m793.3 R672r
Rocha, Juliana. Rastros e os movimentos de dança / Juliana Rocha. – Campinas: PUC-Campinas, 2016. 60p. Orientadora: Luiza Angélica Paraguai Donati. Monografia (conclusão de curso) - Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Linguagem e Comunicação, Faculdade de Artes Visuais. Inclui anexo e bibliografia. 1. Dança. 2. Arte e dança. 3. Movimento - Estudo. 4. Linguagem corporal. I. Donati, Luiza Angélica Paraguai. II. Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Centro de Linguagem e Comunicação. Faculdade de Artes Visuais. III. Título. 18.ed. CDD – m793.3
À Pontificia Universidade Católica de Campinas, seu corpo docente, direção e funcionários, que tiveram toda a importância durante essa etapa acadêmica. À Prof. Luiza Angelica Paraguai Donati pela orientação, apoio e paciência. Aos meus familiares, amigos e colegas que me apoiaram durante todo o curso.
RASTROS E OS MOVIMENTOS DE DANÇA Autora: Juliana Rocha
Trabalho apresentado à Faculdade de Artes Visuais do Centro Linguagem e Comunicação da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, para a Conclusão do Curso de Bacharelado em Artes Visuais. Orientação: Prof. Luiza Angelica Paraguai Donati
O objetivo desse trabalho é investigar os movimentos de dança através da fotografia e da videodança. Movimentos que não são vistos completos a olho nu e que só pelo congelamento da imagem, pela câmera lenta ou em vídeos reproduzidos em repetição é possível ter a percepção da amplitude que existe em cada um deles. Além de contextualizar sobre essas duas linguagens, também é preciso discutir um pouco sobre a dança e sua expressão, como o corpo funciona quando dança, a vivência dos bailarinos e os sentimentos que ela pode transmitir a quem está assistindo.
Sumario Sumario Sumario
21 7 8 A DANÇA 27 11 40 11 44 EXPRESSÃO PELO
CONGELANDO O MOVIMENTO
MOVIMENTO
E SEUS RASTROS
RELATOS SOBRE
A PRODUÇÃO
OLHARES SOBRE O
EXPOSIÇÕES
MOVIMENTO
VIDEODANÇA
CARTAS PARA:GUAI
ELASALGODÃO
˜ Introducao ˜ Introducao ˜ Introducao ‘ ‘ ‘ O corpo é nosso instrumento de expressão, através do movimento da dança podemos demonstrar emoções sem necessitar de uma comunicação verbal. De forma geral a dança não é simples e muito menos fácil, um movimento que parece ser tão simples e delicado, envolve muito mais do que só leveza, envolve força. Mostrar como o corpo dos bailarinos trabalha através desses movimentos também é importante, porque a dança já engloba tudo isso. A visão do bailarino sobre tudo também é muito importante, pois ele representa esses movimentos, onde transferem todas as suas forças, energias e sentimentos. Apesar disso o assunto a ser discutido neste trabalho não é apenas sobre a expressão, mas principalmente mostrar o movimento da dança em sua plenitude. Para quem não tem conhecimento dos movimentos de dança é difícil vê-lo por completo, em todas as suas pequenas e simples fazes que o fazem tornar-se impecável e magnifico. Como podemos então ver os movimentos de dança por completo, se muitas vezes eles são rápidos ? Através das pesquisas feitas, foi possível encontrar métodos utilizados por videomakers e fotógrafos, para que fosse possível ao espectador enxergar o movimento e seus rastros à olho nu. É importante mostrar a quem está de fora tudo isso, para que seja possível terem conhecimento do que contém na dança, que não são apenas movimentos pré-determinados por um coreografo, e sim, existe muito mais por trás disso. O trabalho de conclusão de curso estrutura-se em 5 capítulos, que apresentarão contextualizações sobre a expressão corporal, relatos de bailarinos, videodança, fotografia do movimento, produção do trabalho e exposição. 6
EXPRESSÃO PELO
MOVIMENTO Explorar o movimento corporal e sua expressão é uma das bases para a dança. Rudolf Laban (1879-1958) uma das grandes referencias na área da dança, definiu duas categorias para os movimentos: “funcionais” – movimentos habituais do cotidiano como subir escadas e escovar os dentes, e “expressivos” – com o objetivo de transmitir idéias e sensações, como estranhamento, curiosidade, entre outros. Para deslocar-se de um ponto a outro, o corpo, tem que realizar uma ação. É entendido como movimento a reação dos músculos que percorre o corpo e causa um deslocamento visível do mesmo no espaço ou dá forma a uma reação, aparentemente estática. Esta energia instanciada no/pelo corpo é origem da produção de movimentos a partir do sistema muscular – é força geradora do movimento. Essa energia desenvolve e mantêm os centros de força com resistência e rendimento. A dança organiza os movimentos do corpo – funções e ações, que dão suporte à expressão, ou seja, é a linguagem do corpo que comunica, modifica a si mesmo e aos outros, inseridos no mesmo espaço. O movimento, na expressão artística, é considerado matéria prima para novas composições de formas
O corpo é nosso instrumento de expressão por via do movimento. O corpo age como uma orquestra, na qual cada seção está relacionada com qualquer uma das outras e é uma parte do todo. As várias partes podem se combinar para uma ação em concerto ou uma delas poderá executar sozinha um certo movimento como ‘solista’, enquanto as outras descansam. (LAUNAY, 1999, p.79).
