Cidades dos 100 mil Veículos

Page 1

Especial Segunda-feira, 10 de julho de 2017

Cidade dos

Brusque atinge marca histórica e se consolida como um dos municípios do Brasil com a maior proporção de veículos por habitante

VINICIOS RAISER/INOVE DRONES


O Município

segunda-feira, 10 de julho de 2017

2

MOBILIDADE

100 mil veículos: Brusque atinge marca histórica em 2017 Número de emplacamentos praticamente triplicou na última década no município, que tem quase um veículo por habitante FOTOS MARCELO REIS

Marcelo Reis marcelo@omunicipio.com.br

Em janeiro deste ano, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Brusque chegou à inédita marca de 100 mil veículos emplacados, somando ônibus, caminhões, outros veículos e, sobretudo, motos e automóveis. O emplacamento de novos veículos tem sido ascendente no município. Em 2001, por exemplo, eram 38,7 mil. Em 2010, o número quase dobrou, passando a 72,9 mil. Sete anos depois, chegou a mais de 100 mil. A frota praticamente triplicou em pouco mais de 15 anos. E a tendência é de crescimento contínuo. Nos últimos cinco anos, conforme dados do Detran, a frota tem aumentado entre 2% e 5% ao ano. Os números revelam ainda que a maior parte dos veículos em circulação em Brusque é para uso pessoal: carros e motos são mais de 81 mil, enquanto há pouco mais de 18 mil entre veículos de uso coletivo e de transporte de carga, como ônibus, tratores, caminhões e vans. Brusque agora passa a integrar um seleto grupo de cidades catarinenses cuja frota é superior a seis dígitos. São apenas 11 dos 295 municípios: Blumenau, Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Itajaí, Jaraguá do Sul, Joinville, Lages, Palhoça e São José. Entre essas cidades, aliás, Brusque é a que registra a maior proporção de veículos por habitante. Atualmente, conforme dados atualizados até maio, são 100.939 veículos circulando no município. Na média, há 0,8 veículo para cada habitante, considerando que a população estimada, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 125.810.

Dos pouco mais de 100 mil veículos de Brusque, a grande maioria, cerca de 56 mil, são automóveis

Veículos por habitante

0,8

0,6

0,4

em Brusque

em SC

no Brasil

Jornal O Município Rua Felipe Schmidt, 31 Sala 01 - Brusque - SC Caixa Postal 69 CEP 88350-075

Fundado em 1954

Fone/Fax (47)

3351-1980

A média é maior que a do estado, que registra 0,6 veículo por habitante, e o dobro da média nacional, que é de 0,4 veículo por pessoa. Os números de Brusque, na última década, tem se destacado. Reportagem da Folha de São Paulo, de 2010, mostrava a cidade como a segunda com maior proporção carro/habitante, dentre os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. À época, a cidade possuía 71,4 veículos para cada 100 habitantes. Atualmente são 80 veículos para cada 100 habitantes.

Curiosidades O veículo mais velho emplacado em Brusque e registrado no Detran é de 1928; Há apenas 7 veículos registrados no município cujo ano de fabricação é anterior a 1947; Há 379 carros registrados em Brusque cuja cor é imprecisa, segundo informa o Detran;

Diretor

Diagramação

Claudio José Schlindwein

Djoni Paul Richter Julia Fischer Barni

Editor-executivo Andrei Paloschi editor@omunicipio.com.br

Números deste caderno:

5.200 exemplares

20 Páginas

www.omunicipio.com.br

/sigaomunicipio

@sigaomunicipio

@sigaomunicipio

O Município

47 991 419 800


O Município

segunda-feira, 10 de julho de 2017

3

Total de veículos

Veículos por habitante

Joinville

386.395

0,67

Florianópolis

337.694

0,71

Blumenau

259.308

0,75

Chapecó

162.077

0,77

Itajaí

158.577

0,75

São José

156.646

0,66

Criciúma

149.258

0,71

Jaraguá do Sul

115739

0,69

Lages

107.198

0,67

10ª

Palhoça

106.589

0,66

11ª

Brusque

100.939

0,80

FONTE: DETRAN - DADOS DE MAIO E IBGE - ESTIMATIVA POPULACIONAL 2016

0.6 92 10

98 .04 1 17 20

61 95 .1 20

16

90 .97 2 20

15

86 .58 6 14 20

13

82 .2 20

84 5 12 20

FONTE: DETRAN - DADOS DE ABRIL *DADOS DE DEZEMBRO

Venda de carros: mercado de altos e baixos Fernando J. Silva atua há 23 anos no mercado de venda de carros em Brusque e conhece como poucos os altos e baixos da atividade. Em meados de 1995, quando ele iniciou na profissão, um dado revela como o mercado era enxuto: eram vendidas apenas quatro marcas no município: GM, Volkswagen, Fiat e Ford. Entretanto, os automóveis eram populares e, segundo Silva, as vendas iam de vento em popa. “Era um mercado que não conhecia crise, ano a ano foi crescendo, não se ouvia falar em crise, só no exterior, aqui no Brasil não”, explica, ao relatar que já chegaram a ser comercializados até 500 carros por mês no município, número que, atualmente, caiu pela metade. A crise de 2008, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como ‘marolinha’, foi a primeira sentida pelo mercado brusquense. As vendas despencaram imediatamente. Porém, o governo determinou a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o que

proporcionou a estabilização e retomada do crescimento das vendas. Segundo Fernando Silva, que hoje é gerente de vendas da Uvel, as vendas se estabilizaram em questão de cinco ou seis meses, após a redução do imposto. Apesar disso, os efeitos ainda seriam sentidos. Após 2008, quatro revendas autorizadas fecharam em Brusque e não reabriram, das montadoras Mitsubishi, Effa, Nissan e Jac Motors. A retração da economia em 2008 também afetou negativamente a venda de usados e seminovos. Àquela época, ficou mais vantajoso para os consumidores adquirirem novos, isso porque a queda do IPI não se aplicou aos usados, que já tinham o preço embutido. Muitas garagens perderam valor e fecharam nos anos que seguiram à crise. Depois, com o aumento gradual do IPI, concretizado dois anos atrás, o mercado começou a melhorar para os seminovos, cujo preço passou a ser competitivo em relação aos veículos zero quilômetro.

Comparativo: maiores frotas do estado Cidade

77.

