Quinta-feira, 9 de junho de 2016
ESPECIAL BOTUVERÁ 54 ANOS
Povo de fé Com população quase 100% católica, município cultiva devoção à fé cristã vista em poucos lugares do país
MARCELO REIS
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Botuverá 54 anos
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RELIGIOSIDADE
Encontros de fé nas comunidades Capelas dos bairros promovem a congregação das famílias de uma população quase 100% católica
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“Alguns têm um pouco menos de frequência à igreja, mas isso não significa que não tenham a presença de Deus na sua vida”, resume o padre Eloi. O catolicismo, na sua origem, organiza-se em comunidades. Em Botuverá, além da tradição, isso se constituiu em necessidade. Num tempo em que o transporte era precário, percorrer mais de uma dezena de quilômetros para ir à missa era complicado para quem morava longe da matriz. Quando o município ainda era denominado Porto Franco, começaram a surgir, há mais de um século, como referência aos encontros de fé, as capelas nos bairros, até hoje mantidas pela comunidade. “A capela é uma necessidade para que as pessoas tenham uma referência da sua fé, se não tivéssemos as capelas nos bairros as famílias teriam que se deslocar para a matriz, e não é fácil para todas fazerem esse deslocamento”, afirma o padre Eloi.
FOTOS MARCELO REIS
padre Eloi Comper, vigário da paróquia São José, afirma que, de modo geral, todo ser humano quer uma inspiração divina na sua vida. Em terras botuveraenses, não se foge à regra. Para além disso, é um lugar onde quase todo mundo é devoto da religião católica apostólica romana. O último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aponta 92,8% de botuveraenses católicos. Ninguém na cidade, conforme o mesmo estudo, se diz sem religião. É fácil entender isso: tratam-se de descendentes de imigrantes italianos que, na sua origem, não se dissociam da fé católica. Proporcionalmente ao tamanho da população, de quase 5 mil habitantes, agrada ao vigário a quantidade de pessoas que frequentam a igreja regularmente. Ainda assim, ele avalia, há os que não frequentam com tanta intensidade, mas nem por isso deixam de praticar a fé.
A capela de Águas Negras é a mais antiga de Botuverá
Mas essa é a importância logística. Há outro benefício trazido por essas capelas que é lembrado pelo vigário. “A religião católica é feita de comunidades, o ser humano precisa desse encontro de pessoas. A religião não é só uma vivência pessoal, é uma vivência comunitária, e as capelas proporcionam isso”.
Rabiscado nesta pequena agenda, relatos manuscritos da história da capela de Águas Negras, feitos pelos mais idosos da comunidade
A primeira capela de bairro foi construída em Águas Negras. Relatos orais dos mais antigos moradores dão conta da existência de uma capela neste bairro em meados de 1880. No entanto, os arquivos paroquiais
contêm as primeiras citações a ela datadas de 1914. O atual templo da matriz foi concluído, sem a torre, em 1899. O aumento da população e a chegada de novos imigrantes expandiu os limites do povoado. Surgem, nesta época, as capelas nas localidades, as quais hoje são nove. Dona Odair, como é conhecida na comunidade de Águas Negras, é uma das responsáveis por cuidar da capela do bairro. Ali, também se instalaram imigrantes, os quais trabalhavam com a extração de madeira, e resolveram se alojar perto de um ribeirão. “Era uma época de muita chuva, ancoraram ali, viram que era
um pedacinho bonito e se alojaram, fizeram cabanas”, conta dona Odair. Ela diz ainda que, com esses imigrantes, surgiu a denominação do bairro. “Eles entraram no rio, que tem águas profundas, com grandes rochas escuras, e a água limpa parecia preta. E como eram todos italianos, diziam acqua nigra”, explica. Ela tem tanto carinho pelo templo que guarda todas as informações sobre sua história em uma pequena agenda, desde 2003, informações estas relatadas pelas pessoas mais velhas. Para ela, a capela é um instrumento da prática da fé. “A gente faz parte desta comunidade
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Botuverá 54 anos “Se não tivesse essa capela, a população ia ter que ir pra Botuverá de novo”, afirma Lamin. Botuverá, para os moradores locais, não é só uma forma de se referir ao nome do município, mas também especificamente ao Centro da cidade.
“Quanto mais a igreja estiver perto, mais você consegue cativar o povo para ir na igreja. Para nós estarmos bem, temos que ir em busca de Deus. A melhor maneira é levar Deus perto do povo”, diz Ângelo Venzon, que é um dos responsáveis pela coordenação da capela da localidade de Lageado, que reúne os lageados Central, Alto e Baixo. Ali, ele conta, a capela também surgiu por necessidade: seriam vários quilômetros até o Centro para participar das celebrações, não fosse o templo do bairro,
Oráculo da capela de Lageado Baixo, fundada em 1936
desde criança, a gente tem muita fé em Deus, acredita muito, e Deus é quem nos dá força para a gente manter os trabalhos da igreja ativos, manter a igreja viva”, resume.
