JÚLIA GOMES COLIN
O AVANÇO TECNOLÓGICO E SUA INTERFERÊNCIA NA VEICULAÇÃO REVISTAS IMPRESSAS DE MODA
Limeira 2020
JÚLIA GOMES COLIN
O AVANÇO TECNOLÓGICO E SUA INTERFERÊNCIA NA VEICULAÇÃO REVISTAS IMPRESSAS DE MODA
Projeto apresentado ao Curso de Publicidade e Propaganda da Instituição Anhanguera de Limeira. Orientador: Geni Quadros
Limeira 2020
JÚLIA GOMES COLIN
O AVANÇO TECNOLÓGICO E SUA INTERFERÊNCIA NA VEICULAÇÃO DE REVISTAS IMPRESSAS DE MODA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera de Limeira, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Publicidade e Propaganda.
BANCA EXAMINADORA
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Limeira, 18 de abril de 2020.
Dedico este trabalho a todos os profissionais de jornalismo e comunicação envolvidos com o mundo da moda que sempre foram uma grande fonte de inspiração pra mim.
AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer a todo o corpo docente do curso de Publicidade e Propaganda da Faculdade Anhanguera de Limeira, que durante esses quatro anos foram
excelentes
professores,
mestres,
colegas
de
trabalho,
inspirações,
conselheiros e grande amigos. Agradeço também a coordenadora do curso, Cristiane Peixoto Nabarretti, por sempre se preocupar com os alunos academicamente e pessoalmente, que mostrou ser uma profissional altamente capacitada e humanizada.
A arte existe porque a vida nĂŁo basta. Ferreira Gullar
COLIN, Júlia Gomes. O avanço tecnológico e sua interferência na veiculação de revistas impressas de moda. 2019. 38. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Publicidade e Propaganda) – Faculdade Anhanguera, Limeira, 2020. RESUMO O presente trabalho tem como tema o avanço tecnológico e sua interferência na veiculação de revistas impressas de moda. Onde o objetivo é analisar como e o que as editoras de revistas tem feito para sobreviver no mercado atual devido a mudança para as plataformas digitais acometido pela convergência tecnológica. A escolha deste tema surgiu da necessidade de entender como surgiu a convergência tecnológica e de como as revistas impressas passaram a ter acesso as plataformas digitais para compartilhar suas publicações. Será estudado o comportamento do consumidor de moda nas plataformas digitais e impressas através de uma pesquisa de revisão bibliográfica, a qual terá como base trabalhos publicados nos últimos 10 anos como artigos científicos, relatórios técnicos, resumos, artigos, blogs, sites, livros, mídia kits e redes sociais. Além disso, uma pesquisa quantitativa analisará os números de leitores, exemplares, assinantes, downloads e visualizações das revistas Glamour, Marie Claire, ELLE e VOGUE. Portanto, pretende-se com esta iniciativa preparar a futura geração para o processo de mudança de plataforma de um veículo de comunicação e como lidar com ele; entender como a convergência tecnológica tem interferido na vida das publicações de moda e como ela pode alterar o significado final da mensagem; e como reduzir o impacto para as revistas e com as consequências no mercado de trabalho.
Palavras-chave: Convergência Tecnológica; Publicidade e propaganda; Publicações impressas e digitais; Revistas de Moda.
COLIN, Júlia Gomes. O avanço tecnológico e sua interferência na veiculação de revistas impressas de moda. 2019. 38. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Publicidade e Propaganda) – Faculdade Anhanguera, Limeira, 2020. ABSTRACT The present work has as its theme the technological advancement and its interference in the publication of printed fashion magazines. Where the purpose is to analyze how and what magazine publishers have done to survive in the current market due to the change to digital platforms affected by technological convergence. The choice of this theme emerged from the need to understand how technological convergence came about and how printed magazines came to have access to digital platforms to share their publications. Fashion consumer behavior on digital and printed platforms will be studied through a bibliographic review survey, which will be based on works published in the last 10 years as scientific articles, technical reports, abstracts, articles, blogs, websites, books, media kits and social networks. In addition, a quantitative survey will analyze the numbers of readers, copies, subscribers, downloads and views of Glamor, Marie Claire, ELLE and VOGUE magazines. Therefore, this initiative intends to prepare the future generation for the process of changing the platform of a communication vehicle and how to deal with it; understand how technological convergence has interfered in the life of fashion publications and how it can change the final meaning of the message; and how to reduce the impact for magazines and the consequences on the job market. Key-words: Technological Convergence; Advertising; Printed and digital publications; Fashion magazines.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Comparativo de circulação de revistas mensais no Brasil entre o janeiro a março de 2012 e o mesmo período de 2013. Figura 2 – Evolução do número de revistas em circulação no Brasil. Figura 3 – Capa da revista Glamour, edição de Setembro de 2017. Figura 4 – Audiência total do público da revista Glamour no ano de 2017. Figura 5 – Capa da revista Marie Claire, edição de Outubro de 2015. Figura 6 – Revista Marie Claire – Total de leitores. Figura 7 – Capa da revista ELLE, edição de Janeiro de 2018. Figura 8 – Página 24 do Mídia Kit ELLE 2018. Figura 9 – Capa da revista VOGUE, edição de Junho de 2019. Figura 10 – Página 8 do Mídia Kit de 2019 da VOGUE.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS PhD Philosophiรฆ Doctor ou Doutor da Filosofia FIPP Faculdade de Informรกtica de Presidente Prudente
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
2.