.98 2 72 20

11

68 .06 6 10 20

09 20

.43 20

07

08

58

7 .07 53 20

9

48 .43 20 2 06

44 .81 05 20

11 41. 8 04 20

20 20

03

41. 1

0 .71

*

38 02 20

* 01 20

Especialistas ouvidos por O Município creditam o crescimento exponencial do número de veículos em Brusque, sobretudo, a dois fatores: o poderio econômico dos moradores e a impopularidade do transporte coletivo. O vereador Paulo Sestrem, que é técnico em Circulação de Tráfego e possui pós-graduação em Gestão e Segurança de Trânsito, afirma que o poder aquisitivo dos moradores vem se mantendo “mesmo com a chamada crise”. “Podemos reparar que dificilmente nos deparamos com veículos velhos ou em mau estado em nossas vias. O conforto e a possibilidade de ter seu próprio veículo é muito forte ainda em nossa sociedade”, afirma. Outro fator, segundo Sestrem, é que a cidade por muitos e muitos anos contou com transporte coletivo somente em horários de entrada e saída de fábricas, situação que levou os brusquenses a procurarem outras alternativas. “Avanços no transporte coletivo ainda não foram suficientes para alterar o comportamento do brusquense, por isso cabe ao poder público ampliar esse sistema rapidamente, enquanto é tempo”. O presidente da regional catarinense da Federação Nacional das Distribuidoras de Veículos Automotores (Fenabrave), Ademir Antônio Saorin, credita essa grande quantidade de veículos à vocação empreendedora do município. “Brusque é uma cidade com grande crescimento econômico, e tem uma população que trabalha muito, grandes empresas, de diversos segmentos, com empresários com muita visão. Por isso tem um parque circulante de quase um veículo por habitante”, diz. Segundo ele, isso não é realidade em todo o país, mas se assemelha à cultura de países desenvolvidos, como Estados Unidos, Japão e nações da Europa.

63 .40 4

43

Evolução da venda de veículos em Brusque

1

Alto poder aquisitivo e transporte público de lado

Fernando J. Silva atua há mais de duas décadas na venda de veículos, e diz que a crise no setor é um fenômeno recente, conhecido em 2008


O Município

segunda-feira, 10 de julho de 2017

ACERVO CURTO FOTOS ANTIGAS DE BRUSQUE

4

O crédito e a diversificação da economia O consumidor de veículos em Brusque também mudou nas últimas décadas. Silva explica que, na década de 1990, 70% dos seus clientes eram funcionários das fábricas centenárias. No começo, explica, os carros mais caros eram oferecidos a poucas pessoas, que notadamente tinham poder aquisitivo, como membros das famílias Renaux e Buettner. “Hoje a economia é mais dinâmica, quem começou a trabalhar de carteira assinada já consegue comprar um carro”, compara. O consórcio era o único meio de financiamento em seus primeiros anos como vendedor. Mas nem todos tinham acesso, pois era considerado um modelo arriscado de compra, devido à sua variação de preço. Em meados de 1998 e 1999, começaram a aparecer na cidade emissários do banco holandês ABN-AMRO, precursor na oferta de financiamentos. Os financiamentos começaram nessa época porque antes a inflação do Brasil estava fora de controle. Trazendo consigo as previsíveis prestações fixas, eles desencadearam um boom na venda de veículos. “Todo mundo podia sonhar com seu carro novo”, destaca o gerente de vendas.

Branco

26104

Prata

19296

Preto

17179

Vermelho

14221

Azul

7561

Cinza

7410

Verde Bege Amarela Marrom

4308 1846 1000 507

História sobre rodas: como era a venda de carros cinco décadas atrás Hoje está relativamente fácil comprar um carro: há centenas de opções de modelos e cores disponíveis, para todas as faixas de renda; bancos possuem financiamentos a perder de vista. Nem sempre foi assim. Pedrinho Rosa, de 74 anos, foi um dos primeiros a iniciar negócio no município, na década de 1950. Ele se aposentou em 2012, depois de 53 anos trabalhando como vendedor. O primeiro carro vendido por Seu Pedrinho, morador da avenida Primeiro de Maio, foi um jipe Willys, em 1958. Ele diz que, àquela época, os modelos eram contados, e vendia-se poucos a cada ano. Ele se recorda que, depois do jipe Willys, veio a picape da mesma marca. Logo em seguida, passou a vender veículos da Ford, montadora cujo leque de modelos era maior do que as demais, o que na sua avaliação ajudou a popularizar a venda de carros. Inicialmente, recorda, ele vendia uma quantidade menor, no entanto, logo as montadoras passaram a mandar quantidades maiores e estipular metas.

Em 1965 Seu Pedrinho passou a trabalhar na Copal Veículos. Na época, o Ford Maverick era o carro do ano. Mas não era fácil comprá-lo. Não havia financiamento e os empréstimos bancários se limitavam ao Banco do Brasil e, um pouco mais tarde, o Bradesco. “Então a gente tinha que ir lá no interior buscar a pessoa que ia comprar, o colono, trazia no banco e daí vendia o carro”, explica. “Na época os carros eram vendidos à vista, o pessoal trabalhava com fumo, fazia a venda, tinha o dinheiro e comprava o carro”. Segundo ele, o financiamento próprio também era feito, mas apenas quando se conhecia o freguês, e em poucas parcelas, de quatro a seis. Ele também recorda que as épocas de crise na indústria eram particularmente difíceis para os negócios. Com uma cidade centrada em pouca diversidade econômica, quando a receita das fábricas caía, seus diretores e empregados seguravam o bolso e a venda de carros também vinha ladeira abaixo. Atualmente aposentado, Seu

Pedrinho resume em poucas palavras sua visão sobre o porquê de tantos carros serem adquiridos em Brusque. “O povo de Brusque é um povo trabalhador, gosta de ter as coisas”.

MARCELO REIS

Cores mais presentes na frota brusquense

Aglomeração de veículos para a partida entre Carlos Renaux e Botafogo-RJ, em 1958, ano em que seu Pedrinho começou a vender carros

Pedrinho Rosa, de 74 anos, atuou por 53 anos na venda de carros em Brusque, até se aposentar, em 2012


O Município

segunda-feira, 10 de julho de 2017

5

MOBILIDADE

Modelos mais populares

Um quarto da frota sobre duas rodas

Conforme o gerente de vendas da Mega Motos, três modelos são líderes em vendas em Brusque, sobretudo por causa do conforto e economia, a Biz, a CG Titan e a Bros. Tratam-se de motos que já vêm com três anos de garantia e diversas trocas de óleo gratuitas, o que acaba por atrair mais compradores.

Motocicletas e motonetas representam hoje mais de 25 mil dos 100 mil veículos em circulação em Brusque

Biz MARCELO REIS

Marcelo Reis marcelo@omunicipio.com.br

A chegada de Brusque à marca de 100 mil veículos emplacados não tem participação só dos veículos de quatro rodas. Pelo contrário, os de duas rodas - motocicletas e motonetas - representam hoje um quarto da frota total. Tratam-se de 17.870 motocicletas e 7.279 motonetas, que juntas compõem o número total de motos emplacadas em Brusque: 25.149, quantidade correspondente a 25% da frota, registrado em abril. A diferenciação entre elas, segundo a legislação de trânsito brasileira, é bastante simples. A motocicleta é o veículo guiado pelo condutor em posição montada. A motoneta, por sua vez, é guiada pelo condutor em posição sentada. Assim como a venda de automóveis, a de motos também apresenta crescimento anualmente. Nos últimos cinco anos, por exemplo, a frota de motos aumentou 13,2% em Brusque, com elevação média de 2% a 4% ao ano. A demanda, porém, já foi bem maior, tendo seu ápice de vendas entre os anos de 2004 e 2008. Nessa época,

Titan

Bros

A cada quatro veículos circulando em Brusque, um é motocicleta ou motoneta

os emplacamentos cresceram sempre acima de 10% ao ano. Para se ter uma ideia, em abril de 2013 havia 9,5 mil motos em circulação em Brusque. Em abril de 2008, quatro anos depois, eram

18,5 mil, quase o dobro. Da mesma forma que os carros, as motos também foram alvo da crise de 2008, que derrubou as vendas e, desde então, o maior crescimento anual foi de 5,88%, em 2009.