A energia é o motor do movimento, seu suporte fundamental. É esse deslocamento interior que é produzido quando a força está bem localizada. Essa energia está tanto dentro quanto fora do indivíduo. (...) Quanto maior a sensibilização desses pontos de referência sensoriais, maior a liberdade de movimento. (BRIKMAN, 2014, p.65)
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e conteúdos, constituindo um veículo de expressão de emoções, de afetos, de ideias e de intenções que organizam a construção de narrativas. A sua expressão é uma constante contração e expansão da estrutura muscular, óssea e articular, sem a possibilidade de constituir situações idênticas. A pessoa que dança está remodelando o corpo em ação, no capacidade física, para instigar e espectadores, provocando novas estabelecendo a comunicação.
continuamente limite da sua emocionar os sensações e
RELATOS SOBRE
Dançando, a pessoa descobre em si novas possibilidades de se movimentar e expressar. Cada corpo-mente (conjunto físico-emocional humano), em sua relação com o mundo, desenvolve um estilo de movimentação que é resultante dos registros corporais – acúmulo de experiências e formação cultural – adquiridos ao longo de sua vivência. A expressão é um meio de libertar esses registros e reforçar a personalidade da pessoa. Inclusive a própria dança, quando aprendida, permanece no corpo e dela não se esquece, ela se torna parte da memória (...) O movimento da dança é um passo além da movimentação cotidiana. É o corpo-mente se configurando em formas repletas de sensibilidade, libertando-se da mecanicidade comum, do objetivo prático. (KIEFER, 2012).
A DANÇA
Para compreender sobre a dança é preciso também contextualizar como é para os bailarinos. De acordo com os relatos de alguns bailarinos será possível perceber como cada um se sente e expressa a dança.
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1. O primeiro relato é do bailarino goiano Adhonay Soares da Silva, de 17 anos. O menino tinha 10 anos de idade quando chegou ao primeiro lugar em uma das principais categorias no Festival de Dança de Joinville, em 2008. Um grande feito se pensarmos que ele havia começado a estudar balé há apenas um ano na época.
A dança tem o poder de mexer com nossas emoções mais profundas. Quem dança expressa com seu corpo o que não fala. O corpo fala. Na maioria das vezes, quem dança se entrega tanto em cena que, mesmo sem falar nada, o público é transportado para o mundo mágico do bailarino, que desperta alegria, saudade, paixão ou euforia em quem está assistindo. É maravilhoso ver nos olhos dos espectadores todas as emoções que a dança pode despertar. O brilho na feição das pessoas é fascinante. E, no momento em que um bailarino desperta isto no público, ele aí descobre o verdadeiro motivo de continuar dançando: a emoção! (MALTA, 2015)
“Eu sempre fui apaixonado por arte. lembro de, ainda pequeno, disparar a dançar a cada vez que ouvia música. é algo que sempre carreguei comigo. E aí, quando finalmente assisti a uma apresentação de balé pela primeira vez, tive a certeza de que dançar era tudo o que eu queria. o começo não foi fácil, porém eu, tão apaixonado pela dança, nunca desisti. Foram muitas aulas e ensaios. É preciso ter muita força de vontade e disciplina para seguir em frente”, continua o bailarino, hoje com 17 anos.”, conta Adhonay.
Todo o trabalho valeu a pena. Em 2013, Adhonay foi escolhido em primeiro lugar no concurso internacional Prix de Lausanne, na Suíça — considerado o Oscar da dança. O prêmio lhe rendeu a oportunidade de estudar no Stuttgart Ballet, na Alemanha, uma das mais renomadas companhias de dança do mundo.