DESVENDANDO A CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA ................................... 15
3.
A MIGRAÇÃO DO IMPRESSO PARA O DIGITAL............................................. 19
3.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA REVISTA IMPRESSA ........................ 23 3.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA REVISTA DIGITAL ............................ 24 4.
ANALISANDO O PERFIL DO CONSUMIDOR ................................................... 25
4.1 REVISTA GLAMOUR .......................................................................................... 26 4.2 REVISTA MARIE CLAIRE .................................................................................. 28 4.3 REVISTA ELLE .................................................................................................... 30 4.4 REVISTA VOGUE ................................................................................................ 32 5.
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 34
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 35
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1. INTRODUÇÃO A busca pelo conhecimento é fundamental e estamos vivendo em uma era altamente tecnológica onde as informações são emitidas precisamente e recebidas rapidamente pelo receptor. No meio de tantas informações e fake news, ter uma fonte confiável, como o de uma revista publicada nos canais de comunicação é, de fato, mais do que necessário para se obter uma informação verídica. E a partir de 2010, graças ao início da convergência tecnológica, grandes mudanças e obstáculos atingiram as editoras de diversas revistas. Mas de que maneira a convergência tecnológica está interferindo na pesquisa, planejamento, desenvolvimento, produção e veiculação das revistas impressas do segmento? Sabe-se que as revistas de moda – objeto foco do tema que será tratado neste projeto, são um meio de comunicação rápido, barato e fácil de ser usado. Tem-se dados de que a primeira comunicação feita com conteúdo dirigido às mulheres, foi na Inglaterra no ano de 1693 com a Ladies Mercury. Nota-se que desde esse período a mulher tem interesse em assuntos de moda, e, podemos afirmar que elas sempre vão ter. Mas hoje seu público deixa de ser voltado somente as mulheres, assim expandindo-se para todos os gêneros, idades e classes sociais. Por isso, julga-se importante esta pesquisa para que futuras gerações entendam como funciona a mudança de uma plataforma impressa para uma digital de qualquer veículo de comunicação, para que saibam como lidar com ela e com suas adaptações. Se hoje estamos discutindo o possível fim das publicações impressas de moda, amanhã pode ser qualquer outro meio. A revista Elle que é publicada aqui no Brasil, por exemplo, se denota como “a revista de tendências nacionais de beleza, moda e comportamento, orientando mulheres de espírito jovem a desenvolver um estilo e ter uma imagem contemporânea”. Tem periodicidade mensal com tiragem de 98.318 exemplares e circulação liquida de 58.940 revistas. Seu público é de 81% de leitoras mulheres, 22% têm entre 20 e 25 anos, 16% entre 25 e 34 anos e 23% entre 35 e 44 anos. Sobre a classe social, 91% são classe A e B e 7% classe C. Com esses números temos em vista que se a revista existe, é porque há público para elas. Não há motivo para que elas deixem de existir. Enquanto houver leitor, haverá revista. A publicação de uma revista impressa é feita periodicamente, ou seja, suas publicações são feitas semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente, e isso faz com que o conteúdo chegue fresco até os seus leitores. Mas com a chegada da
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geração Y, junto dos computadores pessoais e da internet, iniciou-se um fenômeno que se entende por convergência tecnológica, onde um meio de comunicação tradicional, aqui, no caso as revistas impressas no segmento de moda, passam a ser veiculadas através de um dispositivo digital (smartphone, tablets e notebooks), gerando assim, grandes mudanças para as editoras. Para processar esta transformação é preciso, primeiramente, entender como surgiu a convergência tecnológica e porque as editoras decidiram utilizar da publicação digital. Para isso é fundamental detectar o usuário e suas características de compra. E por meio desta pesquisa será possível compreender como esta variante tem interferido na vivência das publicações de moda e como ela pode alterar a interpretação final da mensagem, analisando como e o que as editoras tem feito para sobreviver no mercado atual. Para a realização deste trabalho será utilizado uma pesquisa de revisão bibliográfica, na qual terá como base trabalhos publicados nos últimos 10 anos como artigos científicos, relatórios técnicos, dissertações, resumos, bibliografia de bibliografias, artigos, blogs, sites, livros, como A Arte de Editar Revistas (Fatima Ali, 2009) e por meio de ajuda de autores como Henry Jenkins, pesquisador da mídia e professor de comunicação e jornalismo na Universidade do Sul da Califórnia, que é considerado “um dos pesquisadores da mídia mais influentes da atualidade” e de Gracie Lawson Borders, uma jornalista e PhD pela Wayne State University que escreveu o livro Media Organizations and Convergence, que serviu de base para este estudo. Irá utilizar também de pesquisa quantitativa dos números de tiragens de duas revistas de moda escolhidas, a Elle e a Estilo, assim como o número de assinantes digitais, assinantes físicos, circulação líquida, público e classe social. Assim como outros autores que abordam o tema da convergência tecnológica e claro, jornalistas de moda. O objetivo desse trabalho foi compreender porque a convergência tecnológica está interferindo nas revistas impressas. Para tanto, os objetivos específicos propostos foram: apresentar o surgimento da convergência tecnológica; descrever como e porque a revista migrou para a publicação digital e, por fim, demonstrar as características do público que a consome.
