Revista VEG

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Maquiagem sem crueldade | Punta del Este: destino vegano | Crianças podem ser veganas?

VEG

Edição 1

R$ 12,00

edição 1 junho/2016

Por que o Brasil resiste ao alimento verde?




Editorial

VEG

A

pesar de não acreditar no destino, às vezes sinto que estava destinado a tornar-me vegetariano. Sempre adorei e admirei animais, mas em criança não mordemos a mão que nos alimenta, ou seja, não recusamos a “comida” que nos é colocada no prato, principalmente se a nossa educação não incluir o desenvolvimento de uma consciência ampla ambiental e ecológica. Infelizmente, penso que é isso que se passa na maioria das sociedades actuais, mas, felizmente, é evidente que essa realidade está a mudar, a evoluir e a progredir rumo a um futuro melhor. No entanto, hoje acredito que não devemos deixar os esforços por mudar a sociedade nas mãos de outros e que devemos fazer a nossa parte e informar as pessoas sobre a existência de alternativas à realidade que conhecem e que por não a questionarem desconhecem. Hoje não perco uma oportunidade para dizer que sou vegetariano e de explicar os meus motivos se me perguntarem porquê. Na revista VEG não pretendemos mostrar desgraças. Nada de fotos de animais sendo abatidos ou a parte feia e sangrenta que envolve uma alimentação no estilo de vida que traz malefícios aos animais. Criamos a VEG para falar de saúde e bem estar. Aqui você irá encontrar informações leves e substanciosas para sanar curiosidades sobre o vegetarianismo e veganismo. Aproveitem e boa leitura!

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Expediente Edição: Bibiana Garces, Kamilla Lemos, Júlia Lazaretti e Sofia Schuck Projeto Gráfico: Bibiana Garces, Kamilla Lemos, Júlia Lazaretti e Sofia Schuck Reportagens: Aline da Silva Possaura, Felipe Silva Menezes, Maria Karolina Soares de Souza, Tamiris Alana Candido de Souza, Cassia Marques Martins, Elisa de Souza Pegoraro, Marina Castaldelli Spim, Rafaela Santos de Souza, Anderson Fonseca dos Reis, Laís Maria Escher, Letícia Bay de Almeida, Pedro Henrique Abdala Pinheiro, Lucas Lagni Cancello, Matheus Beling D’Avila, Pedro Zandomeneghi, Viviane Farias Helm, Marcos Antônio Júnior, Maicon Hinrichsen Baptista, Aline da Silva Possaura, André Taquari, Nunes Fagundes, Raquel Baracho de Borges, Ana Paula Silva de Abreu, Carolina Estivalet Zorzetto, Nathalye Lucas

www.revistaveg.com.br





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Sumário 12. Nada passa pelo fogão 16. Atletas veganos 20. Diga sim 28. Desvendando Punta 30. Do palco pra panela

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32. Caderno de receitas 39. Zero lactose 40. Mercado que cresce 42. Por que o Brasil resiste ao alimento verde? 50. Livres da crueldade 52. Maquiagem vegana 56. Estilo consciente 60. Quem são os famosos veganos

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62. 5 hambúrgueres em Porto Alegre 64. 5 opções em Florianópolis 66. 5 refeições em Curitiba 68. E durante a gravidez? 70. Direitos humanos 71. Impactos da dieta 72. Primeiro bar do país

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74. Aposta na Páscoa

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Opinião

Chegou a hora de adotar

novos hábitos POR RENATA COELHO

Novo ano, novas revoluções. Seja lá o que for, é bacana que ao final de cada ciclo a gente dê esse olhar para dentro, e pense em fazer algo melhor da próxima vez! É da nossa natureza humana querer melhorar. Acontece que nas férias a gente quer aproveitar, e muitas ou todas essas resoluções vão se diluindo na primeira semana de janeiro, e depois é carnaval, e aí… Aí chega março, e não dá mais pra disfarçar: é agora ou nunca que quem realmente se comprometeu com a mudança tem que agir! Chega de deixar pra amanhã o que se TEM de fazer hoje. A questão ambiental, a saúde, a ética animal: o que você está esperando pra deixar o mau hábito de se alimentar de animais? Sim, desculpa dizer, mas é mau hábito mesmo. Culturalmente se come carne e laticínios porque são ótimas fontes de proteínas. E é verdade, assim como também é verdade que o consumo aumentado de carne (mais que 300 g/semana) está relacionado com o aumento de doença arterial e que os embutidos são cancerígenos. Que os vegetarianos vivem mais e com melhor saúde do que os onívoros. Que as proteínas de fontes vegetais são mais saudáveis, pois tem melhor absorção e biodisponibilidade em nosso corpo.

Poderia continuar a descrever muitas mais evidências, mas todo mundo já entendeu. Não precisamos chegar ao ponto da embalagem de carne vir com uma foto de alguém se recuperando de um AVC ou em tratamento quimioterápico, ou precisamos? Nos tornamos responsáveis pelo abate de milhões e milhões de animais, que são criados apenas para consumo, em “fábricas/ fazendas”, sem a menor chance de ter uma vida digna e conforme o design original – ou seja, os animais são cruelmente tratados, criados presos e alimentados de ração contendo inclusive restos mortais da sua própria espécie, são exsanguinados vivos, apenas para você ter sua “fonte de proteínas” ou sua programação de final de semana garantidas… Nem parece a mesma pessoa que tem seu cachorrinho ou gatinho de estimação, que toma banho, vacina e tem até roupinhas da moda. Qual a diferença entre o seu bichinho e o porco que morreu para virar recheio de cachorro quente? Não importa qual o motivo, um bom hábito para ser iniciado neste ano, bem podia ser de reduzir e depois parar o mau hábito do consumo animal. Uma troca justa: mais saúde, mais leveza na alma, e a certeza de estarmos criando um mundo melhor. Não é uma boa resolução? Renata Coelho, é médica cardiologista, mãe de 3 filhos e ativista da Consciência Alimentar.

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Perfil Carlos Macedo

Amanda Resek já não come ingredientes de origem animal há sete anos, desde os seus 16.

Na casa da instrutora de yôga Tammy Bocaiuva Villela, os alimentos, orgânicos e sem origem animal, são ingeridos crus POR CARLOS MACEDO

Nada passa pelo fogão 12

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Baseada principalmente na inclusão de frutas, verduras e legumes crus, sementes germinadas e alimentos fermentados no dia a dia, a alimentação viva vem ganhando adeptos no Brasil e no mundo. Tammy Bocaiuva é um deles.


O procurador municipal de São Leopoldo Aldivan Camargo, 48 anos, convive há tempos com espondilite anquilosante, uma doença inflamatória crônica que afeta principalmente a coluna. A condição, que faz com que seu sistema imunológico agrida as articulações entre as vértebras, restringe seus movimentos e provoca dores intensas. Há aproximadamente três meses, o servidor público descobriu a chamada “alimentação viva”, após buscar tratamento para seu problema em um spa. A mudança no cardápio diário transformou sua vida. — Desde que adotei a nova dieta, as dores praticamente pararam e estou com a postura mais ereta. Inclusive a minha aparência melhorou, antes era difícil até pentear os cabelos por causa do problema na coluna — comemora Aldivan. Baseada principalmente na inclusão de frutas, verduras e legumes crus, sementes germinadas e alimentos fermentados no dia a dia, a alimentação viva vem ganhando adeptos no Brasil e no mundo. Na casa da instrutora de yôga Tammy Bocaiuva Villela, 48 anos, por exemplo, só entram alimentos orgânicos e que não tenham origem animal. Além disso, quase nada do que vai para a mesa passa pelo fogão: tudo é consumido cru, com exceção do arroz ou de massas integrais servidos ocasionalmente no almoço. — A maioria das pessoas que adere a esse tipo de alimentação faz isso para curar alguma doença. Não é o nosso caso, essa é a nossa vida, sempre foi. Noventa e cinco por cento do que a gente come é cru, ou melhor, a gente come como foi oferecido pela mãe natureza. A minha meta é comer somente alimentos crus — afirma Tammy. O reumatologista e chefe do setor de reumatologia do Hospital São Lucas da PUCRS, Mauro Keiserman, enfatiza que a alimentação pode ser um fator importante

Um dia de alimentação viva Desjejum Um copo de 250ml de suco verde, que você pode fazer com maçã, pepino, cenoura, inhame, abóbora e castanhas ou sementes germinadas de girassol, alpiste ou trigo. É só colocar tudo no liquidificador e está pronto. A bebida dá uma “reinicialização no sistema” logo cedo. Meio da manhã Bolachas ou pães feitos com trigo germinado, cracker de linhaça e pasta de girassol, grão de bico, macadâmia ou amendoim, com qualquer suco de fruta. Almoço Caldeirada de frutos do mato, que pode ser feita de diferentes fromas. Uma delas é combinar cebola, milho verde, mandioquinha, trigo germinado, acelga, alho poró, repolho, brócolis, couve-flor, shiitake, curcuma (ou açafrão da terra), castanha ralada, agrião, azeitona e pimenta dedo-de-moça. Você coloca tudo em uma panela de ferro ou de pedra pré-aquecida, amassando a mistura com as mãos usando missô (composto japonês de sal, arroz e soja) e azeite de oliva para temperar e amornar. A entrada pode ser uma salada temperada com cremes ou molhos nutritivos. Aqui, pode entrar algo de carnes e alimentos cozidos, como arroz, feijão, queijo orgânico e frango ou ovo caipira. Tarde Frutas e sucos Noite O mais indicado é uma sopa, pois não é bom ingerir alimentos sólidos antes de dormir. Ela pode ser de abacate, abobrinha, tomate, cenoura, couve-flor, repolho, trigo e gergelim germinados, jiló, algas e azeitona. Tudo vai para o liquidificador, acrescido de água. Se preferir, pode amornar em uma panela de pedra ou de ferro antes do consumo. Além de ser anticancerígena, ainda contribui para o bom funcionamento gastrointestinal. A sugestão de dieta foi criada pelo cirurgião Alberto Peribanez Gonzalez, autor do livro Lugar de Médico é na Cozinha.


Perfil Carlos Macedo

não o único. — Comer corretamente pode diminuir ou evitar uma doença, mas não curar. Nenhum alimento substitui o remédio — ressalta o especialista. A ciência do cru Esta rejeição ao cozido encontra eco nas observações de alguns especialistas. Para a nutricionista Melissa Suarez, adepta da prática há cerca de quatro anos, a grande maioria dos grãos, sementes e demais vegetais é mais benéfica para a saúde quando amornada até a temperatura de 47°C ou consumida in natura. — O alimento é como a nossa pele, se a temperatura passa dos 47°C, passa a machucar, há perda de nutrientes. Um exemplo disso é o brócolis: o cálcio desse vegetal, que é tão benéfico para nossa saúde, praticamente some com o cozimento — explica. O também nutricionista Gabriel de Carvalho, apesar de não ser um praticante da alimentação viva, concorda com ela. — O aquecimento destrói diversas qualidades dos alimentos. Desnatura enzimas e proteínas, retirando elementos antioxidantes e anti-inflamatórios dos vegetais. Outra prática comum da alimentação viva, que é a brotação de sementes, também é bastante benéfica, pois aumenta a biodisponibilidade das proteínas e minerais dos grãos — detalha ele. Outros especialistas, no entanto, discordam. Para o médico nutrólogo Paulo Henkin, o cozimento de determinados alimentos é extremamente importante. — A transformação química que acontece no alimento a partir do processo de aquecimento faz com que o intestino aproveite melhor os nutrientes. O cozimento ainda elimina toxinas presentes em algumas verduras e legumes, como o feijão. Além do mais, comendo apenas comida crua, de onde a pessoa vai retirar energia, se a maioria dos carboidratos

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Aldivan Camargo teve melhoras nas de dores na coluna após adotar a dieta. têm de ser cozidos? — contesta Henkin. Sem radicalismos Apesar da discordância, os três especialistas têm um argumento

O aquecimento destrói diversas qualidades dos alimentos: desnatura enzimas e proteínas em comum: o mais importante para se atingir uma alimentação saudável é a adoção de uma dieta com muita variedade. É o que também pensa o cirurgião Alberto Peribanez Gonzalez, autor do livro Lugar de Médico é na Cozinha e outro entusiasta da alimentação viva.

