Bo.ho

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“Você pode transformar o mundo. E a melhor maneira é transformar a si mesmo.” (SRI PREM BABA)


PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE ARQUITETURA E DESIGN CURSO DE DESIGN DE MODA

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COLECAO DE ´ BOLSAS com foco no slow fashion e cruelty free

JULIANA RODRIGUES ALVES NEVES



RESUMO The present work consists in the development of fashion applied to accessories, more specifically to the bags segment, generating results beyond the aesthetic question, such as representing concepts, movements and ideas. In the last years, fashion is no longer synonymous of the luxury universe and has become part of people's daily lives, and this is due to the awareness that is gradually happening. Living fashion is respecting social, economic and environmental aspects. Based on the researches and methodologies applied during the development of the project, this one has the objective of the creation of a collection of unisex bags, in contrast to the definition of gender for fashion products, with a focus on the low scale production worked on the slow fashion movement, aiming at environmental issues in sustainability and cruelty free questions. Key-words: Bags collection. Unisex fashion. Awareness. Slow fashion.

O presente trabalho consiste no desenvolvimento da moda aplicada aos acessórios, mais especificamente ao segmento de bolsas, gerando resultados além da questão estética, como representar conceitos, movimentos e ideias. Nos últimos anos a moda tem deixado de ser unicamente sinônimo do universo de luxo e vem se tornando parte do cotidiano das pessoas, e isso ocorre em razão da conscientização que aos poucos vem acontecendo. Viver a moda é respeitar aspectos sociais, econômicos e até mesmo ambientais. Partindo das pesquisas realizadas e metodologias aplicadas durante o desenvolvimento do projeto, este visa à criação de uma coleção de bolsas unissex, em contraposto da definição de gênero para produtos de moda, com foco voltado para a produção em baixa escala trabalhada no movimento do slow fashion, visando questões ambientais nos quesitos de sustentabilidade e cruelty free. Palavras-chave: Coleção de bolsas. Moda unissex.

ABSTRACT


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Bolsas em exposição Figura 2: Artesãs Indianas manifestando em apoio ao Fashion Revolution Day Figura 3: Manchete de jornal de Nova Iorque sobre o incêndio da Triangle Shirtwaist Company Figura 4: Principais diferenças slow fashion vs. fast-fashion Figura 5: Bolsas Yë para Ronaldo Fraga em SPFW20A Figura 6: Trabalhadores realizando o processo de curtimento Figura 7: Imagem do vídeo da campanha Behind the Leather, da PETA Figura 8: Estilo hippie Figura 10: Mick Jagger, em 1969 Figura 11: Representação da moda sem gênero Figura 12: Painel de público alvo Figura 13: Coleção verão 2018, Marc Jacobs Figura 14: Painel de tendências Figura 15: Painel semântico de tema Figura 16: Geração de alternativas Figura 17: Color story Figura 18: Carteiras Bo.ho Figura 19: Cartela de cores Figura 20: Cartela de tecidos Figura 21: Cartela de materiais e aviamentos Figura 22: Cartela de estamparia Figura 23: Coleção Bo.ho Figura 24: Protótipos confeccionados Figura 25: Prova de protótipos Figura 26: Confecção bolsas finais Figura 27: Editorial Bo.ho Figura 28: Editorial Bo.ho Figura 29: Editorial Bo.ho Figura 30: Editorial Bo.ho Figura 31: Editorial Bo.ho Figura 32: Editorial Bo.ho Figura 33: Editorial Bo.ho Figura 34: Editorial Bo.ho Figura 35: Editorial Bo.ho Figura 36: Editorial Bo.ho Figura 37: Editorial Bo.ho Figura 38: Editorial Bo.ho Figura 39: Validação com usuário Figura 40: Validação com usuário 2

O4 O9 1O 13 14 17 2O 23 24 32 34 35 36 38 4O 41 42 43 44 45 46 56 57 58 59 61 62 63 64 65 66 67 68 69 7O 71 72 8O 82


18 21 29 3O 31 39 74 75 76 77

Gráfico 1: Questionário de público alvo

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´ LISTA DE GRAFICOS

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Quadro explicativo do vegetarianismo e veganismo Tabela 2: Identidade de gênero Tabela 3: Análise de similares 1 Tabela 4: Análise de similares 2 Tabela 5: Análise de similares 3 Tabela 6: Mix de produto Tabela 7: Análise ergonômica 1 Tabela 8: Análise ergonômica 2 Tabela 9: Análise ergonômica 3 Tabela 10: Análise de viabilidade


´ SUMARIO

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Introdução

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Referencial Teórico

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Métodos de Pesquisa

Problemática O4 Justificativa O5 Hipótese O6 Objetivos O6

Moda e Sustentabilidade O8 Slow Fashion 12 Malefícios da Indústria do Couro 15 Vegetarianismo e Veganismo 17 Cruelty-Free 19 Agênero e Unissex 21 Agênero Introduzido à Moda 22

Análise diacrônica 26 Análise sincrônica 29 Pesquisa de Segmento 32 Público Alvo 33 Tendências 35 Tema e Conceito 37 Mix de Produto 39 Geração de Alternativas 4O Color Story 41

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Resultados

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~ Discussao e Análises

Cartela de Cores 43 Cartela de Tecidos 44 Cartela de Materiais e Aviamentos 45 Cartela de Tecidos 46 Fichas Técnicas 47 Seleção de Alternativas 54 Processos de fabricação 57 Produção Fotográfica 6O

Análise Ergonômica 71 Análise de Viabilidade 77 Validação com Usuários 78

O6 O7 ~ 83 Conclusao

^ Referenci as ´ cas Bibliografi


~ INTRODUCAO

A indústria da moda não se trata apenas de eventos e roupas superficiais, não se trata somente da estética, “a indústria da moda é responsável por 4,5% do PIB nacional e por mais de 2 milhões de empregos por todo o Brasil” (FERREIRA, 2016), e sua importância não está presente somente no setor econômico como também no dia a dia de milhares de pessoas, pois a moda se tornou uma das formas que muitos encontraram de se expressar e manifestar personalidades, comportamentos, gostos e orientações político-sociais. “Uma peça pode representar um símbolo de status social para uma pessoa, e para outra um período de crescimento pessoal” (FLETCHER, GROSE, 2011). Segundo o site Magnabosco a moda pode mandar diferentes recados, sejam eles explícitos ou não, a maior parte das vezes pode existir algum conceito por trás das criações e produções, sejam elas das mais simples como em estampas com protestos, ideologias, apelos e que induzem a reflexão sobre o mundo contemporâneo, até das mais complexas envolvendo uma grande produção e magnificência de detalhes. As pessoas vão obtendo e conquistando uma maior conscientização do mundo ao seu redor, buscando alternativas mais simples e justas de se apreciar a vida, tanto ecologicamente quanto socialmente. Diante das mudanças climáticas, do esgotamento dos recursos naturais e outros problemas socioambientais relacionados à indústria de produção e consumo no cenário da moda, existem designers e estilistas que utilizam a moda para manifestar e expressar suas ideias, exigir e criar mudanças, através do trabalho de engajamento entre estilo e ativismo.

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Há os usuários e admiradores deste “ativismo fashion”, que buscam transmitir suas mensagens utilizando estes produtos, criando outros novos a partir destes mesmos e participando de manifestações e/ou debates relacionados aos mesmos temas. Neste âmbito dos movimentos sociais, o Fashion Revolution, originado na Inglaterra e presente atualmente em diversos países ao redor do mundo, empodera o consumidor com informações e incentivos, para que ele exija uma cadeia produtiva mais honesta e transparente dos produtos de moda (MACHADO, 2016). Seguidores de ideologias específicas as carregam em sua vida todos os dias, portanto se tratando, por exemplo, sobre a crueldade com animais, muitos optam em se tornar vegetarianos, veganos e/ou evitarem comprar produtos que não façam a utilização da pele animal, ou realize testes em animais. O serviço de identidade pode ser entendido nas palavras de André Carvalhal (2016, p. 85):

Ainda de acordo com Alinne, “Toda essa negociação interior com o externo remete quem somos ou o que queremos ser. Não basta apenas ser, tem que significar”. A moda passou a ser mais do que proteção e pudor, com o tempo a roupa pode ser considerada como adorno, uma segunda pele, onde reveste e lhe traveste o que cada pessoa gostaria de representar, ser e transparecer. É uma forma de limiar características interiores com as exteriores, caracterizando assim a moda como símbolo de configuração identitária pessoal e social, mesmo diante de toda a influência que a mídia e o mercado têm sobre ela, sempre será uma forma de comunicação sendo um ato de expressão individual. “Vestir o corpo sempre foi um dos meios pelos quais o ser humano produz significação. Essa motivação, de caráter tanto social quanto psicológico, mostra que a indumentária foi adotada como forma de expressão pela humanidade” (STEFANI, 2005). Ao mesmo tempo em que um indivíduo pode se diferenciar de um todo na sociedade, a sua maneira de ser reconhecido socialmente é por meio da moda. A apropriação dos signos de um produto, através de sua utilização, permite ao indivíduo exprimir seus valores, sua visão de mundo, seus conceitos e ideais. O consumo está diretamente ligado ao valor simbólico presente no produto, resultando na expressão existente no design de moda com a subjetividade, hábitos e preferências revelando a singularidade de cada um. Segundo Cintia Alinne em sua matéria “A moda como forma de expressão“ no site Update or Die! (2016):

A moda é uma extensão do corpo. Pode ser uma forma de ver e mostrar a vida. Ajuda a descobrir “quem somos”, como falamos há pouco. E também a revelar e construir nossa individualidade, como veremos agora – se você a encara como uma forma de expressão de identidade, um modo de flutuar pelo mundo, de ser novo a cada dia e ao mesmo tempo único. Ainda pode servir como passaporte para integração e socialização. [...] Para mim, boa moda é a que transmite significado, intenção. E a ruim, ainda que nos recorde algo, deixa escapar a essência.

Quando buscamos a moda como forma de expressão sentimos a necessidade de ser único. Essa unicidade vai além do contexto em que estamos inseridos, temos ânsia de liberdade e é isso que a moda nos proporciona: liberdade, identidade e fantasia. Nessa interação de conflitos entre o eu e a fantasia do ser, tentamos harmonizar o real e o imaginário. Você pode ter uma segunda pele e através dela ser quem quiser.

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Entretanto, apesar dos desfiles das grandes marcas terem apresentado discursos consistentes a esse respeito, o vestuário do fast-fashion, ao que a grande maioria do público tem acesso, não tem acompanhado esta mesma evolução. Há várias críticas a respeito da falta de originalidade e autenticidade nas propostas de algumas marcas (SANCHES, SCHMITT, 2016). A maioria das marcas de roupas considera de extrema importância a divisão de peças masculinas e femininas, porém, a nova geração de consumidores não se importa tanto com essa questão, havendo uma linha de pensamento mais direta e simples, “eu gosto, eu compro, eu uso”, sem muita análise de gênero para o produto que está sendo consumido (VASCONCELLOS, 2014). Diante das adaptações realizadas no mundo da moda, além de roupas e sapatos para todos os gêneros, as bolsas também passaram a ser mais utilizadas pelos homens do mundo contemporâneo perante as suas necessidades atuais de carregar mais objetos durante o seu dia a dia além de sua carteira, como celular, óculos, livros ou cadernos, notebook, entre outras coisas que passaram a ser importantes para serem transportadas de um lugar para outro, assim como as mulheres têm esta mesma necessidade. Esta Era marcada pelo uso de diferentes aparelhos digitais fez com que somente os bolsos das calças e blusas não fossem mais o suficiente para carregar seus pertences diários. Bolsas são vistas como um acessório feminino, porém, historicamente falando, sua origem foi dada como um objeto masculino. Não há data específica de sua criação, no entanto, no Egito Antigo há desenhos nas pirâmides em que mostram homens carregando sacos presos à cintura. Este mesmo modelo foi sendo levemente modificado e evoluindo até a Idade Média,

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´ 1.1 PROBLEMATICA

A questão do sem gênero vem sendo muito discutida atualmente, e a necessidade da distinção dos produtos em sessões femininas e masculinas não existe mais, pois virou uma forma de demonstrar que o mundo não se trata de uma questão de gênero, e sim de empatia por aquilo que se deseja ter ou ser. Esse assunto na moda questiona a imposição de modelagens, formas, cores, tecidos, estampas, cortes, entre outros aspectos para os sexos, porém, não há características biológicas que defina o que cada um deve usar. “Não estamos dizendo que vamos voltar no tempo e regredir em todos os aprendizados de modelagem para corpos masculinos e femininos, afinal, moda é sobre valorizar o corpo, sobre se sentir bem e falar algo sobre você sem precisar de palavras.” (MODEFICA, 2016). Agender, gênero neutro, gender free, genderless, gender blur, gender-bender, unissex, enfim, são variadas as formas de se referir a essa realidade e, aos poucos, desconstrói os “princípios” de feminilidade e masculinidade. A questão é que um produto de moda não tem a necessidade de ser direcionado somente a um sexo específico, o correto seria a exposição dos produtos para o público em geral e as pessoas que forem se identificando com o produto, consumindo-os automaticamente. Essa questão não se trata de impor às pessoas que elas não tenham gênero, mas que elas tenham a liberdade de expressar e serem quem quiser através de seus direitos de escolha de imagem diante a sociedade, lutando para evitar preconceito devido a sua forma de se vestir. Identidade de gênero é diferente de orientação sexual, e está ligada à como determinada pessoa se identifica na moda perante a sociedade. A moda sem gênero contribui positivamente para a liberdade de expressão pessoal sem limitações predeterminadas.


chegando ao século XIX onde foi que ganhou o nome de “handbag” (bolsa de mão), sendo utilizada pelos homens para bagagens de mão em suas viagens. No final do mesmo século foi quando a moda das bolsas femininas por fim tiveram grande sucesso, se tornando assim, um dos itens de maior desejo entre as mulheres, na medida em que os bolsos nas roupas masculinas foram ficando cada vez mais populares na época. A partir da necessidade do homem contemporâneo carregar consigo uma maior quantidade de pertences pessoais durante o dia a dia, atualmente, para muitos homens, a mochila é considerada a mais popular no universo masculino para o transporte de objetos, porém, ela pode não ser adequada para todas as ocasiões, devido a isso se deve haver uma maior variedade de bolsas que prezem a elegância, simplicidade e praticidade para serem adequadas para diferentes situações durante o dia, já que no mundo contemporâneo o dia a dia das pessoas vem sendo mais movimentado (SOUZA, s.d.).

A ideia que somos ou homens ou mulheres está enraizada em nossa cultura, mas experiências de pessoas que não se encaixam no gênero que nasceram mostram que sexo e gênero não são binários. Por que as roupas deveriam ser?

Fonte: Pinterest, 2017

Bain (s.d.)

