INTERVENÇÃO URBANA BAIXADA DE JACAREPAGUA

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INTERVENÇÃO URBANA Uma Alternativa Democrática, Isotrópica e Sustentável para a baixada de Jacarepaguá

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO Disciplina: Urbanismo III Professor: Vinicius Mattos Turma: 1002 – Quinta Manhã


INTRODUÇÃO Para facilitar sua fixação no ambiente o homem modifica a paisagem através da urbanização: criando infraestruturas de consumo coletivo e bens de serviço que amparam e qualificam a ocupação humana (PIMENTA, 2009), reordenando o espaço geográfico. No Brasil, o processo de urbanização teve seu “boom” com o desenvolvimento da indústria, em meados do século XX. Com o aumento da produção industrial as cidades se tornaram mais atrativas e passaram a receber de forma acelerada grande contingente populacional. Em poucas décadas o espaço geográfico nacional foi rapidamente transformado (CAMARGO, 2009). Um problema recorrente da urbanização é o crescimento desordenado que acontece quando o desenvolvimento de infraestruturas urbanas não evolui junto com o crescimento da população. Este, por muitas vezes, é a causa primaria de uma série de situações negativas como a falta de saneamento, transportes, segurança e serviços, que junto aos conflitos sociais geram a degradação dos ambientes naturais. Para isso, somente através de políticas públicas e articulações entre diversos seguimentos da sociedade é que será possível sanar as dificuldades encontradas pelo homem contemporâneo, tais como lidar com as demandas do crescimento e revitalização ambiental do meio urbano, visando a tão esperada sustentabilidade (HOGAN; JUNIOR, 2005). Em favor da urbanização a cidade do Rio de Janeiro sempre avançou pelos vales, planícies, mangues, colinas, brejos e até fazendo recuar a linha do mar (AMADOR, 1997). E com o processo de apropriação dos espaços municipais emergiram conflitos de uso dos solos que levaram a irregularidades fundiárias e de degradação ambiental. No decorrer histórico dos problemas oriundos dessa ocupação a cidade lançou mão de políticas de urbanização como a Reforma Passos, Plano Agache e Plano Doxiadis, mas os problemas se perpetuaram na medida em que o município se expandia.


Projetos de urbanização para Baixada de Jacarepaguá passaram a ser elaborados a partir de 1960, quando diante do crescimento populacional da cidade, o poder público passou a incentivar o avanço da ocupação urbana pra a zona oeste. Porem, ao estudar o processo de urbanização da Baixada de Jacarepaguá e confronta-las com a realidade observa-se que várias de suas diretrizes não foram respeitadas: a implantação de infraestrutura urbana não acompanhou o crescimento populacional local gerando conflitos sobre as formas de ocupação e uso da terra e de degradação ambiental. Segundo Carvalho (2013, p. 19): Mais recentemente, os terrenos no entorno das lagoas de Jacarepaguá tem ganhando mais visibilidade, pois além de possuir localização privilegiada (próximo ao mar), concentram boa parte dos espaços vazios do município, disponíveis para abrigar parte dos equipamentos previstos para os eventos esportivos mundiais, os quais a cidade do Rio de Janeiro sediará: a Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas (2016). Com isso, caso não haja uma intervenção política para ordenar e gerenciar a ocupação e uso dos solos, os problemas oriundos da degradação do ambiente lagunar vão se agravar e poderão repercutir na população local (CARVALHO, 2013, p. 19).

Verifica-se, portanto a emergência de se reordenar as formas de ocupação e uso dos solos da Baixada de Jacarepaguá, agora não só mais por ser este um dever político para com a população, mas também devido à tendência de expansão dos investimentos econômicos privados (nacionais e internacionais) voltados para o município do Rio de Janeiro, em especial para essa área da cidade. Assim, objetivo do trabalho é estudar o processo de urbanização local a partir de 1960 e seu desdobramento nas condições ambientais da Baixada de Jacarepaguá em especial no conjunto lagunar local, no intuito de contribuir para o melhor entendimento das relações existentes entre as formas de ocupação e a degradação de ambientes naturais inseridos no espaço urbano.


SÚMARIO INTRODUÇÃO…………………......................................02 PREMISSAS …………………........................................04

DIAGNÓSTICO URBANO

LOCALIZAÇÃO………………….....................................08 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO……………………….……….09 ASPECTOS……………………………………….…........10 – 16

3.1 CACARETRIZAÇÃO DO TERRENO 3.2 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO 3.3. HIDROGRAFIA 3.4 MORFOLOGIA 3.5 MERCADO IMOBILIARIO 3.6 MOBILIDADE

DIRETRIZES E ESTRATÉGICAS………………..….....17 - 32 ZONEAMENTO………………………………………......33 - 36




DIAGNÓSTICOS URBANO


PREMISSAS A oferta de moradia digna, o acesso ao transporte público de qualidade e a preservação do meio ambiente, são algumas premissas que nortearão esse projeto, com o objetivo de promover melhorias no plano de urbanização da Baixada de Jacarepaguá, zona oeste municipal. Isso porque, apesar de serem direitos de qualquer indivíduo, é possível perceber o não cumprimento dos mesmos e seus desdobramentos para o ambiente (natural e social).




LOCALIZAÇÃO


LOCALIZAÇÃO A Baixada de Jacarepaguá é uma planície costeira localizada na zona oeste do município do Rio de Janeiro, entre os maciços costeiros da Tijuca e Pedra Branca, e limita-se ao sul pelo Oceano Atlântico (MARQUES, 1984; WEBER, 2001).

Localização da Baixada de Jacarepaguá no município do Rio de Janeiro. Imagem ortorretificada. Fonte: Alterado do Google Earth (2013).

O município do Rio é a 2° maior metrópole do Brasil , ficando atrás apenas do estado de São Paulo e o 6° na américa latina com seus mais de 43.780,172km² e com população estimada em 2017 com mais de 17 milhões de habitantes.