— Se você conseguir alcançar 80% de alimentação viva na sua dieta, já estará fazendo um bem enorme para o seu organismo e para a sua saúde e o meio ambiente. Os outros 20% podem não ser vivos. Recomendo uma alimentação totalmente vegetariana, mas os gaúchos, por exemplo, podem continuar comendo a sua carne nos churrascos de domingo, desde que não seja de origem química e não seja misturada com doces, pães e gorduras. Radicalismo não leva a nada, é necessário respeitar as culturas e as tradições de cada população — afirma o médico. Mesmo assim, Aldivan Camargo está tão satisfeito com os resultados obtidos a partir da alimentação viva que pretende ir mais além e eliminar todos os alimentos cozidos de sua dieta. — Consegui até reduzir o número de medicamentos para a espondilite. Hoje estou em uma transição ainda, cortei a carne, o glúten, a lactose e o refrigerante, mas ainda consumo alimentos cozidos, como arroz e feijão. O próximo passo é ir para a alimentação totalmente crua — estabelece o



Comportamento

Atletas veganos Dieta sem nenhum alimento de origem animal: Nada de carne, ovos e leite no cardápio. O negócio é colorir o prato

Atleta já não come ingredientes de origem animal há 10 anos, quando começou a treinar. Crédito: Ricardo D’Ângelo.

POR ANDREZA MONTEIRO

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s chamados “marombeiros”, aqueles fortões que passam o dia na academia, fazem da dieta carnívora uma prioridade. Uma leva de atletas, porém, vem rejeitando o franguinho no vapor e outras opções consideradas essenciais para muitos dos que malham pesado. São os veganos, seguidores de um estilo de vida que prega o respeito aos animais e tem crescido na cidade, com estabelecimentos especializados e eventos relacionados ao tema. Ou seja,

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não espere vê-los recarregando as baterias com leite, ovos, mel nem qualquer tipo de carne — até o catchup fabricado com corante vermelho de insetos foi banido da despensa. Uma das adeptas é a jogadora de vôlei do Esporte Clube Pinheiros Ana Paula Ferreira, conhecida como Fofinha. Há dois anos, a moça de 35 anos resolveu revolucionar o menu. Começou a ler sobre veganismo e viu-se incomodada com o abate dos bichos. “Desde a mudança, mantive minha força, e meu corpo responde mais rapidamente”, garante ela,


que treina cinco horas por dia. A nutricionista Alessandra Luglio, porém, alerta os interessados: “Dá para ter uma vida saudável com essa opção, mas, para suprir a falta de nutrientes, os veganos precisam de uma dieta rigorosa”. Os músculos torneados do fisiculturista Felipe Garcia do Carmo, o Fefeu, não deixam nada a desejar em relação aos dos seus concorrentes carnívoros nas competições das quais participa. De Sorocaba, no interior, o rapaz de 91 quilos e 1,80 metro de altura exibe com orgulho no Instagram suas refeições monstras (a exemplo de um prato de 1 quilo de macarronada com tofu), usando hashtags como #peloplaneta. Os suplementos não ficam de fora. O empresário Beto Loureiro vendia whey proteins comuns, produzidas a partir do soro do leite. Virou Vegano e criou, em 2014, a VeganWay, empresa com fábrica no interior que produz suplementos vegetais à base de arroz e ervilha. “Quando cancelamos o fornecimento dos

itens antigos, deu até uma dor no peito. Tínhamos um faturamento consolidado”, lembra ele, atualmente patrocinador de dezesseis atletas adeptos da filosofia. “Hoje, vendemos cerca de 3 000 potes por mês, crescemos 30% em janeiro, em relação a dezembro e exportaremos para a Alemanha”, comemora.

Alimentação ideal para atletas

A prática de exercícios físicos e o atletismo profissional combina perfeitamente com o vegetarianismo. Está desinformado quem pensa que os atletas devem ter uma alimentação carnívora para obter os nutrientes e proteínas necessárias para a plena realização dos exercícios. Com planejamento adequado e ingestão de alimentos variados que cubram os nutrientes necessários ao organismo, o vegetarianismo é uma dieta adequada à vida atlética. A dieta vegetariana é rica em carboidratos, fibras, água e possui baixa taxa de gorduras saturadas.

As proteínas necessárias podem ser obtidas mediante a variação de alimentos que a contenham, como o tofu, as leguminosas, o leite de soja, castanhas, sementes e frutas secas. Um atleta pode planejar sua alimentação tendo por base os exercícios. O que deve ser comido antes, logo depois e um tempow após a atividade física. Esse planejamento é importante para evitar perdas de nutrientes e manter o corpo com energia. Confira as dicas: Antes do treino: Deve ser ingerido carboidrato (massas) e vitaminas em geral. Pães, torradas, macarrão. Suco de frutas cítricas ou vitaminas de banana e mel. Cereais matinais também são recomendados, menos a granola que é de difícil digestão e pode não cair bem durante o treino. Logo após a atividade (não deve ultrapassar 30 minutos após o exercício): Para compensar o glicogênio gasto e não perder massa muscular, se alimente de barrinhas de cereais e ameixa.

Opções de comida com nutrientes encontrados na carne e no leite

Proteína: feijão lentilha ou tofu

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Ferro: verduras verde-escuras e cereais integrais

Calcio: brócolis, amêndoas

Carboidratos: batata, arroz

ete maiores atletas veganos do mundo

1 Carl Lewis 2 Meagan Duhamel 3 Venus e Serena Williams 4 Patrick J. Neshek 5 Georges Laraque 6 Brendan Brazier 7 Brendan Brazier

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Opinião

Crianças podem ser

vegetarianas? POR ERIC SLYWITCH

A criança vegetariana, como qualquer criança, deve ser acompanhada para avaliação do crescimento, ganho de peso e desenvolvimento. Se o pediatra do seu filho ou filha é contra a dieta vegetariana, saiba que existem outros que são plenamente favoráveis a essa opção. A junção do pediatra com um médico nutrólogo ou nutricionista que prescreva a dieta vegetariana é uma opção bastante segura. Não há motivos para preocupação quando a dieta é planejada. Bebês e crianças podem seguir uma dieta vegetariana, inclusive vegana. A amamentação pelo menos até os 6 meses de idade é fundamental para o indivíduo. Nesse período deve haver atenção especial ao nível de B12 Gisele Santos

Um nutrólogo ou nutricionista deve acompanhar a dieta.

no sangue da mãe e à dieta para garantir a oferta de vitamina B12 no leite materno. Caso a mãe não tenha um bom nível sangüíneo e/ou uma boa ingestão da vitamina B12 ou por algum motivo não queira ou não possa utilizar suplementos dessa vitamina, ela deve ser ofertada diretamente ao bebê. A presença da vitamina também deve ser avaliada na fase de introdção dos alimentos. Principalmente para as crianças veganas, deve-se ficar atento à oferta calórica adequada. A necessidade protéica costuma ser ultrapassada quando a necessidade calórica é atingida com alimentos adequados. Lembre-se de que a base da dieta vegetariana não são as verduras e legumes, mas sim os cereais e leguminosas (feijões). Tendo esses alimentos como base, fica fácil a adequação calórica e protéica da criança. Deve-se enfatizar o uso de alimentos mais calóricos de boa qualidade, baseados em grãos: derivados da soja (como tofu), cereais, oleaginosas e sementes, azeite, óleo de linhaça ou, ainda, o uso do abacate. Esses alimentos podem, facilmente, ser utilizados na forma de “papinhas”, de fácil ingestão. Exames de laboratório periódicos são necessários. A frequência dos exames dependem de cada caso. Eric Slywitch (CRM/SP 105.231) é médico especialista em nutrologia, nutrição enteral e parenteral.

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Não há motivos para preocupação quando a dieta é planejada


Empreendedorismo

Mapa vegetariano POR BRUNA OSTERMANN

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eganos e vegetarianos de Porto Alegre, univos em busca de locais para aproveitar uma boa refeição ou

petisco! Pois, foi pensando naqueles que não comem carne e/ou alimentos derivados de produto animal, que o Beringela.me foi criado. O site é um banco de dados colaborativo, que faz o mapeamento de estabelecimentos com cardápio vegano e vegetariano.ingredientes é um pouco mais Para colaborar é muito simples! Basta preencher o formulário que fica no lado esquerdo do mapa. Mas, atenção! Restaurantes exclusivamente vegetarianos e veganos são quase automaticamente incluídos. Mas, aqueles estabelecimentos que oferecem

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nsecta Shoes, marca de calçados criada em 2014, em Porto Alegre (RS), adotou como diferencial produzir sapatos respeitando os princípios do movimento vegano, isto é, sem usar matéria-prima de origem animal, Insecta Shoes como couro, em sua confecção,

Os sapatos são veganos e exclusivos.

Reprodução

O mapa da cidade de Porto Alegre já conta com muitos pontos cadastrados. cardápio com ‘opção vegetariana’ são cuidadosamente avaliados pelos idealizadores do site. O site foi uma mistura de interesses dos criadores: o ilustrador e diretor de arte Caio Webber e a estudante de arquitetura Vitória Spohr. É ela

quem aprova a inclusão dos estabelecimentos no Beringela. E a iniciativa já demonstra que existia um público carente de informações gastronômicas em Porto Alegre. Em uma semana, os cadastros no site triplicou. Hoje, conta com cerca de 60 cadastros.

1 milhão vegano POR LARISSA COLDIBELI

e reaproveitando tecidos estampados de roupas de brechó, restos de borracha da indústria e plástico reciclado. Com uma loja virtual e outra física na capital gaúcha, faturou R$ 1 milhão em 2015. Os sapatos veganos custam, em média, R$ 269, e há modelos masculinos e femininos. São vendidos cerca de 300 pares ao mês, 70% pela Internet. A Insecta Shoes nasceu da junção de outras duas empresas: a marca de sapatos ecológicos MAG-P Shoes, de Pam Magpali, que usava o material excedente da indústria calçadista, e o brechó virtual Urban Vintagers, de Mattivy, que cedeu peças estampadas para a criação dos primeiros sa-

patos, ao final de 2013. À época, foram feitos 20 pares, vendidos em um único dia no site do brechó, de acordo com Mattivy. Depois, foram manufaturados mais 100 pares, com investimento de cerca de R$ 20 mil, para testar a aceitação do produto. Diante do sucesso, as sócias fundadoras resolveram se dedicar totalmente à nova empresa em meados de 2014. Em abril de 2014, foi lançada a loja virtual da marca. Um ano depois, foi inaugurada a loja em Porto Alegre. Ainda em 2015, a sócia fundadora Pam Magpali deixou a empresa, e dois novos sócios se juntaram ao negócio.

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Moda

Diga

SIM Renata Buzzo é a primeira estilista de noivas do Brasil a criar vestidos que não utilizam matérias primas animais POR MARIANA CONTE

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estilista Renata Buzzo, 27 anos, mostrou seu gosto e aptidão por moda muito cedo. “Aos 6 anos eu já desenhava e, ainda na época da escola, emprestava roupas para minhas amigas”, conta. Quando terminou o colégio, naturalmente seguiu para alguns cursos na área e, depois, para a faculdade. A maior influência era a avó paterna, Lydia. “Ela era apaixonada por roupas e sapatos. Passávamos horas em sua casa vendo o que ela comprava e falando sobre o assunto”, lembra. Ao se formar, Renata fez entrevistas em algumas grifes conceituadas, mas percebeu que não era sua praia. Ela queria algo que fosse ao encontro de seu estilo de vida. Renata é vegetariana desde 2006 e tornou-se vegana (não come nenhum produto de origem animal) há dois anos. “Aprendi desde criança a amar e respeitar os bichos. Comecei a achar incoerente ter um apreço tão grande

Guto Mori

e mesmo assim consumi-los. Aí fui conhecer o processo industrial de alguns alimentos e fiquei impressionada com a crueldade envolvida”, diz. Seus valores foram fortalecidos ainda mais após um episódio durante o estágio obrigatório da faculdade: “Tive que recortar carcaças de coelhos para aplicar em algumas produções. Fiquei acabada e concluí que, por mais que eu amasse a minha profissão, se não estivesse de acordo com as minhas convicções e ideologias, não seria feliz.” Renata se espantou ao saber, por exemplo, que para produzir 1 quilo de seda são necessários 3 mil casulos com lagarta. Assim, em 2013, nasceu a marca Renata Buzzo, especializada em vestidos de festa e, principalmente, em figurinos de noiva. A maior incentivadora, a avó, faleceu antes de ver a neta abrir o primeiro ateliê, no começo deste ano. Mesmo muito abalada, a estilista decidiu fazer a coleção de inauguração inspirada nela

Sem seda, ossos ou pérolas naturais

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Moda e nas décadas de 1930 e 1950. “Minhas criações têm um perfume vintage e são 90% manuais”, define. Para confeccionar seus vestidos, Renata utiliza tecidos como crepe, tule e muitas variações de algodão e linho. “Não uso seda, botões de ossos, chifres ou pérolas naturais. Se tenho sobra de algum material, sempre reaproveito, nem que seja em um arranjo de cabelo.” Ao mesmo tempo, confessa que ser cem por cento sustentável é uma utopia. “Para o algodão chegar até mim, ele precisa ser transportado. De algum modo, estarei poluindo. O que tento é amenizar ao máximo o meu impacto na natureza.” O compromisso também continua no dia a dia. Ao levar um estilo de vida mais responsável e sustentável, ela evita comprar roupas e utensílios da China, país com fiscalização ambiental fraca e onde ainda há trabalho em condições de exploração do ser humano. “Acredito que, se cada

um se interessar em saber mais sobre o processo industrial das coisas, haverá um entendimento de que o consumo deve ser feito de forma mais consciente”, defende.