Fig. 1 Bolsas em exposição

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1.4

JUSTIFICATIVA alternativas viáveis para que a pele animal seja substituída por outros materiais de qualidade e esteticamente agradáveis, para assim corresponder a um produto de devido padrão exigido pelo público, com o objetivo de causar o menor dano possível à natureza, evitando todo o processo desumano e inadequado que animais passam para ter a finalidade de servir como um adorno de status, e também os danos sofridos pelos trabalhadores desta área e do meio ambiente, visando trabalhos manualmente feitos, sem quaisquer tipos de explorações, passando por etapas de produção e confecção com a finalidade de serem destinados a um público que se sinta confortável, confiantes e satisfeitos por escolher um produto que abomina qualquer tipo de crueldade e trabalho incorreto ou impróprio. Todos estes cuidados nos processos de fabricação das bolsas se desenvolveram a partir do interesse do público em consumir produtos que tenham estes diferenciais na sua forma de se importar com o futuro da sociedade e meio ambiente. Dados obtidos a partir de questionário realizado online com 161 pessoas demonstraram que cerca de 40% do público tem algum tipo de interesse ou preocupação com a forma que produtos de moda foram produzidos ou por quem foram

A pesquisa será desenvolvida com o propósito de buscar-se atingir públicos de diferentes gêneros, não havendo restrição de um produto de moda produzido para um sexo específico, e sim, para aqueles que se identificarem com as causas apoiadas no processo de produção, o conceito e o visual do produto, obtendo um laço com seus processos prezando pela autenticidade e fidelidade a suas concepções de sustentabilidade ambiental e social. Sendo assim, outra forma de expressar quem somos enquanto pessoas na sociedade, por meio não só de peças de roupas, mas também com acessórios, como bolsas. Dentre os processos de fabricação, há a utilização dos conceitos do slow fashion, uma vez que prioriza a sustentabilidade socioambiental e conscientizando a forma de consumo das pessoas, valorizando a cadeia de produção dos produtos e fortalecendo a moda autoral do segmento, oferecendo produtos únicos que carregam a essência de sua criação, podendo proporcionar a expressividade de identidade, e resistam ao tempo e a sazonalidade da moda. . Bem como, seguindo o raciocínio das concepções do movimento slow fashion em suas questões sustentáveis, serão também utilizados os princípios do cruelty free para que sejam utilizadas

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Machine”, onde há a presença de alguns modelos sem gênero com numeração exclusiva até o número 44. Segundo a marca, a Melissa “ultrapassa as fronteiras entre feminino e masculino para criar uma linguagem de moda livre” (MORÉ, 2016). Diante destas adaptações, será desenvolvida uma coleção de bolsas que atinja o mesmo público que se identifica com estes produtos que não são definidos para gêneros específicos, além de que os satisfaçam por consumir um produto que defendem questões sociais no ramo da moda, a fim de passar adiante estas práticas sustentáveis fazendo com que haja mudanças significativas neste mesmo setor. Trata-se de mudanças para fazer com que a produção se torne mais humanizada, sem exploração de mão de obra, apoie o fim da crueldade animal para fins lucrativos neste mercado e a moda sustentável, agregando conceitos da economia solidária e conscientização ambiental e haja a valorização da moda autoral e local. Resultando em um processo para motivar os consumidores a se interessarem e sempre buscarem conhecimento e informações sobre o produto do qual estão consumindo, estimulando assim a honestidade no ramo da moda gerando valorização do trabalho pelo valor da sua produção e história a qual o produto carrega. Questões que juntas têm o poder de transformar e evoluir a indústria fazendo o consumidor repensar a sua forma de pensar e se vestir, agregando maior expressividade em sua identidade e promovendo a transformação social e cultural.

produzidos, sendo assim de extrema importância que estas informações estejam presentes na apresentação das bolsas, para que haja maior identificação do público a ser atingido com as causas defendidas pela marca. Não só roupas, como sapatos, acessórios e bolsas também fazem parte do vestuário, e tudo se resume em expressão e todo mundo pode e deve usar o que quiser e o que couber, independentemente do sexo, estilo, profissão ou qualquer outra característica que defina paradigmas estéticos e sociais. Promover bolsas sem gênero também buscará uma representação leal aos anseios de expressão do seu público alvo, especialmente com outras causas sendo também defendidas, relacionadas ao meio ambiente, mão de obra e autoralidade, em sua fabricação, resultando na expressão por uma linguagem não verbal. (ANOTHER PLACE, 2016). Conforme o tempo vai gerando novos padrões no cenário da moda, o sem gênero vem sendo representado por diferentes estilistas em diferentes setores atualmente, sendo inicialmente trabalhado no vestuário como campanhas lançadas pela Zara, em 2016, com a coleção chamada Ungendered e C&A, também em 2016, com a campanha chamada “Tudo lindo e misturado”. Assim como no vestuário, o setor dos calçados também passou a ter este diferencial, longe de qualquer categorização, tendo como exemplo a marca de calçados Melissa, em que em sua coleção de inverno 2016 lançou diferentes sapatos inspirados no corpo como plataforma da expressão pessoal na coleção titulada de “Dance.

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´ 1.2 HIPOTESE

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1.3

1.3.1

OBJETIVOS OBJETIVO GERAL

Desenvolver um projeto de Design de Moda para o segmento de bolsas unissex, utilizando os princípios do Slow Fashion e Cruelty Free. 1.3.2

Gerando uma maneira diferente de pensar sobre um novo consumo de moda partindo da ideia de conscientizar o consumidor dos seus propósitos na hora de comprar novos produtos, pretende-se criar uma marca de bolsas que ao entrar no mercado não possua especificação de gênero para se atingir, apenas ocorra a identificação do consumidor com o produto e as causas envolvidas. Considerando as necessidades de expressão na indústria da moda e do público que se deseja alcançar, a ideia é a utilização dos princípios do slow fashion em seus processos de fabricação, para valorizar o trabalho feito manualmente em baixa escala prezando pela qualidade incorporando recursos sustentáveis e estimando a moda autoral. Essa abordagem lenta intervém como um processo revolucionário no mundo contemporâneo para incentivar o maior tempo de fabricação para garantir qualidade, criatividade, ética, e para dar valor ao produto devido a sua conexão com o meio ambiente. Também serão utilizados os princípios do cruelty free, em complemento à visão sustentável do slow fashion, para evitar impactos negativos no meio ambiente produzido pela indústria do couro no setor da moda, como todo seu processo negativo na indústria relacionado ao meio ambiente com o abate de animais para esta finalidade supérflua diante da variedade de materiais existentes atualmente para serem substituídos para a mesma finalidade. Com isso, busca-se obter a individualidade das pessoas, impulsionando a expressividade na moda autoral gerando um significado diferente para aqueles que estão utilizando estes produtos, não apenas pela beleza física, mas pela história de todo seu processo de produção e conectividade ambiental, havendo ao final a identificação do público com o produto através não só da aparência, mas também com a história contada pela marca por meio do produto e a forma com que trabalha a sustentabilidade ambiental e social em seus detalhes, despertando o lado afetivo e expressionista do consumidor, para trabalhar o desenvolvimento da qualidade do ambiente global. O propósito que se deseja alcançar é a valorização da cultura local que junto carrega uma história com valores de sustentabilidade, consciência social e cultural, e defesa do comércio justo, a fim de fazer com que o consumidor reflita sobre as consequências da compra de produtos dos quais ocultam seus impactos sociais e irregularidades de produção em massa e crueldade humana e animal em seus processos de confecção.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos do trabalho são: Pesquisar estilo de vida, necessidades e propósitos que o público alvo defende e busca vivenciar. Pesquisar o conceito do Slow Fashion para introduzi-lo à coleção. Utilizar os princípios do Cruelty Free. Solucionar funções estéticas e questões do âmbito ambiental com materiais que sejam ecologicamente corretos, constatando o uso desnecessário do couro. Desenvolver uma coleção de bolsas unissex a fim de incrementar a moda autoral do segmento.


2.1 moda e sustentabilidade

^ REFERENCIAL ´ TEORICO

A vertente da moda que adere às práticas produtivas éticas e ecológicas vem constituindo um vasto campo sustentável que vem sendo progressivamente reconhecido e apoiado conforme os anos vão se passando, aonde cada vez mais marcas, estilistas, designers e consumidores vêm se identificando mais com os resultados positivos que este segmento traz ao mundo e a sociedade. Porém, quando o assunto é sobre moda e sustentabilidade, se trata de um vasto assunto sobre diferentes casos que estão envolvidos (MACHADO, 2016). Falar sobre este assunto é muito mais do que apenas questões ambientais, é também falar sobre questões sociais e éticas, como o comportamento da sociedade enquanto consumidores, materiais utilizados, metodologias efetuadas, mão de obra nas indústrias, entre outros assuntos concernentes, pois, o real impacto causado devido às escolhas na hora da compra dos produtos de moda quase nunca é considerado ou notado. Em meio às mudanças de hábitos vigentes na sociedade, com o tempo, um deles vem despertando o interesse de muitas pessoas nos últimos anos. Trata-se do consumo consciente voltado para a moda. Este assunto se refere ao interesse dos consumidores em buscarem informações sobre o produto que estão comprando e reconhecer a importância dele e seu significado através da produção. Há de se pensar na necessidade de se obter o produto e quais os impactos que a compra do mesmo irá resultar (LEVY, 2016).

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Este e outros estudos comprovam este mesmo fato sobre o impacto negativo que a moda pode gerar não só no mundo, mas também em nós mesmos como consumidores devido a essa influência das redes de moda rápida ao consumo desenfreado. Vivemos sob a presença da cultura de que “mais é melhor”, promovendo a indústria da moda a continuar produzindo mais, mantendo o nível de desejo necessário, para que assim, o consumo possa sustentar a indústria (FLETCHER, GROSE, 2011). Diante desta realidade, em 2013, foi criado o movimento do Fashion Revolution, em Londres, pelas designers e ativistas Carry Somers e Orsola de Castro. Esta iniciativa se surgiu com o objetivo de conscientizar os consumidores de evitar práticas antiéticas relacionadas ao mundo da moda e lutar por um mercado fashion mais humano, sustentável e seguro, originando assim o Fashion Revolution Day, no dia 24 de abril. A campanha faz o uso das redes sociais para ser promovida, onde as marcas que à apoiam ao redor do mundo tiram fotos com as frases do movimento para divulgação e suporte, fazendo com que os consumidores reflitam com as seguintes perguntas, “Quem fez sua roupa? Que materiais utilizaram? De onde elas vieram? Como foram feitas?”, como ilustra a imagem abaixo em apoio à campanha com artesãs da Índia (CARVALHAL, 2016).

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Figura 2: Artesãs Indianas manifestando em apoio ao Fashion Revolution Day

Fonte: Passion Lilie, 2015

Além de questões sustentáveis, devem ser ressaltados os processos de fabricação que os produtos de moda passam para serem produzidos na questão de sua mão de obra. Trata-se de um assunto muito importante pelo qual muitas indústrias optam em esconder esta realidade inadequada e absurda a qual vivem os empregados destas indústrias. No “mundo fashion” há esse lado oculto em que a grande maioria dos consumidores não sabe ou sabem e preferem ignorar. A partir dos anos 80, devido à descentralização de produção e negociações, juntamente com o capitalismo, a indústria da moda criou um novo padrão de consumo: baixo custo de produção, rápida defluência da distribuição e preços atrativos. “...Cerca de 80 bilhões de roupas são vendidas em todo o mundo” ocorrendo anualmente. Como exemplo deste modelo de negócio no mundo da moda, temos uma das maiores empresas precursoras do mercado fast fashion global, a rede espanhola Zara, em que trabalha com um sistema logístico para eliminar os estoques e renovar as vitrines a cada semana, a empresa trabalha com o que há de novidade no mundo da moda, trazendo em suas lojas modelos similares aos que se encontram nas passarelas da Alta Costura e do Prêt-à-porter , porém, em alta escala de produção com a desvalorização da cadeia de produção (TANJI, 2016). Nos últimos anos, impactos negativos causados pelo sistema fast fashion predominam notícias em todo o mundo sobre este universo oculto da moda, porém, nunca acabam sendo abordados de maneira profunda e abrangente. Como observado no documentário The True Cost (2015), o que muitos não sabem é que quanto melhor o desempenho da indústria da moda, piores são os seus efeitos. Trata-se de uma indústria que é responsável por empregar cerca de 40 milhões de pessoas, das quais 85% são mulheres. Produtos com um ciclo de vida curto são ofertados nas lojas de fast fashion, impulsionando ao consumismo. Ser sustentável também se trata de evitar este consumo excessivo que pode resultar na compra de produtos que muitas vezes podem até nunca serem usados. Segundo Lee (2009), “uma pesquisa em Churchill Home Insurance descobriu que, em média, as mulheres compram anualmente 14 peças de roupa que jamais usarão”.


das Mulheres, dia 8 de março, em memória às 129 mulheres vítimas das condições precárias em que viviam na Triangle Shirtwaist Company em Nova Iorque, que morreram no incêndio do prédio no dia 25 de março de 1911. O que tornou a acontecer em 2013 em Bangladesh, com o desabamento do Rana Plaza que acarretou a morte de pelo menos 377 trabalhadores (BCC, 2013; COLERATO, 2016).

Fonte: Modefica, 2016

No Brasil, o que ocorre não é muito diferente que no resto do mundo, se tratando do trabalho escravo o ciclo é o mesmo o qual pessoas de outros países passam vivendo esta realidade em busca de melhores condições de vida. No território brasileiro isto acontece com, principalmente, migrantes de países como Bolívia, Peru, Paraguai e Haiti, em que muitos acabam destinando-se ao setor têxtil. Estes migrantes inicialmente se endividam com suas passagens para sair de seus países, após isso, para saldar a dívida, passam absurdas horas trabalhando ilegalmente, aonde a jornada pode durar até 16 horas, em condições precárias, pois geralmente estes trabalhadores vivem e trabalham nestes locais o qual abrigam um número de pessoas que não é compatível ao tamanho do lugar. Além disso, os trabalhadores chegam a ser muitas vezes, ameaçados, para que continuem submissos, e devido às suas condições irregulares de migração, não podem denunciar as autoridades, pois, não têm seus documentos ou porque o empregador retêm seus passaportes. Toda essa situação configura o crime de trabalho escravo, que é caracterizado segundo a lei brasileira com os seguintes elementos especificados: condições degradantes (aquelas que excluem o trabalhador de sua dignidade), jornada exaustiva (que impede o trabalhador de se recuperar fisicamente e ter uma vida social), trabalho forçado (manter a pessoa no serviço por meio de fraudes, isolamento geográfico, retenção de documentos, ameaças físicas e psicológicas, espancamentos e até assassinatos) e servidão por dívida (fazer o trabalhador contrair ilegalmente uma dívida e prendê-lo a ela). “De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, entre 2003 e 2014, foram fiscalizados 34 casos de trabalho escravo, dos quais foram libertados 452 costureiros de oficinas fornecedoras de marcas populares e de “grife”, cuja maioria se encontrava no estado de São Paulo” (BARROS, 2016). Segundo André Carvalhal (2016, p.191) “A Walk Free Foundation confirmou numa pesquisa que 78% dos consumidores brasileiros deixariam de comprar uma peça se soubessem que foi feita com trabalho escravo. E 94% trocariam de marca por uma associada a uma boa causa.” Um dos motivos da importância da discussão deste assunto manifestou-se após o marco da declaração do Dia Internacional

Figura 3: Manchete de jornal de Nova Iorque sobre o incêndio da Triangle Shirtwaist Company

O desafio provocado pelo processo de sustentabilidade é de fazer com que a indústria da moda mude para melhor. Alterando-se assim para um sistema menos poluente, mais eficaz e mais respeitoso do que atualmente. Segundo estudos, 80% dos recursos naturais da Terra são consumidos por 20% da população mundial, acarretando então em mudanças climáticas associadas ao estilo de vida da sociedade enquanto consumidor (FLETCHER, GROSE, 2011). De acordo com Carvalhal (2016, p. 196) “a indústria da moda foi a segunda atividade mais poluidora do século XX, perdendo apenas para a do petróleo.”.