A Baixada de Jacarepaguá é composta pelos seguintes bairros: Anil, Barra da Tijuca, Camorim, Cidade de Deus, Curicica, Freguesia, Gardenia Azul, Pechincha, Praça Seca, Recreio dos Bandeirantes, Rio das Pedras, Tanque, Taquara, Vargem Pequena, Vargem Grande e Vila Valqueire.

Bairros da Baixada de Jacarepaguá. Fonte: http://ihja.blogspot.com/2010/06/baixada-de-jacarepagua-e-composta-pelos_25.html

Segundo Cabral (1979), a área da baixada de Jacarepaguá abrange uma área de 102 km², dos quais 89 km² correspondem à terra firme e 13 km² são ocupados por lagunas, e podem-se considerar dois tipos de materiais depositados na área: continentais e marinhos, como regolitos, coluviões, restingas, eluviões e turfeiras, por exemplo (Silva, 2010).


HISTÓRIA E EVOLUÇÃO A Baixada de Jacarepaguá era originalmente uma imensa região de restinga, propícia à criação de gado bovino, equino, suíno, caprino e bufalino. Como realmente se deu ao longo de mais de 4 séculos de história, pois a área é ocupada por essas e outras atividades desde o século XVII, com a criação da Freguesia de Nossa Senhora do Loreto e Santo Antônio de Jacarepaguá (1661), a 4ª freguesia da cidade e 1ª na então zona rural (atual Zona Oeste).

Evolução da ocupação do entorno do Complexo Lagunar de Jacarepaguá (Castro e Custódio, 2005 e Google Earth, 2011).


A sequencia de imagens mostra como em 50 anos temos a evolução de uma área sem nada, para uma área bem ocupada. Em 1969, o arquiteto Lucio Costa é convidado a preparar o plano para a Barra da Tijuca e a Baixada de Jacarepaguá, uma área de expansão da cidade do Rio de Janeiro. Em 1974, no Governo Chagas Freitas é concluído o Elevado do Joá, elemento importante dentro do complexo viário que viabiliza a ocupação da região como extensão da Zona Sul da cidade. Com isso, a partir da segunda metade da década de 70, são construídos diversos empreendimentos imobiliários em que se destacam os condomínios privados, que dão origem a um novo conceito de moradia, associando residências a serviços e lazer. Nos anos 80, surgem empreendimentos destinados à atividade comercial, de serviços e de lazer, fora dos limites dos condomínios privados, observando-se, ainda, a construção de um expressivo número de unidades residenciais multifamiliares de menor porte. Destaca-se, principalmente, o surgimento dos apart-hotéis ou hotéis-residência, edificações que mesclam os usos residencial e turístico, empreendimento que atrai particularmente o setor imobiliário. Em 1994, por ocasião da comemoração dos 25 anos de criação do Plano Piloto, o urbanista faz uma avaliação da evolução do plano e de sua polêmica implementação: “O plano foi uma concepção pessoal para a ocupação racional daquela área. Eu não contemplava, por exemplo, essa ideia da falta de convivência entre os moradores de cada condomínio.” (...)“Nem tenho lembrança de ter sido o criador deste projeto. Ele nasceu como um belo filho, muito elogiado e sempre querido. Depois cresceu e sumiu no mundo. A única certeza urbanística é a de que as coisas nunca ocorrem como planejadas”. (Costa, 1994) Com isso, chegamos a conclusão que a ocupação dessa área não ocorreu como deveria e mesmo se tivesse seguido a risca o Plano de Lucio, ainda existiriam falhas de um pensamento que deveria ter obtido mais estudo e embasamento. Não é diferente a questão da habitação para a população de baixa renda, que ao longo do tempo, se transforma num dos pontos fracos e objeto de críticas ao processo de implantação do Plano Piloto.



ASPECTOS


1 - CARACTERIZAÇÃO TERRENO

A Baixada de Jacarepaguá é uma planície costeira localizada na zona oeste do município do Rio de Janeiro, entre os maciços costeiros da Tijuca e Pedra Branca, e limita-se ao sul pelo Oceano Atlântico (MARQUES, 1984; WEBER, 2001). A região possui especificidades físicas e biológicas por ser ambiente de transição entre o ecossistema marinho e terrestre, sendo caracterizada geomorfologicamente como uma planície costeira com a predominância de terrenos sedimentares e alagadiços onde se localiza o complexo lagunar de Jacarepaguá formado pelas lagoas de Jacarepaguá, Camorim, Tijuca, Marapendi e Lagoinha. Os rios que nascem nas áreas elevadas desses dois maciços, eles vão indo em direção a uma planície e vão depositando seus resíduos no caminho, formando essa planície caracterizada como afluvial. Esses rios desaguam no complexo lagunar da baixada de Jacarepaguá, formada pelas lagoas da Tijuca, Camorim, Jacarepaguá, Marapendi e Lagoinha.

Mapa de Localização com indicação dos maciços e bacias de drenagem (Prefeitura do Rio de Janeiro, 2011).


REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA FORMAÇÃO DA BAIXADA DE JACAREPAGUÁ E DE SUAS RESTINGAS, INTERNA E EXTERNA (MODIFICADO DE CABRAL, 1979).

Essa sequencia de imagens representa um diagrama da caracterização do terreno. Ele mostra como o solo sedimentar da baixada foi sendo acumulado pela influência marítima sobre os maciços pré-existentes. Essa condição geológica específica que é uma área sedimentada tem como característica um solo mais instável, o que mostra uma controvérsia ao analisarmos a verticalização da maioria dos edifício da Baixada. Isso afirma que o Plano de Lucio não foi bem pensado como já havíamos comentado.