O que tento é amenizar ao máximo o meu impacto na natureza De onde surgiu a ideia de produzir vestidos de noiva vegano?

Na verdade não foi algo planejado, quando estava no primeiro ano da faculdade Santa Marcelina, me apaixonei por moulage. Depois estagiei com o Samuel Cirnansck e lá tomei gosto pelas Guto Mori

noivas, mas sempre quis ter minha marca. Comecei fazendo vestidos de noiva informalmente, fiz para minha amiga e depois para amiga da amiga e foi ficando sério, tomando corpo toda essa ideia. Eu sei que tentar linkar mercado de luxo das noivas com causa animal é um tanto inusitado, mas pra mim foi natural : eu sou vegana. Tenho um amor incondicional por animais e sempre senti desde da faculdade que se eu negligenciasse isso em mim em âmbito profissional eu seria infeliz, não deu pra separar o amor pelos animais da vocação profissional.

Como foi o início da marca?

Eu tinha acabado de me formar e feito várias entrevistas frustradas, chegando a conclusão que não queria trabalhar pra ninguém, daí decidi criar a marca. O início foi com um site que eu mesma montei, com 5 vestidos criados para um editorial que ilustraria o site (eu não costumo utilizar fotos pessoais das noivas que faço) e pouquíssima verba, aluguei o estúdio da faculdade que estudei e fiz as fotos lá, montei o site e sem querer deu certo!

Quais são os materiais utilizados?

Os vegetais, como algodão e linho, no caso dos sintéticos uso os de alta performance, possuem um preço elevado, mas garantem a qualidade e o caimento desejado. Rendas de algodão, rendas vintages garimpadas, tratadas e rebordadas, crepes, tules principalmente os italianos e franceses e evito os chineses por causa da falta de ética nas questões de mão de obra e no trato ao ambiente e ao animal.

Quanto tempo leva em média para um vestido ficar pronto? E também quanto custa em média?

Renata é a única designer estilista que faz vestidos veganos no brasil

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Um vestido simples em torno de 3 meses, um mais elaborado peço 6 meses, e um inteiro bordado que demora mais tempo no mane-


Henrique Smith

quim peço 8 meses. Os preços vão de R$ 3 mil a 30 mil.

O número de brasileiros veganos ainda é baixo. Como você define hoje o mercado de moda deste segmento, em questão de oportunidades e concorrência?

O número de veganos é pequeno sim, mas o número de pessoas boas que amam os animais, que tem preocupação com eles e que se tivessem a opção em termos de vestuário de não financiar os maus tratos a estes, optariam com certeza por esse tipo de roupa. Não faço consientização. Sou estilista e estou ali oferecendo um serviço não vou sabatinar a pessoa, não gosto de onívoros me enchendo o saco pra comer carne. Eu não atendo exclusivamente veganos e vegetarianos, na verdade a maioria do meu público não é nenhum dos dois, por incrível que pareça! São pessoas que se identificam com a estética e a concepção dos vestidos da marca. Já, o mercado vegano em questão está crescendo vertiginosamente, uns anos atrás éramos quase desconhecidos, ninguém sabia o que era vegano, hoje em dia conseguimos encontrar na prateleira produtos com a frase: “produto não testado em animais” ou “produto livre de origem animal”, estamos ficando conhecidos!

Nessa nova versão da marca Renata Buzzo, se é podemos especificar assim. Você vem focando em outros objetivos e menos nos vestidos de noiva. O porque disso?

Porque noiva é um saco. É o público mais xarope que existe (Risos), então depois de pegar muita carne de pescoço eu aprendi a recusar. Se a pessoa aparece querendo um corset pulando os peitos pra fora, luxo, ostentação e a orquestra montada na calda do vestido, primeiro eu tento entender o porque ela me procurou, dou uma sondada pra ver se ela

tá ali perdida ou se sabe qual a proposta da marca, ai eu indico pessoas que trabalham com essa abordagem mais ostentação, agora se eu vejo que a pessoa curte a proposta da marca eu faço, mas eu não vou ficar convencendo a pessoa do meu trabalho. E eu tenho vontades de explorar outros segmentos, estou na pós de styling agora e isso vem com novas vontades, quero testar outras abordagens, quero experimentar, errar/acertar, não quero ficar engessada num segmento, não sou estilista de noiva, sou estilista. Eu não parei com elas, só não é mais o carro chefe. A gente precisa se reinventar.

Por ser uma marca vegana. Vender um produto diferenciado. Isso tem somatório no valor da peça?

Não por ser vegana. Mas sim por ser um vestido costurado a mão, com acabamentos de primeira qualidade. Diferente do que se vê por aí, por ser feito em moulage que é uma técnica incrível…mas também não é o olho da cara, tá dentro da tabela de mercado, nada exorbitante. O preço justo por um bom trabalho atrai clientes.

O que você não fez ainda e tem vontade de fazer?

Profissionalmente: um desfile aqui no Brasil e estou empolgada com os projetos que estou em andamento, o beachwear vegano da marca que estou lançando, a Barcô, e também tem outra marca, a Papel que veio de uma vontade de trabalhar com origamis e moulage numa abordagem mais rua, mais peça conforto. Estou com parcerias legais pra essa coleção de estreia e acho que vai dar super certo. Ah também gostaria de voltar a Vancouver Fashion Week. Fui na edição passada e foi um sonho. Eu tenho convite vitalício pra voltar pra lá quando quiser, fui convidada pra semana de NY, de LA, outro desfile na Espanha.

Coleção de vestidos de noiva veganos

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Beleza Ana Paula Lohas

Make vegana A maquiagem vegana é uma nova alternativa para as pessoas que adotam um estilo de vida baseada no veganismo POR ANA PAULA LOHAS

Make vegana é feita de matérias primas 100% certificadas

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em a presença de parabenos, corantes ou conservantes artificiais, os Cosméticos Naturais tem sido escolha a de quem procura produtos de beleza com consciência. O seu modo de produção é basicamente o mesmo. Mas aqui o foco é aperfeiçoar o uso de recursos naturais, utilizar métodos alternativos ao uso de materiais sintéticos, apoiando o consumo natural, consciente e local. Mas o que são parabenos? Os parabenos são uma classe de compostos químicos, normalmente utilizados como conservantes e que fornecem proteção contra micróbios e outros microrganismos. Estudos apontam que o uso de parabenos pode causar alergias cutâneas e envelhecimento precoce da pele. Além disso, possui atividade estrogênica, interferindo no sistema endócrino e assim considerado um ruptor endócrino.

Cruelty Free

Cosméticos e produtos naturais, na sua grande maioria levam o selo de Cruelty Free, que traduzido ao pé da letra significa “livre

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de crueldade”. Esse selo, oriundo da PETA, informa ao consumidor que o produto não foi testado e não contém matérias primas de origem animal. Mais um ponto positivo, para quem procura excluir, além de produtos químicos, empresas que utilizam de matéria prima animal em seus diversos setores de produção. Para que o produto seja incluído na categoria de Cosmético Natural, segundo a Ecocert, ele deve conter 95% da sua composição feita com matérias primas naturais. O restante dos 5%, deve apenas levar matérias primas permitidas pela organização, como Manteiga Vegetal, Óleo Vegetal, Lanolina, Corantes Naturais, Óleos Essenciais, Extratos Vegetais e Minerais.

Cosméticos orgânicos

Os cosméticos orgânicos devem possuir, no mínimo, 95% de matérias-primas certificadas como orgânicas. Os 5% restantes podem ser compostos por água e por outras matérias-primas naturais. A Ecocert segue esses mesmos princípios de definição de um cosmético orgânico. A empresa BioArt, pioneira no mundo a criar

maquiagens a base de argila pura e elementos que tratam a pele, leva o selo orgânico e Cruelty Free em suas embalagens. São cosméticos 100% naturais, que irão promover uma melhora na aparência e saúde da sua pele. Mas tome cuidado! Algumas empresas de cosméticos se denominam orgânicas e veganas, mas nem sempre são. Algumas dizem que não fazem testes em animais, mas contratam empresas que fazem. Para você ter certeza sobre a veracidade do título do produto, busque saber quais certificações ele tem. A certificação “cruelty-free”, da People for the Ethical Treatment of Animals (PETA), garante que os produtos não foram testados em animais, mas não garante que eles não possuem componentes de origem animal. Já o selo “Cruelty-free and Vegan” assegura ambas condições, sendo essa então a garantia de que o produto é vegano. Outra certificação é a vegan society, colocada em produtos que não têm ingredientes de origem animal. Você pode saber mais sobre essa certificação em www.vegansociety.com.



Turismo

Desvendando

Punta

As melhores dicas de viagem e restaurantes veganos para casais num dos destinos carimbados do verão uruguaio POR DANIELE DE MIRANDA

O

Uruguai tem se destacado pela sua política. Segundo o Lonely Planet é um dos melhores destinos de viagem para 2016. E já foi eleito um dos destinos mais éticos pela Ethical Traveller. Nossos amigos Bia e Gustavo decidiram morar em Montevideo ano passado (e foram!), e esse ano tivemos a oportunidade de visitá-los e aproveitar para conhecer 3 cidades no Uruguai (além da capital, Colônia del Sacrameto e Punta del Este). Ain-

da fomos recebidos com os pulos dos dois cachorrinhos mais fofos e inteligentes, a Tulipa e o Jimi; e uma pizza vegana típica uruguaia (lá a pizza comum só leva um molho bem preparado de tomate e temperos, em uma massa que costuma não ter nada de origem animal. Fica uma delícia de tão simples!). Encontramos um país de custo elevado, mas com grande qualidade de vida, ruas tranquilas e muito arborizadas. Não nos deparamos com animais abandonados nas ruas e uma oferta vegeTiago Amorim

Dica de passeio é caminhar pela praia brava até praia mansa e ver a paisagem 28

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tariana e vegana que nos deixou felizes. Deixamos aqui abaixo nossas descobertas em Punta Del Este para vocês. Estávamos em Montevideo e querendo conhecer mais cidades no Uruguai. Escolhemos Punta del Este. Há tempos nutríamos muita vontade de conhecer de perto a Casapueblo, que sempre impressiona nas fotos e é uma construção sem linhas retas do artista uruguaio Carlos Vilaró. No entanto, a Casapueblo não fica pertinho do centro de Punta, e já tivemos uma experiência bem cansativa e um tanto frustrante em Vina del Mar no Chile, quando resolvemos ir por conta própria num bate e volta, o que nos fez ter machucados nos pés e não conseguir ver tudo o que queríamos lá. Dessa vez, decidimos que iríamos bem de boas com van e guia, e recebemos o apoio do Brasileiros no Uruguai para isso. De manhã, nós já estávamos na frente do nosso prédio, com nossa mochila munida de saquinhos de batata chips e amendoíns, esperando pela van que chegou com mais brasileiros. Atravessando Montevideo, a guia aproveitou para apresentar em português os bairros, monumen-


Tiago Amorim

tos e falar um pouco da cidade. Quando resolvemos fazer um passeio fechado, além do conforto, o que mais gostamos é escutar dos guias as histórias e detalhes, o que nos dá mais significado ao olhar algo. Chegamos a Punta depois de 2 horas e 1 parada. O tour nos levou ao Museo Casapueblo, onde pagamos a entrada em reais, e ficamos lá por meia hora curtindo as obras de Vilaró, a vista e arquitetura do lugar. O artista era apaixonado por gatos, e alguns vivem por lá. Como o dia estava nublado, apareceu apenas um com cara de sono pra gente.

