UM NOVO OLHAR PARA O PATRIMÔNIO

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A disciplina Projeto V “Patrimônio Arquitetônico, Urbanístico e Ambiental” buscou, por meio de uma abordagem crítica frente às questões dos patrimônios culturais material e imaterial desenvolver procedimentos de análises de áreas urbanas históricas, que considerem as distintas temporalidades que incidem no território.

Dessa forma, por meio de uma abordagem crítica do território, a proposta foi o desenvolvimento projetual que redesenhasse o centro de Ribeirão Preto, considerando as diferentes camadas temporais do território, assim como os objetos patrimoniais materiais e imateriais e as dinâmicas socioculturais estabelecidas. Para tanto, trabalhamos com levantamentos de dados quentes e frios da área de estudo e na elaboração cartografias pós-representacional com a identificação de equipamentos/edifícios que assumem o papel de catalisadores/indutores urbanos, a fim de promover uma requalificação da área, por meio de atividades que considerem a realidade do local levando em consideração suas permanências e potencialidades.

.CATEGORIA DE ANÁLISE - RUPTURAS E LIMITES

.VIAGEM DIDÁTICA: MATERIAIS DESENVOLVIDOS

MAPA PERCURSO

FORMULÁRIO ENTREVISTA

.VIAGEM DIDÁTICA: DADOS OBTIDOS

.ANÁLISE EM GRUPO: RUPTURAS E LIMITES, CONFLITOS E BARREIRAS .CONSTRUÇÃO PRELIMINAR DE UM PARTIDO PROJETUAL

INTERPRETAÇÃO DOS DADOS OBTIDOS

LEITURA DE PATRIMÔNIO

.PROCESSO PROJETUAL

LEVANTAMENTO INICIAL: PERMANÊNCIAS E POTENCIALIDADES

E DEFINIÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

ESTUDO DE VOLUMETRIA

DEFINIÇÃO DE DIRETRIZES DO PROJETO

DETALHAMENTO

PARÂMETROS URBANÍSTICOS

SUMÁRIO

Após a apresentação introdutória da disciplina e dos exemplos de espaços urbanos, narrativas e representações gráficas de cartografias, escolhemos o indicador social "Rupturas e Limites" como tema foco da nossa análise inicial. O mapa ao lado demonstra essa primeira investigação, sendo a linha de análise os complexos e favelas nas regiões periféricas de Ribeirão Preto, dando enfoque, também, para os limites impostos pelos condomínios fechados.

CATEGORIA DE ANÁLISE: RUPTURAS E LIMITES

Fonte: Elaborado pela equipe, 11 de abril.

“Agentepagaimposto luz água tudo certinhoeficasemosserviços Dá apagão,queimaoseletrodomésticos REASSENTAMENTO LIMTEI S COMPLEX O PRANGA COMPLEX O ANDAA COMPLEX OSMON COMPLEX O SUDOESTE COMPLEXO VLACARVALHO COMPLEXO AEROPORTO COMPLEX OLESTE CONDOMÍNIOFECHADO CENTRO EIXONORTE PRAQUEM? QUE? LOTEAMENTO RUPTURA CDHU EIXOSUL MCMV M A L H A U R B A N A F R A G M E N T A D A G D U

Para a viagem didática preparamos um roteiro de viagem que teve como cerne o mapa do percurso que fariamos, tanto com a turma de forma geral, quando como grupo, para observarmos o território de forma direcionada ao tema. A partir do estudo da área pelo Google Street View, marcamos pontos que pareciam importantes: prédios históricos protegidos pela municipalidade, áreas entendidas como abandonadas ou vazias, além de centros e intervenções culturais

VIAGEM DIDÁTICA: MATERIAIS DESENVOLVIDOS MAPA DO PERCURSO

A histórico vaziourbano àreadeintervenção expressõescultura s trajetoespec fico trajetogeral Av Jerônimo Gonçalves AvDuquedeCaxias RuaSãoSebastião AvGeneralOsório Me cadão RuaSaldanhaMarinho RuaAmadorBueno RuaJoséBonifácio
Fonte: Elaborado pela equipe, 16 de abril.

