ISBN 978-85-61695-35-4
menina-princesa nĂŁo queria nunca nada de namoro.
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este símbolo significa “copyright”, que quer dizer o direito que alguém tem sobre alguma coisa
o escritor tem o direito sobre o texto, ou seja, ele é dono da história
a Ju jubao é este significa “copyright”, que quer dizer radsímbolo o ilust or é dono das dona do livro que alguém tem sobre alguma coisa imadireito gens deste livro
eles são donos do direito de publicar © do texto: André Moura • © das ilustrações: Alê Abreu • © da edição 2009/2012: Jujuba este livro nos E.U.A
o escritor tem o direito sobre o texto, ou seja, ele é dono da história
a Jujuba é dona do livro
o ilustrador é dono das imagens deste livro
Quem pensou esta história e a colocou no papel: Quem leu esta história, traçou e pintou as ilustrações: Quem corrigiu as palavras do texto: Quem colocou tudo no computador e fez o livro: Quem imprimiu o livro e fez ter vida fora do computador: Quem convidou todas essas pessoas para, juntas, fazerem o livro:
eles são donos d direito de publi este livro nos E
André Moura Alê Abreu Paulo Alexandre Raquel Matsushita, da Entrelinha Design Gráfica Prol Daniela Padilha
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Moura, André Muniz de O rei do Manacá / André Muniz de Moura; ilustrações de Alê Abreu. – São Paulo: Jujuba Editora, 2012. ISBN 978-85-61695-35-4
ISBN é um 1. Literatura infantil, 2. Literatura infantojuvenil sistema l na io ac rn te in CDD-028.5 que identifica o livro de forma Índice para catálogo sistemático: numérica, como 1. Literatura infantil: Literatura infantil 028.5 é um IS o nosso R G 2. BN Literatura infantojuvenil: Literatura infantojuvenil 028.5 stema si internacional que identifica o livro de forma numérica, como a o nosso R G1 edição • São Paulo 2009 2a edição • São Paulo 2012
ráfica. ha catalog s Isto é a fic ra nção é c onte Sua fu rias es necessá zado. informaçõ ali vro ser loc para um li cários, por Os bibliote lizam u ti de cha catalográfi exemplo, a trabaIslho eu afi s é t o em t i o ter a mu . s ro iv l unção é c on e d o f ã a ç u a S ria catalog es necessá informaçõ ali vro ser loc para um li r o p , s o cári Os bibliote lizam u ti exemplo, a alh seu trab em t mu i o s. ão de l ivro catalogaç
Texto em conformidade com as novas normas da ortografia.
Jujuba Editora Rua Itapicuru, 369 conj. 1604 – 05006-000 – São Paulo/SP – Brasil www.jujubaeditora.com.br jujuba@jujubaeditora.com.br
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Para o Rafael. Para Wandinha, pelo mote do p達o de saudade.
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aurício acordava antes de todos na casa. Seus olhos mal se abriam e logo já estavam fazendo sala para os primeiros raios de sol, que entravam sem pedir licença, raios reis que eram. Todos os dias, depois de brincar de fazer sombra na parede até se cansar e dar tempo da mãe acordar, ia ele, todo contente, com ela colher frutas. E era abacate no abacateiro, limão no limoeiro, laranja na laranjeira e no pé de laranja-lima (lugar muito bom pra se prosear, já dizia aquele menino da rua de cima, o Zé Mauro, conhece, não? Namorou a Tê, caçulinha do Seu Mário...), e também carambola, pitanga, umbu, acerola, açaí, jambo, jaboticaba, coco com água que era puro-mel-de-beber, caju e cajá, manga e cajá-manga e – vixe! —, inté quiuí, que nem daqui é. A cesta pingava doçuras e também transbordava o peito da mãe, toda metida por ter um filho-diamante daquele. Apesar da vida humilde, a mãe e o garoto viviam tranquilos. Afinal, tinham tudo: a fartura das frutas e legumes e verduras que não deixavam a fome alcançar nem mesmo o pé da mesa. Para os olhos de fumaça e cobiça dos que viviam na cidade, porém, a vida de Maurício era um ramerrame de dar dó.