2 - CARACTERIZAÇÃO POPULAÇÃO Com o passar dos anos um fenômeno urbano se tornou evidente: o “inchaço” urbano. Com a hipertrofia e a supervalorização da Zona Sul, novas áreas foram requisitadas. Trata-se da área a qual a presente dissertação introduz o seu recorte espacial, o Complexo Lagunar da Baixada de Jacarepaguá. (Abreu, 2006; Ribeiro, 1997). A baixada de Jacarepaguá vem sofrendo nas últimas décadas um grande crescimento populacional, como apontado pelos dados do Instituto Pereira Passos (IPP). No Censo de 2010, o total de habitantes de sua população era de 909.368, no Censo de 2000, o total de habitantes de sua população era de 682.051, e no Censo de 1960 sua população chegou à 166.592, ou seja, sua população cresceu surpreendentemente em 50 anos, como pode ser observado na Tabela abaixo. TABELA 1 – COMPARATIVO DO CRESCIMENTO POPULACIONAL ENTRE A CIDADE DO RIO DE JANEIRO E OS BAIRROS DE JACAREPAGUÁ E BARRA DA TIJUCA (MODIFICADO DE IPP, 2011).

Esse crescimento acelerado da população faz com que as infraestruturas urbanas não acompanhem esse crescimento, assim emergindo uma série de problemas, como a falta de saneamento, transportes, segurança e serviços.


MAPA DE DENSIDADE POPULACIONAL

PESSOAS RESIDENTES POR HECTARE POR BAIRROS

FONTE: https://planodiretor-pcrj.hub.arcgis.com/pages/texto-cmrj

O mapa acima mostra que apesar do alto crescimento populacional, os bairros da Baixada não possuem uma alta densidade demográfica, exceto pela Gardênia e Azul e a Cidade de Deus. Taquara, Curicica, Pechincha e Freguesia em comparação com os outros Bairros seriam mais adensados mas comparado com os outros dois em análise seriam pouco densos. A partir dessa análise chegamos a duas conclusões: A primeira seria que ao analisarmos a Baixada como um todo existem bairros muito densos e outros com uma densidade baixa, sendo possível uma reorganização e realojamento das pessoas dentro desse contexto. A segunda análise seriam uma comparação da densidade por bairro junto com as favelas, podendo perceber que elas se localizam em sua maioria nos bairros com uma densidade maior.


3 – ASPECTO NATURAL - HIDROGRAFIA Além do complexo lagunar a Baixada de Jacarepaguá também é bastante vascularizada por rios e canais. A maior parte das águas que descem a vertente sul das cadeias montanhosas acaba sendo direcionadas para as lagoas; porem, em determinados locais, as escarpas dos respectivos maciços alcançam a linha costeira e as águas escorrem direto para o mar (MARQUES, 1984). A característica de formação dos ambientes lênticos da Baixada faz com que a renovação das águas seja insuficiente, o que aumenta a suscetibilidade dos mesmos a impactos negativos. Por estar localizado numa área deprimida, o complexo lagunar de Jacarepaguá recebe naturalmente fluxos de água e sedimentos originados em toda a área abrangida pela bacia de drenagem. Mais recentemente, com o crescimento desordenado da ocupação urbana, vem sendo acrescidos poluentes de origem antrópica aos fluxos de água e sedimentos em direção ás lagoas e suas margens. Esses efluentes, após percorrerem vastas áreas da bacia hidrográfica da Baixada de Jacarepaguá, acabam sendo despejados in natura nos ecossistemas lagunares configurando um quadro de insalubridade e degradação ambiental.

Qualidade da água dos rios e lagoas da Baixada de Jacarepaguá segundo dados levantados pelo INEA. Fonte: O Poluído..., 2012.


MAPA DA HIDROGRAFIA BAIXADA DE JACAREPAGUÁ

Fonte: https://planodiretor-pcrj.hub.arcgis.com/pages/texto-cmrj LEGENDA:

Ao analisarmos esse conjunto de bacias, lagoas, rios e canais, podemos perceber que eles percorrem grande área da Baixada de Jacarepaguá, tornando esse ecossistema lagunar um possível meio de deslocamento de pessoas e mercadorias. Essa possibilidade entretanto só seria possível com a despoluição e a requalificação das vias hidroviárias.


4 – MORFOLOGIA De acordo com Santos (2004), “planejar é estar as serviço de interesses públicos por meio de um ordenamento das atividades humanas”. Nesse sentido o planejamento da ocupação e uso dos solos é o principal instrumento de apoio à minimização dos problemas decorrentes do crescimento urbano desordenado. MAPA COBERTURA DO SOLO URBANO:

https://www.arcgis.com/apps/mapviewer/index.html?layers=6735155d43f84664ac154d46ca0967a3

LEGENDA:


Segundo o mapa de uso do solo na área da Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, é possível identificar que a ocupação predominante é de residências, com comércio e serviço ao longo das principais vias. As áreas de Lazer identificadas são constituídas por locais relacionados à cultura e ao esporte. De 2004 para 2012 houve algumas modificações neste uso, como a ampliação de áreas vazias e residenciais e a diminuição das coberturas gramíneas lenhosas, além do aumento de áreas de lazer a Norte e Oeste (no complexo Olímpico da Barra e na Fazenda Parque Recreio) e uma diminuição à Leste (antiga Terra Encantada). No Bairro de Jacarepaguá e seus bairros vizinhos é possível perceber características semelhantes aos outros bairros citados perto da Estrada dos Bandeirantes e da Estrada do Pau-Ferro. Neles entretanto é possível perceber um maior número de favelas e de pequenas áreas de lazer, educação e saúde, visto que esses bairros são mais densos e precisam de um maior número de serviços para atender a população residente. Podemos chegar a conclusão que comparado com as áreas residenciais, as áreas de comércio, lazer, educação e saúde são insuficientes para atender os residentes, sendo necessário o deslocamento dos mesmos para locais mais distantes a procura desses serviços. Isso gera um aumento do fluxo de carros o que é prejudicial a mobilidade urbana. Esse problema, entretanto, é algo desde o começo da ocupação nessas áreas, que junto com o zoneamento de Lucio Costa que caracterizou essa área como ZPP, devendo ser mais específico aos usos, mais a exploração do mercado imobiliário, fizeram com que as mesmas se destacassem ao uso residencial.


