Centro Cultural Lourdes Ramalho

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CENTRO CULTURAL


UFCG_CTRN_UAEC_CAU TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO IV PROFª DRA. ALCÍLIA AFONSO INGRID OLIVEIRA E JULIA LEITE


RESUMO

O Centro Cultural Lourdes Ramalho localizado na cidade de Campina Grande foi inaugurado no ano de 1982 durante a gestão do prefeito Enivaldo Ribeiro. No mesmo ano, fora acrescentada a edificação o Cinema 1, que, posteriormente, tornou-se Teatro Rosil Cavalcanti. O edifício com características modernistas, traçado retilíneo e fechamento em cobogós sofreu inúmeras modificações ao longo do tempo em detrimento das mudanças de gestão e das próprias questões socioculturais, o que acabaram por descaracteriza-lo e torna-lo um espaço que não mais atende eficientemente as atuais demandas e sem a dinâmica esperada para locais que surgiram pela necessidade de ensinar e popularizar a arte e cultura.


FICHA TÉCNICA


PROJETO: CENTRO CULTURAL LOURDES RAMALHO Proprietário: Prefeitura Municipal de Campina Grande Arquiteto: Renato de Aprígio Azevedo da Silva Localização: R. Paulino Raposo, S/N - São José. Ano: 1982 Área Construída:2.817m²



INSERÇÃO

Localizado na área central da cidade de Campina Grande-PB, tem em seu entorno imediato dois equipamentos culturais e de lazer de grande relevância para a cidade, Parque do Povo e o Parque Açude Novo, em conjunto com outros equipamentos nas suas proximidades, tais como: Teatro Municipal Severino Cabral TMSC, Museu Vivo da Ciência, Secretaria de Educação e Cultura - SEDUC, Clube da Bolsa, Associação Atlética Banco do Brasil – AABB.



O AUTOR

Renato Azevedo - estudou Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Pernambuco/ UFPE e trazia em sua formação, os princípios projetuais modernos, que foram adotados pelos mestres Acácio Gil Borsói, Delfim Amorim, Heitor Maia Neto, Reginaldo Esteves, entre outros. Uma característica importante da Escola do Recife foi a busca constante por soluções projetuais bioclimáticas, a fim de procurar resolver os problemas das altas temperaturas, com taxas altas de insolação.


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PLANTA BAIXA TÉRREO

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O centro cultural se subdivide em cinco setores: Educacional, espetáculo, íntimo, serviços e social, que se interligam em duas lâminas, sendo uma no subsolo e outra no térreo, sendo que estas lâminas dialogam através de um eixo central de escadaria, contudo existem acessos independentes para ambos os pavimentos.


PLANTA BAIXA E PROGRAMA

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PLANTA BAIXA SUBSOLO 1. Salas de aula 2. Halls 3. Recepção 4. Foyer 5. Varandas 6. Lanchonete 7. Jardins 8. Plateia 9. Palco

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10. Camarote 11. Coxias 12. Administração e gerência 13. Áreas técnicas 14. Serviço e apoio 15. Sanitários 16. Camarins


Sua volumetria consiste em dois volumes, o primeiro, um bloco prismático com horizontalidade demarcada, que se insere na topografia e ressalta o pavimento térreo sobre a paisagem devido o elemento de pilotis ter sido usado no subsolo configurando leveza. O segundo como adição do elemento da caixa d’água destacada da edificação em forma cilíndrica.

*AS VOLUMETRIAS ACIMA FORAM MODELADAS POR ELDSOM FERNANDES, ELYSON FÉLIX E THALLES JAPYASSU


PERSPECTIVA_CORTES_FACHADAS A forma prismática da fachada principal enfatiza a sua horizontalidade pelos arranjos dos planos inseridos que dialogam entre si a partir dos seus contrastes de fechamentos e sua composição assimétrica.

CORTE ESQUEMÁTICO

ELEVAÇÃO

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As fachadas laterais são cegas, contendo apenas a platibanda como destaque. A fachada posterior no projeto original possuía pequenas aberturas, contudo esta foi descaracterizada com a implantação de uma varanda, a qual apresenta-se como um elemento desarmônico na volumetria.

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*OS DESENHOS ACIMA FORAM ADPTADOS DE MONTE, Andrea C. . Requalificação do Centro Cultural Lourdes Ramalho. 2016.


O projeto de Renato Azevedo caracteriza-se pelo valor cultural e social para a cidade de Campina Grande, mas por não ser devidamente protegido por instituições de preservação do patrimônio arquitetônico, ao longo dos anos sofreu diversas modificações, como a adição de elementos parasitários como os splits de ar condicionado, coberta da sacada posterior, além da má conservação do painel, assim como a mudança de cores de pintura da fachada que pouco valorizam os elementos da edificação. Azevedo propôs o uso de panos de cobogós, para ventilação dos ambientes, além de vazar as salas com janelas utilizando venezianas em madeira para a circulação de ar. Porém, as fachadas planas somadas a platibandas sem beirais, e devido não haver a devida manutenção, corroborou graves problemas de infiltrações, e corrosão em elementos estruturais metálicos da cobertura.


PRESERVAÇÃO



DETALHES


O painel, compõe a obra como um elemento de destaque, devido as suas cores que contrastam com a edificação. Composto por combinações retangulares de figuras desenhadas sobre a junção de pedaços de cerâmicas coloridas, ornando em desenhos que retratam a cultura e história local.


PAINEL



CAIXA D’ÁGUA

A caixa d’água se destaca pela sua forma e pelo seu diálogo contrapondo de forma assimétrica com o painel na fachada direcionando a entrada. Este volume cilíndrico também pode ser percebido como um marco diante da sua altura em relação a edificação e distância da via principal, identificando onde é o prédio e seu acesso.


COBOGÓ

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JARDINS INTERNOS


TRELIÇA METÁLICA PLANA

VIGA EM CONCRETO ARMADO

PILAR EM CONCRETO ARMADO


ESTRUTURA A edificação está em inserida em um terreno que contém um declive, onde o pavimento térreo tem acesso pelo nível da rua e o auditório, um dos seus acessos se dá por uma escadaria abaixo do nível da rua. O plano horizontal é marcado por uma platibanda e os planos de cobogó e o painel cerâmico. A obra possui como solução tectônica um sistema estrutural misto composto por pilares e vigas em concreto armado, e vigas da estrutura da cobertura em treliças metálicas planas. Apesar de que na fachada consta-se pilares, observou-se in loco que a estrutura do telhado conta com um balanço de 3m, que é escondido pela platibanda em consonância como esses pilares desconexos.




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