Evolução da venda de motos em Brusque A grande quantidade de motos no município - uma em cada quatro veículos em circulação - é, na avaliação de especialistas, decorrente da agilidade que o meio de transporte proporciona, em tempos em que o trânsito está cada vez mais truncado. Ademir Antônio Saorin, presidente da Fenabrave-SC, analisou os dados de emplacamentos de veículos a pedido de O Município e, na sua visão, trata-se de uma escolha pela mobilidade em vez de comodidade. “O automóvel transporta a família, mas a motocicleta é um meio muito mais rápido de locomoção, e também com grande economia”, avalia. Maicon Bertolini, instrutor de pilotagem e gerente de vendas da Mega Motos, única concessionária de motos

autorizada de Brusque, destaca também a economia que o veículo gera, tanto no combustível quanto na passagem de ônibus economizada por quem se locomove em moto. Porém, o principal fator de crescimento, para ele, é sem dúvida a dificuldade em mobilidade urbana da cidade. “A nossa cidade hoje não tem estrutura para novas ruas. A gente teve o problema recente da ponte Arthur Schlösser, que foi interditada. Imagine se essas 25 mil motos fossem 25 mil carros. O trânsito parava”, afirma. Bertolini avalia que está havendo uma transição de carro para moto por parte de muitas pessoas, que não estão mais conseguindo rodar com celeridade com automóvel, assim como aqueles que não têm mais condições

de manter as caras despesas de manutenção de um carro. Segundo ele, há muitos clientes que são apaixonados por motos, que não as utilizam para o trabalho, mas somente para lazer. No entanto, a grande maioria busca a moto por motivos econômicos. Por falta de condições de manter um carro, as pessoas os vendem e compram uma moto, que é mais barata, utilizando o dinheiro que sobra para outras despesas. Preto e vermelho são, há décadas, as cores preferidas. O gerente de vendas diz que, por tradição, as duas cores tem permanecido no mercado mais tempo, enquanto outras acabam por voltar à moda apenas de tempos em tempos.

Crescimento no número de emplacamentos Anos

Motocicleta

Motoneta

Total

2017

17870

7279

25149

2016

17513

7247

24760

2015

17100

7163

24263

2014

16633

6998

23631

2013

16145

6838

22983

2012

15735

6625

22360

2011

15078

6392

21470

2010

14383

6195

20578

2009

13733

5939

19672

2008

12964

5614

18578

2007

11773

5001

16774

2006

10192

4114

14306

2005

9162

3279

12441

2004

8334

2723

11057

2003

7429

2152

9581

2002*

7150

1957

9107

2001*

6569

1492

8061

FONTE: DETRAN - DADOS DE ABRIL *DADOS DE DEZEMBRO


segunda-feira, 10 de julho de 2017

O Município

CRISTÓVÃO VIEIRA

6

Brusque teve queda no registro de novas CNHs entre 2012 e 2016

FORMAÇÃO PARA O TRÂNSITO

O perfil do novo motorista Jovens chegam sem vícios de direção nas autoescolas e mulheres equilibram procura por habilitação

Cristóvão Vieira cristovao@omunicipio.com.br

Com o crescimento constante da frota de Brusque, a qualidade da formação de novos motoristas e motociclistas é fundamental. Para os instrutores consultados por O Município, o perfil do novo motorista é de jovens com vontade de aprender e sem os vícios de pessoas que aprenderam a dirigir em casa, com algum familiar, como era comum antigamente. As mulheres também vêm tomando conta e equilibrando as salas de aula antes ocupadas majoritariamente por homens. Nas salas da autoescola, regras, normas e técnicas são apuradas na ponta do lápis, mas o tema mais recorrente é a educação: saber reconhecer que gentileza e prudência podem salvar vidas. Para o instrutor da autoescola Diplomata, Teodoro Pereira, a educação no trânsito já deveria ser discutida muito antes da sala de autoescola. Para ele, a partir dos 18 anos alguns conceitos são mais difíceis de serem assimilados, e o aluno vive uma ansiedade para tirar a carteira de motorista,

o que pode dificultar o foco nas aulas. “Os alunos fazem a aula teórica porque são obrigados, por isso muitos consideram as aulas chatas. O trânsito precisa ser discutido desde a infância, porque mudar uma personalidade já formada é mais complicado do que conversar com uma criança”, explica. A formação de um cidadão mais atento à situação do trânsito vem se tornando uma dificuldade na medida em que o assunto deixa de ser discutido em casa e na escola. “O aluno chega despreparado porque não conversa sobre o trânsito em casa, na escola ou com os amigos. A partir daí alguns são mais flexíveis ao diálogo, aprendendo sobre o respeito ao espaço do outro, de ver o outro motorista como se fosse você mesmo, mas outros não se importam com estas dicas”, avalia. Mas para Célio Marquez, proprietário da autoescola Marquezan, a nova geração de motoristas aprende com facilidade. Uma das características dos jovens que estão aprendendo a dirigir nas autoescolas é a ausência de vícios no volante. Diferente de tempos passados, em que a maioria das pes-

soas que iniciavam as aulas já havia dirigido com auxílio dos pais ou mesmo amigos, esse tipo de situação vem sendo cada vez menos comum. “A juventude hoje tem vontade de aprender, e está sendo tranquilo ensinar. O mais importante é que eles não vêm com vícios e começam do zero, o que facilita o trabalho dos instrutores”, explica.

vez mais rígida e aplicada nos municípios da região, os homens pedem às esposas que tirem a carteira de habilitação para dirigirem após o consumo de álcool. “A gente fez uma pesquisa de perfil, para entender o motivo de as pessoas estarem na autoescola, e essa resposta foi bastante comum entre mulheres”, diz o instrutor.

Mulheres ao volante

Atração pelo câmbio automático

Antes minoria, as mulheres passaram a ser a maior parte dos alunos em autoescolas. Instrutor há cinco anos na Lideral, Carlos Roberto Meyer explica que a cada ano aumenta o número das jovens interessadas em tirar a habilitação. “São meninas novas, na faixa dos 18 a 21 anos, que procuram independência e autonomia. Infelizmente não temos uma cidade bem servida de transporte público de qualidade, e isso faz aumentar o número de mulheres que compram carros, motos e motonetas”, diz. Além das mulheres mais jovens, as mais experientes também têm procurado a autoescola por um motivo diferente, segundo explica Meyer. Com a Lei Seca cada

A maior dificuldade do novo motorista no que se refere às aulas práticas é aprender a troca de marchas. O constante processo de arrancada, subidas de morro, desaceleração com redução de marcha e outros movimentos que exigem a embreagem e o câmbio são estranhos a quem está começando. Por esse motivo, o veículo com câmbio automático vem atraindo cada vez mais adeptos. “Esse tipo de veículo facilita muito para quem está aprendendo, até por questões de segurança. Ele pode manter as duas mãos no volante, evitando olhar para a marcha, outra grande dificuldade do motorista iniciante”.