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2. DESVENDANDO A CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA A palavra convergência envolve diversos campos da ciência, e, é impossível não pensar nela quando se fala de tecnologia da comunicação. O termo “convergência” tem sido utilizado exaustivamente e diversificadamente em toda a literatura que envolve o status das mídias contemporâneas, as tecnologias digitais de informação e comunicação, a cibercultura, as linguagens e narrativas, apenas para ficarmos no campo maior da Ciências da Comunicação (SAAD 2007). Para Jenkins (2008), autor do livro A Cultura da Convergência, convergência é um termo esquivo, usados em contextos múltiplos, e frequentemente ambíguo em sua definição. O fenômeno de convergência não é um simples processo de recuperação de informação eletronicamente, mas sim um fenômeno que ocorre em múltiplos níveis por meio de cinco processos: tecnológico, econômico, social, global e cultura. No artigo Integrating New Media and Old Media: Seven Observations of Convergence as a Strategy for Best Practices in Media Organizations, a pesquisadora Gracie LawsonBorder afirma que “as definições para o termo convergência variam, mas na maioria dos casos é o encontro da mídia tradicional, como por exemplo: revistas, jornais impressos, rádio e televisão com a mídia moderna: computadores e internet a fim de distribuir conteúdo (Lawson-Border, 2003, p.92). Logo, a convergência dos meios pode ser considerada a janela de oportunidade para que a mídia tradicional se alinhe com as tecnologias do século XXI. A digitalização da mídia e a tecnologia de informação decorrentes da transformação dos meios de comunicação são importantes fatores que contribuem para a convergência dos meios (GERSHON 2000; FIDLER 1997 citado por LAWSON-BORDERS, 2003). Assim, o conceito de convergência jornalística se refere a um processo de integração de meios de comunicação tradicionalmente separado que afeta as empresas, a tecnologia, os profissionais e o público em todas as fases de produção, distribuição e consumo de conteúdos de qualquer tipo (SALAVERRIA, 2007). Portanto, podemos concluir que, de fato, a convergência está exposta na rotina de todos e que é improvável não coabitar com ela e com suas futuras implicações. Para Jenkins (2006) trata-se de uma transformação cultural. Ele
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acredita que neste ambiente o consumo de informações através de múltiplos dispositivos se intensifica. E com todas essas mudanças no âmbito da comunicação, algumas de suas áreas sofreram grandes modificações no processo de pesquisa, criação e principalmente de divulgação, como foi o caso do jornalismo. Adghirni (2012, p. 66) lembra que as mudanças nas regras de produção e consumo das notícias, concorrência, publicidade, os desafios das novas tecnologias com a convergência tecnológica “provocaram transformações profundas no modo de fazer jornalismo”. Além de cargos e funções que sobrevivem até hoje, como repórter, editor, secretário e chefe de redação, havia nas redações o repórter auxiliar, de setor, noticiarista, redator auxiliar. Havia também o pauteiro, responsável pelas indicações do que seria apurado durante o dia; o tituleiro, especialista em fazer títulos em um tempo em que os jornais eram diagramados pelo diagramador – com cálculos manuais para “fechar” os espaços de textos e fotos, paginados (montados), por sua vez, pelo paginador, em páginas no formato que seria encaminhado à seção de fotolito, antes de ir para impressão; e ainda o revisor, responsável pela correção dos erros ortográficos e gramaticais (RENAULT, 2012, p. 104).
