Costurando Histórias de Sucesso

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quinta-feira, 25 de maio de 2017

ESPECIAL DIA DAS COSTUREIRAS

Costurando histórias de

sucesso

Jovens levam adiante profissão aprendida em casa com os pais

Incomuns na profissão, homens se destacam entre as mulheres

Experiência em confecção abriu caminho para brusquense empreender

Casal do Santa Rita criou os filhos junto às máquinas de costura

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Setor têxtil se mantém estável mesmo em meio aos problemas políticos e econômicos que o país enfrenta

Economia fortalecida pelo têxtil Setor é responsável por mais de 15 mil empregos em Brusque Brusque pode se orgulhar por ser reconhecida como importante polo têxtil do Brasil. Para que toda a cadeia de produção do berço da fiação catarinense funcione com qualidade e eficiência, as empresas contam com o talento e a dedicação de um profissional em especial: a costureira. Não é para menos que hoje, 25 de maio, é comemorado o dia dessa profissional em todo o país. O município conta atualmente com 8,4 mil empresas formais, que geram mais de 45 mil postos de trabalho. Apenas a indústria têxtil de vestuário e artefatos de tecidos é responsável por 15,3 mil empregos. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O coordenador regional do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Sebrae-SC), Alcides Cláudio Sgrott Filho, afirma que o setor é tão consolidado que os problemas políticos e econômicos não são empecilhos para o fortalecimento da

economia local. “As nossas empresas vêm produzindo, colocando produtos no mercado e tomando o lugar dos produtores chineses”. A presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Brusque e Região (Sindivest), Rita Cassia Conti, explica que, além da veia trabalhadora da população, o aumento do dólar nos últimos dois anos tem contribuído para o bom desempenho do setor. “Com isso, as grandes lojas se voltaram para a economia interna, pois ficou caro buscar no mercado asiático”. Sgrott Filho ressalta que a demanda das lojas varejistas por novidades tem aquecido o mercado interno. É nesse ponto que o principal polo de pronta-entrega do estado mostra sua força. “As compras que são feitas na China não está conseguindo suprir a necessidade dos lojistas. Isso acontece principalmente com a modinha, pois a mudança é muito rápida e a logística não é tão ágil para ter esses produtos de imediato”. Rita, que também é integrante da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), afirma que a economia de Santa Catarina está mais aquecida do que outros estados. “A

Fundado em 1954

Mão de obra de qualidade Um dos diferenciais dos produtos de Brusque para outras regiões do país é a qualidade da produção em toda a cadeia têxtil. Contudo, é o setor da costura que tem ganhado cada vez mais respeito. “A costura é a profissão que mais se tem necessidade, pois o trabalho não para e sempre temos um sofrimento quanto à renovação na área. Porém, de uns tempos para cá, percebemos que os homens também já começaram a ingressar na profissão”, diz o coordenador regional do Sebrae-SC. A presidente do Sindicato dos Tra-

balhadores nas Indústrias do Vestuário de Brusque e Região (Sintrivest), Marli Leandro, afirma que a profissão de costureira é fundamental, pois tudo que se veste passa pelas mãos dos profissionais. “Mas vejo que não tem tanto reconhecimento por toda sua importância e, por isso, não se vê novas pessoas entrando neste mercado”. Um dos motivos que transformaram em aliados os sindicatos patronal e laboral da categoria, segundo Rita, foi justamente a necessidade da valorização da mão de obra. “Estávamos sentindo que não estava havendo renovação, então tivemos a preocupação em valorizar a profissão que não tem como ser substituída pela automação e, por isso, merece respeito e precisa ser incentivada”. Marli acrescenta que, muitas vezes, os próprios profissionais da área não reconhecem sua importância para o setor têxtil. “Às vezes é algo tão automático para muitos, que não passa pela cabeça a importância que têm a função”, diz. A presidente classifica a profissão de costureira como uma obra de arte. “Desde uma roupa mais simples ao vestido de uma princesa sai das mãos desses profissionais”.

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imagem que o povo catarinense passa é de um povo trabalhador, mais organizado e competitivo”. No entanto, por conta da instabilidade política, Rita avalia que as indústrias, de modo geral, ainda têm receio de realizar grandes investimentos. “Devido a essas crises, em que não se sabe até que ponto vai respingar, gera uma insegurança. Mas eu sou confiante na nossa indústria”, afirma.

