Sacerdote venceu vício em drogas e tornou-se inspiração para fiéis pela televisão
Conheça o processo para torná-lo beato e, no futuro, santo
Confira relatos de graças e milagres alcançados por devotos
COMUNIDADE BETHÂNIA/DIVULGAÇÃO
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Milagres
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de Padre Léo
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Vida de superação FOTOS COMUNIDADE BETHÂNIA
Padre Léo venceu vício em drogas e tornou-se inspiração para milhares de fiéis com suas pregações pela televisão Eliz Haacke eliz@omunicipio.com.br
Tarcísio Gonçalves Pereira, o Padre Léo, nasceu em 9 de outubro de 1961 na casa dos avós maternos Seu Sebastião e Dona Brasilina. Eles moravam em Biguá, colônia agrícola do município de Delfim Moreira, em Minas Gerais. Tarcísio foi o nono dos 12 filhos de Maria Nazaré Guimarães, Dona Nazaré e Joaquim Mendes Pereira, Seu Quinzinho. O interesse pela igreja foi aflorando aos poucos. Quando criança, fez catequese e nas horas vagas brincava de celebrar missa no quintal da casa. Em 1975 começou a participar do encontro de jovens em Itajubá (MG), e atuou como catequista. Com 15 anos, Tarcísio iniciou o apostolado com os colegas de classe após o fim das aulas. O grupo de oração semanal foi nomeado como “Somos Todos Amigos Renovados. Orando, nos Unimos ao Pai” (Staroup). O pseudônimo Léo surgiu para evitar confusão com outro Tarcísio do Staroup. Apesar da proximidade com a igreja, o rapaz teve uma experiência com drogas. Ele aprendeu a fumar cigarro de palha com os avós em 1973, e depois começou a consumir maconha com os amigos. O uso começou quando um colega, que o próprio Padre Léo não lembrava o nome, ofereceu um “tapa” para ele. O vício nunca foi revelado ao pai, que faleceu em 2004. O uso de entorpecentes chegou
Padre Léo com o fiel companheiro Chuvisco e Juscélia Ludvick
Padre Léo escreveu 28 livros e teve vários programas na TV Canção Nova
Banda Vida se apresentou na primeira missa da Comunidade Bethânia
ao fim quando Léo decidiu seguir lher esses jovens. a vocação sacerdotal, em 1981. O padre teve 28 livros publiApesar de largar a maconha, Léo cados, sendo seis publicações continuou fumando cigarros até póstumas. Ele também fundou a Banda Vida, que realizou diversos 1998, quando abandonou definishows pelo país. Além disso, teve tivamente o vício. Na época, ele teve que romper o noivado para vários programas no canal de TV Canção Nova e totalizou 257 preentrar no seminário. No ano seguinte, em 24 de jagações que são exibidas até hoje, neiro, Léo entrou no Seminário nas segundas-feiras, às 21h. “Ele é conhecido no Brasil Dehoniano (Congregação do Sacomo um grande pregador, um grado Coração de Jesus) em Lagrande comunicador. Teve por vras (MG). Ele fez o noviciado em anos o programa de televisão Jaraguá do Sul, estudou Filosofia em Brusque na Fundação Educamuito concorrido. Inclusive as reprises são exibidas toda secional de Brusque (FEBE), em 1984, gunda-feira. É e fez a primeium dos prograra profissão dos mas mais assisVotos Religioso, Ilustre morador em 1984, passantidos da Canção do a ser chamado Nova”, enfatiza São João Batista Padre Vicente. de fráter. comemora hoje “Padré Léo semEm 2006, Léo seus 60 anos de descobriu que pre foi pregador emancipação políticoda Renovação Caadministrativa. Para sofria de um linrismática Católifoma não Hodcelebrar o aniversário, ca. Ele participou gkin, um câncer contamos a história da Renovação no sistema linde Padre Léo. fático. Como o antes mesmo de Foi na cidade que ser padre”, conele deu início ao tumor era maligno, o quadro ta Padre Vicente seu maior sonho: a era grave e as Comunidade Bethânia, de Paula Neto, chances de vida, atual presidente em 1995. Desde lá, pequenas. estabeleceu vínculos da Comunidade Após meses de que manteve até sua Bethânia. tratamentos e morte, em 2007. Ele estudou quimioterapias, Teologia no InsPadre Léo faletituto Teológico ceu