Conferência Internacional
Ofender e Ser Ofendido 21 e 22 de Junho de 2007 Departamento de Línguas e Culturas Universidade de Aveiro
A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA NA PREVENÇÃO DE CONFLITOS NAS ESCOLAS José Paulo Rodrigues dos Santos mediadornaescola@gmail.com Licenciatura em Português e Francês (Universidade de Aveiro) Gestor de Projectos no Centro de Formação de Entre Paiva e Caima Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar Co-autor do blogue “CNV Comunicação Não-violenta”
http://comunicacaonaoviolenta.blogspot.com
Conferência Internacional Ofender e Ser Ofendido 21 e 22 de Junho de 2007 Departamento de Línguas e Culturas | Universidade de Aveiro
A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA NA PREVENÇÃO DE CONFLITOS NAS ESCOLAS José Paulo Rodrigues dos Santos | http://comunicacaonaoviolenta.blogspot.com
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Conflito é violência?
Definição de conflito oposição entre pessoas ou grupos, geradora de violência verbal ou física; embate de potências; oposição de ideias, sentimentos, interesses entre várias pessoas ou grupos; sobreposição ou disputa de áreas de autoridade; oposição vivida no íntimo de cada pessoa quer entre o seu saber e as informações novas, quer entre os seus desejos e os imperativos exteriores. Dicionário Verbo
Conflito e violência O conflito, em si, não é violento. A forma de resolver ou de exprimir o conflito é, ela sim, muitas vezes, violenta. A violência, subtil ou expressa, é uma consequência da rivalidade, da tensão, do desacordo entre os indivíduos.
Fúria/Raiva e violência A fúria é necessária, se não se centrar no outro e se for bem gerida em mim. Quando digo “umas quantas verdades” ao outro”, a comunicação inviabiliza-se, a tensão aumenta e, nessa altura, a violência verbal ou física podem despoletar-se. O conflito poderá então ser destruidor, se assentar no confronto com o outro e no domínio do outro.
A violência explode, quando a falta de respeito, a raiva ou ódio não controlados, a agressividade, a escalada de gestos e palavras combativos são demonstrados perante o nosso interlocutor. “a violência, interiorizada ou exteriorizada, é o resultado de uma falta de vocabulário; é a expressão de uma frustração que não encontra palavras para se exprimir” Thomas D’Ansembourg
“Acontece que, se nós mudarmos, o outro mudará também ou pelo menos haverá mais hipóteses de ele mudar; enquanto que se permanecermos inflexíveis, é muito provável que ele se mostre ainda mais inflexível.” Thomas D’Ansembourg
É fundamental procurar respostas urgentes para esta generalizada predisposição do ser humano em ultrapassar a perigosa barreira do mero conflito para a expressão violenta das suas palavras, dos seus gestos e atitudes.
Coabitação Fora ou dentro da escola, poderemos, então, aprender
a coabitar com o conflito de forma pacífica e humana,
respeitando o outro e estabelecendo uma comunicação sã. Tal como aprendemos, desde tenra idade, muito naturalmente, a caminhar e a falar, também é possível apropriarmo-nos da capacidade de gerir as nossas
emoções, as nossas necessidades e as daqueles com quem, diariamente, convivemos.
Somos todos pedagogos Todos passamos pela experiência de “ensinar” alguém no nosso percurso de vida. Os pais ensinam os filhos, um cônjuge ensina o outro, a irmã ensina o irmão, o patrão ensina o empregado, os professores ensinam os alunos, o treinador ensina o desportista, e vice-versa...
Porém, nem sempre alcançamos o resultado ou o sucesso desejados neste acto de “ensinar”. Para quem pretende transmitir uma ideia, uma informação, um conhecimento, uma experiência, pode ser frustrante não sentir aceitação por parte do discípulo, pois este deveria sentir-se reconhecido e grato, supostamente, pelo altruísmo, o desinteresse e a boa vontade do “pedagogo”.
A relação de qualidade entre o professor e o aluno depende mais, sobretudo, de “como” e “a quem” se ensina, do que o “o que” se ensina.
