Feira de Componentes Têxteis) e na Revista Moda Agreste. Participou da equipe de Cool Hunters do site de moda e comportamento masculino Neonico. Caligrafia, Lettering, Tipografia e Ilustração andam juntos com sua paixão pelos tecidos, pela contracultura urbana e pelo consumo de moda.
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O PROJETO Este trabalho faz parte de um projeto de graduação que tem como objetivo criar uma coleção de produtos de vestuário com valor de moda. Essa coleção tem como base o hibridismo entre dois movimentos contraculturais urbanos: O Punk e o Hip Hop. Por que estudar esses dois movimentos? Diante dos acontecimentos mundiais e das revoltas populares, o inconsciente coletivo pede de volta o espírito de contracultura. As regras impostas pela cultura dominante já não são mais aceitas pelos oprimidos pela mesma. Corrupção, violência e hipocrisia reinam em todas as partes do mundo, mas os inconformados não estão mais calados. Da mesma maneira que o Punk mostrou a fossa da sociedade para o mundo na década de 70, e o Hip Hop jogou a realidade das periferias em todas as rádios e muros das cidades, a juventude de hoje não se cala diante dos abusos sociais e da intolerância. É o ciclo das mudanças renovando os valores do mundo em que vivemos.
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OS FUNDAMENTOS Dentro do arsenal conceitual levantado para a pesquisa, percebi as várias características que cada movimento possuía. Me propus a concentrar os valores de ambos os movimentos em apenas uma característica para cada um. Do Punk, resolvi usar o que denominei de “Desconstrução da Imagem Convencional”. Como o punk foi uma manifestação de contestação drástica, seus seguidores faziam de tudo para incomodar sua “plateia”. Suas roupas, sua maquiagem e seu comportamento eram tudo que a sociedade não estava acostumada a ver. Era um choque. Do Hip Hop identifiquei a “Resignificação do indivíduo negro dentro da sociedade”. O hip hop foi uma ferramenta importantíssima para que os negros ganhassem seu espaço de direito em um mundo dominado por brancos autoritários. As músicas e o rap que cantava a periferia e suas realidades abriram os olhos da sociedade. As festas propostas por Afrika Bambaataa tiravam os jovens da criminalidade e os fazia respirar arte. Hoje a cultura negra americana está sendo consumida massivamente.
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A NARRATIVA A coleção e o desfile contarão a trajetória de como o negro passou de escravo até chegar às posições de importância como magnata da indústria fonográfica e Presidente dos Estados Unidos. As correntes que antes os prendiam em navios com condições sub-humanas, hoje estão cheias de joias e marra. Para conseguir essa transição “os personagens” usarão o punk como linguagem de transgressão, libertação e ostentação. Se virar contra quem o oprimiu e ainda ser adorado por ele. Mostrar que um povo não pode ser subestimado. É sobre isso que essa coleção fala.
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A ATUALIDADE Ao longo da pesquisa, foi observado que o hip hop e o punk estão cada vez mais próximos. Se antes sua aproximação era apenas ideológica e contracultural, hoje, suas estéticas estão andando de mãos dadas. Um dos responsáveis por isso é o rapper Kanye West, que em seu último álbum Yeezus (Um trocadilho de seu apelido Yeezy com Jesus) traz um rap político, contestador e com uma sonoridade fora dos padrões convencionais com distorções, mudanças drásticas de ritmo e batidas muito intensas. Podemos considerar o Yeezus um álbum punk eletrônico, pois ele carrega a característica aqui levantada da desconstrução da imagem convencional. Artistas do mundo todo estão se apropriando da estética do punk e do hip hop, como os norte-coreanos G-Dragon e Taeyang e ao mesmo tempo o mundo se volta para a cultura afro-americana. Os negros são vistos como as pessoas descoladas, com atitude. Justin Bieber, Iggy Azalea e outros copiam o estilo de vida dos rappers. Fanpages do Facebook como a “Nigga High As Shit” retratam bem esse desejo por essa cultura.
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REFERÊNCIAS Durante a criação da coleção, tomei como referência os elementos de cada movimento e de que maneira ele é interpretado pelo público. Sadomasoquismo, a caligrafia, o grafitti, Fotografia, Bandas, ícones da cultura pop, frases e caos são os principais tópicos utilizados. Também levei em consideração a desconstrução de gênero, que ainda causa um certo impacto na nossa sociedade. Peças de roupa como Top Cropped, geralmente só são utilizadas por mulheres. Kilts, apesar de serem um item do vestuário masculino, ainda não é interpretado dessa maneira e gera incerteza em quem o observa. O visual do Bromley Contingent foi uma das fontes de referência principais. Artistas e famosos pertencentes aos movimentos são a maior menção imagética.
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LOOKS Com base em todo o referencial teórico, histórico e imagético, foi possível chegar a um padrão de linguagem que seria utilizado na criação dos looks. As correntes fazem referência tanto às grandes joias dos rappers, mas também àquelas que acorrentavam os escravos. A Caligrafia e o Lettering representam o Grafitti. A Transparência e a fluidez das capas simbolizam liberdade de. As tatuagens, a transgressão do corpo. A maquiagem faz referência ao ícone punk Suouxsie. O couro e as peças de sadomasoquismo simbolizam a sexualidade sempre presente em ambos os movimentos. As máscaras, os movimentos de rua, os Kilts e os top cropped ao discurso de gênero. O preto e o branco estão presentes para simbolizar a igualdade e a neutralidade, onde se tem o espaço vazio para preencher. Todos os elementos fazem referência às conquistas, as lutas e os objetivos dos movimentos urbanos de contracultura.
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ESTAMPAS As estampas são resultado de composições gráficas que fazem referência aos dois movimentos, tanto iconograficamente quanto textualmente. Podemos ver Queen Latifah, pioneira do rap feminino, trechos de músicas e personagens importantes para a cultura pop como Sid Vicious e a logo do RUN DMC que nos mostra uma fotografia do Bromley Contingent.
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FIM Obrigado pela atenção
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