Uma das grandes mudanças resultantes da convergência é a da estrutura da formação de um profissional da comunicação. Antes um jornalista exercia apenas uma função, como um redator, por exemplo. Hoje não, o jornalista é um profissional que executa diversas funções e abrange diversas áreas. Isso porque a convergência tecnológica exige que os profissionais atuais sejam profissionais multimídias. “Por conta dessas novas demandas do mercado, as empresas com perfil multimídia perseguem um profissional com habilidades igualmente multimídia, tanto na contratação quanto na requalificação/treinamento dos seus quadros profissionais”. Enfim, um mesmo profissional que deve “dominar a técnica de modo a produzir conteúdos para televisão, rádio, jornal e internet” (FONSECA e KUHN, 2009, p. 59). Segundo Gordon (2003), “a convergência em outras formas, está afetando as empresas que produzem informação e entretenimento, assim como as pessoas que trabalham nela”, e além de afetar os aspectos “tecnológico, empresarial, profissional e editorial dos meios de comunicação”, faz com que os jornalistas produzam conteúdos diversos, distribuídos por múltiplas plataformas, cada uma com sua linguagem própria, o que propicia uma “integração de ferramentas, espaços, métodos de trabalho e linguagens anteriormente segregados”. (GARCIA AVILÉS 2009, apud JORGE e ADGHIRNI, 2010, p.113).
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E com todo esse excesso de informação temos a impressão de que a sociedade é mal informada, mas algumas pesquisas revelam que as pessoas passam mais tempo absorvendo notícias em diferentes meios do que faziam antigamente em um único formato. O que está acontecendo é que o público receptor dessas notícias não estão mais se agarrando à apenas um meio ou à apenas uma marca como fonte de conteúdo. Isso se dá pelo aumento excessivo da consumação de mídia atrelado com a redução da demanda por um único canal midiático. Essas podem ser ditas como decorrência do jornalismo digital. Além disso, há a desintegração da audiência, fazendo com que as empresas percebessem que o único jeito de chegar a esse público é por meio de uma abordagem multimídia, sendo assim, uma empresa midiática deve estar em todos os lugares, em todas as horas e nos mais diferentes formatos. Martínez-Costa acredita que a tecnologia digital faz com que meios de comunicação variados, como rádio, televisão e jornalismo impresso utilizem as mesmas tecnologias e os mesmos suportes para a informação, mas ressalta que ainda se mantêm distintos em sua linguagem, público e trabalho. (MARTÍNEZCOSTA, 2001, p. 60). O analista americano e autor do livro Newsonomics, Ken Doctor, aponta em sua obra novas tendências do jornalismo digital, onde ele estimou que até o final de 2013 todas as versões digitais de ao menos 600 jornais no mundo deveriam ter um paywall, que é o processo pelo qual o leitor acessa algumas notícias no site, mas em seguida precisa pagar para continuar lendo. Hoje, em pleno 2019 podemos concluir que a visão de Doctor estava correta, pois foi uma questão de tempo até as empresas jornalísticas perceberem que seria irreversível a decisão de cobrar de alguma forma pelo acesso aos seus conteúdos digitais. E isso foi um dos pontos chaves que incentivaram essas empresas a migrarem para as plataformas digitais. Desde 2016 houve uma queda de pelo menos 160 mil exemplares físicos de revistas e jornais brasileiros, fazendo com que o foco chave seja na receita voltada para as assinaturas digitais. Um estudo feito pela Faculdade de Informática de Presidente
Prudente
(FIPP)
apontou
que
houve
um
crescimento
de
aproximadamente 3 milhões de assinaturas digitais em comparação ao ano anterior. James Hewes, o CEO da FIPP afirmou que “a FIPP estabeleceu uma referência anual para medir a integridade dos esforços dos editores para gerar receita de leitores por meio de conteúdo pago. Estamos felizes em saber que o relatório deste
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ano abrange mais revistas que entraram nesse campo. Mostra que o conteúdo pago é um verdadeiro fenômeno global, com exemplos de sucesso em todo o mundo”. Sabemos que a convergência tecnológica pode acometer diversas áreas, e especificamente neste trabalho vamos falar do impacto que ele trouxe para as revistas do segmento de moda e para o mercado de trabalho. Portanto, entende-se que o significado das revistas de moda tenha mudado devido a essa mudança. Uma revista impressa tem conexão real, física e calorosa com o leitor, enquanto a digital não. Sabe-se que as revistas de moda fizeram e ainda fazem parte da história da moda. Sempre foi considerada essencial, pois houve uma época em que ela era o único veículo de comunicação usado pelo seu público alvo. Ela acabou se tornando um objeto de desejo, de luxo e de ostentação, e, não só por querer tê-las, mas sim por querer estar nelas. As grandes editoras de revistas do país traziam milhares de empregos até os últimos 5 anos, onde começou a cair devido a transição para a plataforma digital. Os profissionais nos dias atuais são multitarefas, onde antigamente se precisava de um fotógrafo, assistentes de iluminação, diretores de criação, designers, diagramadores e seus diversos produtores, hoje, uma mesma pessoa atua em mais do que um cargo – isso aumenta o valor do profissional individualmente, mas acaba tirando o emprego de outros profissionais especialistas. Portanto, o que é unânime entre os estudiosos é afirmar que independente das vantagens ou desvantagens trazidas pelo fenômeno da convergência digital no meio jornalístico, ele veio para ficar e é ele que norteará o futuro da comunicação no século XXI (QUINN, 2005).