Adhonay Soares da Silva 9
2. Marcelo Gomes nascido em Manaus e criado no Rio de Janeiro, iniciou seus estudos de dança na Escola Ballet Helena Lobato e Dalal Achcar. Aos 13 anos, ele deixou o Brasil para participar do Conservatório Harid em Boca Raton, na Flórida, e aos 16 ele estudou por um ano na Escola de Ballet da Ópera de Paris. Em entrevista o bailarino fala algumas coisas sobre sua rotina e trajetória na dança: “Como é a sua preparação física? Tem algum ritual antes de entrar no palco?
Eu não almejava e não enxergava tudo isso. Não tinha isso em minha mente. Eu sabia que eu tinha que trabalhar bastante, que havia entrado em uma companhia de Ballet que era muito maior do que eu, que eu não dominava nada, que tinha que me provar como bailarino e como artista e isso levou muito tempo. Quando eu entrei a companhia era bem mais velha do que eu, os bailarinos eram casados, tinham filhos, enfim... Eu nunca pensei, vou entrar no ABT em NY e ser o primeiro bailarino lá. Sempre usei de minha humildade,
Tenho um personal trainer que faz toda uma programação para mim, e como ele foi bailarino, me dá os exercícios de acordo com o que eu preciso. Logo após tenho aula às 10h15 e ensaios das 12h às 19h. Essa é a minha rotina de trabalho no ABT em NY. Eu tento sempre descansar bastante quando tenho espetáculo. No dia, durmo um pouco de tarde e me alimento cedo. Chego três horas antes, faço uma aula completa, depois fico tranquilo para fazer a minha maquiagem e tenho um ritual de comer um chocolate um pouco antes de entrar no palco. Gosto de dançar com o gosto dele na minha boca (risos). Você começou muito cedo, saiu do Brasil jovem. Você almejou chegar onde chegou hoje? 10
Marcelo Gomes
perseverança e trabalho. Os papéis que me foram dados no decorrer do tempo nunca pensei em pedir ao meu diretor, eles sempre vieram por merecimento, e eles sempre tiveram muito cuidado comigo porque não me deram coisas muito cedo. Hoje eu vejo que os jovens bailarinos são cheios de pressa, querem tudo rapidamente. Eu acho muito importante estar no palco e apreciar, seja na companhia que for em todo o mundo, sentir a energia dos bailarinos em um corpo de baile, não só o meu espetáculo, tudo isso é muito importante.”
OLHARES SOBRE O
O relato dos bailarinos é de extrema importancia para saber sobre sua experiências e suas expectativas diante da dança. Viver de dança não é fácil, é um trabalho pesado que requer muito esforço, dedicação e muitas vezes desgaste físico e emocional. Mas quem dança tem tanto amor pela sua profissão, que passar por todos esses obstáculos valem a pena. São relatos que valem a pena observar e perceber que a dança pode transformar vidas e torna-las melhores.
MOVIMENTO
VIDEODANÇA
Neste capítulo serão apresentadas algumas referências de artistas, que se valem de diferentes linguagens, como fotografia e vídeo, com o objetivo de investigar distintas formas de composição visual como por exemplo, os enquadramentos, os movimentos e os planos de câmera, para elaborar a percepção do movimento. É importante apontar como cada um desses artistas entende o movimento e a forma que eles o transmitem ao espectador.
A videodança é uma junção entre audiovisual e a dança, tem como principal elemento o movimento. Mas não é somente um registro de um espetáculo,existe um exercício da linguagem audiovisual para traduzir a dança em imagem e movimento, essa linguagem busca formas diferentes de capturar movimentos, utilizando partes isoladas do bailarino com um propósito, além de também buscar uma conexão com o corpo do bailarino e a edição da projeção. A
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videodança é mais uma possibilidade criadora do artista contemporâneo e sua definição é metalinguística. É linguagem do corpo expressa em video. De acordo com a artista Luisa Gunther “a diferença da Videodança para o registro de dança está na forma como a tecnologia midiática é utilizada para possibilitar novas poéticas, entre elas reflexões sobre a presença da corporeidade e a relação espaço/tempo. A Videodança é um modo de promover experimentações estéticas pelo rompimento de alguns elementos de informação audiovisual. O fato é que a videodança é uma das formas com que a dança se articula com o vídeo e, obviamente, com a câmera, porém, ela possui a particularidade de ser um acontecimento especificamente criado para uma tela e construído a partir do enfoque da câmera que seleciona a imagem e direciona o olhar do espectador. “ Por ser um formato recente, ainda não foram estabelecidos padrões para delimitarem a videodança, enquanto possibilidade poética que codifica expectativas e significados. Essa experimentação gera
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A Videodança como linguagem, bem como a Videoarte (que possivelmente a antecede) surgem juntas no momento em que as novas tecnologias da imagem são disponibilizadas a públicos mais amplos para além dos circuitos da mídia corporativa. Antes disto, a produção de imagens em movimento ocorria tão somente mediante o uso do filme de oito ou dezesseis milímetros, com a ressalva que este formato não possibilita o playback instantâneo, nem tampouco possui a mesma acessibilidade à edi- ção ou manipulação das imagens. (GUNTHER, 2012, p.57)
O fato é que a videodança é uma das formas com que a dança se articula com o vídeo e, obviamente, com a câmera. Podem existir outras formas, tais como o documentário, a vídeo instalação coreográfica e, até mesmo, o registro de dança. A videodança, porém, possui a particularidade de ser um acontecimento especificamente criado para uma tela e construído a partir do enfoque da câmera que seleciona a imagem e direciona o olhar do espectador. (MENDES, 2010, p.14).