Assim como em Águas Negras, foi a necessidade de ter um templo mais próximo de casa, para a realização de encontros
de fé, que motivou o surgimento, em 1917, da capela do bairro Ribeirão do Ouro. Ademir Lamin é o coordenador dessa capela há mais de uma década. Ali já foram feitas diversas reformas, mas algumas partes ainda são de barro, o mesmo barro utilizado há quase 100 anos, quando da sua edificação. Ali, o espírito comunitário também é o responsável pela
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edificado em 1936. “Na época que foi construída, quem era da coordenação era o meu pai. Antes daqui ia para o Centro, era muito longe, naquela época era a pé, de cavalo e de carroça, a maioria a pé, na média de 15 quilômetros de onde a gente mora até o Centro”, explica Venzon. Para ele, o espírito comunitário citado pelo padre Comper é o que mantém de pé a fé na localidade, onde os moradores também precisam trabalhar em ações para garantir a manutenção das atividades da igreja, que vive de doações da comunidade e da festa feita anualmente, no último domingo do Carnaval. Assim, a religiosidade da população se mantém forte, também, pela presença da igreja perto de sua casa, instigando a celebração e mobilizando a comunidade em prol da fé católica.
manutenção. Anualmente, festas, rifas e outras promoções são feitas na localidade, com objetivo de manter o templo em pleno funcionamento. Geralmente, as missas nessas capelas são realizadas uma ou duas vezes ao mês pelos padres da paróquia, e nas vezes restantes são feitas celebrações pelos ministros da Igreja Católica, membros da comunidade.
A missa na matriz: lotação máxima garantida pela devoção da população ao catolicismo
A fundação dos templos
Ornamentos da capela de Ribeirão do Ouro, a segunda mais antiga: algumas partes conservam o barro usado na construção, em 1917
Matriz
1889
Vargem Grande
1936
Águas Negras
1914
Areia Alta
1954
Ribeirão do Ouro
1917
Ourinhos
1968
Lageado
1936
Pedras Grandes
1990
Barra da Areia
1936
Sessenta
1994
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ORDENAÇÃO DE PADRES
Botuverá: terra de vocacionados Ano após ano, surgem no município novos meninos dispostos a abraçar a vida religiosa e tornarem-se sacerdotes MARCELO REIS
mais do que provável que José Henrique Zoler, de 20 anos, seja o 23º padre de Botuverá. Aliás, assim se referiram a ele os colegas do Seminário Filosófico Sagrado Coração de Jesus, durante a entrevista. O número pode parecer pouco, mas é bastante elevado se forem levados em consideração alguns fatores: o pequeno tamanho da população - quase 5 mil habitantes, segundo o IBGE -, e o tempo de formação de um sacerdote, que no mínimo é de oito anos, se não houver nenhuma interrupção pelo caminho. Proporcionalmente, Brusque, com seus 120 mil habitantes, não ordenou tantos padres quanto Botuverá, isso sem contar as desistências que ocorreram ao longo dos anos. José estuda para ser padre há seis anos, e diz que sua vocação começou a ser manifestada aos 10 anos. Antes, queria ser cardiologista. Um encontro com um estranho, no ônibus, foi o ponto de partida. “Ele disse que eu tinha cara de padre”. Ele nunca mais o viu na vida, mas repetiu a história a quem conhecia. Certa vez, ainda criança, durante a visita de um seminarista, José revelou-lhe a intenção de ser cardiologista. O rapaz lhe entregou em mãos um folheto do Sagrado Coração de Jesus, e lhe fez um chamamento. “Se algum dia quiser trabalhar com outro coração, escolha esse”, disse. A partir dali começou a caminhada. “O que mais me motiva a continuar são os sacramentos, tenho uma deferência, um respeito muito grande por eles, e admiro muito o sacerdote que administra os sacramentos”, diz o seminarista.
É
dos, como esses dois rapazes. “Havia muito incentivo das famílias, motivado pela devoção e pela fé do povo”.