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Maurício falava coisas como ninguém. E não tinha ninguém que o fizesse falar coisas que não queria. Lembro de uma vez, vez em que o pai saiu para nunca mais voltar, e a mãe parou de comer, beber, dormir (dizem que virou só sombra e osso...). Pois foi bem desta feita que o menino, preocupado demais com a mãe, quis saber o que é que ela tinha. E ela: — É saudade que mói meu peito... Menino embatucou. Pensou um tico, olhou pra mãe e baixou a cabeça, como mirasse pra dentro... Saiu com essa: — Pois pega essa farinha de coração, e dela faz o mais gostoso e bonito croaçã, croação, sei lá...
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Maurício não contava isso pra ninguém, só se lembra va sozinho de quando o pai vivia com eles... A mãe falando tantos nomes de espinho e de ferrão para o pai, e aí, o menino não entendia toda aquela dor de hoje em dia, saudade moendo o peito agora e, antes, briga de cachorro grande, sempre os dois se mordendo, arrancando naco de alma de cada um... Para alguns, ou para “Os Alguns”, como Maurício mesmo gostava de chamar, ele não era muito certo da bola, não. Mas fazia contas como ninguém, contava causos como ninguém. E não tinha melhor que ele, para afagar um bichinho. Nem para afogar uma plantinha... — Ô, mãe, ela tava com sede, oras! De verdade! Ela me disse! Maurício já tinha “Nove Nobres Anos” e isso era coisa que ele adorava — o pai inventou, a mãe continuou a fazer. Quando ele fez aniversário, o pai disse que passava então a ter “Seis Sábios Anos”. Antes disso, não se lembrava ou talvez o pai não tivesse mesmo pensado nisso quando ele era menor. Aos sete, eram “Sete Soberanos Anos”. Não completou simplesmente oito anos. Maurício conquistou, como uma medalha, o direito de ter “Oito Orgulhosos Anos”. E já estava desejando saber como seriam os dez anos...
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Outra coisa que ele amava era aquela árvore toda torta e mirrada, onde fazia sua leitura de plantas e ficava de papo pro ar. O menino inventou um idioma para falar em código, só ele e as plantas, e mais as flores e as árvores, tudo mais de verde que houvesse ao redor. Era o florês. Ah, Maurício não sabia ler, nunca tinha ido à escola. Só que... Quem disse que ele queria? Cá entre nós, quem disse que ele precisava? Menino que lê nuvem, lê as entrelinhas de folha verde caída no chão, que conhece borboleta só pelo voo vai para escola abrir inseto para, só então, perceber que cigarra não é caixinha de música? O que sei é que não teve mesmo jeito. Tudo mudou por inteiro quando o menino, muito do contrariado, teve de ir para a escola. Que tinha um nome estranho que ele nunca tinha ouvido: Grupo Escolar Presidente Prudente de Moraes.
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— Deixar as árvores, as flores e os bichos aqui, mãe, sozinhos? Pra fazer o quê? Aprender o quê? E as coisas que eu já sei, alguém vai querer que eu ensine? E a mãe, como quase todas as mães, com zelo e dureza na justa medida, explicou, explicou, explicou e depois parou de falar. Apenas apontou o caminho, mandando Maurício. O menino saiu resmungando, chutando poeira, olhando para trás, por cima do ombro, na esperança de que a mãe amolecesse. Qual nada, ele é que teve de seguir em frente. Sozinho. Ou quase, porque enquanto a mãe tentava fazê-lo entender que era preciso ir à escola, ele não prestava atenção e tentava pensar qual companheiro levaria naquela forçada jornada para o tal do “Grupo Escolar”. Escolheu uma flor dormindo no chão, aos pés do pé de manacá. Para servir de bússola, amuleto, companheira, ou talvez por nada disso, só por ser cheirosa demais. Alice, Bernardina, Clara, Diana, Eugênia... O abecê de Maurício só enxergava as faceiras meninas, belas, com nomes tão diferentes; bonitas, apesar das roupinhas tão iguais. De uniforme. Unifor-me. Uni-for-me. — Um para mim.
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