uma cumplicidade entre captar e editar as imagens, e passa a ser algo mais do que simplesmente olhar um bailarino e registra-lo dançando. Além disso, dançar para um enquadramento requer pensamento sobre o movimento e o espaço. Após os registros serem feitos, as imagens podem ser submetidas a todo o tipo de alteração através da edição e dos efeitos, que modificam a sua visualidade para outras áreas de percepção. A pesquisadora Spanghero classificou a videodança em três tipos de prática: “o registro (em estúdio ou palco), a adaptação de uma coreografia preexistente para o audiovisual e as danças pensadas diretamente para a tela”. A primeira prática é a gravação /registro com uma ou mais câmeras de uma coreografia, sem que esta sofra alterações. O segundo tipo é a prática de uma coreografia, cuja expressão inicialmente acontece com o registro em determinado espaço físico, para uma posterior captura e edição de forma a organizar o conteúdo na linguagem audiovisual. A última prática é chamada screen choreography, que são danças criadas especificamente para projeção na tela, e assim o espaço físico deixa de ser o elemento norteador da produção, para construir
movimentos conformados na/pela perspectiva da câmera. Esta prática é a passagem da dança de um suporte para outro, sendo carregada de informações que constroem novos conceitos, ou seja, são danças criadas para o vídeo. Os primeiros indícios de experimentos desse campo datam de 1940, com o trabalho da ucraniana Maya Deren (1917-1961). Desde o nascimento do cinema a dança vinha despertando seu interesse, no fim do século XIX até inicio do século XX, surgiram dezenas de produções de filmes curtos. Deren Maya Deren é considerada a melhor e mais conhecida cineasta norte-americana no cinema experimental, suas produções continuam influenciando diretores e produtores que trabalham com imagens em movimento. A artista foi além, manuseando diferentes perspectivas de tempo e espaço, pelo exercício estético com iluminação e exploração de novas técnicas de edição como slow-motion, freeze-frame e matches-on-action, que alteram a estabilidade da narrativa do plano sequência e apresentam características do diretor à cena, produzindo sentidos desconhecidos para o audiovisual naquela época. Nos anos 1960 surgiu o termo videoarte, e dessa derivaria a videodança.
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Figura 1. Maya Deren A Study in Choreography for Camera (1945)
Com apenas pouco mais de dois minutos de duração, A Study of Choreography for Camera (1945) (figura 1) é uma das obras mais significativas de Maya Deren e de grande relevância para o estudo da interação entre dança e cinema. Nesse trabalho a artista consegue unir a dança coreografada e as técnicas de edição. Além disso, a obra tem um conteúdo de dança e uma técnica cinematográfica bem planejada, pois em todas as cenas é possível perceber uma sensibilidade coreográfica, com movimentos de câmera, enquadramentos e edições que focam a atenção para o corpo performático e uso de movimentos e gestos desconhecidos. 14
Deren utiliza a câmera móvel para mostrar movimentos de outros pontos de vista, ou seja, quando ela filma a sombra do bailarino em um jeté. A impressão que se tem é que a câmera acompanha o movimento e o vemos de uma forma diferente, como se o bailarino estivesse saltando sobre a câmera, e depois um enquadramento para a finalização do movimento. Sequências em que a câmera é posicionada de forma parecida com a do filme de Maya Deren podem ser encontradas em diversos vídeos que possuem, como a cena final do filme Flashdance (1983) ou o vídeo com a bailarina Polina Seminova (2006).