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A expressão “sustentabilidade ambiental” refere-se às condições sistêmicas a partir das quais as atividades humanas, em escala mundial ou em escala local, não perturbem os ciclos naturais além dos limites de resiliência dos ecossistemas nos quais são baseados e, ao mesmo tempo, não empobreçam o capital natural que será herdado pelas gerações futuras. Manzini, 2008 Séculos atrás, como resposta à industrialização, acredita-se que o movimento ambiental se iniciou. Após a Segunda Guerra Mundial e outros episódios que trouxeram impactos negativos ao meio ambiente durante este período, a visão ambiental passou a ser um fenômeno global. Devido a esse avanço da sociedade com apreensões sobre o uso saudável e sustentável do planeta e de seus recursos, a ONU convocou a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em 1972, na Suécia, para um evento que ficou registrado em consequência do “Manifesto Ambiental” realizado estabelecendo bases para a nova agenda ambiental do Sistema das Nações Unidas, com 19 princípios que o representam (ONU BRASIL, s.d.). De acordo com a Declaração da Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente (Estocolmo, 1972), parágrafo 6: Chegamos a um ponto na História em que devemos moldar nossas ações em todo o mundo, com maior atenção para as consequências ambientais. Através da ignorância ou da indiferença podemos causar danos maciços e irreversíveis ao meio ambiente, do qual nossa vida e bem-estar dependem. Por outro lado, através do maior conhecimento e de ações mais sábias, podemos conquistar uma vida melhor para nós e para a posteridade, com um meio ambiente em sintonia com as necessidades e esperanças humanas…

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Em 1987, o Relatório Brundtland, “Nosso Futuro Comum”, publicado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também apresentou conceitos de desenvolvimento sustentável, definindo-os em “encontrar as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades” (ONU BRASIL, s.d.). O relatório evidencia a contraposição que há entre o desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo, levantando propostas como o mantimento do crescimento econômico juntamente da consideração das questões ambientais e sociais. Porém, mesmo com a criação do Relatório a fim de trazer reflexões à humanidade, o sistema continuou funcionando da mesma maneira até o momento. Em consequência, a sociedade se dirigiu cada vez mais à insustentabilidade. Ao se referir à sustentabilidade ambiental, há a consciência de que ações práticas devem ser concretizadas, porém, a sociedade é composta por indivíduos que apresentam valores básicos diferentes de uns para os outros, sendo necessário um processo de aprendizagem social para que os conceitos de qualidade de vida e bem estar sejam ponderados. Devido a isso, há a necessidade da mudança nos padrões comportamentais das pessoas, relacionados à criação de novos conceitos de estilo de vida, produção e consumo. A ideia de bem estar coletiva vem sendo associada ao acesso a produtos e serviços, em parâmetros exacerbados, tornando-se um conceito insustentável nos dias de hoje, tanto em termos ecológicos, por meio do consumo de capital natural, quanto em termos sociais, pela falta de acesso da maior parte da população a estes produtos que se caracterizam em seus desejos de consumo (MANZINI, 2008). Conforme Manzini (2008) deve haver um maior interesse e disposição em buscar de uma maior sustentabilidade no sistema, se tratando especialmente do modelo de consumo, não só na agressividade ambiental destes produtos. O paradigma a ser rompido é o modelo de que onde “mais produtos” equivalem a “maior bem estar”, como citado pelo próprio autor: “O que tem que acontecer, e, na prática, já está acontecendo, é uma descontinuidade sistêmica: uma forma de mudança em cujo final


do sistema em questão será diferente, estruturalmente diferente, aquilo que tivemos conhecimento até hoje” (MANZINI, 2008). No que se refere o processo de aprendizagem social para que se atinja a inovação social com a finalidade de criar novas oportunidades, capacitando à imaginação de futuros alternativos e vislumbrando mudanças em atividades cotidianas, promovendo a mudança social diretamente à sustentabilidade, tanto social, quanto econômica e ambiental. A sustentabilidade ambiental inserida especificamente na moda é um processo no qual, considerações para impactos éticos e ambientais são feitas a fim de reduzir o potencial impacto sobre o planeta e seres humanos. O objetivo da moda sustentável é fazer parte de um sistema que pode ser apoiado indefinidamente em termos de ambientalismo e responsabilidade social. A moda sustentável visa produzir produtos de forma sustentável, dentro de um processo ético, trazendo durabilidade devido a uma qualidade superior. Considera-se que todo o ciclo de um produto, desde a sua criação ao seu uso e vida útil, obtenha uma composição sustentável para que seja classificado como moda sustentável, contribuindo assim para o modelo de inovação social voltado para a questão do consumo. Precisa ser resgatada a conexão do ser humano com a natureza, pois com o passar do tempo as pessoas foram perdendo a consciência e esquecendo que a natureza também é uma vida (plantas, águas, pessoas, animais...). “Somos parte deste grande organismo vivo chamado planeta Terra.” (CARVALHAL, 2016, p. 195).

2.1.1 slow fashion

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A partir do ano de 1980 a preocupação com questões sociais e ambientais passaram a ser maior entre as pessoas. Devido ao mundo acelerado das indústrias o qual já estava sendo vivenciado, houve a precisão da desaceleração dos mesmos. Foi criado então, na mesma década, na Itália, o slow-food, em oposição ao fast-food, comida rápida e prejudicial não só para a saúde, mas para o meio ambiente também. Muitas pessoas passaram a ter maior interesse na busca por uma alimentação de maior qualidade e relações mais justas de consumo e produção de alimentos. Assim como o fast-food, o fast-fashion também resulta em impactos negativos nas mesmas questões como a saúde e meio ambiente. Em oposição ao fast-fashion, que visa à produção em massa com o objetivo de manter o consumo excessivo do público em busca de maior faturamento, e carrega também um preço oculto para o meio ambiente e para os trabalhadores desta cadeia de produção, o slow fashion, criado pela inglesa Kate Fletcher, consultora e professora de design sustentável do britânico Centre for Sustainable Fashion, é um movimento político-cultural de moda, no qual, há conceitos de consumo consciente, valorização da cadeia de produção, sustentabilidade socioambiental, criação de produtos atemporais e diversidade e mão-de-obra social, procurando respeitar aspectos sociais e econômicos (MIRANDA, 2014).


Outro item seria a precisão de desenvoltura, se concentrando na utilização de materiais locais, quando possível para apoiar o desenvolvimento de empresas e competências locais, fortalecendo a cultura comunitária da região. Há também a necessidade do mantimento da beleza e qualidade, privilegiando o design clássico sobre as tendências futuras que irão contribuir para a longevidade das peças confeccionadas, obtendo-se então atemporalidade sob suas peças. Ademais, a rentabilidade é indispensável, pois é preciso sustentar os lucros e aumentar a sua visibilidade dentro do mercado. Os preços podem ser maiores devido à incorporação de recursos sustentáveis e salários justos devido aos seus processos manuais e sua desaceleração da indústria. E por fim, a consciência, para decisões serem tomadas baseadas em paixões pessoais, e na consciência da conexão com os outros e do meio ambiente, bem como a vontade de agir de forma responsável. Dentro do movimento slow fashion, isso se torna visível pelo desejo de fazer a diferença no mundo de uma maneira mais criativa e inovadora. Todas estas principais questões defendidas pelo movimento podem ser observadas na imagem abaixo, em que trás a comparação do que está sendo transformado em oposição ao fast-fashion (MIRANDA, 2014; QUEIROZ, 2014).

A criação do slow fashion tem como um de seus objetivos, apoiar a sustentabilidade ambiental, como uma alternativa ao cenário atual das indústrias de moda se motivarem a fazer o mesmo, se tornando um processo revolucionário para assim obter uma produção de qualidade e de consciência, obter também valor justo ao produto e contemplar a conexão com o meio ambiente pela redução de matérias-primas. Além disso, é um movimento que proporciona a diversidade ecológica, social e cultural, pois há como modelos de negócios inovadores e diversificados como designers independentes, feirinhas de moda, lojas incubadoras (onde abrigam e vendem produtos de novos estilistas), brechós, lojas que vendem peças de segunda mão ou vintage, ateliês e artesãos que produzem com materiais reciclados, lojas de aluguéis de roupa, clubes e oficinas de tricô local e eventos de doação ou troca de peças do vestuário são todos reconhecidos no movimento (CARVALHAL, 2016). Outros itens que são praticados pelo movimento é o respeito e reconhecimento de acordo com as necessidades humanas, visando a co-criação de produtos oferecendo moda com significado emocional.

Fonte: Review, 2014

O mercado de moda se estabelece a partir do caráter efêmero desta. Fato que incentiva, juntamente com os preços acessíveis e a facilidade gerada com o advento tecnológico, o consumo acelerado, uma das principais características do fast-fashion. Este tem como objetivo a produção e venda acelerada, tornando-se primordial um conhecimento prévio do desejo do consumidor para depois haver a fabricação dos produtos, propiciando a redução dos riscos de venda HOFFMANN, 2011, p. 4

Figura 4: Principais diferenças slow fashion vs. fast-fashion

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em consequência de os consumidores não conhecerem os fabricantes e a origem dos materiais utilizados. Em nome da estética e eficiência de produção, os produtos perdem o valor relacionado à sua história, não possuindo significado e devida importância para se tornar um objeto de desejo. “Estudos revelam que 90% das roupas são jogadas fora antes do fim de sua vida útil” (FLETCHER, GROSE, 2011). Por essa razão, deve-se haver uma vida útil otimizada, que pode ocorrer de diferentes maneiras, sendo com o material produzido ou o significado em que carrega, ambas as formas podem tornar um produto “durável” por considerar índices emocionais e culturais, contribuindo assim, para uma conectividade emocional e também para a sustentabilidade. Além deste propósito que o slow fashion apresenta, ele também trabalha a questão do desenvolvimento da cultura local, pois faz parte da produção e significado de um produto tanto quanto sua metodologia de construção. Haver esta valorização da produção local é contribuir para a diversidade cultural carregando o conceito de um estilo de vida inspirado na temática regional. Esse ramo autoral é trabalhar a autenticidade e chamar a atenção dos consumidores para os seus hábitos de consumo, é compartilhar a visão de mundo através de produtos que contam uma nova história de maneira consciente e ética, trazendo personalidade, carregando a essência de novos criadores. A moda autoral é a manifestação artística que exprime a verdadeira identidade de uma cidade (FLETCHER, GROSE, 2011). A moda autoral vem crescendo muito no Brasil nos últimos anos em busca desta valorização da cultura local, permitindo com que o criador possa se expressar e o consumidor possa encontrar cada vez mais estas possibilidades de se vestir com aquilo que o representa, atingindo a liberdade que se deseja e contribuindo para a originalidade e identidade local. Em Curitiba, a moda autoral vem ganhando espaço, e abriga inúmeras marcas com diferentes segmentos de produtos e todas com o mesmo proposito baseado na baixa escala de produção visando à valorização de seus produtos para a cultura local da cidade. Como exemplo deste crescimento das marcas autorais alternativas

O movimento tem o apoio do estilista Ronaldo Fraga, e crê na difusão do slow fashion no Brasil, principalmente por ser uma organização que procura valorizar os produtos locais e genuínos. "Tenho colegas na Argentina, Chile e Uruguai que já incluem nas etiquetas de suas roupas a alcunha 'moda lenta'”, afirma o estilista. No Brasil, diz Fraga que ainda não houve apropriação efetiva do conceito, embora alguns estilistas tenham iniciado a busca por uma produção mais sustentável (QUEIROZ, 2014). Pesquisas confirmam que os consumidores estão se preocupando cada vez com o processo de produção das roupas na indústria têxtil, como quem as produzem como são tratados e em como o processo de fabricação afeta o meio ambiente. Para operar atualmente no ramo da moda conta como um diferencial estar dentro dos princípios éticos e sustentáveis envolvendo a combinação de estratégias que visem à proteção, a sustentação e a melhoria da utilização dos recursos humanos e naturais que serão necessários para o futuro de todos, pois, ao citarmos indústria da moda, automaticamente questões como exploração de mão de obra barata e utilização de recursos não renováveis vêm à cabeça, se tratando do ritmo produção, consumo e descarte (LEE, 2009). Para isso, o slow fashion propõe um novo pensamento sobre o momento atual, tendo uma relação exclusiva com o tempo devido ao slow remeter à atenção sob cada processo que está sendo desenvolvido. “Representa uma visão de mundo diferente, que especifica um conjunto distinto de atividades de moda para promover o prazer da variedade, a multiplicidade e a importância cultural da moda dentro de limites biofísicos” (FLETCHER, GROSE, 2011, p. 128). Este novo conceito tende a impulsionar a proximidade com o consumidor, favorecendo que os profissionais debatam mais sobre cada criação, permitindo uma maior interação entre estilista e fornecedor, fornecedor e produto e produto e consumidor, trazendo junto à ideia de “qualidade ao invés de quantidade”, como defendido por Fletcher e Grose. Questões como o afeto dos produtos de moda devem ser desenvolvidos e melhorados nesta indústria, pois, devido ao sistema de alta velocidade de produção dos fast-fashions, as mercadorias acabam sofrendo uma despersonalização,

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curitibanas, pode-se citar a Novo Louvre que em junho de 2016, migrou sua loja física do Centro Histórico de Curitiba para o Shopping Pátio Batel, o mais conceituado da cidade em que reúne marcas de luxo como Burberry, Prada e Versace (MICHELLE, 2016). Outro exemplo são as bolsas feitas em madeira e couro da marca curitibana Yë, que ganhou reconhecimento em todo o Brasil por estarem presentes nas passarelas de Ronaldo Fraga no SPFW20A no ano de 2015. Suas bolsas são produzidas a partir de um processo lento de fabricação, pois são produtos feitos à mão, a partir da técnica do upcycling (EVEN MORE, 2016).

´ maleficios da indústria do couro

A qualidade dos produtos de moda atualmente está relacionada a seu valor agregado a alguma marca, porém, ao considerar um produto de qualidade, principalmente se tratando de bolsas, logo é associado o couro pela sua resistência e durabilidade. Muitas pessoas esquecem-se dos procedimentos dessa indústria cruel e desumana que é a produção de produtos e acessórios com peles e couro animal para a finalidade serem apenas uma questão de status e luxo, fazendo com que algumas pessoas se sintam bem e superiores por estarem enfeitando seus corpos, transportes e lares com a pele de animais. A maior parte da pele animal é originada de vacas, e sua grande maioria vem da China e da Índia, as duas líderes mundiais na exportação de couro do mundo. Na China, não existem ainda leis que protejam estes animais criados em fazendas de maus tratos, porém, além das vacas, muitos outros animais como cobras, jacarés, cabras, porcos, carneiros, cães, gatos e outros mais passam por estes mesmos procedimentos intensos de exploração, com dor, espancamentos e envenenamentos para que cheguem as lojas de varejo e não é demonstrado ao consumidor em suas etiquetas. Assim Marciano descreve a complexidade desse problema real em sua matéria “O sofrimento dos animais na terrível indústria do couro” no site Anda (2013):

Fonte: Yecwb, 2017

Figura 5: Bolsas Yë para Ronaldo Fraga em SPFW20A

2.2

Todas estas questões que fazem parte do movimento do slow fashion trabalham no intuito de fazer com que o consumidor deixe de exagerar no consumo e passe a exagerar no uso de um produto feito para proporcionar durabilidade, produzido em pequena escala e com identidade, fortalecendo assim a economia da sua cidade e de seu país.