O Município

segunda-feira, 10 de julho de 2017

7

Queda na emissão de CNHs Levantamento realizado junto ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran) revela que o número de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH) emitidas em Brusque teve uma redução considerável

entre 2012 e 2016. Enquanto há cinco anos foram habilitados 3,2 mil novos motoristas, no último ano o registro aponta 2,4 mil, uma redução de mais de 25%. Em comum, os representantes de au-

toescolas culpam a crise econômica. “Entre 2012 e 2013 tivemos grande movimento de pessoas vindas de fora, que aqui tiravam carteira de habilitação. Depois da crise essas pessoas

Renovação de exames

Primeira habilitação 3245

3177

voltaram para suas terras e este movimento encerrou. Além disso, muita gente pensa duas vezes antes de adquirir um veículo, o que reflete também na carteira de motorista”, avalia Marquez.

12965

3210

11343

10792

2625

11796

11898

2422

6054 1188

2012 FONTE: DETRAN-SC

2013

2014

2015

2016

2017 (até junho)

2012

2013

2014

2015

2016

2017 (até junho)


O MunicĂ­pio

segunda-feira, 10 de julho de 2017

8

MERCADO

Os preferidos dos brusquenses Levantamento mostra que os carros hatch sĂŁo os mais vendidos de Brusque BĂĄrbara Sales barbara@omunicipio.com.br

A reportagem de O MunicĂ­pio fez um levantamento para elencar os trĂŞs veĂ­culos zero quilĂ´metro mais vendidos de cada marca no primeiro semestre de 2017 em Brusque. Em comparação com o ano passado, o “top 3â€? de algumas conces-

sionårias teve alteraçþes significativas. Um exemplo Ê a Volkswagen, que tem a Saveiro como campeã de vendas nos primeiros seis meses do ano, superando, inclusive, o popular Gol. Na Renault, a Captur tirou o lugar do

Chevrolet Uvel Assim como nos anos anteriores, Onix, Prisma e Cruze são os mais procurados pelos clientes da Uvel. O gerente de vendas da concessionåria, Fernando J. da Silva, destaca que hå alguns anos, o Onix tem sido o carro-chefe da marca, principalmente devido, entre outros fatores, ao seu conforto, economia, tecnologia e design em comparação com outros veículos de sua categoria.

Logan como um dos mais vendidos da marca em Brusque e, na Fiat, o Uno voltou para a lista dos trĂŞs mais procurados pelos clientes da marca. Dos 27 veĂ­culos pesquisados, 12 sĂŁo da categoria hatch, seis sedans, seis SUVs e trĂŞs camionetes.

Volkswagen Breitkopf Uma das principais mudanças no ranking dos modelos mais vendidos pela Volkswagen em Brusque, neste primeiro semestre, foi o crescimento da Saveiro, que lidera as vendas. Completam a lista os hatches Gol e Fox. O gerente de vendas da Breitkopf, Leandro Zen, afirma que a grande procura pela Saveiro ĂŠ pelo desconto dado pela montadora para a compra deste modelo. “O que tem gerado esse volume de venda e surpreendentemente, passando o Gol e o Fox, que sempre se revezam na liderança, ĂŠ o desconto para a venda corporativaâ€?, diz.

Onix

Prisma

Cruze

Saveiro

Gol

Fox

Renault Automega Mais uma vez, o Sandero se mantÊm no topo das vendas da Renault Automega em Brusque, ao lado do Captur e do SUV Duster. O gerente de vendas da concessionåria, Luiz Ricardo Cavilha, afirma que o Sandero Ê sempre o carro-chefe da montadora porque tem o preço acessível e atende as necessidades de diferentes perfis, porÊm, ele observa que o lançamento Captur e o Duster, estão crescendo muito nas vendas, seguindo a tendência dos SUVs em Brusque.

Sandero

5XD $]DPEXMD $]DPEXMD %UXVTXH 6& )RQH

Captur

Duster

FOTOS DIVULGAĂ‡ĂƒO

A venda de veículos novos no Brasil cresceu 3,65% no primeiro semestre de 2017 em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). O número estå sendo comemorado pela entidade, jå que Ê o primeiro resultado positivo para um primeiro semestre desde 2013. Entre janeiro e junho, 1.019.400 unidades novas de carros, comerciais leves, caminhþes e ônibus foram emplacadas no país. Em contrapartida, no mesmo período do ano passado, foram 983.495 unidades. Os dados refletem a recuperação do setor automotivo, que foi um dos mais prejudicados pela crise econômica do país. Para a Fenabrave, o avanço no setor foi sustentado, principalmente, pelo segmento de automóveis e utilitårios leves, que registraram um aumento de 4,25% no primeiro semestre e compensaram a queda de 13,5%, na mesma comparação, dos veículos pesados, como ônibus e caminhþes. Com o resultado positivo, a entidade elevou sua projeção de alta nas vendas de carros de passeio e comerciais leves em 2017, de 2% para 4,3%. Em Brusque, as vendas de veículos zero quilômetro tambÊm ficaram dentro das expectativas do setor. A maioria das concessionårias registrou crescimento nas vendas em comparação com o mesmo período de 2016, por isso, as projeçþes para o segundo semestre são otimistas.

Os queridinhos da cidade


O Município

segunda-feira, 10 de julho de 2017

9

Ford Dimas

Hai Toyota

Na Ford Dimas, o Ford KA voltou para o topo das vendas, deixando o Ecosport em segundo e o New Fiesta como o terceiro mais vendido da marca. Para o gerente da concessionária, Carlos Alberto Garcia, o preço acessível do Ford KA é o que o garante no topo das vendas da montadora em Brusque.

Ecosport

Ford Ka

New Fiesta

O sedan Corolla desbancou a Hillux e foi o veículo mais vendido da Toyota em Brusque nesses primeiros seis meses do ano. A gerente da concessionária, Marta Molinari, afirma que como já está disponível a versão 2018, as vendas deste modelo cresceram. “O design está bastante diferente e tem atraído os clientes”, diz. Fecha o top 3 da Toyota o hatch Etios.

Corolla

Hillux Etios

Geração Hyundai

Pegeout Strasbourg

O HB20 hatch é disparado o carro mais vendido na Hyundai de Brusque. De acordo com o gerente da concessionária, Flavio Mathias Piva, o sucesso é porque o modelo é um diferencial no segmento em que atua. “É o único com cinco anos de garantia sem limite de quilometragem, além disso, quem dirige um, sempre recomenda, o que o faz ser bem consagrado no Brasil”. Também foram bem vendidos no primeiro semestre, o SUV Creta e o HB20 S, que é a versão sedan.

O 208 segue na liderança das vendas na Pegeout Strasbourg ao lado do SUV 2008 e do sedan 408. O gerente da concessionária em Brusque, Alcino Antônio Jassim Pazzini, diz que o modelo 208 é o carro de entrada da Pegeout, por isso, é o mais procurado. Ele destaca que o 2008 também tem um volume bom de vendas, inclusive, em muitos meses, chega a superar as vendas do 208. “O 2008 é uma SUV compacta urbana, da mesma categoria da Ecosport, que é um segmento que vem crescendo muito e consumindo uma parcela grande do público dos hatch”.

HB20

HB20 S

Creta

Fiat Rivel

Honda Takai

A camionete Toro é o líder de vendas da Fiat Rivel em Brusque. O vendedor Leandro Santana diz que o modelo tem versões com três opções de motores: 1.8 e 2.4 flex, e o 2.0 diesel, o que tem atraído os clientes. Também estão na lista dos mais vendidos da Fiat os hatches Mobi e Uno.