A partir das realizações de Maya Deren, dança e cinema formaram uma parceria que se mostrou indissociável, uma vez que a dança contribuiu para o cinema não só esteticamente, mas através do movimento e da criação coreográfica. O movimento faz parte do corpo humano, seja através da dança ou de qualquer outro tipo de expressão cinética e seus registros foram possibilitados pelas mais variadas técnicas e avanços tecnológicos ao longo da história da humanidade. Ainda antes de se falar em convergência midiática, o surgimento de novas tecnologias já dialogava com o campo artístico e um dos segmentos em que mais se percebeu – e ainda se percebe – esse diálogo é no cinema. (BASTOS, 2012)
Um dos primeiros coreógrafos a trabalhar com a videodança foi o americano Merce Cunningham (1919-2009). A partir de 1974, ele produz obras nomeadas como media/ danças, feitas especialmente para a câmera a partir da composição entre dança, filme e vídeo. Em parceria com o videomaker Charles Atlas (1958), ele produziu trabalhos como Westbeth (1975) e Locale (1980) (figura 2). Mais tarde também trabalhou com Nam June Paik e Elliot Caplan (1953).
Figura 2. Merce Cunningham Locale (1980) 15
A coreografa e videomaker Analivia Cordeiro em 1971, teve
Em 1973 produz M3x3 (figura 3), uma coreografia para vídeo,
aulas sobre a técnica de Merce Cunningham. Em suas obras
gravado com recursos tecnológicos da TV Cultura, essa
a artista busca duas investigações: a relação do corpo com
obra é tida como inaugural da videoarte e videodança no
seu entorno e o gesto como forma expressiva primordial do
Brasil. Nessa obra é apontada a automatização dos gestos, a
homem, ou seja, o entendimento do corpo em seu aspecto
relação mecânica entre as pessoas, o poder que a mídia tem
fisiológico, e como interface entre o sujeito, a cultura e a
sobre a expressão pessoal e a artificialidade das cores na TV
natureza. Ela mesma identifica três fases em sua obra.
em preto e branco. Nessa coreografia, bailarinos executam movimentos geométricos ao som de batidas constantes, em
Figura 3. Analivia Cordeiro M3x3 (1973) 16
um espaço bidimensional e preto e branco. Na obra 0=45 (1974) o corpo é visto por partes, em closes, para mostrar fragmentos do movimento corporal, composta somente pelo espectador. Em Cambiantes (1976) o corpo, utiliza movimento em ângulos retos e de 45 graus, formando triângulos que interferem no espaço estabelecido na projeção. De 1981 a 1994, ela começa a visualizar o rastro ou a trajetória do movimento para mostrar “a essência de sua expressão”. Nota-Anna (figura 4) é uma resposta para o desafio do registro, “software” que permite o registro e a visualização do movimento, de forma direta e natural. Com sua evolução, pela incorporação de técnicas de computação gráfica.
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Figura 4. Analivida Cordeiro nota anna bicycle by PelĂŠ (1981)
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A artista Luisa Gunther em seu projeto “Pensar é o que o cérebro faz quando está sentindo” em parceria com Ary Coelho, Márcio Mota e Raquel Nava, apresenta quatro agrupamento poéticos de videodança, dentre eles são: (con)TRATO, Sofá -ah!, (des) despertar, (inter)aquá-tico. Seu projeto busca pesquisar sobre os desdobramentos e relações possíveis entre razão e emoção em processos artísticos, promovendo o dançar em contraposição a cenografias, imagens e coreografias que inserem o sensível e o perceptível em diferentes meios e formatos. Além disso, também busca o estranhamento, o inusitado e o absurdo como nichos poéticos que não resultam em um espetáculo, mas sim aberto a diferentes formatos de apresentação. Em suas videodanças a artista não tem um roteiro de movimentos previamente coreografados, ou seja, as danças eram feitas para o lugar e não o enquadramento da câmera. O enquadramento que deveria buscar as imagens daquilo que seria registrado, a partir dos movimentos realizados. Uma de suas videodança realizadas nesse projeto foi (con)TRATO (2010) (figura 5) em que contracena com Ary Coelho. Assim como nas demais, os movimentos foram criados a partir da percepção do lugar em que aconteciam, independente do enquadramento que receberiam no momento do registro. Essa videodança, configura uma mistura de percepções solitárias entre o aquilo que é dançado e o que é visto. Essa mistura foi reagrupada em fragmentos
dispersos de espeço/tempo, que se tornaram em uma narrativa deslinear, na qual o argumento fora estruturado por quem registrou e editou as imagens em movimento, após sua criação de movimentos foi possível ver que o que eles dançaram não era como eles imaginaram que seria.