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Como se já não bastasse, há outra área que também acaba sendo prejudicada em meio a todos esses procedimentos para a finalidade de produzir apenas algum artigo de luxo ou decorativo. O outro prejudicado em toda essa história, é o meio ambiente, pois, a maior ameaça gerada é o despejo dos lixos produzidos durante os processos, sendo eles líquidos e sólidos, que contêm restos de cromo e outros componentes prejudiciais. Curtir uma tonelada de couro resulta geralmente de 20 a 80 m³ de água com concentrações de cromo de 250 mg/L e concentração de sulfeto de mais ou menos 500 mg/L à poluindo, e se tratando do lixo sólido, 70% da pele não tratada no processo de curtimento, pelos, gorduras, carne e tendões, são todos descartados de forma inapropriada. Isso acontece muito em regiões sem intensos padrões de proteção ambientais, o que caracteriza as principais regiões onde o couro é produzido, China, Índia e Bangladesh (TARANTOLA, 2014). Para abolir essa exploração, depende unicamente dos consumidores, dando um basta no consumo destes produtos, os quais estimulam a crueldade em nome da vaidade, em tempos onde não há mais essa necessidade.

2.3 vegetarianismo e veganismo

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São diversas as razões para se tornar um vegetariano ou vegano, podem elas ser por questões de saúde, ambientais, defesa animal, econômicas, religiosas ou espirituais, no entanto, pesquisa realizada em 2009, pelo Centro Vegetariano (CV), Associação APV. Ao serviço do Vegetarianismo, o principal motivo com que as pessoas escolhem ser vegetariano é por questões éticas (CENTRO VEGETARIANO, s.d.). Porém, primeiramente deve ser compreendida a diferença entre as duas definições, para após isso, buscar compreender sobre o assunto e os motivos pelo qual fazem as pessoas apoiarem estas causas. Pessoas das quais não consomem nenhum produto de origem animal, tanto alimentícios, como carne, leite e seus derivados, quanto como produtos que realizam testes em animais, como remédios, xampus e cosméticos em geral, são veganas. Os veganos evitam qualquer tipo de sofrimento e crueldade animal, e sempre estão atentos com relação às marcas e empresas que possam estar envolvidas neste tipo de exploração. Pessoas das quais buscam evitar o consumo de todo tipo de carne, seja ela vermelha, frango ou peixe, são vegetarianas, porém, continuam se alimentando com outros produtos de origem animal, como ovos e laticínios. Vegetarianos algumas vezes são criticados por veganos, pois, eles discursam ser contra o sofrimento animal tendo esta preocupação somente na hora de se alimentar e logo em seguida podem comprar algum produto que realiza teste nos animais, ou


Quando viajam de trem, até 900 vacas são amontoadas em um vagão que deveria suportar um máximo de 80 a 100 e, na chegada, de 400 a 500 estão mortas. Em algumas rotas nem há trens e no lugar deles, amarram as vacas e as levam a pé. Para que continuem a andar incessantemente, as vacas não podem descansar ou beber água e os trabalhadores as espancam nos ossos do quadril onde não há gordura para amortecer os golpes, quebram suas caudas para força-las a se levantarem e as atormentam esfregando pimenta e tabaco em seus olhos. A indústria de couro gera mais de um bilhão de mortes de animais todos os anos, especificamente se tratando somente do setor da moda, e não só os animais como há pessoas também que se prejudicam trabalhando nessa área, pois, na indústria são utilizados produtos químicos extremamente fortes e cancerígenos, como formaldeído, mais conhecido em sua forma líquida como formol, e derivados do alcatrão de hulha, ácidos, bases, solventes, desinfetantes e outras químicas nocivas que são seriamente tóxicas à saúde. Pesquisas realizadas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA revelou que em certos países o risco de se desenvolver câncer é de 20% a 50% maior em trabalhadores dessas indústrias de couro. Ou seja, não são “só” os animais que os consumidores desse tipo de produto prejudicam (THEGREENESTPOST, 2014). Estudos atuais da Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Câncer (IARC) também encontrou estes problemas de saúde relacionados ao trabalho no processo de curtimento do couro que resultam no câncer, nas cavidades nasais, bexigas e testículos, associados com a utilização de tintas e solventes empregados no final do processo, não só eles como também no pulmão e no pâncreas, associados ao pó do couro e

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Figura 6: Trabalhadores realizando o processo de curtimento

Fonte: Gizmodo Brasil, 2014

ao curtimento, porém o maior risco é o câncer respiratório, obtido por meio da ligação entre os compostos de cromo hexavalente (Cr(VI)), classificado como cancerígeno aos humanos pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), pela IARC e pela Organização Mundial da Saúde, pois, dependendo de como é absorvido pelo indivíduo, ele pode afetar o sistema respiratório obstruindo a passagem do ar. De acordo com o Doutor G. Asokan pelo site Gizmodo Brasil (2014), ele recebe de seis a oito pacientes por semana com doenças de pele ou asma, em consequência do processo de curtimento. Segundo Asokan, “Eu estimo que 40% dos trabalhadores dos curtumes têm problemas de saúde por estarem em contato direto com os produtos químicos”. Como relatado por um próprio curtidor para o site The Ecologist (2012), “[Durante] os últimos quatros anos eu não trabalhei mais do que dez dias por mês. Se eu trabalho mais, a coceira começa. É insuportável. A pomada do médico não ajuda muito. Mas eu tenho que trabalhar, para a minha família poder viver”, conta Venkatesh, de 51 anos, em que sempre trabalhou em curtumes removendo o pelo das peles em poços de cal, como ilustra a imagem abaixo. Os trabalhadores não só correm este perigo, mas também muitos outros pela falta de proteção adequada, que são eles exposição e queimaduras por cal, ferimentos causados pelo maquinário pesado ou lâminas de esfola, são perigos reais e comuns para quem vive nesse meio (TARANTOLA, 2014).


Tabela 1: Quadro explicativo do vegetarianismo e veganismo

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Fonte: Mega Curioso, 2017

humanitário e conscientização de muitas pessoas. “A produção de um hambúrguer consome 2400 litros de água, o que corresponde a mais de dois anos de consumo na vida de uma pessoa, enquanto um quilo de couro pode fazer acessórios gasta mais que um quilo de carne para alimentação.” (CARVALHAL, 2016, p. 199). O principal objetivo destas duas causas, e mais especificamente da vegana, como explica Hamann (2015), “é a libertação animal em todas as frentes possíveis, incluindo mercado, alimentação, trabalho forçado e entretenimento.”. Por mais que muitos tenham a ideia de que o vegetarianismo é uma dieta, a sua causa é muito maior e envolve valores éticos pra muitas pessoas. Os veganos podem também receber diferentes termos, como o de ovolactovegetarianos, lactovegetarianos e vegetarianismo estrito, como mostra a tabela abaixo, tudo depende da “dieta” a qual a pessoa está se submetendo como descrito na primeira coluna, porém, o veganismo se trata da dedicação completa a favor do fim da crueldade com animais e seu consumo (HAMANN, 2015).

consumir algum produto de moda feito a partir da pele dos mesmos, classificando assim por veganos como uma “prática pela metade”. A crueldade com os animais acontece em todos estes setores (ESTILO VEGAN, 2017). Este cenário da indústria da carne acompanha-se de dados chocantes em que muitas pessoas não imaginam as consequências geradas por este setor. Segundo a AMBIEC, Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, só no Brasil, atualmente é produzido 10 milhões de toneladas de carne bovina, de acordo com o IBGE mais de 6 bilhões de animais são mortos anualmente pela pecuária (IBGE, 2016). O assassinato de animais que estão base da pirâmide de um sistema que (re)cria e desenvolve outros ciclos de violências e de mortes, humanas e ambientais. Segundo o documentário Cowspiracy: O segredo da Sustentabilidade (2014), a pecuária vem se transformando em uma indústria cada vez mais inviável de ser utilizada atualmente no mundo, pois, não há animais suficientes para atender à demanda atual e nem formas sustentáveis de dar conta desta demanda. Essa indústria é responsável por 51% das mudanças climáticas do mundo, dentre elas o aquecimento global, produzindo também cerca de 65% do óxido nitroso que gera poluição ao mundo. Estimam-se que as emissões de gás carbônico relacionadas à energia deverão aumentar 20% até 2040, e as emissões de gases provenientes da pecuária, 80% até 2050. Enquanto a produção de petróleo utiliza 378 milhões de litros de água por ano, a pecuária utiliza 125 trilhões. Metade do consumo diário de água equivale a 5% do total no mundo, enquanto a criação de animais equivale a 55%, e isso tudo diante de muitas mortes causadas por sede no mundo. Além disso, é responsável também pela poluição das águas e pelo surgimento de zonas mortas, onde nenhuma espécie de vida é capaz de sobreviver. Essa indústria também é a principal consumidora de recursos e da degradação ambiental que destrói o planeta atualmente, ocupando 41% da terra do planeta. E, enquanto há casos de morte de pessoas por conta da fome, 50% dos grãos e dos legumes plantados servem para engordar animais que serão abatidos. Todos estes dados implicam no comprometimento


Há campanhas de incentivo ao veganismo, um exemplo foi a criação do “Food for Life Global” (FFLG), criado em 1995, a organização serve refeições veganas para vítimas de desastres naturais ou sociais e atualmente está espalhado pelo mundo inteiro, sendo em 60 países (FFL, 2017). A alimentação vegetariana já foi reconhecida e aprovada como uma forma completa e saudável de se alimentar, de acordo com o Ministério da Saúde do Brasil. As refeições de vegetarianos e veganos, por mais que sejam restringidas, há um vasto universo de alimentos diferentes pelos quais quem consome carne geralmente não tem conhecimento, pois não busca por este tipo de alimento. Além de cereais, frutas, legumes, algas, cogumelos e qualquer outra comida proveniente das plantas, vegetarianos também comem doces, frituras e produtos à base de soja, como hambúrgueres. Ao se tratar de proteínas, a única fonte ser a carne é uma inverdade, pois, “todos os aminoácidos essenciais para a produção de proteínas dentro do seu corpo podem ser conseguidos por meio dos vegetais.” (HAMANN, 2015).

2.3.1 cruelty-free

O termo “Cruelty Free” se identifica como o selo americano que certifica produtos produzidos sem a realização de testes em animais ou qualquer outra forma de crueldade ao longo da cadeia industrial de fornecimento. Em português, o termo se identifica como “livre de crueldade”. Este movimento tem como objetivo conscientizar as pessoas a produzirem ou utilizarem produtos que não sejam testados ou feitos a partir de animais. Assim como veganos e vegetarianos evitam o consumo de alimentos provenientes de animais, este foi um novo conceito que surgiu voltado para o mundo da moda e cosméticos para públicos que se identificam com a causa, tornando-se assim um lema ativista pelos direitos dos animais voltado para este seguimento (COLERATO, 2016). Atualmente existem muitas marcas que são adeptas a esta causa e rotulam seus produtos como “produto vegano”, principalmente no segmento de bolsas, calçados e acessórios, por se tratar dos setores desta indústria que mais fazem a utilização do couro animal. O selo de “produto vegano” se dá devido a sua composição não haver insumos de origem animal, incluindo-se seus derivados e também não ter participado da cadeia produtiva que envolva crueldade com os animais ou testes realizados nos mesmos, apresentando assim alternativas ao uso do couro legítimo (MACHADO, 2016).

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Em 2016, a PETA, famosa organização mundial pelos direitos dos animais, da Ásia, realizou uma campanha chocante contra o uso da pele animal em produtos de moda. A campanha se chama “Behind the Leather” (Por trás do couro), e foi realizada com o objetivo de alertar os consumidores da crueldade existente por trás da compra destes produtos, aonde todos os anos mais de um bilhão de animais são mortos pela indústria do couro. Um vídeo foi produzido com uma loja de produtos em couro de animais exóticos, e cada produto foi preenchido com justamente o que era antes no interior dos animais enquanto vivos, suas entranhas, como mostrado na seguinte imagem. Tudo para mostrar ao consumidor o lado negro deste cenário cruel que os animais passam para apenas morrer para que aquele produto pudesse existir (HYPENESS, 2016).

Fonte: Hypeness, 2016

relatado por Fernanda Canalonga, em outubro de 2015, em um artigo publicado no Estadão em que foi personagem principal: “vegetariana há quinze anos, sempre encontrou dificuldades na hora de encontrar peças de vestuário livre de origem animal e que estivessem aliadas a um design sofisticado.” (CARVALHAL,2016, p. 235).

Figura 7: Imagem do vídeo da campanha Behind the Leather, da PETA

Há relatos de dificuldade do público vegano de encontrarem produtos de moda que signifiquem mais do que apenas ser produzido com qualquer produto que não seja o couro, e sim, procure também defender a causa e carregar este movimento com a marca para ser um produto que demonstre essa preocupação ambiental e animal como forma de protesto e também social criando um laço de afetividade com o consumidor que apoia, defende e luta a favor das mesmas causas. Como

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serem e se vestirem como quiserem. Com a supressão das classificações binárias as pessoas podem adquirir liberdade para utilizar peças que combinem com sua subjetividade sem sofrer preconceito e violência perante a sociedade (STEFANELLI, 2015). Ao se discutir a identidade de gênero, muitas pessoas encontram dificuldade de entender e aceitar estas diferentes classificações que ocorrem se tratando deste assunto, e regularmente pode chegar a ser confundido com a questão da orientação sexual. Esta identidade de gênero está diretamente relacionada ao papel de gênero, definido pela caracterização de personalidade e maneira a qual o indivíduo quer ser visto perante a sociedade. Segundo Lanz (2012, apud PAUKA, 2016, p. 25), “[...] o indivíduo se identifica como fêmea, então sua identidade de gênero é feminina, mas socialmente, ele só será visto como parte do gênero ao se comportar e vestir-se em acordo com o estereótipo criado, sendo o papel de gênero.”. Portanto, podem ser vivenciadas diferentes “combinações”, sendo elas referentes ao sexo, orientação sexual e identidade, como mostra a tabela 2 com estas possibilidades existentes, originário do site PLC122.