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De costureira à empresária Apaixonada pela costura, Dete Maestri empreendeu na área e influenciou as filhas Se tem algo que orgulha a empresária Bernadete Maestri, de 67 anos, é voltar ao tempo e relembrar que foi pela profissão de costureira que atingiu o sucesso que hoje ela colhe com a empresa Encantos Modas. Foi graças à mãe, que ela fez um curso de corte e costura com apenas 13 anos, e desde então nunca mais largou a máquina. Para não abandonar os estudos, ela mantinha uma rotina puxada: de manhã, frequentava a escola, e à tarde produzia peças sob medida para suas clientes. Assim foi por toda sua juventude. Apenas depois de casar e com 39 anos de idade é que resolveu abrir uma confecção. “Desde pequena eu almejava ter algo para mim, mas não imaginava que iria crescer e chegar onde estou hoje, por meio da profissão”, comemora. Ao perceber que a confecção caminhava em terras férteis, Dete, como é mais conhecida, abriu a primeira loja, na rua Azambuja. A produção aumentou e ela precisou ampliar sua estrutura. Atualmente, mantém 30 funcionários, além de ter quatro lojas próprias.

Foi a máquina de costura que transformou Dete Maestri em empresária

As roupas fabricadas na empresa de Dete sempre tiveram o aval dela. No início era ela que tirava a ideia da mente, transcrevia no papel e logo em

Fernanda Maestri Grespky e Vanessa Maestri do Nascimento se espelharam na mãe e hoje ajudam na administração da empresa

seguida via pronta no tecido. “Eu fazia desde a criação, talhação e depois a costura, que era a parte que eu mais gostava e gosto até hoje”, diz. A paixão pela costura é tão grande que Dete revela que preferia pagar para que outras pessoas fizessem as outras funções, para que ela pudesse ficar atrás da máquina. “Tem que amar o que faz, pois essa é uma profissão que lida com pessoas. Tem que entender os gostos do outro. No fim das contas, é muito gratificante”. Aos 56 anos, a empresária precisou se afastar da função por conta de uma tendinite, que provoca inflamação em tendões. “Quando o médico disse que eu teria que parar, fiquei bem triste, pois eu precisaria deixar de fazer o que gostava”, lembra. Hoje, aposentada, Dete recebe a ajuda das filhas Vanessa Maestri do Nascimento, 44, e Fernanda Maestri Grespky, 35, na administração da confecção. “Elas fazem também a parte de desenvolvimento das peças. Eu ainda trabalho, não consigo me desligar to-

talmente, e nem quero. Por isso agora fico mais com a parte de compra de material”, comenta.

A receita do sucesso A empresária revela que a receita para crescer na profissão é básica: dedicação. “Tudo o que fizer com dedicação, vale a pena”. Para ela, a desvalorização da profissão está nas próprias costureiras, que não acreditam que é possível almejar cada vez mais. Além de tudo que conquistou, por um tempo Dete se dedicou a ministrar cursos em grupos de corte e costura na cidade. “Nas aulas eu sempre disse que tem que ter vontade e amor para desempenhar bem o papel”. Ela acrescenta que a costura é uma profissão de futuro para quem deseja de verdade, e por tudo que conseguiu sendo costureira, afirma que para sempre levará consigo essa marca. “Se hoje sou uma empresária, consegui porque antes eu fui costureira, com muito orgulho”.


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Renovação na costura Jovens enfrentam o preconceito e investem na profissão Embora a costura seja vista como profissão de mãe e avó, o ofício tem começado a atrair atenção dos mais jovens. Daniele Pereira da Silva, por exemplo, teve o primeiro contato com a profissão aos 14 anos, no seu primeiro emprego em uma tapeçaria. Aos 15 ela foi para uma nova empresa e começou a costurar moletons. Hoje, aos 17 anos, ela já vislumbra um futuro empreendedor na profissão. Para trabalhar, a jovem precisou dar uma pausa nos estudos, por isso, a intenção agora é terminar o Ensino Médio e, em seguida, ingressar no curso de Design de Moda. “Tenho muita vontade de abrir meu próprio atelier em casa. Já pensei em guardar dinheiro e reformar um cômodo atrás de casa e comprar uma máquina para começar”. Atualmente, Daniele está empregada em uma empresa da localidade de Volta Grande. Mas, a cada nova costura que faz, o desejo de se profissionalizar aumenta mais. Quando criança, a costureira observava as irmãs na profissão e já sentia uma empatia. Além de costureira, Daniele guarda o talento de desenhista que foi desenvolvido ainda na infância. “Penso que posso unir essas duas coisas para meu trabalho. Quero primeiro costurar para mim, depois fazer roupas sob medida para fora”. Ela lembra que assim que começou a costurar, muitas pessoas se surpreenderam pela vocação que tinha para a profissão. Apesar de ser uma amante da costura, ela afirma que a função ainda é pouco valorizada. “É uma profissão tão essencial e não é tão reconhecida como deveria”. Todo conhecimento que a jovem tem, adquiriu ao desenvolver peça por peça. “Eu acho que nasci com o dom de costurar, pois vejo que há meninas que querem costurar, mas no primeiro erro desistem. Mas eu insisti, pois era o que eu queria e gostava”. Em busca de aperfeiçoamento, Daniele vai todos os dias até a casa de uma ami-

Daniele Pereira da Silva já planeja um futuro empreendedor

ga, depois do trabalho, onde aprende a usar outras máquinas e outras costuras. “Eu olho ela fazer e faço igual. É uma maneira de agregar meu currículo”.