no dia 4 de janeiro de 2007 Sagrado Coração de Jesus, hoje Fadevido à falência múltipla dos culdade Dehoniana, em Taubaté, órgãos, consequência da doença. São Paulo, em 1987. Três anos depois “Ele viveu esse um ano pregaele fez os votos perpétuos, concluiu do na cruz. Ele foi a vida inteira o curso e foi ordenado sacerdote. um pregador, mas encontrou Padre Léo começou a trabaa santidade sendo pregado”, lhar como diretor pedagógico afirma o Padre João Carlos Alno Colégio São Luiz, em Brusmeida, o Joãozinho. que, em 1991, onde atuou até O corpo foi exumado do túmu1998. Além de começar a trabalo da família em Itajubá, em 2015, lhar no Colégio, em 1991 ele se e os restos mortais foram levatornou professor no curso de dos para Comunidade Bethânia, Filosofia da Febe. Ele conciliava em São João Batista. Hoje, várias o trabalho com os atendimenpessoas realizam peregrinação tos aos jovens marginalizados e até o túmulo pedindo ou agradepois de anos, decidiu criar a decendo pelas graças. Comunidade Bethânia para aco-
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Milagres de Padre Léo
Amigos na fé Sacerdotes contam momentos marcantes vividos com Padre Léo no trabalho e na vida pessoal
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Padre Léo ajudou muitas pessoas, inclusive os colegas da vida religiosa. Alguns desses amigos trabalharam com ele na Comunidade Bethânia. O carinho e atenção que ele dedicou às amizades são lembrados com carinho.
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“O Padre Léo foi meu professor na faculdade de Filosofia em Brusque. Eu pude ter um convívio mais próximo com ele. A partir disso, a gente foi estreitando os laços, fazendo amizade, até por ser mineiro também. Quando eu terminei a Filosofia, eu fui enviado pela congregação pra trabalhar com o Padre Léo no Colégio São Luiz, em 1995. Eu vivi junto com ele todo movimento para começar a Comunidade Bethânia, e isso foi gerando uma intimidade e
uma comunhão muito grande, ficamos muito amigos. Os pais dele foram os meus padrinhos de ordenação sacerdotal, o Padre Léo pregou a minha primeira missa. Ele sempre me dizia ‘vem trabalhar comigo, vem trabalhar aqui em Bethânia, seu lugar é aqui’, e eu fui discernindo isso ao longo do tempo. Em 2005 eu fiz um pedido oficial para congregação para trabalhar diretamente com o Padre Léo e não só ajudá-lo esporadicamente como eu fazia.
Nesse ano em que eu fui trabalhar com ele, ficou doente e descobriu o câncer. Daí eu passei a auxiliá-lo mais e, inclusive, substitui-lo. Eu assumi tudo ao longo dos 10 meses que o Padre Léo lutou contra o câncer. Depois que ele faleceu, eu fiquei definitivamente. Então foram alguns anos de bastante comunhão, bastante convivência. Ele morreu deixando no coração das pessoas a certeza de que ele podia interceder.”
Padre Vicente de Paula Neto Presidente da Comunidade Bethânia
“O padre Léo sempre foi uma pessoa muito especial e tinha uma forma única de tratar as pessoas, principalmente quando éramos fráter. Ele foi uma pessoa que sempre buscou colocar o outro para cima, incentivando a fazer as coisas, a dar o seu melhor, então ele sempre nos valorizou bastante. Eu fui aluno na faculdade em Brusque e depois moramos juntos no Colégio
São Luiz. O Padre Léo era o diretor-geral do colégio, o Padre Vicente era o coordenador pedagógico e eu era o diretor financeiro. Nós formávamos uma equipe e isso foi na mesma época em que iniciou a Comunidade Bethânia. Então nós tínhamos uma ligação bastante grande, era a mesma equipe que cuidava da comunidade. Depois eu continuei meus estudos, fui fazer
faculdade de Teologia, me tornei padre, trabalhei 10 anos em paróquia, mas nunca me desliguei da comunidade. Quando o Padre Léo morreu, eu estava lá no hospital e coloquei um propósito pra mim: que um dia eu voltaria definitivamente para trabalhar em Bethânia. Hoje já faz sete anos que retornei e moro aqui. O meu trabalho é fazer a administração dos oito recantos.”