5 – FORMA URBANA X MERCADO IMOBILIÁRIO A especulação imobiliária é bastante crescente e isso pode ser bom e pode ser ruim à região pois, ao mesmo tempo que traz o crescimento econômico e a melhoria de vida para os seus moradores, se distancia cada vez mais de sua origem. A Baixada de Jacarepaguá, virou de interesse da especulação imobiliária, pois era uma alternativa belíssima para a igual, zona sul. Isso devido a sua localização privilegiada de proximidade com o mar e por abranger áreas propícias à expansão urbana municipal. Como também a intenção de criar um novo subcentro, pela distância desta ao centro de origem da cidade. Ao longo das últimas três décadas, diversas alterações são realizadas no Plano Piloto, a maioria no sentido de promover os ajustes necessários aos interesses do empresariado do setor imobiliário, através da alteração de gabaritos e de usos previstos inicialmente, bem como das condições de parcelamento do solo. Segundo Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (ADEMI) (2011), 68,5% de todas unidades habitacionais lançadas na cidade entre 2005 e 2010 estavam concentradas em quatro bairros da região Oeste: Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Recreio e Campo Grande.

http://www.labcom.fau.usp.br/wp-content/uploads/2016/04/038-geise.pdf


Segundo relatórios da ADEMI de 2003 a 2013, os bairros da Barra da Tijuca, Recreio e Jacarepaguá possuem os números mais altos em relação às unidades vendidas no primeiro semestre de 2004 a 2013. Porém, é possível verificar uma disputa entre os bairros da Barra da Tijuca e Jacarepaguá. “A história do processo de estruturação do espaço urbano na Barra da Tijuca e Baixada de Jacarepaguá está diretamente relacionada a produção capitalista imobiliária” (COCCARO, 2013, p. 03). Mas se a análise recair não somente nos dados da tabela e sim na malha urbana destes bairros, é possível verificar que a disputa transforma-se espraiamento. Espraiamento dos condomínios e da “marca” Barra no bairro de Jacarepaguá. OUTDOOR ANUNCIA O FUTURO SHOPPING METROPOLITANO BARRA, NA AVENIDA EMBAIXADOR ABERLADO BUENO, EMPREENDIMENTO QUE , PELOS LIMITES ATUAIS DE BAIRRO FICA EM JACAREPAGUÁ.

http://www.labcom.fau.usp.br/wp-content/uploads/2016/04/038-geise.pdf

A partir dessa análise e das anteriores, podemos afirmar que a especulação imobiliária seria o maior vilão das mudanças tidas no plano de Lucio para a Baixada de Jacarepaguá, gerando problemas como ocupações irregulares, adensamento populacional, carência de infraestrutura urbana e degradação dos ecossistemas naturais.


6 – MOBILIDADE URBANA MAPA VIÁRIO


Dentre as causas da falta de mobilidade urbana, se destacam: a falta de planejamento estratégico, o foco nos automóveis, um transporte coletivo pouco competitivo, alta densidade demográfica, falta de infraestrutura entre outros. Ao analisarmos o mapa de hierarquia viária, vimos que a região é marcada pela construção de grande vias que se estendem ao longo dos bairros da baixada, com isso é evidente a valorização dos carros em meio as pessoas. Porém, estudos já indicam que construir mais vias de circulação não só não resolve como acaba por piorar o problema dos congestionamentos. Dois efeitos decorrem dessa característica da maioria das vias dessa área em estudo: a sobrecarga dos sistemas de transporte e a sobrevalorização das regiões mais centrais das cidades. Sendo assim, se faz necessário frear o impulso da indústria automobilística em produzir mais carros, logo, só os governos terão o poder de agir nesse sentido. Paralelamente, também é preciso reduzir a necessidade de deslocamentos nos centros urbanos, estimulando o desenvolvimento de regiões periféricas. Não menos importante, investir em medidas como ampliar ciclovias, o transporte sobre trilhos, movido a eletricidade e o compartilhamento de carros.



DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS


DIRETRIZES 1.

150 MIL UNIDADES HABITACIONAIS

O direito à moradia e a uma vida digna é um direito básico e inalienável e todos os seres humanos além de uma das principais qualidades de uma sociedade saudável e equitativa. Historicamente, em sociedades desiguais como a nossa, nem todas as pessoas têm acesso às mesmas condições e oportunidades, ocasionando um desequilíbrio entre aquelas comunidades que desfrutam de todos os seus direitos básicos e aquelas as quais lhes foi negado o direito à tudo aquilo é mais elementar na vida e um ser humano. Por isso, é dever do Estado tentar equilibrar a desigualdade que ele mesmo ajudou a criar, devolvendo o direito à moradia e a uma vida digna através da promoção de habitação pública ou social. Embora não exista uma única definição ou consenso sobre o que significa habitação social, ela geralmente envolve o projeto, a construção e a alocação de habitação pública ou social por autoridades governamentais ou organizações sem fins lucrativos.


ESTRATÉGIAS 1. HABITAÇÃO SOCIAL • •

2. •

Inclusão de subsídios para famílias de baixa renda e moradores de favelas. (Classe “D” e “E”.) Incorporar certas prioridades como sustentabilidade e re-densificação de regiões urbanas centrais. HABITAÇÃO INTERMEDIÁRIA Inclusão de subsídios para famílias de renda média, que se encontram em situações menos precárias, mas que ainda assim necessitam de assistência pública para ter acesso à moradia.