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3. A MIGRAÇÃO DO IMPRESSO PARA O DIGITAL A convergência tecnológica pode acometer diversas áreas, e especificamente neste trabalho vamos falar do impacto que ele trouxe para as revistas do segmento de moda e as consequências para o mercado de trabalho. Por isso, entende-se que o significado das revistas de moda tenha mudado devido ao impacto dessa mudança. Empresas centenárias e tradicionais de notícia e informação jornalística impressa passam por amplos processos de reestruturação, encolhimento de publicações, fechamento de títulos e dispensa de profissionais, fenômeno que atingiu de maneira mais intensa o mercado norte-americano ao longo dos anos 2.000 e que chegou ao Brasil em princípios da atual década (REVISTA DE JORNALISMO ESPM 4 e 5, 2013; VIANA (1), 2013). Entretanto, Anderson (2012) não atribui ao ambiente digital em rede o início da derrocada, mas a outros recursos tecnológicos que começaram a ser introduzidos ainda nos anos 80, com larga expansão nos 90. A mídia de massa ligada a grandes e longevos grupos econômicos nos Estados Unidos conheceu o auge entre os anos 70 e 80, inclusive os jornais, com seu pico em 1987. Desde então, os níveis de tiragem, bem como de audiência da tevê aberta, começaram a protagonizar curva descendente até chegarem a patamares anteriores a 1960. Se em 1985, 75% da audiência da tevê norte-americana estava absorvida pelas redes abertas, nos anos 2000 isso caiu a menos da metade. O fenômeno ganhou corpo conforme o mercado de massa aumentou o consumo dos videocassetes, games, tocadores portáteis de música, canais de tevê a cabo, computadores pessoais, mp3 e, por fim, com a introdução da internet e sua popularização após a web 2.0, especialmente pela estrutura de banda larga. (ANDERSON, 2012, pp. 7 – 9).
Sabe-se que as revistas, não só as de moda, fizeram e ainda fazem parte da história da comunicação jornalística. Sempre foi considerada essencial, pois houve uma época em que ela era o único veículo de comunicação usado pelo seu público alvo. Ela acabou se tornando um objeto de desejo, de luxo e de ostentação, e, não só por querer tê-las, mas sim por querer estar nelas.
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Figura 1: Comparativo de circulação de revistas mensais no Brasil entre o janeiro a março de 2012 e o mesmo período de 2013.
. Fonte: http://aner.org.br/dados-de-mercado/circulacao/
As grandes editoras de revistas do país traziam milhares de empregos até os últimos 5 anos, onde começou a cair devido a transição para a plataforma digital. Os profissionais nos dias atuais são multitarefas, onde, antigamente, se precisava de um fotógrafo, assistentes de iluminação, diretores de criação, designers, diagramadores e seus diversos produtores, e que hoje, uma mesma pessoa exerce mais do que uma função – isso aumenta o valor do profissional individualmente, mas acaba tirando o emprego de outros profissionais especialistas.
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Figura 2: Evolução do número de revistas em circulação no Brasil.
Fonte: http://aner.org.br/dados-de-mercado/circulacao/
Marcelo Soares (apud RENATO DA SILVA, 2010, pp. 33 – 41) relata que nos primórdios das discussões realizadas pelos homens de negócios da mídia brasileira sobre o fenômeno da internet, acreditava-se que as mudanças no modelo comercial envolveria apenas a migração de uma plataforma analógica para uma digital, transportando a esta as rotinas já consolidadas, os preços e os demais parâmetros de negociação. Não entrou, na análise, a mutação de um ambiente social, econômico e tecnológico que vive o imperativo do ganhar mais com menos (CASTELLS, 2011). A migração e a convergência da revista impressa para o digital foram feitas de uma forma não muito eficiente. É preciso pensar que a publicação digital é uma outra forma de disponibilizar o conteúdo. É preciso divulgar a versão e utilizar das redes sociais e da revista impressa para a divulgação: mostrar ao leitor que, agora, a sua revista é digital. A falta de cuidado em fazer uma revista digital também é um ponto importante, pois é preciso pensar em fazer um conteúdo que seja adaptável a aquele dispositivo que será usado. Ou seja, se uma editora fizer uma publicação
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para tablet, essa publicação precisa ser diagramada para tablet; se uma editora fizer uma publicação para smartphone, essa publicação deve ser especialmente diagramada para o uso em smartphone. A regra é não colocar seu conteúdo em uma plataforma de forma aleatória, pois é preciso pensar e trabalhar para isso. Outro problema que acomete em relação a publicação digital foi o processo de convergência, onde muitos editores migraram para a edição digital com cabeça ainda de impresso - não só na publicação como nos negócios, e isso prejudica ainda mais na crise do modelo comercial e nos paradigmas do jornalismo e na fragmentação da audiência.