Padre Lucio Tardivo Administrador da Comunidade Bethânia e responsável pelo processo de beatificação do Padre Léo
“O Padre Léo e eu nos conhecemos em 1983 durante o noviciado em Jaraguá do Sul. Depois em Brusque fizemos Filosofia na Febe. Uma coisa interessante é que ele é mineiro e foi trabalhar em Brusque, minha terra natal, e depois eu acabei trabalhando em Minas. O Léo era uma pessoa intensa, e praticamente tudo que eu fiz e que continuo fazendo teve um dedo do Padre Léo. A primeira vez que eu entrei em um estúdio pra gravar disco foi ele quem me levou. O primeiro
livro também foi ele. Quando meu pai faleceu, quem me levou ao aeroporto para viajar pela primeira vez de avião foi o Léo. Eu poderia falar muitas outras coisas, eu já escrevi sobre isso também, porque ele sempre acreditou muito em mim. Eu sinto o Léo como um profeta que estava na minha frente indicando os caminhos. Eu estive com ele muitas vezes, inclusive um mês antes dele morrer, e conversamos um bocado. Ele me contou como era
o sofrimento dele vendo a morte se aproximar de maneira tão veloz, mesmo tão jovem. Deus deu a ele a oportunidade de ser santificado durante esse ano de dor que ele viveu. Esse é o Léo que ninguém conhece, porque imagina que é só aquele pregador da TV. Eu rezo sempre pedindo que ele reze por mim lá junto de Deus, onde ele está, para que eu também aprenda a aceitar do jeito certo os sofrimentos que Deus me mandar.”
Padre João Carlos Almeida, o Joãozinho Professor de Teologia em Taubaté Padre Léo tocando violão ao lado do Padre Vicente
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Recantos de salvação A Comunidade Bethânia surgiu de um desejo do Padre Léo em ajudar os dependentes químicos, os soropositivos, os prostituídos e marginalizados pela sociedade, chamados com carinho de “filhos”. O sonho surgiu em 1994, quando o sacerdote começou a idealizar o recanto. Além de ser diretor do Colégio São Luiz, em Brusque, ele também prestava atendimento espiritual para familiares e jovens da região. Por experiência própria, Padre Léo viu a necessidade de propor-
São João Batista Para doações: Banco do Brasil Ag: 2629-8 C/C: 28659-1
FOTOS COMUNIDADE BETHÂNIA
Comunidade Bethânia acolhe dependentes químicos e necessitados em oito locais pelo Brasil
cionar um ambiente que mostrasse a essas pessoas que é possível encontrar um novo jeito de viver. “No Colégio São Luiz ele começou esse trabalho com a juventude e foi sentindo a necessidade de ter um lugar que pudesse acolher esses jovens com problemas”, revela Padre Vicente. Oficialmente, a Comunidade Bethânia foi fundada no dia 14 de março de 1995. Pouco depois, Padre Léo conheceu Juscélia Ludvick, que foi co-fundadora do recanto. O nome que intitula a comunidade vem do hebraico e significa “casa do pobre”.
O começo de Bethânia
Padre Léo reunido com os pais e a irmã mais nova Eliete na Comunidade Bethânia, em São João Batista
Curitiba
Guarapuava
Irati
O segundo recanto a ser criado foi o de Curitiba, em 12 de abril de 1998, com a celebração da “Missa de Envio” no recanto de São João Batista. No local, além do terreno, havia somente uma pequena e velha casa de madeira para o início da missão.
Em 2000 foi aberto o recanto em Guarapuava, também no Paraná. O bispo Dom Wagner informou ao Padre Léo a necessidade do município ter uma comunidade. Em novembro daquele ano, Dimas e Berenice foram enviados para missão, juntamente aos postulantes Sandro e Suzana.
Em 2012 foi inaugurado o recanto em Irati, também no estado paranaense. A Santa Missa de inauguração foi realizada pelo Padre Lúcio.