Na Honda Takai, o HR-V continua como campeão de vendas em Brusque. O modelo, lançado em 2015, é um dos preferidos dos clientes devido ao seu design e alto valor de valorização. Completam o top 3 o Fit e o Civic.

Toro

Mobi

Uno

208

2008

408

HR-V

Fit

Civic


segunda-feira, 10 de julho de 2017

O Município

10

OBRAS E AÇÕES

Plano de Mobilidade Urbana de Exigência do governo federal, prefeitura terá que aprovar lei até abril de 2018; conheça obras que integrarão o Marcos Borges marcos@omunicipio.com.br

Enquanto cidades da região já têm ou estão na fase fase final de elaboração do Plano Municipal de Mobilidade Urbana, Brusque está atrasada. Um dos principais instrumentos para melhorar a circulação de pessoas e de veículos é a confecção e aprovação deste planejamento na Câmara de Vereadores até abril de 2018, conforme determinação do governo federal. O plano engloba uma série de investimentos que devem ser feitos no curto, médio e longo prazo por parte da prefeitura. Por exemplo, estradas e rodovias que devem ser criadas ou duplicadas e a política de uso do transporte coletivo. “Desde que assumimos, temos tido problemas com a mobilidade, acredito, por falta de planejamento. A cidade não foi planejada, ela foi executada de acordo com cada um”, afirma o vice-prefeito de Brusque, Ari Vequi. O gestor exemplifica que, na visão dele, equívocos cometidos nas últimas décadas foram responsáveis pelos problemas atuais. Para ele, a rodovia Antônio Heil (SC486) não deveria ter sido municipalizada no trecho urbano, no fim da década de 1990. O vice-prefeito diz que essa municipalização e a consolidação do trecho com construções residenciais e comerciais criou um problema. Desde 2013, a Prefeitura de Brusque tem o plano de duplicar o espaço entre a praça Vicente Só, próximo à Sociedade Esportiva Bandeirante, até a ponte sobre o ribeirão Limeira, pouco antes da Uvel. “Não mudou e acabou se tornando um gargalo. Os empresários acham que devemos manter como está, porque algumas empresas serão prejudicadas se houver duplicação com canteiros e retornos”. É para evitar situações como esta que o Plano Municipal de Mobilidade Urbana servirá. A preocupação vai além do planejamento, explica a diretora do Departamento Geral de Infraestrutura (DGI) da prefeitura, Andrea Volkmann. O governo federal cobra que as prefeituras aprovem o plano municipal até abril de 2018. Se não o fizerem, não terão mais acesso a recursos da União para a mobilidade urbana.

Financiamento Segundo Andrea, a prefeitura já possui um diagnóstico prévio sobre a mobilidade no município, mas a conclusão deste documento será feita por uma empresa licitada. O custo desta contratação deverá ser coberto pelo programa Avançar Cidades - Mobilidade Urbana, a ser lançado oficialmente pelo governo federal nas próximas semanas. A empresa contratada fará um levantamento completo da cidade, inclusive sobre o transporte coletivo e as regiões com tendência de crescimento. O plano passará por audiências públicas e por votação na Câmara de Vereadores.

Principais pontos Embora o Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Brusque ainda não tenha sido elaborado, algumas obras que constarão nele já foram definidas. Por exemplo, os prolongamentos das duas avenidas Beira Rio e a abertura de novos acessos da rodovia Antônio Heil. “As Beiras Rios, mesmo sem plano de mobilidade, justificam-se pelo que vem acontecendo na cidade. É visível para a população a sua importância”, afirma o vice-prefeito Ari Vequi. Confira como estão algumas obras em andamento e outras em fase de planejamento:

Margem direita da avenida Beira Rio Para a prefeitura, a obra mais importante em todo o sistema viário, neste momento, é a avenida Bepe Roza, conhecida como Beira Rio, no bairro Santa Terezinha, próximo à Unifebe. Em 2017, já houve avanço: a Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (Badesc) liberou R$ 4 milhões para o prolongamento. De acordo com o vice-prefeito, a licitação para escolher a empresa que executará a obra deve sair nos próximos 30 dias. “Na nossa visão, é o pior gargalo no momento, por causa da Unifebe e o acesso à rodovia”, avalia Vequi.

Margem esquerda da avenida Beira Rio A abertura da margem esquerda da avenida Beira Rio é um dos objetivos principais para, no curto prazo, melhorar a circulação e o acesso à cidade. A ideia da prefeitura é solicitar dinheiro para a obra por meio do programa Avançar Cidades. O vice-prefeito diz que a via será importante e poderá servir até mesmo como um corredor de ônibus. A obra foi iniciada com recursos próprios, no início do ano, mas está paralisada.


O Município

segunda-feira, 10 de julho de 2017

11

Novas pontes

Brusque está atrasado documento ELIZ HAACKE

De acordo com o vice-prefeito Ari Vequi, a construção de pontes é uma das prioridades na mobilidade urbana. A diretora do DGI, Andrea Volkmann, informa que o órgão trabalha no projeto de uma nova ponte, que deve ficar perto do pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof. “A nova ponte traria melhor fluxo para entrada e saída do Centro da cidade”, afirma o vice-prefeito. O projeto foi apresentado pessoalmente ao presidente da República, Michel Temer, e também foi encaminhado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Caso o governo não tenha como custear a obra, um empréstimo do BNDES seria a saída. Mas Vequi alerta que dependeria da capacidade de endividamento da prefeitura. Não há prazos definidos. Com relação à ponte do Rio Branco, que ligará o bairro ao Souza Cruz e ao Dom Joaquim, a prefeitura faz, neste momento, levantamento topográfico sobre o nível que a água do rio Itajaí-Mirim pode chegar no local. Segundo Andrea, o objetivo é verificar se abrindo o canal extravasor o problema será resolvido, pois a ponte já está dimensionada acima do projeto original.

Novos acessos

Duplicação da rodovia Antônio Heil, no trecho da Irmãos Fischer, já está quase 70% concluída

Novo acesso à Antônio Heil O prolongamento da Beira Rio no Santa Terezinha tem importância estratégica também no novo acesso à cidade. O DGI trabalha neste projeto, que deve ter início neste ano. O novo acesso será perto do Motel Shampoo, na rodovia Antônio Heil, terá uma rotatória na rua Itajaí e seguirá para a nova Beira Rio. Ari Vequi diz que a obra é importante porque irá tirar um grande fluxo de veículos do Centro.