3. ALUGUEL SOCIAL • • •

Nessa estratégia, o objetivo é ocupar vazios urbanos em áreas que permitam a construção mais verticalizada, afim de promover edifícios mais altos com um maior número de apartamentos. Outro objetivo seria criar um acordo entre o Estado e a prefeitura com as empresas de corporação imobiliária para criar conjuntos de habitações sociais, oferecendo um aluguel barato para as pessoa. Nesse caso, ao invés de comprar um imóvel, as pessoas pagariam um aluguel barato, subsidiado pela vida toda.

4. PROMOVER HABITAÇÕES SUSTENTÁVEIS •

O objetivo nesse caso é garantir estratégias sustentáveis como a captação da agua da chuva, a ventilação natural e a insolação para o funcionamento da habitação.

5. CRIAR UM CENTRO COMERCIAL PROXIMO AA HABITAÇÕES •

Ao contrário da maior parte da Baixada como vimos, essa estratégia pretende priorizar os moradores dessas habitações oferecendo sistemas básicos para os mesmos e próximos as moradias, evitando assim os grandes deslocamentos e consequentemente o congestionamento.


MAPA DIRETRIZES

ALTA DENSIDADE DEMOGRÁFICA ÁREAS DE LAZER


HABITAÇÃO SOCIAL

ALUGUEL SOCIAL

Classe “D” e “E”

HABITAÇÃO INTERMEDIÁRIA •

Classe “D” e “C”

Área mais verticalizadas


DIRETRIZES 2. CRIAR MOBILIDADE / TRANSPORTE AQUAVIÁRIO “Hidrovia são canais navegáveis usados para o transporte de objetos e indivíduos. Portanto, é um modal de transporte que, a partir da utilização de rios e lagos, auxilia no translado de mercadorias, pessoas e serviços ao longo do espaço geográfico.” VANTAGENS: Esse modal de transporte apresenta um ótimo custo-benefício, uma vez que possui grande capacidade de lotação, além de realizar deslocamento em longa distância. Esses fatores são considerados bastante competitivos quando comparados aos de outros modais de transporte, como o rodoviário. Além disso, as rotas hidroviárias possuem baixo custo de manutenção. Esse modal de transporte causa um impacto diminuto no meio ambiente, já que utiliza para sua execução, em grande parte, a própria natureza. A proposta se baseia em dois pilares fundamentais para viabilizar a diretriz, são elas: Um sistema hidroviários nas lagoas já existentes (Lagoa Marapendi, Lagoa da Tijuca e Lagoa de Jacarepaguá) e também a criação de novos canais para interligar melhor a área, além de diminuir os riscos das áreas alagáveis.


ESTRATÉGIAS A partir da análise do da Bacia Hidrográfica de Jacarepaguá, podemos perceber os seguintes problemas: • • • •

Ocupação desordenada Recipiente de esgoto doméstico Assoreamento Dificuldade de troca hídrica

Com isso, para que seja possível a criação de um modal aquaviário é necessário adotar algumas estratégias como: 1. DESPOLUIR (REVITALIZAR) 0 COMPLEXO LAGUNA 2. CRIAR MARINAS PÚBLICAS 3. PROMOVER UMA SOLUÇÃO INOVADORA DE DESCARTE 4. SISTEMA FLUVIAL NAVEGÁVEL/INFRAESTRUTURA (MORFOLOGIA) / CRIAÇÕES DE CANAIS FAVORECENDO A TROCA HÍDRICA 5. AMPLIAÇÃO DO MOLHE DA JOATINGA, AUMENTANDO A TROCA HIDRICA 6. PROJETO DE DRENAGEM E DESASSOREAMENTO


ESTRATÉGIAS 1. DESPOLUIR (REVITALIZAR) 0 COMPLEXO LAGUNA • • •

Trazer nova vida ao complexo lagunar que sofre com uma intensa poluição e degradação Recomposição da flora (Vegetação de restinga) Recomposição dos manguezais.

2. CRIAR MARINAS PÚBLICAS • Criar pontos de embarque e desembarque acompanhadas com uma infraestrutura de banheiros públicos e comércio local e área de espera 3. PROMOVER UMA SOLUÇÃO INOVADORA DE DESCARTE • •

Adotar um sistema de Geobags (tubos geotexteis) que filtram o liquido e retem os resíduos. Essas geobags irão formar um aterro, que servirá como uma nova área de lazer nas margens da lagoa da tijuca

4. SISTEMA FLUVIAL NAVEGÁVEL/INFRAESTRUTURA (MORFOLOGIA) / CRIAÇÕES DE CANAIS FAVORECENDO A TROCA HÍDRICA • • • • • •

Garantia de profundidade mínima; Vazões máximas adequadas à navegação; Conexão adequada com os outros modos; Garantia de navegação frente às mudanças climáticas; Segurança à navegação; Controle e segurança à navegação (RIS).

5. AMPLIAÇÃO DO MOLHE DA JOATINGA, AUMENTANDO A TROCA HIDRICA


6. PROJETO DE DRENAGEM E DESASSOREAMENTO


MAPA DIRETRIZES

EXTENSÃO MOLHE DA JOATINGA

ÁREAS DE DEPOSIÇÃO

ATERRO DAS VARGENS

MARAPENDI


MARINAS PÚBLICAS

CANAIS / HIDROVIAS

ATERRO DA LAGOA DA TIJUCA

CENTRO METROPOLITÂNO

ILHA

ATERRO DAS VARGENS


DIRETRIZES 3. FORMALIZAR O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO O processo de urbanização acelerado no Brasil transformou a paisagem de forma radical, pressionando os ecossistemas e retificando e enterrando corpos d’água. O modelo de rápido crescimento urbano adotado criou cidades insustentáveis, com baixa qualidade de vida, que alteraram profundamente os fluxos e processos naturais, gerando um território com altos índices de desigualdade e vulnerabilidade social, ecológica e econômica. Além de severos problemas como poluição do ar, da água, do solo e sonora que as cidades brasileiras enfrentam, observa-se uma falta de conexão das pessoas com a natureza e com os processos naturais, que está intrinsecamente relacionado a estilos de vidas sedentários e hábitos alimentares nocivos, levando a problemas de saúde física e mental que afetam o bem-estar da população urbana. A Baixada de Jacarepaguá enfrenta grandes desafios urbanos: Trata-se de uma malha urbana, onde o espaço destinado aos veículos predomina em relação aos pedestres.