Para doações: Banco do Brasil Ag: 2823-1 C/C: 7470-5
Para doações: Banco do Brasil Ag: 0299-2 C/C: 44320-4
Para doações: Banco do Brasil Ag: 0182-1 C/C: 45030-8
Nas missas ministradas por Léo, ele pedia aos fiéis um terreno para criar um espaço para acolher esses jovens. O terreno
Lorena
O primeiro recanto aberto em S cidade de Lorena, por meio de u Padre Léo com professor Felipe Aq do terreno, e Padre Jonas Abib Comunidade Canção Nova. Os doi era necessária a abertura de um r Foram destinados para o local os c Daniel, José e Tatiana no dia 17 d para que eles iniciassem os trabal acolhidos chegaram em 13 de m
Para doações: Banco do Brasil Ag: 0857-5 C/C: 25266-2
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foi doado por Dr. César. Após conseguirem o local, foi aberta uma clareira na mata para celebrar o momento. A tarefa árdua contou com a ajuda de funcionários da Prefeitura de São João Batista e do próprio vice-prefeito da época, Jair Sebastião de Amorim, o Nonga. Em 12 de outubro de 1995, às 15h, foi celebrada a primeira missa da Comunidade Bethânia. Muitas pessoas participaram do evento que contou com animação musical da banda Vida, o grupo musical de Léo. A partir disso foi iniciada a construção da casa que teve o projeto desenvolvido por Juscélia. Após a obra pronta, no dia 1º de maio de 1996 foi celebrada a primeira missa na sala da Casa-Mãe. Nela foram consagrados os primeiros irmãos da comunidade: Ideraldo Paloschi e a esposa Margarida, Zeni Silveira e Jocelino Lauro Gal.
Primeiros filhos A partir do dia 6 de maio foram acolhidos os primeiros filhos de Bethânia - nome carinhoso
São Paulo foi na uma conversa do quino, proprietário b, fundador da is informaram que recanto na cidade. consagrados Carla, de abril de 2003 lhos. Os primeiros maio daquele ano.
designado àqueles que estão na comunidade: Evândio Carlos Ferreira e Jorge Mansila Jr. Eles foram encontrados por Padre Vicente com a ajuda de Ideraldo em um retiro de Páscoa. Os dois relataram a situação de dependência química, que chamou atenção de Padre Vicente. Ele contou a história ao Léo, que pediu para que eles fossem encaminhados para Bethânia.
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Todos os dias são realizadas celebrações religiosas e os filhos de Bethânia devem acompanhá-las.
Novos lares
Acolhimento Nas quintas-feiras, em todos os recantos, é realizado o pré-acolhimento. “Não precisa agendar. É só vir e trazer a pessoa. Mas ela precisa querer”, enfatiza o consagrado e conselheiro da comunidade, Daniel Amaral. Quando são acolhidos, eles realizam um primeiro contato com o local, conhecem os valores e as normas do recanto e recebem o nome de filhos de Bethânia. “Nós acreditamos que antes de qualquer coisa, eles também são filhos de Deus”, afirma o conselheiro. A diferença de Bethânia para clínicas e centros de recupera-
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Celebração da primeira missa da Comunidade Bethânia aconteceu em uma clareira
ção é que na comunidade a pessoa não fica internada, ela vai morar no recanto. Além disso, os moradores desenvolvem trabalhos com a natureza. “Quando o Padre Léo fundou a comunidade, ele tinha o propósito específico a partir da pró-
pria experiência com a dependência química”, ressalta. “Eles recebem alimentação, repouso, fazem exercícios físicos e trabalham, mas não pra arrecadar algo, pois quando eles mexem com o ambiente externo, trabalham com o ambiente interno”.
Para abrir um novo recanto é preciso seguir três passos. O primeiro é a doação do terreno onde se pretende instalar o recanto. Na segunda parte, a comunidade deve estar vinculada à sociedade, ou seja, os moradores precisam se empenhar em ajudar a manter o recanto, pois a Bethânia não trabalha separada da sociedade. O terceiro e último passo é a autorização do bispo responsável pela cidade. “Como somos uma comunidade religiosa antes de sermos uma comunidade terapêutica, a igreja precisa nos acolher, ela que precisa querer a nossa presença lá. Então o bispo local precisa nos dar liberação para atuar a serviço da própria igreja”, afirma Amaral. “Hoje são oito recantos espalhados pelo Brasil, tendo a Casa-mãe em São João Batista.” Os oito recantos vivem por meio de doações de pessoas e empresas.
Cianorte O recanto mais recente foi aberto em 2016 em Cianorte, no Paraná.
Italva
Uberlândia
Coincidentemente com o aniversário de 50 anos do Padre Léo, no dia 9 de outubro de 2011 foi dado início ao recanto de Italva, na cidade de Itaperuna, no Rio de Janeiro. No dia 26 de outubro foi realizada a Missa de Envio, em São João Batista, e na noite de 27 de outubro estavam no recanto o consagrado José Gentil, seu filho Luan Patric, e o filho de Bethânia Antonio Voss. Após um mês, se juntaram aos três o consagrado Edimar Antonio e o filho de Bethânia, José Aparecido.