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3.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA REVISTA IMPRESSA Podemos citar como vantagens de uma publicação impressa o alcance de qualquer tipo de público, pois possuí uma variedade de matérias e com espaço restrito para públicos específicos. Com sua capa sempre muito bem diagramada e colorida acaba estimulando ainda mais o leitor. É feita de material durável e resistente, podendo estar na vida das pessoas por décadas - se bem cuidada, e, claro, passa credibilidade em suas mensagens. Por outro lado, sua vida útil é limitada e seu valor diminui depois de sua publicação original. Elas acumulam fácil e podem gerar problemas de organização e até incômodo. Se houver algum erro de redação ele só poderá ser corrigido por meio de retratação ou na próxima edição. Já o seu material, que vem da polpa de celulose acaba prejudicando o meio ambiente e, como são consideravelmente pesadas acabam dificultando a locomoção de mais de um exemplar. Por fim, por se tratar de uma revista impressa, ela não possuí interações com o leitor, como por exemplo vídeos, lightbox e áudios, assim como também não possuí um sistema de métrica - não se sabe quem leu e se gostou.
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3.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA REVISTA DIGITAL Ao contrário da revista impressa, a publicação de uma revista digital é mais fácil, pois elas são mais leves e não prejudicam o ambiente, pois não utilizam papel e permitem retificações e alterações. Se tratando de uma versão digital, ela não possuí limite de páginas, pois não existe um gasto com impressão e é possível criar uma interação com o leitor por meio de vídeos, áudios, lightbox e outros. E é com certeza é uma tendência graças ao grande número de smartphones, tablets e notebooks. Mas por outro lado, a leitura digital é feita com ressalvas por alguns, sem falar que ler pelo computador ou outro dispositivo é desconfortável e prejudica a visão se não feita corretamente. Além disso, prejudica o meio ambiente pelo consumo de energia desses aparelhos. Já a sua distribuição é feita por meio de aplicativos – na maioria das vezes são pesados, os quais cada editora possui o seu, e muitas vezes eles não são adaptáveis a diversos aparelhos, fazendo com que o leitor tenha que manusear a página para um lado e para o outro para conseguir visualizar o conteúdo. Assim, além de ser uma concorrência enorme, um mesmo leitor teria que baixar vários aplicativos em seu celular para ter acesso a diversas revistas. Portanto, é preciso de bons profissionais e plataformas para criar uma revista digital, para que torne a experiência do usuário positiva e menos desgastantes.
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4. ANALISANDO O PERFIL DO CONSUMIDOR Para Schiffman e Kanuk (2000), o comportamento do consumidor é um estudo sobre como o indivíduo utiliza seus recursos disponíveis, ou seja, qual a decisão a ser tomada mediante a tempo, dinheiro e esforço perante aos itens de consumo. Ele envolve o que, por que, quando e onde os consumidores compram, como também em que frequência compra e usam. Segundo Kotler (2000), o estudo do comportamento do consumidor busca compreender como pessoas, grupos e organizações escolhem, adquirem, utilizam e descartam produtos criados para satisfação de suas necessidades e desejos. Já Arruda e Miranda (2004) completam afirmando que o comportamento do consumidor está envolvido também na tomada de decisão, antes e depois, da compra. Para o consumidor de moda, no geral, a moda é uma forma de expressão, um estilo de vida que vai além da indumentária, englobando a saúde, a alimentação, o design, a música e a arte no geral. Segundo afirma Engel, Blackwell, Miniard (2000), as percepções do indivíduo sobre suas próprias características e habilidades, reflete em seu autoconceito. Por isso, um mesmo grupo de pessoas em situação social e econômica similar propendem a seguir um mesmo molde de consumo. Entretanto, cada pessoa incorpora um pouco de sua identidade e personalidade a aquele estilo de vida. Conforme Sheth, Mittal e Newman (2001), o estilo de vida é definido como o indivíduo vive, como administra seu tempo e dinheiro. Por isso, neste capítulo, foram feitas diversas análises entre os números de leitores, exemplares, assinantes, downloads e visualizações das revistas Glamour, Marie Claire, ELLE e VOGUE. Através dessa pesquisa, podemos concluir que, o número de acesso as plataformas digitais cresceram ao longo dos anos, assim como os seus seguidores nas redes sociais. O número de leitores da revista impressa é ainda maior do que a da versão digital, mas tudo indica é que com a ascensão da internet o número só tende a aumentar.