ESTRATÉGIAS 1. POMOVER POLOS DE COMÉRCIO •

Ao promover áreas de comércio longe do centro do rio, estaremos plantando uma semente que ao decorrer do tempo, pretendemos que se desenvolva e vire polos maiores de comércio. Assim, as pessoas não terão mais a necessidade de se descocar longos caminhos em direção ao trabalho.

2. PROMOVER MELHORIAS NA INFRAESTRUTURA DAS VIAS • Melhorar a infraestrutura de vias esburacadas e irregulares • Construir ruas e calçadas com pisos permeáveis ao invés de concreto e asfalto, liberando espaços para a vegetação e para a criação de áreas cultiváveis. • Incentivo a Biofilia, conceito relativo ao sentimento inato que as pessoas têm de pertencer à natureza. 3. REQUALIFICAR PRAÇAS (ÁREASA DE LAZER) • •

Promover melhorias em espaços públicos e áreas verdes que são elementos fundamentais para a vida nas cidades, lugares de convívio e socialização, de trocas e empoderamento das classes desfavorecidas. Infraestrutura verde

4. PROMOVER ILUMINAÇÃO NAS VIAS •

A distribuição de postes em ruas sem iluminação irá aumentar a segurança dessas áreas além de melhorar o tráfego a noite

5. OCUPAR VAZIOS URBANOS •

Identificar áreas inutilizáveis e dar um significado para cada uma.


VAZIOS URBANOS

MAPA DIRETRIZES PRAÇAS


POLOS DE COMÉRCIO

ILUMINAÇÃO PÚBLICA

VIAS


DIRETRIZES 4. PROMOVER MELHORIAS NOS SISTEMAS DE TRANSPORTE Os problemas com o transporte público na maior parte do Rio de Janeiro não são recentes. Isso não é diferente no caso dos bairros que constituem a baixada de Jacarepaguá. Todo morador da região que depende de ônibus ou BRT já teve que: 1. Acordar ou sair cedo, 2. Se acostumar com veículos lotados, 3. Pagar uma tarifa considerada cara por um serviço mal prestado, 4. Se acostumar com as constantes obras para “melhorar” o trânsito. Essa situação persiste desde a inauguração do primeiro transporte público que ligou o bairro ao restante da cidade: o bonde. A grande questão é que, segundo especialistas, não há perspectiva de promoção de uma real mobilidade urbana no Rio de Janeiro se as medidas adotadas privilegiarem o uso do transporte individual.



ESTRATÉGIAS 1. VALORIZAÇÃO DE BICICLETAS COMO MEIO DE TRASPORTE •

Tendo como base Copenhague, Berlin, Amsterdã, Londres entre outros lugares, o projeto busca valorizar as bikes como meio de transporte. A mobilidade urbana é garantida pelo fácil deslocamento dos moradores pelas vias de acesso às regiões centrais. Aliado ao uso das bikes, o projeto também fará uso do sistema de sinais de tráfego inteligentes. O sinal detecta quantos ciclistas estão se aproximando do cruzamento. Se há um grupo muito grande, permanece aberto por um tempo um maior para permitir que todos cruzem a rodovia. Assim, é capaz de organizar melhor o fluxo. Sistema de bikes públicas para aluguel

2. PROMOVER LIGAÇÃO ENTRE OS MODAIS • Facilitar o acesso aos meios de transporte existentes; • Criar um plano, no qual, trens, ônibus, metrôs, carros e bicicletas circulam em harmonia • Nesse caso, essas ligação se dariam das marinas do transporte hidroviário para o brt e o tram. Esse transporte seria através de vans e ônibus e seria incluso na passagem já paga. 3. SISTEMA DE TRANSPORTE BASEADO EM ZURIQUE •

Zurique conta com um eficiente sistema transporte público que dispensa o uso de carros, a opção da maioria da população. A cidade pode ser facilmente percorrida a pé ou utilizando os dois modais mais comuns: ônibus e trams, espécie de bonde sobre trilhos, um trem urbano. Uma das características da cidade é a eficiência em mobilidade: a cada 300 metros é possível encontrar um ponto de ônibus ou de tram. A estratégia da cidade está centrada na expansão da rede de transporte público e na construção de linhas adicionais. Outras medidas para melhorar a sustentabilidade do sistema são a troca de ônibus a diesel por ônibus elétricos. Esse novo modal irá acompanhar os BRT’s na maior parte do percurso, diminuindo mais 1 faixa as Avenidas e criando uma faixa separada para poder ter uma velocidade maior e atender melhor a população em massa.


4. ARBORIZAR AS VIAS •

Ao arborizar principalmente as grandes vias, possibilitamos um aumento da circulação de pedestres e de ciclistas devido a amenização do clima. Isso tornara os caminhos mais agradáveis e diminuirá a circulação de carro.

5. PRIORIZAR OS PEDESTRES • •

Promover mais faixas de pedestres adequada e passarelas. Sabemos que as maiores vias que cortam a área em estudo são vias expressas que priorizam os automóveis afim de gerar menos engarrafamento. Porém, seguindo a mesma lógica de que alargar as vias não só não melhora como prejudica o tráfego, vamos oferecer mais faixas de pedestres e passarelas a fim de priorizara-los. Se antes a pessoa ia pro trabalho de carro pois a faixa de pedestre era longe, agora ela se sentirá confortável de ir andando ou de bicicleta.