“What makes the difference between teaching that works and teaching that fails?... It is the quality of teacher-learner relationship that is crucial” Thomas Gordon, 2002
Para que o professor se torne eficiente na ligação que estabelece e construa pontes com o seu aluno, precisa de dominar competências de comunicação apropriadas, ou seja, necessita de conhecer e aplicar
técnicas e métodos de comunicação que lhe permitam dialogar com mais eficácia, dando também mais significado a conceitos como “respeito pelos interesses do aluno”, “educação dos afectos”, “liberdade de aprender”, “bom clima de sala de aula”, “construção do conhecimento”, “autonomia na aprendizagem”, etc.
O conflito existe na escola? Ao longo das últimas décadas, temos assistido à mudança vertiginosa da sociedade. Aproveitando as palavras de Jean François Six, uma personalidade marcante na difusão da mediação em França, perante a “transformação da família, a crescente laicização da sociedade e o primado do individualismo e do imediatismo instalados na sociedade global”, dificilmente a escola consegue manter-se à margem destas mutações.
Neste micromeio que é a escola, espelham-se inúmeros condicionalismos exógenos à organização, tais como • necessidades básicas insatisfeitas, • dificuldades sócio-económicas, • questões culturais, políticas e religiosas, • problemas familiares, etc. Cumulativamente, outros agentes endógenos, como • o clima institucional, • as atitudes dominantes, • os relacionamentos entre as pessoas, por exemplo,
contribuem para a existência do conflito.
Neste micromeio, professores, alunos, pais, funcionários e elementos da gestão coabitam,
reproduzindo comportamentos, atitudes e linguagens similares às que utilizam fora do espaço escolar.
Há regulamentos, normas, regimes disciplinares sancionatórios e punitivos que regem o funcionamento da instituição, com o intuito de manter a ordem. Tudo vem de “cima para baixo”. A tutela legisla, regulamenta, impõe; os serviços regionais de educação mandam executar; os órgãos de gestão, professores e alunos executam, por vezes, repressivamente!
Estar na escola é para muitos, alunos e professores, uma obrigação!
Tal como na maior parte das organizações e instituições, as escolas seguem o modelo impositivo, num esquema hierárquico, mais ou menos autoritário e burocrático.
“Nous avons appris à faire les choses para devoir. Mais ce n’est pas la bonne manière, car le devoir n’est pas un besoin naturel”. Marshall Rosenberg (2005)
No modelo que actualmente temos em grande parte das escolas, pouca margem existe para a liberdade e a comunicação humana autênticas.
Na ausência de modelos próprios de prevenção e de resolução de conflitos adequados e ajustados à especificidade de cada comunidade educativa, os actores educativos vêem-se limitados a cumprir escrupulosa e rigorosamente as directivas administrativas emanadas superiormente.
Aqueles que desejam intervir de modo diferente, no sentido de melhorar as relações interpessoais, de mudar padrões educacionais e de participar activamente na melhoria da qualidade de vida de todos, acabam por não sentir o apoio, o incentivo e o acolhimento necessários para inverterem o paradigma vigente.
Apesar das famílias e dos docentes reconhecerem que o
modelo autoritário não resulta com as crianças e jovens, persiste-se na manutenção desta conduta, a nosso ver, por desconhecimento ou dificuldade em encontrar soluções alternativas globais que passem pela negociação e a colaboração.
Do nosso ponto de vista, na sala de aula, o modelo colaborativo raramente é aplicado, devido: • aos extensos programas que obrigam os docentes a dar muito mais destaque ao domínio cognitivo; • à pressão exercida sobre estes por causa de exames nacionais; • ao elevado número de alunos por turma; • à ausência de momentos e tempos dedicados à partilha, à criatividade, à abertura, ao debate de ideias; • ao modelo tradicional enraizado...