2.4 ^ agenero e unissex

Fonte: Lívia Pinheiro, site PLC122, 2010

A identidade de gênero está relacionada à identificação do sujeito com o que se estende como masculino e feminino independente de seu sexo biológico. Determinado por fatores biológicos, psicológicos e sociais, a persuasão de gênero pode ou não interferir no sexo original do sujeito. O sexo condiz, em uma perspectiva biológica, com os componentes fisiológicos do corpo associados aos órgãos reprodutores, logo a classificação macho-fêmea. A orientação sexual, por sua vez se refere à atração sexual podendo ser homossexual, bissexual, heterossexual ou assexual. A partir dos saberes médicos, genéticos e estéticos sobre o corpo humano, o indivíduo atualmente está em busca de sua exploração visual, a qual pode ser representada por diferentes metodologias, sejam elas com manipulações estéticas em sua superfície com aprimoramentos físicos, como tatuagens, musculações, cirurgias, ou apenas relacionadas ao vestuário (FABRI, 2014). Ao discutir a moda sem gênero, automaticamente surgirão questionamentos do sistema heterocentrado na sociedade e dos padrões sociais em que cada um se insere. Essa discussão está diretamente ligada ao conceito de propor a liberdade de ser múltiplo dentro da fluidez do gênero e de fomentar a neutralidade do vestuário e produtos, se tornando uma questão de respeito e incentivo a vida com a finalidade de as pessoas

Tabela 2: Identidade de gênero

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Desta forma, o estudo de gênero é baseado nas variadas possibilidades de identidade, fundamentadas na divisão classificatória pautada no binarismo do gênero. Entretanto, há indivíduos os quais não há identificação de gênero binário, sendo assim chamados de não binários, sem gênero ou agênero. Estas classificações vêm sendo intensamente estudadas atualmente por conta da recorrente busca das pessoas para conquistar sua liberdade de expressão em meio à sociedade, pois, desde o início das lutas entre as mulheres em busca do empoderamento feminino, muitas outras estão neste mesmo processo de conquista de seu espaço no mundo, com seu devido respeito e compreensão, como preconceitos raciais, sociais, sexuais e de gênero que são ainda presentes no mundo contemporâneo.

2.4.1 ^ agenero introduzido a´ moda

A partir do fim do século XVIII, a história da indumentária feminina passou a se diferenciar da masculina de uma maneira sem precedentes devido às consequências de um processo de estruturação de papéis sociais. Essa separação de gêneros se tornou óbvia na época e permaneceu até os dias de hoje em muitos produtos. Desenvolvia-se a convicção de que homens e mulheres deveriam ocupar-se e vestir-se de maneiras adversas, considerando suas essências distintas, construindo padrões de relações e de poder entre homens e mulheres, tal como definições para a feminilidade e masculinidade. Mulheres na época eram excluídas de atividades que as promovessem social ou politicamente, pois, a domesticidade é o que determina o modelo familiar burguês, onde a mulher é dependente do homem durante toda sua vida (antes de se casar, do pai; após o casamento, do marido). Conforme a indústria foi se desenvolvendo com as mulheres distantes dessa realidade produtiva, seus objetivos passaram a ser conseguir se casar, pois, na época, era a única maneira de se adquirir status econômico e social. Sendo assim, foi sendo desenvolvida a arte de seduzir, onde de formas sutis passaram a ser empregadas em suas vestimentas, gerando toda a sua expressividade apenas em detalhes ocultos, como em corpetes, espartilhos, lingeries e saiotes, exprimindo desejos, expectativas e sentimentos (SANCHES, SCHMITT, 2016).

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Moda prática e confortável define os homens burgueses da época, com vestimentas de cores neutras e escuras e modelagens retas e funcionais. Enquanto a moda feminina sucedia-se umas às outras, a masculina praticamente continuou sendo a mesma no decorrer de todo o século. Qualquer ameaça de mudanças para cores mais vivas gerava preconceito e era considerado afeminado, visto que a preocupação com a moda e a aparência era, supostamente, uma particularidade feminina. Deste modo, até o fim dos oitocentos, o guarda-roupa masculino resumia-se, basicamente, a ternos, casacos e smokings, além, da calça, peça estritamente masculina (SANCHES, SCHMITT, 2016). Após a Primeira Guerra Mundial, grandes mudanças ocorreram no papel social da mulher no mundo. Diante de suas lutas para alcançar seus objetivos, seu reconhecimento passou a ser mais bem reconhecido para um bom funcionamento da sociedade. Logo a moda feminina também passou a ter algumas alterações, sendo mais rigorosa e funcional, diminuindo o volume nas peças e também a utilização de saias. Casacos femininos passaram a ter elementos do vestuário militar, e assim a moda se tornou o oposto do século passado, o que era composto por formas para acentuar a elegância feminina, se transformou em silhuetas de linhas retas.

No final dos anos 60 e no início dos anos 70, o estilo hippie ganhou holofotes e marcou uma grande época, com calças jeans e pantalonas com boca de sino utilizada tanto por homens quanto por mulheres, assim como cabelos compridos e batas indianas. O estilo unissex desta geração era bem evidente em seus trajes coloridos, associados à cultura psicodélica. A luta social já se diferenciava nesta época por não ser somente pela conquista do espaço da mulher na sociedade, mas também, havia o objetivo de demonstrar que eram contra o consumismo e capitalismo (FERRAZ, 2008).

Muitos homens viam as ‘novas mulheres como concorrentes, tanto na vida profissional como na sexualidade. A segurança e a confiança que as mulheres mostravam abertamente, e que estavam na moda, não condiziam de maneira alguma com a imagem cândida da mulher das décadas anteriores. A nova imagem parecia desavergonhada e indecente. [...] A nova moda era frequentemente designada como masculina. LEHNERT, 2001, apud SANCHES, SCHMITT, 2016, p. 5

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Fonte: Fashion Bubbles, 2008

A maior mudança e revolução, considerada uma das mais radicais pelas mulheres da época, foi a criação de roupas femininas a partir do guarda-roupa masculino, por Coco Chanel em 1920, em que criou calças femininas inspiradas nas roupas dos marinheiros, gerando empoderamento feminino tanto na moda quanto no dia a dia das mulheres da época, desempenhando funções profissionais que até então eram consideradas exclusivamente masculinas, quanto tomar decisões profissionais e domésticas, quebrando diversas barreiras para os padrões da época. Desta forma, os costumes femininos foram progredindo, chegando assim na década de 60, trazendo movimentos feministas e mudanças sociais. “De maneira geral, a luta pela liberdade feminina e a igualdade social entre homens e mulheres fez com que o universo feminino aderisse cada vez mais ao vestuário masculino, criando novos modos de vestir.” (SANCHES, SCHMITT, 2016). A partir de então, a moda unissex foi obtendo maior força dentre a sociedade com a utilização de calças jeans de mesmo corte para homens e mulheres.

Figura 8: Estilo hippie


A partir de então, a música passou a ter uma constante forte influência na moda até os dias atuais, gerando diferentes subculturas em meio à sociedade, das quais eram formadas por jovens que se identificavam com a cultura pela qual tinha maior interesse e simpatia pelo modo de se vestir e se portar. Nos anos 80, a variedade de estilos existentes já era grande, porém o modo de se vestir dos homens teve grandes alterações como consequência da mudança de atitude com relação à sexualidade. Desde então, a identificação do usuário com o seu próprio estilo e sua construção passou a ficar mais comum no dia a dia das pessoas. Baseada na originalidade a qual foi sendo buscada a ser representada, a desconstrução de padrões na moda está ganhando maior apoio nos últimos anos e dentre eles o estilo unissex vem conquistando os consumidores devido a esta quebra de paradigmas e aos poucos algumas marcas estão abolindo a separação de produtos por gêneros. Nos últimos anos peças como calças boyfriend, sapatos Oxford, blazer, entre outras peças, deixaram de serem consideradas exclusivamente peças destinadas a um gênero específico e passaram a ser utilizadas por ambos os sexos (CARVALHAL, 2016). Após toda a luta das mulheres em busca de seu empoderamento feminino em meia a sociedade, a moda sempre foi um dos veículos para esta conquista e transformação no mundo para atingir tanto a igualdade de direitos das mulheres e a liberdade de ambos os sexos para serem e se expressarem como quisessem por meio da moda. Segundo Carvalhal (2016, p. 283) “[...] A moda tem a chance de veicular imagens que possa trazer a liberdade à normalidade.” E essas mudanças não partem somente da indústria da moda, mas também da própria sociedade e sua cultura, pois deve ser compreendido por todos que os atributos de um indivíduo, como gostos, estilo e outras características, não determinam um gênero. O que os movimentos de empoderamento feminino e a identidade de gênero trabalham juntos ajudam a promover positivamente a moda,.

Fonte: Pinterest, 2017

Outra influência na época foi o cenário musical, gerando grandes mudanças na moda, especialmente no vestuário masculino. Exemplo disso foi uma apresentação da banda Rolling Stones, em 1969, em Londres, em que, o vocalista, Mick Jagger, chocou a todos por utilizar um “vestido de homem”, composto por uma espécie de túnica com babados na gola, mangas e saia franzida, sobre uma calça boca de sino, criado pelo estilista britânico Mr. Fish (SANCHES, SCHMITT, 2016).

Figura 9: Mick Jagger, em 1969

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2015 uma seção inteira dedicada a peças e outras marcas agênero, ou melhor dizendo, aboliram a separação das seções em feminino e masculino, deixando os produtos expostos para todos os gêneros (CARVALHAL, 2016; LEE, 2011; PAGET, 2016, apud PERLIN, 2013, p. 27). Esta é uma nova era que vem ganhando força na indústria da moda, em que, além das lojas e marcas estarem deixando de categorizar seus produtos por gênero, os consumidores também vem mostrando seu interesse e engajamento sobre esta nova geração, motivando-se a buscar sua verdadeira identidade e o poder da autenticidade. Esse movimento da neutralização de gêneros tem o objetivo de desenvolver e amadurecer a concepção das pessoas diante das classificações sociais estabelecidas seja elas em questões raciais, de gênero, idade ou sexualidade. Basta olhar ao redor e observar o quanto a identidade do que era considerado masculino e feminino mudou (CARVALHAL, 2016; PONTUAL, 2015).

O feminino representa, entre tantas coisas, a aceitação e a receptividade. Quando distorcido se transforma em submissão. O masculino é ação e realização. Quando distorcido se transforma em violência, em destruição. Até hoje, grande parte dos movimentos feministas tem trabalhado para libertar o “masculino” das mulheres, em busca do poder, força, igualdade... A moda também (é isso que faz quando coloca calças e ternos nelas). Colocar a mulher no mesmo lugar do homem sem dúvida é uma importante forma de equilibrar, pois a harmonização com o masculino evoca a harmonização com o feminino também. Mas não podemos esquecer (o momento pede que libertemos) o feminino nas mulheres e nos homens. CARVALHAL, 2016, p. 286

A macrotendência chamada “Neutralidade Radical” e a microtendência chamada “Terceiro Gênero” foram assuntos pautados no relatório de tendências da WGSN em 2011, para o outono/inverno 2012, apresentando o que foi considerado uma revolução nos paradigmas sociais. Reaparecendo no relatório do ano de 2016, sobre tendências de maior expressividade, abordando o retorno do gênero neutro como fenômeno diante de mudanças comportamentais, pois houve um aumento da metrossexualidade entre os homens, de forma aceitável e natural em meio à sociedade diante de seu maior cuidado de sua imagem, contribuindo para a estruturação do conceito de identidade de gênero. Marcas como a Topshop e Selfriedges inauguraram em

25


3.1.1

´

3.1 ANALISE DE SIMILARES

^ ´ analise diacronica

MATERIAIS ´ &METODOS DE PESQUISA

O principal objetivo que se pretende alcançar realizando a análise diacrônica é pesquisar e analisar a evolução de um produto conforme os anos se passam. Portanto, para a produção desta coleção foi estudada a evolução das bolsas, sendo apresentados os modelos mais icônicos desde a criação do acessório, até os dias atuais, analisando as características de cada uma delas, como formatos, cores, tamanhos e funcionalidades de cada época. As bolsas nasceram devido à necessidade de transportar objetos para diferentes lugares. Porém, conforme os anos se passaram, foram se desenvolvendo diferentes funções, existindo atualmente uma enorme diversidade de modelos e funcionalidades. Além de transportar objetos, ela também pode carregar outros significados maiores, podendo expressar a feminilidade de uma mulher, status ou qualquer outro sentimento que a pessoa pode construir sobre o produto. Esse investimento emocional explica a necessidade atual de possuir esse acessório e o sucesso das “it bags” dos anos 1990 e 2000 (ANDERSON, 2011, p. 6). Para aprender melhor sobre o acessório, sua criação e evolução, volta-se no tempo onde na Pré-História os homens tinham a necessidade de ter um suporte para carregar e guardar suas caças e ferramentas. Pouco depois, os antigos mantiveram a necessidade de algo para transportar seus pertences pessoais, como alimentos, dinheiro, tabaco, chaves, remédios, livros, entre outros, se mantendo assim a mesma necessidade até os dias atuais. Não há registros de qual foi ao certo o ano de sua criação, nem referências de

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como era a primeira bolsa, porém, há registros de pinturas rupestres nas pirâmides do Egito de pessoas carregando sacos, podendo-se concluir que é um objeto tão antigo quanto o próprio homem (FRANCESCHINI, 2009). Acompanha-se então as mudanças sofridas pelas bolsas a partir do século V: Bolsa da Cítia

Réticule de tecido

1860 – A partir disso, as bolsas se tornaram um acessório estritamente feminino e seu design foi se desenvolvendo, se tornando bolsas para viagem, onde as mulheres realmente cabiam os pertences pessoais das mulheres.

SEC XV – Utilizada como complemento das roupas da época, a escarcela alemã, era utilizada por homens e mulheres como porta-moedas. Bolsas pequenas como essa eram sinônimo de classe.

SEC. V - A bolsa mais antiga registrada na história é proveniente da Cítia, que costumava ser utilizada pendurada na cintura, tanto por homens quanto por mulheres.

1805 - Para atender as necessidades da nova mulher do século XIX, foram criadas as bolsas chamadas de Réticulas, do latim reticulum, consideradas as precursoras das bolsas de mão, eram confeccionadas com seda e veludo, sendo decoradas com bordados, rendas, fios de ouro ou pérolas. Escarcela alemã

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Bolsa de viagem feminina alemã


1900 – Além de começarem a se tornar indispensáveis, a elegância foi se tornando presente nas bolsas e grandes marcas estavam começando a serem reconhecidas como Louis Vuitton com seus baús de viagem, Prada e Gucci com maletas de qualidade entre outras como Fendi, Christian Dior e Chanel.

Primeira bolsa tiracolo criada pela Chanel

Um dos primeiros modelos de pochete produzida pela Louis Vuitton

2000 – 2017 – Após a criação do termo “it bags” foram lançadas diferentes bolsas tradicionais entre outras marcas icônicas do segmento. O mercado de bolsas se consolidou, transformando bolsas de estilistas renomados referência no mundo da moda e atualmente há infinitos modelos com diferentes formas, estampas, cores e design inovador.

1990 – Inventou-se o termo “it-bags”, devido ao sucesso que as bolsas da Hermes e Gucci estavam fazendo entre as mulheres e no mundo da moda. As bolsas se tornaram clássicas, ganhando elementos atemporais e permanecendo na moda durante muito tempo. Com o avanço da tecnologia, as bolsas passaram a ter diversos compartimentos funcionais como porta-celular, porta-cartões e porta-chaves e modelos como pochetes se tornaram comuns.

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Bolsa Prada de uma de suas últimas coleções 2017

Fonte: Adaptado pelo autor, 2017

Uma das primeiras bolsas fabricadas pela Louis Vuitton

1950 – Época em que as mulheres adotaram um estilo mais casual, refletindo a imagem de esposa e mulher exemplar. As bolsas usadas foram chamadas de box devido sua praticidade e estrutura desenvolvida, eram confeccionadas com bambu em suas armações e revestidas com couro legítimo exótico. Além disso foi a década da criação da bolsa mais famosa de Coco Chanel.