CICLOVIA

MAPA DIRETRIZES

LIGAÇÃO ENTRE MODAIS


NOVO MODAL (TRAM)

ARBORIZAR AS VIAS

BRT EXISTENTE

FAIXA DE PEDESTRE E PASSARELAS


DIRETRIZES 5. OCUPAR O LEGADO OLÍMPICO O Legado Olímpico não se restringe a uma área conhecida como parque dos atletas, ele se estende a reformas urbanas que se estendem ao alongo da baixada de Jacarepaguá. Essas reformas englobam o Brt, o Metro, o Golfe, o Parque olímpico entre outras. Uma das maiores histórias de sucesso do urbanismo olímpico foi a edição de Barcelona de 1992, quando a cidade usou o evento para catalisar uma importante renovação urbana. O resultado foi muito elogiado e outras cidadessede vêm tentando replicá-lo desde então. O plano diretor envolveu o reaproveitamento adaptativo do tecido histórico, o desenvolvimento da praia que a cidade agora pode capitalizar e a criação dos anéis viários que reduziram significativamente o tráfego no centro da cidade. Além disso, a cidade decidiu espalhar as instalações pela região da Catalunha em vez de desenvolver um Parque Olímpico, criando uma premissa de futuro sustentável para o legado arquitetônico. Londres decidiu replicar esse modelo investindo em Stratford, uma área subdesenvolvida da cidade, em uma tentativa de suavizar a desigualdade e reequilibrar a economia dentro da metrópole. A visão para a Vila Olímpica foi moldada em torno da ideia de que os Jogos deveriam deixar para trás a estrutura de um novo bairro vibrante com todas as comodidades necessárias, incluindo áreas comerciais, parques e infraestrutura de transporte. Os jogos do Rio de Janeiro tiveram um desfecho diferente. O plano envolveu extensas obras de infraestrutura, novas linhas de metrô, reparos portuários e até limpeza de uma baía. No entanto, o que sobrou para a melhoria da comunidade foram novas ligações de transporte e uma área portuária renovada, o que levanta a questão se o Rio de Janeiro realmente se beneficiou com o evento a longo prazo.


Mapa das vias expressas projetadas para conectar os diferentes polos dos Jogos Olímpicos Fonte: Dossiê de Candidatura do Rio de Janeiro a Sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos 2016, Volume 1, 2013.

Sistema de corredores BRTs que esta sendo implantado no município do Rio de Janeiro Fonte: Relatório o legado dos grandes eventos para a cidades do Rio de Janeiro e o seu impacto social. Prefeitura do Rio de Janeiro. Secretaria Municipal de Habitação. 2013. Disponível em: http://www.transparenciacarioca.rio.gov.br/. Acesso em janeiro de 2014.


DIRETRIZES 5. OCUPAR O LEGADO OLÍMPICO Por todo o Rio permanecem abandonados, funcionando mal, inacabados ou subaproveitados diversos projetos de mobilidade urbana do “legado olímpico”. O fracasso mais sentido pela população é o sistema de ônibus de trânsito rápido BRT. As três linhas inauguradas em 2012 para os eventos esportivos e que prometiam reduzir o tempo do trajeto entre a casa e o trabalho para centenas de milhares de pessoas hoje acumulam problemas técnicos, ilegalidades diversas e superlotação. Uma quarta linha prevista no pacote olímpico até hoje não saiu do papel. O BRT é uma falácia, afirma Licínio Rogério, coordenador do Fórum Permanente de Mobilidade Urbana do Rio de Janeiro. “Não dá para dizer que houve mau planejamento porque o BRT nem sequer foi planejado. Uma coisa é fazer errado, outra é nem tentar fazer certo. Foi o que aconteceu.” Ele diz que o sistema foi vendido à população como transporte de alta capacidade, o que é mentira: “É de média capacidade e foi muito mal implantado na Zona Oeste, porque o asfalto utilizado na pista não é programado para suportar o trânsito contínuo dos ônibus’ Por todo o Rio permanecem abandonados, funcionando mal, inacabados ou subaproveitados diversos projetos de mobilidade urbana do “legado olímpico”. O fracasso mais sentido pela população é o sistema de ônibus de trânsito rápido BRT. As três linhas inauguradas em 2012 para os eventos esportivos e que prometiam reduzir o tempo do trajeto entre a casa e o trabalho para centenas de milhares de pessoas hoje acumulam problemas técnicos, ilegalidades diversas e superlotação. Uma quarta linha prevista no pacote olímpico até hoje não saiu do papel.



ESTRATÉGIAS 1. APROVEITAS A VILA DOS ATLETAS COMO HABITAÇÕES SOCIAIS •

Criar um acordo entre a construtora responsável pela obra e o Estado afim de promover um aluguel social nessa área. A partir da diminuição dos aluguei pela construtora, o Estado garantiria o pagamento de todas as unidades afim de alocar pessoas de média renda.

2. RECUPERAR AS ESTAÇÕES DO BRT DANIFICADAS • Apesar do BRT ter sido um meio de transporte mal pensado para suprir a demanda de transporte dessas áreas. Sua instalação precisou de um investimento muito alto. Com isso, não é vantajoso apenas acabar com essas linhas. Afim de melhorar a qualidade desse modal, uma estratégia seria a recuperação das estações que sofreram danos, junto com o aumento das frotas de BRT. 3. CRIAR UM MUSEU DO ESPORTE NO LOCAL • Ao criar um ponto turístico na área, ela se torna um local atrativo ao público gerando um movimento no comercio da região. E uma valorização da mesma. 4. CONSERTAR A CICLOVIA DO ELEVADO DO JOA QUE CAIU EM UM ACIDENTE NATURAL •

Apesar de não estar localizada na área compreendida como Baixada de Jacarepaguá. A ciclovia faz parte do legado olímpico e liga a região da Barra com a zona sul possibilitando a locomoção a partir de um modal de transporte sustentável. Com isso, esse trabalho propõem

5. PROMOVER O DESMONTE DAS ARENAS CONHECIDAS COMO “ELEFANTES BRANCOS” E REAPROVEITAR O MATERIAL PARA A CRIAÇÃO DE ESCOLAS PÚBLICAS E UPAS. •

Existem arenas que ficaram abandonadas após as Olimpíadas. Essas são chamadas de elefantes brancos por ser verdadeiros problemas para o local. Suas manutenções são muito altas para continuarem no local ou serem usadas pelo sistema público. Com isso, promovemos o desmonte das mesmas e a reutilização do material para construções públicas.