“Para que a indisciplina não brote quase por geração espontânea, é útil que o professor tenha bem presente a importância dos aspectos relacionais com os seus alunos. Se o professor continuar a valorizar apenas a sua função de instrução (transmitir conhecimentos), é mais provável que conflitos disciplinares apareçam”. Daniel Sampaio
Devido à cultura individualista enraizada (cada um prepara as suas aulas e só o professor sabe o que se passa dentro da sua sala de aula), também os professores revelam grande dificuldade em estabelecer um diálogo comunicacional colaborativo. São poucos os grupos no interior da escola a desenvolver um trabalho assente na resolução de problemas comuns em conjunto. Os actores da comunidade educativa tendem a manter uma comunicação distante e superficial, evitando o conflito, reprimindo-o, embora possam senti-lo latente.
Quando um professor ousa dar destaque a modelos pedagógicos de autonomia e participação, recorrendo ao diálogo transformador com os colegas ou os alunos, com imensa leveza incorre no risco de ser rotulado de “lírico”, “idealista”, “só vive para a escola e não sabe fazer mais nada”, “pensa que é melhor que os outros”…
Na verdade, há muitos professores que gostariam de mudar as suas práticas. Outros, a muito custo (porque sozinhos), vão tentando “remar contra a maré”...
Há factores que de imediato são evidenciados, inviabilizando a aplicação do modelo colaborativo e de uma nova abordagem comunicativa: • exige muito mais tempo e disponibilidade do docente, o que o obrigaria a abdicar de outras necessidades, nomeadamente, as pessoais; • não é mais reconhecido e valorizado pelos pares, pelos pais e pela comunidade escolar, onde parece imperar o modelo tradicional; • não “ganha” mais por isso; • a manutenção do esquema autoritário e burocrático evita muito mais o conflito; não põe em causa a autoridade do professor; • exige mais responsabilidade; • na opinião dos pais, alunos, e até de alguns colegas, “isso não é dar matéria!”
O conflito existe, de facto, na escola.
É fundamental que enfrentemos esta realidade e mostremos vontade em munir-nos de estratégias para geri-lo harmoniosa e positivamente, antes que assistamos, “com a cabeça na areia”, a uma escalada de violência dentro e fora da escola.
Como comunicamos na família e na escola? Supostamente, a escola deveria ser, a seguir à família, um dos lugares onde aprendemos a comunicar, ou melhor, onde estabelecemos relações interpessoais através da linguagem. A capacidade de exprimirmos necessidades nasce connosco, manifestando-se logo nos primeiros dias de vida. Choramos, porque queremos o nosso biberão. Gritamos, porque temos frio ou calor ou dor. Rimos naturalmente, porque estamos contentes. Fazemos birras, porque precisamos de atenção da mamã ou do papá.
Logo que os pais consideram que um filho compreende minimamente as suas mensagens verbais e não verbais, inicia-se um processo de inibição dos desejos, dos interesses, das necessidades da criança, de forma, muitas vezes, involuntária e inconsciente: “Não faças isso…” “Não chores!” “Deixa-te de birras!” “Pára com isso!” “Não sejas assim!” “Olha que eu chamo o Sr. Polícia…” etc., etc., etc.
Os adultos vão, assim, estabelecendo convenções, normas, padrões de comportamento, regras e juízos de valor intimidativos da livre expressão de sentimentos e necessidades dos seus educandos. À medida que vão crescendo, os adultos certificam-se que estes “apreenderam” todas as normas e padrões da sociedade. Caso contrário, correrão o risco de vir a ser rotulados de: “pieguinhas”; “marginal”; “rebelde”; “mal-educado”; “insolente”...
Ao longo do nosso percurso de vida, vamos assimilando modelos comportamentais veiculados pela sociedade em que vivemos. Caso o jovem trace um percurso pessoal diferente, rapidamente se depara com conselhos, advertĂŞncias, previsĂľes negativas sobre o seu futuro, seja da famĂlia, seja dos professores.
Somos tentados a limar, a corrigir o “errado”, a indicar o “certo”, a apontar o “bom” e o “mau”, pois, supostamente, somos grandes autoridades, mestres nessa matéria, em vez de criarmos condições favoráveis para que cada criança, cada jovem desenvolva a sua capacidade de conservar a sua integridade pessoal.