VIAGEM DIDÁTICA: MATERIAIS DESENVOLVIDOS FORMULÁRIO DE ENTREVISTA

Decidimos desenvolver um formulário de entrevista para a visita ao local, na tentativa de reunir informações pertinentes acerca da vivência dos moradores locais. Entendemos que a entrevista seria importante e o formulário surgiu como uma tentativa de padronizar as perguntas, evitando, assim, que pudessem ser tendenciosas, afim de gerar resultados imparciais. No entanto, assim que chegamos ao local, entendemos que o percurso e a reunião de dados acerca do território deveria ser a prioridade do grupo e, devido ao pouco tempo, não aplicaríamos a entrevista.

Fonte: Elaborado pela equipe, 16 de abril.

VIAGEM DIDÁTICA: DADOS OBTIDOS DADOS QUENTES

Ao longo da visita a Ribeirão buscamos reunir dados quentes: fotos, desenhos e registros da nossa percepção do local. A manipulação das imagens colaborou para expressarmos graficamente qual foi o nosso foco de observação no decorrer da viagem: as manifestações artísticas e os edifícios que marcavam diferentes temporalidades, ambos rompendo a monorritimia da paisagem.

Teatro ao fundo Palacete Camilo de Matos Calçadão da General Osório Baixada Fábrica ao fundo Cooperativa Terminal de ônibus Mercado Municipal Baixada

VIAGEM DIDÁTICA: DADOS OBTIDOS DADOS QUENTES

Fonte: Elaborado pela equipe, 18 de abril

VIAGEM DIDÁTICA: DADOS OBTIDOS DADOS QUENTES

Fonte: Elaborado pela equipe, 18 de abril

VIAGEM DIDÁTICA: DADOS OBTIDOS

DADOS QUENTES

Fonte: Elaborado pela equipe, 18 de abril

O mapeamento dessas imagens proporcionou o entendimento da espacialidade dessas paisagens observadas. Os patrimônios melhor preservados estavam concentrados na parte mais antiga do centro, ao redor da Praça XV e da Catedral, assim como o fluxo de pessoas, que se concentrava na General Osório.

Ao mesmo tempo, muitos edificios históricos pouco preservados e manifestações artistícas materializadas principalmente pelo Graffite e pixação concentravam-se na baixada.

área de intervenção

V DÁTICA: DADOS OBTIDOS

área central

trajeto específico

trajeto geral

espaço de estudo

Fonte: Elaborado pela equipe, 18 de abril

RuaTibiriça RuaAlvarésCabral RuaTibiriça RuaAlvarésCabral RuaVuscondedeInhaúma RuaTibiriça RuaVuscondedeInhaúma RuaViscondedoRioBranco RuaSaldanhaMarinho RuaAmadorBueno RuaJoséBonifácio RuaLafaite RuaFlorênciodeAbreu RuaAméricoBrasiliense RuaLafaite RuaSãoSebastião spa o d pe manên a pon o c me c a d Rua ompa hada mu eu e a e Re de c a RuaMarianaJunqueira AvDuquedeCaxias Av.DoutorFransciscoJunqueira AvGeneralOsório Av Jerônimo Gonçalves Us á o de á oo e d ha

A partir do levantamento feito na visita didática à Ribeirão Preto traçamos pontos de divergências e convergências com outros grupos. A imagem ao lado deixa claro essa aproximação dos temas "Rupturas e Limites" e " Conflitos e Barreiras", evidenciando a relação do patrimônio com a volumetria, espaços de circulação e permanências e a conservação dos bens tombados.

ANÁLISE EM GRUPO:

RUPTURAS E LIMITES, CONFLITOS E BARREIRAS

Fonte: elaborado pela equipe, 25 de abril

A partir deste momento, as problemáticas levantadas pela leitura do território passaram a ser questões que poderiam ser resolvidas a partir de uma proposta projetual.