A intenção era questionar a dimensão de possibilidade da realização de um videodança em que não apenas ocorria um registro do que era visto, mas também daquilo que era sentido enquanto uma alternância de experiência corporal. (...) A intenção era justamente promover uma videodança que, além de uma experiência de visualidade, contivesse uma proposição vivencial em sua própria realização. (GUNTHER, 2012, p.67)
É possível compreender que a videodança é resultado da interferência da tecnologia no fazer artístico da dança. Seu desenvolvimento pode ser atribuído à facilidade de acesso aos artefatos como a filmadora, que surgiram devido ao avanço tecnológico, e da articulação entre diferentes linguagens artísticas. Tem como principal objetivo criar uma coreografia em função da obra cinematográfica, com a camera como principal integrante da coreografia. 19
Figura 5. Luisa Gunther SequĂŞncia de frames de (con)TRATO (2010)
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CONGELANDO O MOVIMENTO
E SEUS RASTROS
Historicamente, é fundamental recuperar o francês Étienne-Jules Marey, que apaixonado pela fotografia, entrou no meio artístico com sua invenção do cronógrafo - um instrumento que podia medir intervalos de tempo entre exposições de fotografias de movimento e permitia reunir múltiplas exposições em tiras d e filme que passavam automaticamente por uma máquina fotográfica. O que importava para Marey não era a cena, ambiente físico ou pessoas, mas sim o movimento. Suas fotografias em sequência reproduziam o deslocamento físico, apresentado linearmente como etapas em quadros/fotogramas.
A película em banda (…) pode dar lugar a uma série de projeções sucessivas, sucedendo-se a intervalos de tempo tão curto que o espectador verá o movimento se reproduzir com todas as suas fases (MAREY apud GODOY-DESOUZA, 2001, p.13-14).
Figura 6. Jules Marey O vôo do Pelicano (1882)
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Figura 7. Jules Marey Flight (1890)
Em O vôo do Pelicano (1882) (figura 6), Marey mostra o pouso
os modos constitutivos do corpo no espaço, bem como os estilos
do pelicano – a leveza e a força do bater das asas, que precisam
de movimento. Segundo a brasileira Paula Lobo, fotógrafa de
organizar o peso do corpo e sua velocidade em vôo. Assim
dança do The New York Times, muitos elementos precisam ser
também, na obra Flight (1890) (figura 7), o homem correndo nu,
gerenciados ao fotografar um espetáculo de dança, para por
evidenciam-se os músculos contraídos do corpo para produzir a
exemplo: não perder o momento de certa marcação – giro, salto,
transformação da força potencial em movimento, em cinética – a
ao atrasar o disparo da câmera, entre outros. É preciso estar atento
força para vencer a gravidade.
todo o tempo e de antemão conhecer as funções e propriedades técnicas do equipamento para garantir o registro. Além disso, é
Nesta pesquisa, a fotografia instala-se na fugacidade das ações
preciso que o fotógrafo tenha o mínimo de conhecimento técnico
do corpo para registrar a dança, entre a visibilidade corpórea e
em dança, para saber como se comporta o corpo de um bailarino,
a invisibilidade dos rastros dos movimentos, entre o equilíbrio e
visando capturar o auge de seu movimento.
desequilíbrio. Fotografar dança implica em investigar, reconhecer
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Cada fotógrafo tem o seu estilo de capturar a dança. Alguns se interessam nas façanhas técnicas e virtuosas do corpo, outros a emoção dos olhares e gestos. Nesta pesquisa, focaram-se em técnicas fotográficas que criam rastros de movimento na imagem, como por exemplo o Valério Silveira, fotógrafo de Belém do Pará. Que em sua série De corpo e alma (2012) (figura 8), apresenta vários fragmentos do movimento de uma forma dissolvida, indícios temporais do corpo que se desloca.
Figura 8. Valério Silveira Fotografia da série De corpo e Alma (2012)
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É possível ver outras propostas de capturar a dança, como do fotógrafo japonês Shinichi Maruyama, quando coloca o movimento ininterrupto do bailarino, em looping, sem início ou o fim (figura 9), em oposição à compreensão da fotografia como imagem única de um momento congelado no tempo.
Figura 9. Shinichi Maruyama Nude #6 (2012)
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O russo Alexander Yakovlev fotografa a dança e os movimentos corporais apresentando detalhes dos movimentos do corpo e de sua beleza física. Em sua série “Mirages” (figura 10) o artista busca utilizar elementos como farinha ou roupas com tecidos leves para evidenciar a explosão dos movimentos e tornar visíveis os rastros dos mesmos. Figura 10. Alexander Yakovlev Fotografias da série Mirages (2015)
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A fotógrafa Katerina Bodrunova gosta de criar fotografias surrealistas, quando retrata pessoas e objetos em situações/contextos não convencionais, sugerindo outras realidades, sem regras e/ou limites do mundo físico. Em sua série “Underwater” (figura 11), ela coloca um casal em baixo d’água e passa a retratá-los emmovimentoseposes,queseconstroemconfiguradosedependentes da força da água, conforme o deslocamento dos dançarinos.