Encontramos um país de custo elevado, mas com grande qualidade de vida, ruas tranquilas e muito arborizadas.

Punta foi a primeira cidade visitada

Depois, passamos pelo bairro Beverlly Hills formado por mansões sem muros e com lindos jardins, pois lá existe um concurso para eleger o jardim mais bonito. Também conhecemos uma parte da costa mansa que tem o marco de uma linha imaginária onde o Rio de la Plata encontra o oceano. E então paramos para o almoço após sermos apresentados aos principais pontos da cidade pela van para podermos nos orientar depois. O que achamos mais bacana nesse tour é que o almoço não foi direcionado para um lugar sem opções ao redor, onde todos acabam tendo que almoçar lá. Apenas ficou de sugestão o restaurante El Tonel (que ao olharmos o cardápio, vimos que há um pequeno menu vegetariano sina-

lizado), mas preferimos procurar o Mercado Verde, onde tinha opções veganas. Com isso, estaríamos em tempo livre pela cidade até às 16h30, quando nos reencontraríamos com o grupo. O Mercado Verde estava bem próximo e cheio. Pedimos nossos sucos, um sanduíche com pasta de castanha de caju (tinha outro com hummus) e o prato do dia que era macarronada crudívora. O suco de morango com leite de amêndoas e lascas de coco é extremamente delicioso e fica igual um iogurte. Estava tudo muito gostoso, mas é uma refeição bem levinha e não muito barata. Após comer, aproveitamos o tempo livre para caminhar pela praça, e atravessar punta de um lado a outro (praia brava de um lado e praia mansa de outro). Também passamos pelo famoso monumento La mano ou Los Dedos. No horário marcado estávamos todos lá, e a van nos levou ao Cerro de San Antonio em Pirenópolis. Lá o sol resolveu dar as caras. Às 7 da noite já estávamos em Montevideo novamente e bem relaxados. Aproveitamos para pegar o por do sol na rambla e esperar o Sabor Urbano abrir para jantar um chivito vegano! Na volta para a capital, passamos na Feira Tristán Narvaja. Ela ocorre há 100 anos todos os domingos até as 15h na rua Tristán. Tem antiguidades, livros, coisas usadas, frutas… muito infelizmente uma ou outra barraca vendendo animais em gaiolas. Nós andamos pela feira e aproveitamos para comprar muitos saquinhos de chips de bananas, batatas e amendoíns, que sempre buscamos ter para a fome não apertar entre as refeições, e também durante as viagens para outra cidade. E compramos damasco fresco para experimentar, que lá o preço é bem em conta. É onde vimos as coisas mais em conta. Engraçado que no Uruguai não se costuma ver barraquinhas nas ruas vendendo coisas, só em feiras mesmo.

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Comportamento Reprodução/Youtube

Do palco pra panela Com o canal Panelaço, no Youtube, João Gordo se prepara para estrear novo programa culinário no Canal Brasil POR GAZETA DO POVO

Alex Atala foi um dos primeiros convidados do Panelaço

O

grande talento de João Gordo está no gogó. Começou nos anos 1980, como vocalista da banda punk Ratos de Porão e na década seguinte virou repórter e apresentador na MTV Brasil. Foi nesta emissora que João começou com os programas de entrevista, como o Gordo a Go-go e o Gordo à Bolonhesa, em que entrevistava convidados e também preparava uma refeição. Há um ano e meio, o paulistano de 52 anos lançou o canal Panelaço no Youtube, nome inspirado nas manifestações populares da Argentina, país de origem de sua esposa, Viviana Torrico. Os vídeos são publicados sempre às quintas, e há quase 90 vídeos postados e 131 mil inscritos. Apesar dessa nova faceta da gastronomia, não abandonou a música. Percorre o Brasil para discotecar. No começo de abril este em Curitiba para tocar como DJ no Vox Bar. João Gordo é vegetariano há 14 anos e em seu programa de internet, prepara apenas comidas vegetarianas estritas, ou seja, sem

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laticínios, ovos e mel. Enquanto cozinha, ele bate um papo com personalidades brasileiras das mais variadas áreas. Já foram entrevistados no Panelaço pessoas como Alex Atala (que dominou a preparação de uma moqueca, ensinando o apresentador como usar o dendê), Costanza Pascolato (para quem preparou um sorvete de frutas vermelhas com banana) e Adriane Galisteu, de quem é amigo desde os tempos de repórter. Algumas das preparações são improvisadas pelo apresentador e seus convidados nem sempre são vegetarianos. Seu prato preferido é moqueca. “Basicamente são duas coisas que eu não gosto gastronomicamente: quando minha esposa exagera na alga e carne”, disse. Carnes ele parou de comer depois que operou o estômago. “Eu acho que ainda existe preconceito com esse estilo de vida, que eu considero ser o futuro da alimentação”, declarou sobre o vegetarianismo. Foi em 2013, ao preparar um prato indiano para Luciana Gimenez no programa Luciana by

Night, que João Gordo notou que cozinhava bem. “Levei um prato indiano que eu costumo fazer chamado panduranga, que é basicamente soja com leite de coco e curry. Ela, que tem fama de não comer muito além de salada, comeu e adorou. Aí eu pensei: pô, então esse negócio deve ser bom mesmo [risos]”. Pouco mais de um ano depois ele estreou o Panelaço, cujos resultados o animam. “Hoje eu sou muito mais famoso do que na época da MTV, porque o acesso ao canal antes era limitado. A Internet possibilita um alcance maior de pessoas que assistem e gostam do que eu faço. Para mim, é muito gratificante ser a porta de entrada de algumas pessoas para o vegetarianismo”, disse. Recentemente, João assinou um contrato com o Canal Brasil para apresentar um programa noturno chamado Eletrogordo, em que ele entrevistará as pessoas enquanto conserta equipamentos eletrodomésticos. O apresentador disse que “na televisão tudo é mentira”. O programa Eletrogordo ainda não tem data de estreia.









Opinião

Cacau e chocolate

são diferentes POR HELENA SCHANZER

Você está comendo chocolate de verdade?

Várias pesquisas comprovam os benefícios de comer chocolate amargo, que é rico em antioxidantes, traz benefícios para a saúde e entra direto na lista de superalimentos. Isto parece incrível porque chocolate é super delicioso. Mas, você está realmente comendo o chocolate de verdade? A resposta decepcionante é que mais provável não. Você sabe que os numerosos estudos científicos que se vangloriam dos benefícios para a saúde surpreendentes do chocolate não estão se referindo à barra comum de chocolate comprado em supermercado. Estão se referindo ao chocolate que contém cacau tão elevado quanto possível (pelo menos 70% cacau). Chocolate é o cacau processado que foi calcinado a

altas temperaturas, enquanto que o cacau tem simplesmente puros grãos de cacau bruto. Cacau requer processamento mínimo e preserva todos os antioxidantes e outros fitonutrientes benéficos, enquanto assar em altas temperaturas destrói o cacau. Mesmo as principais marcas de cacau de qualidade, como 100% puro cacau em pó orgânico – um excelente produto, é torrado. O chocolate comercial é muitas vezes pior: Durante o processo de fabricação do chocolate, a manteiga de cacau é muitas vezes misturada com outros óleos vegetais para torná-lo mais durável. Esta é uma maneira mais barata de produzir chocolate, mas o problema é que o produto final não é o “verdadeiro chocolate”. Muitas marcas de “chocolate falso” também contêm níveis elevados de açúcar ou xarope de milho e usam lecitina de soja como emulsionante. Para saber se você está comoprando “chocolate de 40verdade, VEG procure pela palavra “raw”, cru em inglês, estampada na embalagem. Você pode facilmente fazer seu próprio chocolate com apenas cacau, óleo de coco e mel! Você também pode adicionar óleo essencial de hortelã-pimenta, baunilha, flocos de coco, avelã, nozes picadas, castanhas ou O cacau processado ainda tem os fitonutrientes benéficos. outros ingredientes. Helena Schanzer é engenheira agrônoma especializada em paisagismo e mestre em conforto ambiental.

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Empreendedorismo

Zero lactose

Giovani Scherer

El Gato é uma empresa vegana criada para atender o mercado de leites vegetais POR MAURO BELO SCHNEIDER

Os produtos são expostos em feiras e vendidos online

F

oi depois de perceber que não se encaixaria no modelo de funcionária de indústria que a técnica em Química e estudante de Engenharia Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Cíntia Selbach, 26 anos, decidiu lançar a El Gato, em Porto Alegre. A marca trabalha com produtos veganos, como leite, iogurte, cremes e achocolatados. “Não queria simplesmente me formar engenheira, ir para indústria e trabalhar com objetivos que

não eram meus. Com a minha empresa, posso contribuir para um mundo um pouco melhor, o que na indústria é complicado”, diz Cíntia. A El Gato, formada há pouco mais de um mês, recebe pedidos através de seu site (www. elgatopoa.com), pelo Facebook e pelo Whatsapp. Cíntia comenta que muito se fala que “veganismo é coisa de elite”, e a intenção dela é justamente quebrar esse paradigma. “Queremos que as pessoas possam ser veganas sem achar que precisam ser ricas”, Giovani Scherer avisa. Por isso, no cardápio há mais de um tipo de leite. A opção a base de amêndoas pode chegar a R$ 18,00 por litro. Há, contudo, a de soja, que custa R$ 8,00 o litro, e uma a base de arroz e aveia, entre R$ 4,00 e R$ 6,00. Quem devolve a garrafa de vidro para reaproveitamento Marca El Gato possui ampla variedade de produtos ainda ganha R$

2 de desconto. Cíntia concilia a empreitada com o estágio na Petrobras e as aulas na faculdade. Para isso, recebe a ajuda da mãe, das embalagens, da irmã, na parte de imagem, e do namorado, na produção. Nas feiras que participa, a média de vendas é de 100 garrafas. Fora isso, cerca de dez encomendas semanais. “A ideia é fazer em casa, dominar o processo de produção, testar os produtos, validar a hipótese de que há mercado e conhecê-lo para, então, partir para o aumento da produção”, expõe. No futuro, Cíntia pretende ter uma fábrica para produzir em maior escala e distribuir para supermercados e lojas. Assim, deixará os produtos mais acessíveis para o consumidor. O investimento inicial do negócio girou em torno de R$ 1 mil para aquisição de garrafas e panelas e de R$ 500 para os grãos. “Nossos leites vegetais são para pessoas que optam por não consumir derivados de animais, veganas e vegetarianas, assim como pessoas com restrições alimentares ou que buscam uma alimentação mais saudável”, resume.

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Empreendedorismo Divulgação

Ricardo Cruz criou o Nação verde, loja de comésticos e maquiagem orgânicos e Juliana M. vende produtos naturais.

Mercado que cresce Rede de produtos naturais e sem teste em animais cresceu 300% em três anos, apesar da crise financeira

E

m plena crise econômica, um elemento novo está influenciando cada vez mais a escolha do consumidor brasileiro: a convicção vegana. Esse novo consumidor ainda tem dificuldade de encontrar empresas que atendam suas demandas. “Em comparação aos países norte-americanos e europeus, o Brasil ainda tem muito a evoluir em termos de variedade e popularização de produtos

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POR LUDMILA PIZARRO

veganos. Existem poucas empresas e pouca concorrência”, afirma Eliana, vegana há 9 anos. Porém, quem já percebeu o potencial desse cliente está sobrevivendo e até crescendo em plena crise econômica. O empresário Ricardo Cruz, da Nação Verde – que comercializa cosméticos e maquiagens veganas, suplementos naturais e produtos orgânicos a granel –, afirma que, nos últimos três anos, quadruplicou o número de lojas.

Hoje já são 25 em sete Estados brasileiros. A empresária Juliana Muradas abriu o restaurante e empório Deli Fresh Food, que mantém um cardápio natural com opções veganas e venda de produtos orgânicos há dois anos e até hoje, na hora do almoço, há fila na porta. “Até setembro de 2015, crescíamos em faturamento todos os meses. Depois disso, começamos a sentir a crise, mas não com a força que vemos em outros locais.”, explica.