Em 2001, o casal Anete Silveira de Oliveira e Jose Carlos de Oliveira decidiram doar sua fazenda e fazer dela um dos recantos de Bethânia. No dia 17 de janeiro de 2013 foram enviados os primeiros consagrados ao local: Daniel, Carla, com seus filhos Daelton, Daelen e Bianca, juntamente aos discípulos Valdir, Andressa, Ulisses e Rejane e um filho do Recanto de Guarapuava, Felipe. Em 14 de abril o Padre Vicente abençoou o primeiro recanto mineiro e em 13 de maio foram acolhidos os primeiros filhos.
Para doações: Caixa Econômica Ag: 4642 Operação: 003 C/C: 380-4
Para doações: Caixa Econômica Federal Ag: 0161 Operação: 003 C/C: 6206-6
Para doações: Banco do Brasil Ag: 0618-1 C/C: 61.800-4
Missões encerradas Em Foz do Iguaçu, no Paraná, foi aberto o terceiro recanto de Bethânia em 1999. Mas foi necessário interromper a missão em 2007. Outro recanto que teve sua missão encerrada foi o de Castro, no mesmo estado, aberto em 2005 e fechado em 2009.
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O caminho da beatificação Equipe colhe testemunhos de milagres para tornar Padre Léo beato e posteriormente santo O processo de beatificação do fundador da Comunidade Bethânia, Padre Léo, começou em outubro de 2017, quando os padres Vicente, Lucio e Eliton visitaram o bispo da Arquidiocese de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck. Durante a conversa, foi explícita a vontade de tornar Léo um beato, pedido que foi aprovado pelo arcebispo. No entanto, o primeiro passo para beatificação é o pedido de abertura do processo na igreja. Durante os trâmites, é necessário eleger um responsável pela beatificação. Segundo o Padre Vicente de Paula Neto, a igreja exige que seja criada uma associação que tenha apenas o intuito de beatificar o candidato. A Associação Padre Léo é comandada pelo Padre Lucio Tardivo, vice-presidente da Comunidade Bethânia. “Tem todo um processo legal que precisa ser feito. Foi contratado um postulador que é uma espécie de advogado, que vai cuidar da causa”, afirma Padre Vicente. “Essa associação é juridicamente constituída para que todo o trâmite financeiro e administrativo seja exclusivo para a beatificação”, explica Padre Lucio. A associação tem que prestar conta de todo o dinheiro envolvido na beatificação e, por isso, não pode ter vínculo com outra associação. “É feito um CNPJ próprio, aberta uma conta bancária para beatificação, nada é misturado com outras coisas, como, por exemplo, a Comunidade Bethânia.” Segundo o presidente da Comunidade Bethânia, a Associação Pe. Léo cuidará da coleta dos testemunhos dos milagres para depois encaminhá-los ao processo de beatificação. “A associação que separa o que é pedido de oração, o que é graça, o que é milagre, são critérios diferentes. O milagre tem que ser algo extraordinário, a graça é de oração mesmo”, relata. De acordo com Padre Lucio, o processo de beatificação não tem um tempo determinado para acontecer, tudo depende da escolha do milagre e a comprovação dele. “Se é uma cura, é feito todo um processo de investigação com laudos médicos, aí vem um perito de Roma para atestar se foi constatado uma cura miraculosa por intercessão do beato ou do santo”, afirma. No entanto, Padre Lucio afirma que cada caso é um caso. Segundo ele, existem diferenças na hora de comprovar o milagre. “Se é a cura de um câncer, então pede-se um tempo pra saber se realmente houve a cura. De repente a pessoa foi curada apenas naquele momento, mas o câncer pode voltar”, pontua. Atualmente é realizado o processo de fundação da entidade, pois alguns empecilhos na Receita Federal ainda não permitiram a abertura oficial da Associação Pe. Léo. No entanto, já são aceitos os testemunhos de milagres, que podem ser encaminhados por e-mail para testemunhos@padreleo.com.br. O processo já conta com mais de 100 relatos.