Desejo de crescer na área Tornar-se uma cabeleireira profissional teria dado certo para Debora Valcanaia, de 22 anos, se ela já não tivesse descoberto o amor pela máquina de costura. Isto porque aos 16 anos, a jovem conseguiu o primeiro emprego como revisora em uma facção. Mas o desejo sempre foi ser costureira. Foi observando as colegas do trabalho que ela aprendeu a dominar a máquina e se destacar na profissão. Sem nunca ter feito um curso na área, foi a prática que a fez aprender cada dia mais. “Teve um tempo que pensei em sair dessa profissão e fui tentar ser cabeleireira, mas não deu certo. Parece que não era mesmo para ser, até porque eu realmente gosto do que faço”.

A jovem, natural de Itajaí, acredita que herdou o talento da avó, que também era costureira. “Quando era pequena, sempre via ela na máquina de mesa e queria aprender, mas nunca tive oportunidade de pegar a máquina dela para costurar”.

Por ser tão jovem, Debora conta que sofreu preconceito das próprias amigas, que a incentivavam a deixar a profissão e tentar algo diferente. “Elas diziam para fazer uma faculdade e trabalhar no escritório, com ar-condicionado. A minha resposta sempre foi de que cada um trabalha no que gosta. Eu gosto disso e trabalho com isso. Eu trabalho feliz”. Para ela, não há desvantagens em trabalhar na produção e não poder usufruir de um ambiente mais confortável, por exemplo. A paixão adquirida na costura já fez com que Debora indicasse para algumas amigas, que acataram a dica e hoje também trabalham com costura. Sem se imaginar fazendo outra coisa, a jovem afirma que pretende se aperfeiçoar cada vez mais no que faz. Inclusive, a intenção é fazer cursos profissionalizantes para melhorar ainda mais e alcançar a função de pilotista. “Na empresa que trabalho já me deram algumas peças piloto para fazer. É com essas oportunidades que me dão que dá ainda mais vontade de melhorar como profissional”. Debora analisa que atualmente a profissão ainda é bastante desvalorizada, o que, na visão dela, é errado pela importância da costura na sociedade. “Eu vejo que se não fosse a gente, a nossa profissão, todos andaríamos pelados. É uma profissão essencial na vida do ser humano”.

Debora Valcanaia até tentou ser cabeleireira, mas a paixão pela costura falou mais alto


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Cordão umbilical da família Giembra é interligado pela profissão de costureira

De geração em geração Filhos levam adiante profissão aprendida em casa com os pais O talento na costura pode ser considerado a marca da família Giembra. Quando Janete Eccher Giembra, de 42 anos, se casou com Antônio Giembra, 49, levou na mala a profissão de costureira que aprendeu com a mãe quando criança. Em casa, a mãe de Janete fazia pequenos reparos nas roupas dos filhos. Ao ver o belo trabalho que ela fazia, Janete ingressou na profissão e com 12 anos já tinha carteira assinada na área. Aos 13 anos e com experiência adquirida, a menina abriu uma facção em casa e recebeu ajuda da mãe. Quando casou, o marido começou a ajudar a esposa em casa, também como costureiro. Anos depois, nasceu a primeira filha do casal, Mablli Aline, hoje com 23 anos. Desde pequena, era no meio dos tecidos da facção dos pais que a menina brincava. Com 4 anos, ela começou a montar roupinhas para as bonecas. “Ela sempre teve uma cabeça muito boa. Ela não perguntava e ninguém ensinava. Quando via, a Barbie já estava com roupas estilosas”, lembra Janete. Na época, a menina talhava o tecido e amarrava, sem ter a costura. Entretanto, aos 9 anos ela sentou na cadeira e pisou no pedal da máquina para costurar as primeiras peças para as bonecas. Logo em seguida, a menina já estava expert no assunto e se tornou funcionária dos pais. Em pouco tempo, Mablli despertou para a criação de roupas próprias e então inventava peças para ela mesma. “Percebia que era difícil encontrar roupas bonitas nas lojas, pois as que eram do jeito que eu queria eram mais caras”, conta a jovem. Com os looks próprios, Mablli fazia sucesso nas festas e várias pessoas a questionavam onde havia comprado as roupas. “No começo eu tinha vergonha