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Por que o Brasil resiste ao

alimento verde? TEXTO POR CÂNDIDA SCHAEDLER E HELENA ROCHA

FOTOGRAFIA POR ANNIE CASTRO, HELENA ROCHA E JULIANA BARATOJO

Apesar de ser uma das potências agrícolas do planeta, o Brasil vacila quando o tema é produzir alimentos verdes. Além de ter se transformado em campeão mundial no uso de agrotóxicos, o setor primário do país ainda não é capaz de plantar e distribuir orgânicos a preços atraentes. Por quatro meses, a equipe de reportagem mergulhou no universo agrícola para entender os motivos de tamanha resistência. Uma vertente de apuração focou nas razões para o ampliação do uso de venenos, em nome da produtividade, sabendo-se que há tecnologias sustentáveis. A segunda linha de investigação levou ao mercado de orgânicos para compreender a diferença de preços entre o que é vendido em feiras e supermercados.

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bolir agrotóxicos é um aprendizado diário”, resume o produtor rural Eliseu da Silva Rosa, conhecido por Juca, que há 18 anos não utiliza químicos na lavoura. Ele é um homem do campo que decidiu mudar a rotina ao perceber os malefícios da aplicação de venenos e foi um dos primeiros em Porto Alegre a abandonar o cultivo tradicional. “No início, o produtor tem que ter acompanhamento, senão desiste e volta a aplicar os produtos”, enfatiza, lembrando que o mais difícil é acostumar o solo, o que pode levar dois anos. Ainda hoje, porém, Juca é minoria no Brasil: o país é o maior consumidor mundial de agrotóxicos desde 2008, quando ultrapassou os Estados Unidos, o campeão glo-

bal de produção de alimentos. A saúde dos brasileiros, como consequência, preocupa, pois ambientalistas garantem que os venenos contaminam o alimento e a terra, podendo se espalhar por lençóis freáticos e rios. Juca comercializa sua produção toda semana em uma feira de Porto Alegre e é um exemplo bem-sucedido dos benefícios da valorização da agricultura familiar agroecológica e orgânica e do incentivo de vendas em mercados curtos – como as feiras, onde o agricultor comercializa diretamente o que produziu. Mas por que o Brasil ainda é o maior consumidor mundial de agrotóxicos e por que o mercado de orgânicos segue elitizado? As respostas são complexas e envolvem questões históricas, econômicas, políticas e até mesmo culturais. O aspecto político tem

dimensão de curto prazo. Em um país no qual a balança comercial e o Produto Interno Bruto (PIB) são sustentados pelo agronegócio, colocar em risco a produção em larga escala, majoritariamente formada por monoculturas, é um movimento que o governo não se dispõe a fazer. Também não há consenso sobre o assunto. De um lado, entusiastas da agroecologia garantem que seria possível o Brasil manter um volume de produção sem o uso de pesticidas e, o mais importante, alimentar a população mundial – uma vez que hoje o problema está na distribuição. Com pontos de vista opostos, políticos, integrantes do governo e técnicos dizem que abolir os agrotóxicos não é viável. Sintonizados com as razões que sustentam o predomínio do agrotóxico estão os motivos que travam a expansão da oferta dos chamados

Juca foi um dos primeiros em Porto Alegre a abandonar o uso de químicos nas plantações, mas segue sendo minoria

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Os alimentos orgânicos não são caros - o caro é comprar no supermercado. Feiras agroecológicas são uma alternativa alimentos verdes. Com a ascensão da demanda pelo saudável, o discurso ecológico deste tipo de alimento é vendido a preços altos nos supermercados. Os orgânicos não são caros, o que é caro é comprar o orgânico no supermercado  —  este é o principal argumento dos produtores da Feira de Agricultores Ecologistas (FAE), em Porto Alegre, ponto de encontro de consumidores que já transformaram a compra de alimentos limpos em rotina. Para começar a entender a persistência dos agrotóxicos no Brasil vale associar o debate à polarização ideológica que se observa no país em inúmeros temas. As divergências, que estão tão cristalizadas na sociedade, acabam se reproduzindo dentro da União. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), presidido pela ruralista Kátia Abreu, defende o uso de químicos e, após a avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do

Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), é responsável pelo registro deles. Enquanto isso, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) promove diversos programas que incentivam o cultivo orgânico e agroecológico focados na agricultura familiar. Assim, é difícil chegar a um acordo político. Na discussão, os transgênicos

Ambientalistas estimam que cada brasileiro consome 5,2 litros de agrotóxico anualmente também são apontados como vilões. Criados para resistir a pragas,

com o tempo as pestes desenvolvem resistência aos produtos aplicados. Os agrotóxicos perdem efeito. Como consequência, ambientalistas estimam que cada brasileiro consome, por ano, 5,2 litros de agrotóxico. Enquanto nos últimos 10 anos o mercado mundial desse setor cresceu 93%, no Brasil essa expansão foi de 190%, de acordo com dados da Anvisa. No meio desses embates, quem perde é o consumidor, que ingere venenos sem ficar sabendo e, quando deseja consumir produtos orgânicos, é obrigado a desembolsar um valor alto no supermercado. Juca tem 72 anos e mora no bairro Lami, no extremo-sul de Porto Alegre. Cultiva alface, beterraba, berinjela e outras culturas sazonais respeitando o ambiente, a saúde dos consumidores e a de sua família. A área não é grande: um hectare. Em quantidade, produz menos sem agrotóxicos, mas ganhou em qualidade ao diversificar. Financeiramente, a troca também

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compensou, além de tê-lo feito abandonar a monocultura. Agrotóxico ou defensor agrícola? Com receio de perder toda a produção por conta de pragas ou do clima, é comum que o produtor que se concentra em apenas um produto recorra ao uso de agrotóxicos. “Quando tu és produtor convencional, te impõem a quantidade. Temos que deixar de querer colher um caminhão, mas colher menos e melhor”, propõe o agricultor. Juca controla as pragas por meio de predadores naturais e reforça que só molha a lavoura quando necessário. O resto cabe à natureza. Ele também produz o insumo para adubar o solo sem composto animal. Segundo especialistas, 80% da produção de orgânicos é proveniente da agricultura familiar e somente 10% de empresas. O agricultor lembra que começou a utilizar agrotóxicos na década de 1960, durante a chamada Revolução Verde, quando o governo incentivou o uso como estratégia para alavancar a produtividade. Além disso, só se conseguia financiamento e empréstimos no banco se fosse comprovada a aplicação de agrotóxicos na lavoura. Desde então, criou-se uma cultura em que os produtores rurais, tanto familiares quanto latifundiários, apelam a venenos, em muitos casos, como primeira alternativa,

80% da produção de orgânicos vem da agricultura familiar - somente 10% de empresas

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O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos desde 2008. Ambientalistas acre por pensarem que é mais fácil do que recorrer a estratégias naturais como o controle biológico. O lado que condena o uso argumenta que eles envenenam os consumidores. É o que afirma, por exemplo, o agrônomo aposentado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Sebastião Pinheiro, que atuou no Mapa entre 1976 e 1989. Ele explica que as substâncias foram criadas a partir dos venenos das guerras mundiais e aponta a sobrevivência dos princípios químicos que eram lançados em batalhas. “Todos os agrotóxicos são inventos militares. Foram feitos para matar gente”, define. Ele enumera muitos motivos para ser contra os venenos nas lavouras, entre eles a perda de nutrientes dos alimentos e o fato de sempre restarem resíduos que contaminam o produtor e o consumidor. Ele garante que o termo “defensivo agrí-

cola” é equivocado. Outra crítica é disparada contra a indústria que domina a alimentação mundial. “Antigamente o agricultor produzia alimentos. Hoje ele produz matéria-prima para a indústria de alimentos”, compara o agrônomo. Pinheiro afirma que estruturas abrangentes, como a própria Organização Mundial do Comércio (OMC), impediriam o Brasil de restringir a aplicação, alegando que seria um ataque à ideia de livre mercado. Há produtos fabricados na Europa que, devido à periculosidade, já foram proibidos por lá há mais de uma década. Na direção contrária, o Brasil segue utilizando o que foi banido do outro lado do oceano, pois, segundo os críticos do uso de substâncias químicas, em algum lugar eles precisam ser vendidos. Para Antônio Carlos Moreira, gerente de comunicação da Agên-


editam que o uso de químicos devem causar grande impacto na saúde dos brasileiros. cia Nacional de Defesa Vegetal (Andef), entidade que representa empresas como Monsanto, Bayer, Basf, Syngenta, Dow e Dupont, o termo agrotóxico não é errado, mas o correto seria “defensivo agrícola”. Ele define esses produtos como “o remédio das plantas”. “O remédio que o homem toma, por exemplo, não é chamado de ‘humanotóxico’”, compara. “Ou o produtor usa os remédios ou não vai ter a colheita esperada”, completa. Questionado sobre os agrotóxicos terem surgido de remanescentes químicos da guerra, responde: “Prefiro comer alimentos que tenham usado agrotóxicos certificados pela Organização Mundial da Saúde e pela FAO do que orgânicos que não foram certificados por essas entidades”. Completa afirmando que a terra tem bactérias e que o fertilizante de produtores

orgânicos é esterco de vaca. Para ele, um agricultor familiar consegue encontrar alternativas de combate às doenças, o que se torna mais difícil quando o cultivo é em larga escala. O Editorial J entrou em contato com o Mapa, que não quis falar sobre suas políticas em relação ao uso de agrotóxicos. A assessoria de comunicação divulgou apenas uma nota assinada por Décio Coutinho, técnico de Defesa Agropecuária, informando que “o Brasil é o país que tem as leis ambientais mais rígidas do planeta”. Ainda de acordo com o texto, o uso de agrotóxicos no Brasil obedece normais e leis rigorosas. Uma das dificuldades para a mudança de mentalidade está na compreensão dos conceitos e das técnicas alternativos. O agricultor familiar é dono de uma pequena propriedade, de onde

retira sua renda, e utiliza mão de obra da própria família. Como é constantemente argumentado por defensores de práticas sustentáveis, a agricultura familiar garante boa parte da segurança alimentar do país. Segundo o censo de 2006, o último, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o modo de produção familiar ocupa uma área pequena com lavouras –  cerca de 17,6 milhões de hectares –, o equivalente a 22% da extensão dedicada à agricultura. Ainda que a área ocupada seja pouca, ela é a maior produtora de alimentos como mandioca, feijão e milho. O percentual é ligeiramente superior ao observado com a agricultura latifundiária, que é voltada para o setor de exportação. Segundo Denis Monteiro, secretário executivo da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), para que exista a possibilidade de produzir de maneira orgânica em larga escala, é necessário que, em uma grande área de terra, cada família agricultora ocupe um espaço e se responsabilize por cultivar determinado alimento. O mercado orgânico Há entraves políticos e econômicos que também influenciam na manutenção do consumo de agrotóxicos. O PIB do Brasil em 2013 dependeu em 22,5% do agronegócio, segundo dados do IBGE. A balança comercial em 2014 foi composta em 43% por exportações do setor. Defensores dos controles químicos apontam que qualquer ação para diminuir o uso de venenos poderia incorrer na redução da produtividade e, consequentemente, na arrecadação do país, enquanto outros setores do governo se empenham em políticas para alterar o quadro atual. O secretário-executivo da Comissão Interministerial de Agroecologia e Produção Orgânica, Cássio Trovatto, grupo ligado a 10 ministérios, mas administrado pelo

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Alimentos orgânicos são 11% mais baratos em feiras que em supermercados MDA, afirma que já há uma massa crítica de oposição ao uso. “Temos feito esforços para reduzir o uso sem reduzir a produção. Ser o país que mais consome venenos é uma medalha que a gente não quer”, expõe. Outro ponto está enraizado na questão do preço final e do retorno financeiro que dá aos agricultores. Segundo o agricultor ecológico há 23 anos e presidente da Associação de Agricultores Ecologistas, Vilson Stefanoski, a venda direta ao consumidor proporciona um preço justo. Uma pesquisa realizada pelo Editorial J mostra que os alimentos comercializados na feira de orgânicos do bairro Bom Fim, em Porto Alegre, têm diferença de preço de até 111% em relação aos supermercados da Capital e às lojas especializadas em orgânicos. Um fator que também influencia é o marketing verde  –  a apropriação do discurso ecologista por corporações da alimentação. De acordo com Edimar Santos, autor da dissertação Produção Orgânica e Estratégia de Comercialização e Marketing Verde em Supermercados, desenvolvida na Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade de Campinas (Unicamp), o fenômeno ganha espaço nas prateleiras dos supermercados. Em consequência da crescente preocupação com a questão