Fonte: O autor, 2017

^ ´ se sincronica anali

Para a análise de similares, o principal objetivo é estudar diferentes marcas do segmento para se obter um maior e profundo conhecimento destas marcas concorrentes. Foram pesquisadas nove marcas, sendo elas de diferentes países. Foi analisado todas as características de seus produtos, como o modelo, material, cores, valores, público e observações extras. Para a priemira tabela, foram selecionadas as marcas Wilby, Schutz e Stella McCartney, e suas informações podemos observar na tabela ao lado.

CONCLUSÕES TABELA 1: Como analisado na primeira tabela, a marca Stella McCartney possui o maior valor e opções de cores do mesmo produto. A variedade diminui para as outras marcas, assim como o preço, porém, ainda possuem valores significativos. As três marcas possuem especificação de gênero em seus produtos, sendo encontrados em sessões femininas de seus sites. E duas delas, Stella McCartney e Wilby trabalham com parte mesmo público da bo.ho, sendo produtos veganos.

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Produto: Mochiila

Produto: Mochila

Produto: Mini Mochila

Marca: Wilby Produção: Chelsea Reino Unido Valor: £90,00 Cores: Preto e nude Material: Não especificado no site (Vegano) Público: Destinado ao público feminino Observações: A marca possui outros modelos, sendo carteiras e bolsas tote.

Marca: Schultz Produção: Minas Gerais, Brasil Valor: R$990,00 Cores: Preto e azul Material: Couro legítimo Público: Destinado ao público feminino Observações: A marca possui outros modelos, sendo bolsas saco, tote e clutchs.

Marca: Stella McCartney Produção: Londres, Inglaterra Valor: U$ 835,00 Cores: Preto, bordô, rosa e roxo Material: 100% poliéster (Vegano) Público: Modelo escolhido destinado ao público feminino Observações: Mochila modelo mini com dimensões menores das comuns. A marca possui produtos para homens e mulheres, porém, com separação de gênero nos produtos.

Tabela 3: Análise de similares

3.1.2


Fonte: O autor, 2017 Tabela 4: Análise de similares

Produto: transversal

Bolsa

Marca: Yë Produção: Curitiba, Paraná Valor: R$360,00 Cores: Caramelo e preto Material: Couro legítimo e madeira Público: Produto unissex Observações: Marca slow fashion com conceito unissex defendido no produto

Produto: transversal

Bolsa

Marca: Orna Produção: Curitiba, Paraná Valor: R$530,00 Cores: Marrom claro e preto Material: Couro legítimo Público: Destinado ao público feminino Observações: Marca slow fashion

Produto: Mochila

Para a terceira tabela, foram selecionadas outras três marcas, sendo todas elas nacionais, Yë, Orna e La Loba. Estas marcas foram escolhidas por apresentarem uma maior semelhança com a Bo.ho, devido apresentarem algum mesmo conceito, como o slow fashion, cruelty free ou público-alvo, sendo consideradas possíveis fortes concorrências para a marca.

Marca: La Loba Produção: Rio Claro, São Paulo Valor: R$395,00 Cores: Preto, bordô, rosa e roxo Material: Couro sintético e veludo palha Público: Destinado ao público feminino Observações: Marca vegana (cruelty free)

CONCLUSÕES TABELA 2: Como analisado na segunda tabela, em cada marca há a presença de um ou no máximo dois mesmos conceitos similares ao que a Bo.ho propõe, porém, não foi encontrada nenhuma marca que reúne todos os mesmos conceitos. A marca que trabalha com valor superior às demais é a Orna, porém, trabalha com o couro legítimo, assim como a Yë, que utiliza o couro o re-utilizando, realizando a técnica de upcycling. A marca La Loba trabalha com o conceito cruelty free, porém, possui valor elevado e público feminino selecionado.

3O


Fonte: O autor, 2017

CONCLUSÕES TABELA 3: Como analisado na terceira tabela, as marcas possuem valores relativamente próximos, comparados as demais tabelas que possuiram diferenças maiores. Os produtos analisados são destinados ao dia a dia e viagens. Nenhuma das marcas trabalham com algum conceito que se assemelhe à Bo.ho, porém, os estilos despojados podem se conectar com a marca.

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Produto: Mochila

Produto: Mochila

Marca: Herschel Supply Co. Produção: Vancouver, Canadá Valor: U$89,99 Cores: Grafite, preto, azul, branco, verde musgo e esstampado. Material: Lona Público: Produto destinado ao público masculino Observações: Trabalham com produtos femininos e masculinos, porém, separam em sessões de gênero.

Marca: Beatnik and Sons Produção: Curitiba, Paraná Valor: R$399,90 Cores: Preto, azul, cinza, bege, amarelo, verde e estampado. Material: Couro legítimo e lona Público: Produto unissex Observações: Marca para viajantes, produtos costurados à mão.

Marca: Imaginarium Produção: Florianópolis, Santa Catarina Valor: R$349,90 Cores: Única. Material: Poliuterano e Poliéster. Público: Destinado ao público feminino e masculino. Observações: Marca com venda de outros produtos de decoração, presentes, eletrônicos, entre outros.

Tabela 5: Análise de similares

Para a terceira tabela, foram selecionadas outras três marcas que se enquadram em um estilo mais urbano. Foram selecionadas marcas mais casuais que possuem um forte reconhecimento em suas mochilas. Detre as marcas escolhidas, há um internacional, Herschel Supply Co., e duas nacionais, Beatnik and Sons e Imaginarium.

Produto: Mochiila


Fonte: Pinterest, 2017

^ 3.2.1 mercado da moda sem genero

3.2 PESQUISA DE SEGMENTO

Figura 11: Representação da moda sem gênero

32

O mercado da moda sem gênero tem ganhado mais força nos dias atuais. A moda unissex, historicamente falando, existe há muito tempo entre as pessoas, porém, atualmente esse estilo vem se tornando comum no mercado da moda e com maior aceitação na sociedade diante das evoluções dos parâmetros sociais de gênero. Esse setor tem a sua importância devido a essa luta da sociedade de conquistar a liberdade, igualdade e respeito à diversidade. Obter um produto pode ter maiores significados do que somente o “comprar por comprar”. Essa compra pode ser a identificação com a sua verdadeira essência e seus ideais. A separação de gênero em setores das marcas gera limitações e questionamentos para o público, de por que não poder usar este produto, somente o sexo oposto pode? Como relata a jornalista de moda e blogueira no Girls with Style, Nuta Vasconcellos, para o site Sebrae Mercados, “As marcas ainda consideram muito importante a divisão de peças masculinas e femininas, mas reparo que a nova geração de consumidores não se importa mais tanto com isso. A linha de pensamento do consumidor é algo bem mais simples: ‘eu gosto, eu compro, eu uso’. Sem grandes análises de gênero. Acredito que quando o mercado compreender isso por completo, vamos ver surgir lojas sem divisão de gênero”. Sendo assim, será um setor ainda muito melhor explorado entre as marcas para abranger uma quantidade maior de pessoas que se identificam com aquele produto. Se tratando do mercado unissex de bolsas, a limitação não chega a ser tão grande devido não haver questões como a modelagem e caimento, como é presente no vestuário, porém, a divisão de setores ocorre da mesma maneira, constatando-se que é um mercado que também deve ser explorado e aprimorado para os novos padrões de moda da sociedade. Os adeptos a essa moda são consumidores curiosos e liberais, que sentem atração pelo novo e sem medo de usar suas escolhas.


´ 3.3 PUBLICO ALVO

Para o desenvolvimento da coleção, além de pesquisas teóricas sobre diversos itens a serem aplicados, foram realizadas pesquisas netnográficas e etnográficas com aqueles que se enquadravam nas principais características como público alvo da marca, com aplicação de questionários, entrevistas e desenvolvimento de conversas para aprofundamento de informações. O público a ser trabalhado inicialmente, sem realizar pesquisas aprofundadas, se dividia em dois “grupos”. Um deles, composto por pessoas que vivem e apoiam a questão da moda sem gênero, e o outro composto por vegetarianos e veganos. Após realizar um questionário online, entrevistas e extensas conversas, especificamente com vegetarianos, foi observado que a maioria dos vegetarianos se encaixam no público da moda sem gênero, contando com 11 entrevistados, sendo 8 mulheres e 3 homens, 9 em questionário online e 3 em entrevista particular, somente dois entrevistados declararam que nunca compraram ou utilizaram algum produto do sexo oposto, sendo eles duas mulheres.

22,2%

Você já comprou ou utilizou algum produto/roupa/acessório exposto na sessão do sexo oposto de alguma loja?

Sim 78,8%

Não

Gráfico 1: Questionário de público alvo

Com base nas pesquisas realizadas, o público que se percebeu é representado por homens e mulheres de ampla faixa etária, sendo de 19 a 30 anos. Identificam-se em jovens alternativos com atitude de livre espírito, que manifestam suas ideias, debatem e defendem seus princípios, pois, possuem uma mente aberta às questões sociais, sexuais e ambientais, como mostra as seguintes declarações obtidas em questionário para o público:

33

“Conheço pouco sobre moda sem gênero, mas gosto, é uma forma de quebrar tabus e deixar as pessoas comporem suas personalidades e aparências, sem impor a elas um padrão engessado e preconceituoso muitas vezes” sem identificação, vegetariana à 4 meses. “Acredito na liberdade de expressão. Cada um tem o direito de colocar seu ponto de vista sobre determinados assuntos. Assim como a moda também, se gosta e faz a pessoa se sentir bem, ta valendo!” sem identificação.

Além de estudar e trabalhar nos centros urbanos, o público em questão procura de certa forma manter um grande afeto com a natureza, porém, não deixam de acompanhar a tecnologia, carregando sempre seus celulares e acompanhando as redes sociais e notícias do mundo e da moda. Suas áreas de estudo e trabalho estão voltadas para o universo mais artístico, que exigem maior criatividade. Os cursos mais comuns em entrevistas foram design gráfico e publicidade e propaganda, e trabalhos, fotógrafo, ator e ilustradora foram mencionados. Em meio as pesquisas realizadas, em que muitos se declararam vegetarianos/vegano,s ou simplesmente defendem a questão de evitar utilizar pele animal no universo da moda, relataram que procurar produtos veganos defendendo a causa na sua produção é algo difícil de ser encontrado. Jovens relataram a facilidade de encontrar produtos “não animais”, porém, a dificuldade é grande de encontrar produtos que conceituem esse universo vegano na produção, como declara em entrevista, Miguel (21 anos), vegetariano à 2 anos e Kallin (21 anos), vegetariana à 8 anos. Encontrar estas marcas é, além de manter seus princípios vividos, também divulgar, apoiar e incentivar a conscientização das outras pessoas sobre o assunto, sendo carregadas essas informações com o produto utilizado. Esses jovens priorizam as marcas que levantam suas bandeiras de principais lutas conceituando seus produtos, como mencionaram durante as conversas.


´ publico alvo

Fonte: O autor, 2017 Figura 12: Painel de pĂşblico alvo


^

3.4 TENDENCIAS

Fonte: FFW, 2017

As tendências foram durante um longo período globalmente importantes, e vêm constantemente trazendo novidades e inovações estéticas e funcionais, fazendo com que todos queiram vivencia-las e adapta-las em seu dia a dia, e no segmento da moda isso se torna parcialmente essencial na vida de muitas pessoas. Sendo assim, foram pesquisadas e utilizadas algumas tendências para a produção da coleção, mais especificamente para o segmento de bolsas, das quais serão apresentadas a seguir, sendo designadas nos desfiles de diferentes marcas do segmento para as temporadas de 2018, sendo como Baum und Pferdgarten, da Dinamarca, Jil Sander, da Alemanha, entre outras.

Figura 13: Coleção verão 2018, Marc Jacobs

35


Fonte: O autor, 2017

Figura 14: Painel de tendĂŞncias


3.5

TEMA & CONCEITO

bohemian style Após a união dos fatores que fazem parte da composição do estilo de vida bohemian ligados à arte, o estilo passou a ser presente em diferentes ramos, como na moda, arquitetura, design e decoração, sendo criadas estamparias, bordados, pinturas, móveis, entre outros elementos que remetem ao estilo, sendo composto por elementos do dia a dia do povo boêmio. Essa aplicação do estilo de vida boêmio a esses fatores artísticos foi então denominada de Bohemian Style, tema escolhido como inspiração para a criação da coleção. O estilo é inspirado por referências da moda hippie, folk, gipsy e vintage, porém, carregam em paralelo a elegância e delicadeza. O desenho étnico característico do estilo é chamado de Navajo, originário de indígenas norte americanos, habitantes do Arizona, Novo México e Utah, em sua maioria. Se tratando de termos territoriais é considerado o maior espaço nativo dos Estados Unidos, sendo 70 mil quilômetros quadrados. Esse desenho passou a ser uma das maiores características do estilo bohemian, composto com seus elementos rústicos, sendo formas geométricas específicas e étnicas, e com tons neutros nas combinações. Como descreve Renata Esteves em seu blog, Poá Amarelo, sobre o termo bohemian, “a ideia principal é a do conforto aliado a uma forte forma de expressão. Vai na contra mão da moda, é aquilo que se quer usar e não o que é imposto, seja pelas revistas ou por tendências. O Boho “cabe” em todos estilos de vida criativos e não convencionais” (ESTEVES, 2016).

Nomeada de BO.HO, a marca buscou elementos do estilo bohemian para a criação da coleção. Do latim, o termo bohemian está associado a mais de um significado. Pode ser considerado um estilo de vida, o qual privilegia a arte e a cultura, e também uma pessoa originária da Boêmia, uma região da Republica Checa habitada por ciganos, em que sua maioria emigraram a outros países europeus. Os ciganos tinham valores diferentes da burguesia conservadora e sedentária, passando a serem conhecidos como boêmios apenas os intelectuais, se tornando um termo sinônimo de cigano ou “indivíduo com vida desregrada”. O estilo de vida de um boêmio é caracterizado por um comportamento de despreocupações, livre espírito e mente aberta, são pessoas das quais valorizam a arte e cultura sob bens materiais. A partir deste estilo de vida, elementos comuns e característicos dessas pessoas foram utilizados como inspiração para a criação do estilo boho. A palavra boho é originária de Bohemian of Soho, movimento francês procedente de um bairro nova iorquino Soho, na década de 20. Os boêmios desse movimento desejavam a união da arte com a moda em um único contexto, porém esse estilo ganhou mais força somente na década de 70, na época do movimento hippie, em Londres, em um bairro com o mesmo nome, Soho. Devido a isso se deu a junção de Bohemian + Soho para a criação do nome Boho (FURQUIM, 2016).