Voilà ce que nous devons apporter à nos enfants (…) : développer leur capacité à conserver leur intégrité personnelle, quelles que soient les structures dans lesquelles ils vont devoir évoluer para la suite. Marshall Rosenberg
Quando confrontados com uma atitude menos convencional ou inadequada por parte da criança ou do jovem, geralmente, os educadores avançam com medidas punitivas ou sancionatórias e até mesmo com a força física: “Queres levar, é?”; “Vai para o teu quarto já!”; “Vai para a rua! Sai da sala!”; “Vou chamar o conselho executivo!”; “Dá-me a tua caderneta! O teu pai vai ser informado disto!”, etc.
Interrogamo-nos: HaverĂĄ aqui lugar para a
empatia?
É este modelo comunicacional que deveremos continuar a perpetuar com as nossas crianças e os nossos jovens?
Ao exercermos este tipo de autoridade, conseguimos “resolver” o conflito, mas não estaremos a usar o medo, a culpa, a humilhação e a vergonha como ferramentas para se obter o que se quer?
E o que desejam, afinal, o pai ou o professor? Muitas das vezes, não mais do que demonstrar a sua autoridade ou, então, evitar confrontar-se com uma opinião contrária àquela que, para si, é indiscutível, sem abertura a qualquer negociação.
É perante a constatação da existência de conflito e da necessidade da sua resolução positiva na escola que os professores poderão ver, neste momento, uma oportunidade de mudar, de crescer e de poder aumentar o seu grau de envolvimento e motivação.
Ameaça
Responsabilização Comunicação
Castigo
Consciencialização
Defesa
Escuta
Acusação Humilhação
VERSUS
Autenticidade Verdade
Autoritarismo
Empatia
Culpabilização
Resolução do conflito
Juízos de valor Punição Violência Falta de escolha
Possibilidade de escolha Satisfação de necessidades
Inteligência Emocional
Inteligência Intelectual
Exigência
Crescimento pessoal Paz
Com frequência, não reconhecemos nossa a violência porque somos ignorantes a respeito dela. Presumimos que não somos violentos porque a nossa visão de violência é aquela de brigar, matar, espancar e guerrear – o tipo de coisa que os indivíduos comuns não fazem. A não-violência não é uma estratégia que se possa utilizar hoje e descartar amanhã, nem é algo que nos torne dóceis ou facilmente influenciáveis. Trata-se, isso sim, de inculcar atitudes positivas em lugar das atitudes negativas que nos dominam. Arun Gandhi
Marshall Rosenberg Cresceu em Detroit, uma das cidades mais violentas dos Estados Unidos. Em 1961, conclui o seu doutoramento em psicologia clínica. Inicia, nos Anos 60, a implantação da Comunicação Não Violenta. Em 1984, cria o Center for Nonviolent Communication (CNVC), na Califórnia, uma organização internacional sem fins lucrativos e publica várias obras pedagógicas sobre a temática.
Os quatro componentes do modelo da Comunicação Não Violenta (CNV) 1. observação 2. sentimento 3. necessidades 4. pedido
O processo da CNV 1. observo as acções concretas que me afectam 2. como me sinto relativamente ao que observo 3. as necessidades, valores, desejos, etc. que geram os meus sentimentos 4. as acções concretas que peço para enriquecer a minha vida
A CNV aplica-se eficazmente a todos os níveis de comunicação e a diversas situações • Escolas • Famílias • Relacionamentos íntimos • Organizações e instituições • Terapia e aconselhamento • Negociações comerciais • Disputas e conflitos diversos
É possível realizar todas as quatro componentes sem pronunciar uma só palavra. A essência da Comunicação Não Violenta está na minha consciência dos quatro componentes, não nas palavras que efectivamente são trocadas.