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sócio-ambiental, as empresas são desafiadas a se relacionar de maneira responsável e ambiental, tanto com o produto que vendem quanto com o consumidor. “Uma vez que o produto orgânico tem crescido em média 35% ao ano, aumenta o número de empresas nacionais e internacionais que se interessam não só pelo produto como pelo consumidor, que normalmente é pertencente às classes

Produtos orgânicos tem crescido em média 35% ao ano, especialmente entre as classes A, BeC A, B e C”, afirma Santos. Conforme a dissertação de Edimar e a pesquisa realizada por Glauco Schultz, agrônomo e doutor em agronegócio do Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), para ser mais acessível ao consumidor em geral, é preciso que a alimentação não dependa somente dos

supermercados. Ele sugere que se fortaleçam os canais diretos para o consumidor, como as feiras e os pequenos mercados. Vencer a resistência aos alimentos verdes também significa fazer com que eles cheguem de forma mais rápida e menos custosa às prateleiras. Um dos caminhos seguidos pelos orgânicos se dá por via das cooperativas, que sustentam a relação entre produtor e mercados. A Cooperativa de Produtores Ecologistas de Garibaldi (Coopeg) é exemplo desse sistema associativo, que conta com 48 agricultores no Rio Grande do Sul. O abastecimento é realizado para restaurantes, supermercados e lojas especializadas em produtos orgânicos. Nas suas propriedades, os cooperados embalam os produtos com o selo da cooperativa. Todo o material destinado para as embalagens é fornecido pela própria COOPEG. Os agricultores, ao se associarem, contribuem com um percentual de 7% da sua produção para manter a associação. Essa colaboração melhora as condições econômicas do agricultor. Foi o caso de Ivan Bergamine. Para cada R$ 10 de tomate que vendia, ficava com R$ 6,15. A diferença ajudava a cooperativa a fazer com que o produto chegasse ao destino, além de custear outras necessidades logísticas. Segundo Bergamine, há vantagem em ser membro de uma entidade para fornecer a compradores de maior porte. De acordo com o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Longo, o custo dos orgânicos nas prateleiras desses grandes estabelecimentos é 40% maior do que os convencionais. Isso se deve à escala de produção, menor. Além disso, segundo Longo, o consumo, atualmente, foi prejudicado com a crise econômica. “As pessoas que consomem orgânicos são fiéis a estes produtos, mas a migração de novos consumidores para esta categoria ficou prejudicada”, informou em entrevista por e-mail.



Beleza

Livres da crueldade

Conheça a maior campanha da história que está lutando para acabar com testes animais por causa de cosméticos

E

POR KAMYLLA LEMOS

m todo o mundo, coelhos, posquinhos-da-índia, hamsters e ratos estão sendo cegados, envenenados e mortos. Tudo isso para testar novos produtos cosméticos e seus ingredientes. Isso tudo é para satisfazer novas reivindicações regulatórias ou para vender em mercados que exigem testes em animais. Isto ainda é legal em 80% dos países, e, na China, na verdade é uam exigência legal, causando a morte e sofriemtno de milhares de animais todos os anos. Mais de 600 marcas de beleza

ao redor do mundo são reconhecidas como livres de Crueldade. Isso significa que elas não realizam e nem encomendam novos testes em animais. Só usam novos ingredientes quando a segurança humana pode ser estabelecida sem testes em animais e não vendem produtos cosméticos em países que exigem testes em animais. As empresas usam ingredientes seguram, que já existem. Elas criam produtos fabulosos e livres de crueldade, escolhendo entre milhares de ingredientes já estabelecidos sem a necessidade de testar em animais. elephant room

Marcas famosas brasileiras como a Natura são uma das poucas que não fazem testes em animais

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Como as empresas se livram dos testes em animais? Usando testes de segurança comprovados sem o uso de animais Revelaram-se mais eficazes que testes em coelhos para prever irritações

Testes modernos em tubos de ensaio podem diferenciar ingredientes tóxicos e não tóxicos

Ganhando força mundialmente

Proibição de testes em animais para

Países onde a BCF atua

cosméticos e a proibição de venda de

Dados de enquete: apoio do público para uma proibição nacional de testes para cosméticos

produtos recém testados em animais

Avanço da Liberte-se da Crueldade em todo o mundo AUSTRÁLIA

Existe uma petição que

BRASIL

CANADÁ

ESTADOS UNIDOS

ÍNDIA

RÚSSIA

Proibição nacional em

Trabalhou junto ao

Lidera os esforços para

Aconteceu uma proibi-

Já foi lançado um projeto

solicita ao governo uma

discussão, mas já existe

governo para divulgar e

apoiar o Humane Cos-

ção nacional de testes em

de lei com objetivo de

proibição nacional dos

proibição em São Paulo.

introduzir o Cruelty Free

metics Act e outras cam-

animais para cosméticos

exigir métodos alternativos.

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Beleza

Maquiagem vegana

O setor de comésticos é um dos que mais abusa dos animais. Por isso, surgiram cosméticos alternativos POR MÁRCIA DOMENICO

Nicole Make

Não é só na dieta que a moda de ser contra os testes em animais ganha espaço, na nécessaire também isto é tendência.

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imeiro foi a onda dos produtos naturais para rosto e corpo. Agora é a vez de a maquiagem vegana entrar em cena. Tudo indica que essa moda veio para ficar e deve crescer e aparecer. Em junho, a inglesa Lush, que tinha saído do mercado brasileiro havia sete anos, retornou ao país trazendo uma linha inteirinha de make vegano. E há por aqui outras opções, inclusive itens nacionais. para quem nunca

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ouviu o termo, são produtos orgânicos que, além de tudo, não usam nenhum ingrediente de origem animal nem fazem testes em bichos. “Não existe no Brasil uma regulamentação para a fabricação e a comercialização desse tipo de artigo”, conta a cosmetóloga e engenheira química Sonia Corazza, de São Paulo. Isso apesar de o país já ter uma oferta de hidratantes e outros cosméticos da mesma família há mais tempo do que maquiagem.


P

imeiro foi a onda dos produtos naturais para rosto e corpo. Agora é a vez de a maquiagem vegana entrar em cena. Tudo indica que essa moda veio para ficar e deve crescer e aparecer. Em junho, a inglesa Lush, que tinha saído do mercado brasileiro havia sete anos, retornou ao país trazendo uma linha inteirinha de make vegano. E há por aqui outras opções, inclusive itens nacionais. para quem nunca ouviu o termo, são produtos orgânicos que, além de tudo, não usam nenhum ingrediente de

origem animal nem fazem testes em bichos. “Não existe no Brasil uma regulamentação para a fabricação e a comercialização desse tipo de artigo”, conta a cosmetóloga e engenheira química Sonia Corazza, de São Paulo. Isso apesar de o país já ter uma oferta de hidratantes e outros cosméticos da mesma família há mais tempo do que maquiagem. Mas encontramos por aqui diferentes selos de certificação, e eles servem de garantia para o consumidor de que a cadeia de produção foi inspecionada e está de acordo com os padrões de

qualidade mundiais. Algumas das certificações mais importantes nessa seara são os selos nacionais das sociedades Vegetariana e Vegana e o internacional Cruelty-Free and Vegan, da Peta, entidade de defesa dos animais. Esse tipo de make, dizem os experts, não pede cuidados específicos e você pode usá-lo e guardá-lo do mesmo jeito que faz com as versões tradicionais - de preferência, longe de umidade e abrigado do calor. Há, porém, uma particularidade: as restrições na utilização de certos ingredientes influenciam a cobertura e a

7 itens de maquiagem vegana que cabem no seu bolso: até R$ 30 Pigmento cor Vult R$ 13, 80

Base I am model da Contém 1mg R$ 28,00 Corretivo cremoso Milani Secret R$ 29,60

Batom C1g da Contém 1g R$ 29,00

Máscara super flashes da Vult R$ 29,60

Sombra Baket da Vult R$ 19,90

Pincel de blush da Ecootools R$ 26,50

É importante lembrar que as empresas citadas aqui não são veganas (não existe empresa vegana de maquiagem no Brasil, mas existem linhas e produtos específicos

de marcas não veganas. Exceto a Bioart, que “veganizou” os produtos recentemente). Os produtos especificados não são considerados orgânicos e naturais (maquia-

gem natural/orgânica costuma custar mais de 30 reais, infelizmente). Essas são as marcas com lojas virtuaus mais baratas. É importante mesmo assim pesquisar.

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Opinião

Motivos para comer

melancia POR ELIAS PEREIRA

A melancia é uma fruta completa

A melancia é mais um exemplo de um alimento natural que pode melhorar a qualidade da nossa saúde. De incrível proteção antioxidante até calmante de dores musculares. Esta é uma fruta completa, que você não deve deixar de comer. Assim como os tomates, é uma rica fonte de licopeno, extremamente rica em carotenoide. O licopeno tem mostrado ser um excelente protetor contra o câncer da próstata, também ajuda a proteger a pele dos raios do sol e beneficia o sistema cardiovascular, pois altos níveis de licopeno circulando no sangue estão ligados à redução de ataques cardíacos e AVCs (acidente vascular cerebral). Também é rica no aminoácido Citrulina. A Citrulina dirige a produção de óxido nítrico, que é um regulador chave da pressão arterial. Estudos realizados em adultos com pré-hipertensão ou hipertensão mostraram que os grupos que tiveram suplementação de extratos de melancia experimentaram melhorias na pressão sanguínea em comparação com grupos tratados com placebo. Devido a Citrulina, o consumo de melancia pode potencialmente reduzir a dor muscular após o exercício.

Bianca Almeida

O licopeno, presente na melancia, ajuda a proteger a pele. Um estudo descobriu que atletas que receberam 2 copos de suco de melancia após intenso exercício experimentaram níveis mais baixos de dor muscular 24 horas mais tarde em comparação com os atletas que receberam uma bebida placebo. Eu adoro melancia e costumo consumir nos dias em que pratico atividades de maior esforço físico, como corrida ou musculação. Além de ser saudável, adoro sentar com as crianças para comer e fazer campeonato de quem joga mais longe as sementes no quintal. Logo começa a aparecer pequenos pés de melancia onde com certeza alguns sempre sobrevivem e nos dão mais belas e doces melancias. Elias Pereira é terapeuta holístico formado em Medicina Tradicional Chinesa. É Educador para a Paz Mundial da ONU.

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Moda

Estilo consciente Com a ajuda da ciência, uma nova leva de produtos que imitam tecidos de origem animal está ganhando as passarelas e o coração dos vegans Vaute Couture

Um dos principais produtos da marca é o couro, que foi batizado com o nome de couro vegano POR JULIA MORAES

G

rifes top como Stella McCartney e Joseph Altuzarra lançaram bolsas e jaquetas de couro não-animal a preços exorbitantes. Grandes lojas

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de departamento estão aumentando a presença do tecido em suas prateleiras. Na Califórnia do Sul, onde ativistas conseguiram uma das primeiras proibições da venda de peles no nível municipal, estilistas

independentes tentam agradar clientes em busca de moda sem culpa. “Vegano é uma nova palavra que agora virou um gancho para empreendedores criaram novos negócios”, explica Ilse


Metchek, presidente da California Fashion Assn. “É super bem aceito, mesmo nas revistas de moda”. A loja Macy’s expandiu seu arsenal de produtos de couro vegano, de acordo com Caprice Willard, vice-presidente regional para roupas para mulheres. Segundo ela, as vendas cresceram nos últimos anos, principalmente entre californianos antenados com o mundo da moda que usam couro o ano todo e estão sendo atraídos para os novos tecidos, mais maleáveis e macios. “Tínhamos muito poucas opções há uns cinco anos. O interesse sempre esteve lá. Só estamos fazendo um trabalho melhor para atendê-lo”, diz Caprice. A demanda é especialmente alta entre compradores da geração “milenial”, ou seja: jovens na faixa dos 20 anos, mais preocupados com ecologia, mas também adeptos de um mundo fashion com produtos em constante mudança. A popularidade de leggins e adereços em couro estimulou a busca de cópias mais baratas. A maioria do couro falso ainda é feita a partir de plástico, mas novos avanços tecnológicos criaram possibilidades muito mais realistas para mimetizar o couro, com maior maior variedade de cores e estampas que o couro natural. Enquanto isso, mais americanos estão virando vegetarianos ou veganos, totalizando cerca de 30 milhões de adultos, o equivalente a um oitavo da população maior de idade do país, segundo a Humane Research Council. Dois terços dos veganos e vegetarianos afirmam que proteger os animais foi a razão mais importante para suas escolhas alimentares e isto tem se refletido muito além do prato. “As pessoas se vêem como mais conscienciosas. Depois da comida, é a moda”, diz Leanne Hilgart, fundadora da Vaute Couture. Hilgart virou manchete em

2013, quando se tornou a primeira designer de moda totalmente vegana a participar do New York Fashion Week. Vaute Couture – uma mistura de vegan com haute couture – é especializada em casacos arrojados e sem nenhum produto de origem animal. Um de seus casacos, feitos com fibras recicladas e insulação para o clima ártico, custa a bagatela de 580 dólares – algo como 1.600 reais, na cotação atual. Seu públicoalvo são mulheres com bastante dinheiro para gastar em roupas. A estratégia tem funcionado: vendas cresceram 60% em 2014 e a empresa planeja abrir lojas em Toronto e Manhattan.