Passo a passo do processo O tribunal oficializa as declarações das pessoas que enviaram seus depoimentos sobre o Servo de Deus
Instituição de um tribunal sobre a vida e virtudes do Servo de Deus, com nomeação de um juiz delegado pelo bispo
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7 Bispo local institui formalmente a causa da beatificação
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Encerramento do processo sobre a vida e virtude do candidato. O Vaticano concede o título de “Venerável”
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Congregação para a Causa dos Santos concede o título de “Servo de Deus” ao candidato
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Solicitação à Congregação para a Causa dos Santos do “nada consta” à Sé Apostólica
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Investigação da vida do candidato (provas de virtudes e fama de santidade)
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Nomeação de um postulador da causa, ou seja, de um responsável pelo processo
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Pedido de abertura do processo
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Instituição do tribunal do milagre
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Investigação sobre o milagre atribuído ao Servo de Deus
Envio das constatações à Roma (e comprovação por conselho de especialistas)
Exumação dos restos mortais e translado para uma igreja que seja de fácil acesso à visitação pública e Beatificação
O postulador elege um provável milagre que aconteceu após a beatificação
Instituição do tribunal do milagre
Investigação sobre o milagre atribuído ao Beato
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Colabore
O postulador elege um provável milagre que aconteceu após a morte do Servo de Deus
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Envio das constatações à Roma (e comprovação por conselho de especialistas)
Canonização
Testemunhos de milagres podem ser encaminhados por e-mail para testemunhos@padreleo.com.br FONTE: REVISTA VIVER BETHÂNIA
Canonização Segundo Padre Lucio, a canonização - quando o beato torna-se santo - acontece subsequentemente à beatificação e pode ser considerada
como “um processo natural”. Ele explica que o mais demorado é o processo de beatificação, devido à abertura da associação e todos os passos que devem
ser seguidos. Para canonização é preciso escolher outro milagre e comprová-lo depois da beatificação. “É até mais simples porque já foi feito todo o pri-
meiro processo”, explica. Ele também revela que o milagre não precisa necessariamente acontecer após a beatificação, “ele tem que ser comprovado depois”.
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Pela intercessão de Padre Léo Padre Léo hoje é conhecido por conceder graças àqueles que rezam pedindo sua intercessão. Como parte do processo de beatificação, é preciso reunir testemunhos das graças e milagres alcançados. Selecionamos alguns dos relatos enviados à equipe que cuida dos trâmites, que chegam de todo o Brasil.
ARQUIVO PESSOAL
Fiéis de todo o Brasil relatam casos de graças e milagres alcançados com base na fé pelo sacerdote
Família de Astorga (PR) acredita que Davi sobreviveu à gestação difícil após orações ao Padre Léo. Na foto, o dia do seu batizado na Igreja Católica
Encontro salvador O presidente da Comunidade Bethânia, Padre Vicente, relata o milagre concedido a um casal de Santa Catarina. Jorge e Alessandra haviam perdido a casa e os filhos deles, tornaram-se andarilhos e estavam decididos a cometer suicídio. O casal caminhava às margens da rodovia em Palhoça, na Grande Florianópolis, quando um senhor passou por eles e disse “olha, eu sei o que vocês estão querendo fazer, não façam isso. Tem jeito, vocês podem dar outro rumo na vida de vocês. Procurem Bethânia e lá vocês encontrarão ajuda”. O senhor, que não se identificou, seguiu seu caminho e deixou o casal pensativo. Como eles não tinham mais o que perder, decidiram procurar ajuda. Ao chegarem em uma