De acordo com Marshall Rosenberg, com muita frequência, negamos a responsabilidade dos nossos actos, quando os atribuímos, por exemplo: • a acções do outros (“Mandei-o sair da sala, porque não se calava!”); • a políticas, regras e regulamentos institucionais (“Ficas suspenso 3 dias, conforme manda o procedimento disciplinar do estudante”); • a papéis determinados pelo sexo, idade e posição social (“Não gosto de aplicar castigos, mas eles têm de saber que sou eu que mando e não admito falta de respeito!”)…
As ilustrações de Thomas D’Ansembourg - 1
As ilustrações de Thomas D’Ansembourg - 2
As ilustrações de Thomas D’Ansembourg - 3
As ilustrações de Thomas D’Ansembourg - 4
A minha necessidade Pretendemos uma cultura da responsabilidade e não da (auto)vitimização de cada um dos actores educativos; uma educação da auto-estima, trabalhando as perdas e as frustrações e elogiando antes de criticar; uma educação capaz de ensinar a lidar com as dificuldades, os conflitos, as contradições e os desafios.
A paz também se aprende? Aprendemos por imitação. As palavras, os gestos, os comportamentos, as atitudes são apreendidas pelos nossos filhos, no seio familiar, na escola, no convívio com os amigos e os colegas. Se ensinarmos aos nossos filhos que é a bater nas pessoas que nos defendemos, temos fortes possibilidades de assistir, mais tarde, ao mesmo comportamento por si reproduzido... Se, continuamente, com veemente autoritarismo, silenciarmos ou cercearmos a liberdade de expressão dos seus sentimentos e das suas necessidades, é provável que assistamos à repetição desta minha atitude.
Como pedagogos, sejamos pais, educadores ou professores, devemos esforçar-nos por favorecer a responsabilidade e não a disciplina, a solidariedade em vez da rivalidade, a empatia em detrimento da indiferença e do desprezo, a autonomia ao invés da submissão. Nesta cultura da competição, onde uns perdem e outros ganham, uns saem vencedores e outros derrotados, uns mandam e outros obedecem, devemos eleger a partilha e a cooperação como forças capazes de mudar esta crescente tendência ameaçadora para as actuais gerações e as vindouras. Com esforço e persistência, auxiliando-nos de métodos e técnicas de comunicação adequadas, tomaremos consciência da nossa forma de pensar e de agir e regularemos a nossa postura perante nós próprios e os outros.
A educação para a paz aprende-se. A paz cultiva-se. A paz ensina-se para se tornar num håbito, num costume, numa cultura, numa necessidade absoluta...
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::Bibliografia CURY, Augusto (2004). Pais Brilhantes, Professores Fascinantes, Cascais, Pergaminho CURY, Augusto (2006). Filhos Brilhantes, Alunos Fascinantes, Cascais, Pergaminho D’ANSEMBOURG, Thomas (2003). Seja Verdadeiro, Lisboa, Ésquilo GARNER, Alen (1997). Conversationally Speaking (3ª ed). Los Angeles: Lowell House. LAMA, Dalai (2001). Ética para o Novo Milénio, Lisboa, Editorial Presença LEU, Lucy (2005). Manuel de Communication Non Violente, Paris, La Découverte RIBBENS, Geoff e THOMPSON, Richard (2000). Understanding Body Language in a Week. Oxon: Hodder & Stoughton. ROSENBERG, Marshall (2006). Dénouer les conflits para la Communication Non Violente, Entretiens avec Gabriele Seils, Éditions Jouvence ROSENBERG, Marshall (2006). Comunicação Não-Violenta – técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais, São Paulo, Brasil, Editora Agora SALOMÉ, Jacques (2003). A Coragem de Ser Autêntico, Lisboa, Esquilo SAMPAIO, Daniel. Indisciplina: Um Signo Geracional?, Colecção Cadernos de Organização e Gestão Curricular, Instituto de Inovação Educacional Foram ainda consultados todos os documentos facultados no âmbito do Curso de Especialização em Medicação de Conflitos em Contexto Escolar – Universidade Lusófona - 2006