Juciani Correa do Nascimento Schaadt seguiu a profissão da mãe após acompanhá-la quando pequena

de dizer que eu tinha feito, que eu era costureira. Depois as minhas amigas começaram a dizer que eu tinha feito”. Foi com 15 anos que ela vendeu a primeira peça de roupa. Desde então, não parou mais de costurar para as clientes. “No início eu conciliava o trabalho, pois era costureira dos meus pais. Mas os pedidos aumentaram muito e tive que sair e trabalhar como autônoma”. Há um ano, Mablli se formou em Design de Moda, curso que buscou para se aperfeiçoar. “Queria fazer Arquitetura e Urbanismo, mas pensei que iria pagar uma faculdade trabalhando com moda”, diz. Atualmente, ela confecciona apenas vestidos de festa e possui seu atelier próprio, o Clothes Mag. Agora, a mãe se tornou funcionária dela, devido à demanda de pedidos e, há seis meses, a irmã Maria Eduarda, 17, se inspirou na família e começou a trabalhar com Mablli. “Agora meu desejo é também fazer faculdade de Design de Moda por motivação de minha família”, conta a caçula.

O irmão delas, Antônio Giembra Junior, 21, também chegou a trabalhar como costureiro na família, mas preferiu seguir outro rumo e hoje cursa Engenharia Civil. “Anda assim, ele ainda trabalha no ramo têxtil, com venda de tecidos”, conta Mablli.

Espelho da mãe Aos 12 anos, Juciani Correa do Nascimento Schaadt, decidiu parar de estudar. Com isso, a mãe Maria Correa do Nascimento, 71, determinou que a filha teria que trabalhar. O primeiro emprego foi como doméstica. Aos sábados, a mãe a colocava na bicicleta e a levava para o trabalho ainda de madrugada. “Ia do Steffen a Santa Rita com ela no bagageiro. Passava por cima de uma ponte de arame que dava medo”, lembra Maria Correa. A mãe era costureira e foi assim até os 50 anos. Na confecção em que a Maria trabalhava, Juciani ajudava para passar o

tempo. Aos poucos, foi vendo a mãe desenvolver o trabalho na máquina de costura e se espelhou nela. “Pegava retalhos para costurar, depois começaram a me dar uma ou outra peça para costurar, até que fui me aperfeiçoando”, conta. Hoje com 46 anos, a profissão para Juciani é diversão, afinal, faz o que gosta. O legado da mãe foi passado também para a irmã e, tempos mais tarde, para uma das filhas de Juciani, que atuou por um ano e meio na costura. “Com 12 anos, minha filha já queria ter o próprio dinheiro, então disse para ir à facção em que eu trabalhava. Lá ela começou a trabalhar no manual e depois foi para a costura também”, conta. Agora, na família, permanecem como costureira Juciani e a irmã Jussara da Cunha, 48. Além de costurar, Juciani mantém outro trabalho em casa como manicure. “Mas, se fosse para eu escolher entre as duas, escolheria a costura, até porque depois de 13 anos como manicure, já penso em deixar essa profissão”. Já na costura, Juciani afirma que não tem pretensão de deixar tão cedo a profissão. “Estou há oito anos trabalhando na RC Conti e só sairei de lá se me aposentar ou me mandarem embora”, diz. Mesmo com toda a experiência que tem na profissão, Juciani acredita que tem muito a aprender. “Não dá para dizer que sou a melhor, mas estou sempre em busca do aperfeiçoamento, por isso, sinto grande orgulho da minha profissão”. A melhor sensação para Juciani é passar em frente às lojas e ver os pijamas que ela produziu à venda. “Dá um orgulho e uma satisfação enorme em ver as pessoas comprando. Dá vontade de dizer que fui eu que fiz. É muito gostoso costurar”, afirma. Para Maria Correa, ver as filhas seguir a profissão dela é motivo de orgulho. “Fico muito feliz de saber que minhas filhas e neta também seguiram esse caminho. Para mim é muito orgulho ver elas costurarem e poder usar as roupas que elas fizeram”.


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Renate Cristiane Vanelli busca cada vez mais aperfeiçoamento na área

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Mesmo aposentada, Marlete Brand Floriani não pretende parar de costurar