Desacreditada pela medicina casa religiosa, perguntaram a freiras sobre “Bethânia”, como haviam sido orientados. As irmãs acharam que o casal estava falando de uma freira, até que uma delas pensou que eles poderiam se referir à comunidade e foram levados até lá. Quando chegaram à Comunidade Bethânia, em São João Batista, receberam todo atendimento e foram destinados à casa Maria – espaço para casais. Na parede havia um quadro com a imagem do Padre Léo, e eles afirmaram que aquele era o senhor que havia indicado a comunidade. “Quem é esse senhor aí? Foi ele quem pediu para gente vir pra cá, que era para procurarmos Bethânia. Eu quero conhecer ele pra falar que a gente conseguiu achar, que a
gente veio. Nesse momento a consagrada falou ‘olha meu querido, esse é o Padre Léo, ele já faleceu há sete anos’”, relembra Padre Vicente. Segundo ele, o casal ficou perplexo com o que havia acontecido. Eles afirmaram a todos na casa que nunca tinham ouvido sobre Padre Léo, não conheciam sua história, nem a comunidade. “Eles têm essa convicção interior que foi o Padre Léo que trouxe eles e foi muito bonito. Isso serviu de estímulo para que eles ficassem e se recuperassem. Hoje eles recuperaram a casa, a família, o trabalho e os filhos que estavam para adoção”, conta. “Pra nós é bastante comovente”, finaliza. São João Batista (SC) - 2014
O Padre Marcelo Feltri Ribeiro, de Tupã, interior de São Paulo, relatou o milagre que ocorreu em março deste ano. Segundo ele, uma mulher que frequenta a Paróquia São José Operário foi avisada pelos médicos que suas chances de vida eram mínimas devido a complicações após o parto de sua filha. Padre Marcelo decidiu rezar pela moça e pediu a Padre Léo que a curasse. “O fígado dela estava como que dissolvido, eu dei a unção dos enfermos a ela e pedi a intercessão do Padre Léo”, revela. O vigário paroquial, que tem o Padre Léo como modelo, afirma que o milagre aconteceu em pouco tempo e nem mesmo a medicina conseguiu explicar o feito. “O próprio médico disse que não tem explicação o que ocorreu com ela”, afirma. Hoje ela está saudável e cuidando da filha que tem cerca de quatro meses. Tupã (SP) - 2018
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Milagre da vida Quem relata o milagre que salvou a vida do pequeno Davi é a tia, Angélica Montanari dos Santos. O fato aconteceu em janeiro de 2017 em Astorga, no Paraná. Segundo ela, Aline Montanari, sua irmã, teve uma gestação difícil devido à trombofilia. Mesmo tomando injeções diárias para controlar a patologia e conseguir levar a gestação adiante, durante um ultrassom realizado em janeiro, o médico descobriu que o bebê corria risco de morte e foi necessário realizar uma cesária de urgência. No hospital de Astorga, onde ela estava internada, não existia UTI neonatal e por isso Aline foi transferida para o Hospital Santa Rita, em Maringá, a 49 km da cidade. Anos antes, a mulher já havia perdido outra filha quando estava com oito meses e meio de gestação. Angélica não pôde ir ao hospital e ficou em casa rezando o terço e pedindo a bênção ao Padre Léo. Minutos depois a irmã
de Padre Léo
Superação dos limites recebeu a ligação de que Aline estava no centro cirúrgico. O pequeno Davi veio ao mundo prematuro e ficou na UTI. No dia seguinte ao nascimento, Angélica foi visitar a irmã e o sobrinho. Apesar de não poder entrar na UTI, ficou no corredor do hospital rezando com uma lembrança do Padre Léo que ela recebeu da Canção Nova. No papel plastificado, que é mantido embaixo dos pés da imagem de Nossa Senhora de Fátima, contém os dizeres: “Um homem segundo o coração de Jesus”. “Nos dias seguintes, ao poder contemplar o milagre da vida e recuperação do Davi no hospital, sempre tinha a lembrancinha no bolso”, relata Angélica. “Graças a Deus e à intercessão de Maria e do Padre Léo, hoje o Davi já está com quase 9 meses e é muito esperto”, conta em relato enviado por e-mail. Astorga (PR) - 2017
Cura espiritual e física Katia Aparecida Cabrera, 55 anos, moradora de Serrana, em São Paulo, foi abençoada por Padre Léo duas vezes. Ela relata que em 2011, quando seu tio faleceu, teve que ajudar a retirar o caixão do carro funerário. Ela sempre teve medo de caixões e funerárias, mas naquele momento, ninguém poderia ajudar. Katia lembrou da pregação “Ele tem cuidado de nós”, em que Padre Léo falava sobre a morte de seu pai e de quando teve que carregar o caixão. Na mensagem, ele afirmava que o caixão não estava pesado, pois Deus carregava seu pai. Agarrada as palavras do padre, quando Katia segurou a alça do caixão, teve a mesma sensação de leveza. “Assim Padre Léo começou a fazer parta da minha vida”. Em 2015, Katia foi diagnosticada com mieloma múltiplo, um câncer na medula. Depois de vários exames e biópsias, veio a confirmação de que 90% das células eram malignas. Katia, que já assistia as pregações do Padre Léo todas as segundas-feiras, buscou novamente força nas palavras do sacerdote. Durante um ano e meio de tratamento e quimioterapia, ela continuou assistindo as pregações, dando prioridade àquelas que