A união da baixada à parte já bem estabelecida do centro era a questão principal, que deveria ser resolvida unindo as potencialidades das duas áreas.

Fonte: elaborado pela equipe, 02 de maio

CONSTRUÇÃO PRELIMINAR DE UM PARTIDO PROJETUAL

A construção de um sistema que unisse os pontos estratégicos das duas regiões, tendo como elementos conectores a General Osório, uma rua de grande fluxo de pedestres que desce da Praça XV para a baixada, e a José Bonifácio, que liga a marginal ao terminal rodoviário e o mercado municipal, atravessando toda a baixada.

Fonte: elaborado pela equipe, 09 de maio

ESTUDOPRELIMINAR

Ao longo da leitura do território definimos que os edifícios de interesse de "permanência" para o projeto seriam aqueles que representassem temporalidades, a maioria identificados na visita à campo; além daqueles que já estavam cadastrados como "edifícios de interesse patrimonial" ou protegidos pela municipalidade.

ÁeasV r es Le odoRo ÁeadeEsudo E oP cp de neve ção Reeên a Pé-Es beecdas d osHsó c seP mô os Es con meno Esp çosV zo d osDe ocup dos Poe ca dad 0m 00m 400m
Fonte: elaborado pela equipe, 16 de maio

Fonte: elaborado pela equipe, 16 de maio

LEITURA DE PATRIMÔNIO

Definiu-se que as intervenções deveriam priorizar os espaços vazios e entendidos como subutilizados - ou seja, aqueles que demonstram potencial em seu uso - que estivessem próximos aos elementos marcados como "permanências".

Estudaríamos, então, a relação dessas intervenções com os patrimônios, uma vez que estariam inseridos em um sistema que articula os dois principais perfis de fluxo no centro: o de uso diário comercial e o residencial.

O sistema criado, seja ele composto por espaços livres ou de uso cultural, deveria proporcionar a possibilidade de permanência no centro, além de atrair quem circula na parte alta a descer à baixada.

Fonte: elaborado pela equipe, 23 de maio

PROCESSO PROJETUAL ESTUDO DE VOLUMETRIA

Nesse momento, começamos a trabalhar e entender as volumetrias do espaço. Definimos, então, mesmo que de maneira arbitrária, concentrar as intervenções nas quadras que possuíam maior concentração de vazios.

Nestes espaços, distribuímos lâminas que seriam de uso misto, com passagens intraquadras.

PROCESSO PROJETUAL

PERMANÊNCIAS, POTENCIALIDADES E DEFINIÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

A partir da primeira proposta de volumetria pudemos entender qual seria a escala que atenderia aos parâmetros urbanísticos sugeridos. Partimos para a expansão da área de intervenção inicial. Agora, alem das quadras que rodeiam a Jose Bonifácio, mais quadras participariam do levantamento das volumetrias e consequente intervenção.

áreas verdes referências subutil zados permanências uso misto

residencial bens sob regime de proteção

área de estudo área de intervenção e xos principais

Fonte: elaborado pela equipe, 06 de junho

ESTUDO DE VOLUMETRIA

Com a nova área de estudo expandida, a investigação minuciosa da relação das volumetrias, quadra por quadra, deu-se como necessária para o entendimento das relações volumétricas entre os patrimônios e as demais edificações; além disso, para entender qual o perfil de gabarito das regiões do centro, para que as intervenções não fugissem do padrão já existente.

Fonte: elaborado pela equipe, 13 de junho
Fonte: elaborado pela equipe, 13 de junho
13
Fonte: elaborado pela equipe,
de junho
Fonte:
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13 de
elaborado
equipe,
junho
Fonte: elaborado pela equipe, 13 de junho

DEFINIÇÃO DAS DIRETRIZES DO PROJETO

Fonte: elaborada pela equipe, 20 de junho

LEITURADECIDADE

OSEIXOSQUENORTEARAM ALEITURADOTERRITÓRIOFORAM APRESENÇADEPATRIMÔNIOS, ADINÂMICAENTREAPARTE ALTAEABAIXADA, ASMANIFESTAÇÕESCULTURAIS PRESENTESDEDIFERENTES FORMASEADISTRIBUIÇÃO DEVAZIOSE TERRENOSSUBUTILIZADOS.