Duplicação da Antônio Heil A rodovia Antônio Heil (SC-486) é um dos principais corredores de serviço do Vale do Itajaí, principalmente por ligar aos portos de Itajaí e Navegantes, e às principais cidades do estado. A via está sendo duplicada em dois pontos: do entroncamento da BR-101 à antiga lombada eletrônica do bairro Limoeiro, em Itajaí, e deste trecho até a ponte sobre o ribeirão Limeira, em Brusque. De acordo com o Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), a obra da Irmãos Fischer, financiada por meio de uma parceria público-privada com a empresa, está 68,37% concluída. A previsão de conclusão é outubro deste ano, com trabalhos seguindo para a etapa final. Já no trecho de Itajaí, que é executa-

do pelo consórcio Triunfo/Compasa, a obra segue lentamente. Segundo o engenheiro do Deinfra responsável pela fiscalização, Cleo Quaresma, o “ritmo está abaixo do esperado”. De acordo com Quaresma, até o momento 42% da obra foi executada. Mas já era para estar no final após quase três anos do início dos trabalhos. Por enquanto, o Deinfra estuda, junto com o consórcio, uma nova data para a finalização, pois a original, que era 2017, já está descartada. A duplicação do trecho municipal está completamente parada. A prefeitura estuda o que fazer, pois alega que o projeto que existe é inviável. O tema deve ser debatido em audiências públicas e com os vereadores.

A Prefeitura de Brusque deve asfaltar duas vias de ligação a municípios vizinhos, entre eles o trecho da rua Alberto Müller, no bairro Limeira Alta, que liga a Camboriú, que já tem recursos garantidos pelo governo federal. O governo também busca recursos para o asfaltamento da rua Abrão Souza e Silva, a estrada da Fazenda, próxima ao limite com Itajaí. Há, ainda, planos de recapear ruas importantes como a Sete de Setembro, no Santa Rita, e a Augusto Klapoth, no Águas Claras.

Duplicação da rodovia Ivo Silveira Demanda antiga, a duplicação da rodovia Ivo Silveira (SC-108) - que liga Brusque a Gaspar - é uma das prioridades para a administração municipal. O vice-prefeito Ari Vequi diz que já conversou com o prefeito de Gaspar, Kleber Wan-Dall, para solicitar a obra em conjunto ao governo estadual. “Na primeira oportunidade que o governador Raimundo Colombo estiver aqui, os dois prefeitos farão, em conjunto, o pedido para essa inclusão da obra em um financiamento do BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento]”, afirma Vequi. Ele diz que as duas prefeituras não podem bancar sozinhas a obra, mas que com ajuda do governo estadual é possível tirá-la do papel.


segunda-feira, 10 de julho de 2017

O Município

12

Investimento em transportes alternativos é necessário Especialistas em urbanismo são quase unânimes ao afirmar que o transporte coletivo deve ser uma prioridade para melhorar a mobilidade nas cidades. “É preciso ampliar a visão para encontrar soluções para os problemas atuais. Adotando sempre as mesmas ações não chegaremos a resultados diferentes”, afirma Gisele Vanelli, arquiteta e urbanista. A especialista, que faz parte da diretoria do Clube de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Brusque (Ceab) e do núcleo municipal do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), diz que é preciso oferecer opções diferentes de deslocamentos para as pessoas, com qualidade, conforto e segurança: igualdade de condição para quem quer andar a pé, de carro, de moto, de bicicleta ou de ônibus. No entanto, Brusque está atrasada neste quesito, admitem Ari Vequi, vice-prefeito, e Andrea Volkmann, diretora do Departamento Geral de Infraestrutura (DGI). O último plano sobre a ampliação do transporte coletivo tem mais de dez anos, quando o prefeito ainda era Ciro Roza.

Aquele plano previa a construção de mais dois terminais urbanos: um no Santa Terezinha, em frente à Unifebe, e outro no bairro Águas Claras. Mas pouco dele seria aproveitável. O terreno onde ficaria um dos terminais foi usado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e o outro alaga em dias de chuva intensa. “Faria um sistema viário mais rotativo com os terminais, como Blumenau e Itajaí. Mas infelizmente não foi levado em consideração nessas administrações, então teríamos que retomar esses estudos”, afirma Andrea. O vice-prefeito diz que Brusque, em certo ponto, está na contramão do mundo. “Nesse sentido, estamos num processo contrário. O mundo está diminuindo o número de veículos, e nós temos aumentado, e muito. Mas isso é um trabalho de conscientização que deve ser feito”, afirma Vequi. “Moramos num vale, não temos muito o que fazer com grandes avenidas, temos que nos adaptar à nossa realidade”, afirma Vequi. O investimento no transporte coletivo não está descartado pela admi-

nistração municipal, com a ampliação de linhas, principalmente em horários de saída de universidades e de empresas.

Uso da bicicleta O vereador Paulo Sestrem, técnico em Circulação de Tráfego e pós-graduado em Gestão e Segurança de Trânsito, diz que é importante investir não só no transporte público, mas também em ciclofaixas, para estimular o uso da bicicleta. Ele destaca que as principais regiões do município ficam em um raio de 5 quilômetros do Centro, acessível para ciclistas em até 25 minutos. “Outro modal que não tem mais volta é a bicicleta, que hoje vem crescendo e sendo explorada em toda cidade brasileira que tem seus gestores preocupados com a saúde, segurança, fluidez de sua gente”, diz. Sestrem, que já foi secretário de Trânsito e Mobilidade, defende que a bicicleta seja incluída no Plano Municipal de Mobilidade Urbana, a ser discutido até 2018.

Vice-prefeito Ari Vequi e diretora Andrea Volkmann elencam obras consideradas prioritárias


O Município

segunda-feira, 10 de julho de 2017

13

MARCOS BORGES

ARTIGO

Solução depende de conjunto de ações Gisele Vanelli, arquiteta e urbanista, integrante do Ceab e do IAB A mobilidade urbana é tão complexa que não se resolve de formas isoladas e pontuais. Não existe necessariamente a prioridade de investimento em uma única solução. Assim como o que gerou a situação atual não foi um único fator, a solução também deverá ser buscada em um conjunto de ações, com um planejamento, que vai desde a autorização para implantação de novos empreendimentos na cidade (incluindo loteamentos, edifícios residenciais e comerciais), até a construção de grandes obras de infra-estrutura, que em geral são feitas pelo órgão público ou em parceria com a iniciativa privada. Investimentos são necessários sempre, desde pequenas obras que podem desatar pequenos nós da circulação na cidade: uma esquina, um cruzamento, um sentido de uma rua (ações conhecidas no urbanismo como “acupuntura urbana”), até obras maiores de infraestrutura, implantadas em pontos estratégicos da cidade, como pontes, novas vias de ligação e infraestrutura em áreas prioritárias para o crescimento e desenvolvimento urbano. Outros itens do planejamento urbano influenciam diretamente na mobilidade, o uso

do solo: residencial, comercial, industrial; ocupação com maior ou menor densidade; outros fatores que são sempre muito discutidos entre os profissionais: rebaixos de meio-fio para o acesso aos lotes e às edificações com estacionamentos frontais ou internos, estacionamentos paralelos às vias públicas e até mesmo definições como o horário de funcionamento dos estabelecimentos, horários de trabalho, de saída da escola, etc, interferem diretamente nas questões da mobilidade urbana. Quando se pensa em mobilidade urbana em Brusque vem sempre a mente mais pontes e mais ruas, nunca é pensando num sistema de transporte coletivo eficiente. Talvez o investimento prioritário seria este, o transporte coletivo em Brusque é um fator crítico e que deveria ser melhorado de forma urgente. Um bom sistema de transporte, com qualidade, freqüência adequada, pontualidade e conforto pode fazer toda a diferença em uma cidade, pois ele não é destinado apenas para a parcela da população que não tem carro (muitas vezes visto inclusive como uma forma de preconceito), mas sim por muitos que poderiam optar por não dirigir ou mesmo por não depender da carona de algum familiar ou amigo. Idosos, adolescentes e muitos outros usuários poderiam ter uma vida mais independente e confortável com um sistema de transporte coletivo mais eficiente na cidade.