BRT’S DANIFICADOS • • • • •

MAPA DIRETRIZES

ESCOLA 2

ESCOLA 1

DESMONTE

DESMONTE

Barra shopping Ventura Taquara Outeiro Santo Vila Parque


MUSEU DO ESPORTE

HABITAÇÃO VILA DOS ATLETAS



MAPA SÍNTESE


EXTENSÃO MOLHE DA JOATINGA

ÁREAS DE LAZER

ÁREAS DE DEPOSIÇÃO

VAZIOS URBANOS

ALTA DENSIDADE DEMOGRÁFICA

PRAÇAS

MARINAS PÚBLICAS POLOS DE COMÉRCIO

ILUMINAÇÃO PÚBLICA

ARBORIZAR AS VIAS FAIXA DE PEDESTRE E PASSARELAS ATERROS

ESCOLA 2

ESCOLA 1

ATERRO DAS VARGENS

DESMONT E

DESMONT E

MARAPENDI


HABITAÇÃO SOCIAL

MUSEU DO ESPORTE

HIDROVIAS

ALUGUEL SOCIAL

BRT’S DANIFICADOS

HABITAÇÃO INTERMEDIÁRIA

VIAS A SEREM MELHORADAS NOVO MODAL (TRAM) CICLOVIA

CENTRO METROPOLITÂN O

ILH A

BRT EXISTENTE LIGAÇÃO ENTRE MODAIS


O zoneamento é um instrumento amplamente utilizado nos planos diretores, através do qual a cidade é dividida em áreas sobre as quais incidem diretrizes diferenciadas para o uso e a ocupação do solo, especialmente, os índices urbanísticos. O instrumento de zoneamento é implantado dentro do Plano Diretor de cada cidade obedecendo ás características e necessidades de cada comunidade em particular, delimitando áreas e definindo o uso e a ocupação em longo prazo, observando as características e necessidades de cada lugar, visando garantir o pleno desenvolvimento social e ambiental das cidades..


ZONEAMENTO


ZONEAENTO VIGENTE MAPA ZONEAMENTO


Zona Residencial Unifamiliar (ZRU): Zona onde o uso residencial é permitido apenas em edificações uni ou bi-familiares, isoladas ou em grupamentos, podendo ser subdividida em:

a) Zona Residencial Unifamiliar 1 (ZRU-1): Permite atividades de serviços compatíveis com as características da zona. a) Zona Residencial Unifamiliar 2 (ZRU-2): Permite atividades não residenciais, compatíveis com as características da zona. •

Zona Residencial Multifamiliar (ZRM): Zona caracterizada pela predominância do uso residencial multifamiliar, em edificação única do terreno ou grupamentos, admitida a convivência com outros usos, compatíveis entre si, que de acordo com suas características e intensidades, podendo ser subdividida em:

a) Zona Residencial Multifamiliar 1 (ZRM-1): Permite atividades de serviços compatíveis com as características da zona. b) Zona Residencial Multifamiliar 2 (ZRM-2): Permite algumas atividades de comércio e serviços de apoio e complementariedade ao uso residencial. c) Zona Residencial Multifamiliar 3 (ZRM-3): A convivência com usos não residenciais diversificados. •

Zona Comercial e de Serviços (ZCS): Zona onde predominam as atividades comerciais e de prestação de serviços de alcance regional ou municipal, localizadas preferencialmente junto aos eixos de transportes

Zona de Conservação Ambiental (ZCA): apresenta características naturais, culturais ou paisagísticas relevantes para a preservação, e está subdividida em:

a) Zona de Conservação Ambiental 1 (ZCA-1): Zona com ocupação não permitida, salvo para apoio às atividades de proteção e controle ambiental. b) Zona de Conservação Ambiental 2 (ZCA-2): Permitida a ocupação de baixa densidade, desde que adequada às características da zona.


ZCA - 2

MAPA ZONEAMENTO ZRM - 2

Zona de conservação Ambiental que permite a construção de apenas uma parte residencial e de serviços para atender essa população Zona residencial multifamiliar que permite comércio local para atender moradores


ZCS

Zona predominantemente comercial, com serviços e áreas residenciais

Zona residencial multifamiliar que ZRM - 1 permite comércio e serviços sem restrição


EXPLICAÇÃO O novo Zoneamento propõem uma mudança na atual ZPP. Uma Zona que permite o uso misto de tudo e não leva em consideração as particularidades de cada região. 1. ZCA - 2 •

2. •

Essa zona se encontra na região nas Vargens e na região do Itanhangá até a cidade de deus. Seu principal objetivo além de preservar as áreas verdes seria conter o avanço da população em direção a essas áreas. ZCS Essa zona se encontra basicamente no centro de toda a área em estudo e tem o objetivo de se tornar um centro de comércio para as regiões ao seu entorno. Evitando assim, grandes deslocamentos em direção a zona sul e ao centro do rio.

3. ZRM - 1 •

Essa zona residencial está restrita a uma parte da Av. das américas na qual se encontra os condomínio e a região perto de Curicica. Ela permite uma oferta de comércio e serviços maior para moradores e passantes.

4. ZRM - 2 •

Essa zona residencial está restrita ao Jardim Oceânico e a uma parte do Recreio perto da praia que lembra esse começo da Barra também. Ela permite uma oferta de comércio e serviços local, que atenda os moradores de seu entrono apenas.




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