::Sitografia Thomas D’Ansembourg http://www.thomasdansembourg.com/ Centro de Comunicação Não-Violenta http://www.cnvc.org/ NVC Europa http://www.nvc-europe.org/ Programação Neuro-linguística http://pnl-portugal.blogspot.com/ Pierre Weil http://www.pierreweil.pro.br/ Instituto Gandhi http://www.gandhiinstitute.org/index.cfm Jean-Pierre BONAFE-SCHMITT http://www.reds.msh-paris.fr/publications/revue/html/ds029/ds029-01.htm O que é a mediação? Jean-Louis Lascoux escreveu no Mediatoroscope http://www.mediatoroscope.com/ http://www.forum-mediacao.net/module2display.asp?id=39&page=1 Jacques Salomé http://www.j-salome.com Gordon Training http://www.gordontraining.com/ Ser Professor no Novo Milénio Alzira Simões; Jornal "a Página" , ano 12, nº 125, Julho 2003, p. 40. http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=2591 IMAGES.COM http://www.images.com
::Legislação Lei de Bases do Sistema Educativo - Versão nova Consolidada - 30/08/2005 http://www.fenprof.pt/?aba=27&cat=84&doc=1174&mid=115 Estatuto do Aluno do Ensino Não Superior - Lei n.º 30/2002, de 20 de Dezembro http://www.confap.pt/desenv_noticias.php?ntid=130 Programa Escola Segura Despacho conjunto n.º 105-A/2005, de 2 de Fevereiro http://www.confap.pt/desenv_noticias.php?ntid=291
::Filmes e documentรกrios What the Bleep Do We know? http://www.whatthebleep.com/
The Secret http://www.thesecret.tv Guerre et Paix dans le Couple http://www.cinergie.be/endvd.php?action=display&id=138
Agradecimentos: Universidade de Aveiro Universidade Lusófona do Porto (Prof. Elisabete Pinto da Costa) Thomas D’Ansembourg Marshall Rosenberg Jacques Salomé Sónia Sousa Pereira Ilda Fontoura
...e, em especial, às minhas filhas Sofia e Sara, acreditando num presente e num futuro melhores; ...e à minha esposa, Rita, que me acompanha neste crescimento pessoal.
Curso de Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA NA ESCOLA
José Paulo Santos mediadornaescola@gmail.com Março 2008
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Introdução a) A Comunicação violenta b) A Comunicação Não violenta
O processo 1. Observar 2. Identificar e exprimir emoções 3. Identificar e exprimir necessidades 4. Fazer o pedido 5. Escutar e compreender o outro com empatia
Realização de exercícios práticos e momentos de reflexão
José Paulo Santos mediadornaescola@gmail.com Março 2008
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A comunicação é importante no dia-a-dia. Com a Internet, as fronteiras quebraram-se, comunica-se mais e mais depressa. Estando em minha casa, posso estabelecer contacto com alguém no Japão, na Austrália, em África ou nos Estados Unidos, seja via teclado, por voz ou até com suporte de vídeo…
A questão é:
estabelecemos mesmo uma verdadeira comunicação?
José Paulo Santos mediadornaescola@gmail.com Março 2008
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Apesar da total abertura para o mundo, muitas vezes estamos afastados daqueles que nos rodeiam: pais, filhos, marido ou esposa, amigos… Quantas vezes dissemos ou ouvimos dizer: “Dei-lhe tanto e vê como me agradece…” “Ajudei esta gente e só souberam aproveitar-se de mim!” “Estou farta de repetir a mesma coisa e ele não entende!” Este tipo de diálogo revela carências na nossa comunicação.
Como chegámos a este estado? A pouco e pouco fomos perdendo o sentido das nossas necessidades. Não sabemos exprimir os nossos sentimentos. Exigimos e não sabemos pedir. Não nos ligamos aos outros, porque estamos desligados de nós mesmos. Estamos insatisfeitos, frustrados, em permanente conflito interno.