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4.1 REVISTA GLAMOUR A primeira revista que analisamos foi a Glamour, presente no Brasil desde 2012 para substituir a antiga revista Criativa. Ela se identifica como “uma revista de moda, beleza e lifestyle de bom humor” e que se considera como a revista feminina que mais vende em bancas. Figura 3: Capa da revista Glamour, edição de Setembro de 2017.
Fonte: https://revistaglamour.globo.com/Celebridades/noticia/2017/08/maria-casadevall-e-capa-daglamour-de-setembro.html
Por meio do Mídia Kit disponibilizado pela marca, obtivemos o número de 364 mil leitores e 146,7 mil exemplares, sendo 60% avulsos e 40% assinaturas. Já pelo poder de compra podemos concluir que 34% dos leitores se interessam por moda, 64% possuem notebook em casa e tem uma afinidade de 241% acima da média por possuir um tablet. Por meio do site, a Glamour obtém cerca de 12.491.000 pageviwes, 3.765.000 unique visitors e 5’ de tempo de permanência.
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Figura 4: Audiência total do público da revista Glamour no ano de 2017.
Fonte: https://issuu.com/lahpradoo/docs/gl_midiakit_2017
Todos os números analisados são do ano de 2017, portanto, as revistas já tinham migrado suas publicações para o digital. Na figura acima podemos fazer uma rápida análise entre o número de leitores da edição impressa, que é de 364 mil, enquanto a publicação digital tem apenas 15 mil downloads. Nota-se uma grande diferença, onde podemos perceber uma possível preferência pela revista impressa.
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4.2 REVISTA MARIE CLAIRE A segunda revista que analisamos foi a Marie Claire, presente no Brasil desde o ano de 1991. Com o slogan de “Chique é ser inteligente”, ela se dá por ser uma “marca essencial para atingir as mulheres independentes, inteligentes e que gostam de moda. A mistura perfeita de jornalismo da mais alta qualidade com o universo sofisticado da moda e da beleza. A Marie Claire celebra a mulher contemporânea, fala para uma leitora ousada e ao mesmo tempo glamourosa”. Figura 5: Capa da revista Marie Claire, edição de Outubro de 2015.
Fonte: https://revistamarieclaire.globo.com/Celebridades/noticia/2015/09/mae-aos-46-carolina-ferrazrevela-engordei-18kg-e-tive-depressao.html
Por meio do Mídia Kit de 2015, obtivemos o número de 818 mil de leitores por mês, 171.642 mil de exemplares por mês e 53 milhões por ano, sendo 33 edições internacionais e 33 mil páginas de anúncios por mês. A revista possuí afinidade de 175% com as leitoras que possuem ensino superior completo, 83% de afinidade com as que compram com o próprio cartão de crédito ou débito e alto índice de afinidade com joias (205% acima da média). É uma revista de moda que se considera a que
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mais tem leitoras no target das que trabalham fora de casa, superando suas concorrentes. Figura 6: Revista Marie Claire – Total de leitores.
Fonte: http://editora.globo.com/midiakit/marieclaire/arquivos/MidiaKit_MarieClaire.pdf
Como podemos observar na figura acima, o leitor da Marie Claire é 92% feminino e 69% são da classe AB, sendo 53% na faixa etária de 18 a 44 anos. Segundo comparações feitas entre Janeiro e Outubro de 2014, a revista possuí 475 mil fãs no Facebook e 75 mil followers no Instagram, sendo o segundo perfil mais seguido entre as outras edições do mundo da Marie Claire. Já pelo site a marca possuí 10.282.000 pageviews/mês e 2.412.000 de visitantes únicos por mês.
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4.3 REVISTA ELLE Já a terceira revista que analisamos foi a ELLE, que está presente no Brasil desde 1988. Há 30 anos no Brasil, foi considerada a maior revista de moda do mundo, porém em agosto de 2018 foi decidido que ela seria descontinuada, sendo naquele mês a sua última edição impressa no país. Ela se considera “irreverente, ousada e aposta no novo, aborda a moda de forma jovem e inovadora”. Figura 7: Capa da revista ELLE, edição de Janeiro de 2018.
Fonte: https://www.facebook.com/ElleBrasil/posts/10156274790674050/
De acordo com o Mídia Kit de 2018 da marca, a revista possuí 276 mil leitores, sendo 73% deles mulheres, onde 61% tem de 18 a 39 anos sendo 59% da classe AB. Tem uma tiragem de 61 mil com 45 mil de circulação total, sendo 18% avulsas e 82% assinantes. Segundo a própria marca diz em seu Mídia Kit “a ELLE foi a primeira revista de moda a chegar nos tablets, a ter realidade aumentada nas páginas de sua revista e a fazer a cobertura das semanas de moda em tempo real por Facebook Live e Periscope”. Por isso, ela é considerada no Brasil como a revista de moda mais
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engajada e premiada, ainda mais se tratando de ser uma revista que trata de assuntos como o feminismo, o direito das mulheres e a equidade de gênero e raças. Figura 8: Página 24 do Mídia Kit ELLE 2018.