Figura 11. Katerina Bodrunova Fotografias da série Underwater (s/d) 26
Todos esses artistas tem um pouco a contribuir para o desenvolvimento desse trabalho, todas as ideias citadas aqui tanto na fotografia quanto na videodança são fragmentos do que existe dentro deste trabalho. A intensão não é mostrar a história da videodança, da fotografia ou até mesmo da dança, mas sim como cada um desses artistas representa e captura esses movimentos e esses rastros tentando transmitir algum sentimento a quem está vendo a obra. Além disso descrever como os bailarinos expressam os sentimentos através dos movimentos e como o corpo trabalha junto ao bailarino.
A PRODUÇÃO É difícil dizer como foi o processo de produção desse trabalho, pois foi uma situação bem conturbada. A única certeza era de fazer vídeos relacionados a dança, a questão era como. Desde o início da produção o houveram mudanças no tema, pois foi difícil descobrir uma forma de trazer o desejado, sem que fosse preciso uma narrativa para entende-lo. No início a ideia era fazer uma narrativa sobre a o desenvolvimento do bailarino na dança, a outra era de fazer um vídeo com vários movimentos desconexos. A questão era que, isso levaria muito tempo e Figura 12 #salto1 (2016) 27
precisaria de muitos equipamentos o que era não era acessível no momento. Então surgiu a dúvida, o que fazer? Por muito tempo foi preciso fazer várias pesquisas, em paralelo fazia vídeos soltos sem muito significado, para que quando chegasse no fim não tivesse pouco material. Então surgiu a ideia, se o foco é o movimento e seus rastros, porque não unir fotografias que deram “errado” com as que estavam no auge do movimento perfeito, sobrepondo as duas para formar o processo do movimento. A expectativa para o resultado dessas junções não era grande, como não foi ideia principal os esforços não estavam focados, portanto se não desse certo procuraria outras alternativas. Mas no fim o resultado foi surpreendente, essa junção foi relevante para a conclusão do trabalho.
Figura 13 #braçosecabeças4 (2016) 28
• Em todas as fotografias existe algum tipo de elemento presente, e na maior parte delas é a farinha, que causa um grande rastro a medida que o bailarino dança. Diferente do trabalho do fotografo Alexander Yakovlev, que utiliza a farinha do corpo do bailarino e também joga uma quantidade no momento em que a fotografia é tirada, para que seja possível ter mais de volume. O objetivo do trabalho é que os rastros sejam feitos apenas com o elemento que está no corpo das bailarinas. Foi pensado se realmente não precisaria fazer o mesmo para que a poeira ficasse mais evidente, mas a intenção era que fosse projetada e jogada a medida que os corpos se movessem, se feito de outra forma não teríamos tido o resultado desejado. Além da farinha outro elemento muito importante foi tecido que a medida que a bailarina dançava ele criava formas que causavam impressão de leveza, beleza e agilidade.
Figura 14 #giro (2016) 29
Figura 15 #salto2 (2016) 30
Figura 16 #salto3 (2016) 31
Figura 17 #salto4 (2016) 32
Figura 18 #braรงosecabeรงas1 (2016) 33
Figura 19 #braรงosecabeรงas2 (2016) 34
Figura 20 #braรงosecabeรงas3 (2016) 35
Figura 21 #braรงosecabeรงas5 (2016) 36
• Os vídeos foram feitos semanalmente, todos em locais e de formas diversas. Alguns foram filmados em baixo d’água, locais arborizados e studios, usando os mesmos elementos da fotografia. A intenção é mostrar o movimento de forma completa em toda a sua complexidade, sensibilidade e plenitude. O desenvolvimento dos vídeos foi mais complexo que a fotografia, foi preciso pensar em vários planos diferentes de câmera, foram vários “takes” de video para que a captura ficasse ideal.
Figura 22 Sequência de frames de Rastros (2016) 37
Figura 23 SequĂŞncia de frames de Rastros (2016) 38
Figura 24 SequĂŞncia de frames de Rastros (2016) 39
EXPOSIÇÕES CARTAS PARA:GUAI Cartas para:Guai foi uma exposição experimental realizada na Puc-Campinas, para expormos o processo do trabalho de conclusão de curso. Como era experimental, não foi preciso que o trabalho/projeto estivesse finalizado, apenas foi realizada para que tivéssemos uma experiência antes da exposição final.