As Vendas

Os vendedores dizem que ainda dá trabalho convencer compradores que lembram dos couros plastificados de antigamente. “Nós todos tínhamos aquela ideia de que parecia falso e brilhante e não era confortável. Eu lembro da época do couro plástico de poliuretano na década de 90”, diz Ana Hartl, diretora criativa da Free People, parte do grupo Urban Outfitters Inc. Há um ano, a Sole Society lançou bolsas de couro vegano e foi uma boa aposta, segundo o diretor Andy Solomon. Agora metade de todas as suas bolsas são do tecido sintético e eles esperam crescer 65% este ano – e, talvez, introduzir sapatos veganos. “É ótimo pra vender. Encoraja muito as pessoas a vencerem a resistência a gastar dinheiro e comprar”, afirma Andy.

Novas tendências

O termo “couro vegano” é usado estrategicamente com o propósito de associar os tecidos sintéticos e os produtos que os usam com uma outra estirpe de consumidores de maior poder aquisitivo e hábitos de compra mais seletivos. Para Christina Sewell, coordenadora de moda

Vaute Couture

Casaco da nova coleção da Vouture da PETA, consumidores tendem a “identificar veganos com pessoas de classe social um pouco mais elevada e que realmente se importam com o meio ambiente e os animais”. Como tudo na vida, trabalhar com tecidos veganos têm lá suas desvantagens. Sarah Brannon, co-fundadora da marca James Payne, diz que os caros produtos com couro vegano que sua grife produz são mais complexos que o couro natural. “Vinis colam de um jeito diferente do couro”, ela explica. Apesar disso, os custos com material são similares.

A criação

A marca vegana que é chamada de ames Payne foi criada para preencher um vazio no mercado de luxo, que geralmente lança mão de peles de animal. Fundada por Sarah e seu ex-marido,a empresa vende jaquetas para motociclistas por 880 dólares e pretende lançar versões em camurça falsa e jaquetas customizáveis que podem chegar ao preço de 3 mil dólares. “Quando lançamos esses produtos, as pessoas ficavam muito confusas. Elas falavam: ‘por que vocês não usam couro?’

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Opinião

O perigo dos

agrotóxicos POR FERNANDO CARNEIRO

O agronegócio brasileiro vem pressionando a Presidência da República e o Congresso para diminuir o papel do setor de saúde na liberação dos agrotóxicos. Qual o impacto que essas medidas terão na saúde da população brasileira? No Brasil, a cada ano, cerca de 500 mil pessoas são contaminadas, segundo o Sistema Único de Saúde (SUS) e estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os agrotóxicos afetam a saúde dos consumidores, moradores do entorno de áreas de produção agrícola, comunidades atingidas por resíduos de pulverização aérea e trabalhadores expostos. Mesmo frente a esse quadro, mais dramática é a ofensiva do agronegócio e sua bancada ruralista para aprofundar a desregulamentação do processo de registro no país. Qualquer agrotóxico, para ser registrado, precisa ser analisado por equipes técnicas dos ministérios da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente. Inspirados na CTNBIO, instância criada para avaliar os transgênicos, que até hoje autorizou 100% dos pedidos de liberação a ela submetidos, os ruralistas querem a criação da CTNAGRO, na qual o olhar da saúde e meio ambiente deixaria de ser determinantes para a decisão.

Gustavo Birmann/Idaf

Os agrotóxicos afetam a saúde de trabalhadores expostos. Quem ganha e quem perde com essa medida? Não há dúvida que entre os beneficiários diretos está o grande agronegócio, que tem na sua essência a monocultura para exportação. Esse tipo de produção não pode viver sem o veneno porque se baseia no domínio de uma só espécie vegetal, como a soja. Por isso, a cada dia, surgem novas superpragas, que, associadas aos transgênicos, têm exigido a liberação de agrotóxicos até então não autorizados para o Brasil. O Estado brasileiro tem sido forte para liberalizar o uso de agrotóxicos, mas fraco para monitorar e controlar seus danos à saúde e ao ambiente. Enquanto isso, todos nós estamos pagando para ser contaminados. Fernando Carneiro é professor da UNB e coordenador da saúde meio ambiente na Associação Brasileira de Saúde Coletiva

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Perfil QuotesGram

Paul McCartney: o eterno Beatle se tornou vegetariano durante uma pescaria e é um grande ativista neste setor

Quem são os veganos famosos Robin Williams, Ellen DeGeneres, Lea Michele, Fiona Apple, Paul McCartney e Thom Yorke: são alguns dos famosos homenageados no dia mundial do veganismo POR ANA CAROLINA MACHADO

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Em outubro de 1995, Lisa Simpson, do seriado Os Simpsons, virou vegetariana após uma conversa com Linda e Paul McCartney. Um ano antes, no dia 1º de novembro de 1994, a sociedade veganada inglaterra completava 50 anos de existência e declarava a data como sendo o Dia Mundial Vegano. Nesta sexta (1), a comemoração chega a sua 19ª edição e a filosofia de vida motivada por convicções éticas com base nos direitos animais, já ganhou vários adeptos no mundo da fama. O próprio ex-Beatle, Paul McCartney, só aceitou participar do seriado para divulgar a causa e exigiu que Lisa continuasse vegetariana. Também músico, Chris Martin, líder do Coldplay, não ingere carne. “Não consigo

pensar na ideia de uma galinha se despedindo de sua família no começo do dia e não voltando nunca mais”, já disse o cantor a respeito do tema. No mundo do cinema, uma das maiores ativistas é a estrela Brigitte Bardot. A musa da nouvelle vague, de 79 anos, anunciou em 1973 sua aposentadoria do cinema. No entanto, ela usou sua fama e prestígio para lutar a favor dos direitos dos animais e criou até uma fundação que leva seu nome e é considerada, pelo governo frânces, como organização de utilidade pública desde 1992. A brasileira Leona Cavalli também engrossa o caldo verde das personalidades vegetarianas. “Quando adolescente, eu era ‘cheinha’. Fui criada em Rosário do Sul à base de churrasco, mas

comecei a me sentir muito melhor ao reeducar minha alimentação. Isso, sem radicalismos. Sou vegetariana há mais de dez anos e me sinto bem mais leve” disse a atriz em entrevista ao jornal Extra em agosto deste ano. E não são só estes famosos. Muitos outros deixaram a carne de fora de seus pratos.

Só consegui estabilizar meu peso quando deixei de comer carne

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Sugestão Carlos Macedo

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opções

Floripa Encontrar um vegetariano em Florianópolis não é uma tarefa difícil. A cada dia, novas pessoas optam por uma alimentação mais saudável e regrada. Mas a falta de locais que ofereçam este tipo de comida ainda é um problema para alguns vegetarianos. Há quem diga que a capital de Santa Catarina seja há com maior número de veganos instalados. Se quem não come apenas carne já tem dificuldades para encontrar locais que ofereçam boas opções, imagina para os veganos, que além dos alimentos derivados de carne, excluem da dieta qualquer tipo de comida de origem animal. A Veg dá dicas de cinco lugares com alimentação vegana em SC.


Lila, no mercado São Jorge O restaurante serve apenas um tipo de prato vegetariano/orgânico por dia, com opção vegana, nos tamanhos inteiro (R$ 23) e meio prato (R$ 19). Inclui uma entrada e um shot de frutas. Endereço: Rua Brejaúna, 43, Itacorubi

Café à Corter Todos os dias (de segunda a sábado) o menu é diferente e escrito com giz em um quadro negro preso na parede. Endereço: Rua Nicolau João de Abreu, 283, Novo Campeche.

Da Terra O restaurante funciona no esquema por quilo ou livre (R$ 37,90 o quilo ou R$ 18,90 livre). São inúmeras opções de saladas, pratos vegetarianos, frutas e comidas orgânicas e sem glúten. Endereço: R. Joe Collaço, 1033, Santa Mônica.

Vida Amplo bufê vegetariano e vegano em uma casa tombada no centro de Florianópolis. O custo-benefício é ótimo, assim como a comida: R$ 17 livre ou R$ 36 o quilo. Endereço: R. Visc. de Ouro Preto, 298, Centro.

O Nutri Além de sanduíches, açaí e sucos naturais, servem almoço diariamente com bufê de saladas, opções vegetarianas e frutos do mar. Custa R$ 28 o quilo. Endereço: Francisco Thomaz dos Santos, Armação

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Sugestão

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Carlos Macedo

hambúrgueres

Porto Alegre

A capital gaúcha tem se desenvolvido muito na questão de culinária vegana. Start-ups trazem benefícios para esse nicho, que por muito tempo ficou esquecido. Um exemplo é o Beringela, uma plataforma colaborativa que indica onde estão os restaurantes vegetarianos e veganos da cidade. Outra iniciativa 62

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interessante é o Velivery, site beta por onde quem cortou carne e demais produtos de origem animal pode pedir suas refeições, para que sejam entregues em casa. De acordo com levantamento da nova empresa de delivery, o que é mais pedido pelos moradores da capital gaúcha são os hambúrgueres. A VEG reúne pra você as melhores opções.


Brasil Burguer, do B Burguer O Brasil Burger do B Burger tem um sabor ao mesmo tempo tradicional e surpreendente, que faz até a pessoa menos vegetariana do mundo se deliciar e pedir mais um. Endereço: Rua 24 de Outubro, 33 - Moinhos de Vento

Acebolado, do Bean Burguer Os lanches do Bean Burger conseguem ser ogros e gourmet ao mesmo tempo. Tem pão australiano, cebola caramelizada e ingredientes especiais para vegetarianos e para veganos. Endereço: Av. João Wallig, 781 - Passo d’Areia

Ganesha Burguer, do Mantra O Mantra é um dos mais tradicionais restaurantes veganos de Porto Alegre. O Ganesha é composta por burger defumado de ervilha com shitake, molho honey mustard vegano e pimentões vermelhos. Endereço: Rua Santo Antonio, 372 - Independência

Xis Moranga, do M&M Lanches Mudamos a nomenclatura: não é burger, é xis! É gigante, bem recheado e tem até maionese caseira. Junto com um delicioso bife artesanal de moranga, forma uma combinação única de sabores que você merece experimentar. Endereço: Rua Coronel Genuino, 10 - Centro

Veg Burguer, do Tele Porto Lanches O Tele Porto Lanches veio para conquistar os amantes de burgers. O Veg Burger é um bom exemplo: pão preto com aveia, hamburguer de soja e molho de mostarda. Endereço: Rua Santo Antonio, 372 - Independência

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Sugestão

5 refeições em Curitiba

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Divulgação Mamba Vegan

O ideal de consumo consciente e reduzir a agressão ao meio ambiente promovida pelo homem tem feito a cabeça das pessoas e ganhado as ruas, promovendo maior procura pela culinária saudável e sem carne – seja vegetariana ou vegana. O vegetarianismo e o veganismo têm ganhado cada vez mais adeptos deste estilo de vida, seja por ideais ou pelos prazeres gustativos, que não perdem nada em sabor comparados aos pratos elaborados sem restrição alguma. Para atender esta demanda crescente, o portal Curitiba Honesta selecionou para a revista VEG os principais restaurantes vegetarianos e veganos da cidade.


Mamba Vegan Mamba Vegan é a primeira hamburgueria vegana de Curitiba. Além das opções de hambúrguer, serve coxinha, salgados e sobremesas. As mesas são comunitárias. Destaque para o playlist de bom gosto. Endereço: Rua Tapajós, 19, São Francisco

Natural da Ordem O restaurante serve pratos e porções, como lasanha vegana de berinjela e abóbora, bolinho de arroz com castanha do Pará, sopa de entrada e salada livre, além de tapiocas, entre outras opções. Endereço: Rua Trajano Reis, 54, São Francisco.