37


Fonte: O autor, 2017

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^

~

´

~

´

~

´

bohemian style

^

´ Figura 15: Painel de tema


modelo

MOCHILA

2

Navajo e Cherokee

BOLSA TOTE

1

Cherokee

4

Pawnee, Apache, Cherokee e Creek

BOLSA DE OMBRO

4

Arapajo, Apache, Cherokee e Creek

POCHETE

1

Creek

Tabela 6: Mix de produto

39

Fonte: O autor, 2017

quantidade

BOLSA DE MÃO

3.6

MIX DE PRODUTO

Para o desenvolvimento desta coleção foi realizada a divisão dos produtos por classificações de modelos. A coleção é composta por seis bolsas, porém, a quantidade final é de 12 modelos devido as suas diferentes funcionalidades aplicadas a cada uma das bolsas, sendo diferentes as possibilidades de formas a serem utilizadas.

produto


GERACAO DE ALTERNATIVAS , 3.7

~

Fonte: O autor, 2017 Figura 16: Geração de alternativas

As alternativas foram geradas a partir dos conceitos abordados na construção da coleção e inspiradas de acordo com as formas, cores, imagens e sensações que o tema transmite, assim como no painel semântico do tema. A partir de elementos identificados no tema, foram desenhadas diferentes formas a serem aplicadas aos modelos de bolsas, assim como suas funcionalidades. Foram selecionadas as que possuem um item diferenciativo tanto em seu design, quanto em sua finalidade das demais bolsas e que se enquadram as exigências e gostos do público. Para a criação das bolsas, procurou-se gerar um design diferente das demais bolsas comuns do mercado. Seu design inovador foi priorizado para obter exclusividade e ser mais um dos itens que irá agregar em seu valor sentimental carregado na história do produto, contando com uma forte identidade visual e fechamentos diferenciados. Após a geração de diversas alternativas, as selecionadas para fazer parte da coleção foram aprimoradas e adaptadas visando unidade e diferentes funcionalidades na coleção.

4O


3.8 color story Para uma melhor visualização da coleção foi desenvolvido um painel, o qual separa cada um dos produtos para que seja analisada a unidade entre eles. Ao lado de cada um dos desenhos há a presença da paleta de cores disponível para a escolha da cor presente na produção do produto final.

cherokee tote handbag

apache briefcase

Fonte: O autor, 2017

navajo backpack

Figura 17: Color Story

arapajo shoulder bag

C: 0% M: 0% Y: 0% K: 100% #211915

pawnee handbag

C: 29% M: 75% Y: 88% K: 0% #A56237

creek carrier

C: 54% M: 91% Y: 100% K: 41% #532C13

41


4 Fonte: O autor, 2017

RESULTADOS

Figura 18: Carteiras Bo.ho

42


4.1

CARTELA DE CORES C: 0% M: 0% Y: 0% K: 100% #211915 CARAMELO

PRETO

C: 0% M: 0% Y: 0% K: 100% #211915 GRAFITE

CAFÉ

C: 11% M: 62% Y: 91% K: 0% #C77E32 BEGE

MARSALA

C: 54% M: 91% Y: 100% K: 41% #532C13 MARROM

C: 11% M: 62% Y: 91% K: 0% #C77E32

Figura 19: Cartela de cores

C: 54% M: 91% Y: 100% K: 41% #532C13

C: 29% M: 75% Y: 88% K: 0% #A56237

C: 54% M: 91% Y: 100% K: 41% #532C13 GELO Fonte: O autor, 2017

43


4.2

CARTELA DE TECIDOS

COURVIN Composição: 70% Poliéster 30% Algodão Fonecedor: Roma Plásticos Os tecidos selecionados para a confecção da coleção tiveram inicialmente uma pesquisa fundamental relacionada à sua durabilidade e resistência. Para a substituição do couro, passou-se a serem fabricados diferentes tipos de couro sintético, conforme o tempo vai passando estes tecidos vão sendo aprimorados para que realmente não haja mais a necessidade da crueldade animal para este fim que os acessórios possuem. Sendo assim, o principal material utilizado na estrutura e construção das bolsas foi o courvin, O courvin conta com uma composição de PVC (Policloreto de Vinila) e algodão, O courvin conta com uma composição de PVC (Policloreto de Vinila) e algodão. O polímero PVC é altamente resistente e possui características físicas e estéticas similares ao material de origem natural, esse material alcança um resultado Figura 20: Cartela de tecidos

MICROGABARDINE Composição: 100% Poliéster Fonecedor: Empório da Família

superior ao ser comparado com outros tecidos similares passando a ser utilizados também em revestimentos automotivos, devido sua resistência, conforto e impermeabilidade. Outros tipos de couro sintético trabalham com o PU (Poliuterano), porém, o PU por ser biodegradável faz com que o tecido descasque com maior facilidade, perdendo a sua durabilidade. No entanto, o courvin passou a ser a melhor alternativa para que se atingisse um resultado estético semelhante ao couro legítimo mantendo o seu conceito de utilizar materiais alternativos ao couro natural sem necessidade em meio a tantas opções. Para o forro FOI utilizado o microgabardine, devido sua composição ser a ideal para realizar uma estamparia de qualidade com boa nitidez dos padrões e visualização dos detalhes. Fonte: O autor, 2017

44


4.3

CARTELA DE MATERIAIS E AVIAMENTOS

ESPUMA PAC 6mm Composição: 100% Polietileno Fonecedor: Roma Plásticos

PAPEL PARDO 300G Composição: Fibra de celulose Fonecedor: Roma Plásticos

Figura 21: Cartela de materiais e aviamentos

REGULADOR Composição: 100% Metal Fonecedor: Altero Metais

MEIA ARGOLA Composição: 100% Metal Fonecedor: Altero Metais

MOSQUETÃO Composição: 100% Metal Fonecedor: Altero Metais

ILHÓS Composição: 100% Latão Fonecedor: Altero Metais Fonte: O autor, 2017

45


4.4

CARTELA DE ESTAMPARIA

TRADITIONAL PATTERN Estamparia por Sublimação Para a marca obter uma forte identidade visual, criou-se uma estampa padrão a qual será utilizada em todos os produtos, em seu forro. A estampa foi desenhada a partir da análise e estudo do tema de inspiração, o qual consiste em elementos gráficos originários da arte e cultura das tribos indígenas norte americanas, permanecendo no padrão as principais características, como tons e formas geométricas.

Figura 22: Cartela de estamparia

BROWN PATTERN Estamparia por Sublimação O padrão foi criado para ter modificações somente nas cores de acordo com suas coleções lançadas, gerando assim um maior mix de opção para o cliente, para a coleção do projeto foram criados dois padrões, nomeados como tradicional pattern e brown pattern. Fonte: O autor, 2017

46


4.5

´ FICHAS TECNICAS

47


5cm

Referência: B001 Coleção: Boho Pilotista: Juliana Neves

2cm 30cm 43cm

15cm

7cm

5cm

Desenhos técnicos

1,5cm

Modelo: Navajo Descrição: Mochila Modelista: Juliana Neves

3cm

30cm 130cm

Tecidos Tecido

Composição Largura Consumo

Courvin Microgabardine

70% PVC 30% CO

1m

60cm

100% PUE

1m

50cm

Fornecedor

Preço

Valor Unit. Aplicação

Romaplasticos R$19,90 R$19,90 Empório da R$44,90 R$44,90 Família

Cor

Externa

Caramelo

Forro

Branco

TOTAL

Aviamentos/Materiais Aviamento/Material Composição

Regulador

Quant. Consumo

Metal

Espuma Pack

Polietileno

Fornecedor

Preço R$3,88

Valor Unit. Aplicação

Cor

R$0,97

Alça

Prata

Romaplasticos R$00

R$00

Estrutura

X

4

1

Altero Metais

1

1

Mosquetão

Metal

4

2

Altero Metais

R$11,76

R$2,94

Alça

Prata

Meia Argola

Metal

4

2

Altero Metais

R$4,60

R$0,46

Alça

Prata

Estamparia Técnica

Observações

Estampa Aplicação Largura Consumo

Sublimação Rapport Forro

TOTAL

1m

60cm

Tecido usado para a estamparia Microgabardine. Alça reguladora e removível.

é

o

48


4cm

7cm

Diâmetro: 2cm

20cm

5cm

5cm

2cm 30cm

Desenhos técnicos

5cm

Modelo: Cherokee Referência: B002 Descrição: Mochila de Mão Coleção: Boho Modelista: Juliana Neves Pilotista: Juliana Neves

13cm

25cm

3cm

Alça de -- revestida com o tecido da bolsa

150cm

Tecidos Tecido

Composição Largura Consumo

Courvin Microgabardine

70% PVC 30% CO

1m

60cm

100% PUE

1m

60cm

Fornecedor

Preço

Valor Unit. Aplicação

Romaplasticos R$19,90 R$19,90 Empório da R$44,80 R$44,80 Família

Cor

Externa

Caramelo

Forro

Branco

TOTAL

Aviamentos/Materiais Aviamento/Material Composição

Regulador

Quant. Consumo

Metal

Espuma Pack

Polietileno

Fornecedor

Preço R$3,88

4

1

Altero Metais

1

1

Romaplasticos R$00

Valor Unit. Aplicação

Cor

R$0,97

Alça

Prata

R$00

Estrutura

X

Mosquetão

Metal

4

2

Altero Metais

R$11,76

R$2,94

Alça

Prata

Meia Argola

Metal

4

2

Altero Metais

R$4,60

R$0,46

Alça

Prata

Alça

100% Bambu

1

1

R$00

Alça

Marrom

M&H Produtos R$00 Industriais

Estamparia Técnica

Observações

Estampa Aplicação Largura Consumo

Sublimação Rapport Forro

TOTAL

1m

Alça de Bambu prensado.

60cm

49


Modelo: Apache Descrição: Bolsa Carteiro Modelista: Juliana Neves

Referência: B003 Coleção: Boho Pilotista: Juliana Neves

12cm 10cm

30cm

8cm

3cm

28cm

6cm

40cm

3cm

Desenhos técnicos

8cm

150cm

Tecidos Tecido

Composição Largura Consumo

Courvin Microgabardine

70% PVC 30% CO

1m

60cm

100% PUE

1m

60cm

Fornecedor

Preço

Valor Unit. Aplicação

Romaplasticos R$19,90 R$19,90 Empório da R$44,80 R$44,80 Família

Cor

Externa

Caramelo

Forro

Branco

TOTAL

Aviamentos/Materiais Aviamento/Material Composição

Regulador

Quant. Consumo

Metal

Espuma Pack

Polietileno

Fornecedor

Preço R$3,88

Valor Unit. Aplicação

Cor

R$0,97

Alça

Prata

Romaplasticos R$00

R$00

Estrutura

X

4

1

Altero Metais

1

1

Mosquetão

Metal

4

2

Altero Metais

R$11,76

R$2,94

Alça

Prata

Meia Argola

Metal

4

2

Altero Metais

R$4,60

R$0,46

Alça

Prata

Estamparia Técnica

TOTAL

Observações

Estampa Aplicação Largura Consumo

Sublimação Rapport Forro

1m

60cm

5O


Modelo: Arapajo Referência: B004 Descrição: Bolsa de Ombro Coleção: Boho Modelista: Juliana Neves Pilotista: Juliana Neves

3cm

8cm

5cm

3cm

21cm

Desenhos técnicos

18cm

6cm

3cm

21cm

150cm

Tecidos Tecido

Composição Largura Consumo

Courvin Microgabardine

70% PVC 30% CO

1m

40cm

100% PUE

1m

30cm

Fornecedor

Preço

Valor Unit. Aplicação

Romaplasticos R$19,90 R$19,90 Empório da R$44,80 R$44,80 Família

Cor

Externa

Caramelo

Forro

Branco

TOTAL

Aviamentos/Materiais Aviamento/Material Composição

Quant. Consumo

Fornecedor

Preço R$3,88

Regulador

Metal

4

1

Altero Metais

Espuma Pack

Polietileno

1

1

Mosquetão

Metal

4

Meia Argola

Metal

4

Cor

R$0,97

Alça

Prata

Romaplasticos R$00

R$00

Estrutura

X

2

Altero Metais

R$11,76

R$2,94

Alça

Prata

2

Altero Metais

R$4,60

R$0,46

Alça

Prata

Estamparia Técnica

Valor Unit. Aplicação

TOTAL

Observações

Estampa Aplicação Largura Consumo

Sublimação Rapport Forro

1m

30cm

51


Modelo: Pawnee Descrição: Bolsa de Mão Modelista: Juliana Neves

15cm

12cm

3cm

8cm

1cm

8c m

Desenhos técnicos

Referência: B005 Coleção: Boho Pilotista: Juliana Neves

1cm

20cm 65cm

Tecidos Tecido

Composição Largura Consumo

Courvin Microgabardine

70% PVC 30% CO

1m

40cm

100% PUE

1m

30cm

Fornecedor

Preço

Valor Unit. Aplicação

Romaplasticos R$19,90 R$19,90 Empório da R$44,80 R$44,80 Família

Cor

Externa

Caramelo

Forro

Branco

TOTAL

Aviamentos/Materiais Aviamento/Materiais Composição

Ilhós

Quant. Consumo

Fornecedor

Preço

100% Latão

4

1

Fibra de celulose

1

1

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

Papel Pardo

Altero Metais R$10,88 Romaplasticos R$00

Estamparia Técnica

Valor Unit. Aplicação

Cor

Alça

Prata

Estrutura

x

x

x

x

x

x

x

R$2,72 R$00

TOTAL

Observações

Estampa Aplicação Largura Consumo

Sublimação Rapport Forro

1m

30cm

52


Modelo: Creek Descrição: Pochete Modelista: Juliana Neves

Referência: B006 Coleção: Boho Pilotista: Juliana Neves

3cm

10cm

12cm

4cm

Desenhos técnicos

5cm

2,5cm

3cm

18cm

100cm

Tecidos Tecido

Composição Largura Consumo

Courvin Microgabardine

70% PVC 30% CO

1m

30cm

100% PUE

1m

20cm

Fornecedor

Preço

Valor Unit. Aplicação

Romaplasticos R$19,90 R$19,90 Empório da R$44,80 R$44,80 Família

Cor

Externa

Caramelo

Forro

Branco

TOTAL

Aviamentos/Materiais Aviamento/Materiais Composição

Quant. Consumo

Fornecedor

Preço

Valor Unit. Aplicação

Cor

Regulador

Metal

4

1

Altero Metais

R$3,88

R$0,97

Alça

Prata

Mosquetão

Metal

4

2

Altero Metais

R$11,76

R$2,94

Alça

Prata

Meia Argola

Metal

4

2

Altero Metais R$4,60

R$0,46

Alça

Prata

Espuma Pack

Polietileno

1

1

Romaplasticos R$00

R$00

Estrutura

X

Estamparia Técnica

TOTAL

Observações

Estampa Aplicação Largura Consumo

Sublimação Rapport Forro

1m

60cm

53



COLECAO , 4.6

~

NAVAJO NAVAJO APACHE CHEROKEE APAC CHEROKEE AR 55


Figura 23: Coleção Bo.ho

CREEKCREEK HE ARAPAJO APAJO PAWNEE PAWNEE 56

Fonte: O autor, 2017


4.7 ~

Figura 24: Protótipos confeccionados

Fonte: O autor, 2017

PROCESSOS DE FABRICACAO ´

O processo se deu início através das representações gráficas realizadas a mão e finalizadas digitalmente. As representações foram aprimoradas de modo que ficassem satisfatórias nas questões ergonômicas, funcionais e de design enquanto coleção. Após a finalização da coleção definida e elaboração dos croquis e fichas técnicas, primeiramente foram confeccionados os protótipos das bolsas selecionadas para serem produzidas. Os protótipos foram desenvolvidos em lonita em seu revestimento, tecido que apresentou uma estrutura semelhante ao tecido final. Em seu forro foi utilizado o tricoline, tecido usado para forros e similar ao tecido final, em alguns detalhes como alças e faixa de fechamento, foi utilizado tecido sintético plastificado e aviamentos de composição 100% metal. O objetivo do desenvolvimento dos protótipos é testar e avaliar questões como modelagem, acabamentos, conforto e tamanho para antecipar possíveis ajustes para a confecção do produto final. A avaliação dos protótipos foram feitas com duas pessoas, sendo uma mulher pertencente ao público e um homem não pertencente ao público.