O padre Flávio Morelli, de 86 anos, foi o segundo a ser ordenado no município. Ele é o mais antigo religioso botuveraense em atividade na região. Do alto de seus 58 anos de sacerdócio, faz um relato que, segundo ele, pouca gente tem conhecimento: “Botuverá é uma cidade levítica”. Levítico é o terceiro livro da Bíblia, e é assim denominado porque contém a chamada Lei dos sacerdotes da Tribo de Levi, a que foi escolhida para exercer a função sacerdotal no meio do povo. Essa classificação, ele argumenta, está ligada ao grande número de vocacionados. Quando ele começou no seminário, mais quatro botuveraenses começaram, no mesmo ano. Nessa época, conta o padre Flávio, iniciou no município um período de entusiasmo dos meninos pelo sacerdócio e, décadas depois, chegou a haver três ordenações em um único ano. A exemplo dos seminaristas Elias e José, ele descobriu sua vocação no estágio do seminário, um “presente” dado por seu pai. “O pai queria nos dar uma oportunidade de ter um pouquinho de estudo”, conta o padre Flávio. Elias Martinenghi, 18 anos; e José Henrique Zoler, 20 anos. É provável que sejam eles o 24º e 23º padres ordenados nascidos em Botuverá, respectivamente; vocação aflorou desde cedo
Outro botuveraense também estuda em Brusque para ser padre. Elias José Martinenghi, 18 anos, está há cinco nesta caminhada. Sua vocação, afirma, também veio bem cedo. De uma
família toda católica, ele conta que, quando criança, costumava brincar de rezar missa. Elias fez três estágios para, aos 13 anos, ter certeza da vida que queria seguir. Ele não tem dúvidas de que quer chegar ao sacerdócio. “O que mais me
motiva a ser um padre é dar atenção para o povo, estar presente”, afirma. Para o vigário da paróquia São José, padre Eloi Comper, é fato que a população de católicos devotos de Botuverá predispõe ao surgimento de vocaciona-
A última ordenação de um padre botuveraense ocorreu em 2012. Foi o padre Elinton Costa, de 32 anos, o mais jovem em atividade, que atua na Comunidade Bethânia, em São João Batista. Ele conta que entrou no seminário muito cedo, aos 14
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anos, e não teve uma boa primeira impressão. Sua intenção era conseguir um bom estudo para ter uma carreira profissional, não o sacerdócio. Em Brusque, na faculdade de filosofia, as coisas mudaram. Influências não lhe faltaram. Padre Elinton tem dois tios por parte de mãe e dois por parte de pai que foram sacerdotes da Igreja Católica. Sua hipótese para a cultura de vocacionados de Botuverá é de que se trata, sobretudo, de um orgulho para a família. “A cultura botuveraense é muito fiel ao catolicismo, e diante da quantidade de filhos que se tinha, deixava-se um livre para seguir no seminário”, explica. “Na minha família, quando meus tios foram para o seminário com a intenção de estudar, se formar e ter uma cultura, os outros irmãos se sacrificavam. O desejo dos pais era que eles completassem a caminhada”, relata o 22º padre botuveraense.
ARQUIVO PESSOAL
O padre Flávio Morelli, prestes a completar 87 anos, segue na ativa: ele é o mais velho em atividade na região, nascido em Botuverá
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Elinton Costa, padre ordenado há quatro anos: o botuveraense mais jovem na atividade sacerdotal
Botuverá 54 anos Elinton trilha uma caminhada de evangelização que busca, hoje, trazer o jovem para dentro da igreja. Trabalho que, segundo ele, é desafiador, mas necessário e gratificante.
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Junto aos outros padres botuveraenses, que atuam em diversas cidades, ele atua para manter a tradição que dá ao município a alcunha de terra de sacerdotes.