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quinta-feira, 19 de julho de 2018
falavam sobre cura. Além de ter que lidar com o tratamento, Katia chegava em casa e tinha que cuidar da farmácia da qual é proprietária. Muitos clientes demonstravam preocupação, mas ela continuou firme. Katia explica que durante as quimioterapias, era preciso recuperar 60% da medula, mas tudo que seu corpo conseguiu alcançar foi apenas 20%. Era necessário fazer o transplante, mesmo com poucas células no corpo. A cirurgia ocorreu em 25 de novembro de 2016. “Pedi para que ele (Padre Léo) me ajudasse, porque meu organismo não respondia às quimioterapias. Pedi a Deus que tudo desse certo, que Nossa Senhora me carregasse no colo e pedi a intercessão do Padre Léo. Não senti nada no transplante, não vomitei, não tive fraqueza, nem enjoo. Parece que eu internei para tomar soro”, relata. O médico oncologista que cuidou de Katia afirmou que ela é um caso que surpreende a medicina. “Agora estou curada, não tenho nenhum vestígio da doença. Luto sozinha para manter minha vida, saúde e a minha farmácia”. Serrana (SP) - 2017
Clesi Barbosa viu o milagre acontecer com seu filho graças a intercessão do Padre Léo. Devido a problemas com o ex-marido, optou por morar em São Paulo, deixando os filhos com o pai no Paraná. Em 14 de novembro de 2015, Alisson Fernando sofreu um acidente de moto. Nesse mesmo dia, ela passou o sábado inteiro com o coração apertado. Acendeu algumas velas e rezou pelos filhos. A ligação da filha informando sobre o acidente do irmão não demorou a chegar. Ela ligou no hospital que estava atendendo Alisson e pediu informações sobre o caso. “Meu filho teve traumatismo craniano, hemorragia pela boca, nariz, ouvido e paralisia facial do lado direito, fora os ferimentos da queda”, lembra. Aflita, ela foi para o Paraná acompanhar de perto a situação do filho. Quando chegou no hospital, foi confrontada pelo ex-marido, que alegou que ela não tinha direito de estar ali. Depois de esperar por horas, quando Clesi entrou na UTI e viu a situação em que o filho se encontrava, ela intensificou suas orações clamando pela intercessão do Padre Léo. Segundo os médicos, Alisson estava em coma e não havia nenhuma garantia de vida. “Eu nunca duvidei, pedia a Deus o milagre para meu filho. Eu falava ao Padre Leo: ‘mesmo que meu filho não queira ficar perto de mim, mas que viva para honra e glória de Deus’.” Depois disso, Clesi passou a dormir abraçada com a imagem de Nossa Senhora Aparecida enquanto orava para Padre Léo pelo milagre da vida. No dia seguinte, ela recebeu a ligação de que o filho havia saído do coma. “Como ele não me via há anos, fiz como o Espírito Santo me inspirou. Abaixei e disse: Alisson Fernando, é a mãe. A mãe veio te cuidar, a mãe pode ficar te cuidando? Ele fez sim com a cabeça”, relembra. O rapaz não podia falar, andar, usava fraldas e era alimentado por sonda. Dois médicos informaram a Clesi que era melhor não criar esperanças pois as chances do rapaz ter uma vida normal novamente eram muito pequenas. “Para medicina meu filho ficaria vegetando em cima de uma cama. Eu disse para os médicos fazerem a parte deles, que Deus faria a dele.” Depois de muitas orações, Alisson conseguiu se recuperar aos poucos. A mãe teve que ensiná-lo novamente a falar e andar. Ela explicou ao filho o milagre que Padre Léo havia feito e pediu que ele fosse com ela até o Santuário Nacional de Aparecida para agradecer pela intercessão. No primeiro momento, ele não quis. Por morarem em estado diferentes, ela e o filho mantiveram contato por aplicativos de mensagem. Até que em um dia ela recebeu uma foto do filho no santuário, afirmando que estava pagando a promessa da mãe. Desde então, Clesi afirma que Padre Léo tem cuidado dela e de toda sua família. São Paulo (SP) - 2017
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MIRIANY FARIAS/COMUNIDADE BETHÂNIA
Padre Léo
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