O MunicĂ­pio

segunda-feira, 10 de julho de 2017

14

VENTURINI

Uma famĂ­lia, quatro veĂ­culos Com poucas linhas de Ă´nibus, moradores do SĂŁo Pedro optam por ir ao trabalho de automĂłvel DAIANE BENSO

Daiane Benso daiane@omunicipio.com.br

A família Venturini, moradora do São Pedro, vive uma realidade cada vez mais comum em Brusque: uma casa cheia de veículos. Os seis moradores, juntos, têm quatro carros. Três dos veículos saem da garagem todos os dias. Eles são unânimes ao explicarem o porquê: as poucas opçþes de linhas de ônibus e os horårios conflitantes de trabalho entre os integrantes. A laboratorista química Mariana Venturini, 21 anos, usa o seu HB20 marrom para se deslocar atÊ o Steffen. O pai, o soldador de serraria Adalberto Venturini, 52, vai para o trabalho com o Stilo preto. O irmão, o pintor de serraria Maurício Venturini, 25, utiliza o HB20 branco. Ambos os homens trabalham no bairro que moram. Jå o avô Luiz Fantini, 78, sai menos de casa. Usa a sua Brasília branca, de 1978, para ir às missas e atÊ a casa de praia,

HorĂĄrios de trabalho conflitantes dificultam compartilhamento de carros entre os integrantes da famĂ­lia Venturini

especialmente aos fins de semana. O conforto do carro tambĂŠm ĂŠ fator importante. Como os familiares nĂŁo fazem a mesma rota e tĂŞm horĂĄrios de trabalho diferentes, causaria transtornos Ă rotina. “Mesmo com meu pai e o meu irmĂŁo trabalhando mais perto, precisam ir de carro, pois hĂĄ poucas opçþes de Ă´nibusâ€?, diz Mariana. Para ela, caso o

transporte público fosse mais eficiente, a família poderia optar por utilizå-lo. Os três integrantes da família que usam carro diariamente gastam, em mÊdia, mais de R$ 160 por mês somente em combustível. A mãe de Mariana, Jusiane Fantini Venturini, 47, acaba usando menos os carros porque tem uma confecção em casa, porÊm, quando precisa, geral-

mente usa a BrasĂ­lia do seu Luiz. “O carro acaba nos dando independĂŞnciaâ€?, diz. Para Adalberto, cada um ter o seu prĂłprio carro ĂŠ uma necessidade. “A Mariana tem o emprego dela, o Mauricio o dele e eu o meu. NĂŁo tem nenhum transporte para nos levar, por isso fomos obrigados a comprar estes veĂ­culos para ter o nosso ganha pĂŁoâ€?, afirma.

75$%$/+$026 &20 3(d$6 3$5$ /,1+$ /(9( ( 3(6$'$

2)) 52$' ( &$5526 '( 3$66(,2 SWJS

ÂťUJNPT QSFĂŽPT F RVBMJEBEF QBSB CFN MIF TF


O Município

segunda-feira, 10 de julho de 2017

15

PROFESSORAS DO ZANTÃO

Duas amigas, um carro Colegas de trabalho dividem carona para economizar e preservar o meio ambiente

daiane@omunicipio.com.br

Além de colaborar com o meio ambiente e ajudar no bolso, a carona é um gesto de solidariedade. Pelo menos é essa a visão das pedagogas Maria Angélica Sedrez Müller, 66 anos, e de Vitória Elena Werner Staack, 59, que diariamente dividem o carro para se deslocarem até o trabalho. De segunda a sexta-feira, elas se deslocam da região central de Brusque para a Escola de Ensino Fundamental Doutor Carlos Moritz, no Zantão, onde trabalham. Não há um cronograma fixo, mas elas se intercalam e partilham a carona. Maria Angélica mora no Centro e passa pelo Jardim Maluche para pegar a colega. De lá percorrem cerca de 12 quilômetros, passando pelo bairro Primeiro de Maio, até chegar na escola, por volta das 7h. Elas permanecem o dia todo no educandário

DAIANE BENSO

Daiane Benso

e no fim da tarde, por volta das 17h, retornam às suas residências juntas. As pedagogas têm essa rotina desde o início do ano e afirmam que é uma maneira prática e sustentável. “Quando uma tem compromisso, acabamos vindo com os dois carros. Caso contrário, um dia a Vitória vem com o seu Onix e em outro eu com o Idea”, conta Maria Angélica. No entanto, não é a primeira vez que as profissionais utilizam essa prática. Em 2005, quando trabalhavam em uma escola no Thomaz Coelho, a sistemática era a mesma. Durante o ano todo elas compartilharam da carona e de momentos de muita conversa. O trajeto prazeroso percorrido pelas pedagogas geralmente é feito em 20 minutos, dependendo o trânsito. “Cada uma paga o seu combustível e usa a carona da colega. Viemos conversando, colocamos o papo em dia”, diz Maria Angélica. Vitória avalia que a carona é uma tendência de grandes centros. “As pessoas precisam se educar ainda, porque é uma prática salutar, que expressa solidariedade, gera economia e nos permite compartilhar momentos”, afirma Vitória.

Maria Angélica Sedrez Müller (à esq.) e Vitória Elena Werner Staack compartilham caronas desde o começo do ano


O Município

segunda-feira, 10 de julho de 2017

16

MUITAS HISTÓRIAS

Um amor que dura 36 anos Chevette da professora Iara Paganelli ficou conhecido entre os alunos do Águas Claras DAIANE BENSO

Daiane Benso daiane@omunicipio.com.br

Um casamento que dura há 36 anos. Assim pode ser definida a história de amor da professora Iara Alves Paganelli, de 66 anos, moradora do Águas Claras, e seu Chevette SL marrom de 1981, de mais de 96 mil quilômetros. Em quase quatro décadas, foram muitos os momentos vividos com o possante. O carro, escolhido a dedo por um cunhado já falecido, veio de Jaraguá do Sul para ser o “Chevas” de dona Iara, nome pelo qual o veículo é chamado. A professora, que foi a segunda dona do veículo, conta que naquela época falava-se que Chevette era carro de mulher. Para Iara, o carro tinha várias qualidades, como o seu conforto e o grande espaço no porta-malas. “Meu pai sempre falava que veículos da Chevrolet eram melhores, pois não davam problemas com mecânica e eram econômicos. Percebi que de fato isso acontecia e hoje o Chevette é minha paixão”, diz.