Especialistas em detalhes Renate e Marlene se tornaram pilotista e modelista após experiência como costureiras A curiosidade de Renate Cristiane Vanelli, de 28 anos, fez ela subir degrau a degrau até chegar no ponto mais visado de sua profissão: a função de pilotista. Com 17 anos ingressou no setor têxtil por meio do convite de uma amiga, que já trabalhava na área. Os primeiros trabalhos dela foram como manual e, aos poucos, a empresa RC Conti deu oportunidade de Renate crescer na carreira. No início costurava peças menores e, após seis anos, passou a costurar pijamas. Há três anos ela foi promovida para a pilotagem. “Sempre fui bem curiosa em querer aprender as coisas e conforme me deram oportunidade, eu aprendi. Aprendi tudo no trabalho, nunca fiz um curso profissionalizante na área”. A função de pilotista é muito importante para o setor de costura. São essas profissionais que fazem a peça piloto, que servirá de modelo para a produção. “Tem que estar dentro do que o cliente

pede, cada detalhe é levado em conta. Se a peça piloto não for perfeita, já dá para imaginar como será a produção”. Por isso, o trabalho de pilotista exige muita paciência e perfeição. A produção diária dessas profissionais é menor do que as demais costureiras. Porém, o trabalho é feito com atenção redobrada. Renate conta que uma peça piloto leva, em média, de uma a uma hora e meia para ficar pronta, enquanto que a mesma peça na produção pode ser confeccionada em até 15 minutos. “O mais difícil para mim foi ter paciência, pois na produção somos acostumadas a trabalhar rápido. Mas como pilotista não adianta trabalhar rápido, porque não dá certo”, diz. Grávida de três meses, em pouco tempo Renate terá que deixar a função para se dedicar ao bebê que está a caminho. Porém, a intenção é voltar após a licença-maternidade. “Assim que descobri que estava grávida, pensei em sair do trabalho depois de ganhar o bebê, mas agora não quero mais. Eu gosto muito do que faço e não me imagino sem costurar”, revela. O marido de Renate possui uma empresa de tingimento, por isso, ela também já teve a oportunidade de trabalhar com ele. Entretanto, o amor pela máquina de costura sempre falou mais alto. “Eu não me ima-

gino fazendo outra coisa”. A curiosidade da pilotista pretende levá-la ainda mais longe na profissão: ela pretende fazer um curso de pilotagem para se aperfeiçoar ainda mais e entender como começa todo o processo de confecção da peça.

Um passo à frente Marlete Brand Floriani já passou por todos os setores da área da costura, agora está na função de modelista - que traça o molde da peça que, posteriormente será repassada para a pilotista. Aos 49 anos e aposentada, ela ainda não largou a profissão. Além de trabalhar no período da manhã na Hiatto, durante a tarde, em casa, a costureira aproveita seu talento para confeccionar peças para a família e alguns clientes particulares. A história de Marlete na costura começou aos 14 anos, quando foi trabalhar de auxiliar de costureira. Anos depois, ao ir para uma nova empresa, fez um curso no Sesi e se tornou costureira. Porém, nesta época era chamada de coringa, pois não trabalhava somente em uma máquina de costura, mas fazia de tudo um pouco e foi onde aprendeu ainda mais.

Durante este período, passou por várias funções na costura, inclusive na pilotagem. Tempos mais tarde, Marlete foi convidada a trabalhar na modelagem. “Eu trabalho agora mais com o computador, onde faço o molde das peças que em seguida vai para a talhação para cortar o tecido”, explica. Para ser modelista, Marlete avalia que o ideal é ter sido costureira antes ou pelo menos saber costurar, para ter noção do que é possível fazer na peça. “O estilista faz o desenho, mas na prática, muitas vezes, tem que alterar o que é feito, devido às medidas. No desenho tudo é possível, mas na prática nem sempre é assim. E quando se é costureira é mais fácil saber o que dará certo ou não”. Há sete anos, como forma de ajudar na renda da família, Marlete comprou algumas máquinas para costurar em casa. É nesse período dentro de casa que ela se realiza ainda mais. “As pessoas me pedem peças que desejam, que não encontram em lojas, então eu desenvolvo do começo ao fim”. Aposentada desde os 44 anos, a costureira não tem previsão para se aposentar definitivamente. “Não consigo ficar parada. É algo que eu gosto de fazer e que me deixa realizada. Então até quando eu tiver forças e saúde, farei isso”, garante.


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Vidas dedicadas à costura do muitas vezes sonha que está costurando. “Ele senta na cama e pergunto o que está acontecendo, ele diz que está fazendo bainha de calça. Isso tudo enquanto dorme”, entrega. Walter abandonou a profissão um pouco mais tarde que a esposa. Com 88 anos é que os filhos fecharam as portas do atelier e impediram o pai de entrar para costurar, por motivos de saúde. Porém, a decisão dos filhos deixou o pai muito bravo, pois não queria largar a costura. Como recordação, Walter guardou em casa uma única máquina de costura bastante antiga, da marca Pfaff. “Essa quero guardar para mim”, diz. Para os filhos, o casal é exemplo de dedicação e amor pela profissão. “Mesmo com toda idade, nunca quiseram parar. Só largaram mesmo por conta dos problemas de saúde e porque nós achamos melhor para eles. Eles são nossa inspiração”, relata Valtrudes.