Tornamo-nos, então, violentos! José Paulo Santos mediadornaescola@gmail.com Março 2008
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O que significa “Comunicar”? - Trocar - Transmitir - Dar - Estar aberto para - Confiar - Estar ligado a
Comunicar implica estar ligado a outra pessoa; implica uma partilha entre as partes
José Paulo Santos mediadornaescola@gmail.com Março 2008
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Porém, na maior parte das vezes, adoptamos ma linguagem e uma atitude violenta: - achamos que o comportamento do outro pode afectar, controlar, determinar as nossas emoções; - negamos a responsabilidade das nossas acções e reacções; - As expressões “Eu tenho de…”, “Eu devo…” ajudam-se a afastar a responsabilidade dos nossos actos; -Somos motivados pela culpa e temos o hábito de nos sujeitar às ameaças/exigências dos outros ou qualquer outra forma de manipulação; - Usamos uma linguagem analítica e moralizadora que veicula juízos de valor; - Não sabemos exprimir os nossos sentimentos; não possuimos vocabulário suficiente para descrever o que se passa dentro de nós. José Paulo Santos mediadornaescola@gmail.com Março 2008
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Porém, na maior parte das vezes, adoptamos ma linguagem e uma atitude violenta: - achamos que o comportamento do outro pode afectar, controlar, determinar as nossas emoções; - negamos a responsabilidade das nossas acções e reacções; - As expressões “Eu tenho de…”, “Eu devo…” ajudam-se a afastar a responsabilidade dos nossos actos; -Somos motivados pela culpa e temos o hábito de nos sujeitar às ameaças/exigências dos outros ou qualquer outra forma de manipulação; - Usamos uma linguagem analítica e moralizadora que veicula juízos de valor; - Não sabemos exprimir os nossos sentimentos; não possuimos vocabulário suficiente para descrever o que se passa dentro de nós. José Paulo Santos mediadornaescola@gmail.com Março 2008
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Resultado: - Afastamos o outro de nós; -Não ajudamos o outro a respeitar-nos, levando-o a agir por medo, por constrangimento, por baixa auto-estima…
Motivos: -Sempre agimos assim e não sabemos como fazer de outra forma para atingir os nossos objectivos; - Estamos sujeitos a comportamento compulsivos aos quais dificilmente resistimos; - Estamos convictos que a nossa forma de ver e de agir é a correcta: possuimos a razão. Gastamos muita energia a lutar contra a dor criada pela violência e comportamentos agressivos e destruidores. José Paulo Santos mediadornaescola@gmail.com Março 2008
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A Comunicação Não Violenta O acto de comunicar é, por si só, uma necessidade fundamental para a qualidade da existência do indivíduo. A CNV dá-nos as ferramentas, os recursos para responder a essa necessidade e ensina-nos como construir e melhorar a nossa relação com o outro.
José Paulo Santos mediadornaescola@gmail.com Março 2008
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1. Observar sem julgar Descrever factos tal como são, sem estabelecer comparações, juízos ou avaliações. Ex: És mentiroso! (Estaremos dispostos a escutar o outro?) Estamos a formular uma opinião sobre o mérito, o valor da outra pessoa. Consequência: O outro fecha-se, coloca-se numa posição defensiva e não partilha.
José Paulo Santos mediadornaescola@gmail.com Março 2008
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1. Aprender a identificar e a exprimir emoções Que emoções são desencadeadas: medo, fúria, entusiasmo, desejo, pena, curiosidade, na nossa interacção com o outro?
José Paulo Santos mediadornaescola@gmail.com Março 2008
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1. Fazer um pedido Que acções ou comportamento ou atitude desejo cumprir ou fazer com que o outro cumpra?
José Paulo Santos mediadornaescola@gmail.com Março 2008
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Diálogo interior ritmado do processo da CNV • “Como estou ou como me sinto…” • “O que desejo, preciso ou necessito…” • “Como estás ou como te sentes…” • “O que desejas, precisas ou necessitas…” Como me sinto agora
Tudo assenta na forma como comunicamos um com o outro e na fomos como nos escutamos.
José Paulo Santos mediadornaescola@gmail.com Março 2008