Pranchas entregues pela equipe no dia 27 de Junho

PERMANÊNCIAS

Foram mapeados pontos de permanência que possuem potencialidades na construção do espaço urbano. A proposta se sustenta na requalificação desses edifícios

desvalorizados, criando um sistema entre a parte alta e baixa do Centro de Ribeirão Preto. Os edifícios já consolidados ganham uma nova característica, uma vez que o redesenho dos volumes e gabaritos existentes valorizam ainda mais esses espaços subutilizados.

Com base nos levantamentos feitos, o critério para desapropriação e demolição das edificações foi em primeiro lugar a apropriação dos espaços subutilizados pensando na valorização e permanência dos patrimônios. Assim, os volumes foram propostos buscando um aspecto formal que não contrastassem com as permanências, as quais tiveram o redesenho das suas adjacências com a proposição de espaços livres.

DEMOLIÇÃO E DESAPROPRIAÇÃO

Além desse aspecto, um dos objetivos primários da proposta era ampliar para a baixada as áreas residenciais e institucionais, o que explica o maior adensamento.

Seguindo essa lógica, a área mais ao leste da intervenção - que compreende as proximidades da praça XV - teve também uma intervenção mais intensa, onde foi dado prioridade para a implementação de edificações de uso misto com gabaritos mais altos, nos espaços vazios.

área oeste da baixada, onde havia uma grande concentração de lotes vazios e estacionamentos, foi a parte de maior intervenção, em termos de área.

Já na área central da proposta - na região que abrange o encontro da rua José Bonifácio com a General Osório - em virtude da quantidade de edifícios com caráter histórico, o projeto buscou a sua valorização criando um eixo cultural e preservando o comércio existente.

HIPÓTESE DE CIDADE

Caminhabilidade, zoneamento misto e valorização das áreas de convivência atreladas aos patrimônios.

Uma cidade que incentiva a mobilidade a pé, com ampliação das calçadas, faixas exclusivas para ciclistas e pedestres e que minimize a dependência do carro. Atrelado a isso, a implementação do zoneamento misto, onde as áreas comerciais e residenciais se mantém próximas, muitas vezes nos mesmos volumes, o que também facilita e incentiva a realização de atividades a pé. Além do mais, como parte integrante do processo projetual está a valorização das áreas de convivência atreladas aos patrimônios, a fim de promover a permanência da população na região e uma maior utilização desses espaços.

DETALHAMENTO

Tendo em vista a necessidade de detalhar as áreas de interesse seguindo as diretrizes urbanísticas, redesenhamos esses espaços.

Essas propostas que estão expressas nos representações ao lado.

Fonte: elaborada pela equipe, 10 de julho

CORTEGENERALOSÓRIO

CORTEJOSÉBONIFÁCIO

CALÇADÃO

PARÂMETROS URBANÍSTICOS

A partir de um cálculo aproximado da área total de edificações construídas, que culminou em 605.000m², foi calculada a densidade habitacional, resultando em 250hab/ha bruto.

Levando em consideração o partido projetual - que foi pautado na valorização do patrimônio - a opção de não verticalizar de forma intensa, a fim de não fugir do gabarito existente, alcançou uma densidade habitacional inferior ao proposto (300hab/ha), no entanto, se fez mais adequada ao projeto nesse caso.

Em relação aos demais parâmetros, foi obtido 50% de taxa de ocupação, 40% de taxa de permeabilidade e 0,96 o coeficiente de aproveitamento - parâmetros obtidos com base nos valores aproximados de área construída, área permeável e média de pavimentos edificados.

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