Padres botuveraenses Padre
Ordenação
1
Cosmo Maestri
17/03/1956
2
Flávio Morelli
29/06/1957
3
José Stolfi
29/06/1957
4
Antonio José Thamazzia
08/12/1959
5
Valdir Vicentini
28/06/1964
6
Alírio José Pedrini
02/02/1959
7
Vilberto Gianesini
29/06/1966
8
Pedro Paloschi
não informado
9
Adilson José Colombi
02/02/1964
10
Mário José Maestri
08/12/1974
11
Nelson Tachini
08/12/1974
12
Alcides Pedrini
16/12/1968
13
Felipe Dalcegio
16/12/1978
14
Moacir Pedrini
12/12/1981
15
Dário Paloschi
12/12/1981
16
Carlos Martinenghi
13/08/1983
17
Luiz Carlos Pedrini
13/08/1983
18
Vilson José Comandolli
21/12/1985
19
Eugênio Venzon
09/12/1989
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Eloi Comper
15/12/1990
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Afonso Molinari
20/12/2003
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Elinton Costa
11/02/2012
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RESTAURAÇÃO DA FÉ
Cidade acolhe a nova evangelização Ligada à natureza, Botuverá é a escolha perfeita para receber acampamentos espirituais durante todo o ano ACST/DIVULGAÇÃO
unicípio que mantém praticamente intocadas suas matas, Botuverá é habitada por um povo que valoriza a terra. O contato intenso com a natureza fez com que se tornasse o local perfeito para acolher um novo modelo de evangelização: os acampamentos espirituais. “Botuverá acolhe isso, e essa acolhida é muito importante para nós”, explica o padre Luciano Toller, orientador espiritual dos campistas, que é como são chamados os participantes. No sítio do Calcário Botuverá, eles fazem uma jornada de cinco dias reclusos em atividades em grupo, destinadas, sobretudo, ao autoconhecimento e à absorção do espírito de comunidade. O modelo surgiu nos Estados Unidos, como um curso dado a executivos, para que ficassem juntos cinco dias e aprendessem a conviver melhor, respeitar os limites dos outros e melhorar o relacionamento. Um padre mexicano, Prado Flores, adaptou o modelo à Igreja Católica. No Brasil, existe há cerca de uma década. Oito anos atrás, um grupo da região foi ao Sudeste conhecer a prática, e gostou do que viu. O empresário e vice-prefeito Nilo Barni, um dos donos do sítio, se interessou por trazer a Botuverá os encontros. A Associação Santa Terezinha do Menino Jesus é a entidade que os organiza. Lá, também são recebidos participantes de Brusque, Guabiruba e eventu-
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Campistas são divididos em equipes no sítio em Botuverá e, ali, aprendem a entender o próximo
almente de outros municípios. As atividades realizadas no sítio não podem ser detalhadas, para que os futuros participantes sejam surpreendidos. No entanto, a experiência vivida no local é descrita pelo padre Toller como “um encontro com Deus”. Lá, organizados em grupos distribuídos por cores, os campistas são instigados a reconhecer os valores dos outros e a respeitar os seus limites. “Ali se dá a retomada da fé, da caminhada, com objetivo de servir na comunidade. Muitas vezes se abandona vícios, é um conjunto de modificações que acontece”, explica o orientador espiritual. Com encontros separados para
adolescentes, jovens, adultos e casais, os acampamentos têm promovido transformação na vida de botuveraenses que andavam afastados da fé.
“Antes do acampamento, eu tinha uma visão de vida diferente, trabalhava 16 horas por dia, não ia à igreja, achava uma perda de tempo. De tanto focar em outras coisas meu casamento quase foi por água abaixo”, relata o empresário botuveraense Luís Augusto Camargo. “Hoje eu posso falar com toda confiança do mundo que foi a melhor coisa que eu fiz”. Ao sair de lá, Camargo vendeu
Diretor Claudio José Schlindwein Editor-executivo Andrei Paloschi editor@municipiomais.com.br
sua empresa anterior para ter mais tempo para a família e para exercer sua fé. “Aqui em Botuverá o que eu vejo é que o acampamento traz um novo fôlego para a Igreja Católica, catequistas estão surgindo, as pessoas estão ajudando mais”. E esse é justamente um dos objetivos dos acampamentos. Após sair de lá, os campistas são convocados, posteriormente, a serem voluntários nas próximas edições, auxiliando na organização e orientando aqueles que participam pela primeira vez. Desperta-se, assim, o espírito comunitário. Hoje há uma lista de espera estimada em 2 mil pessoas, mesmo
sendo realizados encontros a cada dois meses, em média. A prática, devido aos seus visíveis resultados, tornou-se bastante popular. Lá, os campistas partilham histórias e experiências. É um espaço também para repensar o caminho trilhado, reacender a fé e voltar mais animado para enfrentar as adversidades da vida. “O acampamento foi uma transformação radical em minha vida”, diz o comerciante Ivandro Mariani. Ele, que participou pela primeira vez em 2009, classifica a experiência como um “pedaço do céu”, e também relata uma participação mais ativa nas atividades comunitárias após ter sido campista.
“Antes eu participava da igreja por obrigação, depois que fiz o acampamento eu comecei a entender o que é a igreja, o que é Deus. Antes eu só escutava falar, agora, ele anda junto comigo”, diz a também comerciante Deise Pavesi. Para ela, a grande lição dos acampamentos é ver a transformação que Deus pode fazer na vida das pessoas: “não tem preço que pague”, sintetiza. “E hoje busco agradecer a Deus servindo na minha comunidade”. Assim, aos poucos Botuverá tem se tornado o epicentro de um movimento de restauração da fé daqueles que consideravam-na segundo plano, e essa mesma fé, recuperada, se multiplica pelas mãos de cada campista que leva para fora as lições que aprendeu lá dentro.
Reportagens Marcelo Reis
Tiragem 6.300 exemplares
Diagramação Julia Fischer Barni
Páginas 8
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