O “Projeto Inquilino” é um conjunto de ocupações urbanas; um projeto de intervenção centrado no deslocamento das relações perceptivas, na dualidade entre ausência e presença. Seu campo de ação é a cidade, ou podemos dizer: espaços fora do chamado cubo branco das galerias e dos circuitos oficiais da arte. Como tal, caracteriza-se como instalação do tipo site-specific art e, mais propriamente de uma intervenção urbana em um local determinado.
Nessa proposta de Julio Tigre é fundamental a compreensão do que definimos como sendo “ateliê no campo ampliado”. Para ele, o lugar da produção da obra é um locus de vivência urbana que deve ser operado pelos sentidos do público; tal proposição transcende não só a ideia de ateliê como espaço do provisório, mas (re)opera-o como espaço de mediações sensíveis. Assim, ocupar essas casas invisíveis aos sentidos é esvaziá-las do próprio processo de esquecimento e abandono do Centro de Vitória.