Walter e Valinga Steingraber criaram os filhos em meio aos tecidos Famosos pela costura sob medida e bainhas impecáveis, Walter Reinoldo Steingraber, de 90 anos, e Valinga Müller Steingraber, de 85, moradores do bairro Santa Rita, carregam uma bagagem de boas histórias na costura. Walter entrou para a área aos 14 anos e Valinga começou na costura assim que casou, aos 18 anos. Até os 35 anos, o patriarca trabalhava de tecelão na empresa Iresa e ao chegar em casa, ajudava a esposa na sala de costura que mantinham. Era ali que confeccionavam ternos, paletós, camisas e calças para a clientela. O caderno de anotação mantido por Walter era sempre cheio. Ali continham os pedidos com nome do cliente e todas as suas medidas, para que nada saísse errado. O motivo para tanto capricho era devido ao belíssimo trabalho final feito pelas mãos do casal. Junto com o atelier, os dois ainda vendiam alguns aviamentos. A filha Valtrudes Steingraber Comandoli, 66, lembra que os pais não tinham fim de semana, especialmente a mãe, que passava o domingo enchendo carretéis de linha para vender. Foi com a profissão de costureiros que o casal criou os seis filhos. Mesmo crescendo entre retalhos e linhas, nenhum deles seguiu o ramo dos pais. “A gente fazia porque gostava e porque tinha que sustentar os filhos. Era o que sabíamos fazer”, conta Valinga. Walter lembra que na sua época tudo era manual, por isso, para fazer um paletó, levava até uma semana para produzir, dependendo do modelo. “É uma profissão muito boa”, garante o aposentado. Com habilidade na costura, principal-

Sem idade para começar

Casal Walter e Valinga passou a vida atrás das máquinas de costura, em casa

mente masculina, Valinga é quem produzia as roupas dos filhos homens, como forma de economizar com compras. Já o trabalho de Walter é lembrado até hoje na cidade pela perfeição na costura. Por problemas de saúde que a deixaram praticamente cega, há cinco anos Valinga precisou abandonar as máqui-

nas. Durante o período em que ficou internada no hospital, seu inconsciente ainda a fazia ‘costurar’. “Sentada na cama, a mãe gesticulava como se estivesse pregando botões em camisas”, conta a filha Valtrudes. Mas ela não é a única a costurar na imaginação. Valinga relata que o mari-

Seli Muhlbeier conseguiu primeiro emprego com carteira assinada em Brusque

Foi com 62 anos que Seli Muhlbeier dos Santos, hoje com 69, teve a carteira assinada pela primeira vez e, com grande orgulho, como costureira. Porém, antes disso, ela já havia realizado trabalhos em casa, ainda quando morava em Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul. Seli lembra que quando casou, era regra ter que aprender a costurar e foi assim que teve os primeiros contatos com a máquina. “Trabalhava em casa, fazia roupa para a família e depois comecei a fazer roupas sob medida para fora”, lembra. Há 25 anos, a costureira recebeu uma oportunidade de ingressar na faculdade e foi então que se formou em Letras. Porém, nunca abandonou a costura. “Eu aprendi a costurar por necessidade e criei um gosto muito grande, então nunca pensei em fazer algo fora disso, mesmo sendo formada em outra área”, conta. A costura em casa foi se tornando cansativa, por ser mais difícil e trabalhosa. Por um tempo, Seli abandonou as máquinas. Foi então que se mudou para Brusque. Em pouco tempo na cidade foi convidada para trabalhar como costureira em uma empresa e desde então nunca mais parou. “Faço conserto dos produtos e também peças para a loja da empresa”. Ver o trabalho pronto é o que deixa a costureira satisfeita. Ela avalia que a profissão sempre fez parte da vida dela e de sua história. “Nunca consegui me desviar disso e sou feliz assim, pois é o que me dá prazer”. Ingressar em uma empresa com a idade mais avançada não foi problema para a profissional. “Eu sou a mais velha da empresa, mas não vejo nada que possa me prejudicar. Claro, como em toda profissão, tem dias que é mais puxado, mas nada que me faça desistir. Só sairei de lá o dia que não me quiserem mais”, brinca. Para ela, a empresa é sua segunda casa, pois é nela que passa a maior parte do seu tempo. “Tenho muito apreço por tudo isso e satisfação pelo meu trabalho e pessoas que me rodeiam”.