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Nessa exposição foram dispostas apenas quatro das fotografias que haviam sido capturadas durante o processo de produção. Ainda era o inicio da produção e por esse movimento não haviam muitas fotografias para expor.
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Essa exposição foi muito importante para nos inspirar na produção do trabalho, pois no inicio muitos não sabiam realmente o que gostariam de fazer. Neste trabalho principalmente ainda não tinha sido resolvido como seriam as fotografias ou os vídeos, então foi considerada a possibilidade de sobreposição das fotos, para dar a impressão de movimento. Em uma tentativa acidental foi possível obter êxito.
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ELASALGODÃO A exposição final elasALGOdão foi realizada no Centro Cultural de Joaquim Egidio, pois deveria ser montada fora da universidade, os trabalhos foram expostos juntamente com outras duas alunas. Devido a divergência nos temas, foi preciso encontrar uma ligação entre os trabalhos, por esse motivo foi escolhido o algodão. A exposição foi dividida em dois ambientes, no primeiro foi exposto o algodão em forma de tecido, eram tecidos coloridos trançados. No mesmo ambiente foram expostos trabalhos de tipografia, com poemas e desenhos datilografados em tecido. No segundo ambiente foram expostos as obras deste trabalho de conclusão de curso, as imagens foram impressas em algodão cru para harmonizar com o tema. As fotografias foram dispostas intercaladas na parede, juntamente com os vídeos que ficaram no centro. Da forma que estavam organizadas essas obras existia uma interação entre elas. 44
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Para representar gifs animados foram produzidas duas sequencias de vídeo, nelas constavam vários vídeos em repetição, esses vídeos foram colocados em dois Ipads. Nessas sequencias foram utilizadas musicas para que fosse possível instigar e transmitir emoções a quem estava assistindo. É possível comparar os vídeos com os artistas citados acima, como a artista Maya Deren que utiliza diversos movimentos de câmera e enquadramentos para registrar para focar a atenção no movimento corporal do bailarino. A edição dos vídeos em repetição juntamente com o áudio, conduz o espectador a ter uma experiência diferente. É como se quem está assistindo estivesse imerso naquele momento das imagens, como se tudo que estivesse em volta não existisse mais. A principal intenção dos vídeos era exatamente essa, submeter as pessoas a sentir aqueles movimentos assim como os bailarinos.
Relato de Joanakelem: “Ao entrar na exposição já é possível visualizar a abordagem com o tema algodão. Vi algumas obras desenhadas feitas na maquina de datilografia e também as tranças no tecido. Ao fundo vemos obras que enfatizam a dança com os seus movimentos e rastros de farinha/tecido. A sensação que temos ao parar e observar tamanho empenho dos bailarinos e também da produção é a suavidade nos gestos e como cada movimento transmite e permite que nos, público saibamos onde o bailarino está indo e em qual direção.”
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Consideracoes ‘‘ ˜˜ Consideracoes Finais Finais As emoções dos bailarinos transcendem através dos movimentos performáticos da dança, então quem melhor para dizer sobre as experiências com essa arte tão apreciada por todo o mundo, do que quem vive para dançar. A dança pode articula-se juntamente com o vídeo, apesar de ser criado para tela, as composições midiáticas da videodança podem transmitir seus sentimentos da mesma forma que como se fossem vistos pessoalmente. É possível entender que a videodança é um resultado da interferência na tecnologia no meio artístico e que nela existem três tipos de prática como o registro feito em estúdio ou palco, a adaptação de uma coreografia para o audiovisual e as danças pensadas para a tela. Além da videodança, a fotografia também é um elemento importante para este trabalho, são elas que permitem que o momento seja congelado tornando possível ver completamente seus rastros criados a partir farinha e do tecido. O trabalho inclui vários artistas que tiveram muito a contribuir para a produção e conclusão desse trabalho. A partir de suas ideias foi possível ter um esclarecimento sobre tudo o que deveria ser discutido e testado para evidenciar o movimento. A utilização de elementos (farinha e tecido) e locais diversos (piscina, locais arborizados, entre outros) completaram o que faltava nas obras do projeto. Foi possível concluir que é através de métodos midiáticos pode-se perceber o movimento por completo, além disso é incrível ver nos olhos do espectador tudo que a dança pode despertar, ver brilho nos olhos das pessoas imersas em sua observação dos movimentos é fascinante. 56
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