Fonte: https://docplayer.com.br/77360087-Elle-no-mundo-presente-em-46-paises-elle-e-a-maiorrevista-de-moda-do-mundo-com-mais-de-21-milhoes-de-leitores.html
Como podemos observar na imagem acima, os acessos nas redes sociais da marca são bem altas. O Instagram da ELLE possuía até em 2018 cerca de 1 milhão de seguidores e no Facebook, 650 mil fãs. Já o site da marca registra 941 mil page views e 699 mil unique visitors. Mas em Maio de 2020, a marca anunciou sua volta, que agora irá trabalhar com edições mensais digitais e quatro publicações impressas por ano, tendo um foco maior no digital, produzindo conteúdos audiovisuais, podcasts e marcando presença nas redes sociais.
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4.4 REVISTA VOGUE Por fim, a última revista que analisamos foi a Vogue, presente no Brasil desde 1975, sendo assim a primeira publicação na América Latina, sendo assim considerada a maior autoridade no assunto do País e grande lançadora de tendências da imprensa nacional. Sempre enxergando longe e mostrando em primeira mão o que está por vir, VOGUE BRASIL é a maior autoridade em moda do País, além de ter estabelecido sua relevância no cenário internacional. Influente, criativa e sofisticada, a publicação reúne entre seus colaboradores a tropa de elite da indústria global, entre modelos, fotógrafos, stylists e beauty artists. Ao longo dos últimos cinco anos, a marca se consolidou como uma plataforma completa, indo muito além do papel: é hoje referência nas redes sociais aqui e lá fora, está à frente de iniciativas digitais inovadoras. (VOGUE, 2019, p.2).
Figura 9: Capa da revista VOGUE, edição de Junho de 2019.
Fonte: https://vogue.globo.com/moda/moda-news/noticia/2019/05/grace-elizabeth-e-cover-girl-davogue-de-junho-que-traz-especial-sustentabilidade.html
De acordo com o Mídia Kit de 2019 da revista, ela possuí uma circulação de 43.063 mil no impresso e digital, sendo 15.385 mil exemplares de assinaturas. Suas
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leitoras são 72,7% do público feminino e 50,9% são leitoras com mais de 35 anos. Já através de seu site, a marca obtem 15.353.968 mil pageviews/mês, 6.525.231 unique visitors/mês e com cerca de 137.367 mil heavy users/mês. Figura 10: Página 8 do Mídia Kit de 2019 da VOGUE.
Fonte: https://irp-cdn.multiscreensite.com/43f3dabf/files/uploaded/VG_MIDIAKIT_2019.pdf
Como pode-se observar na imagem acima, as redes da VOGUE são dentre as quatro revistas aqui analisadas, a mais visitadas e seguidas. Sua página no Facebook contem cerca de 1.107.962 milhões de fãs, o Instagram conta com 2,2 milhões de seguidores, seguido de 159.349 mil inscritos em seu canal do YouTube. Um plus a mais dentre as reivistas analisadas é que a VOGUE possuí um perfil no famoso site de inspirações, o Pinterest, tendo mais de 71 mil seguidores.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho apresenta uma tentativa de assimilação das mudanças que ocorreram no mercado das publicações impressas e também pela tentativa de assimilação da vida útil das revistas de moda. Julgamos ser de extrema relevância para que as futuras gerações entendam como funciona o processo de convergência tecnológica e, como elas podem agir perante uma mudança de plataforma impressa para uma digital, seja de qualquer veículo de comunicação, sabendo lidar com todos os obstáculos que surgirem pelo caminho. Por isso, há no presente trabalho uma forte explicação apoiada em grandes autores da tecnologia e comunicação do mundo do que é a convergência tecnológica e quais são as suas principais características. Só assim poderíamos passar para o próximo passo, que foi analisar o método de travessia das editoras impressas para uma plataforma digital. E, consequentemente, analisamos características de consumo e de usabilidade dos usuários das revistas de moda Glamour, Marie Claire, ELLE e VOGUE. Pode-se considerar que os objetivos propostos para a realização deste trabalho foram atendidos e alcançados, porém, ainda existe a possibilidade de continuidade, já que discutimos sobre um assunto atual, o qual recebe mudanças e particularidades frescas a todo tempo, assim como as características de seus consumidores. Pesquisas futuras poderiam abordar a maneira como as revistas – as poucas que ainda permanecem no mercado – lidam com as estratégias de venda e publicação, tendo em vista que seus clientes ainda estão divididos entre o digital e o impresso.
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