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Costureiros com orgulho Incomuns na profissão, homens se destacam entre as mulheres Impossível falar da costura sem lembrar das mulheres guerreiras que desde o princípio se dedicaram à profissão. Porém, os homens têm ganhado espaço na área. Exemplo disso é o paraense Frank Cardoso de Almeida, de 30 anos, que está na profissão desde os 12 anos de idade. Almeida conheceu a máquina de costura com a mãe, que possuía uma facção em casa, ainda no Pará, e passou a ajudá-la como forma de auxiliar na renda da casa. E lá permaneceu na profissão por 12 anos. Aos 24 anos, o costureiro se mudou para Brusque e após um tempo na cidade foi procurar emprego na área e logo conseguiu. Ao fim do expediente, Almeida mantém uma facção própria em casa onde fabrica roupas sob medida para a clientela. “Para mim, ser homem nessa profissão é normal, até porque no Norte isso é normal também. Na visão do povo brusquense é que é algo novo”. Ele afirma que nunca sofreu preconceito por ser costureiro. No primeiro emprego, conta que as pessoas achavam que ele trabalharia na talhação. “As pessoas se acostumaram rápido com a presença de um homem em um ambiente cheio de mulheres”, lembra. Depois de certo tempo, Almeida se tornou ainda espelho para as colegas de trabalho, que pediam dicas do processo de costura e de forma de fazer os acabamentos. “Sei muitos processos da costura que aprendi com minha mãe, mas quando vim para Brusque senti mudanças e aqui aprendi muitas coisas diferentes”. Para o costureiro, a profissão vem de sangue. Além de costurar, ainda tem conhecimento na área de modelagem, criação e talhação. Há alguns anos, ingressou na faculdade de Design de Moda, mas por questões financeiras precisou parar. “Nunca pensei em sair da área. A minha vida é costurar. Iniciei a faculdade para buscar aprimoramento e ter uma visão melhor e mais ampla do que poderia fazer”. Por almejar sempre o profissional

Frank Cardoso de Almeida abriu uma facção em casa para realizar trabalhos extras

em primeiro lugar é que o costureiro conquistou seu espaço no mercado de trabalho em Brusque. “Sinto orgulho da profissão, além de morar em uma cidade têxtil, o que me deixa extremamente satisfeito”. Futuramente, Almeida pensa em ampliar sua facção e transformá-la em um atelier de corte e costura sob medida.

A intenção é poder trabalhar com uma peça de mais qualidade e bom acabamento. “Tem cliente que procura pelo prático, no que está pronto na loja. Mas tem outros que procuram algo mais sofisticado, peça diferenciada, roupas para formatura, casamento, exclusivas. Todo processo é feito por mim, desde criação, modelagem, costura”.

Falta reconhecimento Com tantos anos de experiência, Almeida avalia que ainda falta reconhecimento para essa profissão. Apesar de que em Brusque algumas entidades oferecem cursos profissionalizantes, a costura é pouco valorizada. “Chegará


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Com muita disposição, José João Corsani é exemplo para colegas de trabalho

um tempo em que a máquina substituirá o homem, por isso penso que deveria ter mais valorização”, analisa. Ele afirma que a máquina sempre precisará da mão do homem para funcionar, mas tem observado que a máquina já tem substituído muitos processos de costura. “Nunca pensei que pregar um bolso ou colocar um zíper pudesse ser

feito por uma máquina. Por isso é necessário valorizar a profissão que ainda sofre alguns preconceitos”. Para Almeida, cada indivíduo deve se orgulhar do que faz, independentemente da profissão. “A costura, por exemplo, está em nossas mãos, pois criamos o que fizemos e nos satisfazemos com a visão do cliente ao receber o produto final”.

Sem motivos para parar A aposentadoria não foi motivo para fazer José João Corsani, 69 anos, desistir de ser costureiro. Isto porque a profissão está em suas veias e o torna uma pessoa melhor ao realizá-la. Há

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mais de 40 anos, ele trabalha com a família Caetano, sendo que atualmente atua com a terceira geração da empresa WJ Acessórios, onde conserta bolsas para a empresa. Morador de Guabiruba desde 1970, foi na cidade de origem, São João Batista, que aprendeu a dominar a máquina de costura. Na época, com 16 anos, começou a trabalhar com calçados e, em pouco tempo, se destacou pela velocidade e qualidade na costura, o que mantém até hoje. Autodidata, Corsani foi se aperfeiçoamento e mostrando seu talento com as delicadas costuras em calçados e, em seguida, nas bolsas. “Trabalhar com calçado ou bolsa é parecido, não senti muita diferença, tem o mesmo ritmo, mas também os dois requerem muita habilidade”. Pelo profissionalismo, o costureiro sempre foi um dos líderes de seu setor, sem nunca sofrer com preconceitos por ser um homem e desempenhar a função na máquina de costura. Com a profissão, ele criou os sete filhos. “Nenhum deles quis seguir a minha profissão, nem minha esposa, que sempre foi doméstica”, conta. Para Corsani, a costura é um dom que recebeu de Deus e que exerce da forma mais brilhante que pode. Na empresa em que trabalha, ele é um ícone, pela força e motivação. “Se eu faltei duas vezes ao serviço foi muito e foram faltas por questões de saúde. Eu me sinto bem fazendo o que sei e gosto”. Na carteira de trabalho, o aposentado guarda duas profissões, de sapateiro e costureiro, mas a que mais o orgulha é a segunda. “É o que faço a vida toda. Sempre trabalhei nessa área e nunca senti vontade em mudar, porque é o que me deixa feliz”. Na visão do costureiro, o setor ainda oferece muitas oportunidades para as pessoas, mas muitas já não têm interesse por essa área. “Acredito que em breve as empresas terão que valorizar mais esses profissionais no lado financeiro para conseguirem mais mão de obra e de qualidade”. Para ele, a aposentadoria só valerá se um dia for mandado embora da empresa. E ainda assim, afirma que procurará alguma função para desempenhar em casa. “Se parar com tudo começa a engordar e começam a aparecer as doenças e faz mal para o corpo”, diz.