Tuk Tuk O Tuk Tuk serve comida indiana e tailandesa de rua a la carte, com opções vegetarianas e veganas todos os dias. Serve almoço e, no jantar, apenas delivery. Para pedir, ligue (41) 3354-5125. Endereço: Rua Camões, 1888, Hugo Lange.

Super Vegetariano É o mais antigo buffet ovolactovegetariano de Curitiba, com especialidade em pratos que levam soja; strogonoff, pastel, feijoada, lasanha, espetinhos e sobremesas. Serve almoço e jantar. Endereço: Rua Presidente Faria, 121, Centro.

Espaço Vegano O Espaço Vegano é um empório de frutas e verduras orgânicas. Geraldo e Alice Bianchi produzem pães e salgados 100% veganos sem nenhuma química. Destaque para os sonhos recheados. Endereço: Avenida Anita Garibaldi, 2140, Ahu.

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Saúde

E durante a gravidez? A dieta vegana e vegetariana traz beneficios para o bebê e não afeta a gravidez, caso seja bem planejada pelo méPOR MALU ECHEVERRIA

S

eja por motivos ecológicos, de saúde ou por amor aos animais, a dieta vegetariana é uma opção cada vez mais comum - e aceita - hoje em dia. Mesmo assim, quando as mulheres vegetarianas engravidam, é comum ouvir a pergunta: o bebê vai se desenvolver normalmente? “Os especialistas são unânimes: a dieta vegetariana é saudável em todas as fases da vida,

incluindo a gestação”, diz a nutricionista Susan Levin, do Comitê de Médicos de Medicina com Responsabilidade (www.pcrm. org), ONG que promove o debate médico nos EUA. Os benefícios da dieta vegana e vegetariana são inúmeros: menos gordura saturada e colesterol ruim, maior consumo de fibras, fitoquímicos e antioxidantes (que combatem o envelhecimento das células). “O cardápio vegetariano também protege as mulheres babycenter

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babycenter

A ingestão de vitaminas é extremamente importante nesse período, ainda mais para veganos contra o excesso de hormônios e toxinas encontradas frequentemente nos laticínios, carnes e peixes”, diz. Outra boa notícia diz respeito ao ácido fólico (vitamina B9), cuja suplementação (antes e no primeiro trimestre da gravidez) reduz 50% a incidência das malformações do tubo neural do bebê. Nas vegetarianas, o nível costuma ser mais elevado. Pois, como sugere o nome (vem do latim folium, ou seja, folha), sua fonte natural são as folhas verdes. Ainda assim, a suplementação é recomendada para todas as mulheres. Com tantos argumentos favoráveis é fácil mesmo concordar. Mas como fica a ingestão dos nutrientes encontrados exclusivamente ou em maior quantidade na carne? “É provável que as vegetarianas tenham de ingerir suplementos alimentares para suprir a vitamina B12”, diz o médico nutrólogo Eric Slywitch. A substância, encontrada somente em alimentos de origem

animal, está relacionada ao desenvolvimento do sistema neurológico e sanguíneo. Mesmo as que comem ovos ou laticínios podem precisar do suplemento. Por isso, melhor não arriscar. As vegetarianas e veganas também devem estar atentas ao

A dieta vegetariana é saudável em todas as fases da vida consumo de ferro na gravidez. Isso porque a carne vermelha é rica em ferro-heme, ou seja, forma do mineral que é melhor absorvida

pelo organismo. O jeito é abusar dos alimentos ricos nessa substância, como grãode-bico, feijões, frutas secas, açaí e melado de cana. Outra dica é tomar sucos de frutas cítricas nas refeições: a vitamina C facilita a absorção do ferro. “Todas grávidas devem ingerir 1500 mg diariamente, o dobro do que uma mulher normal”, diz o obstetra Eduardo Zlotnik, do Hospital Israelita Albert Einstein. E como garantir isso sem tomar leite, tal qual as veganas? “Dá para obter o nutriente das verduras, mas para atingir o mínimo recomendável é mais fácil utilizar os suplementos.” Coma mais sementes, nozes e feijão. Eles são as melhores fontes vegetais de proteína, para garantir que o seu bebê consuma o suficiente. Coo a maioria das mulheres obtém proteína de fontes animais, é imperativo que você encontre um substituto para esses alimentos. Aqui estão algumas ideias: Sementes e nozes não apenas

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Empreendedorismo

Primeiro bar do país O lugar oferece comida de boteco e chope artesanal e está localizado no município de Palhoça, em Santa Catarina. Fabio Chaves

Apelidado de Vagem, o bar é totalmente livre de ingredientes de origem animal do Brasil e abre as portas em maio.

C

POR FABIO CHAVES

om 26 anos e formado em marketing pela USP, o paulistano Eric Camargo escolheu a cidade de Palhoça, em Santa Catarina, para abrir o primeiro bar totalmente livre de ingredientes de origem animal do Brasil. Palhoça fica a 20 km de Florianópolis e tem pouco mais de 150 mil habitantes. O Seu Vagem – como foi batizado o bar – abrirá suas portas na quartafeira (25) no Passeio da Pedra Branca, um shopping a céu aberto

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muito conhecido na região. Eric, que teve a ajuda dos pais para montar o negócio, está muito otimista sobre o futuro do local. “É possível comer bem, se divertir e se surpreender sem matar, ferir ou explorar os animais.” – diz o jovem empreendedor. No almoço, o Seu Vagem vai oferecer feijoada, moqueca, falafel, homus, tortilhas com guacamole, escondidinho de cogumelos e até churrasco. Tudo, claro, em versões sem nada de origem animal e servidos em cumbucas de cerâmica,


como manda o manual do bom boteco. Para o período noturno haverá porções de quibes, coxinhas (de soja, palmito, jaca, brócolis ou shimeji), falafel, batata frita, mandioca e polenta. Para quem prefere um sanduíche, é só pedir um hambúrguer com queijo e

maionese vegetais da casa, um cachorro-quente ou ainda um lanche árabe de falafel. O cardápio completo está no fim da matéria. Tudo isso pode ser acompanhado por sucos naturais ou por um chope artesanal feito na região. O lugar perfeito.

Serviço Seu Vagem – Bar Vegano Endereço: Av da Pedra Branca, 744 – Palhoça-SC Referência: fica no Passeio da Pedra Branca Horário de funcionamento: De quarta-feira a domingo das 11h30 às 14h30 e das 17 às 23 horas

Confira os pratos, as porções e os sanduíches oferecidos pelo Vagem Pratos

- Escondidinho de cogumelos frescos (Segunda e sexta) R$ 18,90 - Feijoada (Quarta e sábado) R$ 18,90 - Moqueca (Quinta e domingo) R$ 18,90 - Churrasco (Quinta e domingo) R$ 14,50 - Combo árabe (Quarta e sábado) R$ 14,50 - Combo mexicano (Segunda e sexta) R$ 14,50 - Apenas saladas R$ 10,00

Porções

- Quibe de soja com toque de hortelã R$ 25,00 (média) ou 45,00 (grande) - Coxinha soja, palmito, brocolis, shimeki ou jaca R$ 25,00 (média) ou 45,00 (grande) - Pastel de shimeji ou palmito R$ 25,00 (média) ou 45,00 (grande) - Faláfel - bolinhos árabes de grão de bico R$ 19,00 (média) ou 40,00 (grande) - Batata frita R$ 15,00 - Chips de batata doce e mandioca R$ 15,00 - Polenta R$ 15,00 - Mandioca R$ 15,00 - Torre de berijela R$ 7,00 - Acarajé recheado de castanhas, palmito e vinagrete R$ 7,00

Sanduíches

- Veggieburger (cebola, queijo e maionese) R$ 17,00 - Sanduíche de Falavél (salada, maionese e pão sírio) R$ 13,00

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Empreendedorismo

Aposta na Páscoa

Amanda Resek já não come ingredientes de origem animal há sete anos, desde os seus 16

Amanda deixou de trabalhar em Relações Internacionais para produzir ovos de Páscoa veganos por redes sociais POR MAURO BELO SCHNEIWDER

A

recém-formada no curso de relações internacionais, Amanda Resek, de Artur Nogueira (SP), decidiu abandonar a profissão para viver um sonho: vender alimentos e ovos de chocolate veganos, que não levam nenhum ingrediente de origem animal. Em casa, ela produz ovos de

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Páscoa que usam água no lugar de leite, chocolate amargo, que é livre de lactose na composição e leite condensado vegano, comprado em supermercado e sem origem animal. O valor médio para venda gira em torno dos R$ 35. “Eu decidi que eu queria trabalhar com isso, fazer comida vegana e mais para frente até abrir um restaurante. Eu me encontrei

muito na gastronomia. É uma coisa que eu sempre gostei de fazer”, confessa a jovem. Amanda também ressalta o lado da divulgação do movimento vegano. “E também tem o lado do ativismo culinário, que é mostrar para as pessoas que é possível ser vegano e comer bem”, conta a atual confeiteira, que hoje tem 23 anos e não con-


sume nenhum tipo de carne nem ingredientes de origem animal desde os 16 por amor aos bichos.

Estágio foi decisivo

A dúvida de atuar ou não na profissão para qual se formou veio após um estágio na área.”O curso é mais para as áreas de economia e administração. Não tem nada a ver com a minha formação. Para você trabalhar diretamente com relações internacionais, teria que trabalhar em algum órgão do governo ou na ONU”, explica a confeiteira sobre a distância entre atuar em relações internacionais e a realidade nas empresas. Amanda conta que ainda está aperfeiçoando o talento na gastronomia, mas explica que não é difícil fazer os doces sem ingredientes de origem animal. “Para mim foi muito mais fácil porque eu já aprendi a cozinhar comida vegana. Quando as pessoas tem que mudar os ingredientes é um pouco mais difícil”, afirma. A jovem também explica que alguns ingredientes veganos podem ser um pouco mais caros, mas a ausência de leite, ou manteiga, por exemplo, diminui o preço no final das contas. “Costuma sair quase o mesmo preço, porque, por exemplo, quando eu faço bolo a massa é mais em conta, porque usa água, mas por outro lado a cobertura, que é de leite condensado vegano, é cara”, diz.Por conta da experiência com esse tipo de alimentação, a jovem conseguiu até levar o namorado para o meio. “A gente namora há dois anos e ele comia carne e nem sabia o que era veganismo antes de me conhecer. Aí ele foi experimentando, gostando, hoje ele é vegetariano e já está tentando virar vegano”, se diverte.

Amanda produz os ovos sozinha em sua casa, em Artur Nogueira (São Paulo) são vegetarianas. Tem o lado do de Páscoa mais saudáveis, ainda ativismo culinário, que é mostrar que não sejam veganos. Para isso, para as pessoas que é possível ser os consumidores devem se atenvegano e comer bem as nem ve- tar, primeiramente, ao chocolate ganas, mas querem comer uma usado na receita. “O chocolate coisa mais saudável, mais natural ideal tem apenas três ingredien(...). Eu acho que as pessoas estão tes: cacau, manteiga de cacau tendo mais interesse e ao mesmo e açúcar. A massa de cacau tem tempo é um nicho de mercado que estar entre os primeiros na lista de ingredientes porque ela é a parte principal do chocolate e deve ter em bastante quantidade, sendo um indicativo de que o produto é de qualidade. A gordura trans, ou vegetal hidrogenada, é um ingrediente que você não quer no seu chocolate. Se ela aparecer no produto que você escolheu, repense sua escolha”.

Tem o lado do ativismo culinário, que é mostrar para as pessoas que é possível ser vegano e comer bem

Opção mais saudável

De acordo com Amanda, que é adepta à causa pelos animais, há simpatizantes desse tipo de alimentação que inclusive comem carne e ingredientes de origem animal. “A demanda é muito grande de pessoas que não

que não é muito explorado”, explica. A nutricionista Ana Ceregatti, de Campinas (SP), também não come nada de origem animal e afirma que é possível escolher ovos

Benefícios do cacau

Ana afirma ainda que quanto mais cacau, mais benefícios ele tem, “Quanto mais massa de cacau, mais amargo o sabor, o que acaba deixando as pessoas comedidas na hora de comer”. Para Amanda, que usa chocolate sem adição de leite, o novo negócio pretende ser uma opção mais saudável e deve agradar os consumidores não contemplados pelos doces comuns. edição 01 VEG

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Infantil

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VEG edição 01




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