57


´

~

procesos de fabricacao

Pedro 19 anos Vendedor de loja skate e surfwear

Fonte: O autor, 2017

Figura 25: Prova de protótipos

Kallin 21 anos Estudate de Design Gráfico

58


Fonte: O autor, 2017

Figura 26: Confecção bolsas finais

´

~

procesos de fabricacao

Após as experimentações, as bolsas foram aprovadas por ambos os avaliadores com apenas alguns ajustes a serem realizados como regulagem das alças, tamanho dos bolsos internos e comprimento das alças foram os problemas citados a serem melhorados. Depois de os protótipos serem confeccionados e avaliados, suas devidas melhorias foram aplicadas de acordo com a pesquisa efetuada sobre modelagem, tamanhos, funcionalidade, profundidade, entre outros quesitos importantes para iniciar o processo de fabricação das bolsas finais. Após os ajustes serem aplicados, as bolsas foram produzidas em seus tecidos finais, das quais passaram por um segundo processo de análise, sendo aperfeiçoadas com pequenos ajustes devido diferenças entre os materiais. Cada bolsa foi desenvolvida com procedimentos diferenciados devido as modelagens serem exclusivas, variando assim os materiais de estrutura e processos entre elas.

59


4.8

~ ´ PRODUCAO FOTOGRAFICA ´

6O


´

~

´ producao fotografica

Figura 27: Editorial Bo.ho


´ ´

~

CHEROKEE TOTE HANDBAG

Figura 28: Editorial Bo.ho


´

~

´ producao fotografica

Figura 29: Editorial Bo.ho


Figura 30: Editorial Bo.ho


´

~

´ producao fotografica

Figura 31: Editorial Bo.ho


NAVAJO BACKPACK Figura 32: Editorial Bo.ho


´

~

´ producao fotografica

Figura 33: Editorial Bo.ho


Figura 34: Editorial Bo.ho


´

~

´ producao fotografica

Figura 35: Editorial Bo.ho


PAWNEE HANDBAG Figura 36: Editorial Bo.ho


´

~

´ producao fotografica

Figura 37: Editorial Bo.ho


Figura 38: Editorial Bo.ho


5.1 ´ ^ analise ergonomica

5

~ DISCUSSAO

&

´ ANALISE

Para a validação da coleção foi realizado um estudo de movimentos, adaptando as bolsas de maneira com que haja conforto do usuário em diferentes ocasiões e nas diferentes formas de utilizá-las, pois, algumas delas apresentam multifuncionalidade devido suas alças serem removíveis. A avaliação ergonômica foi obtida por meio do uso das bolsas, análise visual e questionamento ao usuário, sendo feita por meio de tabela para cada uma das bolsas. Cada tabela representa a avaliação de cada bolsa, sendo avaliados como ruim, médio, bom e muito bom os quesitos de modelagem, tamanho, material, conforto, funcionalidade e design. Os relatos mais importantes sobre os aspectos positivos e negativos também foram registrados para que futuras melhorias fossem efetuadas, caso necessário. Seguindo os parâmetros estabelecidos para o desenvolvimento, as bolsas cumpriram os quesitos ergonômicos com eficácia, com pequenas melhorias possíveis de sa serem realizadas, como facilitar o ajuste das alças e diminuir milímetros de largura da abertura, para abrir com maior facilidade. Analisando as melhorias a serem realizadas, são questões viáveis para serem aprimoradas e aplicadas nas próximas confecções dos produtos.

73


tamanho

material

conforto

funcionalidade

^

modelagem

ANALISE ERGONOMICA

NAVAJO

RUIM

MÉDIO

MUITO BOM

x

x x

ASPECTOS POSITIVOS: Bom tamanho para viajar, levar grande quantidade de pertences pessoais, notebook, grandes livros, entre outros.

x ASPECTOS NEGATIVOS: Não houveram.

74

,

BOM

x


modelagem

tamanho

material

conforto

funcionalidade

x

x

x

x

^

ANALISE ERGONOMICA

CHEROKEE

RUIM

MÉDIO

,

BOM

MUITO BOM

x

ASPECTOS POSITIVOS: A multifucionalidade da bolsa é seu principal destaque positivo. Além dela, o diferencial em seu design e estrutura com alça rígida de mão a deixa mais confortável para segurá-la. Tamanho bom para diferentes ocasiões e situações.

75

ASPECTOS NEGATIVOS: Alça com tamanho pouco menor do que necessário e certa dificuldade para abertura.


tamanho

material

conforto

funcionalidade

x

x

^

modelagem

ANALISE ERGONOMICA

PAWNEE

RUIM

BOM

MUITO BOM

x x

ASPECTOS POSITIVOS: Exclusividade de modelagem é seu diferencial. Bom tamanho para sair à noite, para levar somente o que seria necessário.

,

MÉDIO

x ASPECTOS NEGATIVOS: Menos funcional que as demais bolsas, com finalidade para ser utilizada em ocasiões especíificas devido a complexidade de seu design.

76


ANALISE DE VIABILIDADE

R$19,9O

R$19,9O

R$9,95

aviamentos

R$8,7O

R$8,7O

R$2,72

estamparia

R$28,9O

R$28,9O

R$14,4O

corte/costura

R$5O,OO

R$5O,OO

R$5O,OO

preco , final

R$1O7,5O

R$1O7,5O

R$77,1O

preco jo , vare

R$215,OO

R$215,OO

R$154,2O

5.2

,

tecidos

77

Analisando todas as questões voltadas para a produção das bolsas, como adaptações ergonômicas, tempo de confecção, facilidade de execução e custos, a produção das bolsas é viável. O valor calculado para venda em varejo foi finalizado com margem de lucro de 100% sob o preço final de investimento, sendo aplicado em modelagem e confecção. Os valores variam de acordo com o tamanho das bolsas. As de tamanho maior, Navajo Backpack e Cherokee Tote Handbag, resultaram no valor de R$215,00 para venda em varejo, e a Pawnee Handbag resultou no valor de R$154,20.


5.3 ~

,

VALIDACAO COM USUARIOS ,

Para a validação da coleção foi realizado um estudo de movimentos, adaptando as bolsas de maneira com que haja conforto do usuário em diferentes ocasiões e nas diferentes formas de utilizá-las, pois, algumas delas apresentam multifuncionalidade devido suas alças serem removíveis. Cada uma das bolsas passaram por várias experimentações, com objetos, sustentação, tamanho, facilidade de abertura, facilidade de trocar a funcionalidade das alças, facilidade de regulagem, qualidade de materiais, conforto, modelagem e design. A avaliação ergonômica foi obtida por meio do uso das bolsas, análise visual e questionamento ao usuário, sendo feita por meio de tabela para cada uma das bolsas, das quais foram divididas em tópicos avaliativos de cada quesito, como ruim, médio, bom e muito bom. O objetivo era cumprir de melhor forma todos os quesitos, e como resultado, pode-se notar que os aspectos positivos se sobressaíram sob os negativos, sendo os negativos possíveis de serem melhorados em próximas confecções. O resultado final pode ser observado nas seguintes tabelas de cada bolsa:

78


VALIDACAO COM USUARIO ,

,

~

Miguel 21 anos Fotógrafo Vegetariano (Há 2 anos)

ASPECTOS POSITIVOS: Questões como material e conforto foram avaliados como muito bons em todas as três bolsas. Sua bolsa preferida foi a Navajo Backpack, em que preencheu todos os quesitos de avaliação como muito bom, que foram modelagem, tamanho, material, conforto, funcionalidade e design. Para a bolsa Cherokee, seus quesitos favoritos foram o tamanho, conforto e design. Para a bolsa de mão Pawnee, seu conforto foi o melhor quesito, de acordo com sua opinião.

ASPECTOS NEGATIVOS: O usuário declarou que o tamanho da alça da bolsa Cherokee tinha que ser um pouco maior, pois gosta que fique mais para baixo o comprimento da bolsa nas costas.

CONCEITO UNISSEX: O usuário relatou que utiliza e compra produtos ou roupas da sessão do sexo oposto nas lojas, porém, acha que é um conceito a ser ainda explorado, pois as algumas marcas que vêm trabalhando com o sem gênero tem errado na modelagem e cores, trazendo produtos sem diferenciais e muito simples.

MATERIAL: O usuário relatou que não compra materiais que sejam provenientes de animais e está em transição para o veganismo. É contra a utilização da pele animal em produtos de moda e decoração, pois acha irracional o ser humano matar um animal e não lembrar que era uma vida. Nos últimos dias, veio pesquisando mais sobre o universo das marcas referentes à mão de obra irregular e acha que todos deveriam se conscientizar melhor sobre o assunto. Com relação ao material utilizado, Miguel declara que é a favor dos tecidos sintéticos, e que a marca levantar sua bandeira como cruelty free e slow fashion contribui para as pessoas receberem essas informações desta realidade no mundo da moda.

79


Fonte: O autor, 2017 Figura 39: Validação com usuário 1

8O


VALIDACAO COM USUARIO ,

ASPECTOS POSITIVOS: As bolsas Navajo Backpack e Cherokee Tote Handbag foram suas bolsas preferidas, pois nas questões de tamanho, funcionalidade e design declarou estarem muito boas. O material, Isabeau declarou ser muito bom e o conforto de todas as bolsas bons.

ASPECTOS NEGATIVOS: O único aspecto negativo apontado pelo usuário foi que possuiu um pouco de dificuldade de abrir as mochilas, mas acha que foi por questão de adaptabilidade com o tempo.

CONCEITO UNISSEX: O usuário relatou que utiliza e compra produtos ou roupas da sessão do sexo oposto nas lojas, pois declarou que muitas vezes encontra estampas e modelagens mais legais, inclusive em calças por possuírem bolsos maiores. Isabeau acha que a não imposição de gênero na moda é muito interessante, mas acha que por ser ainda novo no mercado a sociedade ainda não está tão preparada para compreendê-la.

MATERIAL: O usuário relatou que não compra e nem possui peças no guarda-roupa dela provenientes de animais, mas possui dificuldade de encontrar marcas veganas, e quando as encontra, acha os produtos muito caros. Com relação ao material sintético utilizado pela bo.ho, ela tem preferência, pois declarou que todas as bolsas que possui são de material sintético similar ao couro.

~

,

Isabeau 22 anos Estudante de Publicidade e Propaganda Vegetariana (2 anos)

81


Fonte: O autor, 2017 Figura 40: Validação com usuário 2

82


6

~ CONCLUSAO

Através deste projeto de pesquisa, percebeu-se que a moda em geral deve apresentar um propósito maior do que somente a estética. Nos dias atuais criar uma marca seguindo somente fortes tendências do momento faz com que a moda transmita um apelo estético somente pelo status, fazendo com que as ´ ^ pessoas esqueçam de valorizar tudo que um produto pode significar, desde a sua criação, sua produção até sua venda. Além disso, se tratando do mercado da moda sem gênero, ainda há de ser explorado para ser melhor compreendido pela sociedade, pois, o verdadeiro intuito de uma marca levantar esta bandeira é para ajudar as pessoas a serem quem elas realmente querem ser, vestindo, usando e sendo o que elas estão em busca de transmitir, com liberdade. Para unir questões de gênero, ambientais e sociais, buscou ser desenvolvido este projeto de coleção de bolsas unissex com o objetivo de promover a liberdade de expressão a partir de um produto de moda, se tornando um produto de livre escolha para qualquer gênero que se identifique com as causas que ele defende em seu processo completo de produção, como o slow fashion, priorizando a sustentabilidade socioambiental e conscientizando a forma de consumo da sociedade, valorizando a cadeia de produção em seu conceito. O incentivo à tomada de tempo é para conscientizar os consumidores da garantia de uma produção de qualidade, de forma justa e de maior conexão com o meio ambiente. A partir das concepções do movimento do slow fashion em suas questões sustentáveis, percebeu-se a necessidade de ter o mesmo cuidado com os animais, trabalhando assim com os princípios do cruelty free, substituindo a pele animal no segmento de bolsas com sintético de alta qualidade, promovendo a conscientização sobre o assunto de que é possível criar produtos bonitos, sustentáveis, duráveis e com design inovador, usando materiais alternativos e livres de crueldade. Os animais não devem ser sacrificados e sofrer em nome do desejo de estar bem vestido, ficar esteticamente bonito ou estar na moda. Quanto a visibilidade para o público, este projeto cumpre seu papel, satisfazendo esteticamente e principalmente em seu conceito e materiais. Não somente ao público em específico, mas o produto atrai outras pessoas que podem ter a curiosidade de entender e pesquisar mais sobre as bandeiras levantadas pela Bo.ho, conscientizando mais pessoas e proliferando o bem humano e animal.

83


,

^

O7 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ALINNE, Cintia. A moda como forma de expressão. Disponível <http://www.updateordie.com/2016/06/10/a-moda-como-forma-de-expressao/>. Acesso em: 20. Mar. 2017

em:

ANOTHER PLACE. About us. Disponível em: < http://www.anotherplace.com.br/aboutus>. Acesso em: 15. Mai. 2017 BARROS, C. J. Trabalho escravo nas oficinas de costura. Escravo nem pensar, São Paulo, jan. 2016. BBC. Desabamento em Bangladesh revela lado obscuro da indústria de roupas. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/04/130428_bangladesh_tragedia_lado_obscuro>. Acesso em: 22. Mai. 2017 BRASIL. IBGE. Abate de animais, produção de leite, couro e ovos, 2016. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/producaoagropecuaria/abate-leite-couro-ovos_201 602_1.shtm>. Acesso em: 22. Mai. 2017 CAPUZZO, Izabelle; RODRIGUES, Fernando. A moda e sua expressão política. <https://www.agambiarra.com/a-moda-e-a-sua-expressao-politica/>. Acesso em: 20. Mar. 2017

Disponível

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CARVALHAL, André. Moda com propósito: Manifesto pela grande virada. São Paulo: Editora Paralela, 2016. CENTRO VEGETARIANO. FAQ sobre Vegetarianismo. <https://www.centrovegetariano.org/index.php?page_id=9>. Acesso em: 22. Mai. 2017

Disponível

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88

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O8 APENDICE 5.3 ^

APENDICE Questionário vegetarianos

de

público

alvo

voltado

aos

No primeiro momento da pesquisa, o questionário foi realizado online, aplicado para 9 pessoas, no período de agosto de 2017 a setembro de 2017. Conforme citado no item 3.3, as perguntas serviram como base de pesquisa para compreender com maior profundidade o público alvo do projeto. A seguir, gráficos com os resultados do questionário. Gráfico 3: Questão 3 do Questionário

Gráfico 1: Questão 1 do Questionário

Gráfico 2: Questão 2 do Questionário

89

Respostas escritas 1: Questão 4 do Questionário


^

APENDICE

Gráfico 4: Questão 5 do Questionário

Gráfico 5: Questão 7 do Questionário

Respostas escritas 3: Questão 8 do Questionário

Respostas escritas 2: Questão 6 do Questionário

9O


Juliana Neves


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