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Costurando Histórias de Sucesso

quinta-feira, 25 de maio de 2017

O Município

Da máquina à passarela Profissionais participam hoje à noite do 7º Desfile das Costureiras

Inspirado nos anos 70, o Desfile das Costureiras fará uma viagem no tempo, de volta às discotecas que embalavam os sábados à noite. Na pista, os holofotes estarão todos voltados para as costureiras, protagonistas desta festa. Na 7ª edição, o projeto reunirá 70 profissionais que sairão de trás das máquinas para pisar na passarela. O evento é uma iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Brusque e Região (Sintrivest), em parceria com o Sindicato das Indústrias do Vestuário de Brusque e Região (Sindivest), com o apoio do Centro Universitário de Brusque (Unifebe) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-SC). O tema deste ano não foi escolhido ao acaso: os anos 70 voltaram à moda e os elementos ligados à época são tendências para este inverno. Os looks foram desenvolvidos pelos acadêmicos do curso de Design de Moda da Unifebe e também pelos alunos dos cursos de Desenhista em Produto de Moda e Confeccionador de Moldes e Roupas, do Senai. Após produzido o modelo, os próprios alunos selecionaram as costureiras que queriam ver usando as peças. A coordenadora dos cursos da área de vestuário do Senai, Natália Tarter Thomaz, explica que depois de desenvolvidos os moldes, as próprias costureiras que desfilarão costuraram seus looks. “Elas tiveram cerca de 20 dias para costurarem. Algumas modelagens precisaram ser adaptadas conforme o corpo e gosto das costureiras, pois nossa intenção desde o início foi deixá-las confortáveis para essa grande noite”. Natália revela que os looks foram pensados na tendência do inverno, por isso, foram utilizados tecidos com estampas florais, franjas, estampas artesanais e transparência. “Buscamos valorizar bem a criação dos alunos”, ressalta. O dia pensado especialmente para homenagear as profissionais da costura conta ainda com uma tarde de princesa para elas. O coordenador do curso de Design de Moda da Unifebe, Rodrigo Zen, revela que como novidade no

Costureiras desfilarão com roupas produzidas por elas

evento, foi fechado uma parceria com o Centro Acadêmico Cristiano Pinheiro. “A equipe da escola de beleza fará toda a maquiagem e produzirá as modelos. A equipe ficará ainda junto no desfile para dar toda a assistência, assim como fazer retoques, se necessário”. Natália ressalta que a organização criou um grupo no WhatsApp com as costureiras-modelos e, pela rede social, a equipe do Senai deu todo suporte que necessitam. “Elas vão criando ansiedade, então a gente busca acalmá-las, pois é uma noite para elas”. A presidente do Sintrivest, Marli Leandro, afirma que o desfile é um evento que

mexe muito com a emoção das profissionais, principalmente das que desfilam. “É um dia de glamour, pois passam por todo o processo de preparação do look e de se arrumarem. É um dia que marca muito a vida de cada uma que participa”, diz. O desfile inicia às 19h30 e a entrada é por meio de convites distribuídos pelo Sintrivest, Sindivest, pelas costureiras e pelos alunos da Unifebe e do Senai.

Evento de união Além de ser um marco para as profissionais, o Desfile das Costureiras também se tornou importante pela união

entre os sindicatos patronal e laboral. A presidente do Sindivest, Rita Cassia Conti, revela que a parceria entre as entidades mudou a forma de pensar dos empresários. “Começamos a ter outros diálogos com o sindicato laboral, pois antigamente éramos muito distantes. Com isso, passamos a falar a mesma linguagem para um bem comum”, diz. Rita diz que após a iniciativa do Sintrivest, ela notou, de forma tímida, que diminuiu a evasão na área da costura. “Elas não estão indo embora e pode sim ter relação com o evento, pois elas adoram, passam o ano todo falando do desfile”.


O MunicĂ­pio

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Costurando HistĂłrias de Sucesso

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