Muitas histórias foram vividas no “Chevas”, que tem mais de 96 mil quilômetros rodados

Iara, que durante 32 anos lecionou na Escola de Educação Básica Governador Ivo Silveira, no Águas Claras, conta que sempre carregou muitas coisas no automóvel, desde compras para casa e para a escola, até alunos, familiares e amigos. O possante também já fez várias viagens, como para Campo Largo e Curitiba, no Paraná, além de Florianópolis, Benedito Novo e Timbó, cidades onde possui parte da família. “São muitas histórias no meu Chevette. Ele já levou muita gente. Na escola todo mundo o conhecia pelo ronco. Quando eu estava chegando, os alunos falavam ‘lá vem o Chevette da dona Iara’”, recorda. No entanto, foi a solidariedade que fez com que Iara começasse a ir de carro para a escola, já que de sua casa até o educandário era apenas dois quilômetros e não havia necessidade de utilizar sempre o veículo. Ela conta que havia um aluno que tinha Hemofilia, doença caracterizada por problemas de coagulação do sangue, e sua mobilidade era reduzida, então, como ele morava a caminho da escola, passou a levá-lo diariamente. O veículo também já levou uma noiva até o seu casamento no bairro São Pedro, transportou alunos para o hospital e também para casa, além de levar sua irmã para o outro lado da cidade para fazer curativos em um doente. Hoje Iara tem um Fiesta, que utiliza diariamente, já que o Chevette acaba ficando mais na garagem. Porém, o amor que ela tem pelo veículo é para sempre. “Ele sempre foi pau para toda obra. Proporcionou muitos passeios, momentos felizes e principalmente que eu ajudasse muita gente”, diz.


O MunicĂ­pio

segunda-feira, 10 de julho de 2017

17


segunda-feira, 10 de julho de 2017

O Município

18

TRANSITOLÂNDIA

Educação como instrumento de Projeto referência no estado busca transformar crianças em multiplicadores de conhecimento Miriany Farias miriany@omunicipio.com.br

A formação de bons motoristas e pedestres começa muito antes da autoescola. Ainda pequenas, as crianças devem ser estimuladas a entender as leis de trânsito e o respeito ao espaço compartilhado. É por isso que alunos dos 4º anos das escolas públicas e particulares de Brusque, Guabiruba, Botuverá e Canelinha são convidados a vivenciar a experiência de estar no trânsito. A Transitolândia é um espaço modelo para o aprendizado teórico e prático sobre o trânsito, simulando uma via comum da cidade, com placas indicativas, sinalização horizontal, faixas elevadas e calçadas, em menor escala. Neste ano, a novidade foi a implantação de quatro semáforos para veículos e pedestres. O projeto foi criado em 2013 pelo 18º Batalhão da Polícia Militar, em parceria com a Guarda de Trânsito de Brusque (GTB) e apoio de empresas privadas, e desde en-

tão já atendeu mais de 4 mil crianças. Para o major Otávio Manoel Ferreira Filho, responsável pelo setor de trânsito da PM, a educação é fundamental para a qualidade do trânsito. “A melhor forma de atingir o ser humano é começar pelas crianças, pois nessa fase, que costumo chamar de ‘esponja’. Elas absorvem mais fácil as informações e passam a ser multiplicadores”. O sargento Edson Sidney Gielow, que atua no projeto, diz que o espaço em miniatura consegue sintetizar a complexidade do trânsito. “A única maneira de mudarmos o trânsito é nos educarmos. Se com o projeto de educação que desenvolvemos já é ruim, imagina se não tivesse”. As aulas na Trânsitolândia ocorrem todas as terças e quintas-feiras, com agendamento prévio feito pelas escolas. No dia 4 de julho foi a vez dos alunos da Escola de Educação Fundamental Professora Augusta Dutra de Souza, do bairro Limeira, participarem. Na chegada, as crianças já fazem o

primeiro contato com os policiais, o que também tem uma função importante. “Quando chegam no quartel, eles já veem o policial como alguém em quem podem confiar”, diz o sargento Sidnei. O projeto é dividido em dois momentos: teórico e prático. No início, o instrutor aborda temas do cotidiano, como utilização de passagens protegidas, faixas de pedestres, respeito aos demais usuários e a forma correta de utilizar os meios de transporte coletivos e individuais. A experiência é referência no estado e outras cidades já pensam em adotar o modelo que vem dando certo. O sargento Sidnei acredita que por meio da Transitolândia, as crianças se tornarão motoristas melhores no futuro. Além disso, assim que pisam fora do quartel, passam a entender mais e ter mais atenção no trânsito.

Trabalhos em sala de aula É geralmente no mês de setembro, na Semana Nacional do Trânsito, que as


O Município

segunda-feira, 10 de julho de 2017

19

MIRIANY FARIAS

mudança

escolas costumam trabalhar o tema em sala de aula. Porém, as professoras do 4º ano da escola do bairro Limeira, Maria de Lourdes Fagundes Assi, 46, e Larissa Tomio Heckert, 29, afirmam que a participação na Transitolândia renderá conversas por muito tempo. Entre as atividades desenvolvidas após a visita à Polícia Militar está a exposição de cartazes pela escola como forma de orientar as crianças das outras turmas. “Faremos atividades de conscientização para atingir todos os estudantes, até porque o trânsito em nosso bairro, em especial, em frente a nossa escola, é bastante complicado”, destaca Maria. A professora acrescenta que pretende, ainda, confeccionar panfletos para entregar para pais e alunos. “É uma tentativa de conscientizar a comunidade, pois, por exemplo, em frente à escola temos uma travessia elevada e as pessoas passam fora dela, gerando risco para todos”. A professora Larissa destaca que entre os temas mais importantes abordados durante a aula teórica, foi observar com atenção o comportamento do motorista antes de atravessar a faixa de pedestres. “As crianças, em especial, costumam chegar na faixa e atravessar sem olhar. Mas muitas vezes o motorista não as viu, e por isso causam acidentes”, diz.

Conhecimento levado adiante Estrutura em miniatura ajuda as crianças colocarem em prática os conhecimentos adquiridos

O major Otávio explica que o trânsito é o principal causador de mortes no


segunda-feira, 10 de julho de 2017

O Município

20

MIRIANY FARIAS

Brasil e, até poucos anos atrás, chegou a ser superior aos homicídios. Devido às estatísticas negativas, a Polícia Militar está preocupada em melhorar o trânsito em Brusque. Após a experiência, as crianças saem mais atentas aos problemas. “O que mais me impressiona são as pessoas mal educadas, que não respeitam as leis”, diz Guédria Gabriele da Silva Erthal, 9 anos. O que mais marcou Renan Alberton Leonardo, 10, foi saber que para andar na garupa da motocicleta é preciso ser maior de 7 anos. “Vou levar o que aprendi para casa e cobrar dos meus pais quando eu ver eles fazendo algo de errado”, garante. Encantada com tudo que viu e ouviu, a aluna Ana Clara dos Santos Munhoz, 9, afirma que gostou de estudar as normas de trânsito. “É comum ver pessoas atravessando fora da faixa, o que é muito perigoso”, diz.

Certificado de participação Após a experiência vivenciada no trânsito em miniatura, as crianças recebem um kit contendo uma cartilha do projeto em que contém informações sobre o tema e uma história em gibi que se passa dentro da própria estrutura da Transitolândia. Além disso, no kit há uma caixa de lápis de cor para colorir, panfletos e uma carteira de habilitação em miniatura para os pequenos motoristas. Por fim, eles recebem o certificado de participação. “É uma maneira de fazer com que sempre lembrem-se da experiência vivida aqui e também dos conhecimentos adquiridos”, explica o sargento Sidnei.

É por meio de orientação teórica que os alunos aprendem regras básicas e fundamentais do trânsito


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.